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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Foto 604: Uma sábia decisão

O anúncio da retirada de Nico Rosberg da F1, acabou tendo um efeito tão forte quanto uma bomba atômica. Afinal de contas, o filho de Keke Rosberg acabara de ser campeão mundial e com apenas 31 anos anunciar aposentadoria da categoria, causa espanto em todos aqueles que acompanham a F1 e a sua carreira num todo.
Apesar de ter ficado impressionado com a decisão de Nico, entendo a sua colocação: não deve ter sido fácil para ele estas três temporadas em que esteve cabeça a cabeça com Lewis na luta pelo título. Batalhar contra uma talento nato como Hamilton, cuja carreira se confunde com a de Nico - afinal são contemporâneos desde o kart - não é trabalho fácil para ninguém. Qualquer um teria sucumbido a esta grande batalha logo no primeiro round, contando a partir do momento que ambos estiveram com o melhor carro em mãos (2014). A velha amizade, cultivada desde o kart, foi se dissipando conforme os dois jovens iam conquistando as vitórias e automaticamente a ambição em chegar ao olimpo, que é o de campeão mundial. Não é segredo algum que sempre houve um encantamento da Mercedes por Lewis: um piloto veloz, habilidoso, com dom natural de mudar as condições de provas que o destacaram desde o tempo de Mclaren. Para Rosberg, o tempo de casa e sua dedicação eram a chave, mas lutar contra toda uma situação que na maioria das vezes parecia pender para o lado de Lewis, fazia com que Nico precisasse subir o seu nível: foi assim em 2014, num momento que parecia ser dele até a prova de Spa e o famoso toque após a largada. Depois disso, a sua temporada foi ladeira abaixo e Nico teve que contentar-se em ver Hamilton campeão. Pior: 2015 foi mais difícil ainda e por mais que ele tenha pensado que poderia derrotar seu companheiro naquela temporada, Rosberg foi aniquilado faltando antes do fim do campeonato ao ver Hamilton sagrar-se campeão em Austin. A atitude de Hamilton, ainda extasiado pela conquista, ao jogar o boné para um combalido Nico na ante-sala para o pódio, ligou a chave interna no piloto alemão. E assim iniciava uma virada nas atitudes de Rosberg para derrotar Lewis: constantemente mais veloz, Nico mostrou nas provas finais de 2015 uma atitude que foi bem vista em 2016, marcando Hamilton em todas as provas e batendo rodas quandp era preciso (Áustria foi um bom exemplo). Rosberg deixou de ser aquele piloto burocrático, o boa praça, e mostrar que também sabia jogar pesado e acelerar forte. Quando percebeu que não precisava mais vencer para conquistar seu mundial, foi inteligente ao não correr riscos (aquele dilúvio em Interlagos foi um bom exemplo) e precisou de sangue frio para suportar o jogo de Lewis em Yas Marina. Colocando tudo isso na conta, pesa bastante na hora de decidir algo, como foi o seu caso. É claro que alguns irão chamá-lo de covarde, bundão, mas para quê continuar tentando algo que estava em sua pauta de vida? Por isso acredito que fez o certo.
Ter conquistado o seu sonho de garoto também ajuda. Venceu e provou ser um dos melhores top drivers de seu tempo. Pode não ter o mesmo arrojo de Lewis, a bravura de um Alonso ou a velocidade de um Vettel, mas Nico conseguiu elevar ao máximo tudo que aprendeu em seus tempos de Williams, o convívio com Michael Schumacher e os anos de chumbo com Lewis. E tudo isso foi usado neste 2016 para que ele conquistasse esse título tão sonhado.
Agora é hora de Nico desempenhar o seu melhor papel, que é de pai de família.

domingo, 27 de novembro de 2016

GP de Abu-Dhabi: Tensão, na medida certa

A decisão de hoje em Yas Marina não foi de todo mal. Também não podemos dizer que tenha sido fabulosa, pois foi uma corrida tensa e que qualquer lance a favor de qualquer um dos dois contendores, decidiria as coisas no ato.
Lewis Hamilton fez a sua estratégia, seguindo o seu instinto de que fizesse um ritmo mais lento, jogaria Rosberg na boca dos leões e assim pudesse ter tempo de abrir uma grande diferença para garantir com folga o possível título. As voltas finais foram agoniantes para os fãs de Rosberg e se pudesse, tiraria o carro do inglês da liderança com a mão. Certamente a força mental para que isso acontecesse, foi tão grande que poderiam até mesmo mover um vagão.
Mas como todo bom suspense, os coadjuvantes tiveram um papel quase que decisivo. A presença de Max Verstappen na segunda posição, após uma recuperação pautada por ultrapassagens e por esticar ao máximo a sua primeira parada, deu o primeiro tom dramático quando Rosberg esteve logo atrás do holandês estudando um melhor momento para atacar. Max até que resistiu, mas não teve muito o que fazer quando Nico foi pra briga e conquistou, na raça, o segundo lugar. Sebastian Vettel foi o outro coadjuvante e de forma brilhante, entrou na briga para deixar as coisas ainda mais tensas. Aproveitando-se de uma estratégia muito boa em usar os ultramacios nas últimas quinze voltas, subiu de sexto para terceiro com ultrapassagens disputadas a tapas, principalmente contra os "Red Bull Boys". Talvez o desgaste dos pneus nesta escalada tenha prejudicado um possível ataque final às Mercedes.
Finalmente Rosberg, que teve toda paciência e estudo necessário para não cair na estratégia que Hamilton colocara em prática. Se ele não atacou Lewis, ao menos esteve em grande forma para atacar e ultrapassar Verstappen de modo brilhante e quando Sebastian esteve com chances de ameaçá-lo, Nico teve sangue frio para defender e seguir em frente para garantir um segundo lugar que lhe garantiu o primeiro título mundial.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

GP do Brasil: Um dia especial

Tempos atrás eu havia refletido sobre os pilotos brasileiros, aqueles que tiveram a chance de vencer ao menos um GP na F1. O destino não tinha sido muito generoso com eles: ora por indefinição, ora por tragédia. José Carlos Pace e Ayrton Senna não tiveram tempo de uma despedida, pois acidentes acabaram encerrando prematuramente suas carreiras; Emerson Fittipaldi encerrou às escuras, após o GP dos EUA de 1980 em Watkins Glen, sem ao menos ter uma homenagem honesta ao cara que escancarou a porta para os demais pilotos brasileiros; Nelson Piquet também saiu na calada ao final de 1991 e Rubens Barrichello acabou encerrando sua carreira na F1 ainda acreditando que pudesse conseguir uma vaga.
Quando Felipe Massa anunciou a sua retirada da categoria em setembro, sabiámos que ele teria tempo de fazer algumas "minis despedidas" pelas provas que ainda restavam. Mas a semana de GP do Brasil, conforme os dias iam passando, as emoções iam aflorando. Com um piloto empenhado a conquistar o melhor resultado possível na sua última aparição num GP local, ele estava ainda tentando escalar o pelotão quando acabou entrando forte na zebra interna da curva do café e indo para o muro. Infelizmente um desfecho que poderia ter sido melancólico, mas como um daqueles caprichos da vida, quis que aquele acidente fosse o ponto de partida para uma dos momentos mais belos e humano da F1 em tempos. Com um Massa retirando a bandeira brasileira e colocando-a envolto de suas costas, ele saudou a torcida brasileira e foi sendo aplaudido da entrada do box até a chegada no pit lane onde ainda foi cumprimentado por todos integrantes das equipes que ali estavam, para depois chegar aos braços de sua esposa Rafaela e de seu filho Felipinho.
Massa não foi dos melhores pilotos que vi, mas existe algo de importante que qualquer ser humano precisa para vencer na vida: garra e coragem. Chegar numa categoria que na maioria das vezes é um verdadeiro moedor de talentos, correr contra os melhores pilotos de seu tempo - tendo alguns como seus companheiros, como Villeneuve, Schumacher, Raikkonen e Alonso - e ainda sustentar-se por 15 temporadas, não é fácil. Felipe Massa escreveu um capítulo importante para ele e o automobilismo brasileiro na F1.
Ainda terá sua última participação na F1, em Abu-Dhabi daqui quinze dias, mas certamente as cenas que vimos ontem em Interlagos serão eternamente guardadas na lembrança de cada um.
Valeu, Felipe!

domingo, 13 de novembro de 2016

GP do Brasil: Bem vindos ao mundo de Interlagos

Ah... Interlagos. Casa que tão bem conheço desde 2002, seu clima bipolar que nos dá a generosidade de assistirmos corridas que desafiam a perícia dos pilotos e faz ao vivo os crash tests para nos mostrar o quanto que os carros de hoje são bem seguros. A proximidade dos muros na reta dos boxes mostra o quanto que a pista paulistana é uma deliciosa - e perigosa - armadilha para a atual F1. Que digam Raikkonen, Ericsson, Massa e outros tantos que já espatifaram seus carros nos muros da curva do café até o da reta dos boxes. É de gelar a espinha, como foram os três acidentes de hoje, pois a névoa d'água cega os que vem de trás e a possibilidade de um grande acidente é enorme. Mas os aplausos em ver o piloto sair caminhando, acaba sendo a recompensa do desfecho de um momento dramático.
Fora os acidentes, as atuações também foram de grande valia neste GP: um Carlos Sainz fazendo a sua melhor corrida na categoria, ao andar consistentemente - e convicentemente - na quarta colocação; Felipe Nasr aproveitando-se bem de uma condição caótica para escalar o pelotão e conseguir segurar pilotos do calibre de um Alonso e Vettel para salvar dois preciosíssimos pontos para a Sauber. Deve ter ganhando certa moral, uma vez que seu companheiro teve um erro crasso na subida do café ao passar sob a linha branca e se arrebentar do outro lado do traçado. Perez também esteve em grande forma, ao andar em terceiro, mas Max... ah, Max Verstappen. O garoto que tantos malharam por conta de sua pilotagem agressiva que extrapola a física, fez a corrida de sua vida num terreno que ainda não tínhamos visto. Se precisávamos de uma corrida para coroar de vez o talento latente deste rapaz, isso aconteceu hoje.
E sobre Interlagos, a velha casa não decepciona. Não tem o glamour das novas praças que a categoria tem visitado nos últimos anos, mas natureza de um traçado setentão não nega uma boa prova ao seu público.
Portanto, a cada corrida que for neste naipe, só falo uma coisa: Bem vindos ao mundo de Interlagos!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

GP do Japão: Quatro passos para o título

Não há como negar que Nico Rosberg neste ano, e especialmente nas últimas corridas, tem tido um desempenho convincente e seguro. Se não era páreo para Hamilton, como foi o caso do GP da Malásia, correu seguramente para conseguir o máximo dos pontos. E isso tem feito uma enorme diferença nesta temporada, bem ao contrário de outras, onde o piloto alemão acabava perdendo a mão da situação e, juntando a uma carga de má sorte, acabava perdendo Lewis de vista. E consequentemente o título.
A corrida feita por Nico ontem em Suzuka foi uma dessas que mostram o quanto o piloto está empenhado a uma causa: dominou bem seu companheiro de equipe e soube ter a frieza que necessitava para dosar a diferença que separava ele de Max Verstappen por toda a prova, dando a ele a opção de ditar o ritmo a seu bel prazer. Não se precipitar em algumas situações tem sido um trunfo para Rosberg nessa temporada.
Por outro lado, as más largadas de Hamilton tem dificultado ainda mais o seu caminho. O deste GP nipônico foi uma das piores da sua carreira, talvez comparando apenas com o que fizera no GP do Bahrein de 2008, quando despencou de terceiro para nono ou décimo. Lutar contra outros carros num circuito onde a ultrapassagem nem sempre é fácil, vira um martírio e para o azar do inglês as Ferraris estavam em grande forma no início da corrida. Sua recuperação foi muito boa - baseando-se na estratégia do box -, mas ter encontrado Max Verstappen pela frente, na disputa pela segunda posição, acabou sendo um desafio extra para o tri-campeão, uma vez que a saída da chicane do jovem holandês era muito melhor conseguindo usar integralmente a melhor tração do seu Red Bull - algo bem parecido como ocorrera no GP da Espanha, quando ele assinalou a sua primeira vitória na categoria, ao conseguir escapar de Raikkonen na longa reta dos boxes por conta de uma melhor saída da chicane. Esse melhor aproveitamento de Verstappen foi o que forçou a manobra de Lewis na penúltima volta na freada da chicane e que foi defendida de forma dura por Max.
Agora restam quatro provas para o encerramento e até lá, Nico não precisará vencer e terá que marcar Lewis de perto. Qualquer que seja o desfecho deste mundial que está pendendo cada vez mais para o filho de Keke, estes quatro passos para o mundial podem ser dos melhores nesta era de domínio prateado.

domingo, 2 de outubro de 2016

GP da Malásia: O grande Ricciardo

Os ataques de Max Verstappen algumas voltas antes do abandono de Lewis Hamilton, sugeriam que aquele momento seria vital para o desfecho da prova. Com os dois rubro-taurinos duelando pela segunda posição, ficava claro que Hamilton tiraria proveito da situação e abriria vantagem sobre eles para tentar levar até o fim com os pneus duros ou trocá-los pelos macios. Mas a quebra do motor Mercedes do inglês deu outra perspectiva para a prova, e passou a esperar um duelo ainda mais bruto entre os dois companheiros. A Red Bull fez o certo ao chamá-los para o box e colocar novos pares de macios para cada um, quando foi acionado o Virtual Safety Car. Daria aos dois uma disputa justa.
Mas esta não veio, talvez mais por conta de uma relargada perfeita de Ricciardo que não deixou Verstappen tão perto dele na hora do recomeço. Apesar de uma aproximação de Max, esta nunca se figurou como grande ameaça mostrando que o australiano estava no controle. A vitória chegou para Ricciardo num momento em que ele começou, há algumas provas, virar um cenário que parecia mais à favor de Verstappen que chegara à equipe como um furacão. Acabou sendo, também, um presente do destino para Daniel que perdera uma corrida praticamente ganha em Monte Carlo.
Ricciardo ainda fez questão de dedicar a conquista a Jules Bianchi: "O que aconteceu com Jules foi algo difícil de aceitar e de digerir. Minha última vitória foi há dois anos. Gostaria de ter ganho uma corrida e dedicado a ele mais cedo do que hoje. Mas desde aquele dia sou uma pessoa diferente, para melhor. Passei a apreciar mais o que tenho e a posição em que estou. Ganhar uma corrida na Fórmula 1 é a realização de um sonho e essa vitória é para ele".
Aquela festa toda no pódio com o já famoso - e estranho - "shoey" e os cumprimentos de Felipe Massa e Jenson Button à ele ainda no parque fechado, mostra quanto Ricciardo é querido por todos. E seria legal se ele fosse brindado mais vezes com essas oportunidades.

domingo, 18 de setembro de 2016

GP de Cingapura: Estratégias & Estratégias

Essas corridas em Marina Bay podem ser interessantes por conta do fabuloso visual proporcionado pela luzes espalhadas pelo traçado citadino, dando uma infinita variedade de ângulos e jogo de luzes que dão vários tons para as cores dos carros. No entanto, é apenas isso. Talvez a melhor corrida disputada ali, tenha sido a de 2010. Talvez...
Hoje era um desses GPs modorrentos, mas o lampejo do engenheiro de Lewis Hamilton, na fase final da corrida, deu uma nova perspectiva para algo que estava praticamente definido. Não fosse a ida de Lewis aos boxes para trocar os pneus macios pelos super macios, não veríamos um final tenso onde Ricciardo, induzido pela troca de Hamilton, teve que ir aos boxes e colocar os super macios e partir para uma alucinada caçada à Nico Rosberg. Este estava, até de certa forma, com a corrida controlada, mas a parada de box de seu companheiro também deixou seu engenheiro indeciso a ponto de chamá-lo para os pits e rapidamente desistir, quando viu que a distância para Ricciardo era de 27 segundos e o total do trabalho dos pits girava em torno dos 28... Portanto, arriscar chegar no final da corrida com os pneus macios aos frangalhos era bem possível, mas teriam que contar, também, com o desgaste que Daniel teria com aquele ritmo alucinante. Ricciardo foi brilhante nas suas voltas e descontou toda aquela diferença que o separava de Rosberg, mas os retardatários atrasaram um pouco o seu ritmo e não fosse isso, pudesse, quem sabe chegar ainda mais próximo de Rosberg na linha de chegada.
A Ferrari perdeu uma boa chance de colocar Raikkonen no pódio, quando entrou em desespero ao ver Hamilton parar nos boxes. Talvez tivesse deixado o finlandês na pista, pudesse ter garantido o terceiro lugar. Ao menos foram inteligentes ao colocar Vettel para largar com os macios e esticar ao máximo o stint do alemão, para que depois ele fizesse bom uso dos ultra macios e conseguisse o quinto lugar.
A verdade é que não fosse a entrada de Hamilton para aquela troca de pneus, não teria tido toda aquela tensão nas voltas finais.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

GP da Itália: Não é nada, mas...

Como já era de se saber, a Mclaren-Honda não teria uma grande jornada em Monza exatamente por saber que as características da pista italiana não favorecerem muito a motor japonês, que ainda sofre com a falta de potência. Claro,as coisas melhoraram de forma considerável desde o retorno da parceria em 2015, mas ainda existe um caminho a ser percorrido para que o duo volte aos dias de glória.
Mas o que chamou a atenção mesmo foi a melhor volta alcançada por Fernando Alonso na antepenúltima volta da corrida. Ok, tirou proveito da situação onde ele colocou pneus super macios e com um carro bem mais leve, cravou a melhor marca da corrida dando à Honda uma estatística que ela não conquistava desde o GP de Portugal de 1992, quando Ayrton Senna fez a volta mais rápida daquele GP naquela que foi a primeira - e mais bem sucedida - encarnação da parceria Mclaren Honda. Outro quesito onde os anglo-nipônicos conseguiram um bom passo foi no Speed Trap: Jenson Button - que ficou em sexto na tabela das melhores voltas do GP - alcançou 358,3 Km/h ficando apenas 1Km/h da melhor que foi feita por Lewis Hamilton (359,0). Fernando Alonso ficou na 11ª posição na tabela, alcançando 349,9 Km/h.
A tabela abaixo mostra um pouco do que foram estes quesitos da Mclaren, comparando o GP italiano de 2015 e deste ano:
Apesar do desempenho global deles na prova deste ano não terem sido muito diferente, exatamente por saberem que a pista não os favorecia muito,estes resultados isolados mostram o quanto melhoraram em um ano. Pegar uma pista como esta de Monza para fazer essa relação de forças, é uma boa exatamente por ser um circuito veloz e o que nos mostra é que a Honda parece ter dado um bom passo para que no futuro estejam fortes para enfrentar Mercedes, Ferrari e Renault.
Fernando Alonso tem razão quando disse que "esse resultado vai apenas para as estatísticas", mas já é um grande avanço perto do inferno que passavam até um ano atrás.

domingo, 4 de setembro de 2016

GP da Itália: Presente para Rosberg

Interessante esta última passagem da Fórmula-1 pela Europa: duas corridas após o retorno do recesso de meio de temporada, o cenário ficou bem parecido com o que vimos no início da temporada, quando Rosberg aproveitou-se bem dos contratempos de Hamilton para cravar duas vitórias consecutivas. E isso aparece num bom momento, pois qualquer resultado pró Lewis, Nico poderia iniciar um adeus a chance de conquistar o seu primeiro título mundial. Mas estas conquistas lhe dão uma boa possibilidade de tentar reconquistar a liderança já na prova de Cingapura, lugar onde ele costuma ter bom desempenho.
Esta prova de Monza foi um presente de Lewis para Nico, onde o piloto inglês não soube aproveitar-se bem da pole e virou a primeira chicane em sexto. Conseguiu recuperar-se, sem grandes problemas, mas não o suficiente para atacar Rosberg que fez uma corrida solitária na pista italiana, sem ter nenhum opositor a sua liderança. É de se imaginar que caso Hamilton tivesse feito uma largada normal, o embate entre os dois poderia ter sido dos melhores.
Mas o restante do campeonato pode ver isso, e não apenas na tabela dos pontos, onde Rosberg está dois pontos atrás de Hamilton na classificação (248x250).

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Foto 595: Divirta-se, Massa. E até mais!


Felipe Massa no pódio, após o GP da Itália de 2015 quando terminou em terceiro

De certa forma, era algo esperado desde que os rumores sobre a sua continuação na Williams, para 2017, começaram a ficar em xeque. Mas num todo, a sua decisão foi a mais correta. Talvez tenha reconhecido que a sua velocidade não é mais mesma de outros tempos e continuar remando contra a maré, numa equipe que apareceu no cenário de 2014 como a segunda ou terceira força e está em queda livre desde então, não está dando a ele o mesmo prazer que teria se estivesse num carro bem melhor. Por outro lado, as opções que tenham aparecido para ele não eram das melhores. Portanto, para quê continuar correndo para lugar algum, sendo que já esteve em alto nível algumas vezes em sua carreira? Foi uma sábia decisão e terá, ao contrário de outros conterrâneos, tempo para fazer uma despedida digna.
Felipe teve um momento brilhante na sua passagem pela F1, mas sabemos bem que nos últimos anos as suas performances nos GPs tem sido bem abaixo. Salvo algumas segundas metades de campeonatos, onde ele conseguiu reagir bem, até, o resto foi mais de dores de cabeça e algumas marteladas para conseguir entender, especialmente, a funcionalidade dos pneus da Pirelli nesta era onde é preciso saber economizar tudo para conseguir ir o mais rápido possível. Massa foi formado numa época onde não era necessário isso: tinha a sua disposição – nos tempos da Ferrari – uma gama de informações sobre os pneus da Bridgestone, onde horas e horas de testes em Fiorano, Mugello e Monza, dava à ele a possibilidade de extrair o máximo daqueles compostos japoneses e aliado a era do abastecimento foi um trunfo também: podia fazer stints curtos, de velocidade pura e crua, sem se preocupar com o consumo da gasolina e o desgaste da borracha. Por isso era possível ver um Felipe Massa mais vigoroso, numa pilotagem mais bruta, sempre atingindo o máximo do carro. Não era um piloto espetacular naqueles tempos, mas a sua velocidade e agressividade casaram bem naquele tempo onde a economia de pneus e combustível era a única coisa que devia se preocupar. Sem dúvida aprendeu bem com o seu professor Michael Schumacher.
A mudança nos regulamentos, tirando o reabastecimento afetou um pouco a sua pilotagem, mas ainda era possível vê-lo em bons momentos, principalmente na segunda parte dos campeonatos. A necessidade em economizar combustível e pneus nesta era de motores híbridos, complicou ainda mais sua condução. Se Felipe começasse a prova com ritmo alucinante, a queda na performance era certa durante o restante da corrida, uma vez que teria de passar a preocupar-se com a economia do carro. A queda da Williams, flagrada já em 2015, só contribuiu para que a sua pilotagem passasse a ficar ainda mais sofrível. Por isso é que não me apego muito a questão de seu acidente em 2009, quando toda vez que é dito a sua má jornada é atribuído a aquela batida em Hungaroring. Acho que Massa, na verdade, não se encontrou nestes tempos de uma F1 mais “econômica”.
Ele terá ainda mais algumas corridas para curtir a sua estadia na categoria. Talvez, sem grandes pressões, poderá se dar ao luxo de realizar corridas mais tranqüilas.
Para onde ele vai? Nem ele mesmo sabe, mas uma olhadinha para o WEC seria uma boa para ele. Quem sabe o trabalho de Mark Webber no Mundial de Endurance inspire em sua decisão para o futuro.
Enfim, vai lá curtir o restante da temporada, Felipe. Ainda tem algumas corridas para você se divertir.
Até mais!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Foto 588: Forças

Acho que a prova de ontem em Hockenheim serviu apenas para mostrar a real divisão de forças da atual F1. Não foi nenhuma grande corrida, mas também não foi nenhum desastre, ficando apenas no que já sabemos bem que a Mercedes, em condições normais, é inalcançável.  A atual tranquilidade de Hamilton contrasta com o inferno que Rosberg tem enfrentado nas últimas provas, até por conta de suas más largadas, onde não tem conseguido aproveitar-se bem da posição de honra. Se era Lewis quem largava mal no início do ano, agora é a vez de Nico sentir que precisa dedicar-se a isso. A única oportunidade para Rosberg tentar uma reação virá imediatamente no GP da Bélgica, no fim de agosto, quando Hamilton poderá sofrer punições pela troca de motor e componentes o que jogaria o piloto inglês para a última posição e daria ao alemão a oportunidade de tentar diminuir - ou que sabe até superar - a diferença que hoje é de 19 pontos entre eles.
Por outro lado vemos uma disputa bem interessante pelo posto de segunda força, com uma Red Bull que levou seus dois pilotos ao pódio e nisso roubou a segunda posição da Ferrari no Mundial de Construtores. E ontem foi um retrato fiel de algo que estamos acompanhando desde o GP da Espanha, mas desta vez mais latente: uma Red Bull espetacularmente em forma e uma Ferrari que parece ter estagnado tecnicamente. Aquela atuação brilhante de Vettel em Montreal, visto hoje, mais parece um suspiro de um moribundo, do que de uma equipe que ainda almeja algo no mundial. Para piorar a situação, sabemos bem que a Red Bull sempre apresenta algo de interessante na segunda parte dos mundiais e isso nos leva a crer que, caso tivesse um motor mais potente, poderia muito bem incomodar a Mercedes nesse estágio e ser uma adversária a altura da equipe alemã.
No segundo escalão - ou terceiro, como queiram - temos uma disputa mais equilibrada até mesmo por conta da Williams que tem feito provas com desempenhos irregulares, principalmente com Felipe Massa que hora ou outra não se encontra com o acerto de seu carro. Por isso a Force India tem feito bons trabalhos, ora com Sergio Perez, ora com Nico Hulkenberg. Mas no rastro destas duas aparecem a Toro Rosso e Mclaren, sendo que a equipe austro-italiana também aparece numa situação parecida com a da Williams, onde Carlos Sainz é quem tem feito um bom trabalho - após a saída de Verstappen para a Red Bull - e Daniil Kvyat não tem se reencontrado após o seu retorno à equipe. Creio que pode ser um mix de desânimo e confusão quanto ao acerto do carro, deixando o jovem russo em maus lençóis na equipe, onde a sombra de Pierre Gasly começa a se fazer presente. Já a Mclaren tem conseguido bons resultados com sua dupla decana, mas alguns problemas - ainda menores - tem atrapalhado. Mas perto do que estavam há exato um ano, as coisas evoluíram bastante. No meio deste segundo e terceiro escalão aparece a Renault, que ainda procura o seu sol na categoria neste seu ano de retorno, mas sua dupla de pilotos não correspondeu até aqui a altura e são altamente contestados. Quem sabe nesse restante de campeonato as coisas podem favorecê-los.
O quarto e último escalão remonta à Manor, Sauber e Haas, que tem lutando constantemente para saber quem não é a última do grid. Para  Sauber as coisas tem sido bem piores, pois tem um ano que não sofrem evoluções consideráveis em seu carro e isso acaba sendo um tiro no pé. Ao menos a venda da tradicional equipe a um fundo de investidores pode ajudá-los a sair do limbo e começar a trabalhar no carro deste ano - e do ano que vem, também - para tentar dar a Marcus Ericsson e Felipe Nasr uma melhor oportunidade de tirar a equipe do zero na tabela de pontos. A Manor pode não ter saído do fim do grid totalmente, mas ao menos tem feito um papel bem melhor que em outras épocas desde que se chamava Marussia. O ponto conquistado por Pascal Wehrlein na Áustria, aliviará bastante o bolso da equipe para o ano que vem. Mas ainda fica o impasse se Rio Haryanto estará nas fileiras para o restante do ano. A Haas, sem dúvida, foi a grande sensação das provas iniciais quando conquistou 22 pontos devido a boas escolhas dos pneus e atuações gloriosas de Romain Grosjean. Abrindo mão de trabalhar no carro deste ano, a novata equipe norte americana deu uma decaída - como era de esperar -, mas ainda assim conseguiu angariar mais alguns pontinhos que o fizeram subir para os 28 pontos até aqui.
A verdade é que após este recesso, pouca coisa poderá ser vista em Spa já que as fábricas estarão fechadas, mas de Monza em diante poderemos ver algumas evoluções nestes "grupos".

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Foto 586: Batendo cabeça

Não é nenhuma novidade que a história da Ferrari, em seus momentos conturbados, sempre foi uma foice desgovernada e quem estivesse pela frente, teria a cabeça a prêmio. Dessa vez foi James Allison, que estava na equipe italiana desde setembro de 2013 e foi responsável pela construção do Ferrari de 2015 e o desta temporada. Mas sabemos, também, que desde a morte de sua esposa, em março deste ano, a sua presença em Maranello foi bem escassa. Isso explica a má fase da equipe italiana? Talvez...
Mas não se pode jogar a culpa sobre os ombros de um cara que foi importante para que a equipe italiana voltasse a vencer a partir de 2015, após um ano bem abaixo da média como foi o de 2014, quando passaram em branco. Porém, mudar o projetista atual, no meio da temporada, não vai resolver todos os problemas por aquelas bandas. Sinceramente, até simpatizava bastante com o trabalho que o inglês desenvolveu na extinta reencarnação da Lotus, fazendo bons carros e tendo em Kimi Raikkonen, no biênio 2012/13 boas apresentações e até uma breve chance de título para o piloto finlandês. Na Ferrari acreditava, também, que a sua passagem seria vitoriosa. Infelizmente a morte de sua esposa e até mesmo a atual fase da Ferrari, não ajudou muito. Fala-se que pode ir para a Renault...
Para seu lugar aparece Mattia Binotto, que era responsável pelo departamento de motores da equipe e que no passado de glórias da equipe na última década, era o engenheiro de motor de Michael Schumacher. Apesar de suas qualidades serem conhecidas, como trabalhador focado no que é lhe destinado, pode ser que dê certo nessa nova função.
Já a Ferrari, num todo, precisara reiniciar um trabalho que parecia dar certo até alguns meses atrás. A evolução da Red Bull assusta tanto quanto o domínio conhecido da Mercedes. Mas ainda acho que a pressa de Sergio Marchionne em levar a "Rossa" de volta ao topo, pode lhe dar alguns tombos.
A verdade mesmo é que Sebastian Vettel poderá amargurar um período longo sem títulos na Ferrari, mais por conta da desorganização daquele local.
Pelo jeito Fernando Alonso tinha razão... 

domingo, 24 de julho de 2016

GP da Hungria: World Championship of Punishments

Sabemos bem que a pista húngara não é das melhores para exaltar as qualidades dos pilotos, que podem, através disso, proporcionar um melhor espetáculo para aqueles que assistem. Foram poucas as provas que marcaram época, ou até mesmo lances: a famosa ultrapassagem de Piquet sobre Senna na primeira edição, em 1986; a recuperação, acompanhada de grande ultrapassagem sobre Senna, de Mansell em 1989; as voltas hipnóticas de Michael Schumacher para superar e vencer as Mclarens em 1998; a caótica e marcante edição de 2006, numa das raras vezes em que a chuva deu as caras e nos brindou com pilotagens de mestre de Alonso e Michael Schumacher e ainda contando com a primeira vitória de Button; o entrevero de Alonso e Hamilton em 2007 e a genial vitória de Ricciardo em 2014, é alguns dos momentos que ainda salvam estes trinta anos de existência de Hungaroring. Mas, infelizmente, a natureza de um circuito que era pra ser um dos mais modernos da F1 na época de sua entrada do calendário, acabou sendo um kartódromo em tamanho família que precisa de condições climáticas variáveis para que proporcione momentos de maior emoção. Fora isso, é uma pista interessante apenas no videogame.
A questão deste fim de semana na Hungria repousa exclusivamente na atuação dos comissários desportivos que não tiveram uma jornada das melhores. Pegando do sábado, quando Rosberg ignorou as bandeiras amarelas no finalzinho do Q3 - devido uma rodada de Alonso - e passou para conquistar uma polêmica pole. Teoricamente, deveria perder a pole, mas sabe lá qual foi o argumento que ele e a Mercedes usaram para conseguir convencer os comissários - quando vi o vídeo, Rosberg tirou o pé assim que viu a sinalização, logo após a chicane, e quando virou para a esquerda, a sinalização não estava mais lá, o que fez o alemão ter pouco tempo de desaceleração. É algo bem discutível.
Não bastasse isso, ainda tivemos uma caça para com aqueles que passassem na faixa branca da área de escape. Isso fez com que Daniil Kvyat soltasse o verbo contra essa regra, ao afirmar - e com razão - que era melhor arrancar o asfalto e voltar com a grama e brita. Durante a corrida foi normal vermos que Verstappen, Vettel e Alonso, recebessem chamadas por conta de ultrapassarem os limites da pista. Outro fato que acabou acontecendo foi a punição dada a Jenson Button, quando este recebeu algumas informações via rádio fazendo com que a FIA entendesse que aquilo fosse orientações da Mclaren para com seu piloto. O pobre Button já estava se arrastando com vários problemas em seu carro, e o Drive Through não alterou em nada sua corrida que já estava prejudicada. O lance onde a Mercedes pareceu orientar Hamilton no momento que este perdia terreno para Rosberg e Ricciardo, não teve nenhum tipo de ação por conta dos comissários o que mostra o quanto que estão confusos.
A verdade é que este fim de semana apenas deixou mais latente toda uma situação que acompanhamos já a algum tempo, que é o excesso de punições - em condições até mesmo descabíveis - e a falta de uso delas em algumas condições.
Portanto, o fato de ter uma equipe dominante, que ganha quase todas as provas do ano ou corridas sem nenhum tipo de emoção, são apenas detalhes que acontecem na F1 a tempos. Mas as confusões causadas pelos comissários da categoria, acabam sendo o grande câncer da categoria no momento.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Foto 583: O grande duelo até aqui



Para quem acompanha o mundial desde a pré-temporada, sabe que a esperança maior para mudar um pouco as ações durante as provas era depositada especialmente sobre a Ferrari, devido ao grande desempenho oferecido nos testes. Mas como bem sabemos, os testes tendem a ser mentirosos, mas até a prova da China a Ferrari parecia muito forte e próxima da Mercedes o que nos levava a crer que as evoluções que cada time levasse para as provas seguintes, seriam como movimentos de peças num jogo de xadrez. Mas para a maior surpresa, ou nem tanto assim, o fator Red Bull, que andou apagado em 2015, ressurgiu bem já na prova da China. E de lá para cá, tem sido uma pedra enorme no sapato da Ferrari e também um pedrisco que vira e mexe incomoda a Mercedes. Como bem falou Luca Di Montezemolo ano passado, a boa fase que a Ferrari passava naquele momento era mais fruto da queda de rendimento da Red Bull e Williams, do que de um salto enorme de qualidade. De certa forma eles melhoraram, mas talvez não tanto assim como imaginassem.    
Foram os mais variados problemas do time até aqui e claro que os mais graves repousam estritamente as falhas no câmbio e também nas estratégias, que tiraram especialmente de Sebastian Vettel, a possibilidade de vencer algumas etapas que poderiam deixá-lo em melhores condições de tentar se aproveitar da fase complicada que Mercedes tem enfrentado com a guerra entre seus dois pilotos. Mas outro ponto importante é que o SF16-H tem perdido terreno para o RB12 da Red Bull de forma progressiva. Porém, assim como o carro italiano, os austríacos também tem tido os seus altos e baixos nessa ascensão como vimos bem em Baku e Montreal, o que ajudou bastante a manter a Ferrari em segundo no Mundial de Construtores até aqui. Desde a prova da China é que temos observado bem este duelo pelo segundo escalão: a segunda posição de Ricciardo no grid, mais a sua inicial apresentação, andando no mesmo ritmo das Mercedes (até o furo no pneu que o jogou para o fundo do pelotão) e a terceira posição de Kvyat, mostrou a real evolução de um carro que parecia não estar tão próximo assim da Mercedes e Ferrari nas etapas iniciais. Para a Ferrari, o real confronto com a Red Bull se deu em Barcelona quando o duo da Mercedes resolveu resolverem as diferenças ainda nos primeiros quilômetros de prova e se auto eliminando, deixando caminho aberto para uma luta de gigantes entre ferraristas e rubro taurinos. Apesar das estratégias de box terem jogado os reais pretendentes a vitória – Vettel e Ricciardo – para terceiro e quarto, respectivamente, Verstappen e Raikkonen se encontraram com reais chances de conquistar aquela prova. E foi um momento propício para que observássemos como as coisas poderiam acontecer dali em diante: com um carro com muito mais carga aerodinâmica, dava a Max a vantagem de se defender dos ataques de Raikkonen quando ambos chagassem a grande reta aproveitando integralmente da melhor eficiência do RB12 nos dois últimos trechos mais sinuosos da pista espanhola. Não era muito difícil ver que o jovem holandês conseguia estilingar bem da saída da chicane para ingressar na reta feito um raio e quando Raikkonen conseguia alcança-lo, já estava em cima da zona de frenagem. Nem mesmo o uso da asa móvel ajudava. Para Ricciardo era o inverso: se ele conseguia aproximar-se de Vettel nos trechos já citados, no decorrer da grande reta Sebastian conseguia abrir bem a diferença. Mesmo assim, Daniel ainda conseguiu arriscar-se no seu melhor que é “mergulhar por dentro e seja o que Deus quiser”. A prova espanhola é um bom resumo para se ver em que pé estão as duas equipes.
Mônaco foi outra demonstração clara de como a Red Bull está bem: Ricciardo não apenas conquistou uma pole sensacional, como também esteve em grande forma naquele dia no Principado ao desafiar de forma imponente a Mercedes de Lewis Hamilton. Não fosse o erro grotesco da equipe na sua última parada de box, certamente teria vencido, e até com certa folga. Para mostrar o quanto que este carro rubro taurino é bom em condições que precisam de altas cargas aerodinâmicas, Max Verstappen estava se redimindo do seu erro na classificação ao fazer uma exibição de gala e abrir caminho na estreita pista com ousadas ultrapassagens, até achar o guard-rail no Cassino. Para a Ferrari, sobrou a quarta posição de Vettel numa prova bem apagada do time que ainda seria eclipsada pela Force India de Sergio Perez, que terminou logo a sua frente.
Arrivabene jogou na mesa que veríamos uma outra Ferrari à partir de Montreal, e ele não mentiu: uma corrida tão fantástica de Vettel que merecia de fato a vitória, mas a estratégia mal feita pelos italianos acabou deixando o alemão na segunda posição num momento que ele tinha um carro superior a Hamilton. Para Red Bull, que já esperava algumas dificuldades por conta da natureza da pista da Ilha de Notre Dame, o que restou a comemorar foi a ótima performance de Max Verstappen frente ao assédio nas voltas finais de Nico Rosberg. Em Baku, as coisas pareciam pender para a Red Bull, principalmente após a ótima segunda colocação de Ricciardo no grid, mas na corrida foi a Ferrari, com Vettel, que deu as cartas e terminou em segundo.
A prova austríaca foi um pouco mais equilibrada, mas com ligeira vantagem para a Ferrari. O problema no pneu de Vettel, num momento que ele se preparava para tentar uma estratégia diferente e surpreender a Mercedes, deu à Red Bull a chance de chegar ao pódio e que foi agraciado após o entrevero dos dois Mercedes na volta final, dando à Max a chance de chegar em segundo, logo a frente de Raikkonen que o pressionava fortemente.
Neste duelo particular entre os dois times, talvez a maior lavada tenha sido vista exatamente nesta prova de Silverstone, quando a Ferrari não se encontrou bem desde os treinos e a Red Bull, representada pela figura de seu “golden boy” Max Verstappen, conseguiu desafiar a Mercedes de Rosberg de forma forte e viril com direito a uma ultrapassagem de mestre do jovem holandês sobre Nico na saída do complexo das rápidas Maggots, Becketts e Chapel. E este desempenho apagado da Ferrari, traduzido num até muito bom quarto lugar de Raikkonen e num péssimo nono lugar de Vettel, está gerando um desconforto na Rossa que forçou até Sergio Marchionne a realizar uma reunião de urgência com equipes técnicas da equipe. E as coisas precisam ser fortes e incisivas, uma vez que Hungria e Hockenheim, a primeira vista, favorecem os carros da Red Bull.
Não tivesse a presença da Mercedes na disputa, a batalha pelo título mundial seria extremamente apertada entre estes dois times.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

GP da Grã Bretanha: O fator Verstappen



Se a corrida estiver monótona, chame o Max que ele resolve. Mais ou menos assim, é que devem pensar os fãs da Fórmula-1 quando as coisas vão de mal a pior nas etapas. E não tem sido diferente quando o pequeno prodígio resolve aparecer: uma ultrapassagem estonteante sobre Nico Rosberg na curva que antecede a Hanghar Straight foi sem dúvida o grande momento da prova de ontem, isso sem contar a inúmeras voltas onde ele soube segurar bem o assédio de Rosberg, que tentava como podia recuperar a segunda colocação. As coisas só se resolveram quando Nico conseguiu ultrapassar o jovem holandês no final da mesma reta, aproveitando-se bem da asa móvel e também do fato de Max estar com os pneus traseiros bem desgastados. Mas sem dúvida foi uma bela apresentação de Verstappen, que acabaria coroado com a segunda posição devido a punição de dez segundos de Rosberg.
Nada mal até para um garoto que era visto com (muita) desconfiança por conta de sua pouca idade e que agora já é um dos top drivers a categoria.
Não é à toa que a audiência na Holanda tenha triplicado desde a sua chegada na F1. E a tendência é que aumente ainda mais.

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

  Um grande inicio para a Porsche no WEC (Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar) Sabemos que testes de pré-temporada sempre nos pregam algumas p...