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quinta-feira, 23 de março de 2023

GP da Arábia Saudita - Não é nada, mas...

(Foto: Red Bull/ Twitter)

 

Este GP da Arábia não foi nada mais que uma continuação do que vimos em Sakhir, quando a Fórmula 1 abriu a sua temporada e foi constatado que a Red Bull tinha uma vantagem considerável sobre os demais.

A ótima recuperação de Max Verstappen de 15° para 2° evidenciou isso e não há dúvidas de que, realmente, o seu terceiro título mundial - em sequência - pode acontecer com certa facilidade. Mas, por outro lado, os problemas mecânicos podem dar a equipe rubro-taurina alguma dor de cabeça, assim como o comportamento de seus dois pilotos.

Os problemas enfrentados por Max na qualificação, quando um semi-eixo quebrou e o deixou de fora do Q3, mostrou que este pode ser o único adversário real da equipe até que algum voluntário (olá Aston Martin) os desafie realmente. A parte final da corrida, com os dois pilotos reclamando de barulhos e problemas de freios, deixaram um ponto de interrogação sobre a confiabilidade mecânica de um carro que pode chegar ao olimpo dos melhores da categoria.

Outro detalhe que ficou em evidência é que os pilotos chegaram a certeza de que realmente tem o melhor equipamento e a distância para os demais é o suficiente para que possam se jogar numa batalha. Sergio Perez chegou a uma importante vitória, visto que ainda estamos no início do mundial e aproveitando-se bem da falha mecânica de Max para faturar essa. As voltas finais com os dois pilotos tentando marcar o território foi interessante, mas claramente não sairiam satisfeitos totalmente: enquanto que Sergio não gostou nada de ter ficado sem a melhor volta, entendendo que a equipe não lhe deu total parâmetro da condição de Max, este último acredita que poderia ter chegado à vitória caso a Red Bull não tivesse controlado tanto por temer uma quebra.

A verdade é que este duelo pode até mesmo acontecer em algumas etapas, mas sabemos que Sergio Perez está um degrau - ou até mesmo dois - abaixo de Max e isso trará sérios problemas para que ele desafie o principal piloto. Porém, é sabido também, que Sergio costuma ter um desempenho às vezes parelho com Max quando as corridas são realizadas em pistas urbanas e isso nos leva as duas próximas corridas que serão neste tipo de circuito: Melbourne, Baku e Miami são três pistas que podem ajudá-lo neste confronto. Mesmo que ele não vença, uma chance de tentar incomodar Max é real a partir do momento que consiga andar próximo, cravar uma pole, uma melhor volta (na derradeira passagem) e até mesmo vencer, daria ao piloto mexicano uma condição de sair fortalecido psicologicamente frente a um piloto que parece não se abalar fácil.

Por outro lado, caso seja derrotado impiedosamente (o que pode acontecer facilmente), o seu sonho de tentar beliscar algo a mais para o final do mundial, ficará apenas no desejo.

Será interessante observarmos o andamento do florescer desta possível batalha por estas três corridas.

Para os demais

Não há dúvida que a Aston Martin seja a terceira força deste campeonato. Arriscamos dizer que, caso Lance Stroll não tivesse quebrado, a chance dele pegar o quarto posto logo após de Fernando Alonso era grande. O ritmo imposto pelo piloto espanhol no final da corrida, quando foi comunicado da confusa punição, mostra o quanto que este carro é muito bem nascido: Alonso estava 4.3s a frente de Russell e em duas ou três voltas conseguiu subir para 5.1s e, momentaneamente, se livrar da possível punição - antes que os comissários entrassem em cena para realizar uma das mais patéticas punições dos últimos anos.

Enquanto que a Aston Martin mostrava que também tem a sua força, Mercedes e Ferrari continuavam a tentar se achar: a equipe anglo-saxônica fez um GP decente com seus dois pilotos, mas ficava claro que não teriam força para brigar contra a Aston Martin, mas tinham um ritmo bem melhor que a sua rival Ferrari que teve em Charles Leclerc um ritmo inicial muito bom, mas que depois ficaria estagnado. A alta degradação dos pneus tem sido, até aqui, o terror dos italianos.

Em relação as demais equipes, a Alpine teve um bom andamento com seus dois pilotos e a Haas sorriu um pouco com o ponto conquistado por Kevin Magnussen numa das poucas batalhas que essa corrida proporcionou, quando ele desafiou Yuki Tsunoda pelo décimo lugar. E se há alguém para chorar é a Mclaren, que teve um brilho com a ótima qualificação de Oscar Piastri e depois com um ritmo pífio no decorrer do GP.

Os próximos GPs serão bem interessantes, a partir do momento que haja alguma ação da parte que mais alimenta esperança. 

segunda-feira, 6 de março de 2023

GP do Bahrein - Ainda é cedo, mas...

 

A largada do GP do Bahrein, que abriu a temporada 2023 da Fórmula 1


Essa abertura do Campeonato Mundial de Fórmula-1 deixou uma impressão que chega soar como algo de doido: em que prova que Max Verstappen e Red Bull vão sacramentar os dois campeonatos? A superiodade deste duo nos faz regressar a momentos clássicos como 1992 com Nigel Mansell/ Williams ou 2004 com Michael Schumacher/ Ferrari.

É um exagero, afinal apenas o primeiro passo foi dado em Sakhir, mas esta impressão fora do eixo ainda no começo é por conta de equipes que deveria estar na cola deles, terem iniciado o campeonato batendo cabeça com seus bólidos: Ferrari e Mercedes ainda precisam desvendar - ou arrumar - suas crias para que possam desafiar o poder de fogo mostrado pelos rubro-taurinos.

A Ferrari é que pode, neste momento, conseguir algo frente a Red Bull, mas precisará lidar com o desgaste de pneus que apareceu bem acentuado neste GP e ficar de olho nos problemas que apareceram no motor de Charles Leclerc, que abandonou a corrida quando era terceiro por conta de falha elétrica - e claro, ter uma melhor organização nas estratégias e isso foi algo que, a princípio, parecem ter feito de modo correto nesta corrida.

O caso da Mercedes é bem mais complexo: ao que tudo indica, acordaram do seu conto de fadas sobre o zeropod e agora já estão no trabalho para entradas de ar convencionais. Isso sugere que o trabalho será ainda mais árduo que ano passado com o filho rebelde W13. Porém, é algo que dá a impressão de que já estavam esperando que não fosse resultar em grande coisa e por isso já estavam trabalhando em laterais convencionais. De toda forma, esperar algo deles ainda nessa primeira parte do mundial, soa como um verdadeiro devaneio.

Se estas estão perdidas, a Aston Martin, entra de forma positiva nesse balaio e até com vantagem sobre a Mercedes deixando uma boa impressão. O trabalho fabuloso feito por Fernando Alonso e o esforço de Lance Stroll, mostram que o projeto do AMR23 é algo a considerar e ser acompanhado com atenção para ver até onde a equipe pode chegar. Se as atualizações forem corretas, é uma equipe pode tentar beliscar uma vitória em alguma corrida tresloucada.

Falando do restante do pelotão, fica claro que aquele meio está bem bagunçado onde uma corrida é outra pode aparecer equipes para serem a melhor do resto. Times como a Mclaren, Alpine e Alpha Tauri, que deveriam ser as líderes do segundo escalão, não apresentaram grande coisa nessa prova de abertura. Quem devemos observar com atenção é a Williams, que já salvou um ponto logo de cara e teve um rendimento honesto e que nos faz pensar que podem, enfim, passar a lanterna do fundão para outro time.

A verdade é que a próximas duas provas, na Arábia Saudita e Austrália, nos dará uma visão mais clara de onde cada equipe possa estar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

GP de São Paulo - Redescobrindo a energia de Interlagos

 

George e Lewis festejando com a galera em Interlagos: a energia caótica de sempre
(Foto: F1 Twitter)

A última vez que eu havia pisado os pés em Interlagos em um dia de Fórmula-1, foi no histórico GP de 2008 que ficou marcado pela fabulosa decisão entre Felipe Massa e Lewis Hamilton que acabou pendendo para o britânico nos metros finais daquela corrida. 

De lá para cá, Lewis elevou a conta para incríveis sete títulos; Felipe Massa, Rubens Barrichello, Nelson Angelo Piquet, Lucas Di Grassi, Bruno Senna e Felipe Nasr encerraram as sua participações na categoria; Jenson Button e Nico Rosberg conquistaram seus campeonatos; Sebastian Vettel varreu os campeonatos de 2010 à 2013; Max Verstappen tornou-se campeão mundial. Enfim, muita coisa mudou neste meus 14 anos de ausência. 

No entanto, foi bom ver o nosso autódromo novamente efervescente em dias de Fórmula-1 sem ter um piloto brasileiro no grid, mas tendo adotado Lewis como um filho nosso após a apoteótica conquista de 2021 que teve como momento maior ele empunhando a bandeira brasileira num gesto que tão bem conhecemos. Para quem não tinha visto, foi um máximo. Para nós, os saudosistas, foi um resgate momentâneo de uma das grandes imagens que guardamos com carinho de um era onde "Éramos Reis". 

Mas a sina principal dessa senhora pista de 82 anos tem sido de proporcionar a todos momentos espetaculares e que ficaram cravados nas nossas retinas, como se fosse um grande filme digno de recorde de bilheteria. 

O melhor de tudo, nessa saga que tem sido nos últimos anos, é que Interlagos passou a ter o poder de decidir quem deve ganhar a corrida, assim como seus co-irmãos mais velhos como o Indianápolis Motor Speedway, Autodromo Nazionale de Monza, Le Mans e por aí vai. A cada ano que passa fica claro que aqui é um lugar perfeito para que voltasse a encerrar o campeonato.

Lugares assim são mágicos e a velha Interlagos de guerra tem feito para entregar aos fãs e pilotos a melhor experiência possivel. 

Magia pura. Só isso!


Russell, o dono das tardes em Interlagos

Um final de semana dos sonhos para o jovem inglês
(Foto: Mercedes Twitter)

O mais interessante de tudo é que George Russell marcou presença nos três momentos cruciais deste 2º GP de São Paulo: a sua escapada na freada no final da Reta Oposta, quando encontrou uma pista bem escorregadia por conta da chuva que estava bem mais forte, decidiu as coisas à favor de Kevin Magnussen para que o dinamarquês conseguisse largar da pole na corrida Sprint. 

Na Sprint - que relatada aqui por este que vos escreve - Max e George superaram Magnussen ainda nas primeiras voltas e o piloto britânico não deixou o bicampeão escapar em nenhum momento, mostrando uma incomum combatividade até conseguir ultrapassar Verstappen e despachar o piloto da Red Bull para uma vitória convincente numa bela tarde de sol em Interlagos.

O domingo prometia uma disputa até interessante: será que a Red Bull, que havia tido um desempenho abaixo do esperado, reagiria? As respostas começaram a ser respondidas com a ótima largada de George Russell seguido por Hamilton e logo em seguida Max. O acidente entre Daniel Ricciardo e Kevin Magnussen no Pinheirinho forçou a entrada do SC e após a relargada foi a vez de Lewis e Max reviverem a rivalidade de 2021 com um entrevero que custaria 5 segundos para Verstappen e futuramente uma chance de vitória de Hamilton, com os dois caindo na classificação. 

Para George restou apenas manter-se a frente e controlar algum avanço que Sergio Perez pudesse fazer. Num ritmo impecável e com a corrida na mão, ele apenas administrou a diferença que o separava de Hamilton - que fez uma belíssima recuperação - para conseguir uma emocionante primeira vitória na F1 e também da Mercedes nesta temporada, que aparentava ser desastrosa por conta do temperamental W13. 

"À minha família, meus amigos, meus companheiros de equipe e a todos que estiveram nesta jornada, obrigado. Não consigo colocar em palavras o quanto o seu apoio significa para mim e o quanto foi um esforço conjunto. Essa vitória é tanto sua quanto minha. Fizemos isso, juntos. Estou tão orgulhoso de todos vocês.". A fala de George, publicada em seu Twitter, expressa o que há de melhor quando alguém chega no seu objetivo, que é agradecer a todos que possibilitaram chegar neste momento."

Russell tornou-se o sexto piloto a vencer pela Mercedes na F1 (juntando-se a Juan Manuel Fangio, Stirling Moss, Nico Rosberg, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas) e o quarto britânico a vencer pela marca alemã em provas de monoposto junto de Richard Seaman, Stirling Moss e Lewis Hamilton.


Os demais...



Lewis Hamilton era um dos que poderiam ter desafiado George naquela tarde de tempo instável em Interlagos, não fosse o enrosco com Max Verstappen logo após a relargada: uma dividida na segunda perna do S do Senna causou alguns estragos para os dois rivais, os jogando para o meio do pelotão. Se para Lewis custou a chance de disputar a vitória, para Max foram cinco segundos ganhos como punição pelo enrosco. Foi o revival dos inúmeros enroscos que estes dois proporcionaram na eletrizante batalha de 2021.

Com uma escalada entremeada pelas paradas de boxe, Hamilton ficou oscilando entre 1,5 a 2 segundos de George sem nunca ter a chance de entrar na zona de detecção do DRS e nem mesmo o uso de asa de menor arrasto, que lhe proporcionava 5km/h a mais que Russell, deu condições para tentar a manobra - já que seu companheiro de Mercedes usava uma asa com maior carga que o ajudava na parte sinuosa de Interlagos. Lewis acabou em segundo, testemunhando a conquista de seu pupilo pela segunda vez naquele final de semana.

Max Verstappen, como já dito antes, não teve o melhor final de semana que todos pensavam. Mesmo se recuperando a fórceps, ainda teve uma rusga das grandes com seu companheiro Sérgio Perez por conta da ultrapassagem que fizera sobre ele já na parte final da corrida. Para o mexicano, que teve uma atuação bem abaixo nas duas provas, a não devolução da posição acabou custando pontos que poderiam ter lhe ajudado na disputa pelo vice contra Charles Leclerc e isso causou um tremendo mal estar na Red Bull. Com a devida rapidez, os panos quentes foram colocados e logo saíram as notícias de que Verstappen faria o que fosse possível para ajudar Perez a chegar ao segundo lugar do campeonato em Abu Dhabi. Porém, sabe-se lá o que vai acontecer no enjoado circuito de Yas Marina...

Falando em rusgas, o clima na Alpine não foi dos mais agradaveis após o toque entre Alonso e Ocon em plena reta dos boxes quando o espanhol tentou passar pelo francês durante a prova Sprint, o jogando para o fim do pelotão. De qualquer forma, foi interessante ver o bicampeão remar da 17ª posição e conquistar um impressionante quinto lugar nos brindando com um ritmo de prova alucinante. Aí sempre ficará a boa e velha pergunta: o que seria dele com um carro competitivo ali entre as três grandes.

Charles Leclerc foi um dos que sofreram com toques na corrida quando se enroscou com Lando Norris no contorno do Laranjinha, ao ser jogado contra a barreira de pneus. Por sorte o Ferrari saiu inteiro e ele pôde voltar para, também, escalar o pelotão e chegar num ótimo quarto lugar. Vai para Abu Dhabi empatado com Sergio Perez em 290 pontos na luta pelo vice-campeonato.

Assim como tem sido corriqueiro, Interlagos entregou o que tem de melhor para seus fãs: emoções em doses bem generosas.

A velha Interlagos de sempre nunca decepciona.

domingo, 5 de setembro de 2021

GP da Holanda - Super Max

 

(Foto: Red Bull Honda/ Twitter)

O retorno da Fórmula-1 à Zandvoort após 36 anos foi primoroso: uma torcida loucamente apaixonada e navegando pelo sucesso contagiante que tem sido esta temporada de Max Verstappen até aqui, onde o piloto holandês confirma a cada etapa a sua fase impressionante e que está pronto para chegar ao seu primeiro título mundial e escrever seu nome ao lado de lendas do motorsport local, como Arie Luyendyk (duplo vencedor da Indy 500 de 1990 e 1997) e Gijs Van Lennep (duplo vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1971 e 1976).

A certeza é que após este retorno triunfal do circuito, que tem a sua tradição na Fórmula-1, pode significar uma pavimentação para a renovação do automobilismo holandês aproveitando-se bem do impressionante Max Verstappen e - porque não dizer - de Rinus Veekay na Indycar. 

Afinal de contas, inspirações para os mais novos não faltará.


O Super Max

As expectativas para este GP holandês girava em torno de uma situação que poderia ser repleta de nuances causadas pela possível entrada do Safety Car em alguma ou algumas oportunidades. Mas as coisas foram bem diferentes e este retorno de Zandvoort ao calendário da Fórmula-1 foi pautada pela estratégia, onde os dois melhores pilotos do grid puderam se digladiar mesmo que não fosse no mano a mano como todos gostariam. 

A disputa pela pole entre Verstappen e Hamilton tinha dado o tom, com o piloto da casa conseguindo uma volta brilhante sem o uso do DRS - que falhou - e por muito pouco não deixou de bandeja para Lewis a condição de largar da pole. Isso já trazia uma expectativa de como os dois se comportariam na lendária curva Tarzan, que dá aos pilotos uma boa possibilidade de fazer seu próprio traçado e tentar uma manobra para superar o rival.

Mas aquela dose exagerada de expectativa foi pelo ralo com a boa largada de Max e com Hamilton segurando a segunda posição. Daí em diante as coisas viraram uma briga de gato e rato, com o inglês da Mercedes tentando se aproximar de Max e este respondendo de imediato. Os momentos de maior proximidade entre eles era por conta do tráfego, que é muito mais intenso que em Hungaroring e que se aproxima - e muito - do que é em Mônaco, mas Verstappen tinha uma melhor gestão em negociar os retardatários e livrava-se deles com certa rapidez enquanto que Lewis tinha dificuldades com isso. Ou seja: a chance de Verstappen perder este GP viria apenas em situações de quebra e/ ou erro (dele ou do box) e isso em momento algum aconteceu. E nem com Hamilton - ao que pese a primeira parada dele que teve uma pequena demora no encaixe do pneu dianteiro direito que lhe custou alguns décimos. 

As respostas da Red Bull em sempre marcar a Mercedes quando esta chamava Hamilton para as trocas de pneus valeu e muito. Principalmente na última, onde a equipe germânica esperava que a Red Bull usasse um jogo de pneus macios e contra-atacou ao usar em Max os pneus duros. Um golpe dura na Mercedes que não tinha as melhores informações sobre o composto e isso os deixou de mãos atadas, uma vez que eles colocaram pneus médios em Hamilton quando faltavam um pouco mais de 40 voltas. O que restou para a Mercedes, ao ver que não teria como se aproximar, foi proteger a melhor volta - apesar de um pequena tensão onde Bottas fez a volta mais rápida faltando três para o final e depois Hamilton respondeu para garantir o ponto, quando os dois tiveram pneus macios nas derradeiras voltas. 

Essa corrida foi uma atuação brilhante de Max Verstappen, talvez comparado a sua conquista em Paul Ricard neste ano. 


Os outros destaques...

Apesar do GP não ter agradado para quem esperava um duelo visceral e/ou as nuances de uma esperada entrada do Safety Car - que não concretizou - o meio do pelotão garantiu o entretenimento de certa forma.

Já que a sua classificação não foi das melhores, Sergio Perez foi o piloto do dia pela eleição ao recuperar-se muito bem e chegar em oitavo - ainda que no inicio da corrida tenha destruído o pneu dianteiro direito numa tremenda freada no final reta quando estava usando um jogo de pneus duros. A sua disputa contra Lando Norris, com os dois chegando a se tocar durante o contorno da Tarzan o que poderia muito bem ter dado uma movimentada na corrida. 

Fernando Alonso foi outro que brilhou em Zandvoort e a sua corrida poderia muito bem ter sido complicada caso a Alpine tivesse acatado o pedido de Esteban Ocon para que pudesse passá-lo, já que o jovem francês dizia estar mais veloz que o veterano espanhol. Porém, a lentidão inicial de Alonso foi por conta de uma preservação dos pneus- algo que ele comentou até - e que ele chegou fazer uso dessa tática nos tempos de Ferrari. A sua largada foi bem intensa - e tensa - chegando a botar um pneu na terra enquanto disputava ferrenhamente contra Ocon e Giovinazzi e ultrapassando os dois por fora no decorrer das curvas. Alonso ainda conquistaria a sexta posição de Carlos Sainz na abertura da última volta. 

Pierre Gasly pode não ter tido grandes duelos - para não dizer que passou em branco, fez uma bela ultrapassagem sobre Alonso na Tarzan - mas esteve extremamente constante desde os treinos e a sua qualificação foi primorosa ao se colocar em quarto. E na corrida ficou por isso mesmo: sem ter ritmo suficiente para acompanhar as Mercedes e Max Verstappen, Gasly manteve-se firme na quarta colocação e não teve com quem se incomodar. 

domingo, 1 de agosto de 2021

GP da Hungria - Dimanche Bleu

 


Hungaroring é mais odiada que amada e isso é fácil de entender por conta de sua natureza travada, onde os carros seguem um ao outro sem oferecer grandes chances de ultrapassagens e transformam as corridas em modorrentas procissões. Ok, isso mudou um pouco desde a adoção do DRS, mas mesmo assim é uma das pistas - excetuando as de rua - onde quem larga nas primeiras filas - principalmente das duas primeiras - tem uma chance de alcançar o lugar mais alto do pódio. Mas existem as suas exceções uma vez outra nesta pista localizada em Budapeste. 

O que se viu na tarde húngara foram lances memoráveis de uma temporada que tem sido a mais interessante desde 2012. O enorme erro de Valteri Bottas desencadeou uma situação que até então parecia estar marcada para mais uma batalha entre Hamilton e Verstappen, desta vez com o inglês liderando o pelotão com uma largada convincente. Ma a pista molhada foi traiçoeira para Bottas que logo acertou a traseira de Lando Norris, que levaria as duas Red Bull mais a frente causando um strike que deixou apenas Max Verstappen para contar a história no GP, mas de uma forma manca já que as badgeboards fora destruídas no contato com Lando. Um pouco mais atrás, como reflexo do enrosco, Stroll acabou tirando ele e Charles Leclerc da contenda. Ou seja: apenas na primeira curva, cinco carros de fora. 

A aparição da bandeira vermelha deu um tom ainda mais impressionante: com a Mercedes optando em não trocar os pneus intermediários de Hamilton, enquanto que o restante do grid foi aos boxes quando estavam a caminho do grid, proporcionou a bizarra cena de Lewis largando sozinho. O heptacampeão liderou apenas a primeira volta para em seguida ir aos boxes e trocar para os médios e voltar... em último, enquanto que a prova era liderada por... Esteban Ocon! O GP húngaro parecia ter embaralhado as cartas e entregado uma partida fenomenal pelas voltas seguintes. 


Atuações de primeira classe e uma mágica vitória dos Le Blues



A tarde em Hungaroring foi das mais agradáveis. Ela nos proporcionou situações das mais interessantes, onde uma boa parte do grid foi posta para mostrar do que poderiam fazer num carro de corrida. 

O duo da Williams aproveitou bem do caos para chegar aos pontos, um fato que não acontecia desde o GP da Itália de 2018 quando Stroll e Sergey Sirotkin ficam com a nona e décima posições. Lattifi marcou seus primeiros ponto ao terminar em oitavo e certamente guardará este momento, assim como em ver seu nome na terceira posição por algumas voltas. George Russell conseguiu seus primeiros pontos pela Williams com o nono lugar, algo que ele vinha perseguindo há tempos e que veio, com direito a se emocionar durante uma entrevista. 

Max Verstappen pouco pode fazer com um carro tão avariado, mas podemos dizer que ainda teve uma boa dose de sorte em dois lances pelo menos: por não ter tido a roda dianteira direita arrancada na batida de Lando Norris e depois por ter o pneu do lado esquerdo furado na feroz disputa que teve com Mick Schumacher - que esteve brilhantemente nas disputas contra carros muito mais rápidos que o seu naquelas primeiras voltas, mostrando uma maturidade impressionante. Certamente o prejuízo para o agora vice-líder seria ainda maior. 

Para uma corrida tão cheia de armadilhas no inicio, Yuki Tsunoda esteve muito bem ao livrar-se de toda aquela bagunça da primeira curva e durante a prova ele foi consistente e sempre próximo de Pierre Gasly, que travou boas disputas com Verstappen e Hamilton nas voltas iniciais. Para o francês, sobrou o ponto da melhor volta do GP alcançada na última volta e mais os nove da sexta posição. 

Fernando Alonso escapou de todo aquele entrevero e isso foi importante para o que viria mais a frente no GP. O seu encontro com Lewis Hamilton, que buscava ainda a vitória, após ter trocado dos duros para os médios naquelas últimas vinte voltas, nos proporcionou uma pilotagem de primeira qualidade vinda de dois mega campeões e velhos rivais de guerra. Foram de oito a dez volta com Hamilton tentando de todas as formas superar Alonso, mas o veterano espanhol sempre com uma pilotagem defensiva e limpa bloqueou todas as investidas do heptacampeão. Com aquela carga total de pressão, ficou impossível para Fernando segurar Lewis até que ele cometeu um erro na freada da primeira curva e deu a chance de Hamilton pegar o quarto lugar. Mas atuação de Alonso foi importante para proteger a futura conquista de Ocon e Alpine. 

A batalha contra Fernando Alonso foi o seu ponto alto na corrida, mas não da para ignorar a grande pilotagem de Hamilton. O erro da Mercedes - apesar de Toto dizer que de qualquer jeito Lewis cairia no pelotão, parando antes da relargada ou não - lhe custou uma fácil vitória em Hungaroring, mas garantiu uma corrida bem interessante: primeiramente ele ficou preso atrás de Gasly por um bom tempo e a troca dos médios para os duros foi uma escolha correta, tanto que ele ganhou as posições de Gasly e de um manco Verstappen para depois iniciar a sua escalada até chegar ao quinto lugar e ficar atrás de Carlos
Sainz por um bom tempo. A troca pelos médios nas vinte voltas finais nos deu a bela disputa com Alonso que o fez perder um bom par de voltas. Quando livrou-se do espanhol, ele teve que alcançar e ultrapassar Sainz para subir ao terceiro posto. Ele terminaria próximo de Ocon e Vettel, mostrando que se não tivesse perdido tanto tempo com Alonso, poderia ter partido para uma intensa disputa pela vitória com estes dois. E ainda terminaria esgotado, uma vez que a água havia acabado.

Talvez de todos estes, Carlos Sainz é o que menos tenha aparecido, mas teve uma prova constante entre os primeiros. O pódio estava quase no seu alcance, mas o ritmo de Hamilton, mais o desgaste dos pneus duros de sua Ferrari, impossibilitaram que ele chegasse ao terceiro lugar. 

Ocon e Vettel foram outros dois que nos presenteou com uma memorável disputa, não tão intensa quando a de Alonso vs Hamilton, mas como um jogo de xadrez com os dois se marcando constantemente. Desde quando eles apareceram em segundo e terceiro e depois em primeiro e segundo, Ocon e Vettel fizeram uma prova de gato e rato, distanciando aos poucos dos demais para continuarem uma disputa particular. Vettel ainda tentou algumas investidas contra o jovem francês, que soube se defender bem, mas em seguida Esteban voltou ao controle da situação e administrou uma vantagem que não foi muito além de 1,5 segundos. Para Vettel foi a repetição da ótima posição já alcançada no Azerbaijão este ano, mas a tensão em ficar sem o segundo lugar ainda ronda, uma vez que, segundo a FIA, não tinha 1 litro regulamentar de combustivel - tinha em torno de 300ml. Já Otto Szafnauer disse que havia 1,74 litros no tanque, o que é suficiente para a medição. Inicialmente Vettel tinha sido desqualificado, mas a Aston Martin conseguiu um recurso para impedir isso e o carro seguirá para a França para avaliação.

Ocon mostrou uma grande frieza, digna dos grandes campeões para manter-se na liderança e caminhar para uma inédita vitória para ele e a Alpine, alcançando uma conquista de piloto e equipe francesa que não vinha desde Olivier Panis e Ligier no distante GP de Mônaco de 1996 que, por coincidência, também foi uma corrida bastante atribulada - para completar a efeméride, este GP de Mônaco foi também a última vez onde além da vitória ter sido de piloto e equipe francesa, a melhor volta também ficou para um piloto francês com Jean Alesi cravando a marca na ocasião. Desta vez, foi a vez de Pierre Gasly fazer a melhor volta no GP húngaro. 

São situações como esta da Hungria onde a oportunidade de uma história tão bacana pode ser feita. Num campeonato tão imprevisível como este, pode ser que ainda tenhamos outra chance de vermos algo do tipo. 


segunda-feira, 3 de maio de 2021

GP de Portugal - Marcação

O momento em que Hamilton supera Verstappen na briga pela segunda posição
(Foto: Autosport/ Twitter)


Talvez este GP português, no sempre belo e desafiador circuito de Portimão - que já caiu nas graças dos fãs - não tenha sido tão emocionante quanto o do 2020, mas foi palco de mais uma batalha entre Hamilton e Verstappen. A marcação cerrada entre os dois foi a marca registrada no inicio e no fim da prova, mesmo que o ritmo da Mercedes de Hamilton tenha melhorado consideravelmente - mesmo usando os pneus duros no único pit-stop feito pelo sete vezes campeão, a exemplo de Max, Bottas e Perez.

O vacilo de Lewis na relargada - originada pelo SC que entrou após o toque entre as duas Alfa Romeo, com Kimi Raikkonen levando a pior - deu a oportunidade para Max conseguisse a ultrapassagem no final da grande reta. Porém, com um ritmo bem melhor, Hamilton aproveitou para começar a tirar a diferença e aproveitar-se mais tarde de um erro de Verstappen para ultrapassá-lo no final da reta dos boxes. Não demorou muito ao inglês chegar e passar Bottas que vinha com um ritmo um pouco abaixo de seu companheiro. É bem provável que tenha havido intervenção de Toto Wolff nessa situação, mas a melhor velocidade do inglês era evidente e bastava algum tempo para que ele superasse o finlandês - mas ha de se dizer que a intervenção seria necessária, uma vez que Max ainda estava por perto e não valia a pena deixar Valtteri travando o rendimento de Lewis. 

A real disputa pela vitória ficou no passado com essa manobra de Lewis superando Bottas e o finlandês trabalhando no que podia para segurar o ritmo de Max, que não estava no melhor dos dias do Red Bull - e isso ele reconheceu nas entrevistas. Tanto antes da troca de pneus, quanto depois, Hamilton esteve rápido o suficiente para manter-se a frente e contra-atacar qualquer que fosse a reação de Max que parara antes e tinha conseguido ganhar a posição de Bottas nos boxes. Se não dava para alcançar Hamilton, o jeito era se preocupar com Valtteri, mas o pobre finlandês teve o azar do escapamento apresentar problemas e limitar seu rendimento e o tirar da luta pelo segundo lugar - ao menos teve um pingo de sorte nesta situação, já que Sergio Perez estava longe de alcançá-lo. 

Abrindo um pequeno adendo ara uma corrida morna como esta de Portugal, é de se destacar o bom rendimento de Fernando Alonso após uma qualificação sofrível onde o espanhol ficou na 13ª posição e seu companheiro de Alpine, Esteban Ocon, ficando num ótimo sexto lugar. Alonso conseguiu esticar a sua parada de box realizando ela quando estava em sexto e quando voltou para corrida, já estava em 11º e daí em diante foi escalar o pelotão até terminar em oitavo com um pouco mais de 1 segundo de atraso para Ocon que terminou em sétimo. Como o próprio Alonso chegou falar, ele concentrou toda raiva pela má classificação na corrida e salvou bons pontos e ainda diminuiu o prejuízo para Ocon. Foi um final de semana muito bom para uma equipe que na sua encarnação passada, a Renault, fechou com bons resultados o ano de 2020.

Voltando para a batalha na dianteira, tanto para a Mercedes quanto para a Red Bull esta temporada será pautada por jogos de equipe justamente por ter um cenário tão apertado que está nesse momento e que pode muito bem se estender por toda a temporada. Numa corrida pode ser a Mercedes a dominante, como em outra pode ser a Red Bull e em outras um parelhamento nos desempenhos que será decidido nos detalhes. 

Em Barcelona, por mais que seja um circuito modorrento para a Fórmula-1, dará um cenário importante de como está a real força das equipes.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Foto 877: Spanish Bombs

(Foto: Motori News)

Sabemos bem que a aposta é alta e arriscada. Sabemos também que tanto a Renault quanto Alonso sabem onde estão amarrando seus respectivos burros e que a chance de não dar em nada esse “terceiro casamento” é grande – e sem dúvida essa é a maior aposta da opinião automobilística no momento, que prevê abalos sísmicos já para a primeira parte do campeonato da Fórmula-1 em 2021. Mas, por outro lado, isso é parte de um pacote que tem tudo para ser dos mais interessantes, independente de qual seja o resultado dessa terceira união.
Apesar das comparações do retorno de Fernando Alonso com o de Michael Schumacher ter sido levantado nestas últimas horas, vale lembrar que o retorno de Schumacher em 2010 tinha uma grande diferença e essa repousava sobre o regulamento bem diferente daquele que o heptacampeão cravou suas bases para se tornar o maior da categoria, ao arrasar todos na primeira metade dos anos 2000. Apesar do jogo psicológico que ele imprimiu sobre Nico Rosberg, o filho de Keke não deu tempo para que Michael se readaptasse ao novo momento da categoria e triturou o multicampeão sem piedade. Fernando voltará com após dois anos de ausência onde o regulamento ainda será bem parecido com o que ele experimentou até a sua última estadia em 2018, porém, a exemplo do mesmo Schumacher, estará ao lado de um jovem sedento para mostrar a todos que pode andar igual o mais do que um piloto que acabou de voltar de uma “aposentadoria”. Esteban Ocon, que voltou neste ano como piloto da Renault, terá 24 anos contra os 40 de Alonso e certamente terá a sua grande chance de mostrar que é um dos jovens promissores dessa geração que vem se renovando desde a estreia de Max Verstappen e Carlos Sainz em 2015. Apesar de não ser mais um jovem, para Alonso restará a sua vasta experiência e também o fato de não ter ficado inativo – o que talvez tenha contribuído bastante para Michael Schumacher tenha voltado fora de ritmo – e voltar um ano antes da troca de regulamento é uma boa ajuda.
Tanto a Renault quanto  Alonso procuram um lugar ao sol novamente e a visão deles se apegam ao regulamento que está para começar em 2022, com um teto orçamentário que dá a equipe francesa um melhor conforto para poder trabalhar e tentar beliscar uma parte do bolo e voltar ao grupo da frente. Portanto, o ano de 2021 é será de muita paciência e os dois lados sabem bem disso e precisarão se ajudar mutuamente para que tudo chegue corretamente no seu momento. Certamente será uma guerra de nervos que todos estarão de olho esperando que a primeiras bombas no QG da Renault sejam detonadas para apontarem o dedo e gritarem “Eu lhes avisei!”.
Por mais que acredite que Alonso não chegará ao seu objetivo, é uma grande oportunidade para ele mostre que está disposto a ajudar de todas as formas aquela que deu a ele a oportunidade de ser duas vezes campeão do mundo. Para a Renault também será a oportunidade de se inspirar no passado e montar uma base vencedora e voltar aos seus dias de glória, seja com Alonso, seja com Ocon ou com quem quer que seja.
A verdade é que as cartas estão na mesa e mais um desafio estará em jogo. Se eles voltarão a reviver seus dias de glória de quase vinte anos atrás ou amargarão mais uma decepção, os próximos anos nos darão as devidas respostas.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Os dez melhores pilotos desta década da Fórmula-1



Escrever sobre os melhores de qualquer área não é uma tarefa das mais fáceis. Jamais conquistará uma unanimidade, não agradará gregos e troianos e sempre será questionado porque tal nome não está incluso naquela seleção. É um trabalho bem barra pesada, espinhudo, digamos.
Montar a lista dos dez melhores pilotos dessa década da Fórmula 1 foi uma tarefa bem interessante, justamente num período que apareceu uma safra bem legal impulsionada pelas academias que as equipes montaram. Portanto, deixar de lado alguém nessa seleção do "Top Ten" pode até parecer uma injustiça, mas acaba sendo compreensível visto que tivemos uma galera muito boa nesta década.
Sem mais enrolação, vamos a lista:


 
1 - Lewis Hamilton – O talento de Lewis ainda era latente naqueles primeiros anos dessa década, mas ficou um gosto amargo por não ter transformado isso em títulos pelos menos em duas ocasiões: 2010 e 2012 Hamilton acabou ficando pelo caminho por erros bobos que o deixaram de fora das decisões. Em 2011 foi derrotado por Jenson Button na Mclaren, na sua pior temporada deste período e ali já era um indicio que uma mudança de ares podia lhe fazer bem. Bateu Jenson na temporada de 2012, mas ao final daquele ano deu tchau a equipe que o acolheu e foi enfrentar o desafio que a Mercedes lhe proporcionara. A primeira vista parecia ter sido um tiro n’água devido os problemas de ritmo de corrida da Mercedes em 2013, mas ao final do GP da Austrália de 2014 as desconfianças deram lugar a um espetacular período que ele e Rosberg conseguiram aproveitar-se de modo integral pelos anos que se seguiram. Mas como nos episódios onde o indivíduo vende a alma ao diabo e este lhe cobra um preço alto, a sua amizade de longa data com Nico se esvaiu e ambos tornaram-se arqui-rivais. Lewis conseguiu vencer Nico em 2014 e 15, mas sofreu uma derrota que lhe dói até hoje – uma ferida aberta que jamais cicatrizará por não ter a oportunidade de uma revanche. Porém essa derrota foi importante para Lewis: se preparou melhor para enfrentar um oponente que era bem superior a Nico e, consequentemente, mais perigoso. Sebastian Vettel era um rival a considerar e isso foi muito bem visto nas primeiras metades dos campeonatos de 2017 e 18, quando o alemão esteve em grande forma com a Ferrari. Porém a melhor parte da festa a Mercedes preparava para a segunda perna do campeonato ao entregar um pacote forte a Lewis, que foi implacável para destruir qualquer chance de título da Ferrari nessas duas ocasiões ao pilotar o fino do automobilismo e garantir os títulos com antecedência. Uma precisão que foi estendida até 2019, aproveitando-se bem do fato da Ferrari e Red Bull estarem perdidas permitindo ao inglês toda a chance de construir uma larga diferença na primeira parte do mundial e administrá-la na segunda, para vencer seu sexto titulo mundial. Seu engajamento em questões sociais e ambientais mostra o quanto que Lewis mudou no decorrer dos anos. Ter saído da aba da Mclaren e de seu pai foi um passo importante e ter encontrado em Niki Lauda um mentor assim que chegou na Mercedes e posteriormente em Toto Wolf uma situação similar quando Niki passou para o outro plano, deu a Lewis uma segurança muito maior para poder continuar focado nas corridas mesmo quando tenha que ir para algum desfile e/ ou lançamento de grifes e no outro dia vestir sua indumentária e pular dentro do Mercedes e se doar até mais que 100% para conquistar uma pole e uma vitória. A mudança de postura de Lewis lhe valeu cinco títulos mundiais nesta simbiose quase que perfeita com a equipe alemã, confirmando o seu fabuloso talento que já havia sido deflagrado ainda nas categorias de base.


2 - Sebastian Vettel – Houve alguém que não apontasse o alemão como um candidato forte a ser o novo recordista da categoria? Apesar de algumas atrapalhadas, Sebastian Vettel tinha uma velocidade absurda naqueles primeiros anos dessa década e que tinham sido bem vista no ano de 2009 quando foi vice de Jenson Button. Colocando a cabeça no lugar e confiando no taco da equipe técnica da Red Bull, chefiada pelo mago Adrian Newey, Vettel passou a ser o cara mais temido e a ser batido naquele período entre 2010 e 2013 onde esteve a bordo de carros que correspondiam bem ao seu estilo de pilotagem. E isso tudo faz uma tremenda diferença, mesmo em temporadas equilibradas como a de 2012 onde ele não teve o melhor carro do primeiro certame, mas que vital para coletar pontos importantes para quando recebesse uma versão atualizada do RB8 na parte final do campeonato partisse para aniquilar de vez a chances de Fernando Alonso ganhar o titulo, num dos campeonatos mais ferrenhos dessa década. No entanto, em 2013, mesmo tendo que lutar contra os instáveis pneus da Pirelli até certa parte do campeonato, quando o carro RB9 se adaptou a borracha italiana e esta teve que rever a sua construção após as explosões de pneus em Silverstone, Vettel transformou aquele certame num passeio absurdo ao vencer as últimas nove corridas de forma convincente e imponente, somando um total de treze vitórias num ano praticamente perfeito que o coroou tetracampeão mundial. Mas mudança no regulamento de 2014 trouxe a Vettel uma dificuldade incomum em entender o carro daquele ano e acabar sendo dominado por Ricciardo. A sua ida para a Ferrari em 2015 foi o reinicio de um ciclo importante, onde chegou para ser o cara a liderar a “Rossa” aos títulos mundiais: apesar de uma temporada altamente produtiva, onde venceu três corridas levantou o ânimo de uma equipe combalida pelo desastroso 2014 que tiveram, Sebastian mergulhou para um frustrante 2016 onde passou em branco para ressurgir fortemente em 2017 quando os Formula-1 voltaram a ter altas cargas de aerodinâmica. Esteve no páreo pelo titulo, mas a Ferrari perdeu o fôlego na segunda parte do mundial e permitiu que a Mercedes levasse mais um vez a taça; em 2018, numa reedição que acontecera um ano antes, a Ferrari voltou a perder o mundial após uma segunda parte de mundial fraca, mas desta vez aliando seus erros aos de Vettel que não esteve no seu melhor após o desastroso GP italiano, onde a torcida italiana esperava o melhor da equipe e de Sebastian após sua fabulosa vitória em Spa-Francorchamps uma semana antes e da dobradinha que ele e Raikkonen conseguiram no sábado em Monza. O restante daquele mundial de 2018 foi marcado por uma sucessão de erros de Sebastian que passou a coloca-lo em cheque. A vinda de Charles Leclerc em 2019 elevou a competição na equipe, mas Sebastian apresentou uma breve melhora onde logo ficou apenas uma sombra quando seus erros reapareceram. Mas mesmo assim, ainda podemos ver um pouco do seu talento nas corridas do famigerado GP do Canadá, Alemanha e principalmente Singapura, onde mostrou que ainda sabia comandar uma corrida como nos velhos tempos.

 
3 - Nico Rosberg – O que dizer de um piloto que conseguiu superar pilotos do naipe de Michael Schumacher e Lewis Hamilton e ainda teve tempo de cravar seu nome numa década que foi resumida ao domínio de dois pilotos? Nico Rosberg não foi o mais brilhante dos pilotos de sua geração, mas sempre teve velocidade e regularidade de sobra para conseguir chegar ao olimpo. A chance de pilotar para a Mercedes foi um ponto importante para uma carreira que parecia fadada a ficar andando no meio do pelotão com a Williams e lutando pelas migalhas aparecessem nos GPs. Qualquer piloto poderia ficar intimidado em dividir o ambiente com um gênio da raça como Michael Schumacher, mas Nico não tomou conhecimento e aproveitou-se bem da dificuldade de readaptação do heptacampeão para dominá-lo amplamente nas três temporadas em que estiveram lado a lado na Mercedes. No computo geral das três temporadas em que Rosberg enfrentou Michael, o filho de Keke bateu o multicampeão nas classificações (43x15); nos pontos (324x197) e no número de pódios (5x1), sendo que um destes pódios foi a sua vitória na China em 2012. A vinda de seu velho conhecido – e então amigo – Lewis Hamilton, elevou a competitividade na equipe já em 2013, mas foi a partir de 2014 quando a Fórmula 1 mergulhou na era dos motores Turbo Hibridos que a rivalidade entre estes rapazes se intensificou de forma absurda. Em posse dos melhores carros do grid, Rosberg e Hamilton entraram em rotas de colisões – literalmente – em algumas situações que só fez destruir uma amizade construída ainda na época do Kart e que foi posta em jogo quando estiveram face a face pela luta de um título mundial na Fórmula-1. Nico perdeu em 2014 e foi massacrado em 2015, mas conseguiu domar seu antigo colega em 2016 para conquistar seu único título mundial, igualando a marca de seu pai. E como num roteiro de filme, anunciou a sua precoce aposentadoria das competições fazendo com que Hamilton engolisse a seco o gosto de uma possível revanche que jamais reapareceu.

 
4 - Fernando Alonso – A figura do piloto espanhol nesta década foi uma das mais importantes, exatamente por ser amado e odiado em doses altamente cavalares. Fernando Alonso moveu uma legião de fãs e detratores até a sua despedida na F1 ao final do ano de 2018, numa década que podia muito bem ter lhe dado pelo menos um título mundial. A perca dos títulos de 2010 e 2012 – para o seu carrasco Sebastian Vettel – foram por pequenos detalhes onde ele e a Ferrari não conseguiram resolver os problemas a tempo para que o “Spanish Bombs” de Oviedo pudesse garantir pelo menos dois desses possíveis campeonatos. Mas o que ficou claro neste período é que Fernando Alonso não baixou a guarda em momento algum, procurando ficar em evidência sempre mesmo que a polêmica o acompanhasse de forma inevitável – como não esquecer da famosa troca de posições em Hockenheim 2010; da quebra do lacre do motor de Felipe Massa em Austin 2012 e do eterno “GP2 Engine” em Suzuka 2016, apenas para citar alguns. Mas ainda sim o bicampeão esteve em grande forma naquele período da Ferrari onde esteve muito a frente de Massa entre 2010 e 13; destruiu Kimi Raikkonen em 2014 sem tomar conhecimento; perdeu para Button no seu retorno a Mclaren em 2015, mas tomou conta do pedaço em 2016; e foi superior ao jovem Stoffel Vandoorne nas duas temporadas em que estiveram dividindo o ambiente na Mclaren. Mas o seu temperamento altamente explosivo é que azedou as coisas por onde passou, exatamente por não a paciência que os campeões costumam ter. Porém, seus melhores momentos nesta década ficam por conta da sua entrega de corpo e alma as corridas; a sua mágica vitória em Valência 2012; os inúmeros memes que foram criados na sua segunda passagem pela Mclaren e na bela homenagem prestada por Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, quando estes o escoltaram até a reta de largada de Abu Dhabi no seu último GP na categoria.


5 - Max Verstappen – A chegada do filho de Jos Verstappen a categoria abalou as estruturas da F1 e do motorsport de certa forma: com apenas 17 anos Max tomava partido de um carro de Formula-1 e alinhava para o seu primeiro GP com um 12º lugar pela Toro Rosso em Melbourne e marcando seus primeiros pontos já na corrida seguinte na Malásia, ao fechar em sétimo. Isso levou a FIA a impor regras para que pilotos conseguissem a Super Licença (um número “X’ de pontos acumulados nas demais categorias para obtenção da Super Licença) e também a sua ingressão na F1 (que tornou-se obrigatório ter mais que 18 anos). Mesmo com toda essa precocidade, Max não tomou conhecimento e rapidamente se estabeleceu como um dos pilotos mais velozes do grid, tendo apenas que talhar bem o seu talento: a velocidade estava ali, porém a agressividade estava presente e teria que ser bem trabalhada para que ele não se metesse em confusões. Mesmo que isso demorasse um pouco a ser domado e Max se envolvesse em alguns incidentes, o holandês subiu rapidamente para a Red Bull – para o lugar de Daniil Kvyat – já em 2016 e logo no seu primeiro GP, em Barcelona, venceu após o enrosco das duas Mercedes que deixou caminho aberto para que Red Bull e Ferrari pudessem batalhar pela vitória. Mesmo terminando atrás de Daniel Ricciardo naquele ano, ficou claro que o holandês era uma estrela em ascensão.  E isso se intensificou em 2017 quando os números passaram a ser melhores que o de Ricciardo, com o australiano ganhando apenas na pontuação final (200x168) e no numero de pódios (9x4). Max  superou Daniel nas classificações (13x7); nas corridas (11x9) e nas vitórias (2x1). Em 2018 Verstappen foi ainda mais incisivo ao derrotar Ricciardo nos pontos (249x170); nas classificações (14x6); nos pódios (11x2); e empatados nas vitórias (2x2). Em 2019 Max foi soberano sobre seus dois companheiros de equipe no decorrer da temporada (Pierre Gasly e Alexander Albon) e teve uma melhora considerável nessa segunda parte do mundial. Porém, seus duelos com Charles Leclerc, especialmente na Áustria e Inglaterra, foram um dos melhores momentos do ano e sem dúvida uma prévia do que muita gente espera que seja o possível duelo entre estes dois jovens pilotos na próxima década.

 
6 - Jenson Button – A década passada para Jenson mais parecia um conto de fadas que não desabrocharia de modo algum, sempre pegando algumas “buchas” pelo caminho como foi o período nada glorioso  com a Honda. Mas em 2009 as coisas mudaram da água para o vinho com a histórica temporada da BrawnGP que lhe deu a oportunidade de, enfim, conquistar o tão sonhado titulo mundial. Nesta década Button teve seu nome ligado diretamente a Mclaren, para quem foi pilotar em 2010 e duelar com o seu conterrâneo Lewis Hamilton. Apesar de não ter a velocidade pura e crua de Lewis, Jenson tinha a regularidade a seu favor e por mais que perdesse nos treinos (13x6) e na pontuação final (240x214), Button esteve próximo nas vitórias (3x2) e também nos pódios (9x7). Mas em 2011 foi a desforra ao aproveitar-se dos inúmeros erros de Hamilton e cravar uma pontuação superior ao campeão de 2008 (270x227) e derrotar Lewis também nos pódios (12x6). No ultimo ano de parceria, em 2012, Lewis venceu o duelo interno contra Button ao marcar dois pontos a mais no campeonato (190x188); nos grids de largada (15x5). A partir de 2013, já sem Hamilton na equipe, Button foi o piloto principal da Mclaren e naquele ano teve ao seu lado Sergio Perez, na qual teve uma boa disputa ao marcar mais pontos que o mexicano (73x49) e vencer a disputa nas classificações (10x9). Em 2014 Jenson Button teve Kevin Magnussen como companheiro e o jovem dinamarquês superou o inglês nas classificações  (10x9), mas perdeu na pontuação final com Jenson fazendo 126 pontos contra 55 de Magnussen. Jenson dividiu a Mclaren com Fernando Alonso entre 2015 e 16, sendo que no primeiro ano superou o espanhol na pontuação (16x11) e perdeu nas qualificações (9x8); enquanto que em 2016 Alonso esteve a frente nestes dois quesitos (54x21 na pontuação e 15x5 nas classificações), nesta que foi a ultima temporada completa de Button na Formula-1. Jenson voltou ainda em 2017, quando disputou o GP de Mônaco no lugar de Alonso – que estava na Indy 500 – onde acabou abandonando na volta 57.

 
7 - Daniel Ricciardo – Se existiu algum piloto tão popular nessa década da Fórmula-1, acabou perdendo de lavada para Daniel Ricciardo. O carismático australiano parecia apenas mais um na categoria quando estreou pela finada HRT no GP da Grã Bretanha de 2011 no lugar de Narain Karthikeyan. Em 2012 subiu para a Toro Rosso, onde perdeu na pontuação para Jean Eric Vergne (16x10) e ganhou nas qualificações (15x5). Em 2013, com mais experiência, conseguiu bater o francês na pontuação (20x13) e nas qualificações (15x4). Porém, quando foi anunciado que iria substituir Mark Webber na Red Bull, os primeiros pensamentos seriam de que ele fosse um mero escudeiro para o então recém tetracampeão Sebastian Vettel. Mas a coisas saíram melhor que a encomenda: aproveitando-se da dificuldade de adaptação de Vettel ao RB10, Ricciardo foi impiedoso com o então campeão reinante ao superá-lo na classificação final (238x167) e nas classificações (10x9), e deu a equipe rubro taurina as únicas três vitórias daquele ano e sempre com grande exibição destacando sempre a sua facilidade em realizar ultrapassagens em momentos cruciais das corridas, especialmente no Canadá e Hungria que foram palcos de suas duas primeiras conquistas. Com a saída de Vettel para a Ferrari em 2015 Daniel tornou-se o piloto referencia na Red Bull, mas acabou sendo superado na pontuação por Daniil Kvyat (95x92). Pelas próximas três temporadas o australiano duelou com Max Verstappen na equipe, onde superou o holandês em 2016 e 2017 e perdeu em 2018, no seu ultimo ano na Red Bull. Em 2019 mudou-se para a Renault, onde bateu Nico Hulkenberg nas classificações (14x7) e na pontuação (54x37).


8 - Charles Leclerc – A gama de pilotos prodígio teve seu auge exatamente nesta segunda parte da década com a entrada precoce de Max Verstappen em 2016. Duas temporadas mais tarde foi a vez de Charles Leclerc iniciar a sua caminhada na categoria e já mostrar serviço ao volante da Sauber nos vinte e um GPs de 2018. Com uma tocada precisa e procurando constantemente reduzir a zero os erros, Charles teve seu nome rapidamente alçado a Ferrari após ter dizimado Marcus Ericsson no duelo interno da equipe ao ter feito 17 x 4 nas qualificações e 39 x 9 na pontuação final. A sua ida a Ferrari para ser companheiro de Sebastian Vettel criou grande expectativa, exatamente por esperar como seria seu comportamento em 2019: apesar de uma corrida não tão brilhante em Melbourne, onde terminou logo atrás de Vettel, foi no Bahrein que Charles mostrou seu poder de fogo ao batalhar contra Sebastian e superá-lo na batalha. Teria vencido a corrida com folga se problemas no motor não tivesse tirado dele uma vitória certa. Outras oportunidades apareceram como na Áustria ao vacilar durante o duelo com o seu grande rival de longa data Max Verstappen. Charles adotou uma postura mais agressiva e partiu para duas vitórias convincentes em Spa e Monza (nesta última uma conquista que não vinha desde 2010). Charles terminou na frente de Sebastian Vettel ao final do campeonato de 2019, ao superar o tetracampeão nas qualificações (12x9) e na pontuação (264x240).


9 - Valtteri Bottas – Quem vê Bottas hoje sendo um fiel escudeiro de Lewis Hamilton, talvez nem imagine – ou tenha esquecido – que ele era uma das grandes promessas quando aportou na Williams na temporada de 2013 e levando o problemático FW35 a um surpreendente terceiro lugar no grid do GP do Canadá quando a classificação foi realizada em condições de pista molhada. As expectativas foram aumentando conforme as temporadas seguintes avançavam: correndo ao lado de Felipe Massa entre 2014 e 2016, Valtteri foi constantemente mais veloz que o piloto brasileiro e isso lhe valeu uma grande oportunidade na carreira: quando Nico Rosberg surpreendeu a todos ao anunciar a sua aposentadoria, o nome de Valtteri foi logo alçado a essa chance, uma vez que ele era empresariado por Toto Wolf. Bottas conseguiu a mais cobiçada das vagas na Formula-1 até então, porém lutar contra Lewis Hamilton não tem sido uma tarefa das mais fáceis e o piloto finlandês tem sido constantemente batido pelo inglês que desde 2017 tem reinado absoluto. Mesmo que Valtteri não seja páreo para o hexacampeão, ele teve lá seus dias de brilhantismo como ficou bem visto na sua primeira vitória na F1 (Rússia 2017) e na Austrália (2019).

 
10 - Kimi Raikkonen - Quando o piloto finlandês voltou a categoria após duas temporadas de recesso, ficou claro que Raikkonen continuava em forma. A sua temporada de retorno foi altamente positiva: com o Lotus, Raikkonen fechou em terceiro com uma vitória e sete pódios. Já em 2013 conseguiu números quase parecidos com o de 2012, com o aumento de um pódio em relação ao ano anterior. Porém o seu retorno a Ferrari a partir de 2014 foi uma imersão num período nada produtivo: enquanto que levou uma sova de Fernando Alonso naquele ano de retorno, esteve constantemente atrás de Sebastian Vettel nos anos de 2015 e 17, mas em 2016 e 18 Kimi conseguiu equilibrar as situações, mesmo que Sebastian mostrasse ser mais veloz no computo geral das corridas. Após esta sua segunda passagem pela Ferrari, que lhe rendeu uma vitória em 2018, ele rumou para a Alfa Romeo na  temporada de 2019. Por mais que não tenha mais toda aquela velocidade que o tornou num dos pilotos mais velozes deste século, constatado na década passada, Kimi Raikkonen acabou por tornar-se um dos mais populares do grid por conta de suas tiradas que beiram o sarcasmo e também pelas declarações quase que monossilábicas. Em 2020, certamente, será o piloto com o maior número de GPs da história da categoria, já que está a dez corridas de igualar a marca de Rubens Barrichello (323 x 313).

sábado, 6 de abril de 2019

Foto 726: O GP 700, Interlagos 2003








Chuva, muita chuva, rodadas, batidas, dramas e um punhado de histórias para contar. Aquele GP do Brasil de 2003 - que sediava a corrida 700 da história da F1 - foi dos mais caóticos da década passada. Mas que é sempre bom relembrar, principalmente para quem estava "in loco".
Uma torcida imensa por Rubens Barrichello; um festival de rodadas na saída da curva do Sol, incluindo a que Michael Schumacher sofreu e quase acertou o trator que resgatava os carros de Montoya (Williams) e Pizzonia (Jaguar). A torcida vibrando o abandono do então pentacampeão mais parecia uma comemoração de um gol; toda aquela expectativa sobre Rubens se esvaiu quando ele encostou seu Ferrari antes do Laranjinha por conta de uma pane seca; o impressionante acidente de Mark Webber na curva do Café e depois a forte colisão de Fernando Alonso antes a reta dos boxes, ao acertar os destroços da batida de Webber ocasionando, assim, a bandeira vermelha. E para completar, a confusão feita pela direção de prova ao dar a vitória para Kimi Raikkonen ao invés de Giancarlo Fisichella, que superara o finlandês no Mergulho do Lago na volta 54 (alguns instantes antes do acidente de Webber e uma volta antes da batida de Alonso).
Para que vos escreve, que estava trabalhando pela primeira vez num GP do Brasil, foram dias para lá de especiais.
Hoje completa exatos 16 anos daquele GP 700 da Fórmula-1.

Fotos: Motorsports Images

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