Foram tantas às vezes em que criticamos Lewis Hamilton em
seus tempos de McLaren, e até mesmo nesse seu período de Mercedes, onde ele não
tinha a mínima noção em poupar equipamento e consequentemente os pneus, que
eram sem dúvida o seu ponto fraco durante as provas.
Desde o ano passado para cá, temos visto o piloto inglês
numa forma muito positiva neste quesito e aliando isso a sua indiscutível
velocidade e habilidade, tem se mostrado altamente superior aos demais na
pista, principalmente à Rosberg.
A corrida de hoje em Sakhir foi a prova disso: soube poupar
os pneus, dando a si a oportunidade de parar bem depois das Ferraris e quando
parecia que teríamos uma batalha pela primeira colocação devido ao fabuloso
ritmo de Raikkonen na parte final, ele respondia com voltas equivalentes ou até
mesmo ligeiramente melhores que Rosberg e o finlandês. Em outros tempos,
teríamos a oportunidade de ver Lewis fazendo o que podia para se equilibrar em
pneus aos frangalhos, resultado puro e único da sua brutalidade na condução de
um carro.
E essa sua abordagem nas pilotagens tem dado a ele a
oportunidade de aniquilar aos poucos o que resta de chances de Rosberg tentar
igualar as condições dentro da Mercedes.
E olha que Nico foi bem hoje, mas Lewis foi melhor ainda.
A corrida
Sem dúvida a prova de hoje bem parecida com a da semana
passada em Xangai, com a Mercedes dando aos seus pilotos a oportunidade de
parar depois das Ferraris, mas a única diferença – e que se tornou uma ameaça
real no fim – foi a proximidade de Raikkonen. A Ferrari apostou num longo
período de Kimi com os pneus médios para depois colocá-lo de volta à pista com
os macios, que o fizeram andar até dois segundos mais veloz que o duo da
Mercedes. Se alcançar a liderança de Lewis – que respondia de vez em quando a
esse ritmo do ferrarista – seria complicado, a segunda colocação de Nico
Rosberg era bem possível e isso foi facilitado quando o alemão teve problemas
de freio na abertura da penúltima volta ao frear no final da reta dos boxes.
Isso facilitou a vida de Raikkonen, que conseguiu o seu primeiro pódio no ano.
Em contraste ao seu companheiro, o dia não foi dos melhores
para Vettel que, além de ter tomado três ultrapassagens de Rosberg – duas delas
com muito arrojo por parte de seu conterrâneo, diga-se – Sebastian parecia
estar com o ritmo de carro bem comprometido, conseguindo em algumas situações
até seguir as Mercedes, mas se perdendo em outras – como foi no caso do
primeiro ataque de Rosberg, quando ele passou direto na freada da primeira
curva, dando a oportunidade para que Nico encostasse nele. Aliás, Vettel deve
ter tido problemas de freios nessa corrida, onde ele errou quatro vezes e na
última quase batendo na traseira do carro de Bottas, quando ambos disputavam a
quarta colocação.
E por falar em Rosberg, até que a sua corrida não foi de todo
mal, conseguindo um ótimo ritmo e atacando as Ferraris com arrojo. Pena que não
teve ritmo suficiente para alcançar Hamilton.
Felipe Massa teve mais um dos seus azares ao ficar parado no
grid de largada e quando estava escalando o pelotão, teve problemas no assoalho
do Williams o que comprometeu a sua evolução no GP. Nasr teve também uma boa
performance – com belas ultrapassagens sobre Massa e Hulkenberg –, mas ao que
parece a equipe pecou na estratégia e ele fechou em 12º.
Apesar de suas limitações mecânicas, a Mclaren, que teve
apenas Alonso na prova já que Button ficou de fora devido os intermináveis
problemas que o seguiram desde sexta, apresentaram um ritmo bem parecido com
que o fizeram na China. Fernando arriscou em apenas duas paradas que lhe valeram
a 11ª colocação.
Apesar de uma corrida muito boa que resultou em mais um
vitória da Mercedes, fica claro que Ferrari está em sua cola, mas dependerá e
muito de dois fatores para conseguir bater as Silver Arrows novamente: entrada
do Safety Car e uma má jornada da equipe inteira. As possíveis atualizações que
levarão para Barcelona podem dar às eles um gás maior para essa batalha.
Caso contrário, terão que remar muito para chegar na
Mercedes.
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