Sem dúvida foi uma última volta de arrancar
os suspiros para os fãs. Se a corrida foi apenas boa, se vermos as variáveis
que ela nos apresentava por conta das opções de escolhas de pneus, a última
passagem compensou a espera. Mas esta foi muito mais pela péssima saída da
primeira curva de Nico Rosberg, do que pela bravura de um aparentemente
combalido Lewis Hamilton naquele momento.
Mas aquele entrevero era quase bem
evitável: para quem tinha uma vantagem de quase um carro e meio para Lewis até
a subida para a primeira curva, devia muito bem tomar todos os cuidados para
não passar do ponto e atacar as zebras “assassinas” do circuito austríaco, mas
Rosberg não teve este cuidado e quando não tracionou suficientemente na saída
daquele ponto, pôde ver o Mercedes de Hamilton crescer no retrovisor de
desaparecer por frações de segundo, até reaparecer do seu lado esquerdo para
tentar uma manobra de ultrapassagem, que se conseguisse, teria sido o grande lance
do ano até aqui. Mas na ânsia de tentar se defender – o que estava totalmente
certo – o piloto alemão acabou deixando o carro rolar além do que podia e
acertar o Mercedes de seu companheiro. Precisamos ser justo que, ao mesmo tempo
em que Nico deixava o carro escorregar para tentar fechar o máximo possível de
espaço, Lewis também esterçava para definir a manobra. O resultado foi a
pancada no carro de Hamilton, que saiu para a área de escape e que ainda
passaria pela grama. Rosberg continuou, mas a asa dianteira se desfez por conta
do toque e com isso as suas chances de vencer foram para o ralo.
O duelo entre os dois principais
contendores da categoria, que já vem se arrastando desde 2014, é mais um capítulo
de uma série de rusgas que se iniciaram ainda no distante GP de Mônaco de dois
anos atrás, quando Hamilton acusou Rosberg de ter parado o carro na descida da
Mirabeau prejudicando, assim, a volta que poderia lhe dar a pole. Foram
inúmeras discussões e esbarrões de ambos até este 2016, incluindo, também, a já
famosa batida deles logo após a largada do GP da Espanha. Com a política –
certeira – da Mercedes em deixar o pau comer a solta na pista, apenas indicando
que tentem não se bater e prejudicar o time, é louvável após algumas temporadas
onde eles procuraram garantir os resultados ao não permitir o ataque um ao
outro, mas com Toto Wolf sinalizando uma possível volta do jogo de equipe, pode
deixar ainda mais tensa as coisas. Será bem difícil imaginar um dos dois
obedecendo as ordens nesta altura do campeonato, uma vez que a diferença entre
eles é de apenas 11 pontos. Restará apenas a Mercedes tentar resolver tudo na
conversa – e se precisar, de uns puxões de orelha.
O bom mesmo é que o duelo entre eles de
forma tão visceral, pode contribuir bastante para a chegada de um Sebastian
Vettel para a disputa, o que deixará as coisas mais tensas na equipe prateada e
animadas para um mundial que ainda parece ter destino certo. Mas se tiver mais
um contendor para a grande disputa, deixará as coisas interessantes.
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