(Foto: Reuters) |
A Fórmula 1 não costuma transmitir emoção para com aqueles que fizeram sua história, mas nesta etapa inglesa a homenagem rendida a Frank Williams pelos seus 50 anos de categoria e também pelos exatos 40 anos da primeira vitória da Williams na F1 foi bem bacana naquela volta que o inglês deu ao lado de Lewis Hamilton, que o levou a duas voltas pelo circuito inglês num Mercedes de rua. Outra homenagem foi em memória de Charlie Whiting, falecido antes da abertura deste mundial na Austrália, que contou com uma cerimônia reunindo pilotos atuais e antigos da F1 que trabalharam com ele. Para a corrida, Justin, o filho de 12 anos de Charlie, foi convidado a acionar as luzes vermelhas para a largada.
Não esperava muito deste GP bretão. Numa Fórmula 1 tão bipolar que se tornou, já estava preparado para pegar uma corrida bem morna (apenas para ser otimista onde as Mercedes dominariam amplamente. Mas acabou por ser uma corrida extremamente agradável, onde os pilotos do pelotão dianteiro e intermediário se entregaram a batalhas interessantes.
Iniciando pela batalha das primeiras voltas entre os dois pilotos da Mercedes, Bottas e Hamilton brindaram o público naquelas voltas iniciais onde o inglês tentou como pôde superar o finlandês que soube bem defender-se e depois aplicar uma “re-ultrapassagem” no inglês quando este conseguiu superá-lo na Woodcote e depois acabou tomando o troco na Copse. Foram voltas bem intensas, com ambos lutando de forma franca. Não tão distante deles, o duelo que se iniciou no GP austríaco continuou forte na pista inglesa: Charles Leclerc e Max Verstappen se encontraram e dessa vez Leclerc esteve mais atento aos ataques do holandês, conseguindo defender-se de forma correta e mesmo após ambos irem juntos ao box, o duelo se manteve em alto nível com Charles recuperando a posição – perdeu após um belo trabalho de box da Red Bull que entregou Max rapidamente a frente – depois de um pequeno erro de Verstappen. Infelizmente a escapa de Antonio Giovinazzi, que deixou o Alfa Romeo na brita, forçou a entrada do SC e foi neste momento que Hamilton, que já liderava a prova após a ida de Bottas ao box, foi para o seu pit stop e conseguiu voltar na frente do finlandês. A Ferrari acabou demorando chamar Charles para o box – coisa que foi feita de imediato pela Red Bull com Max – e o monegasco teve que fazer mais uma volta e perder a posição para Verstappen. As coisas seriam decididas algumas voltas após a saída do SC, quando Max passou por Gasly e conseguiu aproximar-se de Vettel – que se beneficiara da entrada do SC para chegar ao terceiro posto - e efetuar a ultrapassagem na Hangar. Infelizmente um erro de calculo por conta de Vettel pôs fim a um possível pódio de Verstappen, quando o piloto alemão acertou a traseira do Red Bull e ambos indo parar na brita. Conseguiram voltar para pista, com Sebastian tendo a sua corrida inteiramente prejudicada – e tomando em seguida uma punição de dez segundos – e com Max com um carro bem desequilibrado, que ainda o deixou em condições de terminar em quinto. Menção honrosa para a Mclaren que fez um belo trabalho através de seus dois pilotos e com Carlos Sainz duelando com Daniel Ricciardo por um período da corrida pela sexta posição.
Lewis Hamilton acabou por vencer o GP, a sua sexta conquista que o torna o maior vencedor do GP bretão – superando Jim Clark e Alain Prost que somam cinco - e também a 80ª de sua carreira na categoria. Hamilton ainda carregou a bandeira britânica na sua volta de desaceleração, em mais um momento bacana desta corrida.
Para uma categoria que teve dois GPs decepcionantes em sequencia, estas duas últimas foram para mostrar que ainda existe um pouco de emoção neste reino “mercediano”.
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