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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Foto 1038 - Quando conheci Wilson Fittipaldi

Wilson Fittipaldi na época da GT3 Brasil
(Foto: Instagram)


Nestes quase 22 anos frequentando Interlagos, tive a oportunidade de estar junto de pessoas que até então eram praticamente inalcançáveis, justamente por estar apenas do outro lado da telinha e ver aquilo como um sonho que, um dia, quem sabe, poderia realizar.

Nessa toada de poder dividir espaço com pessoas divinas, estive ao lado do Wilsinho Fittipaldi em algumas ocasiões quando ele foi por algum tempo comissário nas provas do Campeonato Paulista de Automobilismo ali no finalzinho dos anos 2000, justamente num período que ele retomou a sua vida de piloto para correr em algumas temporadas do saudoso GT Brasil ao lado do seu grande irmão Emerson Fittipaldi no Porsche 911 da equipe do Washington Bezerra - para nós que não pudermos vê-los no auge de sua juventude, foi uma dádiva vê-los em competição.

Naquele tempo eu ficava na antiga torre de controle de Interlagos - como um conhecido meu dizia, “era de lá que víamos o bicho pegar” - e de vez em quando levava anuários e revistas do meu acervo para que pudéssemos folheá-las quando as coisas estivessem mais “calmas”. Foi exatamente numa dessa que levei o anuário “O Ano do Automóvel 1974/ 1975” para que ele pudesse autografar. Ficávamos no terceiro andar e num dos raros momentos de pausa que o Campeonato Paulista nos dá, fui até ele e pedi para autografar uma das páginas, onde ele justamente aparecia a bordo de sua obra prima, o FD-01. Sentado no canto direito da antiga torre, que dava vista a toda reta oposta e entrada e contorno do Larajinha, ele gentilmente pegou a caneta, abriu um sorriso, escreveu seu nome de forma abreviada “W.Fittipaldi” e me entregou o anuário. Agradeci e saí para o outro lado, feliz como uma criança que havia acabado de ganhar um brinquedo - e detalhe é que este mesmo anuário seria autografado meses depois pelo Emerson em duas páginas.

A primeira vez que tive contato com o nome do Wilsinho remonta a sua participação na Stock Car, principalmente quando ele pilotou um Omega com as cores da Marlboro que, para nós que vivenciamos a era de ouro dos patrocínios marcantes, este é um dos mais emblemáticos da história do motorsport. Ter um carro com as cores da famosa marca de cigarros correndo num campeonato nacional, era sinônimo de associar de imediato com os carros da Mclaren e Penske.

O Manual do Automobilismo da Disney também deu um pequeno espaço para o Copersucar Fittipaldi, trazendo um resuminho bem bacana para a molecada se interar sobre a equipe brasileira chefiada por Wilsinho. Foi naquele momento, lá na metade dos anos 1990, que pude começar a entender a grandeza de Wilson à frente do projeto brasileiro que, junto do saudoso Ricardo Divila e Emerson Fittipaldi, puderam colocar o sonho de entrar no mais alto nível de competição que era a Fórmula-1 já naquele período da década de 1970. Foi uma epopeia árdua, que renderam momentos magníficos para o nosso motorsport nacional, quando Emerson chegou ao segundo lugar no GP do Brasil de 1978 realizado em Jacarepaguá. Uma pena que a falta de apoio e maior paciência não deram um norte à equipe, mas ficava claro que se as coisas caminhassem bem, podiam ter ido muito além.

Eu já em Interlagos, agora em 2006, tive a oportunidade de ver o FD-01 lindamente restaurado com apoio da DANA e que foi levado à pista algumas semanas antes e depois foi o carro madrinha nas Mil Milhas daquele ano e claro, com Wilsinho ao volante de sua cria.

Mas de todas essas a que mais eu tive satisfação em ver, ainda que não tenha sido em loco, foi a sua vitória nas Mil Milhas de 1994 ao lado de seu filho Christian Fittipaldi. Foi justamente nessa que eu pude descobrir a grande prova e ao mesmo tempo, presenciar uma das mais emotivas conquistas de pilotos brasileiros nessa prova, justamente envolvendo pai e filho numa mítica corrida criada ainda nos anos 1950 e realizada pela primeira vez em 1956 pelo Grande Wilson “Barão” Fittipaldi ao lado de Eloy Gogliano. Certamente o Barão, que esteve no grid da prova, ficou feliz em ver seus herdeiros vencendo pela primeira vez a lendária corrida.

Wilsinho ainda teve todo tempo para ajudar a desenvolver o forte campeonato da Fórmula Vee - revivendo sua criação que ele e Emerson fizeram por aqui nos 1960 - aqui em São Paulo, que faz parte do nosso Campeonato Paulista há mais de dez anos. Junto de seu amigo de longa data, Ricardo Divila, esteve no comando da reformulação do carro e também atuou como conselheiro por ali. É mais um dos legados deixados por estes dois grandes gênios do nosso motorsport.

Wilson fazia aniversário dois dias após este que vos escreve, tendo nascido em 25 de dezembro de 1943 e vivido uma vida a pleno, conseguindo deixar uma marca indelevel no nosso motorsport de uma forma que, para aqueles que um dia possam ler sobre a sua vida, possam saber o tamanho da contribuição que ele deu ao no automobilismo.

O homem que ajudou a dar vida a um dos mais corajosos projetos do nosso automobilismo, nos deixou hoje aos 80 anos.

Nosso eterno agradecimento.

 

Parte do Manual de Automobilismo lançado ainda nos anos 1970

O autógrafo de Wilson Fittipaldi no Anuário "O Ano do Automóvel 1974/ 1975"

sábado, 18 de janeiro de 2020

Foto 823: Christian Fittipaldi, Mil Milhas Brasileiras 1994



Um jovem Christian Fittipaldi a bordo do Porsche 911 Carrera RSR 3.8 da Roock Racing, que ele dividiu com seu pai Wilson Fittipaldi na 24a 1000 Milhas Brasileiras de 1994, realizada em Interlagos no dia 22 de janeiro.
Ambos venceram clássica brasileira após completarem 372 voltas, terminando 4 voltas a frente do trio formado por Antônio Hermann/ Franz Konrad/ Mikael Gustavsson, que pilotavam o Porsche 911 GT Le Mans da Konrad Motorsport e nove voltas adiante do trio do outro Porsche 911 RSR da Konrad Motorsport, formado por Maurizio Sandro Sala/ Ornulf Wirdheim/ André Lara Rezende.
Hoje Christian Fittipaldi, um dos melhores pilotos de Endurance deste século, completa 49 anos.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Foto 818: Fittipaldi, Óscar Galvez 1975


Um dos momentos mais importantes do motorsport brasileiro na Fórmula 1. Wilson Fittipaldi Jr. no comando do Fittipaldi FD-01 no final de semana do GP da Argentina , que marcou o início do campeonato de 1975 da F1.
Um final de semana onde se viu que muita coisa ainda estava por melhorar num carro que foi testado a exaustão em 1974, mas que agora era posto a prova contra os melhores do mundo. Apesar das dificuldades encontradas por conta da juventude do FD-01, Wilsinho ainda teve o prazer de duelar contra Graham Hill pela 17a colocação daquele GP argentino. Infelizmente a corrida durou apenas 13 voltas, com Wilsinho rodando e batendo no guard rail por conta de uma quebra de suspensão traseira. O acidente ainda foi acompanhado de incêndio, que consumiu o FD-01 após a saída de Fittipaldi. Apesar do desaire, a história já havia sido feita: um Fórmula 1 brasileiro havia largado num GP do Mundial. Pessoas como o próprio Wilson Fittipaldi Jr., passando por Ricardo Divila, Yoshiatsu Itoh, Darci Medeiros, Odilon Costa Franco Jr. e tantos outros que contribuíram para aquele sonho viesse a realidade, merecem toda reverência pela eternidade.
Aquela aventura de uma Equipe Brasileira na Fórmula 1 teve início há exatos 45 anos, no já distante e quente verão de Buenos Aires de 12 de janeiro de 1975.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Wilson Fittipaldi, O Barão (1920-2013)

(Foto: Abril)
Eu tenho uma imaginação que viaja bem longe. Para mim, em outra dimensão, existem corridas de carros e elas sãodisputadas pelos grandes pilotos que passaram neste mundo. De Jules Goux, Felice Nazzaro, Antonio Ascari e Pietro Bordino, passando por ases como Tazio Nuvolari, Achille Varzi, Bernd Rosemeyer e Rudolf Caracciola e seguindo em frente com outros mestres do naipe de Juan Manuel Fangio, Alberto Ascari, Giuseppe Farina e Jean Behra. Incluindo Jim Clark, Graham Hill, Jochen Rindt, Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Ayrton Senna e outros tantos que se foram nestes mais de cem anos de competição automobilística, certamente precisavam de alguém que pudesse transmitir todas as emoções que estes gênios da arte que é pilotar. E homem que ajudou a erguer o automobilismo nacional ainda nos 50, organizando inúmeras corridas, como as Mil Milhas e as 24 Horas de Interlagos, e também foi um dos fundadores da Confederação Brasileira de Automobilismo, acabou sendo chamado para "transmitir" as corridas num outro plano: Wilson Fittipaldi, "O Barão", faleceu esta madrugada no Rio de Janeiro aos 92 anos de idade.
Infelizmente não pude acompanhar as suas transmissões na Rádio Jovem Pan, mas tive a oportunidade de ouvi-lo pela primeira vez em 1995 quando a mesma rádio exibiu um pequeno trecho do GP da Alemanha de 1978, quando Emerson Fittipaldi levou no quinto lugar. O Barão mencionou a chegada de Emerson naquele quinto lugar com "Aí vem o Emerson, com a tartaruguinha...", que no caso era o Copersucar. Mas sem dúvida a grande narração foi o do título de Emerson em 1972, quando veio a ganhar o GP da Itália e o Mundial de Pilotos.
O homem que narrou inúmeros GPs, desde a pré-F1 até os grandes dias do Campeonato Mundial, fará falta aos seus entes queridos e todos aqueles que o admiravam.

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