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segunda-feira, 6 de março de 2023

GP do Bahrein - Ainda é cedo, mas...

 

A largada do GP do Bahrein, que abriu a temporada 2023 da Fórmula 1


Essa abertura do Campeonato Mundial de Fórmula-1 deixou uma impressão que chega soar como algo de doido: em que prova que Max Verstappen e Red Bull vão sacramentar os dois campeonatos? A superiodade deste duo nos faz regressar a momentos clássicos como 1992 com Nigel Mansell/ Williams ou 2004 com Michael Schumacher/ Ferrari.

É um exagero, afinal apenas o primeiro passo foi dado em Sakhir, mas esta impressão fora do eixo ainda no começo é por conta de equipes que deveria estar na cola deles, terem iniciado o campeonato batendo cabeça com seus bólidos: Ferrari e Mercedes ainda precisam desvendar - ou arrumar - suas crias para que possam desafiar o poder de fogo mostrado pelos rubro-taurinos.

A Ferrari é que pode, neste momento, conseguir algo frente a Red Bull, mas precisará lidar com o desgaste de pneus que apareceu bem acentuado neste GP e ficar de olho nos problemas que apareceram no motor de Charles Leclerc, que abandonou a corrida quando era terceiro por conta de falha elétrica - e claro, ter uma melhor organização nas estratégias e isso foi algo que, a princípio, parecem ter feito de modo correto nesta corrida.

O caso da Mercedes é bem mais complexo: ao que tudo indica, acordaram do seu conto de fadas sobre o zeropod e agora já estão no trabalho para entradas de ar convencionais. Isso sugere que o trabalho será ainda mais árduo que ano passado com o filho rebelde W13. Porém, é algo que dá a impressão de que já estavam esperando que não fosse resultar em grande coisa e por isso já estavam trabalhando em laterais convencionais. De toda forma, esperar algo deles ainda nessa primeira parte do mundial, soa como um verdadeiro devaneio.

Se estas estão perdidas, a Aston Martin, entra de forma positiva nesse balaio e até com vantagem sobre a Mercedes deixando uma boa impressão. O trabalho fabuloso feito por Fernando Alonso e o esforço de Lance Stroll, mostram que o projeto do AMR23 é algo a considerar e ser acompanhado com atenção para ver até onde a equipe pode chegar. Se as atualizações forem corretas, é uma equipe pode tentar beliscar uma vitória em alguma corrida tresloucada.

Falando do restante do pelotão, fica claro que aquele meio está bem bagunçado onde uma corrida é outra pode aparecer equipes para serem a melhor do resto. Times como a Mclaren, Alpine e Alpha Tauri, que deveriam ser as líderes do segundo escalão, não apresentaram grande coisa nessa prova de abertura. Quem devemos observar com atenção é a Williams, que já salvou um ponto logo de cara e teve um rendimento honesto e que nos faz pensar que podem, enfim, passar a lanterna do fundão para outro time.

A verdade é que a próximas duas provas, na Arábia Saudita e Austrália, nos dará uma visão mais clara de onde cada equipe possa estar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

GP de São Paulo - Redescobrindo a energia de Interlagos

 

George e Lewis festejando com a galera em Interlagos: a energia caótica de sempre
(Foto: F1 Twitter)

A última vez que eu havia pisado os pés em Interlagos em um dia de Fórmula-1, foi no histórico GP de 2008 que ficou marcado pela fabulosa decisão entre Felipe Massa e Lewis Hamilton que acabou pendendo para o britânico nos metros finais daquela corrida. 

De lá para cá, Lewis elevou a conta para incríveis sete títulos; Felipe Massa, Rubens Barrichello, Nelson Angelo Piquet, Lucas Di Grassi, Bruno Senna e Felipe Nasr encerraram as sua participações na categoria; Jenson Button e Nico Rosberg conquistaram seus campeonatos; Sebastian Vettel varreu os campeonatos de 2010 à 2013; Max Verstappen tornou-se campeão mundial. Enfim, muita coisa mudou neste meus 14 anos de ausência. 

No entanto, foi bom ver o nosso autódromo novamente efervescente em dias de Fórmula-1 sem ter um piloto brasileiro no grid, mas tendo adotado Lewis como um filho nosso após a apoteótica conquista de 2021 que teve como momento maior ele empunhando a bandeira brasileira num gesto que tão bem conhecemos. Para quem não tinha visto, foi um máximo. Para nós, os saudosistas, foi um resgate momentâneo de uma das grandes imagens que guardamos com carinho de um era onde "Éramos Reis". 

Mas a sina principal dessa senhora pista de 82 anos tem sido de proporcionar a todos momentos espetaculares e que ficaram cravados nas nossas retinas, como se fosse um grande filme digno de recorde de bilheteria. 

O melhor de tudo, nessa saga que tem sido nos últimos anos, é que Interlagos passou a ter o poder de decidir quem deve ganhar a corrida, assim como seus co-irmãos mais velhos como o Indianápolis Motor Speedway, Autodromo Nazionale de Monza, Le Mans e por aí vai. A cada ano que passa fica claro que aqui é um lugar perfeito para que voltasse a encerrar o campeonato.

Lugares assim são mágicos e a velha Interlagos de guerra tem feito para entregar aos fãs e pilotos a melhor experiência possivel. 

Magia pura. Só isso!


Russell, o dono das tardes em Interlagos

Um final de semana dos sonhos para o jovem inglês
(Foto: Mercedes Twitter)

O mais interessante de tudo é que George Russell marcou presença nos três momentos cruciais deste 2º GP de São Paulo: a sua escapada na freada no final da Reta Oposta, quando encontrou uma pista bem escorregadia por conta da chuva que estava bem mais forte, decidiu as coisas à favor de Kevin Magnussen para que o dinamarquês conseguisse largar da pole na corrida Sprint. 

Na Sprint - que relatada aqui por este que vos escreve - Max e George superaram Magnussen ainda nas primeiras voltas e o piloto britânico não deixou o bicampeão escapar em nenhum momento, mostrando uma incomum combatividade até conseguir ultrapassar Verstappen e despachar o piloto da Red Bull para uma vitória convincente numa bela tarde de sol em Interlagos.

O domingo prometia uma disputa até interessante: será que a Red Bull, que havia tido um desempenho abaixo do esperado, reagiria? As respostas começaram a ser respondidas com a ótima largada de George Russell seguido por Hamilton e logo em seguida Max. O acidente entre Daniel Ricciardo e Kevin Magnussen no Pinheirinho forçou a entrada do SC e após a relargada foi a vez de Lewis e Max reviverem a rivalidade de 2021 com um entrevero que custaria 5 segundos para Verstappen e futuramente uma chance de vitória de Hamilton, com os dois caindo na classificação. 

Para George restou apenas manter-se a frente e controlar algum avanço que Sergio Perez pudesse fazer. Num ritmo impecável e com a corrida na mão, ele apenas administrou a diferença que o separava de Hamilton - que fez uma belíssima recuperação - para conseguir uma emocionante primeira vitória na F1 e também da Mercedes nesta temporada, que aparentava ser desastrosa por conta do temperamental W13. 

"À minha família, meus amigos, meus companheiros de equipe e a todos que estiveram nesta jornada, obrigado. Não consigo colocar em palavras o quanto o seu apoio significa para mim e o quanto foi um esforço conjunto. Essa vitória é tanto sua quanto minha. Fizemos isso, juntos. Estou tão orgulhoso de todos vocês.". A fala de George, publicada em seu Twitter, expressa o que há de melhor quando alguém chega no seu objetivo, que é agradecer a todos que possibilitaram chegar neste momento."

Russell tornou-se o sexto piloto a vencer pela Mercedes na F1 (juntando-se a Juan Manuel Fangio, Stirling Moss, Nico Rosberg, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas) e o quarto britânico a vencer pela marca alemã em provas de monoposto junto de Richard Seaman, Stirling Moss e Lewis Hamilton.


Os demais...



Lewis Hamilton era um dos que poderiam ter desafiado George naquela tarde de tempo instável em Interlagos, não fosse o enrosco com Max Verstappen logo após a relargada: uma dividida na segunda perna do S do Senna causou alguns estragos para os dois rivais, os jogando para o meio do pelotão. Se para Lewis custou a chance de disputar a vitória, para Max foram cinco segundos ganhos como punição pelo enrosco. Foi o revival dos inúmeros enroscos que estes dois proporcionaram na eletrizante batalha de 2021.

Com uma escalada entremeada pelas paradas de boxe, Hamilton ficou oscilando entre 1,5 a 2 segundos de George sem nunca ter a chance de entrar na zona de detecção do DRS e nem mesmo o uso de asa de menor arrasto, que lhe proporcionava 5km/h a mais que Russell, deu condições para tentar a manobra - já que seu companheiro de Mercedes usava uma asa com maior carga que o ajudava na parte sinuosa de Interlagos. Lewis acabou em segundo, testemunhando a conquista de seu pupilo pela segunda vez naquele final de semana.

Max Verstappen, como já dito antes, não teve o melhor final de semana que todos pensavam. Mesmo se recuperando a fórceps, ainda teve uma rusga das grandes com seu companheiro Sérgio Perez por conta da ultrapassagem que fizera sobre ele já na parte final da corrida. Para o mexicano, que teve uma atuação bem abaixo nas duas provas, a não devolução da posição acabou custando pontos que poderiam ter lhe ajudado na disputa pelo vice contra Charles Leclerc e isso causou um tremendo mal estar na Red Bull. Com a devida rapidez, os panos quentes foram colocados e logo saíram as notícias de que Verstappen faria o que fosse possível para ajudar Perez a chegar ao segundo lugar do campeonato em Abu Dhabi. Porém, sabe-se lá o que vai acontecer no enjoado circuito de Yas Marina...

Falando em rusgas, o clima na Alpine não foi dos mais agradaveis após o toque entre Alonso e Ocon em plena reta dos boxes quando o espanhol tentou passar pelo francês durante a prova Sprint, o jogando para o fim do pelotão. De qualquer forma, foi interessante ver o bicampeão remar da 17ª posição e conquistar um impressionante quinto lugar nos brindando com um ritmo de prova alucinante. Aí sempre ficará a boa e velha pergunta: o que seria dele com um carro competitivo ali entre as três grandes.

Charles Leclerc foi um dos que sofreram com toques na corrida quando se enroscou com Lando Norris no contorno do Laranjinha, ao ser jogado contra a barreira de pneus. Por sorte o Ferrari saiu inteiro e ele pôde voltar para, também, escalar o pelotão e chegar num ótimo quarto lugar. Vai para Abu Dhabi empatado com Sergio Perez em 290 pontos na luta pelo vice-campeonato.

Assim como tem sido corriqueiro, Interlagos entregou o que tem de melhor para seus fãs: emoções em doses bem generosas.

A velha Interlagos de sempre nunca decepciona.

sábado, 12 de novembro de 2022

GP de São Paulo (Sprint Race) - Interlagos e sua sina

 

(Foto: Mercedes F1/ Twitter)

É até repetitivo dizer que Interlagos tem uma magia especial, mas mesmo procurando palavras diferentes para expressar os nosso sentimentos a aquela senhora pista de 82 anos é difícil não citar a mágica que aquela pista exala.

Foi ontem na qualificação para a Sprint Race com a inédita - e impressionante - pole de Kevin Magnussen que se beneficiou da leve chuva que caiu no final do Q3 para conquistar a posição de honra na Sprint Race deste sábado. 

A propósito: Interlagos nos brindou com duas Sprint Race magníficas, já que ano passado foi o palco da primeira grande recuperação de Lewis Hamilton - abrindo um final de semana apoteótico para ele - e a deste ano, onde a surpresa com a pole de Magnussen já era um atrativo. 

O dinamarquês teve uma boa largada e ótimo andamento nas duas primeiras voltas, mas sabia-se que seria difícil segurar o ímpeto do bicampeão Max Verstappen - que logo assumiria a ponta. Porém, a velocidade e ritmo de George Russell, com um W13 que resolveu fazer suas graças nesta parte final de campeonato - mostrou que a batalha pela vitória seria real quando ele também despachou Kevin e ficou no encalço de Max por um bom tempo.

Do mesmo modo, podemos ver Lewis Hamilton escalando desde a sua oitava posição para ficar entre os 4 primeiros e esperar por algum presente dos Deuses. Mas este parecia estar reservado a  Russell que se aproximava ainda mais de Max ao ponto de emparelhar em algumas oportunidades. 

Foi numa dessas que ao aproveitar-se de uma rara velocidade do W13 - que tanto dificultou os Mercedes após a eliminação do porpoising  - para ganhar a primeira posição de Max e disparar na liderança. 

Um irreconhecível Max precisou lutar contra a Ferrari de Carlos Sainz, a ponto dos dois se tocarem na segunda perna do S do Senna, quando Carlos mergulhou para ultrapassar e assumir a segunda posição. 

Isso possibilitou a chegada de Hamilton para reeditar algumas das batalhas de 2021 contra Max. O inglês aproveitou-se de sua ótima velocidade e dos problemas enfrentados por Max, para efetuar a ultrapassagem em plena reta dos boxes e assumir o terceiro lugar.

Foi uma festa e tanto essa primeira conquista de George Russell -  mesmo que ainda tenha sido numa Sprint Race - um piloto de que se espera muito. Sainz salvou o dia para a Ferrari e Lewis levou a outra Mercedes para o pódio, completando a festa das Silver Arrows no autódromo paulistano.

E pensar que ainda tem mais amanhã e Interlagos já entregou tanto.

Que lugar fantástico!

segunda-feira, 11 de abril de 2022

GP da Austrália: Sem chances para os demais

Mais uma conquista para Charles Leclerc
(Foto: Ferrari/ Twitter)

A exibição de Charles Leclerc em Melbourne pode ser classificada como de gala. Ok, não foi uma vitória tirada a fórceps, mas ele conseguiu maximizar totalmente o que ele tinha em mãos, mesmo temendo a presença da Red Bull com os dois carros que vinham logo a seguir.


A largada foi um passo importante para que ele domasse o ímpeto de Max Verstappen e começasse a se afastar. Aliando seu ritmo diabólico, mais os problemas de pneus que dificultavam a tentativa de Max em acompanhá-lo, Leclerc apenas administrou a vantagem mecânica que ele tinha. Talvez o único susto que tenha levado fica por conta da relargada após o abandono de Sebastian Vettel, onde Charles deu uma vacilada e permitiu a aproximação de Verstappen a ponto de ver a sua liderança ameaçada. Fora isso, foi um passeio que ficou ainda mais fácil depois do abandono de Max com problemas no sistema de combustível. 
Também havia uma tenacidade no jovem monegasco, que procurava a todo momento mostrar o quanto estava a vontade ao querer cravar a melhor volta em algumas situações, onde as coisas já estavam bem controladas - e conseguindo o seu objetivo nas voltas finais e, principalmente, na derradeira.

Uma conquista que mostra o quanto que Charles e a nova Ferrari F1-75 estão em ótima simbiose. Será uma festa tremenda em Ímola caso ele consiga chegar ao topo por lá também, já que é a próxima etapa.

A Red Bull até teria seus motivos para sair de Melbourne, pelo menos, com um sorriso amarelo. Seria difícil bater a Ferrari de Leclerc  por conta do alto desgaste de pneus, mas chance de terminar com os dois carros no pódio era bem real. Mas o problema - mais um - para Max Verstappen deitou por terra essa chance, trazendo mais um desaire para o atual campeão do mundo que agora soma, pelo menos, 36 pontos perdidos com os dois abandonos quando ocupava a segunda posição em Sakhir e agora em Melbourne. Sergio Perez salvou o dia ao herdar a segunda posição, mas estando com um atraso de quase vinte segundos para Charles, pouco poderia fazer, porém ele ainda deveria se preocupar com um batalhador George Russell que chegou ficar três segundos de atraso na terceira posição. Perez aumentou o ritmo e subiu a diferença sobre o jovem inglês.

(Foto: Mercedes AMG/ Twitter)
Falando em Russell, ele conseguiu um pódio que ele mesmo classificou como "sorte" especialmente
pelo abandono de Max. Mas também esteve no momento certo quando o SC foi acionado por conta do acidente de Vettel, ao parar nos boxes quando era quarto e voltar exatamente naquela posição. Ironicamente essa seria a posição natural de Lewis Hamilton que havia feito uma ótima largada ao pular de quinto para terceiro, mas depois sucumbindo aos ataques de Sergio Perez. A ida aos boxes antes do SC podia ter sido uma boa, mas acabou sendo um tremendo azar para o heptacampeão que precisou se contentar com a quarta colocação no final. Os temores de um final de semana desastroso como foi o de Jeddah dissipou com a boa classificação de ambos os pilotos e os carros da Mercedes apresentaram um bom ritmo após várias mudanças para procurar achar o melhor jeito de controlar o infame porpoising. E o ritmo deles na corrida foi bom, chegando em algumas situações ser igual aos da Red Bull. Não deixa de ser uma lufada de ar fresco para os octacampeões de construtores, que ainda procuram entender o humor variável de sua W13.


Desfrutando uma alegria


Foi um dia bacana para Williams e Alex Albon, que chegaram ao primeiro ponto 
nesta temporada após uma ousada estratégia. 
(Foto: Williams Racing/ Twitter)

Quem pode sorrir um pouco nessa etapa australiana foi a Mclaren, que desde os treinos apresentou um ritmo satisfatório a ponto de Lando Norris marcar o melhor tempo no terceiro treino livre e chegar a quarta posição no grid, enquanto que Daniel Ricciardo fez o sétimo tempo. Na corrida o ritmo não foi o suficiente para lutar contra as três melhores, mas ainda foi interessante e os dois pilotos ficaram entre os dez primeiros por toda a corrida. Mas desde Jeddah é que a Mclaren havia dado sinais de tentar achar o melhor ritmo.

Outro que teve seus motivos para abrir um sorriso, não apenas para ele, mas também para a equipe, foi Alexander Albon que chegou figurar na sétima posição nas voltas finais após uma aposta arriscada de fazer 57 voltas com pneus duros e trocá-los na abertura da derradeira volta, conseguindo beliscar o primeiro ponto dele e da Williams nessa temporada. Uma sacada e tanto que pode muito bem ser usada em outras etapas. Não fosse a obrigatoriedade em trocar pneus, as coisas podiam ter sido bem melhores...


Enquanto alguns sorriem, outros...

Enquanto que Leclerc brilhava, Carlos Sainz teve seu final de semana bem atribulado: por mais que os treinos livres tenham sido bons, a sua qualificação não foi das melhores e ele ficou apenas na nona posição. A sua corrida já começou complicada quando não teve melhor tração e despencou na tabela e, para piorar, acabou rodando e ficando preso na caixa de brita ainda na primeira volta o que o fez abandonar o GP. Carlos havia largado com pneus duros e olhando bem o que acontecera com alguns pilotos que por muito pouco não pegaram bons pontos, ele podia muito bem ter escalado o pelotão com uma boa estratégia e até mesmo terminado no pódio. 

(Foto: BWT Alpine/ Twitter)
Fernando Alonso podia muito bem ter sido o nome do final de semana: esteve bem nos treinos livres - chegando liderar o treino livre 3 por um bom tempo - e depois com boas hipóteses de marcar até mesmo
a pole, quando estava bem veloz no terceiro setor. Mas o
Alpine o deixou na mão com problemas elétricos e ele bateu, tendo que largar em décimo. E sua prova foi boa, mas não ter entrado para trocar os pneus duros na última entrada do SC, foi o fim da linha para que conseguisse bons pontos. Acabou trocando, mas fechou apenas em 17o.


Kevin Magnussen era outro que podia ter marcado bons pontos, mas a exemplo de Alonso, também ficou pelo caminho devido a estratégia da Haas e terminou em 14o. Caso tivesse chegado aos pontos, teria sido a terceira consecutiva.

Talvez o cenário mais crítico desta etapa de Melbourne tenha ficado por conta da Aston Martin: ainda procurando o ritmo de seu carro, as coisas não foram boas. Nem mesmo o retorno de Sebastian Vettel, que ficou de fora das duas primeiras etapas por causa da Covid, foi suficiente para ajudar a equipe a se achar.

(Foto: Aston Martin/ Twitter)
Vettel não teve o melhor dos retornos: teve um defeito no carro no primeiro treino livre - que lhe valeu uma multa de 5 mil dólares por ter voltado de scooter pela pista sem permissão -; teve uma batida no terceiro treino livre; e na corrida voltou a se acidentar.


Na mesma toada veio Lance Stroll, que bateu no terceiro treino livre; se enroscou com Nicolas Latifi na qualificação, o que lhe rendeu uma punição de três posições; e na prova teve até chances de pontos, mas o desempenho ainda ficou abaixo.


Para a prova de Ímola, abre uma grande curiosidade em torno da apaixonada torcida italiana que deve abarrotar o clássico circuito esperando por uma conquista da Scuderia, que não vem desde 2006, quando Michael Schumacher venceu após um grande duelo com Fernando Alonso.

Por outro lado, espera-se a reação da Red Bull e também dos resultados que as primeiras atualizações que Mercedes levará para lá.

Atrativos não vão faltar.

domingo, 27 de março de 2022

GP da Arábia Saudita - Tensões e um ótimo duelo

Max Verstappen venceu a primeira neste 2022
(Foto: Red Bull)

Com certeza existe uma alívio com o término deste GP da Arábia Saudita. O que foi sentido desde a sexta-feira após um míssil atingir as instalações da Aramco a cerca de 12km do circuito de Jeddah, abriu uma discussão antiguissima como a Fórmula-1 tem o poder de se meter em situações complicadas e, sem dúvida alguma, essa foi a mais critica que a categoria enfrentou em sua história. Das outras vezes apenas visitavam - e ainda visitam - locais onde a situação humanitária não é das mais confiáveis, mas sempre fizeram vistas grossas para isso. Dessa vez a categoria pôde sentir que o clima poderia sim atingi-los, já que um míssil que cai a 12km do local poderia muito bem ter um erro de cálculo e acertar algo perto do circuito... ou até no próprio circuito. 

Atitude dos pilotos em buscar um melhor entendimento sobre o que estava acontecendo e também em movimentar um possível boicote foi válido, mas acabou que as coisas ficaram onde estavam quando as autoridades locais garantiram aos dirigentes uma maior segurança para os próximos dias. Com o anúncio do grupo extremista Houthi em cessar os ataques pelos próximos três dias, ajudou bastante em manter o evento, mas há de convir que as discussões sobre os acontecimentos deste GP ainda vão ecoar por um bom tempo e que muitas coisas precisarão ser bem conversadas para que numa próxima visita da categoria a este local seja, pelo menos, decente. 

Sair fora desse GP saudita? É algo bem dificil, uma vez que o patrocinador master da categoria - Aramco - banca a brincadeira por lá. Então, teremos que engolir esse GP e outros problemas que venham ter em "nome do espetáculo". Infelizmente... 


Sustos




Não é novidade de como este circuito de Jeddah é veloz. Ano passado, na tensa batalha entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, isso ficou evidente quando os primeiro carros foram à pista para os treinos livres e com a proximidade natural dos muros de concreto é de se esperar que um acidente mais forte aconteça. 

A corrida do ano passado ficou livre disso, mas durante a qualificação foi Mick Schumacher quem escapou forte num dos S rápido e bateu forte a sua Haas e o carro indo parar do outro lado do circuito tamanha foi a pancada. Com a segurança dos carros atuais, Mick saiu apenas tonto e foi ao hospital e por precaução foi recomendado não participar deste GP. Sem dúvida alguma, em outros tempos, este acidente teria causado sérias lesões no jovem alemão - ele havia batido ano passado, mas sem ter sido com essa violência, já que acertou a barreira de pneus. 

O circuito de Jeddah tem um traçado desafiador, mas é claro que a proximidade dos muros aumentam a sensação de que a qualquer momento possa ter um acidente de grandes proporções e isso é uma grande verdade. Por outro lado, a prova de 2021 e deste 2022 não foi de todo mal: ofereceu boas disputas, inclusive na batalha pela vitória nas duas etapas. 

Talvez fosse um traçado para um autódromo, seria um dos melhores do mundo. 


No final, uma boa corrida

A largada do GP da Arábia Saudita

Sim, ainda havia uma clima tenso no ar. Talvez nem tanto pelos problemas externos, mas sim por conta do acidente de Mick Schumacher durante a qualificação. Mas, ainda bem, que não teve nada demais e a prova pôde transcorrer sem maiores sustos. 

A batalha entre Max e Charles foi mais uma vez o ponto alto e assim como fora em Sakhir, ambos trocavam de posições nos dois últimos pontos de DRS: se Verstappen passava por Leclerc no final da reta que antecede a dos boxes, o piloto da Ferrari descontava em seguida. Mas faltando em torno de cinco voltas para o final, o atual campeão do mundo não caiu mais na armadilha - ou segurou seu ímpeto - e tratou de passar Charles na reta dos boxes. Isso lhe dava uma boa vantagem, já que o seu carro era bem melhor de reta do que o Ferrari. Apesar de sua qualificação no Q3, onde os pneus não aqueceram de foma adequada, Max conseguiu uma importante vitória e saiu do incômodo zero que lhe acompanhava desde Sakhir. Porém, tanto ele, quanto a Red Bull, sabem bem do desafio que a Ferrari está trazendo a eles nesse inicio do mundial, especialmente com Charles Leclerc que foi mais uma vez inteligente ao domar o ímpeto de Max até onde pôde. As corridas tendem a ser ainda mais interessantes...

Carlos Sainz e Sergio Perez não tiveram uma boa tarde em Jeddah, apesar de o desempenho nos treinos tenham dado à eles uma pequena esperança: Carlos enfrentou problemas no carro antes da largada e na corrida, a exemplo de Sakhir, não conseguiu acompanhar o ritmo dos ponteiros logo após ter herdado a terceira posição de Perez, que o espremeu quando saía dos boxes. O mexicano teve seu momento de glória no sábado com a obtenção da sua primeira pole e na corrida tudo parecia bem até o acidente de Nicholas Latifi mudar os rumos do GP, com ele aparecendo em terceiro após as paradas de box e, como já dito, tendo que ceder a posição para Sainz pela infração. Foi um final bem frustrante. 

Outro ponto interessante foi a disputa dos pilotos da Alpine, com Fernando Alonso tendo que suar o macacão para passar um ousado Esteban Ocon que dificultou bastante a ultrapassagem. Alonso estava bem na prova até abandonar na volta 35 com problemas mecânicos. Ocon terminou em sexto, garantindo uns bons pontos para a equipe francesa. 

A Mercedes continua com a sua saga de tentar alcançar o forte pelotão formado por Ferrari e Red Bull. George Russell fez sua corrida de modo solitário, sem ter ninguém para incomodá-lo enquanto que Lewis Hamilton, após uma qualificação desastrosa, precisou escalar o pelotão com ultrapassagens e se beneficiando com as paradas daqueles que iam a sua frente até ficar em sexto, logo atrás de George. Mas o erro estratégico da Mercedes, ao chamá-lo para os boxes quando já havia passado pela entrada do pit, determinou o seu destino ao fechar a corrida em décimo. Talvez se tivesse parado no momento do Virtual Safety Car, quando os boxes estavam abertos - Magnussen, que estava logo atrás, fez a sua parada - poderia ter lutado por posições melhores ao final do GP. 

Apesar dos problemas que atrasaram bastante o desenrolar do seu final de semana, Kevin Magnussen esteve mais uma vez em grande forma ao largar em 10º e conseguir ficar entre os dez primeiros em todo certame e até mesmo duelando com Hamilton pela sexta posição. Ao mesmo passo de Kevin, temos Valtteri Bottas que esteve muito bem neste GP desde os treinos tanto que conseguiu uma ótima oitava posição no grid, mostrando mais vez que o Alfa Romeo é bem veloz nestas circunstâncias. Mas na corrida, apesar de ter ficado por bom tempo na casa dos pontos, o seu carro acabou apresentando problemas e ficando pelo caminho assim que parou nos boxes. 

Pierre Gasly e Lando Norris salvaram bons pontos neste GP, se recuperando do mal início que eles tiveram sem Sakhir. No entanto, seus companheiros não tiveram grande sorte: Yuki Tsunoda teve problemas no motor quando estava indo para a formação do grid e nem participou e Daniel Ricciardo teve problemas em seu Mclaren e ficou pelo caminho, em mais um final de semana dificil para o australiano. 

Com um GP tão atribulado como foi este em Jeddah, muita coisa ainda será discutida. Mas ao menos, perto de todos os temores que envolviam essa prova, foi um grande alívio quando tudo terminou.

domingo, 20 de março de 2022

GP do Bahrein - De volta ao jogo

Charles Leclerc vencendo em Sakhir: Ferrari voltando a vencer após dois anos e meio de jejum
(Foto: Ferrari)

Como eu havia escrito no texto passado, levar a sério os testes de pré temporada é sempre um risco muito grande. Nem sempre tudo que parece ser, acaba concretizando. Mas as coisas, pelo menos desta vez, pareceu bem mais reais: de fato a Ferrari tem carro bem competitivo e, talvez, dependendo de como for as próximas duas ou três corridas, podemos cravar que a equipe dos vermelhos tem o melhor carro do grid - mas ainda sim não podem se descuidar da Red Bull, que apesar do grande desaire que se abateu sobre eles nas voltas finais, mostraram um bom ritmo, ainda que pese estarem levemente atrás da equipe italiana. 

Desde a sexta-feira ficava claro que a batalha se daria entre essas duas equipes: a Ferrari não chegou marcar o melhor tempo em nenhuma das três sessões livres, mas estavam sempre com os dois carros entre os três primeiros colocados - e sempre com Charles Leclerc liderando Carlos Sainz - , enquanto que AlphaTauri - através de Pierre Gasly - e Red Bull - com Max Verstappen - faziam as melhores marcas nas práticas. A diferença entre Ferrari e Red Bull não chegava ser tão alta e isso só reforçava a impressão de uma batalha bem acirrada a partir da qualificação. 

A sessão que definiu o grid contou com as duas equipes ponteando as duas primeiras partes, com Leclerc liderando o Q1 e Max o Q2. Um duelo pela pole era certo, mas não podia descartar jamais a presença de Carlos Sainz, que também vinha fazendo um bom trabalho - e o espanhol chegou ter hipóteses de pelo menos beliscar a primeira fila, ficando seis milésimos de Verstappen e conquistando a terceira posição. Charles foi o homem da noite em Sakhir ao fazer 1'30''558 e levar a pole para casa, enquanto que Max chegava a 1'30''681: um diferença de 123 décimos que mostrou um certo equilíbrio. Tínhamos uma corrida para o domingo com alternativas? Bem provável...

A melhor largada de Charles Leclerc minou qualquer chance de Max tentar um ação nas curvas seguintes e o piloto da Ferrari conseguiu domar bem a diferença para o atual campeão do mundo. Mas aquela batalha que tanto era esperado se deu após a parada de box da Ferrari que foi um pouco mais lenta que a feita pela Red Bull em Max, e isso deu ao holandês a oportunidade de atacar Charles quando este acabara de sair dos boxes. O duelo entre eles se deu por três voltas e sempre com troco na curva 4: se Max conseguia uma bela ultrapassagem sobre Charles ao final da reta dos boxes, o monegasco conseguia recuperar três curvas depois e dando aos espectadores uma disputa bem interessante. Quando as Leclerc conseguiu ganhar alguma distância, as coisas voltaram ao normal e nem mesmo após sair do segundo pit-stop as coisas não foram tão ameaçadoras. A quebra de motor de Pierre Gasly, seguido por incêndio no AlphaTauri, obrigou a entrada do SC e este foi um momento tenso para a Ferrari, uma vez que Verstappen tinha acabado de fazer sua parada de box e anulava uma diferença confortável que Leclerc tinha naquele momento - faltando 13 voltas ele estava 27 segundos de avanço sobre Max, que agora tinha pneus macios novos. A parada foi feita e o monegasco conseguiu sustentar sua posição. Uma bela relargada, deixando Max para que Sainz atacasse encaminhou as coisas para Charles, mas o problema hidráulico no Red Bull de Verstappen agravou e ele teve que abandonar - Perez também abandonaria logo em seguida com motor travado quando era terceiro - e a festa da Ferrari, que não vencia desde o GP de Singapura 2019 - conquistada por Sebastian Vettel - acabou vindo com a dobradinha - que também não acontecia desde Singapura. Um inicio promissor para eles. 

Por outro lado, os problemas da Red Bull foram apenas um golpe de azar: estiveram com boas chances de tentar alcançar a Ferrari sempre com o seu valente Max Verstappen, mas sabiam que desafiar os vermelhos não seria nada fácil. O ritmo apresentado sempre por Max é encorajador e são eles que vão batalhar contra a Ferrari neste inicio de ano - mas terão de ficar de olho na durabilidade do motor Honda. A Mercedes, como era de se esperar, não teve fôlego suficiente para alcançar Ferrari e Red Bull - ainda que o ritmo inicial de Lewis Hamilton tenha dado um pequeno indício de que poderiam acompanhar de forma mais próxima, mas o ritmo despencou logo em seguida por conta dos pneus e depois, pelo resto da prova, se estabilizou com as trocas de pneus. Mas pelo que se desenhava desde a sexta, aparentava que teriam muito mais dificuldade e isso começou a esvair já na qualificação com Lewis conseguindo a quinta posição - o máximo que podia - enquanto que George Russel não acertou a sua volta, ficando apenas com a nona posição. A corrida em si, seus pilotos não tiveram grande ameaça e o pódio de Hamilton ficou creditado ao abandono dos dois Red Bull do que pela performance do carro - apesar de Lewis ter feito uma boa corrida dentro daquilo que o W13 lhe oferecia. Mas ainda é um caminho árduo para que os multicampeões voltem ao patamar de sempre. 

Destaques positivos ficam por conta do ótimo retorno de Kevin Magnussen, que qualificou o carro da Haas na sétima posição e ficou entre os dez primeiros por toda a prova e terminando num ótimo quinto lugar, em contraste de seu companheiro Mick Schumacher que não conseguiu avançar na classificação da prova. Valtteri Bottas foi outro que esteve muito bem com a sua Alfa Romeo, marcando a estréia dele na equipe, mas a péssima largada - após uma bela classificação ao ficar em sexto - dificultou bastante o seu andamento ao ter que escalar o pelotão para terminar em sexto. Na mesma esteira de Bottas, a estréia de Guanyu Zhou também foi promissora com uma tocada bem precisa e sem exageros para terminar em 10º e marcar seu primeiro ponto logo na primeira prova. 

Para os demais, apenas o sinal de alerta: os Alpines não impressionaram muito, apesar de terem ficado na zona dos pontos com Esteban Ocon em sétimo e Fernando Alonso em nono; Williams, exceto Alexander Albon, que fez uma boa reestréia, não foi nada demais; Aston Martin não contou com Sebastian Vettel que esteve com Covid e foi substituído por Nico Hulkenberg que conseguiu ficar a frente de Lance Stroll na qualificação, mas na corrida não teve grandes avanços e terminou em 17º, enquanto que Stroll ficou em 12º. A Mclaren que talvez tenha sido a grande decepção dessa abertura, ainda sofrendo com os problemas de freios que atrasaram um pouco o seus testes no Bahrein na semana anterior. Daniel Ricciardo terminou em 14º e Lando Norris em 15º.

O GP da Arábia Saudita, no veloz circuito de rua de Jeddah, é mais uma oportunidade de vermos se o capítulo escrito em Sakhir continuará ou se terá novas nuances para este campeonato que está iniciando. 

domingo, 14 de novembro de 2021

GP de São Paulo - It's a Kind of Magic

 

Lewis Hamilton festejando sua vitória em Interlagos com a bandeira do Brasil
(Foto: Mercedes AMG/ Twitter)

Já devo ter escrito em alguma oportunidade que Interlagos tem uma atmosfera única. É algo que chega beirar a magia quando uma corrida grande se avizinha. Ainda me lembro de quando pisei os pés no Autódromo José Carlos Pace pela primeira vez e por mais que tenha sido um evento pequeno, consegui assimilar bem o significado daquele complexo para o motorsport. E essa impressão foi confirmada no decorrer dos anos em que entrei para trabalhar como comissário de pista: seja uma corrida de regional, uma etapa de Campeonato Brasileiro, um Mundial de Endurance ou a gloriosa Fórmula-1, o nosso autódromo velho de guerra ganha uma forma única que desperta em todos uma sensação de fazermos, de fato, parte de todo espetáculo. E Lewis Hamilton contribuiu com doses cavalares para que mais esta história fosse impressionantemente especial. 

Se olharmos o desempenho de Hamilton desde a formação do grid para a Sprint Race, não era de duvidar que o inglês vencesse a pequena prova com os pés nas costas: sua volta havia sido quase meio segundo melhor que a de Max Verstappen e com a adição de que esta foi feita com os três setores roxos - isso sem contar com o amplo domínio nas três partes do treino. A festa que foi feita após a obtenção dessa primeira posição acabou sendo ofuscada com a irregularidade no DRS - que acabou sendo descoberta por acaso, uma vez que o foco era na flexibilidade da asa traseira, uma vez que Adrian Newey e outro representante da Red Bull levaram alguns papéis para os comissários técnicos indicando que a asa traseira de Lewis se curvaria quando o chegasse aos 260km/h. Mas a procura pela tal flexibilidade acabou abrindo caminho para acharem a irregularidade no DRS que abria além dos 85mm regulamentares. Isso poderia causar uma desqualificação de Hamilton, o que o jogaria para o fundo do grid da Sprint Race. Conclusão: após quase 24 horas, e com o adendo de Max Verstappen ter também ter sido chamado pelos comissários para se explicar por ter tocado na famigerada asa traseira do Mercedes de Lewis, o inglês foi punido e precisou largar em último. Algo que poderia ser bem catastrófico em outras situações, já que ele também iria perder cinco posições pela troca do motor a combustão. 

A tarde fria do sábado paulistano viu um Lewis Hamilton aproveitar-se integralmente de sua superioridade mecânica para escalar o pelotão de forma insana e brindar seus fãs com uma grande pilotagem: ele acabara de sair de 20º para 5º em 24 voltas para anular uma desvantagem que poderia colocá-lo numa situação um pouco mais dificil para o domingo. Como bem dito, ele perderia a cinco posições e agora saíria em 10º na corrida. Cinquenta por cento do caminho havia sido salvo. 

Com a prova tendo a sua largada duas horas e meia adiantada em relação ao que foi a Sprint Race, esta começou com sol e isso poderia indicar uma certa dificuldade, mas as coisas foram bem diferentes: mais uma vez Lewis resolveu seus problemas na largada e em poucas voltas já estava em terceiro para iniciar uma batalha contra as Red Bull. A sua disputa contra Sergio Perez, após duas intervenções de Safety Car e Virtual Safety Car por conta de detritos no S do Senna, foi animada: foram três lances, sendo que ele passou por Perez por fora no S do Senna e depois tomou o troco no final da reta oposta e da mesma forma. Oras, Sergio Perez seria páreo para Lewis e agora ajudaria seu colega Max Verstappen? A destreza de Hamilton foi brilhante e ele acabaria por passar Sergio poucas voltas depois com manobra idêntica no S do Senna, mas desta vez tracionando melhor e abrindo uma distância considerável para que o mexicano não tivesse chance de revidar na reta oposta. Mas buscar Max Verstappen, que já levava quatro segundos não seria tão fácil...

As paradas de box, onde os dois principais rivais pelo título colocaram pneus duros, deixou Hamilton mais próximo de Verstappen e essa caçada chegou ao seu primeiro ponto alto quando o heptacampeão tentou a ultrapassagem e foi rechaçado por Max, num movimento onde os dois saíram para área de escape da descida do lago - isso gerou algumas rusgas com entre a Mercedes e a direção de prova, mas nada foi tomado. Após a segunda parada de box, onde os dois colocaram novo jogo de pneus duros, Lewis voltou mais forte e após uma série de tentativas e ameaças, o inglês conseguiu assumir a liderança na reta oposta e partiu para construir uma confortável diferença de dez segundos sobre Verstappen para vencer uma corrida que parecia perdida após todos os imbróglios. 

A conquista de Hamilton hoje em Interlagos foi grande e isso foi ainda mais imponente - não apenas por tudo que aconteceu de sexta para sábado e pela sua enorme atuação na Sprint Race - por conta de disputas tão duras com Max Verstappen que vendeu caríssimo a primeira posição - e claro, tivemos Sergio Perez que também foi duro e leal no seu breve duelo com Lewis. Temos que destacar que Lewis e Max estão elevando um ao outro a patamares mais altos nessa eletrizante disputa. E hoje foi mais um capitulo disso, que agora reduz para 14 pontos. 

Mas não podia deixar de lado a imagem que levou uma galera a se emocionar imensamente quando Hamilton pegou a bandeira brasileira de um comissário no Bico de Pato e desfilou com ela até chegar aos boxes, arrancando lágrimas e trazendo lembranças de conquistas de seu ídolo maior Ayrton Senna - e nem mesmo a chamada por ter feito o restante da volta sem o cinto de segurança, que lhe rendeu multa de 5 mil Euros, ofuscou toda essa apoteótica conquista. 

E mais uma vez Interlagos entregando um final de semana mágico, seja como Grande Prêmio do Brasil, seja como Grande Prêmio de São Paulo. 

domingo, 7 de novembro de 2021

GP do México: Não contavam com a sua astúcia

 


As duas últimas corridas realizadas foram boas chances da Mercedes e Hamilton abrirem bons pontos para a Max Verstappen, porém algumas coisas fugiram de seus controles: primeiramente na Turquia onde a Mercedes venceu, mas com Valtteri Bottas, enquanto que Hamilton precisou pagar sua punição por trocar algumas peças do motor e sair apenas em 11º após ter feito a pole. Sua corrida foi ótima, mas não o suficiente para ganhar pontos importantes ao ficar apenas em quinto; no GP dos EUA, um território bem conhecido por ele e Mercedes, a chance de sair de lá com uma vitória era grande, mas esbarraram no eficiente jogo do duo Red Bull/ Max Verstappen que levaram uma vitória maiúscula. Ou seja: o momento que eles tinham até ali um conjunto que parecia melhor, não foi aproveitado de uma forma que lhes dessem todos os pontos possíveis para assumir a liderança do mundial de pilotos e ampliar nos construtores. Isso a face de mergulhar em duas pistas que são reconhecidamente locais onde a combinação Red Bull Honda é favorita disparada. 

É bem a verdade que todos sabiam disso, principalmente a Mercedes, mas a qualificação foi uma mega surpresa até mesmo para eles quando Bottas encaixou uma tremenda volta e fez a pole com Lewis Hamilton logo em seguida. Isso daria um ânimo a mais para eles, já que até a Red Bull parecia ter sentido a pancada uma vez que a primeira fila parecia ser favas contadas. Mas a largada assombrosa de Max Verstappen - assim como a sua relargada - resolveu os problemas e talvez, mesmo que tivesse ficado encaixotado atrás do duo da Mercedes, seria bem dificil pará-lo hoje no Hermanos Rodriguez. Foi uma corrida a parte o que Max fizera, ao colocar um ritmo diabólico e abrir dez segundos de diferença quando a primeira parada de box foi feita e depois apenas aumentar no decorrer da prova para um vitória que começa a dar contornos a uma possivel conquista. 

Sem muito o que fazer, a corrida de Lewis Hamilton foi mais para diminuir os danos do que para tentar a vitória. Sabiam bem de como seria o desafio na Cidade do México e saíram bem a medida do possível. Sem Bottas por perto - que levara um toque de Daniel Ricciardo e caíra para o fundo do pelotão, inclusive ficando boa parte batalhando contra o mesmo Ricciardo -, o inglês precisou se virar como podia para tentar deixar um empolgado Sergio Perez o mais longe possivel antes e depois da parada de box. O blefe da Mercedes em parar Hamilton um pouco antes do combinado via rádio, ajudou a mantê-lo na segunda posição mesmo com Perez bem mais veloz com o mesmo composto (duro). 

Para Sergio Perez foi um final de semana dos sonhos, mesmo que ainda tivesse uma pequena esperança de vitória - e que dependeria bastante do que Verstappen entregasse. As suas hipóteses de chegar ao menos em segundo, esbarraram na boa performance de Lewis e também na estratégia da Mercedes para defender a posição de seu piloto. Mas de toda forma, Perez conseguiu a sua melhor posição de chegada num GP do México, assim como de um piloto mexicano nesta prova. 

O GP do México não foi das melhores e talvez o único momento onde teve alguma ação real, foi o confronto entre Lewis e Sergio. Mas este GP serviu para que Max ampliasse a sua diferença para 19 pontos sobre Lewis (312.5 x 293.5) e a Red Bull encostando na Mercedes na tabela dos construtores por 1 ponto (478.5 x 477.5).  

O GP de São Paulo pode ser um palco interessante para pavimentar ainda mais a futura conquista de Max Verstappen, mas ao mesmo tempo, por ser um local onde o tempo varia bastante, pode trazer algumas surpresas. 

domingo, 26 de setembro de 2021

GP da Rússia: Decisões

 

Lando Norris esteve em grande forma neste GP da Rússia

Entendo perfeitamente Lando Norris. Quem nunca do alto de sua juventude desrespeitou uma ordem - ou pedido - por achar que estava certo? Porém existe uma via de duas mãos: você pode se dar muito bem e gabar-se por uma vida que aquele passo foi o certeiro e certamente colherá os louros da vitória. Mas... e quando as coisas saem errado? Esse é o grande problema... Dependendo de qual for a situação, você carregará um enorme fardo por não ter ouvido com mais atenção o pedido, conselho, e apenas ter se mantido fiel a sua idéia. 

O que aconteceu com Lando Norris neste GP da Rússia foi apenas um cenário onde a gana de vencer pode ter tirado do jovem inglês a oportunidade de vencer o seu primeiro GP, logo em seguida de seu companheiro Daniel Ricciardo ter vencido um magnifico GP da Itália. Mas Lando teve apenas um grande erro neste final de semana que parecia ser apenas dele no modorrento circuito de Sochi. 

A sua pole de sábado foi apenas uma amostra que o inglês pode fazer com pista molhada, algo que tinhamos visto em Spa-Francorchamps semanas atrás onde a pole position já deveria ter sido dele. Mas o acidente no complexo Eau Rouge/ Raidillion tirou dele essa oportunidade. Em Monza ele foi muito bem, mas esbarrou num inspiradíssimo Daniel Ricciardo que ressurgiu das cinzas para repor a Mclaren ao círculo dos vencedores quase nove anos depois. 

A hora de Lando parecia ter chegado em Sochi ao cravar a primeira pole na carreira numa pista úmida que fez até mesmo um dos mestres em pista molhada - Lewis Hamilton - errar duas vezes. E nem mesmo uma largada melhor de seu amigo Carlos Sainz parecia ter tirado dele a concentração em buscar o seu objetivo, ao superar seu antigo colega de Mclaren treze voltas depois e se mandar na liderança da corrida. Apenas algo muito sério é que poderia tirar de Norris esta conquista... 

O melhor ritmo de Lewis Hamilton após trocar dos médios para os duros, não pareceu abalar o ritmo de Lando que ainda continua a ter uma distância precisa contra o heptacampeão. Mas com a chuva se iniciando de modo fraco e em alguns pontos do circuito, trouxe uma variável dramática que aumentou conforme a prova ia entrando na sua reta final. 

É claro que houve muita gente pensando mais de duas vezes se valia ou não a pena trocar para os intermediários e com Norris e Hamilton não foi diferente, tanto que Lewis pensou em ficar na pista e depois acabou recuando quando viu a situação do asfalto piorar e foi para colocar os intermediários. Lando comprou a briga - de forma ríspida, diga-se - e manteve-se na sua idéia de que dava para aguentar com os médios numa pista que já parecia um sabão em quase todo traçado. Infelizmente a sua decisão não foi das mais corretas e sua autoconfiança acabou naufragando a sua possível primeira vitória. 

É claro que estando de fora as coisas são mais fáceis de se analisar, mas ao mesmo tempo, o nervosismo em tentar buscar a primeira vitória - a primeira real chance de conquistar a vitória que ele teve na Fórmula-1 - mais a dose cavalar de autoconfiança juvenil, atrapalhou bastante na hora de raciocinar. Faltou a experiência de entrar numa breve conversa com o engenheiro e procurar o melhor momento para trocar ou não os pneus. Hamilton teve a mesma dúvida, mas acabou aceitando a idéia de fazer a parada quando viu que, realmente, as condições do asfalto não eram as melhores. Para Lando faltou apenas ouvir mais e procurar saber como seriam as próximas voltas - apesar de que no momento que Lewis foi para a mudança de pneus a pista já estava numa condição não tão confortável assim. 

Mas sabemos que se caso ele tivesse conquistado a vitória, certamente estaríamos exaltando as qualidades de um futuro campeão do mundo, como muitos apontam. porém, sabemos que situações como a de hoje em Sochi ajudará - e muito - a moldar um futuro Lando Norris que talvez ouça mais e possa discutir com a equipe o que será melhor para o momento. 

Muito erros ainda podem aparecer, mas talvez este vá doer por muito tempo para o sempre sorridente Lando Norris. 

sábado, 25 de setembro de 2021

Vídeo: Os comentários sobre a qualificação para o GP da Rússia



Hoje foi um daqueles dias históricos para a Fórmula-1: além da inédita pole de Lando Norris - recuperando algo que poderia ter sido dele em Spa-Francorchamps - a categoria voltou a ter a formação das três primeiras posições do grid com suas três clássicas equipes: a Mclaren voltando a largar da posição de honra com Lando, coisa que não acontecia desde o GP do Brasil de 2012 quando Lewis Hamilton fez a pole; Carlos Sainz conseguiu a sua melhor posição de largada até aqui ao ficar com a segunda colocação e a terceira para o George Russel, que cada vez mais demonstra o talento que lhe é reservado. 

Dessa forma Mclaren, Ferrari e Williams voltam a formar a trinca num grid de largada desde o GP do Brasil de 2004 - e com esta formação, desde o GP da Europa de 2003. 

No vídeo, as minhas impressões sobre a qualificação em Sochi.


segunda-feira, 13 de setembro de 2021

GP da Itália: Ninguém tira o pé

 

Lewis e Max em Monza: rivalidade extrema 


Lewis Hamilton e Max Verstappen possuem a mesma gana por vitória. Isso é inegável. São dois pilotos que foram preparados para usufruírem o máximo de seus talentos com equipamentos que eram, no mínimo, bons para conseguirem chegar ao seus objetivos. 

Lewis chegou a Fórmula-1 cedo, mas com uma grande esperança depositada sobre seus ombros após uma conquista magistral na finada GP2 de 2006. Neste ponto, o inglês não decepcionou: chegou, peitou Fernando Alonso - o então bicampeão - e esteve as portas de vencer o campeonato caso não cometesse erros nas duas provas finais - China e Brasil - que abriram a chance de Kimi Raikkonen vencer o mundial de 2007. Apesar de tudo, sua pilotagem agressiva e dura na disputa com os rivais trouxe um elemento a mais para o campeonato. Apesar dos erros que ainda apareceram em 2008, o inglês estava pronto para erguer o seu primeiro mundial de pilotos.

Max Verstappen é da mesma casta: foi incentivado - mesmo que de formas duras por parte do pai - a extrair o máximo dos carros e também do seu talento impressionante, tornando-o um dos grandes fenômenos do esporte a motor da última década marcando uma entrada extremamente jovem na Fórmula-1, mas dando conta do recado de forma imediata - como ficou bem claro na sua estreia pela Red Bull no GP da Espanha de 2016 que ele acabaria por vencer. Assim como Lewis, suas disputas duras com adversários e com uma pilotagem absurdamente hipnotizante, chamou atenção para o novo astro que estava despontando.

Passados estes anos, estamos em 2021 numa disputa ferrenha entre estas duas personagens: um Lewis reinante desde 2014 (com uma pequena intromissão de Nico Rosberg em 2016) e Max Verstappen já com uns bons anos de experiência e sedento para destronar o inglês de seu pedestal. E claro, apesar da aparência mistosa entre ambos nos últimos anos, as coisas mudaram de figura para esta temporada até aqui eletrizante. Tanto um quanto o outro teve que exigir o máximo de seus equipamentos e também de seus talentos para sobrepor o outro. Neste momento o campeonato pende à favor de Max, mas Lewis está a espreita.

A disputa dura entre eles tem sido o grande ponto de discussão nesta temporada, onde nenhum tem aliviado para o outro nos duelos diretos: se Max tem impetuosidade de ignorar a presença do heptacampeão nos espaços, Lewis não tem feito diferente. E isso não tem nada de errado. O duelo tão esperado e aclamado tem acontecido quase que incessantemente e dado a todos uma impressão de que em todas as corridas os esbarrões podem acontecer. As trocas de farpas via imprensa, como dois pugilistas, tem fervilhado a cabeça de fãs e imprensa, num tempero bem forte que a categoria não via há anos. Lewis e Max são duas criaturas criadas e treinadas para triturarem seus adversários e por serem tão parecidos, as coisas tendem a sair do controle.

Na história da Fórmula-1 a disputas quase que foram feitas por pilotos com estilos opostos: se Alberto Ascari tinha a velocidade pura, Juan Manuel Fangio tinha a cautela a seu favor; Jim Clark era a velocidade pura, enquanto que Graham Hill ia para uma pilotagem mais cadenciada; Niki Lauda era impressionantemente veloz e Emerson Fittipaldi olhava mais para a regularidade; algo parecido como aconteceria mais tarde entre Nigel Mansell/ Nelson Piquet e Ayrton Senna/ Alain Prost. Estes exemplos deram liga - mesmo que às vezes chegassem a ser destrutivas, como Senna/ Prost - mas agora a disputa é entre dois caras extremamente velozes e duros nas disputas. E o resultado disso vimos nas últimas corridas.

Apesar de uma melhor consciência de Hamilton em algumas situações, é claro que nem sempre vão aliviar um para o outro. O incidente em Silverstone foi a prova de como não terá camaradagem entre eles quando estiverem no tudo ou nada e o acidente em Monza só ratifica isso. Independentemente se tenham ou não deixado espaço, a verdade é que não esperem tapetes vermelhos em todas as disputas - ainda mais para um campeonato que está caminhando para a sua reta final. Se Hamilton estava tranquilo em seu reino e Max apareceu para lhe tirar o sono, ele acabou despertando o velho Lewis de outrora. E isso foi a grande sacada para este mundial. Por outro lado, a grande sorte destes dois é não ter a presença de um terceiro piloto que poderia muito bem "roubar" a taça no melhor estilo Alain Prost 1986 e Kimi Raikkonen 2007...

O culpado de ontem? Nenhum deles, claro. Afinal de contas, Lewis defendeu o seu lado e Max, que também não é de levar desaforo para casa, não tirou o pé e ambos acabaram encavalados - a função do Halo, que ainda acho ter uma pequena na parte superior, onde alguns pilotos (Charles Leclerc, por exemplo) ter uma parte do capacete exposta, cumpriu a sua função e protegeu Hamilton do pior - numa das cenas que contam bem o que tem sido o campeonato até aqui.

Lewis também tem jogado com a agressividade de Max. Já que o holandês não tira o pé nas disputas, o heptacampeão passou a entrar nos duelos de forma mais dura. Uma forma de intimidar o garoto rubro-taurino, assim como o mesmo sempre fez com os demais. A diferença é que Vertappen não baixou a cabeça e aceitou o desafio vindo do inglês e disputas assim tendem a terminar como os casos de Silverstone e o de Monza. 


Não esperem que Hamilton e Verstappen tirem o pé nas próximas batalhas. Pode haver algum hasteamento de bandeira branca para algum dos lados, mas isso não acontecerá sempre. A disputa tem sido visceral até aqui e é isso que tem prendido atenção de todos para este campeonato. Os fãs terão muito o que discutir e se estapearem pelas redes sociais. Para os que não tomam partido de nenhum dos lados, a disputa é um manjar dos Deuses.

domingo, 5 de setembro de 2021

GP da Holanda - Super Max

 

(Foto: Red Bull Honda/ Twitter)

O retorno da Fórmula-1 à Zandvoort após 36 anos foi primoroso: uma torcida loucamente apaixonada e navegando pelo sucesso contagiante que tem sido esta temporada de Max Verstappen até aqui, onde o piloto holandês confirma a cada etapa a sua fase impressionante e que está pronto para chegar ao seu primeiro título mundial e escrever seu nome ao lado de lendas do motorsport local, como Arie Luyendyk (duplo vencedor da Indy 500 de 1990 e 1997) e Gijs Van Lennep (duplo vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1971 e 1976).

A certeza é que após este retorno triunfal do circuito, que tem a sua tradição na Fórmula-1, pode significar uma pavimentação para a renovação do automobilismo holandês aproveitando-se bem do impressionante Max Verstappen e - porque não dizer - de Rinus Veekay na Indycar. 

Afinal de contas, inspirações para os mais novos não faltará.


O Super Max

As expectativas para este GP holandês girava em torno de uma situação que poderia ser repleta de nuances causadas pela possível entrada do Safety Car em alguma ou algumas oportunidades. Mas as coisas foram bem diferentes e este retorno de Zandvoort ao calendário da Fórmula-1 foi pautada pela estratégia, onde os dois melhores pilotos do grid puderam se digladiar mesmo que não fosse no mano a mano como todos gostariam. 

A disputa pela pole entre Verstappen e Hamilton tinha dado o tom, com o piloto da casa conseguindo uma volta brilhante sem o uso do DRS - que falhou - e por muito pouco não deixou de bandeja para Lewis a condição de largar da pole. Isso já trazia uma expectativa de como os dois se comportariam na lendária curva Tarzan, que dá aos pilotos uma boa possibilidade de fazer seu próprio traçado e tentar uma manobra para superar o rival.

Mas aquela dose exagerada de expectativa foi pelo ralo com a boa largada de Max e com Hamilton segurando a segunda posição. Daí em diante as coisas viraram uma briga de gato e rato, com o inglês da Mercedes tentando se aproximar de Max e este respondendo de imediato. Os momentos de maior proximidade entre eles era por conta do tráfego, que é muito mais intenso que em Hungaroring e que se aproxima - e muito - do que é em Mônaco, mas Verstappen tinha uma melhor gestão em negociar os retardatários e livrava-se deles com certa rapidez enquanto que Lewis tinha dificuldades com isso. Ou seja: a chance de Verstappen perder este GP viria apenas em situações de quebra e/ ou erro (dele ou do box) e isso em momento algum aconteceu. E nem com Hamilton - ao que pese a primeira parada dele que teve uma pequena demora no encaixe do pneu dianteiro direito que lhe custou alguns décimos. 

As respostas da Red Bull em sempre marcar a Mercedes quando esta chamava Hamilton para as trocas de pneus valeu e muito. Principalmente na última, onde a equipe germânica esperava que a Red Bull usasse um jogo de pneus macios e contra-atacou ao usar em Max os pneus duros. Um golpe dura na Mercedes que não tinha as melhores informações sobre o composto e isso os deixou de mãos atadas, uma vez que eles colocaram pneus médios em Hamilton quando faltavam um pouco mais de 40 voltas. O que restou para a Mercedes, ao ver que não teria como se aproximar, foi proteger a melhor volta - apesar de um pequena tensão onde Bottas fez a volta mais rápida faltando três para o final e depois Hamilton respondeu para garantir o ponto, quando os dois tiveram pneus macios nas derradeiras voltas. 

Essa corrida foi uma atuação brilhante de Max Verstappen, talvez comparado a sua conquista em Paul Ricard neste ano. 


Os outros destaques...

Apesar do GP não ter agradado para quem esperava um duelo visceral e/ou as nuances de uma esperada entrada do Safety Car - que não concretizou - o meio do pelotão garantiu o entretenimento de certa forma.

Já que a sua classificação não foi das melhores, Sergio Perez foi o piloto do dia pela eleição ao recuperar-se muito bem e chegar em oitavo - ainda que no inicio da corrida tenha destruído o pneu dianteiro direito numa tremenda freada no final reta quando estava usando um jogo de pneus duros. A sua disputa contra Lando Norris, com os dois chegando a se tocar durante o contorno da Tarzan o que poderia muito bem ter dado uma movimentada na corrida. 

Fernando Alonso foi outro que brilhou em Zandvoort e a sua corrida poderia muito bem ter sido complicada caso a Alpine tivesse acatado o pedido de Esteban Ocon para que pudesse passá-lo, já que o jovem francês dizia estar mais veloz que o veterano espanhol. Porém, a lentidão inicial de Alonso foi por conta de uma preservação dos pneus- algo que ele comentou até - e que ele chegou fazer uso dessa tática nos tempos de Ferrari. A sua largada foi bem intensa - e tensa - chegando a botar um pneu na terra enquanto disputava ferrenhamente contra Ocon e Giovinazzi e ultrapassando os dois por fora no decorrer das curvas. Alonso ainda conquistaria a sexta posição de Carlos Sainz na abertura da última volta. 

Pierre Gasly pode não ter tido grandes duelos - para não dizer que passou em branco, fez uma bela ultrapassagem sobre Alonso na Tarzan - mas esteve extremamente constante desde os treinos e a sua qualificação foi primorosa ao se colocar em quarto. E na corrida ficou por isso mesmo: sem ter ritmo suficiente para acompanhar as Mercedes e Max Verstappen, Gasly manteve-se firme na quarta colocação e não teve com quem se incomodar. 

domingo, 1 de agosto de 2021

GP da Hungria - Dimanche Bleu

 


Hungaroring é mais odiada que amada e isso é fácil de entender por conta de sua natureza travada, onde os carros seguem um ao outro sem oferecer grandes chances de ultrapassagens e transformam as corridas em modorrentas procissões. Ok, isso mudou um pouco desde a adoção do DRS, mas mesmo assim é uma das pistas - excetuando as de rua - onde quem larga nas primeiras filas - principalmente das duas primeiras - tem uma chance de alcançar o lugar mais alto do pódio. Mas existem as suas exceções uma vez outra nesta pista localizada em Budapeste. 

O que se viu na tarde húngara foram lances memoráveis de uma temporada que tem sido a mais interessante desde 2012. O enorme erro de Valteri Bottas desencadeou uma situação que até então parecia estar marcada para mais uma batalha entre Hamilton e Verstappen, desta vez com o inglês liderando o pelotão com uma largada convincente. Ma a pista molhada foi traiçoeira para Bottas que logo acertou a traseira de Lando Norris, que levaria as duas Red Bull mais a frente causando um strike que deixou apenas Max Verstappen para contar a história no GP, mas de uma forma manca já que as badgeboards fora destruídas no contato com Lando. Um pouco mais atrás, como reflexo do enrosco, Stroll acabou tirando ele e Charles Leclerc da contenda. Ou seja: apenas na primeira curva, cinco carros de fora. 

A aparição da bandeira vermelha deu um tom ainda mais impressionante: com a Mercedes optando em não trocar os pneus intermediários de Hamilton, enquanto que o restante do grid foi aos boxes quando estavam a caminho do grid, proporcionou a bizarra cena de Lewis largando sozinho. O heptacampeão liderou apenas a primeira volta para em seguida ir aos boxes e trocar para os médios e voltar... em último, enquanto que a prova era liderada por... Esteban Ocon! O GP húngaro parecia ter embaralhado as cartas e entregado uma partida fenomenal pelas voltas seguintes. 


Atuações de primeira classe e uma mágica vitória dos Le Blues



A tarde em Hungaroring foi das mais agradáveis. Ela nos proporcionou situações das mais interessantes, onde uma boa parte do grid foi posta para mostrar do que poderiam fazer num carro de corrida. 

O duo da Williams aproveitou bem do caos para chegar aos pontos, um fato que não acontecia desde o GP da Itália de 2018 quando Stroll e Sergey Sirotkin ficam com a nona e décima posições. Lattifi marcou seus primeiros ponto ao terminar em oitavo e certamente guardará este momento, assim como em ver seu nome na terceira posição por algumas voltas. George Russell conseguiu seus primeiros pontos pela Williams com o nono lugar, algo que ele vinha perseguindo há tempos e que veio, com direito a se emocionar durante uma entrevista. 

Max Verstappen pouco pode fazer com um carro tão avariado, mas podemos dizer que ainda teve uma boa dose de sorte em dois lances pelo menos: por não ter tido a roda dianteira direita arrancada na batida de Lando Norris e depois por ter o pneu do lado esquerdo furado na feroz disputa que teve com Mick Schumacher - que esteve brilhantemente nas disputas contra carros muito mais rápidos que o seu naquelas primeiras voltas, mostrando uma maturidade impressionante. Certamente o prejuízo para o agora vice-líder seria ainda maior. 

Para uma corrida tão cheia de armadilhas no inicio, Yuki Tsunoda esteve muito bem ao livrar-se de toda aquela bagunça da primeira curva e durante a prova ele foi consistente e sempre próximo de Pierre Gasly, que travou boas disputas com Verstappen e Hamilton nas voltas iniciais. Para o francês, sobrou o ponto da melhor volta do GP alcançada na última volta e mais os nove da sexta posição. 

Fernando Alonso escapou de todo aquele entrevero e isso foi importante para o que viria mais a frente no GP. O seu encontro com Lewis Hamilton, que buscava ainda a vitória, após ter trocado dos duros para os médios naquelas últimas vinte voltas, nos proporcionou uma pilotagem de primeira qualidade vinda de dois mega campeões e velhos rivais de guerra. Foram de oito a dez volta com Hamilton tentando de todas as formas superar Alonso, mas o veterano espanhol sempre com uma pilotagem defensiva e limpa bloqueou todas as investidas do heptacampeão. Com aquela carga total de pressão, ficou impossível para Fernando segurar Lewis até que ele cometeu um erro na freada da primeira curva e deu a chance de Hamilton pegar o quarto lugar. Mas atuação de Alonso foi importante para proteger a futura conquista de Ocon e Alpine. 

A batalha contra Fernando Alonso foi o seu ponto alto na corrida, mas não da para ignorar a grande pilotagem de Hamilton. O erro da Mercedes - apesar de Toto dizer que de qualquer jeito Lewis cairia no pelotão, parando antes da relargada ou não - lhe custou uma fácil vitória em Hungaroring, mas garantiu uma corrida bem interessante: primeiramente ele ficou preso atrás de Gasly por um bom tempo e a troca dos médios para os duros foi uma escolha correta, tanto que ele ganhou as posições de Gasly e de um manco Verstappen para depois iniciar a sua escalada até chegar ao quinto lugar e ficar atrás de Carlos
Sainz por um bom tempo. A troca pelos médios nas vinte voltas finais nos deu a bela disputa com Alonso que o fez perder um bom par de voltas. Quando livrou-se do espanhol, ele teve que alcançar e ultrapassar Sainz para subir ao terceiro posto. Ele terminaria próximo de Ocon e Vettel, mostrando que se não tivesse perdido tanto tempo com Alonso, poderia ter partido para uma intensa disputa pela vitória com estes dois. E ainda terminaria esgotado, uma vez que a água havia acabado.

Talvez de todos estes, Carlos Sainz é o que menos tenha aparecido, mas teve uma prova constante entre os primeiros. O pódio estava quase no seu alcance, mas o ritmo de Hamilton, mais o desgaste dos pneus duros de sua Ferrari, impossibilitaram que ele chegasse ao terceiro lugar. 

Ocon e Vettel foram outros dois que nos presenteou com uma memorável disputa, não tão intensa quando a de Alonso vs Hamilton, mas como um jogo de xadrez com os dois se marcando constantemente. Desde quando eles apareceram em segundo e terceiro e depois em primeiro e segundo, Ocon e Vettel fizeram uma prova de gato e rato, distanciando aos poucos dos demais para continuarem uma disputa particular. Vettel ainda tentou algumas investidas contra o jovem francês, que soube se defender bem, mas em seguida Esteban voltou ao controle da situação e administrou uma vantagem que não foi muito além de 1,5 segundos. Para Vettel foi a repetição da ótima posição já alcançada no Azerbaijão este ano, mas a tensão em ficar sem o segundo lugar ainda ronda, uma vez que, segundo a FIA, não tinha 1 litro regulamentar de combustivel - tinha em torno de 300ml. Já Otto Szafnauer disse que havia 1,74 litros no tanque, o que é suficiente para a medição. Inicialmente Vettel tinha sido desqualificado, mas a Aston Martin conseguiu um recurso para impedir isso e o carro seguirá para a França para avaliação.

Ocon mostrou uma grande frieza, digna dos grandes campeões para manter-se na liderança e caminhar para uma inédita vitória para ele e a Alpine, alcançando uma conquista de piloto e equipe francesa que não vinha desde Olivier Panis e Ligier no distante GP de Mônaco de 1996 que, por coincidência, também foi uma corrida bastante atribulada - para completar a efeméride, este GP de Mônaco foi também a última vez onde além da vitória ter sido de piloto e equipe francesa, a melhor volta também ficou para um piloto francês com Jean Alesi cravando a marca na ocasião. Desta vez, foi a vez de Pierre Gasly fazer a melhor volta no GP húngaro. 

São situações como esta da Hungria onde a oportunidade de uma história tão bacana pode ser feita. Num campeonato tão imprevisível como este, pode ser que ainda tenhamos outra chance de vermos algo do tipo. 


segunda-feira, 19 de julho de 2021

GP da Grã-Bretanha - Uma efervescente Silverstone

 

A largada de Hamilton e Max em Silverstone: um show com desfecho polêmico
(Foto: Motor Sport Magazine)

Uma coisa que parece não ter ficado claro para o fã do automobilismo, em especial o da Fórmula-1, é que dois pilotos não vão baixar a guarda quando algo estiver em jogo - e isso só piora quando estes dois são talentosos e com arrojo acima da média. O que foi visto em Silverstone apenas confirmou os temores que eram cantados pelos quatro cantos do mundo quando perceberam que a batalha este ano entre Lewis Hamilton e Max Verstappen seria o centro das atenções. A esperança de um enrosco entre os dois foi esperada nos últimos GPs, com direito a Zak Brown, o homem forte da Mclaren, endossar o coro de que os dois oponentes iriam se encontrar em algum momento neste ano - e com Christian Horner botando panos quentes. E os temores se confirmaram...

É claro que havia um cenário impressionante para tal situação: cinco provas sem vencer, onde a Mercedes teve apenas o GP francês como melhor palco neste meio tempo; um punhado de melhorias no W12 para tentar desafiar a Red Bull; uma volta de qualificação para a Sprint Race de tirar o fôlego, que fez a torcida entrar no clima; um Silverstone lotado, dando uma vida para o espetáculo. Eram ingredientes perfeitos para um Hamilton em estado de êxtase puro após aquele fabulosa volta, mas que acabou levando um balde de água fria quando se deparou com um Max muito decidido ao vencer a inovadora Sprint Race após uma bela largada. Mas era apenas uma pequena batalha no meio da guerra. 

A largada dos dois para a corrida foi algo alucinante, com Lewis partindo para a batalha contra Max sem nenhuma cerimônia com direito a quase se tocarem no meio da reta que antecede a icônica Woodcote. Apesar de Max ter vencido aquela disputa, Lewis continuou a atacar, se beneficiando da melhor velocidade de reta do Mercedes para chegar junto do holandês na antiga reta dos boxes e mergulhar por dentro, surpreendendo Verstappen. Como dois bons gladiadores que não fogem da briga, a Copse foi determinante para o desfecho que todos esperavam: Lewis emparelhou, mas tirou o pé justamente quando Max fechou a porta e o toque aconteceu, com Verstappen indo direto para a barreira de pneus. O acidente foi forte, batendo os 51G de força e deixando o piloto da Red Bull zonzo a ponto de ir para o hospital local para melhor avaliação. Mais tarde foi liberado. 

É dificil apontar quem foi o culpado - apesar dos fãs exaltados dos dois lados apontarem o dedo para um e para outro - mas a verdade é que a oportunidade vista por Lewis em tentar vencer em sua casa não seria desperdiçada. E o acidente foi apenas o resultado de dois caras que estão numa batalha intensa, não apenas pelas vitórias nas corridas, como também pelo campeonato. 


Uma vitória e tanto

A grande conquista de Lewis em Silverstone

Lewis Hamilton sempre exaltou a enorme energia vinda do publico que, de fato, estava apoiando o inglês neste final de semana de uma forma bem interessante - talvez até mais do que em outros anos. Com a retomada da prova ele precisou lidar com um impressionante Charles Leclerc, que havia assumido a liderança após o enrosco dos dois rivais e largado na frente na segunda largada parada. 

Charles esteve bem e manteve-se forte na liderança com uma diferença boa para Lewis que chegou beirar os três segundos, mas com o inglês descontando o atraso logo depois. Neste período, Lewis já sabia da punição de dez segundos que deveria pagar e quando o fez na sua parada de box. Ele voltou em quarto e foi recuperar o terreno ao ultrapassar Lando Norris antes da Copse; ter a vida facilitada por Valtteri Bottas no final da Hangar Straight - o que é totalmente normal e compreensivel, visto a oportunidade que esta corrida reservava - e depois descontar uma desvantagem de oito segundos em dez voltas para ultrapassar Charles na... Copse, numa manobra parecida com a que fizera com Max, mas com o piloto da Ferrari deixando um algum espaço para isso. Lewis ainda abriria três segundos nas duas últimas voltas para vencer uma corrida bastante atribulada e emotiva para o heptacampeão, que chegou ao oitavo triunfo no circuito inglês. Uma festa enorme, com direito a uma volta com a bandeira britânica e com a torcida indo ao delírio com um Lewis Hamilton num momento de pura emoção.

Não podemos deixar de destacar a ótima corrida de Leclerc que chegou ter boas hipóteses de vencer, mas com um carro inferior essa chance se esvaiu frente um inspirado Lewis; Lando Norris mais uma vez mostrando a sua classe de sempre e levando o Mclaren próximo do pódio; Daniel Ricciardo fazendo uma bela corrida e aparentando estar se encontrando na Mclaren; e Fernando Alonso, que já havia feito uma prova e tanto na Sprint - com destaque a sua mega largada, pulando de 11º para 5º na primeira volta - e repetindo um desempenho bem sólido no domingo, mostrando que a sua readaptação está quase completa na Fórmula-1.

Os acontecimentos de hoje em Silverstone podem desencadear uma série de situações, desde um Hamilton fortalecido até um Max ensandecido em busca por uma vingança após todo esse imbróglio na Copse - como também pode não dar em nada, com a Red Bull e Max voltando a forma a partir da Hungria. 

Mas de toda forma, a discórdia que já havia estourado entre as duas equipes (Red Bull e Mercedes), chegou de vez entre os dois principais favoritos ao título. As próximas provas serão bem interessantes. 

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