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terça-feira, 4 de maio de 2010

GP da Espanha, 1980

As fagulhas lançadas da guerra FISA x FOCA no início dos anos 80, deixaram a F1 a beira de um colapso quase irreversível e o GP da Espanha, disputado em Jarama a 1º de junho, foi um capitulo triste deste confronto.
Sabe-se que a causa principal deste conflito entre as duas entidades iniciou-se ainda em 1979 quando Jean Marie Balestre, presidente da FISA (que era um braço esportivo da FIA, no qual o próprio Balestre também presidia), quis proibir de imediato o uso do efeito-solo nos carros já para o próximo ano. As equipes inglesas bateram pé e a FISA teve que ceder, mas a briga estava apenas começando. Em 1980 Balestre anunciou que para a temporada de 81 as minissaias móveis estariam proibidas e o peso dos carros aumentaria de 575kg para 585kg, o que favorecia os carros de motores turbo (Renault, Ferrari e Alfa Romeo) que necessitariam de mais potência e assim igualaria forças com as equipes de motores Cosworth e efeito-solo.
Ok, vamos embora: Renault, Ferrari e Alfa Romeo fizeram as malas e deixaram Jarama

Mesmo com essas regras que funcionariam a partir de 81, o que azedou de vez o já conturbado clima naquele ano foi outra coisa. A FISA tinha criado uma reunião obrigatória para todos os pilotos antes de cada GP, e aquele que não comparecesse nestas levaria uma multa de mais de 2.000 dólares e podia ter a sua super-licensa cassada. Mesmo assim alguns não estiveram presentes nas reuniões dos GPs da Bélgica e Mônaco e não pagaram as multas. Em Jarama tudo piorou com a não ida dos pilotos dos times que apoiavam a FOCA (liderados por Bernie Eclestone, presidente da entidade) e assim, antes da prova começar, uma reunião as portas fechadas foi feita entre FISA e FOCA. Após algumas horas nada foi definido e a FISA decidiu que a prova não se realizaria. Ela colocou em prática a ameaça inicial de que se nenhum piloto participasse da reunião, estaria automaticamente sem habilitação para correr o GP espanhol. Renault, Ferrari e Alfa Romeo, equipes que apoiavam os ideais da FISA se retiram do autódromo madrileño. A FOCA discordou e mesmo assim deu início a corrida apenas com suas equipes.
Na prova a batalha deu-se entre os Williams de Jones e Reuteman, a Ligier de Laffite e a Brabham de Piquet. Laffite, que tinha largado na pole, perdeu a posição para os Williams de Reutemann e Jones e ficou em terceiro. Com a corrida se desenvolvendo normalmente, Jones teve problemas de câmbio e caiu algumas posições e Laffite foi à caça de Reutemann. Piquet, que estava em terceiro, ficou de longe acompanhando a batalha dos dois. Faltando 45 voltas para o fim, os dois líderes foram colocar uma volta no retardatário Emilio de Villota. Reutemann passou-o por fora e Laffite, na tentativa de passar rapidamente e não perder contato com o líder, tentou por dentro mas acabou acertando o carro de Villota. O Ligier atravessou a curva e acertou o Williams. Os dois abandonaram e Piquet assumiu a liderança por oito voltas, mas o câmboi quebrou. Caminho aberto para Pironi com sua Ligier, mas este acabou perdendo o pneu dianteiro direito e também a prova.
A vitória ficou com Alan Jones da Williams, seguido por Jochen Mass da Arrows e Elio de Angelis da Lotus.

No dia seguinte a corrida, FISA manteve seu ponto de vista e a prova não contou pontos para aquele mundial de 1980.




O Ligier de Laffite e a Williams de Reutemann após o acidente que eliminou ambos da prova. O argentino teve um corte na perna

Que tal um joguinho?: Foi o que fizeram os mecânicos da Brabham e Williams para passar o tempo enquanto os poderosos decidiam o futuro da prova.



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