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domingo, 23 de agosto de 2020

104ª Indy 500 – Takuma Sato, O Grande

(Foto: @PlayersTribune/ Twitter)



Quando Takuma Sato venceu a edição de 2017 batendo um dos mestres do Brickyard – Hélio Castroneves – dificilmente alguém imaginaria que ele pudesse repetir a dose em alguma oportunidade. É bem verdade que a fama de Takuma Sato, onde coragem e atrapalhadas andam lado a lado, tenham contribuído bastante para que chegassem a essa conclusão de que ele não tivesse mais nenhuma oportunidade de conquistar algo naquele solo sagrado.

O estilo “win or wall” de Sato pode acompanhá-lo, de fato, em boa parte da temporada, porém, algo de interessante acontece ao japonês nascido em Tóquio: essa sua fama sai de cena e entra um piloto mais preciso nas decisões e aliado a sua coragem, torna-se um competidor quase que completo para o que mais exige a famosa prova que é fazer uma leitura correta do andamento da corrida para poder dar o bote no momento certo. E hoje não foi diferente.

É claro que a sua terceira posição no grid ajudou bastante, mas a corrida parecia se desenhar inteiramente para o sempre espetacular Scott Dixon que assumiu a liderança já nas primeiras voltas e continuou ali, entre a primeira e segunda posições, durante todo o certame. O desafio lançado por Alexander Rossi  durou umas boas voltas, mas o enrosco do americano com Sato dentro dos boxes, acabou rendendo ele uma punição que o jogou para o fundo do grid e na tentativa de recuperar-se, acabou se acidentando. Um a menos para tentar beliscar a vitória em Indianápolis.

Takuma partiu para a batalha contra Dixon, que a principio, parecia intocável na primeira fila e parecia estar próximo de chegar a sua segunda vitória – repetindo o feito de 2008 – mas o japonês estava naquela forma impressionante, conseguindo aliar o veloz carro da Rahal com a sua grande coragem e esperteza: conseguiu passar por Dixon e liderou com autoridade, mantendo uma boa distância de Scott após as curvas 1 e 2 e também pela reta oposta. Mesmo quando o neozelandês conseguia se aproximar na grande reta de chegada, Sato fechava o canto esquerdo e dava a opção de Scott tentar por fora na primeira curva, onde o japonês passava a abrir vantagem. O ótimo desempenho do carro da Rahal pode ser visto, também, pela ótima chegada de Graham Rahal que por um certo momento parecia ter chances de incomodar Dixon, mas acabou em terceiro.

Como um filme de suspense, que fez lembrar dos momentos decisivos da Indy 500 de 1989, quando Al Unser Jr. se enrolou com os retardatários e Emerson Fittipaldi aproveitou para mergulhar e passar pelo americano e vencer – com direito a batida do “Litle Al” no muro – Sato encontrou três retardatários na sua frente e isso fez com que Dixon conseguisse aproximar um pouco, mas quando o Takuma superou o retardatário Tony Kanaan é bem provável que tenha tido um alivio no pit lane da Rahal. O forte acidente de Spencer Pigot causou a bandeira amarela nas últimas cinco voltas, que acabou dando a Sato a oportunidade de passar e vencer com tranquilidade a Indy 500.

Para Takuma Sato, foi a sua segunda vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, encravando seu rosto mais uma vez no histórico troféu Borg Warner. E por mais que alguns torçam o nariz para o piloto japonês, aquele local sagrado fez o favor de escolhê-lo mais uma vez para vencer a grande prova do automobilismo mundial. 

E isso é para poucos.

terça-feira, 31 de maio de 2016

100ª Indy 500: O direito de arriscar

Ao fechar a fabulosa prova de número 100 da Indy 500, lembrei-me da corrida de 2012 quando Takuma Sato arriscou o tudo ou nada contra Dario Franchitti na abertura da última volta jogando-se por dentro da curva 1 e tentando a ultrapassagem na marra. O que sobrou para a coragem do japonês foi o muro e para Dario, a conquista de sua terceira e última vitória em Indianápolis. Para muitos, naquela ocasião, foi uma loucura desnecessária tentar algo ainda faltando quase que 90% da volta final para arriscar. Mas por outro lado, é assim que as coisas precisam ser feitas: provas como a Indy 500, que podem dar a glória maior para um piloto, precisam ser encaradas dessa forma. Ainda mais por pilotos que encontram essa rara chance. Takuma foi um caso desses: depois daquele final espetacular, ele teve mais alguma oportunidade de vencer a tradicional prova? Não! Apesar de que ainda deva correr outras edições, acredito que ele fez o certo naquela oportunidade.
Nesta centésima edição tivemos exemplos muito bons para se lembrar: Carlos Muñoz esteve bem próximo de conseguir a vitória, pois havia aparecido muito bem nas voltas finais como um foguete. Ele fez o certo: administrou bem a sua corrida por todo certame e foi atacar na hora que precisava de fato, que são nas últimas 50, 30, 20 voltas. É neste momento que as estratégias vão para o espaço e acelerar passa ser o quesito principal. Mas o estrategista de Muñoz, assim como de outros tantos, tiveram aquele medo de ficarem pelo caminho sem etanol e o mandaram para os boxes realizar um Splash & Go. Seria necessário naquela altura, faltando 6, cinco voltas para o fim? Particularmente imaginava que um piloto que passou parte da corrida ali pelo meio do pelotão apenas "cozinhando o galo", teria combustível suficiente para não precisar de uma parada extra. Outros pilotos que estavam em situação parecida com a de Carlos também precisaram fazer o mesmo: até certo momento imaginei de Scott Dixon faturaria a prova, pois não figurou nenhuma vez entre os três primeiros, vindo aparecer numa quinta posição há exatas cinco voltas para o fim. Mas ele teve que entrar para o seu pit-stop, assim como Tony Kanaan que esteve mais uma vez espetacular nesta Indy 500 e era sério candidato a vencer pela segunda vez no "Brickyard". Helio Castroneves era outro que havia feito uma corrida bem tática, conseguindo aparecer entre os primeiros na metade da prova e ficar com grandes chances de vencer - e até formar uma dobradinha com Tony -, mas os problemas na asa traseira após um toque de Townsend Bell no boxes e que foi agravado por Hildebrand em uma das relargadas, forçaram a sua ida ao box para trocá-la. Talvez até pudesse arriscar algo nas voltas finais, mas acabou sendo mais um a ir aos boxes.
Após uma série de pilotos ir aos boxes, surgiu a figura de Alexander Rossi. O novato foi muito bem em sua primeira experiência em Indianápolis ao se colocar em 11º no grid de largada e na corrida fez o "feijão com arroz": nada de especial, apenas cuidando bem do equipamento e se livrando das armadilhas que uma prova dessa proporciona. Mas quando a liderança apareceu para ele faltando cinco voltas, Bryan Herta apenas o mandou se segurar na pista como podia e Rossi, mesmo após ter dito que o carro estava falhando, passou a economizar o máximo possível para não ficar totalmente sem combustível naquelas voltas finais. Foi tanto que a duas voltas do fim, diminuiu drasticamente seu ritmo. A sua diferença para Josef Newgarden e posteriormente Muñoz era bem confortante, tanto que quando abriu a volta final estava com mais de uma reta de vantagem para eles. Ou seja: era apenas deixar o carro rolar na "banguela" para chegar a um triunfo histórico para o jovem americano. Para Carlos Muñoz, restou apenas as lágrimas e frustração.
Foi um final sensacional, sem dúvida. Devemos sempre lembrar que Rossi pilotou ano passado em algumas provas pela Manor na F1 e que agora estava ganhando uma das provas mais importantes do mundo. Tanto ele, quanto Herta, arriscaram algo que tinha tudo para dar errado, mas que na verdade era preciso quando viram que os grandes favoritos limparam a dianteira da prova por conta da dúvida se teriam ou não etanol suficiente para chegar ao fim.
Do mesmo modo que fizera Takuma Sato em 2012, arriscando o que deveria para tentar uma vitória, eles também arriscaram. Mas desta vez deu tudo certo. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Foto 265: Ganassi

Um belo pôster com alguns dos Ganassi desde o Lola-Chevrolet de Eddie Cheever em 1990 - ano que a equipe estreou na extinta CART - até o DW12-Honda com que Scott Dixon venceu o seu terceiro campeonato na IRL no último sábado em Fontana.
E claro, sempre com o apoio da rede de lojas de varejo Target.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Indy 500: Assim que tem que ser


Talvez você tenha sido um daqueles que xingaram Takuma Sato de tudo quanto foi nome, quando ele tentou aquela ultrapassagem na última volta sobre Dario Franchitti. Mas, naquelas circunstâncias, onde se depara com uma chance e seu subconsciente julga ser a única, o que você teria feito? O subconsciente de um piloto de corridas varia muito. Se fosse um Helio Castroneves, Dario Franchitti, Scott Dixon ou Tony Kanaan naquela situação, eles esperariam por uma segunda chance, afinal sabiam bem que tinham um carro suficientemente bom para passar seu oponente na curva seguinte, ou então arriscariam tudo na reta oposta num jogo de vácuo. Takuma tinha um carro assim, mas preferiu atacar quando viu uma brecha se abrir.
Indy 500 tem aquela lógica de que não há favorito. Nem o pole-position tem essa vantagem. Afinal são 200 voltas, 500 milhas, mais de duas horas e meia de prova, portanto para quê arriscar-se tanto. Você pode vaguear entre a dianteira e cauda do pelotão, e se tiver um carro bem acertado para conseguir andar bem no tráfego e sem ele, suas chances serão enormes de ver seu rosto e nome gravados no gigante troféu “Borg Warner” e dizer “Eu venci”. Sato tinha um bom carro, que lhe permitiu andar bem nestas condições que descrevi agora pouco. Tinha largado em 19º e junto do duo da Ganassi, Franchitti e Dixon, escalou o pelotão conforme as coisas iam mudando de forma, por causa das paradas de boxes e acidentes. Aliás, foram poucos os acidentes e mais impressionante é que três deles os carros não sofreram danos, ou quase isso. Fora essa estatística impressionante, a prova foi tranqüila até 160 voltas quando a corrida realmente começou. Portanto, não adianta se matar feito um louco em acelerar e acelerar e derrepente ficar sem carro na parte que realmente interessa: as últimas 50 voltas.
Sato estava bem e vinha entre os cinco primeiros, seguindo de perto uma constante troca de liderança entre os vermelhos Ganassi. Furar aquela dupla seria difícil, mas Tony Kanaan o fez de modo esplendoroso ao costurar o pelotão arrancando de sexto para primeiro na penúltima relargada. Fenomenal. Talvez uma das melhores relargadas dos últimos tempos. Tony liderou com autoridade, segurando bem o assédio de Franchitti. Takuma tinha despencado de terceiro para sexto. Marco Andretti, que havia liderado por um bom tempo a prova na sua parte inicial, rodou e bateu, forçando a então bandeira. Apesar de Kanaan ter sido tragado facilmente pelo pelotão, despencando para quinto, foi Takuma que mais uma vez reapareceu como um foguete, indo para quarto e subindo para terceiro faltando cinco voltas para o fim. Ele não teve muita dificuldade em passar Dixon e assumir o segundo posto. Teria coragem o japonês de arriscar tudo naquelas voltas finais contra a raposa que é Franchitti naquele “Brickyard”? Ou Bobby Rahal seguraria o ímpeto do japa? Sato optou pela sua coragem habitual, aquela mesma que fez a maioria em Montreal vibrar quando ele colocou uma surrada Super Aguri por dentro para ultrapassar um atordoado Alonso numa McLaren infinitamente superior. Ele viu o espaço na primeira curva, na abertura da última volta e foi na fé: carro por dentro, Franchitti diminuindo o espaço, mas Takuma abrindo caminho onde não tinha mais; os carros se esfregam, o de Sato se desgarra e por um fio de cabelo não leva o de Dario para muro. Pronto, as 500 Milhas estavam decididas a favor de Franchitti pela terceira vez na sua carreira e curiosamente em bandeira amarela, como tinham sido as duas últimas. Dixon fechou em segundo e Tony em terceiro. Dan Wheldon, último vencedor da Indy 500 e morto na prova final do ano passado deve ter ficado feliz pelo pódio, como bem disse Kanaan.
Para Takuma restou apenas à fama de ter sido ao segundo cara a jogar a vitória no muro, como fez Hildebrand ano passado. Mas tem as suas diferenças.
Hildebrand tinha uma vitória certa, garantida e carimbada. Era só levar o carro para a faixa de tijolos e receber as quadriculadas, mas, no entanto descuidou-se e bateu no muro da curva quatro de forma bisonha, tosca. Sato estava na busca por uma vitória. A sua primeira, assim como o próprio Hildebrand. Vencer a sua primeira corrida, exatamente lá em Indianápolis, nas 500 Milhas, seria um feito e tanto. Ele, talvez, tenha pensado muito naqueles instantes: se eu meter o carro por dentro, sem muito espaço, posso perder o controle e bater como também posso efetuar a ultrapassagem e ganhar a corrida. Ou então se eu deixar para depois, na reta oposta, será que terei chance de ultrapassá-lo? Vai saber exatamente o que passou por sua cabeça naqueles momentos. Takuma é instintivo, brigador. Tem por necessidade a gana de ultrapassar e tentar tudo em um lance, como se fosse o único.  E seu lance seria marcante de qualquer forma: conseguindo a ultrapassagem ou não, como acabou acontecendo. Mas uma coisa pode escrever: ele não vai mudar o seu estilo por causa disso. Assim que tem que ser.

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