Mostrando postagens com marcador GP do Canadá. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador GP do Canadá. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 13 de julho de 2021

F1 Onboard Lap: Thierry Boutsen, Montreal 1990

 

(Foto: ericok/flickr)

A temporada de 1990 foi a oitava do belga Thierry Boutsen na Fórmula-1, que estreou na categoria no GP da Bélgica de 1983 pela Arrows.

Aquele ano de 1990 era o seu segundo pela Williams-Renault, onde ele ganhou seus dois primeiros GPs em 1989 nas corridas do Canadá e Austrália.

Em 1990 Boutsen venceria o GP da Hungria e encerraria o campeonato na sexta posição com 34 pontos.

No vídeo, a sua volta onboard no circuito Gilles Villeneuve na edição do GP do Canadá de 1990 – prova que ele acabou abandonando na volta 19 após um acidente com o Ligier de Nicola Larini.

Thierry Boutsen completa 64 anos hoje.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Foto 977: Johnny Herbert, GP do Canadá 1989

 


Uma tentativa duplamente dolorosa... Johnny Herbert com o Benetton B188 durante os treinos para o GP do Canadá de 1989, então sexta etapa do campeonato. 

Para a Benetton, num todo, foi um final de semana para esquecer em Montreal: Alessandro Nannini e Johnny Herbert não acharam o melhor acerto para o carro desde os treinos livres, o que refletiu - e muito - na qualificação: Nannini arrancou um 13º lugar, enquanto que Herbert não teve melhor sorte. Além dos problemas de manejo do carro, ele sentia fortes dores no tornozelo afetado no seu acidente no final de 1988 em Brands Hatch, ainda quando competia na Fórmula 3000. Juntando tudo isso, Johnny não conseguiu qualificar-se para o GP canadense ao ficar na 29ª posição. 

O calvário da Benetton completou-se no domingo quando Nannini foi aos boxes para trocar os pneus para pista molhada pelos slick. O problema é que isso foi feito quando os carros já estavam em regime de volta de formação de grid, o que é proibido. Além de Nannini, Nigel Mansell e Luis Perez-Sala também efetuaram a troca para os slicks, mas apenas Alessandro e Nigel é que saíram para pista. O correto era ter largado dos boxes - sendo que a saída devia estar fechada e/ou com algum fiscal para sinalizar para aqueles que pretendessem sair - mas apenas luzes amarelas que estavam piscando. Sala fez o correto: esperou todos os carros passarem para depois ele sair do box. Para Nannini e Mansell restaram apenas levar bandeira preta e serem desqualificados do GP. 

Este GP veio marcar a primeira vitória de Thierry Boutsen na Fórmula-1, assim como o retorno da Williams ao círculo dos vencedores, fato que não acontecia desde o GP do México de 1987 quando Mansell venceu. Patrese ficou em segundo, também dando a Williams a dobradinha que não vinha desde o México 1987, e Andrea De Cesaris em terceiro - que não conquistava desde o terceiro lugar obtido na Bélgica em 1987.

Depois dessa não qualificação de Johnny, ele acabou sendo dispensado pela Benetton para que pudesse se recuperar de forma mais adequada pelos próximos três meses. Ele acabou sendo substituído por Emmanuele Pirro. Herbert ainda retornou em duas provas naquela temporada, mas pela Tyrrell: abandonou na Bélgica e não qualificou em Portugal. O inglês marcou cinco pontos naquele ano, com o quarto lugar no Brasil e o quinto nos EUA. 

Johnny Herbert completa 57 anos hoje.

domingo, 6 de outubro de 2019

45 Anos do Bicampeonato - Emerson, O Grande - Parte Final


Continuação...

O desafio da Ferrari, chances para Tyrrell, ascenção da Brabham e Emerson bicampeão


Ronnie vencendo o seu segundo GP na temporada
O GP da França, disputado em Dijon-Prenois, deu início a segunda parte de um campeonato que prometia ser equilibrado exatamente pela crescente da Ferrari que parecia conseguir traduzir a sua inquestionável velocidade nas qualificações também nas corridas. Seria um desafio e tanto para a McLaren de Emerson Fittipaldi, que tinha a seu favor a confiabilidade e a regularidade do piloto brasileiro. Mas não podia-se descartar a velocidade do jovem duo da Tyrrell - Scheckter e Depailler - assim como a eficiência de Ronnie Peterson no comando do Lotus 72. Isso sem contar em Carlos Reutemann, que também era um candidato a roubar valiosos pontos com a sua Brabham.
A única novidade entre os pilotos foi a aparição de José Carlos Pace com o Brabham da equipe Hexagon, mas infelizmente não obteve qualificação por problemas mecânicos. Neste GP apenas 22 carros - de um total de 30 inscritos - foram permitidos no alinhamento.
O treino classificatório viu mais uma vez Niki Lauda ficar com a pole e ao seu lado Ronnie Peterson, extraindo mais uma vez o máximo do Lotus 72. Tom Pryce foi a grande sensação da qualificação ao fazer o terceiro tempo com a Shadow. Regazzoni, Fittipaldi e Hailwood fecharam os seis primeiros.
A corrida começou de forma caótica a partir do momento que Pryce teve uma má largada e no momento que era engolido pelo grid, acabou sendo acertado pelo Brabham de Reutemann. Hunt e Pescarolo também se envolveram no acidente. Reutemann ainda continuou na corrida, fazendo duas visitas aos boxes para verificações na suspensão dianteira para depois rodar e abandonar definitivamente na volta 25.
Niki Lauda parecia estar forte neste GP, mas fortes vibrações num dos pneus o forçou a descer para o segundo lugar. Ronnie Peterson assumiu a liderança para vencer a sua segunda corrida no ano, seguido por Lauda e Regazzoni. Emerson Fittipaldi estava em quarto quando o motor Cosworth explodiu. Jody Scheckter terminou em quarto, com Ickx em quinto e Hulme em sexto.
Com estes resultados Niki Lauda era o novo líder do campeonato com 36 pontos, seguido por Regazzoni com 32; Emerson Fittipaldi caía para terceiro; Jody Scheckter em quarto com 26 e Ronnie Peterson aparecia em quinto com 19 pontos.

Brands Hatch sediou o GP da Grã-Bretanha e nesta corrida pode-se ver a presença recorde da temporada com 34 inscritos. Destaque para a aparição de carros da Lyncar e Maki que foram pilotadas por John Nicholson e Holden Ganley, respectivamente - porém não classificadas para a corrida. José Carlos Pace estreou pela Brabham em substituição a Rikky Von Opel, que se retirou da categoria. Derek Bell assumiu o posto num dos carros da Surtees, posto que ficaria até o GP do Canadá. Peter Gethin também assumiu um lugar no grid, ao substituir o acidentado Guy Edwards - que quebrou o pulso numa prova da F-5000 - na equipe Embassy Hill. Lella Lombardi apareceu com um Brabham da equipe Allied Polymer Group com o #208, por conta do patrocínio da Rádio de Luxemburgo que tinha suas ondas de alcance em 208 metros - algo em torno de 1439kHz. O grid foi formado com 25 participantes.
Scheckter aproveitou bem a chance para vencer em Brands Hatch
Niki Lauda continuou a sua grande performance nas qualificações ao fazer a pole, porém teve ao seu lado Ronnie Peterson que igualou seu tempo no treino (1'19"7). Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Tom Pryce e James Hunt fecharam os seis primeiros. Outros dois candidatos ao título, Emerson e Clay, apareciam na quarta fila em sétimo e oitavo respectivamente.
A corrida foi praticamente um passeio de Niki Lauda, que dominou quase que todo GP de ponta a ponta. Seus rivais mais próximos enfrentaram problemas, como Reutemann que acidentou na volta 38; Peterson e Regazzoni sofreram furos nos pneus e isso forçaram a sua ida aos boxes, perdendo terreno. Até a volta 73 Niki Lauda parecia que estava próximo de vencer - apesar da aproximação de Scheckter - mas o furo no pneu de seu Ferrari, procedente dos destroços do acidente de Hans Stuck da curva Dingle Dell, aumentou e ele teve que parar no box. Quando estava prestes a voltar, foi impedido e por comissários que alegavam que a prova estava prestes a terminar. Com isso Lauda perdeu o quinto lugar, que só foi recuperado algum tempo depois que a Ferrari entrou com recurso na CSI.
Jody Scheckter vencia, assim, o seu segundo GP com Emerson Fittipaldi, que soube aproveitar os infortúnios daqueles que iam à sua frente para chegar a um ótimo segundo lugar. Jacky Ickx conquistou o terceiro lugar, repetindo o seu melhor resultado naquela temporada - foi terceiro no Brasil; Regazzoni, Lauda e Reutemann fecharam os seis primeiros.
Niki Lauda continuou na liderança do campeonato, agora com 38 pontos; Emerson Fittipaldi aparecia em segundo com 37; Jody Scheckter e Clay Regazzoni apareciam empatados com 35 pontos; e na quinta colocação Ronnie Peterson com 19 pontos.

Nurburgring recebeu algumas mudanças para melhorar a segurança, especialmente com adição de guard-rails e áreas de escape com bancada de areia. O GP da alemão foi bem movimentado desde os treinos, quando Ronnie Peterson acidentou-se com a Lotus 72 nos treinos livres a deixando inutilizável. Dessa forma o piloto sueco teve que utilizar a 76, enquanto que Jacky Ickx ficou com a 72; a Ferrari estreou novos aerofólios, enquanto que a BRM conseguiu eliminar 20kg de peso dos P201. Howden Ganley acidentou com o Maki e machucou gravemente os pés, forçando o seu retiro da categoria.
A Ferrari deu as cartas mais uma vez na classificação, com Lauda fazendo a sua sétima pole no ano e Regazzoni logo em seguida. Emerson Fittipaldi, Scheckter, Depailler e Reutemann fecharam os seis primeiros.
A corrida foi dominada amplamente por Clay Regazzoni, que liderou todas a voltas do GP reencontrando uma vitória que não vinha desde o Grande Prêmio da Itália de 
1970. Niki Lauda acabou batendo ainda no início da corrida quando tentou superar Jody Scheckter. Este GP também
Regazzoni conseguiu encaixar um bom final de semana e venceu
em Nurburgring
revelou-se desastroso para a McLaren: enquanto que Emerson Fittipaldi e Denny Hulme se acidentaram ainda no grid, após o brasileiro ficar parado por problemas na embreagem e ser acertado por Hulme - Denny ainda tentou usar o carro reserva, mas foi desclassificado -, Mike Hailwood teve um forte acidente na volta 13 quando passou pelo trecho da Pflanzgartem indo de frente ao guard-rail. Mike teve uma das pernas quebrada e igual ao que acontecera com Ganley, acabou encerrando a sua carreira na Fórmula 1. Outros pilotos se acidentaram, mas sem gravidade como foram os casos de Jacques Laffite (Iso), John Watson (Brabham) e Depailler (Tyrrell).
Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Ronnie Peterson, Jacky Ickx e Tom Pryce, que conquistou seu primeiro ponto na categoria, fecharam os seis primeiros.
Com a vitória, Regazzoni assumiu a liderança do mundial com 44 pontos enquanto que Scheckter subiu para segundo com 41 pontos. Niki Lauda continuou com seus 38 pontos, agora em terceiro; Emerson caiu para quarto com seus inalterados 37 pontos e Ronnie Peterson continuava em quinto, agora com 22 pontos.

O GP da Áustria trouxe algumas novidades para o pelotão. A McLaren recorreu a David Hobbs para substituir o convalescente Mike Hailwood; Guy Edwards ainda não estava em condições de voltar a pilotar e isso forçou Graham Hill ir atrás de Rolf Stommelen para assumir o comando do Lola-Ford da equipe Embassy; Jochen Mass deixou a equipe Surtees e junto levou o principal patrocinador da equipe, a Bang & Olufsen. Jean Pierre Jabouille substituiu o piloto alemão. Aproveitando que a prova era em território austríaco, dois pilotos locais estrearam: Dieter Quester alinhou um Surtees TS16 da equipe Memphis Team International, enquanto que Helmut Koinnig ficava a cargo do Brabham BT42 da Elan Racing Team. A principal ausência remontava a BRM, que alinhou apenas o carro de Jean Pierre Beltoise. O segundo carro que era de Henri Pescarolo acabou ficando de fora por problemas no fornecimento de motor.
Reutemann aproveitou bem dos problemas dos favoritos
para vencer em Osterreichring
Niki Lauda fez a pole, acompanhado por Carlos Reutemann na primeira fila. Emerson Fittipaldi e Carlos Pace formaram uma segunda fila brasileira, enquanto que Jody Scheckter e Ronnie Peterson formavam a terceira fila. Clay Regazzoni aparecia em oitavo, logo atrás de James Hunt.
A corrida foi resumida a uma prova de sobrevivência: Reutemann teve uma melhor saída e assumiu a liderança, enquanto que Lauda ficava em segundo. A corrida do piloto argentino foi a mais tranquila possível liderando a corrida de ponta a ponta, mas da segunda posição para trás foi de problemas e mais problemas para os pilotos que disputavam o título: Jody Scheckter abandonou na volta 9 com problemas no câmbio; Niki Lauda ficou de fora com o câmbio quebrado na volta 17; enquanto que Fittipaldi abandonou pelo mesmo problema, na volta 38. Pace era segundo e estava prestes a subir pela primeira vez ao pódio, quando a pressão do óleo fez o motor Cosworth falhar na passagem 42. Ronnie Peterson assumiu a segunda posição do brasileiro, mas quatro voltas depois apresentou problemas na transmissão.
Denny Hulme voltou ao pódio na segunda posição, James Hunt foi o terceiro, John Watson o quarto, Clay Regazzoni foi o único dos quatro candidatos ao título a completar a corrida, ainda que tenha sido em quinto e contado um pouco com a sorte, pois teve um furo num dos pneus traseiros de precisou trocá-lo, e a sexta colocação ficou para Vittorio Brambilla.
Os dois pontos conquistados por Regazzoni foram importantes para deixá-lo um pouco mais confortável na liderança da tabela com 46 pontos; Jody Scheckter em segundo com 41; Niki Lauda terceiro com 38; Emerson Fittipaldi em quarto com 37; e Carlos Reutemann subindo para quinto com 23 pontos.

Monza e sua atmosfera festiva por conta dos tiffosi, que costumam lotar as arquibancadas do tradicional circuito italiano, recebeu a antepenúltima etapa daquele mundial de 1974. Apesar dos inúmeros problemas enfrentados nos últimos GPs, a esperança da torcida - e imprensa - italiana é que a Ferrari recuperasse a confiabilidade e partisse para uma conquista arrebatadora que lhes pudessem dar o ânimo necessário para uma conquista que não vinha desde 1964.
A Lotus repetiu a sua formação, ao entregar o 72 para Peterson - agora com a dianteira do carro voltando ao seu formato original - e o 76 para Ickx; a Brabham cedeu o BT44 reserva para John Watson.
A esperança dos ferraristas aumentaram quando Niki Lauda anotou mais uma pole para a sua coleção, formando a primeira fila com Carlos Reutemann - assim como acontecera no Osterreichring. Carlos Pace e John Watson alinharam as outras duas Brabham na segunda fila, mostrando o bom rendimento que aqueles carros da equipe de Bernie Ecclestone estavam atingindo naquela fase final. Emerson Fittipaldi e Clay Regazzoni ocupavam a terceira fila. Jody Scheckter fez apenas o 12o tempo.
O decorrer do GP foi um sonho de uma noite de verão para os italianos, que chegaram a vislumbrar
Peterson e Emerson reeditaram em Monza o resultado de 1973, mas desta
vez favorável ao brasileiro
uma possível dobradinha: Lauda conseguiu sustentar a liderança e na segunda volta Regazzoni já superava Reutemann na briga pela segunda posição, deixando um cenário animador naquele momento para a torcida e também para o campeonato. Mas os azares - leia-se confiabilidade - acabaram tirando Lauda de combate na volta 33 por causa da refrigeração no motor. Regazzoni assumiu a liderança e as coisas pareciam bem encaminhadas até que o motor do Ferrari também falhou. O que parecia ser uma festa para os torcedores italianos, tornou-se uma tarde para lá de desastrosa.
Ronnie Peterson venceu o GP italiano após duelar contra Emerson Fittipaldi, que ficou em segundo. Jody Scheckter fez uma bela prova de recuperação e terminou em terceiro, salvando um final de semana que tendia a ser desastroso após a qualificação. Merzario ficou em quarto - nesta que foi última vez a pontuar na Fórmula 1 - Pace ficou em quinto e Hulme em sexto. Reutemann acabou abandonando na volta 13 por problemas de câmbio e suas já remotas chances de título desapareceram nesta corrida.
O campeonato ficou ainda mais embolado com Regazzoni se mantendo na ponta com seus 46 pontos, um a mais que Scheckter que ocupava a segunda posição e três a mais que Emerson Fittipaldi que aparecia em terceiro; Lauda era quarto com 38 e Peterson em quinto com 31
.
A Formula-1 rumou para Mosport onde ocorreria o GP do Canadá. Cinco pilotos estavam ainda no jogo, mas aquela corrida decidiria o destino de dois deles na disputa por aquele eletrizante – e imprevisível – campeonato. Penske e Parnelli, com seus modelos PC1 e VPJ4, estrearam naquele GP tendo Mrk Donohue e Mario Andretti em seus respectivos carros. Chris Amon substituiu Pescarolo na BRM; Mass assumiu o comando do Mclaren Yardley no lugar de David Hobbs; e Helmuth Koinnig enfim estreou-se em GPs, ao competir pela Surtees.
Os treinos saíram um pouco da sua rotina da qual todos já estavam acostumados: ao invés da Ferrari de Lauda na dianteira, era o M23 de Emerson Fittipaldi que encabeçava aquele grid – era a segunda pole naquele ano (a outra havia sido em Interlagos). Niki Lauda aparecia em segundo, com Scheckter, Reutemann, Jarier e Regazzoni completando os seis primeiros naquele grid. Ronnie Peterson aparecia apenas em décimo.
Emerson vencendo em Mosport: um importante passo para
o segundo título
A corrida foi tensa e emocionante. Niki Lauda conseguiu tomar a liderança já na largada e a sua condução parecia inabalável, tendo Emerson em segundo, Regazzoni em terceiro e Scheckter em quarto, que logo em seguida ultrapassaria Clay na disputa pelo terceiro lugar. Mas as coisas passaram a se definir mais a frente, quando Scheckter escapou e bateu forte na volta 49 e Niki Lauda, pressionado por Emerson, acabou perdendo o controle de sua Ferrari ao passar sobre detritos e bateu quando a corrida estava na 70ª volta. Fim de prova para o piloto austríaco que dava adeus a sua já remota chance de conquistar o título. Emerson venceu o GP canadense num momento importante do campeonato, tendo Regazzoni em segundo, Peterson – que fizera uma bela corrida de recuperação, conseguindo até mesmo alcançar e ameaçar a segunda posição de Regazzoni – ficou em terceiro e infelizmente também deixava as sua remotas chances de conquistar o mundial. James Hunt, Patrick Depailler e Denny Hulme completaram os seis primeiros – esse GP do Canadá foi o derradeiro para Derek Bell e Eppie Wietzes, assim como também a última vez que Denny Hulme chegou a casa dos pontos e Emerson Fittipaldi marcando um pole na Fórmula-1.
A tabela do campeonato mostrava a retomada da liderança de Emerson Fittipaldi agora com os mesmos 52 pontos de Regazzoni; Jody Scheckter era o terceiro com 45; Niki Lauda em quarto com 38; e Ronnie Peterson em quinto com 35.
Três contendores e a chance de um título mundial. Mais um menos assim é que poderiam iniciar o título de uma matéria para aqueles dias que antecediam o derradeiro GP daquela eletrizante temporada de 1974. Daqueles três, apenas Emerson Fittipaldi é quem havia experimentado o gosto de ser um campeão mundial – tal primazia conquistada dois anos antes quando era piloto da Lotus. Para Clay Regazzoni e Jody Scheckter era a primeira oportunidade de ambos para chegar ao olimpo da categoria. A matemática era favorável aos dois líderes do campeonato: Emerson precisava chegar a frente de Regazzoni e em caso de vitória de Scheckter, precisava terminar até a quarta colocação – e o mesmo se aplicava a Regazzoni, que precisaria ficar na frente de Fittipaldi e terminar em quarto em caso de vitória de Jody; para o jovem sul-africano as coisas eram mais complicadas: era obrigado a vencer e torcer para que Emerson e Clay ficassem da quinta posição para baixo. Ou seja: apenas um milagre para que Jody pudesse vencer o seu primeiro mundial na Fórmula-1. Certamente seria uma final tensa e emocionante para estes três pilotos.
As equipes realizaram testes de dois dias em Watkins Glen, uma semana antes do GP onde enfrentaram um frio rigoroso que beirava zero grau. Na semana seguinte, o frio ainda era intenso e possibilidade de nevar também era considerada – algo que não chegou acontecer e já na sexta-feira chegou fazer sol e a temperatura subiu para seis graus.
A classificação relegou seus principais pilotos daquele final de semana a coadjuvantes: Carlos Reutemann continuou a demonstrar a ótima evolução do Brabham BT44 ao fazer a pole position, tendo ao seu lado James Hunt que também vinha numa boa crescente naquelas últimas corridas com a sua Hesketh; Mario Andretti levou o carro da Parnelli (VPJ 4) a um excelente terceiro lugar, uma vez que até conseguira na sexta o melhor tempo da classificação; José Carlos Pace ficou com quarto melhor tempo, enquanto que Niki Lauda era o quinto. O primeiro dos favoritos ao título a aparecer no grid era Jody Scheckter que assinalava o sexto tempo. John Watson era o sétimo, tendo ao seu lado Emerson Fittipaldi que enfrentara uma série de problemas de acerto em seu Mclaren desde a sexta-feira. Mas problemas de acerto não era exclusividade de Emerson: Clay Regazzoni também sofrera um bocado e cravou o nono tempo para aquela corrida. A ausência nesta última corrida do ano ficava por conta de Jean Pierre Beltoise, que se acidentou com seu BRM num dos treinos e teve uma pequena fratura num dos pés.
Antes mesmo que a corrida começasse, problemas apareceram para alguns no grid: para a Parnelli a perspectiva de uma boa apresentação por parte de Mario Andretti era considerável, porém as coisas começaram a ruir quando o motor Cosworth apresentou problemas ainda no warm-up – e que viria agravar mais tarde quando a corrida estava prestes a começar, sendo que o Parnelli precisou de ajuda
Reutemann mostrou bem a evolução da Brabham ao vencer
convincentemente em Watkins Glen
para largar e isso custou a Mario uma desclassificação quatro voltas depois. A outra aflição por conta do motor Cosworth tinha ficado com a Tyrrell de Jody Scheckter, que se recusava a funcionar. Como num bom filme de drama/ suspense, o motor Cosworth pegou um pouco antes que o box fosse fechado.
Já na corrida, Carlos Reutemann fez valer a sua vantagem da pole ao sustenta-la frente a James Hunt, Pace, Lauda, Scheckter, Fittipaldi e Regazzoni – estes dois últimos conseguindo fazer boa largada, deixando para trás Watson e Andretti, que não conseguira largar por conta dos problemas não solucionados. Mario anda voltou a corrida, mas foi desclassificado por ter sido empurrado pelos mecânicos ainda no grid. Ainda sobre os três candidatos ao título, que agora seguiam um ao outro de muito perto, Emerson chegou perder a sexta posição para Regazzoni de forma milimétrica, que foi logo recuperada pela brasileiro que estava com boa distância para Scheckter. As coisas iam bem até ali... Infelizmente, quando a corrida atingira a décima volta, é que veio a tragédia quando o Surtees de Helmuth Koinigg, que estava em seu segundo GP, passou reto no mesmo ponto onde morrera François Cevert em 1973. O Surtees acabou batendo e atravessando a parte inferior do guard-rail e dessa forma degolando Koinigg. Foi a segunda morte num intervalo de doze meses em Watkins Glen, exatamente pela má fixação da proteção metálica.
A corrida para Emerson Fittipaldi começou a dar certo quando Regazzoni apresentou problemas de vibração em sua Ferrari, fazendo com que despencasse algumas posições. As coisas para suíço acabaram por piorar quando ele foi aos boxes trocas os pneus e perder uma volta para demais, o que levou a Mclaren a mostrar uma placa para Emerson indicando que Clay estava de fora. O desastre final para a Ferrari foi quando Lauda, que seguia em quarto, apresentou problemas na direção e isso o fez abandonar na volta 39. Um final de semana que poderia ser de desforra para a Rossa, acabou por ser apenas o retrato fiel do que aquela temporada para eles: um carro veloz, mas pouco confiável.
O então novo bicampeão
A única coisa que Emerson precisava naquele momento da corrida era cuidar do equipamento, uma vez que Rega já estava fora de combate e Scheckter não conseguia ir muito além do quarto lugar – apesar de algumas investidas do brasileiro, que foram muito bem rechaçadas por Jody. Porém, na volta 45, um tubo de alimentação do motor Cosworth do Tyrrell de Jody acabou por quebrar e deixar o sul-africano a pé. Definitivamente Emerson Fittipaldi chegara ao segundo mundial, ajudando também a Mclaren a conquistar seu primeiro titulo de construtores. O vermelho e branco dos uniformes da Mclaren se misturaram ao verde amarelo dos inúmeros torcedores brasileiros, que foram até Watkins Glen para festejar e testemunhar este grande momento do esporte a motor do Brasil na Fórmula-1.
Carlos Reutemann dominou amplamente o GP sem dar chances a Hunt, que fora ultrapassado por Pace que acabou por formar uma dobradinha dos “Carlos” para a Brabham, algo que não acontecia desde o GP do Canadá de 1969 quando os “Jacks” fizeram a dobradinha – Jacky Ickx e Jack Brabham; os problemas de freio do Hesketh acabaram relegando Hunt ao terceiro lugar; Emerson confirmou seu titulo com o quarto lugar; John Watson levou o terceiro Brabham BT44 (Goldie Hexagon Racing) ao quinto lugar; e Patrick Depailler salvou mais um ponto para a Tyrrell com o sexto lugar. Este GP estadunidense marcou a derradeira participação de Denny Hulme na Fórmula-1 – mesmo que ainda ficasse ativo como presidente da GPDA (Associação de Pilotos de Grande Prêmio). Apesar de não ter corrido em Watkins Glen, Jean Pierre Beltoise também deixava a Fórmula-1 após mais de uma década nesta categoria.


Não tem como negar que Emerson Fittipaldi foi espetacular neste campeonato. Mesmo que o McLaren M23 fosse um ótimo carro, a maior velocidade do Ferrari 312B3 era impressionante e isso foi constatado nas nove pole conquistadas por Niki Lauda - e em algumas corridas onde o austríaco esteve em grande forma, independente se tenha conquistado Oi não a vitória. Porém o grande trunfo daquele M23 estava em sua confiabilidade e tendo o manejo suave e preciso de Emerson, o conjunto se saiu formidável para um mundial tão equilibrado como aquele.
Outro ponto importante naquela temporada foram as aparições de pilotos que teriam papel fundamental no decorrer daquela década: Carlos Reutemann, José Carlos Pace, Jody Scheckter, Niki Lauda, James Hunt, Patrick Depailler, Tom Pryce, John Watson - para falar dos principais - mostraram suas qualidades em poucas etapas. Por estarem em posse de carros de ponta, Lauda, Reuteman e Scheckter estiveram em maior evidência e conseguiram beliscar seus sucessos de forma convincente - tanto que tiveram chances no campeonato, especialmente Lauda e Scheckter que foram até o final com possibilidades, principalmente o sul-africano. Mas Niki Lauda foi, destes citados, o que chamou maior atenção e ficou claro que caso os problemas não tivessem aparecido, o austríaco teria sido um rival muito mais difícil e perigoso do que foi Clay Regazzoni para Emerson Fittipaldi. Com uma Ferrari 
312T refinada e altamente confiável, essas impressões foram confirmadas quando o jovem austríaco arrebatou seu primeiro mundial de forma incontestável e impressionante no final de 1975, ajudando a Ferrari a sair de uma incômoda fila de 11 anos sem título.
Voltando a Emerson, o título de 
1974 foi importante para mostrar o real valor do piloto brasileiro que havia saído brigado da Lotus por conta do acordo não cumprido em Monza, que daria a ele uma sobrevida naquele mundial de 1973. Mas a sua mudança acabou sendo a certa: mudou-se para uma equipe estava em ascensão e livrou-se do caos técnico que se instalou na Lotus em 1975 por conta da adoção do Lotus 76, que não entregou o desempenho esperado fazendo com que Colin Chapman recorresse ao seu velho cavalo de guerra (Lotus 72), que salvou o ano ao conseguir três conquistas através de Ronnie Peterson.
Mesmo que não tenha tido o melhor carro, o M23 caiu como uma luva para Emerson Fittipaldi e este soube extrair o máximo que este bólido projetado por Gordon Coppuck podia entregar.
Foi uma grande época para a McLaren, que entrava de vez no time das melhores equipes, e para Emerson Fittipaldi, que confirmava de vez a sua genialidade no comando de um carro de corrida.
Os festejos de Emerson Fittipaldi ainda no pódio de Watkins Glen, com a sua então esposa Maria Helena

segunda-feira, 12 de junho de 2017

GP do Canadá: Território de Hamilton

Foi uma vitória incontestável de Hamilton  em Montreal. Num lugar onde ele se sente bem e casa perfeitamente com seu estilo bruto de pilotagem, seria quase certeira uma conquista dele em Montreal. Mas havia algumas dúvidas no ar, exatamente após a sua apresentação apagada em Monte Carlo duas semanas atrás e essas foram começando a dissipar - se com uma pole arrancada a fórceps, conseguindo neutralizar uma dominante Ferrari até ali. A emoção em receber a réplica do capacete usado por Ayrton Senna em 1987, foi o ponto alto para uma atuação que acabara de levá-lo ao empate de pole com o brasileiro  (65) e certamente foi uma injeção de ânimo para uma batalha que se avistava no domingo tendo Vettel ao seu lado na primeira fila.
Mas a coisas foram facilitadas com uma má largada do piloto alemão, que ainda teve a asa dianteira danificada por conta de um toque com Max Verstappen na largada. E tudo ficaria ainda mais fácil para Hamilton, quando Vettel precisou trocar o bico após a saída do SC, despencando para último.
Lewis fez o que se espera dele em Montreal: pilotou de forma segura e não teve nenhum incomodo durante as 70 voltas que ele liderou em toda a sua totalidade, marcando, assim, o seu quarto Grande Chelem na carreira.
Foi sua sexta vitória num território que ele conhece bem e que pôde mostrar do que era capaz há exatos dez anos, quando venceu brilhantemente seu primeiro GP de F1 naquele local.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Os 25 anos do Tri – A consagração de Ayrton Senna - 2ª Parte

(Continuação)


A temporada  



Grande Prêmio dos EUA –
Phoenix voltava a receber a prova de abertura do mundial. E mais uma vez Ayrton Senna venceria a prova para dissipar as preocupações que haviam tomado conta da equipe, após os testes pouco produtivos em Estoril dias antes. Foi um resultado importante para tranqüilizar a equipe. Na contramão da McLaren, a Ferrari não conseguiu repetir as boas performances da pré-temporada e a segunda colocação de Prost acabou sendo um prêmio de consolação. Nelson Piquet salvou um belo terceiro lugar após duelar com as duas Ferraris. A Williams não completou por conta de problemas na caixa de câmbio. Completaram os seis primeiros Stefano Modena, Satoru Nakajima e Aguri Suzuki. Classificação: Senna 10; Prost 6; Piquet 4; Modena 3; Nakajima 2; Suzuki 1.  




Grande Prêmio do Brasil –
Era uma boa oportunidade para Senna redimir-se do erro que cometera um ano antes, quando bateu com Nakajima e jogou fora uma vitória quase garantida. Ayrton cravou a pole, numa de suas costumeiras voltas canhão. Mas a ameaça da Williams era evidente nesta etapa, visto a proximidade deles na classificação. Na corrida, era difícil o carro de Mansell sumir do retrovisor do McLaren de Senna e por mais que o piloto brasileiro conseguisse uma boa volta, Nigel estava pronto para responder com outra ainda melhor. As coisas pareciam que poderiam melhorar com o abandono de Nigel na volta 59, quando câmbio da Williams falhou, mas Ayrton também passou a ter problemas com as marchas perdendo-as pouco a pouco até ficar travado na sexta marcha. O enorme esforço para segurar o carro naquela condição, foi agravado com a chegada da garoa. A grande diferença que separa ele de Patrese – 40 segundos – foi reduzida drasticamente para três e para a sorte do brasileiro, o italiano também passou a enfrentar problemas com o câmbio o que facilitou um pouco a sua vida. Ayrton, totalmente esgotado fisicamente por causa do grande trabalho daquelas voltas finais, venceu com Patrese em segundo, Berger em terceiro, Prost em quarto, Piquet em quinto e Alesi em sexto. Classificação: Senna 20; Prost 9; Patrese e Piquet 6; Berger 4.  




Grande Prêmio de San Marino –
Acabou por ser uma prova desastrosa e interessante. Desastrosa para três pilotos experientes: enquanto que Berger e Alain Prost cometiam o triste erro de rodar e escapar em plena volta de apresentação – a pista estava molhada naquele momento, tanto que Prost acabou nem voltando para a corrida – Piquet também escaparia para não voltar mais, mas este quando a prova ainda se iniciava. Ao menos Berger teve a chance de voltar e conseguir um belo segundo lugar. Ayrton marcara mais uma pole, mas no início da corrida Patrese é quem lhe dá combate ao liderar muito bem com pista encharcada. Mas com a pista secando, Senna volta a encostar no Williams de Ricardo que logo vai aos boxes trocar por slicks. O azar de Patrese é que o motor Renault acaba apagando e fazendo que ele perdesse quatro voltas para trocar um sensor. Apesar de toda essa espera, ele abandonaria na volta 17. O que acabou ficando claro, mesmo com este problema, é que a Williams precisava apenas arrumar estes contratempos – típicos de juventude de um carro em formação – para que pudessem, enfim, dar combate a McLaren. Mansell também já havia abandonado quando nem tinham completado a primeira volta. A prova foi interessante para os “nanicos”: a Dallara chegara ao terceiro posto com J.J. Lehto, seguido pela Minardi de Martini e das Lotus de Mika Hakkinen e Julian Bailey. Outra nanica, a Modena Team (ou Lambo-Lamborghini, como queiram) ficou pelo caminho com uma pane seca quando ocupava o quinto lugar. Roberto Moreno quase foi ao pódio, mas problemas no câmbio forçaram a sua retirada. A vitória acabaria com Senna, com Berger em segundo. Campeonato: Senna 30; Berger 10; Prost 9; Patrese e Piquet 6.  




Grande Prêmio de Mônaco –
O território de Senna. Assim podíamos classificar as ruas de Monte Carlo naquela altura dos anos 90. Ayrton cravara a sua quinta pole naquele local, mas desta vez com um fabuloso Stefano Modena que aproveitou – e muito bem – dos pneus de classificação da Pirelli para dar certo trabalho ao piloto brasileiro. Ainda assim na prova, Modena foi certa ameaça a Ayrton no inicio da prova ao conseguir acompanhar o ritmo do piloto da McLaren. Mas alguns atrasos com retardatários e um problema no V10 da Honda (o estouro do motor após a saída do túnel acabou lavando aquele trecho de óleo, o que contribuiu para os abandonos de Patrese e Mark Blundell), tirou a chance de o italiano tentar, ao menos, um pódio. Senna ainda teria um pequeno susto na prova, quando as luzes da pressão do óleo começaram a piscar no painel. Mansell acabou sendo o grande atrativo da prova: apesar de alguns problemas no motor Renault ter forçado o seu abrandamento na corrida, Nigel voltou a carga total para partir ao ataque contra Prost na luta pela segunda posição e consegui-la de forma brilhante, na freada para a chicane do porto. Uma manobra com assinatura do leão. Senna venceu a prova, seguido por Mansell (que marcava os seus primeiros pontos no ano), Alesi, Moreno, Prost (que foi aos boxes quando teve a impressão de ter um problema em uma das rodas) e Emanuele Pirro. Campeonato: Senna 40; Prost 11; Berger 10; Patrese e Mansell 6.  




Grande Prêmio do Canadá –
Apesar dos problemas terem afetado demais o resultado final, os carros da Williams eram vistos como futuros dominantes dos GPs. Só não sabiam para quando isso aconteceria. A pista de Montreal foi o palco perfeito para a demonstração de tal desconfiança: os carros de Frank Williams dominaram quase todos os treinos – Moreno conseguiu ser o mais rápido no primeiro treino livre – e a classificação foi um passeio deles, com Patrese marcando a pole e Mansell ficando em segundo. Senna, o rei das poles, ficou a quase meio segundo da marca de Ricardo, sem ser grande ameaça. Aliás, a corrida das Mclarens acabou por ser um desastre: não conseguiram dar combate as Williams e os dois carros abandonando com problemas mecânicos. Uma tarde que serviu, e muito, para que as luzes de alerta em Woking fossem acesas, principalmente após assistirem o domínio e desempenho da Williams com Nigel Mansell por toda a prova. Patrese podia ter acompanhado seu parceiro, mas um furo no pneu o fez andar por quase toda a pista para chegar aos boxes e isso o fez perder imenso tempo a ponto de voltar em sexto – com uma volta de desvantagem para Nigel – e lutar para terminar em terceiro. Infelizmente uma desatenção de Mansell, que fez a volta final extremamente lento, confiando cegamente na enorme vantagem que tinha sobre Piquet, acabou desprogramando o sistema eletrônico do câmbio e quando tentou passar as marchas na saída do hairpin, este não respondia mais. Azar de uns, sorte de outros: Piquet nem tinha mais pretensões de vencer e quando soube do abandono de Nigel, não se fez de rogado e passou para vencer a prova, seguido por Modena (o possível pódio de Mônaco acabou vindo em Montreal), Patrese, Andrea De Cesaris, Bertrand Gachot (estes dois últimos garantindo os primeiros pontos da história da Jordan na F1) e Mansell (que ainda conseguiu salvar um ponto por ter uma volta de vantagem sobre Martini, o sétimo). A conquista de Piquet acabou por ser a sétima consecutiva de pilotos brasileiros na F1: o próprio Nelson havia vencido as duas finais de 90, Senna as quatro primeiras desta temporada e agora Piquet voltando a conquistar. E de quebra, uma dobradinha dos dois no mudial. Um grande período para o Brasil naquela época. Campeonato: Senna 40; Piquet 16; Prost 11; Patrese 10; Berger 10.  




Grande Prêmio do México –
Foi outra amostra, agora sem problemas, de que a Williams passava a ser o carro do momento. Como acontecera em Montreal, os dois pilotos dominaram as ações na pista mexicana e sempre com Patrese a cravar a pole, com Mansell em segundo. Ayrton aparecia mais uma vez em terceiro, com quase seis décimos de desvantagem. O piloto brasileiro ainda sofreria um susto na classificação, ao cometer um erro na Peraltada e escapar pela brita para bater e capotar em seguida, mas sem gravidade. Ficava claro que era uma tentativa de tirar o que podia – e o que não podia – do McLaren naquele momento. A corrida foi de total domínio da Williams: Patrese até largou mal, mas recuperou-se sem problemas para abrir grande vantagem e conquistar a sua primeira vitória no ano. Mansell, ao contrário de Ricardo, teve um pouco mais de trabalho ao ter que brandar o ritmo por conta do aumento da temperatura do motor. Com o problema resolvido, devido uma mistura de combustível mais rica, conseguiu uma melhora considerável para afastar-se de Senna. Mas alcançar Patrese, já era bem mais difícil tendo que se contentar com a segunda posição. Daqui em diante, para Senna, a situação seria de ver as Williams apenas a sua frente. O poderio dos carros de Groove era muito maior naquele estágio do campeonato e a McLaren nitidamente estava quase que um degrau abaixo deles. Ayrton andou como pôde, declarando que estava no limite extremo e que mesmo assim ainda teve a perseguição de Piquet e depois sendo ultrapassado por Alesi. Para sorte dele, o jovem francês acabara escapando mais adiante. Nelson teve problemas na roda traseira esquerda, vindo abandonar. Patrese venceu a primeira dele e da Williams no ano, seguido por Mansell, Senna, De Cesaris (conquistando mais uns pontos para a Jordan), Moreno (salvando o fim de semana da Benetton) e Eric Bernard (que marcava seus primeiros pontos na F1). Campeonato: Senna 44; Patrese 20; Piquet 16; Mansell 13; Prost 11.  




Grande Prêmio da França –
Com uma corrida numa nova praça – Magny-Cours substituía Paul Ricard – o desfecho não poderia ser diferente para a Renault: a conquista de Mansell na França deixou ainda mais claro que o poderio da Williams era crescente e que poderia aumentar ainda mais no decorrer do mundial. Talvez até pudessem ter feito uma dobradinha nessa corrida, caso Ricardo Patrese, então pole, não tivesse largado mal por conta dos problemas no câmbio que fez despencar para 11º e fazer uma corrida de recuperação que o deixou em quinto. A estréia da nova Ferrari 643 foi a grande novidade do fim de semana e deu a Prost a chance de conquistar até mesmo uma vitória. Porém, lutar contra a Williams de Mansell, que estava em grande dia, acabou sendo o fator que decidiu as coisas. Mas a segunda posição do francês nessa etapa deu a ele, ao menos, uma nova injeção de ânimo trazendo boas perspectivas para as próximas etapas. Senna, frente ao rápido declínio mecânico do MP4/6 – ou apenas uma confirmação dos temores que a equipe tivera em Estoril antes do mundial –, conseguiu um terceiro lugar que serviu para ampliar a sua vantagem no primeiro lugar do mundial. Mas ele sabia já naquele momento que McLaren e Honda precisavam reagir imediatamente para que a diferença no mundial de construtores não despencasse ainda mais – a vantagem da McLaren para a Williams estava na casa dos treze pontos (58x45) após aquele GP. Jean Alesi, Patrese e De Cesaris, completaram os seis primeiros. Campeonato: Senna 48; Mansell 23; Patrese 22; Prost 17; Piquet 16.  




Grande Prêmio da Grã-Bretanha –
Se as outras provas mostraram uma Williams impressionante, no remodelado Silverstone a grande performance ficou confirmada coma atuação brilhante de Mansell. O “Red Five” dominou amplamente o fim de semana ao ser o mais rápido em todos os treinos e na corrida teve apenas um pequeno trabalho, pois Ayrton teve uma saída melhor e ele teve que buscar o piloto brasileiro, mas sem grande esforço. Daí em diante Nigel teve apenas o trabalho de conduzir o carro, aumentando gradativamente a diferença, e abrir grande vantagem para vencer com total folga. Uma conquista espetacular do “Il Leone” frente a sua fanática torcida. Senna teve o gostinho de liderar a prova por alguns quilômetros, mas sabia que lutar com a Williams naquele estágio seria difícil. Para seu azar, a gasolina acabou na última volta quando parecia que o segundo posto estava garantido. Terminou em quarto e ainda pegou uma carona com Mansell, numa cena que tornaria-se emblemática naqueles tempos: se quisesse acompanhar a Williams, só se fosse de carona. A primeira parte do campeonato chegava ao fim, com a certeza de que aquele momento em que Ayrton disparara com quatro vitórias consecutivas tinham sido de total competência e sorte do piloto brasileiro, que soube aproveitar-se bem daquele momento de superioridade que a McLaren dispunha. Por outro lado, era de desconfiar se o MP4/6 era um carro sensacional, pois a queda de rendimento em tão pouco tempo tinha sido grande demais. Mas a resposta mais plausível vinha de Groove: os Williams tinham chegado, ao menos, num estágio bem avançado e agora eram os carros a dar as cartas. Portanto, talvez tenha sido uma conjunção de todos estes fatores para Senna e McLaren tenha caído para trás. A segunda parte do mundial prometia. Campeonato: Senna 51; Mansell 33; Patrese 22; Prost 21; Piquet 18.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Os 35 anos do primeiro título: No meio da guerra, Piquet campeão - Final

(continuação)



Grande Prêmio da Grã-Bretanha –
Mais uma vez a Lotus tentou inscrever o seu modelo 88, que agora estava numa versão B. E como aconteceu em etapas anteriores, o carro foi reprovado e a equipe de Colin Chapman teve que contentar-se com o 87. Jean Pierre Jarier aparecia na Osella, no lugar de Miguel Angel Guerra. A Brabham, já se adiantando em relação ao progresso dos motores turbo, testou o motor Turbo da BMW durante os treinos livres com Nelson Piquet. Na corrida ele utilizou o Ford Cosworth. A primeira fila foi toda da Renault, com Arnoux marcando a pole. Em terceiro aparecia Nelson Piquet, com Pironi ao seu lado. A corrida acabou sendo uma prova de resistência mecânica para os carros. Apesar da grande forma apresentada pelas Renaults durante boa parte da corrida, ambas foram eliminadas por problemas de motor: Prost abandonou na volta 17 e Arnoux, que liderou até a volta 50, abandonou na passagem 64. Para o campeonato, esta corrida foi de sonho para Reutemann já que seus principais adversários pelo título ficaram pelo caminho: Alan Jones acabou acompanhando Gilles Villeneuve quando este bateu na saída da Woodcote, e Nelson Piquet teve um pneu furado em plena Becketts na volta 12, indo bater forte. Todos estes problemas ajudaram, e muito, John Watson, que foi subindo na classificação para aproveitar-se bem dos problemas enfrentados por Arnoux para ultrapassá-lo e vencer a corrida de casa para a McLaren, a primeira dela em cinco anos e a primeira de chassi de fibra de carbono. Reutemann terminou em segundo; Laffite em terceiro; Cheever em quarto; Rebaque em quinto e Slim Borgudd fechando em sexto para a ATS. 
Classificação do campeonato: Reutemann 43 pontos; Piquet 26; Jones 24; Villeneuve e Laffite 21. 




Grande Prêmio da Alemanha –
A prova de Hockenheim deu mais uma vez mostras da evolução dos motores turbo, principalmente por conta da Renault com seus dois carros. A pole ficou para Prost, seguido por Arnoux, formando mais uma vez a primeira fila para a fábrica francesa. Em seguida aparecia as duas Williams de Reutemann e Jones, para depois surgir a Ferrari de Pironi em quinto e a Brabham de Piquet em sexto. Foi uma luta intensa pela vitória, principalmente entre Renault e Williams. Pironi também mostrou boa forma, mas o motor de sua Ferrari acabou por danificar ainda na segunda volta. Jones estava em grande dia e também desafiou a Renault de Prost pela vitória, conseguindo a liderança na volta 21. Sete voltas depois, Reutemann acabou abandonando a prova com problemas no motor. Alain Prost também teve alguns contratempos com o seu carro, o que permitiu a aproximação de Piquet que logo subiu para segundo. As coisas ficariam ainda melhores para Nelson, quando Jones teve algumas falhas em seu Williams. Sendo assim, o piloto brasileiro subiu para o primeiro lugar e teve apenas o trabalho de levar o Brabham-Ford a vitória em Hockenheim. Prost ficou em segundo; Laffite em terceiro; Rebaque em quarto; Cheever em quinto; e Watson em sexto. Classificação do campeonato: Reutemann 43; Piquet 35; Laffite 25; Jones 24; Villeneuve 21. 




Grande Prêmio da Áustria –
A equipe Fittipaldi, enfrentando sérios problemas financeiros e sem motores sobressalentes, se fez ausente nesta 11ª etapa. A Tyrrell teve mudanças: o novo 011 estava pronto e agora a equipe de Ken Tyrrell deixaria de lado os pneus da Avon para usar os Goodyear. Apesar das novidades, Eddie Cheever não conseguiu qualificar-se para esta prova. Aproveitando-se bem da altitude que favorecia imensamente os motores turbo, a Renault mais uma vez deu as cartas na classificação: Arnoux marcou a pole e Prost aparecia em segundo. Gilles Villeneuve era o terceiro, enquanto que Laffite levava o Ligier Matra ao quarto posto. Piquet aparecia em sétimo, logo atrás das Williams. Apesar de uma largada fenomenal, Gilles Villeneuve não conseguiu sustentar a primeira posição por muito tempo ao escapar na segunda volta e retornar na sexta colocação. Dez voltas depois ele abandonaria por conta de um acidente. As Renaults estavam perfeitas no velho Osterreichring, conseguindo abrir grande vantagem sobre Didier Pironi que ia em terceiro. Conforme a corrida foi transcorrendo, as coisas mudaram: Pironi foi ultrapassado por Laffite, Piquet, Jones e Reutemann e ainda cairia mais na classificação para terminar em nono com uma volta de desvantagem. Prost, que estava na liderança, teve problemas na suspensão e acabou abandonando, deixando a liderança para Arnoux que não mais tinha grande vantagem para Laffite. O piloto da Ligier conseguiu alcançar seu compatriota, ultrapassando-o na volta 39 e de lá seguindo para a sua primeira conquista na temporada. Arnoux fechou em segundo; Piquet em terceiro; Jones em quarto; Reutemann em quinto e Watson em sexto. Estas últimas provas não foram boas para Carlos, uma vez que Piquet estava a seis pontos dele e Laffite a nove. 
Classificação: Reutemann 45; Piquet 39; Laffite 34; Jones 27; Villeneuve 21. 




Grande Prêmio da Holanda –
A novidade para esta etapa foi o retorno da Fittipaldi, que agora teria os pneus Pirelli para o restante da temporada. Mas nenhum de seus dois carros conseguiu a classificação em Zandvoort. A Renault continuava seu domínio amplo nas classificações nesta segunda parte do mundial: Prost levava a pole, com Arnoux em segundo. Piquet marcou o terceiro tempo, com Jones em quarto, Reutemann em quinto e Laffite em sexto. O inicio da prova marcou o abandono de Gilles Villeneuve, após ter se enroscado com Bruno Giacomelli e Patrese ainda na largada. Reutemann e Andretti tocaram-se, com o pior ficando para o ítalo-americano que teve problemas na dianteira de seu Alfa Romeo. Alan Jones desafiou a liderança de Alain Prost, ao ameaçar por várias voltas a primeira colocação do francês. Devido o forte ritmo que imprimiu neste duelo, o australiano acabou perdendo rendimento em seus pneus o que causou a aproximação de Piquet que logo ultrapassou seu rival. Um pouco antes, o acidente entre Reutemann e Laffite, na luta pela quarta colocação, acabou eliminando ambos da prova. No final, Prost acabou por vencer, seguido por Piquet, Jones, Rebaque, De Angelis e Eliseo Salazar. Esta acabou por ser uma prova importante, pois com o abandono duplo de Carlos e Jacques, Piquet empatou com o piloto argentino na liderança do mundial ficando logo a frente por ter uma vitória a mais. 
Classificação: Piquet e Reutemann 45; Laffite 34; Jones 31; Prost 28. 




Grande Prêmio da Itália –
De volta ao circuito de Monza, o GP italiano viu mais uma vez a pole ficar para a Renault, mas desta vez sem monopolizar a primeira fila: Arnoux cravou o primeiro tempo, com Reutemann em segundo, Prost em terceiro, Laffite em quarto, Jones em quinto e Piquet em sexto. A novidade foi a primeira vez da Toleman num grid de largada, com Brian Henton conseguindo o 23º tempo. O piloto britânico terminaria em 10º. Siegfried Sthor sofreu um acidente durante a classificação e ainda abalado com o acidente em Zolder com o mecânico Dave Luckett, resolveu aposentar-se das corridas. Prost assumiu a liderança na largada, sendo seguido por Reutemann e Arnoux, que despencara para terceiro. A grande sensação naquele inicio foi a largada de Pironi, que pulou de oitavo para quarto e estava em segundo algumas voltas depois. Mas o seu bom momento teve prazo de validade, quando Arnoux subiu para segundo e Laffite para terceiro, jogando Pironi para quarto. O francês da Ferrari terminaria em quinto. Laffite também não teve muita sorte, ao abandonar na volta onze. Na volta seguinte foi a vez de René Arnoux abandonar por conta de um acidente, quando tentou desviar da Tyrrell de Cheever. O acidente de Watson na saída da segunda perna da Lesmo, num embate contra os rails da parte interna que chegou arrancar o motor de seu McLaren, também causou problemas para alguns competidores, como foi os casos de Alboreto (que bateu seu Tyrrell em seguida no motor do Mclaren) e Reutemann que foi para a grama perdendo, assim, o terceiro posto para Giacomelli. O piloto italiano estava muito bem naquele GP, mas problemas no câmbio na sua Alfa Romeo forçaram seu abandono. Piquet estava em terceiro até a última volta, quando o motor de seu Brabham apresentou problemas e o piloto brasileiro caiu para sexto. A vitória ficou para Prost, seguido por Jones, Reutemann, De Angelis, Pironi e Piquet. O problema de Nelson na última volta permitiu Carlos voltar ao topo da tabela de pontos com três de vantagem sobre o piloto brasileiro. A grande arrancada de Prost nas últimas provas lhe deu algumas esperanças de título. 
Classificação: Reutemann 49; Piquet 46; Prost e Jones 37; Laffite 34. 




Grande Prêmio do Canadá –
O GP canadense foi frutífero na sua Seally Season: Jones anunciou sua aposentadoria ao fim daquela temporada; rumores do retorno de Lauda se deram quando viram o austríaco testando pneus para a McLaren em Donington; também foi dito que Mario Andretti deixaria a F1 ao final do ano. A novidade na lista de pilotos era a inclusão de Jacques Villeneuve, irmão de Gilles, que substituiria Sthor na Arrows. Pela primeira vez naquela segunda parte do mundial, nenhum Renault se encontrava na primeira fila: Piquet foi o pole, tendo ao seu lado o líder do mundial Carlos Reutemann; Jones fez o terceiro tempo e Prost o quarto; Mansell levou a Lotus ao quinto lugar e Rebaque ficou com o sexto tempo. Com a prova tendo a presença da chuva desde o seu início, Jones foi mais esperto que os dois ponteiros e logo assumiu a liderança. Carlos teve que abrandar o ritmo depois de um toque de seu companheiro de Williams e isso o fez cair na tabela de classificação. A corrida do Canadá acabou por ser desastrosa para o argentino, que não pontuou. Jones acabaria rodando e isso prejudicou Piquet, que ao tentar desviar do Williams, perdeu algumas posições. Alan abandonou na volta 24 e Nelson recuperou-se para terminar em quinto. Prost deu adeus a suas chances no campeonato quando se envolveu num acidente com Mansell na volta 45. Laffite foi quem acabou se dando bem naquela tarde chuvosa, ao conseguir a sua segunda vitória no campeonato. Watson foi segundo; Gilles Villeneuve - que brindou a torcida local com uma de suas conduções acima do limite e com a asa dianteira a atrapalhar a sua visão por boa parte da prova – em terceiro; Giacomelli foi o quarto, Piquet o quinto e De Angelis o sexto. A final em Las Vegas teria três pilotos separados por meros seis pontos. Piquet estava em segundo, mas a um ponto de Reutemann, o que significava que qualquer resultado seu à frente do argentino lhe garantia o título. Para Laffite, seis pontos atrás, precisaria de algumas combinações para conseguir a taça. 
Classificação: Reutemann 49; Piquet 48; Laffite 43; Prost e Jones 37. 




Grande Prêmio dos EUA –
A derradeira etapa de um campeonato que estava fadado a não acontecer, ou acontecer ainda que de forma “manca”, estava prestes a se iniciar. Com o traçado montado no enorme estacionamento do Caersar’s Palace, em Las Vegas, o calor era imenso, mas isso não foi empecilho para vermos um empenhado Carlos Reutemann conquistar a pole e tentar dar o primeiro passo rumo ao seu primeiro título mundial. Alan Jones ainda estava com o orgulho ferido por conta da etapa de Jacarepaguá e não mediria esforços para bater seu companheiro de equipe, ainda mais que aquela prova de Las Vegas era a sua última na categoria. Gilles Villeneuve era o terceiro, com Piquet em quarto; Prost era o quinto e Watson o sexto. Laffite dificultara ainda mais suas remotas possibilidades de título ao marcar apenas o 12º tempo. Isso significava ter que remar contra um bom pelotão que ia a sua frente e ainda contar com a má jornada de Piquet e Reutemann. Vida dura para o francês. A prova foi extremamente pautada por ação e cautela por aqueles que disputavam o título, exceto Laffite, que fizera boa largada e pulara para sétimo. Reutemann despencou de primeiro para quinto e Piquet caiu de quarto para oitavo. Gilles conseguira uma bela largada ao pular para segundo, mas não tinha ritmo para acompanhar Jones. Prost superou o canadense algumas voltas depois, mas também não tinha como alcançar um alucinante Alan naquela prova. Mais atrás, os pretendentes ao título vagueavam pelas posições: Reutemann ia caindo aos poucos na tabela, uma vez que Laffite já havia ultrapassado ele e Watson, subindo para quinto. Reutemann era sétimo, mas seria ultrapassado por Piquet que voltas depois passaria Watson na disputa pela sexta posição. Ele subiria para quinto após a desistência de Gilles, mas Andretti o ultrapassaria depois jogando o brasileiro para sexto. A escapada de Giacomelli, que estava em quarto, acabou ajudando Piquet a subir para quinto novamente e Reutemann estava em sexto. Mais tarde foi a vez de Mario Andretti abandonar com problemas na suspensão de sua Alfa Romeo. Assim, Piquet subiu para quarto e Reutemann quinto, numa prova de gato e rato. Prost teve alguns problemas, o que fez cair de segundo para sexto na classificação. Isso significava que Piquet encontrava-se em terceiro, com Reuteman em quarto, mas outras mudanças viriam com o decorrer da prova: Prost se recuperava e ultrapassou Piquet, mas o brasileiro voltaria para terceiro com os problemas enfrentados por Laffite que ia em segundo. Carlos passou a ter problemas no câmbio de sua Williams e o argentino foi presa fácil para Mansell e Giacomelli, que vinha em grande recuperação. As coisas piorariam ainda mais para Reutemann, que despencaria ainda mais, terminando em oitavo. Para Piquet, que já sabia da posição que se encontrava o seu rival, deixou caminho aberto para Mansell e Giacomelli discutirem a terceira posição, sendo que a melhor foi o italiano que terminou em terceiro. Para Nelson Piquet, a quinta posição foi o bastante e com um ponto de diferença sobre Carlos, o brasileiro chegou ao seu primeiro título mundial. Alan Jones venceu seu último GP na F1, seguido por Prost e Giacomelli. Mansell foi o quarto, Nelson o quinto e Laffite o sexto.




Classificação final dos campeonatos de Pilotos e Construtores

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Foto 576: Ricardo Paletti, 34 anos atrás

Ricardo e sua Osella FA1C durante o fim de semana do GP do Canadá de 1982. Hoje completa 34 anos do seu desaparecimento, exatamente nesta prova em Montreal.

domingo, 12 de junho de 2016

GP do Canadá: Erradamente calculado

A forma com a qual Sebastian Vettel esteve hoje em Montreal, nos fez lembrar do velho Seb que aterrorizava e comandava os mundiais do início da desta década com uma tocada veloz e segura. As mudanças que a Ferrari levou para este GP do Canadá, lhe deu a oportunidade de arriscar um ataque maciço ao domínio da Mercedes e por muito pouco não deu certo: largou feito um foguete para assumir a ponta e teve um ritmo convincente para manter uma distância de um pouco mais de um segundo para Lewis, até que as paradas de box começassem a resolver o assunto.
Mesmo trocando para pneus supermacios e mantendo a velocidade intacta, Vettel conseguiu diminuir bem a diferença para Hamilton e quando este foi para a sua única parada - já que ele estava perdendo terreno para Sebastian -, o piloto alemão esteve na liderança e com uma margem que variava entre os nove e dez segundos. A obrigatoriedade em usar o pneus macios, acabou momentaneamente com as chances de Vettel, que foram reativadas quando seu ritmo era fortissímo e chegou a casa do 4.4 segundos, o que dava uma esperança de Sebastian conseguir uma épica vitória em Montreal. Mas os erros de Vettel - pelo fato de andar no limite extremo - e as rápidas respostas de um inteligente Hamilton, que souber gerenciar um pneu macio que durou incriveis 46 voltas sem mostrar desgaste, acabaram matando essa possibilidade. E no fim, Hamilton chegou a sua segunda vitória no ano e de forma consecutiva.
Para Sebastian, resta amargar uma terceira derrota onde tinha grandes chances de vencer. Melbourne e Barcelona foram os outros dois locais onde a vitória estava na mão e a estratégia da Ferrari acabou atrapalhando. Mas ele encarou o resultado com otimismo, uma vez que as novidades parecem ter surtido efeito.
Ainda precisamos avaliar bem os efeitos que essa melhora da Ferrari em Montreal possa refletir nas provas seguintes. Sabemos bem que a Ferrari tem ótimas informações dos três tipos de pneus macios e eles sabem usar muito bem isso. Portanto saber como vai ser o desempenho em temperaturas mais altas, será uma boa para vermos em que pé está a Ferrari.
A primeira vista, estão no caminho certo.

sábado, 11 de junho de 2016

Foto 575: Aperfeiçoamento

(Foto: Alejandro de Brito)
"Como eles conseguiram?", talvez é o que que se perguntassem Colin Chapman e Nigel Bennett ao observarem atentamente o Williams FW07, no fim de semana do GP do Canadá de 1979.
Patrick Head conseguiu aperfeiçoar tão bem o projeto do carro asa, introduzido pelo próprio Chapman com o Lotus 78 e refinado com o 79, que o FW07 passou a ser o carro mais temido grid tamanha a sua eficiência nas corridas.
Este sucesso culminaria no título de Alan Jones em 1980.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Foto 519: Um GP anormal

Os senhores da prova: enquanto que Massa arrancava uma ultrapassagem na marra contra Ericsson...

... Sebastian Vettel travava um rápido, mas intenso duelo com Fernando Alonso.
Tem sido normal assistirmos as últimas corridas em Montreal e depararmos com provas totalmente caóticas e de resultados definidos quase que nas últimas voltas. Ora isso acontecia por uma estratégia bem feita pela equipe e piloto, deixando para atacar apenas na parte final, ou até por condições climáticas que mudavam a todo o momento. Os altos desgastes dos pneus também contribuíram bastante nos últimos anos para tivéssemos provas bem doidas, principalmente após a adoção dos Pirelli. Chegamos a ver alguns GPs do Canadá em que os pilotos começavam a parar para o pit-stop ainda nas primeiras voltas, coisa de três, cinco voltas após a largada. E sempre que isso acontecia, era sinal que teríamos uma prova bem imprevisível. A corrida de ontem foi “anormal” para os padrões de GPs canadianos que acostumamos a ver, mas ainda sim foi uma boa prova.
Sebastian Vettel e Felipe Massa salvaram a corrida exatamente por terem largado lá de trás e consequentemente, com dois carros bem superiores aos que iam à frente, a esperança é que fizessem o que era de se esperar. E conseguiram: Sebastian e Felipe terminaram respectivamente em quinto e sexto depois de travarem boas disputas para conseguir chegar a essas colocações. Enquanto que Vettel teve trabalho para ultrapassar Alonso e Hulkenberg, Massa ralou para tentar superar Ericsson ainda no início da prova. Mas mostrando uma velocidade um pouco maior que o brasileiro – e aparentemente uma estratégia mais eficaz – deu à Vettel a oportunidade de terminar à frente após ter largado em 18º. Juntando o desempenho deles mais os de Bottas e Raikkonen, podemos dizer que foi o primeiro embate real entre a Ferrari e Williams na temporada onde o resultado desta vez pendeu para o lado da equipe britânica com Valtteri conseguindo quebrar pela primeira vez no ano, a sequência de pódios que tinha apenas reunido os dois pilotos da Mercedes e um da Ferrari até aqui. O erro de Kimi Raikkonen após uma de suas paradas acabou dando ao seu compatriota a chance de subir para terceiro e ficar ali até o fim.
Em relação às Mercedes, uma prova solitária que viu Hamilton cravar mais uma conquista neste ano e abrandar uma possível ameaça por conta de Rosberg, que andou próximo dele durante toda a corrida e que se intensificou na última parte. Mas a reservas guardadas por Lewis e mais os problemas de freios de Nico, ajudaram a afastar qualquer possibilidade de ataque por conta do alemão. E fica cada vez mais que claro que, apesar da Ferrari ter mostrado uma melhora em Montreal com a evolução do motor, a Mercedes ainda tem a resposta em seguida.

A eterna história em ter que economizar combustível e pneus mais duradouros, talvez tenham sido os grandes “vilões” para tornar este GP do Canadá o mais “anormal” das últimas edições. Mas não foi uma corrida de todo mal.   

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

  Um grande inicio para a Porsche no WEC (Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar) Sabemos que testes de pré-temporada sempre nos pregam algumas p...