quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Afinal, quem é o melhor?

Este assunto de "quem é o melhor de todos" é um tanto cansativo e chato. Se você lembrar das discussões ferrenhas, que de tempos em tempos reaparece sobre quem foi melhore Senna ou Schumacher certamente você se irritará e sairá do recinto, pois cada um tem seu ponto de vista e vai defender com unhas e dentes o seu piloto predileto. Confesso que já participei e muito destas discussões e a conclusão que se chega ao final destes bate-bocas é nenhuma, ficando tudo como está sem saber quem realmente é o melhor. O problema é quando tentam comparar pilotos de eras diferentes, onde carros, pistas, adversários eram totalmente distintos. Não vejo cabimento algum quando, por exemplo, colocam para "defrontar-se" Fangio vs Schumacher ou Clark vs Senna.
O melhor modo de saber quem é o melhor de todos é quando as forças são medidas em situações iguais: pista, condições de pilotagem e, talvez, carros iguais. Com esses quesitos presentes é fácil saber quem é melhor. Baseando-se nisso, Jackie Stewart, um dos melhores destes 60 anos da F1, elogiou muito o atual grid da categoria e também Vettel, Hamilton, Alonso, Kubica e Button para revista Autosport: "Vettel é um jovem piloto, tem 23 anos. Eu me lembro quando tinha 23 anos, que foi quando comecei a correr. Eu tinha 23, e ele é campeão mundial com 23. Mark Webber tem 34. Sei que quando eu estava com 34 era um homem melhor do que aos 23, por isso acho que há muito mais por vir de Sebastian. Kubica pode ser campeão do mundo um dia. Também temos Jenson, que pilota da forma mais suave e mais limpa que qualquer outro piloto, e Lewis, que é, provavelmente, o melhor piloto do grupo. E o melhor equipado ainda é Alonso. Você tem um grupo de pessoas extremamente qualificadas".
Respeito o que Jackie disse. Mas não vejo Hamilton como o melhor do grupo, apesar de achá-lo o mais espetacular de todos em termos de arrojo e coragem. Ele é um lutador nato, daqueles que nuncam baixam a guarda diante de uma luta. É fácil de você encontrar grandes momentos onde ele esteve a lutar incansavelmente. Nurburgring 2007, Itália 2008, Bélgica 2008, apenas para citar alguns. Mas por esse excesso de auto-confiaça, ele cometeu erros absurdos que lhe custaram, pelo menos, um título certo que era o de 2007. Acredito também que ele é um piloto que está formado. Todo esse furor no seu estilo de pilotagem já era visto nas categorias menores e, principalmente, na GP2 de 2006 onde ele fez corridas sensacionais.
Já Sebastian Vettel, o vejo como um piloto em formação crescente. Talvez o que mais o afete é a falta de concentração em situações complicadas, como as que se deu no meio desta temporada quando Webber, com um grau de concentração muito maior, o dominou e o fez andar além do que podia vindo a cometer erros pavorosos como na Inglaterra e na Bélgica, principalmente. Mas as últimas corridas, onde ele arrancou para o título, mostraram que ele, totalmente focado, sem perturbação alguma, consegue os resultados com total facilidade. Sabendo controlar essa concentração, concerteza poderá a vir a ser o melhor de todos. Mais ou menos, nisso ele me lembra um pouco o Senna.
Sobre Alonso, é chover no molhado quando se fala nele. Por mais que tenha um caráter duvidoso, é um fora de série e mesmo que esteja com um carro aquém das suas expectativas, é lutador. No meu modo de ver é o melhor do momento, sem discussão alguma mesmo vindo a ser um vilão. Um piloto para ser campeão não pode ser bonzinho. Senna era assim, Schumacher idem e Alonso aprendeu bem a lição com os dois mestres. Dividir a equipe com espanhol pode ser um suicídio ou a glória, como bem mostrou Hamilton em 2007 quando colocou o espanhol no bolso.
Apenas para concluir, Hamilton é o showman da F1 (ao lado do Kobayashi, não se esqueça), Vettel é um piloto em formação que ainda vai melhorar muito e já tem um título nas costas e Alonso é o melhor da turma, apesar de sempre estar envolvido nas maiores polêmicas das últimas 4 temporadas.
É o que penso sobre eles.







Um comentário:

  1. Concordo plenamente, Paulo.

    Cada um teve sua época e seu tempo, comparar schumacher com o grande Fangio não é possível, são eras diferentes. Fangio e seus colegas corriam pelo desafio e pela paixão pela velocidade. Hoje em dia nem todos são assim, infelizmente.
    Abraços

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