segunda-feira, 20 de junho de 2016

84ª 24 Horas de Le Mans: A mais dolorosa para a Toyota

Sem dúvida foi o momento mais crítico da Toyota em sua história na pista francesa. E isso será lembrada por décadas.
(Foto: sportscar 365)
Quando tudo terminou daquela forma tão dramática, procurei lembrar-me da prova de 2014: a Toyota estava insuperável naquela edição! Um TS040 Hybrid gozando da melhor plenitude de seu sistema mecânico e elétrico, trucidou Audi e Porsche sem nenhuma piedade nas duas provas iniciais (6 Horas de Silverstone e 6 Horas de Spa) e isso foi mostrado com intensidade ainda mais forte em Sarthe, quando o #7 estava muito à frente da concorrência numa prova praticamente solitária, sem ter o incômodo das duas fábricas alemãs. Mas então aquele velho azar de outras edições, de quando eles estavam fortes, como em 1994, 1998 e 1999, resolveu dar as caras e fez com que o fabuloso TS040 #7 desaparecesse no meio da noite como um passe de mágica. As explicações vieram mais tarde, que um problema elétrico, proveniente de uma peça que custava o troco de uma bala, tinha sido o causador de tal desaire. Talvez o maior azar da Toyota nem tenha sido com este, mas com o outro carro, o #8: este havia se envolvido num acidente ainda nas primeiras horas, quando a chuva desabou. Conseguiu voltar para os boxes, após longo tempo para os reparos, e quando retornou deu tudo de si e conseguiu recuperar-se tremendamente bem, ao descontar cinco das oito voltas perdidas nesta parada forçada e ainda salvou um terceiro lugar, mostrando o quanto que aquela geração do TS040 Hybrid era tão sensacional.

Aquele filme de 2014 repetiu-se quase que da mesma forma: inicialmente, temos que reconhecer que a Toyota fez uma corrida brilhante a ponto de manter seus dois carros em pista sem grandes problemas, o que abria para eles uma oportunidade única. Ter visto os graves problemas enfrentados pelos dois Audis – especialmente o #7 – e também o #1 da Porsche – que foi o mais afetado dessa horda de carros híbridos, talvez tenha enchido os japoneses de confiança e também de cautela, uma vez que ainda tinha muito chão pela frente até chegar as 15:00 do domingo. Mas a estratégia em deixar os dois carros próximos um do outro, foi muito boa: caso algum tivesse problema, outro estaria pronto para assumir o posto. Foi assim durante boa parte da prova: enquanto o TS050 #6 ia para os boxes, ora o Porsche 919 Hybrid assumia a ponta ou o #5 da Toyota. Um desempenho sólido que levou boa parte daqueles que acompanhavam acreditar que a Toyota estava bem encaminhada naquela condição. Manter uma diferença de 10 segundos ou mais, conseguindo ampliar até um pouco mais de 1 minuto, dava a real sensação que tudo estava sob controle. Até mesmo o erro de Kamui Kobayashi, que estava no #6 e que teve de ir aos boxes fazer reparos, perdendo assim três voltas, não parece ter abalado tanto a confiança dos japoneses. A coisa parecia tão próxima da Toyota se tornar a segunda fábrica japonesa a ganhar em Sarthe, no exato ano em que se completa 25 anos da conquista da Mazda, que até mesmo a Porsche havia entregado os pontos naquelas voltas finais devido a grande desvantagem deles para o #5 que estava acima de 1 minuto. Mas ver o TS050 Hybrid #5 encostar-se à reta de chegada na abertura da última volta, acabou sendo o presente mais inesperado para a Porsche em sua longa história em Sarthe. O choro dos integrantes da Toyota com a perca de uma vitória que já estava quase que fechada, foi o triste resumo de algo que eles sabem que não é muito fácil de se conquistar e que já estiveram próximos de tal situação em outras oportunidades. Mas de longe, muito longe, essa é a mais sentida não apenas por eles, mas também por aqueles deixaram até mesmo de torcer pelo seu time de coração para dedicar aos japas toda uma torcida.
Mas quem sabe em outra oportunidade as coisas não revertam à seu favor. Se Le Mans escolhe de fato seus vencedores, quem sabe eles é que não sejam os escolhidos da próxima oportunidade. 

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