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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Foto 896: O pódio em Suzuka, 1990

 



A foto de um dos pódios mais legais da década de 90 com o veterano de guerra e tricampeão Nelson Piquet reencontrando a vitória ladeado pelos debutantes em pódio: o batalhador Roberto Pupo Moreno, saboreando o momento, e Aguri Suzuki, o herói local, que tornava-se o primeiro japonês a chegar ao pódio de uma corrida na Fórmula 1. "É um resultado excelente para todos que confiaram em mim. Antes de subir a mais pódios vou melhorar o meu inglês", assim comentava um sorridente Aguri Suzuki.

Aquele 21 de outubro de 1990 é eternamente lembrado pelo famoso acidente entre Ayrton Senna e Alain Prost, com o piloto brasileiro resolvendo as desavenças de um ano antes - que explodiu de vez exatamente ali em Suzuka - com uma entrada por trás no Ferrari de Prost, que fizera uma melhor largada. A não mudança na posição do pole e também o fato de não haver punição para o piloto que evitasse a chicane, coisa que foi o estopim da edição de 1989, foram a gota d'água para o famoso "show" que ele chegou falar para Gerhard Berger antes de irem para o grid. 

Mas o momento especial se deu após o GP, quando Nelson Piquet voltou ao lugar mais alto do pódio após três anos sem vitória - e fazendo as suas costumeiras anedotas, quando "se apresentou" a todos na coletiva ao dizer "Boa tarde, o meu nome é Nelson Piquet..." - e recebendo um grande abraço carregado de lágrimas de seu velho amigo da época da Camber Roberto Pupo Moreno, que chegara ao segundo lugar naquele GP logo na sua estréia pela Benetton em substituição ao acidentado Alessandro Nannini. Foi uma grande oportunidade para que ele mostrasse o seu real valor, já visto nas categorias de acesso e em outras situações na Fórmula 1, principalmente após a sofrida passagem pela EuroBrun naquele ano de 1990. "Dedico o meu segundo lugar ao Alessandro Nannini pois apenas estou a dar continuidade ao trabalho que ele realizou este ano e também ao Nelson pelo tanto que ele me ajudou no início da minha carreira. Foi ele quem me mostrou o caminho do automobilismo internacional, e agora posso dizer que já o achei. Tudo se passou tão depressa que nem realizei ainda bem o que se passou. Fiquei surpreendido até comigo próprio.", essa foi a fala de um Roberto Moreno feliz e até ali realizado, que parecia ter encontrado a oportunidade que tanto procurou pelos anos 80.

Um momento de sentimentos extremamente variados e aflorados que completa seus exatos 30 anos.


*As falas foram retiradas do anuário "Fórmula 1 1990/1991 do Francisco Santos"

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