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domingo, 20 de março de 2022

GP do Bahrein - De volta ao jogo

Charles Leclerc vencendo em Sakhir: Ferrari voltando a vencer após dois anos e meio de jejum
(Foto: Ferrari)

Como eu havia escrito no texto passado, levar a sério os testes de pré temporada é sempre um risco muito grande. Nem sempre tudo que parece ser, acaba concretizando. Mas as coisas, pelo menos desta vez, pareceu bem mais reais: de fato a Ferrari tem carro bem competitivo e, talvez, dependendo de como for as próximas duas ou três corridas, podemos cravar que a equipe dos vermelhos tem o melhor carro do grid - mas ainda sim não podem se descuidar da Red Bull, que apesar do grande desaire que se abateu sobre eles nas voltas finais, mostraram um bom ritmo, ainda que pese estarem levemente atrás da equipe italiana. 

Desde a sexta-feira ficava claro que a batalha se daria entre essas duas equipes: a Ferrari não chegou marcar o melhor tempo em nenhuma das três sessões livres, mas estavam sempre com os dois carros entre os três primeiros colocados - e sempre com Charles Leclerc liderando Carlos Sainz - , enquanto que AlphaTauri - através de Pierre Gasly - e Red Bull - com Max Verstappen - faziam as melhores marcas nas práticas. A diferença entre Ferrari e Red Bull não chegava ser tão alta e isso só reforçava a impressão de uma batalha bem acirrada a partir da qualificação. 

A sessão que definiu o grid contou com as duas equipes ponteando as duas primeiras partes, com Leclerc liderando o Q1 e Max o Q2. Um duelo pela pole era certo, mas não podia descartar jamais a presença de Carlos Sainz, que também vinha fazendo um bom trabalho - e o espanhol chegou ter hipóteses de pelo menos beliscar a primeira fila, ficando seis milésimos de Verstappen e conquistando a terceira posição. Charles foi o homem da noite em Sakhir ao fazer 1'30''558 e levar a pole para casa, enquanto que Max chegava a 1'30''681: um diferença de 123 décimos que mostrou um certo equilíbrio. Tínhamos uma corrida para o domingo com alternativas? Bem provável...

A melhor largada de Charles Leclerc minou qualquer chance de Max tentar um ação nas curvas seguintes e o piloto da Ferrari conseguiu domar bem a diferença para o atual campeão do mundo. Mas aquela batalha que tanto era esperado se deu após a parada de box da Ferrari que foi um pouco mais lenta que a feita pela Red Bull em Max, e isso deu ao holandês a oportunidade de atacar Charles quando este acabara de sair dos boxes. O duelo entre eles se deu por três voltas e sempre com troco na curva 4: se Max conseguia uma bela ultrapassagem sobre Charles ao final da reta dos boxes, o monegasco conseguia recuperar três curvas depois e dando aos espectadores uma disputa bem interessante. Quando as Leclerc conseguiu ganhar alguma distância, as coisas voltaram ao normal e nem mesmo após sair do segundo pit-stop as coisas não foram tão ameaçadoras. A quebra de motor de Pierre Gasly, seguido por incêndio no AlphaTauri, obrigou a entrada do SC e este foi um momento tenso para a Ferrari, uma vez que Verstappen tinha acabado de fazer sua parada de box e anulava uma diferença confortável que Leclerc tinha naquele momento - faltando 13 voltas ele estava 27 segundos de avanço sobre Max, que agora tinha pneus macios novos. A parada foi feita e o monegasco conseguiu sustentar sua posição. Uma bela relargada, deixando Max para que Sainz atacasse encaminhou as coisas para Charles, mas o problema hidráulico no Red Bull de Verstappen agravou e ele teve que abandonar - Perez também abandonaria logo em seguida com motor travado quando era terceiro - e a festa da Ferrari, que não vencia desde o GP de Singapura 2019 - conquistada por Sebastian Vettel - acabou vindo com a dobradinha - que também não acontecia desde Singapura. Um inicio promissor para eles. 

Por outro lado, os problemas da Red Bull foram apenas um golpe de azar: estiveram com boas chances de tentar alcançar a Ferrari sempre com o seu valente Max Verstappen, mas sabiam que desafiar os vermelhos não seria nada fácil. O ritmo apresentado sempre por Max é encorajador e são eles que vão batalhar contra a Ferrari neste inicio de ano - mas terão de ficar de olho na durabilidade do motor Honda. A Mercedes, como era de se esperar, não teve fôlego suficiente para alcançar Ferrari e Red Bull - ainda que o ritmo inicial de Lewis Hamilton tenha dado um pequeno indício de que poderiam acompanhar de forma mais próxima, mas o ritmo despencou logo em seguida por conta dos pneus e depois, pelo resto da prova, se estabilizou com as trocas de pneus. Mas pelo que se desenhava desde a sexta, aparentava que teriam muito mais dificuldade e isso começou a esvair já na qualificação com Lewis conseguindo a quinta posição - o máximo que podia - enquanto que George Russel não acertou a sua volta, ficando apenas com a nona posição. A corrida em si, seus pilotos não tiveram grande ameaça e o pódio de Hamilton ficou creditado ao abandono dos dois Red Bull do que pela performance do carro - apesar de Lewis ter feito uma boa corrida dentro daquilo que o W13 lhe oferecia. Mas ainda é um caminho árduo para que os multicampeões voltem ao patamar de sempre. 

Destaques positivos ficam por conta do ótimo retorno de Kevin Magnussen, que qualificou o carro da Haas na sétima posição e ficou entre os dez primeiros por toda a prova e terminando num ótimo quinto lugar, em contraste de seu companheiro Mick Schumacher que não conseguiu avançar na classificação da prova. Valtteri Bottas foi outro que esteve muito bem com a sua Alfa Romeo, marcando a estréia dele na equipe, mas a péssima largada - após uma bela classificação ao ficar em sexto - dificultou bastante o seu andamento ao ter que escalar o pelotão para terminar em sexto. Na mesma esteira de Bottas, a estréia de Guanyu Zhou também foi promissora com uma tocada bem precisa e sem exageros para terminar em 10º e marcar seu primeiro ponto logo na primeira prova. 

Para os demais, apenas o sinal de alerta: os Alpines não impressionaram muito, apesar de terem ficado na zona dos pontos com Esteban Ocon em sétimo e Fernando Alonso em nono; Williams, exceto Alexander Albon, que fez uma boa reestréia, não foi nada demais; Aston Martin não contou com Sebastian Vettel que esteve com Covid e foi substituído por Nico Hulkenberg que conseguiu ficar a frente de Lance Stroll na qualificação, mas na corrida não teve grandes avanços e terminou em 17º, enquanto que Stroll ficou em 12º. A Mclaren que talvez tenha sido a grande decepção dessa abertura, ainda sofrendo com os problemas de freios que atrasaram um pouco o seus testes no Bahrein na semana anterior. Daniel Ricciardo terminou em 14º e Lando Norris em 15º.

O GP da Arábia Saudita, no veloz circuito de rua de Jeddah, é mais uma oportunidade de vermos se o capítulo escrito em Sakhir continuará ou se terá novas nuances para este campeonato que está iniciando. 

domingo, 4 de julho de 2021

GP da Áustria - Território de Max

 




Foi apenas uma extensão do que foi visto na semana passada, quando o circuito austríaco sediou o GP da Estíria. Talvez tenha sido ainda mais contundente do que fora uma semana atrás, com Max Verstappen dominando todas as voltas de ponta a ponta e cravando a melhor volta - isso sem contar a pole position.

Max dominou amplamente e não havia nenhuma chance para os demais nesta tarde no Red Bull Ring, com o holandês abrindo boa vantagem já nas primeiras voltas. E ficando alheio a qualquer ameaça, ele teve apenas o trabalho de fazer uma condução agressiva aproveitando tudo que o carro da Red Bull lhe oferecia. Executou da melhor forma possível para marcar seu primeiro Grand Chelem (pole, melhor volta, todas voltas lideradas e vitória). Uma corrida solitária, mas que de todas as formas mostrou o real estado deste campeonato.

A Mercedes esperava algo para hoje, mas não contavam com um Lando Norris inspirado que segurou Lewis Hamilton por um bom par de voltas e quando o heptacampeão conseguiu assumir o segundo posto, a seu atraso para Max já beirava os dez segundos. Daí em diante a diferença apenas aumentava e as coisas para Lewis, especificamente, só piorou após ele ter uma queda de rendimento que deu a Bottas - com aval da Mercedes - para atacar Lewis que não deu resistência. Valtteri garantiu o segundo posto, enquanto que Hamilton, mesmo parando pela segunda vez, não achou ritmo para conseguir avançar.

Não tem como negar que Lando Norris foi o nome do final de semana desde que passou perto de fazer a pole, perdendo por 48 milésimos para Verstappen. A sua prova frente Hamilton foi excelente, respondendo a qualquer investida que Lewis pudesse fazer até que o Mercedes o ultrapassasse. Mas a sua disputa contra Sergio Perez é que, por muito pouco, não arruinou a sua corrida ao tomar uma punição de cinco segundos após disputar com o mexicano na curva três. A escapada de Sergio na brita foi julgada pelos comissários que entenderam que Lando não deu o devido espaço. Mas isso foi apenas um detalhe, já que ele pagou a punição e continuou em quarto, sempre próximo das Mercedes e acabou contando com o problema de Lewis para subir ao terceiro lugar e garantir mais um pódio. 

Para os demais foi um misto de emoções: Perez tomou duas punições de dez segundos após lances com Charles Leclerc, onde ele também foi julgado por não dar o devido espaço para o piloto d Ferrari que acabou indo para a brita em duas situações. Marko não perdoará...

Carlos Sainz esteve em grande forma, mais uma vez escalando bem o pelotão e chegando em quinto ao superar um combativo Charles Leclerc que também esteve muito bem, mesmo que tenha batido rodas com Perez em duas situações que podia muito bem ter lhe custado muito caro.

Daniel Ricciardo este bem também, sempre disputando fortemente as posições e tendo um fim de semana, ao menos, decente frente aos outros que tivera anteriormente.

Pierre Gasly teve um final de semana ao menos, já que na última semana nem fez a primeira volta completa após abandonar com o eixo traseiro esquerdo arrebentado. Teve boa disputa com Daniel Ricciardo, onde acabou por perder. Mas salvou bons pontos, enquanto que seu companheiro Yuki Tsunoda cometeu dois erros graves e primários ao queimar a linha de entrada dos boxes duas vezes, deixando de lado uma boa chance de marcar pontos.

Fernando Alonso pode ter ficado furioso com o acontecido na qualificação, quando perdeu a chance de fazer uma boa volta e teve que batalhar pelos pontos. Seu duelo com George Russell foi ótimo e as duas gerações deram uma aula de como disputar e dar espaço para os demais, sem comprometer a corrida do adversário. Alonso levou o último ponto da corrida nas voltas finais, tirando de Russell a oportunidade de marcar pontos com a Williams - já que na última semana ele também tinha a chance, mas problemas na sua parada de box tirou essa chance.

A corrida ainda teve o lance final entre Vettel e Raikkonen que se enroscaram após a curva três, com Kimi acertando Sebastião num acidente que podia ter alguma gravidade.

Estes dois GPs foram dominantes para a Red Bull e, claro, para Max Verstappen, que somou o máximo possível de pontos e que sai agora com uma boa vantagem sobre Lewis.

Para Silverstone, onde terá a realização da Sprint Race para a definição do grid, será um palco importante para ver onde que a Mercedes estará já que eles levarão atualizações para tentar, pelo menos, igualar a Red Bull.

A batalha será interessante no velho aeródromo.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

GP de Portugal - Marcação

O momento em que Hamilton supera Verstappen na briga pela segunda posição
(Foto: Autosport/ Twitter)


Talvez este GP português, no sempre belo e desafiador circuito de Portimão - que já caiu nas graças dos fãs - não tenha sido tão emocionante quanto o do 2020, mas foi palco de mais uma batalha entre Hamilton e Verstappen. A marcação cerrada entre os dois foi a marca registrada no inicio e no fim da prova, mesmo que o ritmo da Mercedes de Hamilton tenha melhorado consideravelmente - mesmo usando os pneus duros no único pit-stop feito pelo sete vezes campeão, a exemplo de Max, Bottas e Perez.

O vacilo de Lewis na relargada - originada pelo SC que entrou após o toque entre as duas Alfa Romeo, com Kimi Raikkonen levando a pior - deu a oportunidade para Max conseguisse a ultrapassagem no final da grande reta. Porém, com um ritmo bem melhor, Hamilton aproveitou para começar a tirar a diferença e aproveitar-se mais tarde de um erro de Verstappen para ultrapassá-lo no final da reta dos boxes. Não demorou muito ao inglês chegar e passar Bottas que vinha com um ritmo um pouco abaixo de seu companheiro. É bem provável que tenha havido intervenção de Toto Wolff nessa situação, mas a melhor velocidade do inglês era evidente e bastava algum tempo para que ele superasse o finlandês - mas ha de se dizer que a intervenção seria necessária, uma vez que Max ainda estava por perto e não valia a pena deixar Valtteri travando o rendimento de Lewis. 

A real disputa pela vitória ficou no passado com essa manobra de Lewis superando Bottas e o finlandês trabalhando no que podia para segurar o ritmo de Max, que não estava no melhor dos dias do Red Bull - e isso ele reconheceu nas entrevistas. Tanto antes da troca de pneus, quanto depois, Hamilton esteve rápido o suficiente para manter-se a frente e contra-atacar qualquer que fosse a reação de Max que parara antes e tinha conseguido ganhar a posição de Bottas nos boxes. Se não dava para alcançar Hamilton, o jeito era se preocupar com Valtteri, mas o pobre finlandês teve o azar do escapamento apresentar problemas e limitar seu rendimento e o tirar da luta pelo segundo lugar - ao menos teve um pingo de sorte nesta situação, já que Sergio Perez estava longe de alcançá-lo. 

Abrindo um pequeno adendo ara uma corrida morna como esta de Portugal, é de se destacar o bom rendimento de Fernando Alonso após uma qualificação sofrível onde o espanhol ficou na 13ª posição e seu companheiro de Alpine, Esteban Ocon, ficando num ótimo sexto lugar. Alonso conseguiu esticar a sua parada de box realizando ela quando estava em sexto e quando voltou para corrida, já estava em 11º e daí em diante foi escalar o pelotão até terminar em oitavo com um pouco mais de 1 segundo de atraso para Ocon que terminou em sétimo. Como o próprio Alonso chegou falar, ele concentrou toda raiva pela má classificação na corrida e salvou bons pontos e ainda diminuiu o prejuízo para Ocon. Foi um final de semana muito bom para uma equipe que na sua encarnação passada, a Renault, fechou com bons resultados o ano de 2020.

Voltando para a batalha na dianteira, tanto para a Mercedes quanto para a Red Bull esta temporada será pautada por jogos de equipe justamente por ter um cenário tão apertado que está nesse momento e que pode muito bem se estender por toda a temporada. Numa corrida pode ser a Mercedes a dominante, como em outra pode ser a Red Bull e em outras um parelhamento nos desempenhos que será decidido nos detalhes. 

Em Barcelona, por mais que seja um circuito modorrento para a Fórmula-1, dará um cenário importante de como está a real força das equipes.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Foto 910: Erros e Lições

(Foto: Motor Sport Magazine)

Como escrevi no outro texto logo após a corrida, é dificil você ver um piloto do calibre de Lewis Hamilton errar e isso acaba sendo a grande manchete para vários sites, revistas, jornais, postagens, etc... 

Por outro lado, especificamente falando de Hamilton, seus dois erros acabaram prejudicando a sua corrida que poderia muito bem ter lhe rendido mais vitória ou até mesmo um duelo mais visceral com Max Verstappen. O primeiro desses erros recaem sobre a sua largada, onde ele dividiu a entrada da Tamburello com Max e acabou passando por sobre as "lombadas" colocadas exatamente para que os pilotos não excedessem os limites da pista. Isso lhe custou uma pequena quebra de asa e também um distanciamento em relação a Verstappen que já estava em três segundos logo na volta inicial e que aumentaria para cinco nas voltas seguintes. Talvez se tivesse se segurado mais, pudesse ter conseguido manter-se mais próximo e com a pista criando um trilho bem mais para frente lhe daria todas as chances de ameaçar o piloto da Red Bull. 

O segundo e mais importante dos erros de Hamilton, que poderia muito bem ter mudado totalmente o panorama para ele e favorecido imensamente Verstappen, foi a sua escapada na Tosa onde tentou por uma volta em George Russell por dentro exatamente onde ainda estava molhado, num momento que ele estava com pneus médios que colocara poucas voltas antes. Conseguindo ainda voltar de ré e voltando para pista, para ir aos boxes trocar a asa dianteira danificada, a sorte lhe sorriu quando o acidente de Russel e Bottas forçou o uso da bandeira vermelha pela direção de prova e isso deu a Lewis a possibilidade de manter-se em nono, trocar a asa e esperar pela relargada. Bom, o resto é história e o heptacampeão conseguiu subir de oitavo - herdando uma posição após a rodada de Kimi Raikkonen durante o Safety Car - para conseguir uma importante segunda posição. 

Com estes dois erros, destacando o segundo, foi importante para Lewis ter conseguido voltar para a prova e ainda com chances de ganhar posições que o ajudariam - e ajudou - muito a diminuir o prejuízo que poderia ter sido bem maior. Voltar de imediato e realizar aquela prova de recuperação, ajudou a exorcizar qualquer que fosse a falta de confiança que poderia aparecer em Portimão caso tivesse abandonado. em Imola - e claro que o prejuízo de sair com dobro de pontos atrás Verstappen seria algo bem catastrófico já que temos um mundial bem equilibrado neste inicio. 

Portanto, foi importante que este erro tenha aparecido agora neste inicio de mundial e como o próprio Lewis declarou, é a partir deste que ele precisará tirar lições futuras. 


O outro erro

(Foto: Getty Images)


O acidente entre George Russell e Valtteri Bottas na volta 34 causou um belo susto e ao mesmo tempo despertou a ira do jovem inglês da Williams, que estava prestes a fazer uma bela ultrapassagem sobre Valtteri quando se aproximavam da Tamburello. A leve mudança de trajetória do finlandês, tipica de defendesa de posição, e a tentativa de George em usar o máximo do circuito para tentar a manobra foi o estopim de um mega acidente após o inglês botar os pneus do lado direito na grama molhada que fez o Williams girar para dentro e acertar o Mercedes, causando um mega acidente.

A fúria de George logo após o acidente, indo tirar satisfações com Bottas, que ainda estava dentro do carro, acabou gerando uma situação não muito boa para a sua imagem e comportamento a ponto de Toto Wolf vir a público e repreender o futuro candidato mais forte a assumir uma das vagas na Mercedes em 2022. Para alguns o acidente foi de corrida, enquanto que outros apontaram George como o principal culpado e por isso condenaram a sua atitude com Bottas e também o fato de não assumir a culpa pelo ocorrido.

Com a cabeça mais fria e a poeira tendo assentado - e logicamente, uma conversa bem franca -, George fez uma nota pedindo desculpas por tudo que ocorreu: "Ontem não foi um dia de orgulho pra mim. Eu sei que aquela foi uma das nossas melhores oportunidades de pontuar nessa temporada e, quando os pontos importam tanto como importam para nós agora, às vezes você assume riscos. Mas não deu certo, e eu tenho que assumir minha responsabilidade. Com tempo para refletir sobre o que aconteceu depois, sei que eu deveria ter lidado melhor com a situação. Emoções podem falar mais alto no calor do momento e ontem as minhas apagaram o que tenho de melhor. 

Peço desculpas para Valtteri, a equipe e todos que se sentiram decepcionados por minhas ações. Eu não sou assim e eu espero mais de mim mesmo, assim como outros também esperam mais de mim. Aprendi duras lições nesse fim de semana e me tornarei um piloto melhor e uma pessoa melhor com essa experiência. Agora, o foco é em Portugal e na chance de mostrar pelo que realmente estou aqui. Obrigada a todos pelas mensagens, positivas ou negativas. Todas elas vão me ajudar a amadurecer.".

É de se entender que pilotos logo após um acidente deste nível, saem de cabeça totalmente quente e transtornados a ponto até mesmo de serem ignorantes em alguma situação. Ainda para George que poderia marcar pontos com aquela Williams que de certa forma teve uma breve melhora e que estava prestes a fazer uma ultrapassagem impressionante sobre uma Mercedes. A mistura de frustração com raiva pelo ocorrido, cega o individuo e o leva a ter esse tipo de atitude que não agrada a ninguém. 

Ao menos, ainda teve tempo de refletir e voltar atrás nas suas ações. Ainda é um piloto em formação e de quem se espera muito no futuro e talvez esse capitulo o ajude a amadurecer mais rápido.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Sobre o GP do Sakhir


Hoje a conversa é lá no YouTube onde o cabal do Volta Rápida funciona desde o mês de agosto. 

Falo sobre o ótimo GP do Sakhir, realizado no traçado externo da pista barenita, e que foi vencido por Sérgio Perez. 


domingo, 1 de novembro de 2020

GP da Emilia Romagna - Fazendo a própria sorte

 

Vitória de número 93 para Lewis Hamilton
(Foto: Mercedes/ Twitter)


Quando Max Verstappen (volta 18) e Valtteri Bottas (volta 19) foram aos boxes, Lewis Hamilton se encontrava com exatos quatro segundos de atraso para o piloto finlandês que até ali fazia uma corrida primorosa e com um ritmo suficiente que fazia boa parte dos que assistiam acreditar que pudesse sair da pista de Ímola com a vitória. A sua pole no sábado tinha sido uma bela amostra do ânimo que o finlandês estava, e a sua bela largada, contando, também, com a subida de Max para a segunda posição, dava a ele a oportunidade de tentar doutrinar aquela tarde no velho e estreito circuito Enzo e Dino Ferrari. Porém, é preciso dizer que duvidar das capacidades de Hamilton nem sempre é recomendável. Com a pista livre e aproveitando-se do resto de vida útil de seu pneu médio - enquanto que Bottas e Max tinham trocado para os duros - , Lewis abriu uma bela sequência de voltas velozes - incluindo, claro, as voltas rápidas - para procurar se distanciar o máximo de seus dois rivais e tentar voltar na frente. Já salvava 28 segundos (precisava de 29 para tentar voltar na liderança) quando a quebra do motor do Renault de Ocon antes da "Variante Alta" obrigasse o uso do Virtual Safety Car que acabou ajudando e muito o hexacampeão, que pode fazer sua troca e ainda voltar na liderança com três segundos de vantagem sobre Valtteri. Foi um desempenho digno dos tempos de Michael Schumacher, que fazia o mesmo com total primor para livrar-se dos oponentes quando via que não conseguiria na pista.

A corrida ainda teria o abandono de Max Verstappen com pneu estourado um pouco antes de chegar na "Villeneuve", o que deixou seu Red Bull encalhado na brita e forçando a entrada do Safety Car. Foi uma tremenda decepção, uma vez que tinha feito uma bela ultrapassagem sobre Bottas que errara na "Rivazza" e abriu a oportunidade para que Max conseguisse efetuar a ultrapassagem. Com a entrada do SC, que foi alongada com o acidente de George Russell na "Acque Mineralli", os dois Mercedes ainda foram aos boxes para trocar para os macios, mas sem chance de haver uma disputa direta entre os dois companheiros de equipe. Daniel Ricciardo ainda salvou mais um pódio para a Renault, em mais uma grande tarde para o australiano e a equipe francesa. A Ferrari teve em Charles Leclerc o seu melhor e ficou em quinto, enquanto que um péssimo Pit Stop acabou com as chances de Vettel poder arrendar alguns pontos, já que chegou a ficar em quarto por um tempo devido as estratégias. Quem pode sorrir um pouco foi a Alfa Romeo, que se beneficiou do SC para conseguir colocar seus dois pilotos na casa dos pontos, com Raikkonen terminando em nono e o Giovinazzi em décimo. A tarde não foi feliz para Gasly, que ganhou bastante atenção ao usar um capacete inspirado no layout clássico usado por Ayrton Senna, e Russell: enquanto o francês, que fizera uma bela classificação ao largar em quarto, abandonou a prova ainda no início com problemas no motor, o inglês da Williams estava no caminho para marcar seus primeiros pontos na categoria quando rodou sozinho na "Acque Mineralli" e bateu. 

Este GP da Emilia Romagna não apenas deu a Hamilton a vitória de número 93 na carreira, como também confirmou de vez a conquista da equipe no Mundial de Construtores pela sétima vez consecutiva e ultrapassa a marca da Ferrari, que conquistou seis em seguida de 1999 até 2004. Sem dúvida alguma um dos maiores domínios da história da categoria desde a sua criação em 1950 - isso, sem contar, na sua primeira passagem no biênio 1954/55 que já foi um aperitivo do que poderia ter sido pelos anos seguintes caso eles não saíssem da categoria ao final de 1955.

Para coroar de vez estes fabulosos números, agora só falta o Mundial de Pilotos que pode ser sacramentado na Turquia. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

GP da Toscana – Cartão de Visitas

 

Lewis Hamilton num dos mais belo cenários desta temporada: vitória de número 90ª
(Foto: Mercedes/ Twitter)

Qualquer circuito que venha fazer sua estreia na Fórmula-1 sempre vai gerar uma grande curiosidade. Mugello não é tão desconhecida assim: além de ser uma das pistas de testes da Ferrari, é um das catedrais sagradas do motociclismo. Para os entusiastas, exclusivamente daqueles que acompanham apenas a Fórmula-1, era um novidade a ser observada com atenção: uma mistura de curvas velozes com partes mais estreitas e com caixas de brita por todos os lados, essa corrida servia como uma grande oportunidade de ver como seria esta primeira aparição da categoria neste circuito centenário.

A julgar pela primeira largada, a corrida passava um cenário interessante: a melhor largada de Bottas jogou Hamilton para segundo e isso trazia uma possibilidade de vermos como seria um possível duelo entre os dois pilotos da Mercedes, uma vez que Valtteri esteve muito bem nesta pista em todos os treinos – exceto na qualificação, onde Lewis mostrou mais uma vez seu passo de gigante ao anotar a sua 95ª pole na carreira. Mas o enrosco logo na segunda curva que eliminou Verstappen e Gasly, fez com que o SC fosse acionado para a retirada dos carros. Quando relargada foi autorizada, o múltiplo acidente na parte de trás envolvendo Lattifi, Giovinazzi, Magnussen e Sainz, fez com que a bandeira vermelha entrasse em ação. Dessa forma, assim como na última semana em Monza, teríamos um novo procedimento de largada parada.

Essa nova largada deu a Hamilton a chance de pular na dianteira, aproveitando-se bem do vácuo do Mercedes de Valtteri para contornar a curva por fora e assumir a liderança. Mesmo com Bottas tentando optar em usar compostos diferentes do de Hamilton, o finlandês acabou tendo de parar antes por conta do desgaste e também por ter reclamado de vibrações nos pneus e assim foi chamado antes, colocando os pneus duros. Hamilton  veio parar uma volta depois e colocar os mesmos compostos. O acidente de Lance Stroll na veloz Arrabiata 1 fez com que o SC entrasse mais uma vez e Bottas teve um oportunidade de parar e fazer sua parada para colocar os pneus macios, porém Hamilton, que havia passado pela reta dos boxes exatamente quando foi acionado o Safety Car, conseguiu ainda tempo para completar a volta, trocar para os macios e voltar na frente de Valtteri – para mais uma vez a bandeira vermelha entrar em ação e forçar uma nova largada parada. Desta vez, não teve nenhuma surpresa: Hamilton conseguiu controlar bem sua vantagem para Bottas – que oscilava entre 1.3 segundos até 2.0 segundos – para conquistar sua sexta vitória na temporada.

Apesar de toda a bagunça causada pelos acidentes, a corrida foi interessante do terceiro para baixo. Sem a presença de Max – que seria o terceiro ocupante natural do pódio – a terceira posição foi objeto de desejo: Charles Leclerc chegou ocupar essa posição por algum momento, mas todos sabiam que ele não teria muito o que fazer frente a carros mais velozes e se viu despencar pela tabela para terminar em oitavo; Lance Stroll era outro que podia muito bem ter levado este terceiro lugar, mas os problemas na seção traseira de seu carro acabou jogando-o no muro de pneus da Arrabiata 1 e fazendo um belo estrago em seu Racing Point; Daniel Ricciardo parecia ser o piloto da tarde e fez relembrar seus tempos de Red Bull, onde imprimia sempre boa velocidade após as relargadas e isso o fez subir para terceiro. Talvez até conquistasse o pódio, não fosse a bandeira vermelha e isso deixou caminho aberto para que Alex Albon subisse de produção e partisse para o ataque e ultrapassasse o australiano. O anglo-tailandês ainda deu uma perspectiva de que poderia alcançar as Mercedes, que foi logo rechaçada com o aumento de ritmo dos dois carros negros. Mas foi o suficiente para que Alex subisse, enfim, ao pódio pela primeira vez. Quem teve a oportunidade de marcar o primeiro ponto neste campeonato foi George Russell, que viu a oportunidade aparecer após a série de acidentes. Infelizmente não teve tempo – e nem folego – para conseguir atacar e ultrapassar Sebastian Vettel – este escapou duas vezes dos acidentes, sendo que na primeira teve a asa dianteira danificada após acertar o carro rodado de Sainz – que acabou em décimo. E para a Ferrari, que comemorou o seu GP de número 1000 em Mugello, o estrago bem reduzido frente a péssima temporada que é feita até aqui. 

Esta prova significou a 100ª vitória da Mercedes na Fórmula-1, enquanto Hamilton chegou a sua 90ª conquista e fica, assim, a uma vitória de igualar a marca de Michael Schumacher – que pode ser empatada já na prova da Rússia daqui quinze dias – e ainda teve o recorde de 222 GPs na zona de pontos.

Até o final da temporada a história estará feita.

 

domingo, 30 de agosto de 2020

GP da Bélgica – Um passeio nas Ardennes

A largada para o GP da Bélgica, já no final da reta Kemmel
(Foto: Merceedes/ Twitter)



É sempre bom rever os circuitos clássicos, ainda mais se for Spa-Francorchamps que é uma das mais preferidas, seja dos pilotos como dos espectadores. Porém nem mesmo o fabuloso circuito encravado na histórica floresta das Ardennes está escape de uma corrida tão sonolenta como a de hoje.

É claro que se olharmos para o pelotão intermediário, este nos ofereceu boas disputas onde as duas Ferrari estiveram envolvidas em várias – mostrando mais uma vez seu calvário sem fim – e também com bastante combatividade por parte de pilotos como Pierre Gasly – eleito o piloto do dia –, Lando Norris, Esteban Ocon, Daniel Ricciardo, Kimi Raikkonen, Daniil Kvyat e Alex Albon que sempre estiveram envolvidos em alguma disputa de posição e ajudaram a deixar as coisas mais animadas. Em contraste, os três primeiros se mantiveram nas posições que largaram e não se ameaçaram em momento algum. Mesmo após a saída do Safety Car, que entrou devido o forte acidente de Antonio Giovinazzi e George Russell, o cenário não mudou muito mesmo com Hamilton, Bottas e Verstappen mudando dos pneus médios para os duros que os levaram até o final da corrida, mesmo que tenha tido alguma baixa no rendimento por causa do desgaste. Sem nenhuma combatividade, tornou o caminho mais fácil para que Hamilton chegasse a sua 89ª vitória na carreira, ficando agora a duas vitórias de  Michael Schumacher.

O grande destaque foi a ótima corrida da Renault com seus dois pilotos, já que estes conseguiram boas posições no grid: Ricciardo largou da quarta colocação e chegou disputar ferozmente com Max Verstappen a terceira posição na largada, mas pela falta de ritmo acabou ficando para trás. Porém, com diminuição drástica de velocidade por parte de Max nas últimas voltas, fez com que o australiano chegasse próximo na última volta – chegando descontar até seis segundos, baixando de nove para três segundos – sugerindo que se caso tivesse mais uma ou duas voltas, ele pudesse disputar com o holandês a terceira colocação. Ocon também esteve em boa fase neste GP, andando entre os dez primeiros e conseguindo a quinta colocação nas últimas voltas, quando superou Albon. Pelo menos em pistas de alta o Renault R.S 20 tem bom rendimento, o que deixa a cúpula da equipe bem animada para o GP da Itália.

Realmente, o GP não foi dos melhores e a chuva, que esperada para os três dias, não chegou e a prova ficou no seu marasmo. Em Monza, na próxima semana, já com a proibição do modo festa nos motores, nos trará essa curiosidade de como será o desempenho dos carros – principalmente os Mercedes – para a qualificação. E do outro lado, a saga da Ferrari em tentar sair do limbo que se contra.

Será um final de semana bem interessante em Monza.

domingo, 16 de agosto de 2020

GP da Espanha – Sem sustos

Hamilton durante o final de semana em Barcelona
(Foto: Mercedes/ Twitter)

É claro que a vitória de Max Verstappen no GP dos 70 anos da Fórmula 1 deu uma animada e automaticamente abriu uma possibilidade de que o GP da Espanha pudesse ter algo na mesma linha, principalmente quando foi verificado que a prova espanhola seria com forte calor. As simulações que foram feitas nos treinos livres de sexta-feira indicavam que Verstappen tinha uma ligeira vantagem sobre as Mercedes no uso dos pneus macios e médios, o que aumentava ainda mais a possibilidade de um desafio como o da corrida anterior. Apesar de toda essa expectativa, devemos lembrar que a Mercedes estará sempre pronta para um contra ataque após uma derrota como aquela em Silverstone.

O apagar das luzes vermelhas acabaram revelando um cenário já bem conhecido por todos, mas com o detalhe apresentado por Hamilton que procurou poupar os pneus macios e controlar qualquer ataque por parte de Max Verstappen, que fez um boa largada e pulou para segundo. Para Bottas, que não teve uma boa partida, lhe restou procurar lutar com Stroll para recuperar, ao menos, o terceiro lugar.

A estratégia pareceu funcionar bem quando a diferença, que estava em torno 1 segundo a 1 segundo e meio, começou aumentar um pouco antes da décima volta elevando a diferença até os seis segundos entre Hamilton e Max. Se a esperança era de que os Mercedes tivessem problemas de pneus, foi o holandês quem teve os primeiros sinais de desgaste e precisou parar nos boxes para colocar os pneus médios. Mesmo com Lewis parando algumas voltas depois, ele conseguiu voltar com quatro segundos de vantagem sobre Max, onde a diferença chegou descer paras os três segundos e meio e depois voltou aumentar. Esse aumento na diferença ficaria ainda maior mesmo após o segundo pit-stop, quando Hamilton passou para vencer com 24 segundos sobre Verstappen. Porém é preciso dizer que o holandês não teve incomodo por parte de Bottas, que passou toda a corrida em terceiro e mesmo quando parecia ter chances, após colocar pneus macios, não conseguiu se aproximar de Max. Para Hamilton, que venceu seu 88º GP, essa corrida lhe deu a liderança absoluta de pódios ao chegar a marca de 156 e passar Michael Schumacher. Uma bela volta por cima após o desastroso GP de 70º aniversário d categoria.

Como de costume, a corrida em Barcelona não nos deu grandes emoções. Alguns duelos no meio do pelotão, como o de Norris vs Leclerc e Sainz vs Albon, deu uma breve animada, mas não o suficiente para sair do normal marasmo que este circuito. Até mesmo uma possível chuva, que esteve nos arredores do circuito – e que chegou a chover há cerca de 1km do local do autódromo – não chegou, o que poderia ajudar bastante no ganho de alguma emoção.

Este GP foi mais um calvário na epopeia que tem sido a relação conturbada entre Vettel e Ferrari, onde o piloto alemão não conseguiu passar para o Q3, mas na corrida conseguiu maximizar o que teve em suas mãos para poder salvar um heroico sétimo lugar após a Ferrari deixá-lo na pista com pneus macios por 36 voltas – ele largou e fez o primeiro stint de 30 voltas com os médios. Apesar de tudo, foi uma ótima apresentação de Sebastian. Charles Leclerc acabou abandonando com problemas, após seu motor parar de funcionar na chicane e fazê-lo rodar. Conseguiu ir para os boxes, onde acabou sendo o único piloto a abandonar hoje.

A Fórmula-1 voltará no GP da Bélgica, que será realizado no dia 30 de agosto, com a esperança de que seja bem melhor do que este GP espanhol.


domingo, 9 de agosto de 2020

GP 70 Anos da Fórmula -1 – Embolsando a Mercedes

Max Verstappen durante o GP dos 70 Anos da Fórmula-1: uma grande vitória sobre a Mercedes
(Foto: Red Bull/ Twitter)

Esta situação especial em que a Fórmula-1 se encontra sobre os circuitos, tem trazido algumas variações bem interessantes: na Áustria, a Mercedes venceu as duas corridas, mas apenas na segunda é onde a equipe conseguiu um domínio amplo. Dessa vez, em Silverstone, venceu com autoridade na primeira corria (o GP da Grã Bretanha), mas os sustos com seus dois carros nas voltas finais – onde Bottas e Hamilton tiveram pneus furados – deixaram um grau de alerta para a etapa comemorativa que foi realizada neste final de semana, intitulada de Grande Prêmio dos 70 Anos da Fórmula-1.
A bem da verdade, o recado sobre o uso dos pneus tinha sido dado já naquele final de semana do GP bretão e talvez apenas uma equipe tenha captado a mensagem e ousado para a corrida, já na qualificação: o uso de pneus duros por parte de Max Verstappen já no Q2, dava uma grande oportunidade para a Red Bull tentar eclipsar a Mercedes durante o GP. A boa qualificação de Max (4º) ajudou bastante, mas ele teria que superar um soberbo Nico Hulkenberg que teve mais uma oportunidade de pilotar pela Racing Point após mais um teste de Sergio Perez dar positivo para Covid-19. A terceira posição de Hulkenberg seria um escudo bem vindo para o duo da Mercedes, que tinha desta vez Bottas na pole e Hamilton na segunda posição. O apagar das luzes vermelhas verificou uma bela largada de Max Verstappen que eliminou Nico de imediato e o colocou na cola da Mercedes.

Um outro ponto foi muito importante para que as coisas dessem certo a Max e Red Bull: o fato dele não seguir os conselhos do engenheiro para poupar pneus, foi uma bela sacada. Ele sabia que quanto mais forçasse o ritmo, mais os pneus médios de Bottas e Hamilton se desgastariam e isso foi primordial para que ele assumisse a liderança assim que os dois Mercedes fossem aos boxes. Usando os pneus mais duros, pode alongar sua parada de box para colocar os médios na voltas 26 para se livrar dos mesmos na volta 32, quando voltou a usar os duros.

A cartada da Red Bull deixou a Mercedes ainda mais atordoada, pois o alto desgaste que os dois carros tinham, os deixavam expostos a ponto de não ter muita arma para contra-atacar Max. Talvez tenha até aparecido em algumas situações: quando Verstappen parou e colocou os pneus médios, o período que ele ficou na pista nunca conseguiu abrir uma diferença superior a dois segundos e meio para Bottas. Teria sido um momento interessante para forçar o ritmo e tentar ver o que acontecia e a outra oportunidade foi quando Max e Valtteri pararam juntos na volta 32 para colocarem pneus duros e, mais uma vez, faltou um pouco de ousadia para o finlandês tentar forçar o ritmo e procurar incomodar o holandês. Por outro lado, é bem provável que a orientação da Mercedes tenha sido até mais conservadora devido os problemas da semana passada e, sendo assim, os fantasmas de um possível estouro de pneus deve ter voltado a assombrar. Pelas tomadas em Slow Motion e nas câmeras onboard, dava para perceber que os pneus de Valtteri costumavam estar até melhores que os de Hamilton, que sofreu um bocado com as inúmeras bolhas que se formaram nos três conjuntos de pneus que utilizou. E eles apareciam de forma precoce, o que atrapalhou bastante o desempenho do inglês. A boa estratégia em deixá-lo mais tempo na pista – entre as voltas 14 e 41 – usando os pneus duros, foi um alivio para uma situação que se desenhava apenas uma terceira posição para ele. Aproveitou-se bem para imprimir um bom ritmo nas últimas voltas e chegar em segundo, diminuindo um pequeno prejuízo.

A Red Bull esteve bem nessa corrida e isso pode ser percebido, também, pela ótima recuperação de Alex Albon durante a corrida e fazendo bom uso dos pneus duros a partir da sexta volta e trocando pelos mesmos na volta trinta, indicando que o carro estava muito a vontade com aquele tipo de borracha. Outro que fez uma bela corrida foi Charles Leclerc, repetindo o quarto lugar da última semana, mas desta vez com um bônus de dificuldade que foi de ter largado em oitavo. Mas não podemos dizer o mesmo de Sebastian Vettel, que tem passado maus bocados com aquele carro da Ferrari. O péssimo final de semana do GP bretão, deu continuidade neste dos 70 Anos e com agravante dele ter rodado já na largada, mas as estratégias da Ferrari não foram das melhores para fazer o piloto subir na classificação e terminar na mesma 12ª posição da qual ele largou. O seu nervosismo no rádio dá o tom do clima que está entre ele e quem dirige a equipe.

Depois de uma vitória tão grande por parte de Max e Red Bull em Silverstone, conseguindo encurralar a Mercedes nas estratégias de pneus, lhes dá um gás a mais para a corrida em Barcelona na próxima semana. E quem sabe, novamente, manter a Mercedes no bolso no GP espanhol.

domingo, 19 de julho de 2020

GP da Hungria: Um nível acima

Lewis Hamilton durante o GP da Hungria
(Foto: Mercedes)


Chegamos numa fase da carreira de Lewis Hamilton que faltam adjetivos para qualificá-lo. Qualquer coisa que viemos a escrever sobre ele, é cair automaticamente numa enorme redundância, num círculo vicioso onde elogiar o melhor piloto do momento chega a ser chato. Mas sempre cairemos nessa tentação de sempre falar o quanto que inglês é espetacular - e esse foi o caso de hoje em Hungaroring, onde ele chegou a sua segunda vitória na temporada, a oitava na história do GP húngaro e a sua 86a conquista, num passeio para lá de tranquilo no travado circuito da Hungria.
Apesar dessa corrida ter sido interessante, principalmente pelo fato dela ter iniciado com asfalto úmido, o que ajudou a embaralhar as ações nas posições abaixo do segundo lugar, Hamilton e Verstappen tiveram pouco trabalho. Pela parte do holandês, o susto em escapar e bater na volta de instalação do grid e ter um trabalho fenomenal dos mecânicos da Red Bull, que entregaram seu carro há poucos segundos do fechamento do Pit Lane, foi a grande vitória para ele e a equipe austríaca. Mas no decorrer do GP, eles não foram páreo para um inspirado Lewis Hamilton que já mostrava nas primeiras voltas com pista úmida um passo impressionante ao abrir oito segundos sobre Max. Assim que colocaram os pneus Slick quando a pista criou o trilho seco, o domínio de Hamilton aumentou ainda mais e o inglês pode fazer sua corrida sem nenhum infortúnio, apenas levando o Mercedes a mais uma vitória emblemática na temporada e também no GP húngaro, assim como acontecera um ano antes na sua fabulosa conquista contra o mesmo Max.
Por outro lado, a Mercedes deve ter relembrado daquela estratégia e tentou replicá-la para Valtteri Bottas, que procurou fazer uma prova de recuperação após realizar uma péssima largada e cair para sétimo. O que a Mercedes fez em 2019 foi ter chamado Lewis para os boxes e trocar seus pneus para os macios e tentar pegar um dominante Max Verstappen, uma vez que Lewis havia arriscado em algumas oportunidades e foi brilhantemente rechaçado por Max, que parecia caminhar fortemente para a vitória. Exatamente por isso, a Mercedes precisou fazer essa parada arriscada - aproveitando-se da grande diferença que eles tinham sobre as Ferrari - e voltar em segundo com vinte segundos de desvantagem em relação a Verstappen - que vinha com pneus duros e a Red Bull acabou optando em deixá-lo na pista com os pneus duros, pois sabiam que se caso parassem na volta seguinte, perderiam a posição para Lewis. Resumindo, Hamilton voltou vinte segundos atrás, descontou e assumiu a liderança faltando três voltas para o final, garantindo uma vitória magistral para ele e equipe. Um ano depois eles precisavam fazer o mesmo, mas agora com Bottas lutando pelo segundo lugar contra... o mesmo Max Verstappen. Mas desta vez, Bottas não conseguiu fazer o mesmo que Hamilton fizera um ano antes, mesmo tendo pneus mais novos que o holandês e terminando na terceira posição.
Por mais que alguns pilotos tenham o melhor equipamento em mãos, nem sempre conseguem transformar isso em resultado. Não é nenhuma novidade que Bottas esteja abaixo de Lewis - e isso já estamos cansados de ver nas últimas temporadas - mas a situação de hoje comparada a do ano passado, que foi bem parecida, mostra o tamanho do abismo que separam os dois pilotos da Mercedes. 

domingo, 12 de julho de 2020

GP da Estíria – De volta a doce rotina

(Foto: autox.com)


A pole de Lewis Hamilton naquele aguaceiro que foi a qualificação no Red Bull Ring, indicava que a o inglês estaria no seu nível normal de pilotagem: 1’’2 segundos de vantagem sobre Max Verstappen – que ainda teve a oportunidade de tentar diminuir ou até mesmo eclipsar a pole – mostrou que ele estava disposto a redimir-se do final de semana desastroso que havia feito na semana anterior ali mesmo, quando a corrida era nomeada como GP da Áustria. Melhor ainda: o duelo dele contra Verstappen naquelas condições da qualificação passa a ser como um dos momentos mais marcantes da temporada com os dois melhores pilotos em pista molhada da atualidade trocando os melhores tempos a cada passagem. Uma aula de como conduzir um monoposto em situações extremas que ainda foi brindado com uma volta magistral de Hamilton que, acompanhada pela onboard, mostrou a tamanha suavidade de como levar o carro com precisão e velocidade a uma pole fenomenal.
A corrida de Hamilton foi apenas uma corrida de... Hamilton! Não existiu qualquer ameaça que lhe desse alguma preocupação e nem mesmo a presença de Verstappen ao seu lado, pareceu dar ao hexacampeão algum receio tamanha segurança com a qual largou e também relargou, assim que o rápido Safety Car saiu após a limpeza pista por conta do entrevero das duas Ferraris. Lewis manteve uma boa diferença de três segundos para Max e passou aumentá-la assim que a sua parada de box aproximava, e isso foi importante para que ele voltasse do único pit-stop na frente de Max – que parara algumas voltas antes.
Hamilton precisou apenas administrar e ampliar a vantagem sobre Max e depois sobre Valtteri para voltar ao lugar mais alto do pódio, numa das vitórias mais tranquilas de suas 85 conquistadas até aqui.
Uma forma bem convincente de redimir-se da corrida de abertura alí mesmo no Red Bull.

Os demais

(Foto: Times Famous)

O fator principal para que o GP da Áustria fosse bem movimentada, tinha sido a presença do Safety Car que proporcionou o embaralhamento nas estratégias ao beneficiar alguns e deixar outros mais expostos. Mas desta vez, no mesmo local, mas levando o nome de GP da Estíria, um dos estados da Áustria, tudo corre de forma normal sem ter grandes mudanças nas primeiras posições. Mercedes e Red Bull não tiveram adversários e do mesmo modo, não se ameaçaram.
O cenário deste GP foi bem parecido com que vimos na última semana, quando a Mercedes dominou com Bottas na liderança e viu Hamilton procurar se recuperar após largar em quinto. Desta vez era o inglês quem estava soberano na dianteira e Valtteri procurando subir na classificação após marcar o quarto tempo. Max Verstappen, assim como tinha sido no GP austríaco, ficou entre os dois Mercedes, mas sem conseguir aproximar-se de Hamilton e sem dar muitas chances para Bottas tirar a diferença entre eles que estava em sete segundos e foi baixando aos poucos. A solução foi resolvida nas paradas de box, quando Valtteri ficou na pista dez voltas mais e teve pneus médios em dia para poder atacar Max. Foi um duelo interessante que durou uma volta e meia, com o finlandês superando e tomando o troco de Verstappen para depois, na infame curva 4, tomar de vez o segundo lugar e dar a Mercedes a primeira dobradinha na temporada. Em uma corrida realizada em condições normais, fica claro, mais uma vez, que a Red Bull e Honda precisarão remar bastante para poder encostar um pouco mais na Mercedes.
Se o pelotão dianteiro foi tranquilo, da quinta colocação para baixo foi uma corrida bem disputada. Descontando apenas Albon, que ficou na quarta colocação e teve certo período de pressão vinda de Sergio Perez sem ter resultado em nada, o restante travou bons duelos: o próprio mexicano da Racing Point fez uma corrida de recuperação muito boa ao realizar boias ultrapassagens e até com boa dose de arrojo, como fez em Carlos Sainz na curva cinco. Mas ao chegar em quinto – largara em 17º - empacou em Albon e numa tentativa de ultrapassar o anglo –tailandês na curva quatro, acabou danificando a asa dianteira após tocar em Alex fazendo com que seu carro perdesse rendimento. Isso possibilitou para que o trio formado por Daniel Ricciardo, Lance Stroll e Lando Norris se aproximassem e colocasse o mexicano no bolo da disputa, onde o jovem Norris conseguiu ganhar três posições nas duas últimas voltas e terminar num ótimo quinto lugar. Carlos Sainz era outro que poderia ter feito muito mais, mas o péssimo pit-stop o jogou de quinto para nono e com um ritmo mais lento teve que deixar Lando Norris ultrapassá-lo. Foi uma oportunidade muito boa para a Mclaren ter somado mais pontos e sair da Áustria com uma vantagem maior para a Red Bull no
(Foto: Planet F1)
Mundial de Construtores. Isso serve, também, para a Racing Point que desperdiçou bons pontos nestes dois primeiros GPs visto o ótimo carro que tem em mãos. E a Renault, mesmo não tendo um carro veloz, tem marcado seus pontos com Ocon na primeira prova e agora com Ricciardo, com o australiano finalizando em oitavo e salvando três pontos para os franceses que perderam Esteban por conta de problemas de arrefecimento.
Apesar de sua ótima qualificação, era sabido que George Russell não conseguiria algo de muito concreto nessa corrida. Como não teve a série de quebras do último GP e nem chuva, o jovem inglês terminou na 16ª posição, mas antes disso conseguira uma boa largada que lhe deu a nona posição por um breve momento até que escapou na curva cinco e despencou na classificação.
Já a Ferrari teve um final para esquecer: a batida entre Leclerc e Vettel na largada, por conta de uma manobra ousada de Charles em tentar passar Sebastian na curva três, que resultou num salto do carro do monegasco para cima de Sebastian que resultou na quebra da asa traseira do alemão que ainda foi aos boxes para abandonar. Charles, que depois assumiria toda culpa pelo acidente, abandonou na segunda volta por conta de danos no assoalho. Porém, as melhorias levadas pela Ferrari, principalmente com o uso de um novo assoalho, não deu o salto que a equipe pensava deixando ainda mais difícil o final de semana de seus pilotos que terminou da forma mais bizarra possível.
Essas duas semanas no Red Bull Ring serviu para dar um panorama que pode muito bem atravessar esse campeonato mundial, onde a Mercedes continua a ser batida; Red Bull tentando alcançar como pode a Mercedes; uma batalha interessante entre Mclaren, Racing Point e Renault; uma Ferrari claramente em queda livre e, portanto, perdida; e Alpha Tauri, Alfa Romeo, Haas e Williams tentando lutar para pegar as migalhas que aparecerem.

domingo, 5 de julho de 2020

GP da Áustria – Uma retomada interessante

(Foto: Mercedes)


Enfim a Fórmula-1 retomou suas atividades e logo num circuito que nos ofereceu uma das melhores provas da temporada passada, mas desta vez, no Red Bull Ring, pode não ter sido tão emocionante como a de 2019, mas pelo serviu para dar um inicio de campeonato bem interessante.
A vitória da Mercedes em solo austríaco já era dada como certa por conta de seu ritmo desde os treinos livres, com pelo menos meio segundo mais veloz que os demais. Bottas e Hamilton tiveram um carro esplêndido desde os primeiros minutos do primeiro treino livre na sexta e nem mesmo a fúria de um Max Verstappen, que tem feito corridas consistentes na casa de sua equipe, parecia ter uma chance de ameaçar uma possível dobradinha da agora “Black Arrow”. Mas, ao menos, a oportunidade de tentar algo poderia aparecer assim como algum problema mecânico que desse a equipe dos touros uma chance de atacar a Mercedes. O problema realmente apareceu, mas foi com Verstappen que parecia ter ritmo suficiente para acompanhar Bottas após largar da segunda posição – herdada após a punição a Hamilton sobre ter desrespeitado as bandeiras amarelas na saída de pista de Valtteri durante a qulificação. De inicio, o inglês não foi punido por isso, mas perdeu a sua melhor volta por conta de ter excedido os limites de pista. Perdeu a melhor volta, mas se manteve em segundo porque a sua segunda ainda lhe garantia a segunda posição, mas o protesto movido pela... Red Bull um pouco antes do GP acabou fazendo com que os comissários revissem o acontecido e punissem o inglês com a perda de três posições, o rebaixando para quinto no grid. Ms o jovem holandês nem teve tanto tempo para conseguir colocar em prática alguma estratégia que desse a ele um poder de fogo para tentar atacar Valtteri e, certamente, com essas relargadas, teriam aumentado bastante suas chances contra o duo mercediano.
Por outro lado, por tudo que já foi mencionado acima, um final de semana que se desenhava para ser perfeito para Lewis, se ruiu com sua queda para quinto no grid, mas mesmo assim ele conseguiu avançar na classificação ao superar Norris e Albon para pegar o terceiro lugar e mais tarde herdar o segundo lugar após a quebra de Verstappen. Conseguiu diminuir a diferença que o separava de Bottas – que chegou a quase sete segundos – e passou ter hipóteses de tentar um ataque sobre seu companheiro, mas falhas nos sensores dos Mercedes e mais tarde pequenas falhas no câmbio coibiram qualquer chance dele tentar algo. O enrosco com Albon após a última relargada acabou rendendo a ele uma punição de cinco segundos, que a primeiro momento ele havia conseguido salvar um terceiro lugar, mas com uma volta brilhante Lando Norris salvou o seu primeiro pódio e rebaixou Lewis ao quarto lugar. Sem duvida não foi um dia bacana para o hexacampeão.
Se para Hamilton não foi um bom dia, Bottas conseguiu sair de coadjuvante para peça principal nesta prova já no sábado quando cravou uma bela volta que lhe deu a pole e foi perfeito na largada e nas duas relargadas, ao não dar nenhum espaço para quem vinha atrás tentar alguma manobra: no inicio da corrida aproveitou-se bem do uso dos pneus macios para criar uma boa gordura frente a Max que usava os médios, mas o abandono do holandês podia significar uma pequena paz para ele se não fosse Hamilton assumir o segundo lugar e conseguir descontar a diferença que beirava quase sete segundos. Podemos dizer, também, que o aparecimento de problemas com os sensores e câmbio nos Mercedes ajudou bastante, mas Bottas estava muito bem e com ritmo suficientemente bom para se manter a frente e até mesmo dar a Hamilton uma luta interessante pela vitória. Mas temos que dizer que a estratégia da Mercedes em não trocar os pneus de seus pilotos naquele último Safety Car foi de certa forma arriscada, principalmente pelo grande ritmo apresentado por Alex Albon e Charles Leclerc naquelas voltas pós Safety Car. Outra coisa que trás certa preocupação são os problemas apresentados nos motores dos dois Mercedes, pelo que revelou Toto Wolf. Com uma semana apenas entre as duas corridas, será um desafio interessante para saber o que de fato terá acontecido e trazer as devidas soluções.
Para o piloto anglo-tailandês era uma oportunidade de ouro: sem a presença de Max para eclipsá-lo, as atenções da equipe foram voltadas para ele e a troca para os macios naquele último Safety Car foi uma sacada importante para que ele voltasse forte e foi bem isso que aconteceu quando o SC liberou a prova, com ele atacando Lando Norris e indo à caça de Hamilton onde os dois acabariam por bater rodas e o Albon se dar mal. Vai saber o que ele teria conquistado caso a ultrapassagem tivesse sido concretizado, mas temos que levar em conta que o voltas depois de ter caído na classificação ele abandonou com problemas no motor. No caso de Charles Leclerc as condições que pintavam após uma classificação decepecionante por parte da Ferrari, eram de tentar diminuir ao máximo os prejuízos que aquele treino tinha proposto, mas as entradas do SC e principalmente o último, deram a ele e Ferrari a chance de colocar novos pneus e partir para o ataque e salvar um impressionante segundo lugar – este por conta da punição de cinco segundos a Hamilton – e fazer um número de pontos que talvez nem ele mesmo sonhasse. Foi uma estratégia muito bem vinda, mas que não mascara o final de semana tenso que a equipe italiana teve m Spielberg. Sebastian Vettel estava numa situação bem parecida de Charles e poderia, também, ter se dado bem nas variáveis que prova apresentou mais para frente, mas o sua rodada ao perceber que acertaria Sainz na forte freada para a segunda curva acabou o jogando para o fundo do pelotão – porém, ele salvou ainda um ponto. A bem da verdade, os carros que usaram motores Ferrari não foram bem nessa estreia e devem sofrer um pouco mais no próximo fim de semana caso o cenário seja parecido.  
A Racing Point poderia muito bem ter dado um passo interessante nesta prova, caso tivessem feito a troca de pneus no carro de Perez no Safety Car. Isso teria deixado o mexicano numa situação privilegiada para tentar atacar os dois Mercedes, mas ter deixado Sergio com os pneus antigos o deixou vulnerável para os ataques de Charles e Lando – e ainda tomaria punição por saída perigosa
Lando Norris conquistou seu primeiro pódio
(Foto: Mclaren)
dos pits. A equipe perdeu Stroll ainda nas primeiras voltas quando o carro do canadense teve problemas no motor Mercedes. Mas é claro que, por outro lado, a Force India podia ter feito um melhor trabalho neste GP, mas ainda é cedo e podem muito bem ter outras chances no decorrer do campeonato.
 Se para alguns foi frustrante ou especial, para Lando Norris o final de semana foi espetacular a começar pela sua bela qualificação que lhe rendeu um quarto posto e que viraria terceiro já um pouco antes da prova. E mesmo que não tenha ritmo suficiente para lutar contra carros bem melhores como a Mercedes e Red Bull, ele conseguiu ser o melhor do resto numa tarde onde a Mclaren foi muito bem com seus dois pilotos, mesmo que Carlos Sainz não estivesse no mesmo ritmo do jovem inglês. A sua espetacular volta na que lhe rendeu a melhor ao final da prova, foi suficiente para tirar Hamilton do pódio e dar a Mclaren o segundo pódio em três corridas – contando com a do Brasil onde Sainz foi terceiro, mas que foi ser confirmada bem depois da corrida já terminada. De certa forma, foi um GP interessante para a Mclaren que aos poucos tem marcado seu território e, quem sabe, sonhar com voos mais altos a partir de 2022.
O número de abandonos foi o mais alto dos últimos anos com um total de nove, seja por parte mecânica ou incidente. Mas com os carros enfrentando uma temperatura mais alta, acaba sendo até compreensível que tenha tido esse número até alto numa tempo onde os carros são quase a prova de bala – e também temos que lembrar  que foi a primeira corrida após meses onde fizeram apenas testes, no já distante mês de fevereiro.
Como o cronograma da próxima semana será o mesmo, é de se esperar que o cenário seja bem parecido com este, mas talvez com uma gana bem maior por parte dos pilotos que esperavam um final de semana bem melhor nesta primeira etapa. Para um campeonato curto e que pode reservar boas surpresas, foi um inicio bem interessante.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Os dez melhores pilotos desta década da Fórmula-1



Escrever sobre os melhores de qualquer área não é uma tarefa das mais fáceis. Jamais conquistará uma unanimidade, não agradará gregos e troianos e sempre será questionado porque tal nome não está incluso naquela seleção. É um trabalho bem barra pesada, espinhudo, digamos.
Montar a lista dos dez melhores pilotos dessa década da Fórmula 1 foi uma tarefa bem interessante, justamente num período que apareceu uma safra bem legal impulsionada pelas academias que as equipes montaram. Portanto, deixar de lado alguém nessa seleção do "Top Ten" pode até parecer uma injustiça, mas acaba sendo compreensível visto que tivemos uma galera muito boa nesta década.
Sem mais enrolação, vamos a lista:


 
1 - Lewis Hamilton – O talento de Lewis ainda era latente naqueles primeiros anos dessa década, mas ficou um gosto amargo por não ter transformado isso em títulos pelos menos em duas ocasiões: 2010 e 2012 Hamilton acabou ficando pelo caminho por erros bobos que o deixaram de fora das decisões. Em 2011 foi derrotado por Jenson Button na Mclaren, na sua pior temporada deste período e ali já era um indicio que uma mudança de ares podia lhe fazer bem. Bateu Jenson na temporada de 2012, mas ao final daquele ano deu tchau a equipe que o acolheu e foi enfrentar o desafio que a Mercedes lhe proporcionara. A primeira vista parecia ter sido um tiro n’água devido os problemas de ritmo de corrida da Mercedes em 2013, mas ao final do GP da Austrália de 2014 as desconfianças deram lugar a um espetacular período que ele e Rosberg conseguiram aproveitar-se de modo integral pelos anos que se seguiram. Mas como nos episódios onde o indivíduo vende a alma ao diabo e este lhe cobra um preço alto, a sua amizade de longa data com Nico se esvaiu e ambos tornaram-se arqui-rivais. Lewis conseguiu vencer Nico em 2014 e 15, mas sofreu uma derrota que lhe dói até hoje – uma ferida aberta que jamais cicatrizará por não ter a oportunidade de uma revanche. Porém essa derrota foi importante para Lewis: se preparou melhor para enfrentar um oponente que era bem superior a Nico e, consequentemente, mais perigoso. Sebastian Vettel era um rival a considerar e isso foi muito bem visto nas primeiras metades dos campeonatos de 2017 e 18, quando o alemão esteve em grande forma com a Ferrari. Porém a melhor parte da festa a Mercedes preparava para a segunda perna do campeonato ao entregar um pacote forte a Lewis, que foi implacável para destruir qualquer chance de título da Ferrari nessas duas ocasiões ao pilotar o fino do automobilismo e garantir os títulos com antecedência. Uma precisão que foi estendida até 2019, aproveitando-se bem do fato da Ferrari e Red Bull estarem perdidas permitindo ao inglês toda a chance de construir uma larga diferença na primeira parte do mundial e administrá-la na segunda, para vencer seu sexto titulo mundial. Seu engajamento em questões sociais e ambientais mostra o quanto que Lewis mudou no decorrer dos anos. Ter saído da aba da Mclaren e de seu pai foi um passo importante e ter encontrado em Niki Lauda um mentor assim que chegou na Mercedes e posteriormente em Toto Wolf uma situação similar quando Niki passou para o outro plano, deu a Lewis uma segurança muito maior para poder continuar focado nas corridas mesmo quando tenha que ir para algum desfile e/ ou lançamento de grifes e no outro dia vestir sua indumentária e pular dentro do Mercedes e se doar até mais que 100% para conquistar uma pole e uma vitória. A mudança de postura de Lewis lhe valeu cinco títulos mundiais nesta simbiose quase que perfeita com a equipe alemã, confirmando o seu fabuloso talento que já havia sido deflagrado ainda nas categorias de base.


2 - Sebastian Vettel – Houve alguém que não apontasse o alemão como um candidato forte a ser o novo recordista da categoria? Apesar de algumas atrapalhadas, Sebastian Vettel tinha uma velocidade absurda naqueles primeiros anos dessa década e que tinham sido bem vista no ano de 2009 quando foi vice de Jenson Button. Colocando a cabeça no lugar e confiando no taco da equipe técnica da Red Bull, chefiada pelo mago Adrian Newey, Vettel passou a ser o cara mais temido e a ser batido naquele período entre 2010 e 2013 onde esteve a bordo de carros que correspondiam bem ao seu estilo de pilotagem. E isso tudo faz uma tremenda diferença, mesmo em temporadas equilibradas como a de 2012 onde ele não teve o melhor carro do primeiro certame, mas que vital para coletar pontos importantes para quando recebesse uma versão atualizada do RB8 na parte final do campeonato partisse para aniquilar de vez a chances de Fernando Alonso ganhar o titulo, num dos campeonatos mais ferrenhos dessa década. No entanto, em 2013, mesmo tendo que lutar contra os instáveis pneus da Pirelli até certa parte do campeonato, quando o carro RB9 se adaptou a borracha italiana e esta teve que rever a sua construção após as explosões de pneus em Silverstone, Vettel transformou aquele certame num passeio absurdo ao vencer as últimas nove corridas de forma convincente e imponente, somando um total de treze vitórias num ano praticamente perfeito que o coroou tetracampeão mundial. Mas mudança no regulamento de 2014 trouxe a Vettel uma dificuldade incomum em entender o carro daquele ano e acabar sendo dominado por Ricciardo. A sua ida para a Ferrari em 2015 foi o reinicio de um ciclo importante, onde chegou para ser o cara a liderar a “Rossa” aos títulos mundiais: apesar de uma temporada altamente produtiva, onde venceu três corridas levantou o ânimo de uma equipe combalida pelo desastroso 2014 que tiveram, Sebastian mergulhou para um frustrante 2016 onde passou em branco para ressurgir fortemente em 2017 quando os Formula-1 voltaram a ter altas cargas de aerodinâmica. Esteve no páreo pelo titulo, mas a Ferrari perdeu o fôlego na segunda parte do mundial e permitiu que a Mercedes levasse mais um vez a taça; em 2018, numa reedição que acontecera um ano antes, a Ferrari voltou a perder o mundial após uma segunda parte de mundial fraca, mas desta vez aliando seus erros aos de Vettel que não esteve no seu melhor após o desastroso GP italiano, onde a torcida italiana esperava o melhor da equipe e de Sebastian após sua fabulosa vitória em Spa-Francorchamps uma semana antes e da dobradinha que ele e Raikkonen conseguiram no sábado em Monza. O restante daquele mundial de 2018 foi marcado por uma sucessão de erros de Sebastian que passou a coloca-lo em cheque. A vinda de Charles Leclerc em 2019 elevou a competição na equipe, mas Sebastian apresentou uma breve melhora onde logo ficou apenas uma sombra quando seus erros reapareceram. Mas mesmo assim, ainda podemos ver um pouco do seu talento nas corridas do famigerado GP do Canadá, Alemanha e principalmente Singapura, onde mostrou que ainda sabia comandar uma corrida como nos velhos tempos.

 
3 - Nico Rosberg – O que dizer de um piloto que conseguiu superar pilotos do naipe de Michael Schumacher e Lewis Hamilton e ainda teve tempo de cravar seu nome numa década que foi resumida ao domínio de dois pilotos? Nico Rosberg não foi o mais brilhante dos pilotos de sua geração, mas sempre teve velocidade e regularidade de sobra para conseguir chegar ao olimpo. A chance de pilotar para a Mercedes foi um ponto importante para uma carreira que parecia fadada a ficar andando no meio do pelotão com a Williams e lutando pelas migalhas aparecessem nos GPs. Qualquer piloto poderia ficar intimidado em dividir o ambiente com um gênio da raça como Michael Schumacher, mas Nico não tomou conhecimento e aproveitou-se bem da dificuldade de readaptação do heptacampeão para dominá-lo amplamente nas três temporadas em que estiveram lado a lado na Mercedes. No computo geral das três temporadas em que Rosberg enfrentou Michael, o filho de Keke bateu o multicampeão nas classificações (43x15); nos pontos (324x197) e no número de pódios (5x1), sendo que um destes pódios foi a sua vitória na China em 2012. A vinda de seu velho conhecido – e então amigo – Lewis Hamilton, elevou a competitividade na equipe já em 2013, mas foi a partir de 2014 quando a Fórmula 1 mergulhou na era dos motores Turbo Hibridos que a rivalidade entre estes rapazes se intensificou de forma absurda. Em posse dos melhores carros do grid, Rosberg e Hamilton entraram em rotas de colisões – literalmente – em algumas situações que só fez destruir uma amizade construída ainda na época do Kart e que foi posta em jogo quando estiveram face a face pela luta de um título mundial na Fórmula-1. Nico perdeu em 2014 e foi massacrado em 2015, mas conseguiu domar seu antigo colega em 2016 para conquistar seu único título mundial, igualando a marca de seu pai. E como num roteiro de filme, anunciou a sua precoce aposentadoria das competições fazendo com que Hamilton engolisse a seco o gosto de uma possível revanche que jamais reapareceu.

 
4 - Fernando Alonso – A figura do piloto espanhol nesta década foi uma das mais importantes, exatamente por ser amado e odiado em doses altamente cavalares. Fernando Alonso moveu uma legião de fãs e detratores até a sua despedida na F1 ao final do ano de 2018, numa década que podia muito bem ter lhe dado pelo menos um título mundial. A perca dos títulos de 2010 e 2012 – para o seu carrasco Sebastian Vettel – foram por pequenos detalhes onde ele e a Ferrari não conseguiram resolver os problemas a tempo para que o “Spanish Bombs” de Oviedo pudesse garantir pelo menos dois desses possíveis campeonatos. Mas o que ficou claro neste período é que Fernando Alonso não baixou a guarda em momento algum, procurando ficar em evidência sempre mesmo que a polêmica o acompanhasse de forma inevitável – como não esquecer da famosa troca de posições em Hockenheim 2010; da quebra do lacre do motor de Felipe Massa em Austin 2012 e do eterno “GP2 Engine” em Suzuka 2016, apenas para citar alguns. Mas ainda sim o bicampeão esteve em grande forma naquele período da Ferrari onde esteve muito a frente de Massa entre 2010 e 13; destruiu Kimi Raikkonen em 2014 sem tomar conhecimento; perdeu para Button no seu retorno a Mclaren em 2015, mas tomou conta do pedaço em 2016; e foi superior ao jovem Stoffel Vandoorne nas duas temporadas em que estiveram dividindo o ambiente na Mclaren. Mas o seu temperamento altamente explosivo é que azedou as coisas por onde passou, exatamente por não a paciência que os campeões costumam ter. Porém, seus melhores momentos nesta década ficam por conta da sua entrega de corpo e alma as corridas; a sua mágica vitória em Valência 2012; os inúmeros memes que foram criados na sua segunda passagem pela Mclaren e na bela homenagem prestada por Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, quando estes o escoltaram até a reta de largada de Abu Dhabi no seu último GP na categoria.


5 - Max Verstappen – A chegada do filho de Jos Verstappen a categoria abalou as estruturas da F1 e do motorsport de certa forma: com apenas 17 anos Max tomava partido de um carro de Formula-1 e alinhava para o seu primeiro GP com um 12º lugar pela Toro Rosso em Melbourne e marcando seus primeiros pontos já na corrida seguinte na Malásia, ao fechar em sétimo. Isso levou a FIA a impor regras para que pilotos conseguissem a Super Licença (um número “X’ de pontos acumulados nas demais categorias para obtenção da Super Licença) e também a sua ingressão na F1 (que tornou-se obrigatório ter mais que 18 anos). Mesmo com toda essa precocidade, Max não tomou conhecimento e rapidamente se estabeleceu como um dos pilotos mais velozes do grid, tendo apenas que talhar bem o seu talento: a velocidade estava ali, porém a agressividade estava presente e teria que ser bem trabalhada para que ele não se metesse em confusões. Mesmo que isso demorasse um pouco a ser domado e Max se envolvesse em alguns incidentes, o holandês subiu rapidamente para a Red Bull – para o lugar de Daniil Kvyat – já em 2016 e logo no seu primeiro GP, em Barcelona, venceu após o enrosco das duas Mercedes que deixou caminho aberto para que Red Bull e Ferrari pudessem batalhar pela vitória. Mesmo terminando atrás de Daniel Ricciardo naquele ano, ficou claro que o holandês era uma estrela em ascensão.  E isso se intensificou em 2017 quando os números passaram a ser melhores que o de Ricciardo, com o australiano ganhando apenas na pontuação final (200x168) e no numero de pódios (9x4). Max  superou Daniel nas classificações (13x7); nas corridas (11x9) e nas vitórias (2x1). Em 2018 Verstappen foi ainda mais incisivo ao derrotar Ricciardo nos pontos (249x170); nas classificações (14x6); nos pódios (11x2); e empatados nas vitórias (2x2). Em 2019 Max foi soberano sobre seus dois companheiros de equipe no decorrer da temporada (Pierre Gasly e Alexander Albon) e teve uma melhora considerável nessa segunda parte do mundial. Porém, seus duelos com Charles Leclerc, especialmente na Áustria e Inglaterra, foram um dos melhores momentos do ano e sem dúvida uma prévia do que muita gente espera que seja o possível duelo entre estes dois jovens pilotos na próxima década.

 
6 - Jenson Button – A década passada para Jenson mais parecia um conto de fadas que não desabrocharia de modo algum, sempre pegando algumas “buchas” pelo caminho como foi o período nada glorioso  com a Honda. Mas em 2009 as coisas mudaram da água para o vinho com a histórica temporada da BrawnGP que lhe deu a oportunidade de, enfim, conquistar o tão sonhado titulo mundial. Nesta década Button teve seu nome ligado diretamente a Mclaren, para quem foi pilotar em 2010 e duelar com o seu conterrâneo Lewis Hamilton. Apesar de não ter a velocidade pura e crua de Lewis, Jenson tinha a regularidade a seu favor e por mais que perdesse nos treinos (13x6) e na pontuação final (240x214), Button esteve próximo nas vitórias (3x2) e também nos pódios (9x7). Mas em 2011 foi a desforra ao aproveitar-se dos inúmeros erros de Hamilton e cravar uma pontuação superior ao campeão de 2008 (270x227) e derrotar Lewis também nos pódios (12x6). No ultimo ano de parceria, em 2012, Lewis venceu o duelo interno contra Button ao marcar dois pontos a mais no campeonato (190x188); nos grids de largada (15x5). A partir de 2013, já sem Hamilton na equipe, Button foi o piloto principal da Mclaren e naquele ano teve ao seu lado Sergio Perez, na qual teve uma boa disputa ao marcar mais pontos que o mexicano (73x49) e vencer a disputa nas classificações (10x9). Em 2014 Jenson Button teve Kevin Magnussen como companheiro e o jovem dinamarquês superou o inglês nas classificações  (10x9), mas perdeu na pontuação final com Jenson fazendo 126 pontos contra 55 de Magnussen. Jenson dividiu a Mclaren com Fernando Alonso entre 2015 e 16, sendo que no primeiro ano superou o espanhol na pontuação (16x11) e perdeu nas qualificações (9x8); enquanto que em 2016 Alonso esteve a frente nestes dois quesitos (54x21 na pontuação e 15x5 nas classificações), nesta que foi a ultima temporada completa de Button na Formula-1. Jenson voltou ainda em 2017, quando disputou o GP de Mônaco no lugar de Alonso – que estava na Indy 500 – onde acabou abandonando na volta 57.

 
7 - Daniel Ricciardo – Se existiu algum piloto tão popular nessa década da Fórmula-1, acabou perdendo de lavada para Daniel Ricciardo. O carismático australiano parecia apenas mais um na categoria quando estreou pela finada HRT no GP da Grã Bretanha de 2011 no lugar de Narain Karthikeyan. Em 2012 subiu para a Toro Rosso, onde perdeu na pontuação para Jean Eric Vergne (16x10) e ganhou nas qualificações (15x5). Em 2013, com mais experiência, conseguiu bater o francês na pontuação (20x13) e nas qualificações (15x4). Porém, quando foi anunciado que iria substituir Mark Webber na Red Bull, os primeiros pensamentos seriam de que ele fosse um mero escudeiro para o então recém tetracampeão Sebastian Vettel. Mas a coisas saíram melhor que a encomenda: aproveitando-se da dificuldade de adaptação de Vettel ao RB10, Ricciardo foi impiedoso com o então campeão reinante ao superá-lo na classificação final (238x167) e nas classificações (10x9), e deu a equipe rubro taurina as únicas três vitórias daquele ano e sempre com grande exibição destacando sempre a sua facilidade em realizar ultrapassagens em momentos cruciais das corridas, especialmente no Canadá e Hungria que foram palcos de suas duas primeiras conquistas. Com a saída de Vettel para a Ferrari em 2015 Daniel tornou-se o piloto referencia na Red Bull, mas acabou sendo superado na pontuação por Daniil Kvyat (95x92). Pelas próximas três temporadas o australiano duelou com Max Verstappen na equipe, onde superou o holandês em 2016 e 2017 e perdeu em 2018, no seu ultimo ano na Red Bull. Em 2019 mudou-se para a Renault, onde bateu Nico Hulkenberg nas classificações (14x7) e na pontuação (54x37).


8 - Charles Leclerc – A gama de pilotos prodígio teve seu auge exatamente nesta segunda parte da década com a entrada precoce de Max Verstappen em 2016. Duas temporadas mais tarde foi a vez de Charles Leclerc iniciar a sua caminhada na categoria e já mostrar serviço ao volante da Sauber nos vinte e um GPs de 2018. Com uma tocada precisa e procurando constantemente reduzir a zero os erros, Charles teve seu nome rapidamente alçado a Ferrari após ter dizimado Marcus Ericsson no duelo interno da equipe ao ter feito 17 x 4 nas qualificações e 39 x 9 na pontuação final. A sua ida a Ferrari para ser companheiro de Sebastian Vettel criou grande expectativa, exatamente por esperar como seria seu comportamento em 2019: apesar de uma corrida não tão brilhante em Melbourne, onde terminou logo atrás de Vettel, foi no Bahrein que Charles mostrou seu poder de fogo ao batalhar contra Sebastian e superá-lo na batalha. Teria vencido a corrida com folga se problemas no motor não tivesse tirado dele uma vitória certa. Outras oportunidades apareceram como na Áustria ao vacilar durante o duelo com o seu grande rival de longa data Max Verstappen. Charles adotou uma postura mais agressiva e partiu para duas vitórias convincentes em Spa e Monza (nesta última uma conquista que não vinha desde 2010). Charles terminou na frente de Sebastian Vettel ao final do campeonato de 2019, ao superar o tetracampeão nas qualificações (12x9) e na pontuação (264x240).


9 - Valtteri Bottas – Quem vê Bottas hoje sendo um fiel escudeiro de Lewis Hamilton, talvez nem imagine – ou tenha esquecido – que ele era uma das grandes promessas quando aportou na Williams na temporada de 2013 e levando o problemático FW35 a um surpreendente terceiro lugar no grid do GP do Canadá quando a classificação foi realizada em condições de pista molhada. As expectativas foram aumentando conforme as temporadas seguintes avançavam: correndo ao lado de Felipe Massa entre 2014 e 2016, Valtteri foi constantemente mais veloz que o piloto brasileiro e isso lhe valeu uma grande oportunidade na carreira: quando Nico Rosberg surpreendeu a todos ao anunciar a sua aposentadoria, o nome de Valtteri foi logo alçado a essa chance, uma vez que ele era empresariado por Toto Wolf. Bottas conseguiu a mais cobiçada das vagas na Formula-1 até então, porém lutar contra Lewis Hamilton não tem sido uma tarefa das mais fáceis e o piloto finlandês tem sido constantemente batido pelo inglês que desde 2017 tem reinado absoluto. Mesmo que Valtteri não seja páreo para o hexacampeão, ele teve lá seus dias de brilhantismo como ficou bem visto na sua primeira vitória na F1 (Rússia 2017) e na Austrália (2019).

 
10 - Kimi Raikkonen - Quando o piloto finlandês voltou a categoria após duas temporadas de recesso, ficou claro que Raikkonen continuava em forma. A sua temporada de retorno foi altamente positiva: com o Lotus, Raikkonen fechou em terceiro com uma vitória e sete pódios. Já em 2013 conseguiu números quase parecidos com o de 2012, com o aumento de um pódio em relação ao ano anterior. Porém o seu retorno a Ferrari a partir de 2014 foi uma imersão num período nada produtivo: enquanto que levou uma sova de Fernando Alonso naquele ano de retorno, esteve constantemente atrás de Sebastian Vettel nos anos de 2015 e 17, mas em 2016 e 18 Kimi conseguiu equilibrar as situações, mesmo que Sebastian mostrasse ser mais veloz no computo geral das corridas. Após esta sua segunda passagem pela Ferrari, que lhe rendeu uma vitória em 2018, ele rumou para a Alfa Romeo na  temporada de 2019. Por mais que não tenha mais toda aquela velocidade que o tornou num dos pilotos mais velozes deste século, constatado na década passada, Kimi Raikkonen acabou por tornar-se um dos mais populares do grid por conta de suas tiradas que beiram o sarcasmo e também pelas declarações quase que monossilábicas. Em 2020, certamente, será o piloto com o maior número de GPs da história da categoria, já que está a dez corridas de igualar a marca de Rubens Barrichello (323 x 313).

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