Lewis Hamilton num dos mais belo cenários desta temporada: vitória de número 90ª (Foto: Mercedes/ Twitter) |
Qualquer circuito que venha fazer sua estreia na Fórmula-1 sempre vai gerar uma grande curiosidade. Mugello não é tão desconhecida assim: além de ser uma das pistas de testes da Ferrari, é um das catedrais sagradas do motociclismo. Para os entusiastas, exclusivamente daqueles que acompanham apenas a Fórmula-1, era um novidade a ser observada com atenção: uma mistura de curvas velozes com partes mais estreitas e com caixas de brita por todos os lados, essa corrida servia como uma grande oportunidade de ver como seria esta primeira aparição da categoria neste circuito centenário.
A julgar pela primeira largada, a corrida passava um cenário
interessante: a melhor largada de Bottas jogou Hamilton para segundo e isso
trazia uma possibilidade de vermos como seria um possível duelo entre os dois
pilotos da Mercedes, uma vez que Valtteri esteve muito bem nesta pista em todos
os treinos – exceto na qualificação, onde Lewis mostrou mais uma vez seu passo
de gigante ao anotar a sua 95ª pole na carreira. Mas o enrosco logo na segunda
curva que eliminou Verstappen e Gasly, fez com que o SC fosse acionado para a
retirada dos carros. Quando relargada foi autorizada, o múltiplo acidente na
parte de trás envolvendo Lattifi, Giovinazzi, Magnussen e Sainz, fez com que a
bandeira vermelha entrasse em ação. Dessa forma, assim como na última semana em
Monza, teríamos um novo procedimento de largada parada.
Essa nova largada deu a Hamilton a chance de pular na dianteira,
aproveitando-se bem do vácuo do Mercedes de Valtteri para contornar a curva por
fora e assumir a liderança. Mesmo com Bottas tentando optar em usar compostos
diferentes do de Hamilton, o finlandês acabou tendo de parar antes por conta do
desgaste e também por ter reclamado de vibrações nos pneus e assim foi chamado
antes, colocando os pneus duros. Hamilton
veio parar uma volta depois e colocar os mesmos compostos. O acidente de
Lance Stroll na veloz Arrabiata 1 fez com que o SC entrasse mais uma vez e
Bottas teve um oportunidade de parar e fazer sua parada para colocar os pneus
macios, porém Hamilton, que havia passado pela reta dos boxes exatamente quando
foi acionado o Safety Car, conseguiu ainda tempo para completar a volta, trocar
para os macios e voltar na frente de Valtteri – para mais uma vez a bandeira
vermelha entrar em ação e forçar uma nova largada parada. Desta vez, não teve
nenhuma surpresa: Hamilton conseguiu controlar bem sua vantagem para Bottas –
que oscilava entre 1.3 segundos até 2.0 segundos – para conquistar sua sexta
vitória na temporada.
Apesar de toda a bagunça causada pelos acidentes, a corrida
foi interessante do terceiro para baixo. Sem a presença de Max – que seria o
terceiro ocupante natural do pódio – a terceira posição foi objeto de desejo:
Charles Leclerc chegou ocupar essa posição por algum momento, mas todos sabiam
que ele não teria muito o que fazer frente a carros mais velozes e se viu
despencar pela tabela para terminar em oitavo; Lance Stroll era outro que podia
muito bem ter levado este terceiro lugar, mas os problemas na seção traseira de
seu carro acabou jogando-o no muro de pneus da Arrabiata 1 e fazendo um belo
estrago em seu Racing Point; Daniel Ricciardo parecia ser o piloto da tarde e
fez relembrar seus tempos de Red Bull, onde imprimia sempre boa velocidade após
as relargadas e isso o fez subir para terceiro. Talvez até conquistasse o
pódio, não fosse a bandeira vermelha e isso deixou caminho aberto para que Alex
Albon subisse de produção e partisse para o ataque e ultrapassasse o
australiano. O anglo-tailandês ainda deu uma perspectiva de que poderia
alcançar as Mercedes, que foi logo rechaçada com o aumento de ritmo dos dois
carros negros. Mas foi o suficiente para que Alex subisse, enfim, ao pódio pela
primeira vez. Quem teve a oportunidade de marcar o primeiro ponto neste
campeonato foi George Russell, que viu a oportunidade aparecer após a série de
acidentes. Infelizmente não teve tempo – e nem folego – para conseguir atacar e
ultrapassar Sebastian Vettel – este escapou duas vezes dos acidentes, sendo que
na primeira teve a asa dianteira danificada após acertar o carro rodado de
Sainz – que acabou em décimo. E para a Ferrari, que comemorou o seu GP de número 1000 em Mugello, o estrago bem reduzido frente a péssima temporada que é feita até aqui.
Esta prova significou a 100ª vitória da Mercedes na
Fórmula-1, enquanto Hamilton chegou a sua 90ª conquista e fica, assim, a uma
vitória de igualar a marca de Michael Schumacher – que pode ser empatada já na
prova da Rússia daqui quinze dias – e ainda teve o recorde de 222 GPs na zona
de pontos.
Até o final da temporada a história estará feita.
O primeiro acidente é um acidente normal de corrida, o Verstappen viu-se envolvido nele por ter perdido potência na largada e parece-me que imediatamente antes de ter batido também perdeu ligeiramente.
ResponderExcluirJá o acidente na recta. É uma consequência das largadas atrás do Safety Car, porque os pilotos de trás vêm muito mais rápidos do que os da frente. Acho que esse sistema de partidas (atrás do SC), deveria ser revisto. Faz lembrar um pouco a largada do GP de Itália de 1978.
De resto foi uma corrida dominada pela Mercedes mas que teve sempre emoção até ao final, por culpa das duas paragens.
De destacar ainda o primeiro pódio do Albon e os primeiros pontos, este ano, do Raikkonen.
Abraço
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