segunda-feira, 23 de agosto de 2010

E Frentzen pára

Heinz Harald Frentzen vai abandonar o automobilismo em definitivo. Jurava eu, no alto da minha ingnorância, que este já havia encerrado a carreira há muito tempo pois faz alguns anos que não vejo nenhuma nota sobre ele.
Sinceremante nunca foi um piloto brilhante. Por mais que tenha sido um dos melhores no programa de jovens talentos do time júnior da Merecedes no Mundial de Esporte Protótipos no início dos anos 90, quando competia contra Michael Schumacher e Karl Wendlinger, na F1 nunca foi sombra do que se tinha dito sobre seu talento.
Em dez anos de F1 correu em 156 GPs (estreando pela Sauber em 94) e quando teve um carro que poderia, enfim, mostrar seu talento tão comentando, não passou de uma magra vitória no GP de San Marino de 1997 quando estava ao volante da Williams FW20. Neste mesmo ano fechou em segundo no mundial logo atrás de seu comepanheiro Jacques Villeneuve, mas esta posição só foi conquistada após a desqualificação de Schumi que havia cometido mais uma das suas ao jogar o seu Ferrari contra o Williams de Villeneuve em Jerez, na última prova do ano.
Ainda pilotou pela Williams em 98 e em 99 viveu seu melhor momento na F1 quando, pilotando um Jordan 199 -Mugen Honda, chegou a ter pretensões de discutir o título contra Hakkinen e Irvine. Naquele ano venceu os GPs da França e Itália, mas a durabilidade do seu Jordan não lá grande coisa e assim ele ficou em terceiro no mundial. Ainda se arrastou por mais quatro temporadas, correndo por Jordan (2000/01), Prost (2000), Arrows (2002) e Sauber (2002/03).
Entre 2004 e 2006 correu na DTM pilotando para Opel e Audi, sem obter grandes resultados e em 2008 participou do Speedcar (categoria que utiliza o mesmo chassi dos carros da NASCAR) no Oriente Médio. Desde então tem participado somente por diversão em algumas provas.
No final do ano correria na Supercar V8 australiana numa prova festiva, que terá outros grandes nomes do automobilismo mundial como Will Power, Jacques Villeneuve, Sebastian Bourdais, Andy Priaulx entre outros. A prova será disputada entre os dias 23 e 24 de outubro em Surfers Paradise, na Austrália.
“Não tenho competido muito nos últimos tempos e já não estou no meu melhor ritmo. Não quero ser motivo de desvantagem para ninguém. Agora é isso, não vou correr novamente. É hora de dizer adeus. Já o deveria ter feito quando parei de pilotar no DTM. Desde então, só tenho competido para me divertir” Frentzen, que está com 43 anos, também entende que não é mais competitivo para disputar de igual para igual contra pilotos mais jovens.
Seria uma mensagem subliminar ao um outro piloto alemão??
Nos tempos do Team Mercedes Junior: era destacado o melhor, mas foi o da frente que fez história. Você reconhece ele??


A melhor das suas três vitórias na F1: venceu de forma magistral o GP da França de 1999 que fora disputada debaixo de um dilúvio. E por pouco não levou a Jordan ao título daquele ano

 Em 2008 disputando a SpeedCar no Oriente Médio


domingo, 22 de agosto de 2010

Alfred Neubauer (1891-1980)

A mão de ferro com que conduzia a equipe Mercedes e sua figura obesa eram as marcas registradas de Alfred Neubauer, o mais conhecido dos chefes de equipes da história do automobilismo.
Nascido a 29 de março de 1891 na cidade de Neutitschein, Neubauer começou seu envolvimento com os carros como reparador dos veículos da Primeira Guerra Mundial. Ao témino desta, com ajuda de Ferdinad Porsche, passou a ser o piloto de testes da Austro-Daimler e assim também participou de algumas provas sem obter sucesso algum. Com Porsche de saída para a fábrica da Daimler em Stuttgart em 1923, levou consigo Alfred que esticou sua carreira de piloto até 1926. Como nunca foi um piloto de grande porte, acabou sendo nomeado por Ferdinand chefe de equipe, função até então inexistente nas provas de automóvel.
No comando da equipe Mercedes, desde então, se revelou um comandante e dos bons. Levou a equipe à vitórias com os modelos SS e SSKL em várias provas. A Mercedes tinha se retirado em 1929 devido a depressão econômica e entregou a Alfred os SSKL. Ele comandou estes carros a vitória nas Mille Miglia de 1931, quando Rudolf Caracciola venceu a corrida com o modelo SSKL, levando a Mercedes a ser a primeira equipe alemã a vencer a prova italiana. Voltou em 1934 com a equipe reformulada e bancada pelo nazismo, assim  como sua rival Auto Union. De 34 até 39 ambas fábricas dominaram o cenário automobilistico mundial, vencendo todos campeonatos e as grandes corridas. Com o estouro da Segunda Guerra Alfred foi designado a trabalhar, assim como na Primeira Guerra, na reparação dos automóveis como supervisor geral.
Com a Mercedes voltando as provas no início dos anos 50, Alfred comandou mais uma vez a equipe nas vitórias da Carrera Panamericana e 24 Horas de Le Mans no ano de 1952. Dois anos mais tarde a equipe estreou na F1 no GP da França, em Heims, truscidando a concorrência com a dobradinha Fangio-Kling pilotando os W196. Venceram aquele mundial e em 55 voltaram a ganhar, todos com Fangio, mas a tragédia interrompeu o sucesso quando Levegh, pilotando uma das 300SL durante as 24 Horas de Le Mans, vôou na arquibancada após ter se chocado no Jaguar de Lance Macklin matando mais de oitenta pessoas. A Mercedes se retirou das competições ao final daquele ano e Neubauer se aposentou do seu cargo de chefe de equipe.
Alfred era um grande contador de histórias e a mais famosa delas é de quando mandou lixar as Mercedes para que a tinta branca fosse removida, pois os carros estavam 1kg acima do regulamento da Fórmula 750kg. Sem a tinta os carros pesaram os certeiros 750kg regulamentar e estando em alumínio puro, nascia ali as Flechas de Prata. Também revolucionou a comunicação box-piloto, ao usar placas informativas aos pilotos na prova de Solitude de 1926. Além disso aperfeiçoou as táticas de box e de provas.
Alfred Neubauer faleceu em Stuttgart a 22 de agosto de 1980 com 89 anos.

sábado, 21 de agosto de 2010

Duas jóias de Gilles Villeneuve em Mônaco

Circuito de Mônaco é conhecido por ser um traçado complicado de se ultrapassar, claro, seu layout citadino ajuda para que isto não aconteça com frequência. Mas Gilles Villeneuve sabia e muito bem como fazer isto.
Em 1979, durante uma disputa com Niki Lauda, emparelhou com o austríaco na reta (?) dos boxes efetuando a ultrapassagem antes da entrada da Saint Devote.


A outra foi em 1980, quando perseguia René Arnoux na disputa pela sexta posição. Gilles saiu colado no câmbio do Renault do piloto francês e na entrada da Saint Devote, mergulhou por dentro pegando René no susto. Arnoux teve que abrandar o ritmo para não dar de frente na barreira de pneus. Assim Jan Lammers, que vinha logo atrás, também passou pelo Renault Turbo. Villeneuve fechou aquela prova em quinto e Emerson, que terminou em sexto, marcou seu último ponto e da equipe Fittipaldi na F1.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

GP do Brasil de 1973

O saudoso Canal 100, famoso por imagens imortais dos grandes jogos do futebol brasileiro, destacou em 1973 a vitória de Emerson Fittipaldi com sua Lotus, a primeira dele em solo brasileiro pilotando um F1. A narração é do inconfundível Cid Moreira.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Nelson Piquet, 58 anos

Apenas para homenagear o grande tri-campeão Nelson Piquet, que completa hoje seus 58 anos de vida, um vídeo exibido pela TV Cultura contando a história dos três pilotos brasileiros na F1. Em especial este, que conta a passagem do Nelsão.


(Desculpem, mas este post era para ter sido publicado ontem, mas a minha internet se rebelou e ficou para hoje)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O que ele quer é mais dinheiro

As criticas que Bernie Ecclestone desferiu contra o autódromo de Interlagos na semana do GP da Hungria, soa mais como uma pressão por mais dinheiro do que apenas uma melhoria.
Desta vez ele reclamou abertamente sobre as instalações do autódromo paulistano, principalmente da parte de trás dos boxes, o paddock. O aperto que ali se encontra em dias de corrida é imenso. Num ponto até concordo. Já andei por ali ao final das corridas da F1 e realmente você têm que dividir espaço com mecânicos desmontando as tralhas, empilhadeiras andando por todo lado e numa dessa pode atropelar alguém a qualquer momento, pessoas da imprensa correndo de um lado para outro atrás de informações finais para fechar suas edições, curiosos, personalidades... É um local complicado de se transitar. E não é apenas em dias de F1. Corridas de GT3, Stock Car, Fórmula Truck e até mesmo em um simples regional, as coisas são complicadas naquele setor. Porém Bernie está atrás de mais grana. Suas ameaças de não renovar com Interlagos é apenas uma pressão para que a prefeitura gaste os tubos para uma reforma grandiosa.
No inicio da década passada, Interlagos e Ímola, em San Marino, eram classificados como os dois piores circuitos da categoria devido as suas instalações antiquadas e com pouca acomodação para a crescente F1. Ímola colocou todo o complexo dos boxes no chão em 2007 e hoje tem umas das melhores instalações dos autódromos europeus. Interlagos não tem um espaço físico que privilegie isto, e o pior, uma reforma dessa dimensão deixará as provas aqui de São Paulo paradas por meses.
O aparecimento desenfreado de novos circuitos com suas construções faraônicas, também atiçam Ecclestone a pressionar por mais dinheiro locais onde realmente não se pode tirar mais. O problema é que sempre esse tipo de conduta acaba por sepultar um GP legal. Foi assim em 83 quando ele pressionou Chris Pook, o organizador do GP de Long Beach, por mais dinheiro para que a prova fosse realizada no ano de 84. Chris ameaçou assinar um contrato com a CART caso Bernie continuasse a pressioná-lo. Quando foi procurar o organizador, este já havia assinado com a categoria americana.
Ecclestone se apóia na realização da Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, que serão realizadas aqui no Brasil, sugerindo que o autódromo também siga o caminho e se modernize.
A pista paulistana já tem seus planos para revitalizar parcialmente ou totalmente seu velho layout, o que deixaria a pista com, pelo menos, três traçados alternativos. O prefeito Kassab também já tem em pauta uma grande reforma para tentar segurar a prova no calendário.
Nisso tudo o que mais me impressiona é cara de pau do Bernie em chamar o autódromo de o “pior da F1”. Concordo que as instalações, como eu já disse aqui, não são das melhores, porém ainda têm um traçado maravilhoso que não é comparado ao velho de quase 8 km, mas que têm seus desafios. Os pilotos gostam daqui e acho que a perda de Interlagos tiraria um pouco do brilho do campeonato, que só tem sofrido com a entrada de circuitos (esses sim são grandes porcarias) sem graça alguma e muito dinheiro para ser gasto por anos a fio. Bahrein, China, Coréia do Sul, que estréia seu circuito este ano, Malásia, que foi o primeiro protótipo destes circuitos porcarias, Cingapura, com sua prova noturna, Abu Dhabi e a Índia no próximo ano, despejaram rios de dinheiro pelas próximas temporadas. Enquanto isso circuitos tradicionais, como Spa, por exemplo, já se preocupa se o seu GP será realizado em 2013, devido o assédio de outros países, lotados de grana, em realizar uma corrida de F1. E o que Bernie quer é dinheiro e quanto mais, melhor.
O paddock de Interlagos que foi o alvo das criticas de Ecclestone

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quando José Froilan Gonzalez derrotou as Mercedes na Copa Perón, 1951



Ainda quando se reerguia dos escombros do que tinha restado pós segunda guerra mundial, os alemães da Mercedes decidiram voltar às corridas de Grand Prix. Esta decisão tinha sido tomada quando a fábrica percebeu que as Alfas 158, construídas em 1938, ainda estavam em forma e desde quando voltaram a competir não haviam sido derrotadas em nenhuma prova em que estivessem participando. Assim a Mercedes ressuscitou seus W154/163 que haviam dominado a temporada de 1939 e que em algumas provas, havia batido as mesmas Alfas 158 com certa tranqüilidade. Se apoiando nisso, eles acreditavam que seus carros também podiam fazer igual ou melhor que os carros italianos.

A volta da Mercedes as corridas se deu na Copa Perón realizada em fevereiro de 51, na Argentina, em duas provas disputadas nas ruas de Buenos Aires chamada de “circuito do Litoral Norte”. A fábrica alemã era a única estrangeira na lista de inscritos para a disputa da Copa Perón, o restante eram da Argentina. Para essa prova eles trouxeram 3 carros, destinados a Hermann Lang, Karl Kling e Giuseppe Farina, mas este último foi substituído por Fangio. A ACA (Automóvel Clube da Argentina) exigiu que um dos carros fosse pilotado por Fangio, assim Farina reclamou junto a FIA contra a ACA pelo acontecido. Mas nada foi feito e o piloto argentino pode pilotar um dos poderosos W154.

Abaixo segue a lista de inscritos para a primeira e segunda provas:
2- Juan Manuel Fangio- (ARG) Mercedes-Benz W154/163
4- Hermann Lang- (ALE)- Mercedes-Benz W154/163
6- Karl Kling- (ALE)- Mercedes-Benz W154/163
8- Oscar Galvez- (ARG)- Ferrari 166 FL
10- Jose Froilan Gonzalez- (ARG)- Ferrari 166 FL
12- Jose Felix Lopes- (ARG)- Simca Gordini T-15
14- Luis Alberto de Deus- (ARG)- Simca Gordini T-15
16- Alfredo Pian- (ARG)- Maserati 4CL
18- Victorio Rosa- (ARG)- Maserati
20- Hector Niemitz- (ARG)- Alfa Romeo
22- Pascual Puopolo- (ARG)- Maserati
24- Clemar Bucci- (ARG)- Alfa Romeo 12C-37
26- Alberto Crespo- (ARG)- Maserati
28- Carlos Menditeguy- (ARG)- Alfa Romeo 8C 308
30- Onofre Marimon- (ARG)- Maserati
32- Roberto Mieres- (ARG)- Maserati
34- Eitel Cantoni- Maserati 4CLda
36- Jorge Daponte- (ARG)- Maserati 4CL
?- Viannini- (ARG)- Maserati 4CL

Cartaz das provas da Copa Perón

A largada do GP Presidente Perón, dia 18: Fangio (Nº 2) a direita na foto e Lang (Nº 4) 

 Gonzalez já a frente de Lang


Um dos vários problemas que a Mercedes enfrentou nas duas provas na Argentina: nesta foto, Kling com sérios problemas no motor se defende como pode de Carlos Menditeguy


Traçado do circuito de Costanera, onde foi disputado a Copa Perón


A primeira vista, os Mercedes eram os favoritos e uma vitória de Juan Manuel Fangio batalhando lado a lado contra o campeão europeu de 1939, Hermann Lang, seria o ponto alto de não só apenas nesta corrida inaugural, denominada “V Grand Premio General Juan Perón y de La Ciudad de Buenos Aires”, mas também para a segunda prova que seria disputada na semana seguinte no mesmo traçado. Nem a presença de outros heróis argentinos como Oscar Galvez, Onofre Marimon e Jose Froilan Gonzalez fez a opinião popular mudar. Mas Froilan Gonzalez mudou a lógica ao mostrar sua classe.

Os treinos tiveram inicio numa quinta com domínio absoluto das Mercedes que se estendeu até o sábado, quando Fangio confirmou o favoritismo ao marcar a pole com o tempo de 2m1s7, contra 2m3s7 de Lang. Froilan Gonzalez aparecia em terceiro, na frente do outra Mercedes de Kling. Mas o piloto argentino caiu para quarto após um erro na cronometragem no tempo das voltas e assim Kling completou a trinca da Mercedes.

No domingo, dia 18, o circuito do Litoral Norte estava lotado com o público esperando um grande duelo entre as Mercedes durante as 45 voltas pelos 3.5 Km do traçado e já com a presença do Presidente Perón e sua esposa Eva, a prova teve seu inicio as 17h00. Froilan Gonzalez pulou de quarto para segundo e já estava na cola de Lang na disputa pela primeira posição. Fangio despencou de primeiro para terceiro, mas na quarta volta ele recuperaria a posição junto a Gonzalez subindo para segundo. Kling também perdera posições, caira para 5º, e agora estava a lutar contra Menditeguy (4º) e Bucci (6º).

A Mercedes dominava a prova com a dobradinha Lang-Fangio, mas o piloto argentino entrou as pressas nos boxes com a roda dianteira direita avariada. Isso lhe custou mais de trinta segundos nos boxes e quando voltou, estava em oitavo sem grandes chances de tentar a vitória. Na frente continuava Lang, mas no seu encalço já se encontrava Froilan Gonzalez com sua Ferrari. Esta cena se manteve até a 25ª volta quando o piloto alemão foi para os boxes e o argentino passou para primeiro.
Froilan Gonzalez pilotou como nunca e conseguiu salvar mais de 30s de diferença para Lang e na volta 34 ele fez sua parada nos boxes para reabastecer, pois havia uma rachadura no reservatório de seu Ferrari e a fuga de combustível era considerável. As últimas voltas foram angustiantes, com Froilan a ser pressionado por Lang e Fangio se sustentando em terceiro com falhas no motor. Gonzalez conseguiu se manter a frente do piloto da Mercedes para passar e vencer a corrida. Fangio ficou em terceiro e Oscar Galvez fechou em quarto.

A segunda prova foi realizada na semana seguinte, no dia 24 de fevereiro, levando o nome de “V Grand Premio Extraordinário Eva Duarte Perón” e como na semana anterior, a primeira fila ficou com as Mercedes de Fangio e Lang. Menditeguy se colocou em terceiro, seguido por Kling, Froilan e Daponte. Estava um dia frio no circuito de Costanera (Litoral Norte), mas o publico compareceu em peso que acreditava em mais uma vitória de um piloto local.
Quem baixou a bandeira ordenando a largada foi Eva Perón, que em seguida saiu correndo. Fangio e Lang sustentaram suas posições, mas Froilan mais uma vez surpreendeu a todos ao sair de quinto para terceiro. Fangio abdicou da primeira posição por problemas de carburação em seu Mercedes (isso que a equipe havia feito um teste rigoroso com os carros de Fangio e Lang na sexta no mesmo tempo que a prova seria executada e o problema, aparentemente, estava resolvido) e assim Lang subiu para primeiro. Na volta 5, Lang se atrapalhou em um trecho do circuito e Froilan Gonzalez apareceu para assumir a liderança da prova.

Ao contrário da última corrida, que tinha sido trabalhosa para ele, Gonzalez aumentou o ritmo sobre Lang, que também enfrentava problemas no seu carro. Fangio abandonou a corrida com o carburador avariado na volta 9 e Lang fez o que pode para chegar em terceiro. Froilan Gonzalez mais uma vez passou para vencer a prova, seguido por Karl Kling com Mercedes.


A largada da segunda prova, o GP Eva Perón, disputado a 24 de fevereiro: Fangio vai a frente, seguido por Lang. Froilan Gonzalez aparece em terceiro, contornando por fora.

 Fangio com a Mercedes: problemas de carburador o forçaram abandonar a prova

José Froilan Gonzalez caminhando para a segunda vitória na Copa Perón: desempenho magnifíco de "El Cabezon"
Foram duas vitórias maiúsculas de Froilan Gonzalez. Todos sabiam que a força da Mercedes, mesmo com carros de 12 anos antes e que já algum tempo estavam sem uso, ainda podiam fazer frente a máquinas um tanto mais novas que eles (afinal os W154 tinham cerca de 500hp contra 310 da Ferrari). E sem contar, claro, com o virtuosismo de Lang e a finesse do mestre Fangio que acabaram sendo traídos pelos problemas de idade dos carros alemães. Mas isso não tirou em nada o brilho das conquistas de Gonzalez, que passou a ter seu nome respeitado no automobilismo europeu.
As provas também foram lucrativas para a ACA, que pode recuperar boa parte do dinheiro gasto na temporada de 1950 no apoio aos seus pilotos na temporada européia.

Para a Mercedes, mesmo tendo a mão de ferro de Alfred Neubauer, isso não foi o bastante. Pois além das derrotas na Argentina, testes realizados posteriormente em Nurburgring não foram convicentes e assim fábrica decidiu adiar sua volta ao Grand Prix por mais três anos, quando reapareceu no GP da França de 1954. Acredita-se que o não envolvimento de Rudolf Uhlenhaut, projetista chefe da Mercedes, tenha sido fundamental para tal fracasso.

Voltando para Froilan Gonzalez, alguns meses depois de suas grandes apresentações na Copa Perón, ele ainda teve o gosto de levar a Ferrari pela primeira vez a uma vitória no campeonato mundial de pilotos, em Silverstone, no se caracterizou na primeira derrota da Alfa Romeo 158 após seu retorno as pistas.

E agora os europeus tinham que venerar mais um argentino. Foi o inicio da era de ouro da Argentina na F1.

Com a coroa de flores Jose Froilan Gonzalez, no meio Fangio e Eva Perón de braços cruzados: a grande festa do automobilismo argentino 


O pódio com a presença de Froilan Gonzalez e Fangio


O semanário "Autódromo" exautando a vitória de Gonzalez sobre as Mercedes


Fonte: http://www.jmfangio.org/

Fotos: Revista Autos de Época, Augé Bacqué, Alfredo Parga, Revista Corsa,
Gravura que abre este post:  Alfredo De La Maria

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Spa-Francorchamps, 1970


O vídeo acima mostra algumas imagens da última prova de F1 no velho traçado do circuito das Ardenas. A prova foi vencida por Pedro Rodriguez com uma BRM.
O circuito de Spa foi retirado do calendário da categoria por pressão dos pilotos liderados por Jackie Stewart que em 1966, havia sofrido um forte acidente durante a prova daquele ano e partir dali começou sua cruzada pela segurança nos autódromos.
A corrida voltou ao seu lar habitual em 1983, com a pista de Spa totalmente reformulada e ainda muito desafiadora.

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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Garotas da F1- GP da Hungria


Estaria sorrindo com as trapalhadas no box entre Mercedes, Renault e Force India?

Análise dos dez primeiros- GP da Hungria

Mark Webber- A perda da segunda posição para Alonso na largada, tinha minado qualquer chanc dele na prova. Mas a entrada do safety car e o erro de Vettel somado a punição que tomaria mais tarde, o ajudou muito e ele teve só o trabalho de abrir grande vantagem para fazer sua parada e voltar na frente de Alonso para garantir uma vitória até então distante. E de quebra, saiu com liderança do campeonato no bolso.


Fernando Alonso- Bela largada mas nada podia fazer contra o poderio da Red Bull em Hungaroring. Por algum momento teve até uma pequena chance de vencer a corrida caso Webber não abrisse grande vantagem, mas o australiano estava implacável.


Sebastian Vettel- A julgar pelo seu início de prova, após boa largada e com ritmo alucinante, a sua vitória já estava garantida. Mas acabou cometendo outro dos seus inúmeros erros nesta temporada, ao abrir uma distância muito maior que dez carros para o safety. Isso acabou gerando uma punição que o tirou da briga pela vitória. Se ele queria ajudar Webber naquela manobra, conseguiu com perfeição.


Felipe Massa- Corrida discreta após uma semana conturbada. Saiu em quarto e perdeu a posição para Hamilton após o seu pit stop. Com o abandono do inglês, recuperou a posição e por á ficou tranqüilo, sem ameaçar ninguém e sem ser ameaçado.


Vitaly Petrov- Largou na frente de Kubica pela primeira vez no ano e conseguiu se manter entre os dez primeiros a prova inteira. Ótima disputa com Hamilton na primeira volta e seu conhecimento de outras visitas ao circuito húngaro, o ajudou muito. É melhor dos estreantes até agora.


Nico Hulkenberg- Saiu à frente de Barrichello no grid, mas quando virou a primeira curva estava atrás do brasileiro. Fez boa prova e simplesmente levou o carro com segurança num circuito complicado para passar.


Pedro De La Rosa- Conseguiu levar seu carro ao Q3, o que culminou na oitava posição no grid que foi crucial para conseguir chegar na casa dos pontos pela primeira vez no ano.


Jenson Button- O seu mal desempenho no treino de ontem saiu caro, pois com o abandono de Hamilton podia ter saído da Hungria com a liderança do mundial ou na pior das hipóteses, continuaria na vice liderança. O carro da Mclaren não está no mesmo nível dos Red Bulls e nem das Ferraris neste momento.


Kamui Kobayashi- Levou uma punição por não ter pesado seu carro na classificação, o que lhe custou a perda de cinco posições, jogando-o de 18º para 23ª. Nas primeiras voltas já aprecia em 15ª pressionando Button e ficou atrás do inglês até o final da corrida. É o grande mestre das recuperações em prova este ano.


Rubens Barrichello- A entrada do safety acabou com suas chances na prova, pois tinha largado com pneus duros e faria uma trecho muito longo com aqueles pneus. Mas o carro de segurança o jogou de nono para quinto quando parou, perdeu várias posições. No duelo com Schumi pela décima posição foi fantástico e ficou evidente que não era só um ponto que estava em jogo naquele momento, mas sim seis temporadas de ressentimentos entre os dois rivais.

domingo, 1 de agosto de 2010

Zonta vence em Spa no FIA GT1

 Em Spa-Francorchamps Ricardo Zonta/ Frank Kechele, pilotando um Lamborghini Murcielago 670 do Team R-S, venceram a quinta etapa do campeonato FIA GT1. Zonta voltou a vencer na categoria após doze anos, quando foi campeão da categoria (quando ainda se chamava apenas FIA GT) pilotando um Mercedes CLR GTR em parceria com Klaus Ludwig.
A dupla completou a prova com o tempo de 1h01min02s. Bernoldi, que corre com um Maserati MC12 em parceria com Miguel Ramos, fechou em quarto.
A próxima etapa será realizada em Portugal, na pista de Algarve, nos dias 17, 18 e 19 de setembro.
Fica aqui link para quem quiser ver os melhores momentos da prova de hoje. Quando abrir a janela e aparecer o monitor, é só clicar em uma das barras que ficam abaixo. Numa delas é highlights da prova em Spa.

Patrick Depailler, trinta anos atrás

"Tudo que se podia ver do carro era o motor". A frase foi dita por um funcionário do Comitê organizador do GP da Alemanha de 1980 ao ver o estado no qual se encontrava o Alfa-Romeo de Patrick Depailler em Hockenheim.
Patrick testava seu carro no circuito alemão se preparando para o GP alemão, que seria disputado ali mesmo, uma semana depois. Ao entrar na curva Este, seu Alfa passou direto e embateu com violência nos guard-rails, que com o impacto, foram deslocados cerca de 50cm para dentro.
O carro foi resvalando pela proteção metálica por quase 100 metros. Quando chegaram ao local, Depailler ainda estava no que havia restado do carro. Pedais do freio, acelerador e embreagem ficaram à 20cm do volante e o motor foi arrancado e o chassi ficou pendurado encima do guard-rail.
Com várias fraturas nas pernas, ombro esquerdo e graves ferimentos na cabeça, Depailler foi resgatado e levado para o hospital da Universidade de Heidelberg, onde já chegou morto às 12:10 (horário local) como divulgou os médicos.
Patrick Depailler disputou 95 GPs entre 1974 e 1980, pilotando por Tyrrel (1974-78), Ligier (1979) e Alfa-Romeo (1980). Venceu apenas duas corridas: Mônaco (1978) e Espanha (1979).
No vídeo abaixo as fotos do que restou do Alfa de Depailler:

Com sorte e competência, Webber vence na Hungria

Até a décima quarta volta a prova, de um modo prematuro, já parecia estar resolvida. Sebastian Vettel tinha largado bem e até esta volta tinha uma vantagem de mais de dez segundos para Alonso, que aparecia em segundo com Webber logo em terceiro. Mas um pedaço da asa dianteira do carro de Liuzzi ficara na pista e assim a entrada do Safety Car foi solicitada. Vettel, Alonso, Massa, Hamilton e outros aproveitaram para fazer suas paradas. Mark seguiu em frente assumindo a ponta da corrida. Quando a relargada foi dada na volta 17, Vettel (2º) cometeu mais umas das suas. Ele, ao segurar o pelotão para que Webber fosse embora, acabou excedendo o limite-distância de dez carros entre ele e o Safety. Algumas voltas depois Sebastian foi punido com um Drive & Trough por esta atitude, o que lhe custou a perda da segunda posição para Alonso e posteriormente a chance de vencer a prova hungara. Para Webber foi o que ele precisava. Conseguiu fazer 44 voltas com pneus macios marcando sempre tempos de voltas quase 1s mais rápido que Alonso e quando fez sua troca de pneus, saiu ainda em primeiro com seis segundos de vantagem sobre o espanhol que era pressionado por Vettel. Para completar o belo fim de semana de Mark, Lewis Hamilton abandonou a prova com problemas no Mclaren na volta 24 e isso deu ao australiano da Red Bull a liderança do mundial de pilotos. A equipe dos touros vermelhos também assumiu a liderança do mundial de construtores.
Além disso, o Safety Car, de alguma forma, também deu uma mãozinha para que os boxes também fossem movimentados. Durante as paragens os mecânicos da Mercedes não apertaram a roda traseira direita do carro de Rosberg, que se soltou no meio dos boxes indo parar nos boxes de Renault e Force India. No meio dessa confusão, a Renault acabou liberando Kubica que em seguida acertou o carro de Sutil que vinha para fazer sua parada. Os carros ficaram grudados, mas o alemão levou a pior naquele momento com a quebra da suspensão dianteira direita. Kubica prosseguiu, mas após a relargada levou um Stop and Go pelo incidente nos boxes. Cumpriu a punição mas abandonou uma volta depois.
Num todo foi o que a prova hungara nos proporcionou até a 62ª volta, quando Barrichello e Schumi travaram um duelo pela décima posição. O alemão sofria com problemas de freios desde a nona volta e Rubens, que esteve em quinto por boa parte da prova, havia feito sua troca de pneus na passagem 60 e estava com pneus macios. A briga durou por quatro voltas até que Barrichello ultrapassou-o na volta 66, após ter sido expremido no muro dos boxes (no melhor estilo Senna-Prost em Estoril, 1988) por Schumi. Por pouco não houve um acidente que poderia ter sido de grandes proporções. O brasileiro esbravejou, pelo rádio, que Michael deveria tomar uma bandeira preta pelo acontecido. Após a corrida Schumi recebeu a punição: na corrida da Bélgica, dia 29 deste mês, ele perderá dez posições no grid.
Foi uma corrida normal, porém a entrada do Safety mudou a cena da prova à favor de Webber que soube aproveitar e muito bem. Com o campeonato embolado a F1 terá um recesso de três semanas e voltará em Spa-Francorchamps para a 13ª etapa, o GP da Bélgica, onde, teoricamente, os Red Bulls terão grande vantagem.


Os trapalhões: Na foto acima, o pneu que soltou do carro de Rosbreg fica quicando no pit lane e acaba acertando um mecânico da Williams. Na foto abaixo, o enrosco de Sutil e Kubica nos boxes. A Renault acabou sendo multada em 50 mil doletas pela confusão nos boxes. Se é assim a Mercedes também deveria ter levado multa semelhante...


O duelo do fim de semana: Schumi expreme Barrichello no muro em Hungaroring, relembrando seus "grandes dias". Na próxima corrida perderá dez posições no grid.

Resultado Final
Grande Prêmio da Hungria- 12ª etapa
Hungaroring- 1/8/2010

1. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault): 1h41min05s571 (70 voltas)
2. Fernando Alonso (ESP/Ferrari): +17s8
3. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault): +19s2
4. Felipe Massa (BRA/Ferrari): +27s4
5. Vitaly Petrov (RUS/Renault): +1min13s1
6. Nico Hulkenberg (ALE/Williams-Cosworth): +1min16s7
7. Pedro de la Rosa (ESP/BMW Sauber-Ferrari): +1 volta
8. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes): +1 volta
9. Kamui Kobayashi (JAP/BMW Sauber-Ferrari): +1 volta
10. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth): +1 volta
11. Michael Schumacher (ALE/Mercedes GP): +1 volta
12. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari): +1 volta
13. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India-Mercedes): +1 volta
14. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Cosworth): +3 voltas
15. Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth): +3 voltas
16. Timo Glock (ALE/Virgin-Cosworth): +3 voltas
17. Bruno Senna (BRA/Hispania-Cosworth): +3 voltas
18. Lucas di Grassi (BRA/Virgin-Cosworth): +4 voltas
19. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania-Cosworth): +4 voltas

Não completaram a prova:
Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes)
Robert Kubica (POL/Renault)
Nico Rosberg (ALE/Mercedes GP)
Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes)
Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari)

Melhor Volta: Sebastian Vettel (Red Bull) 1min22s362

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...