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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Foto 1033 - Christian Heins, 24 Horas de Le Mans 1963

 



Esta é uma das últimas imagens do #48 Alpine M63 Renault R8 Gordini pilotado por Jose Rosinski e Christian Heins durante as 24 Horas de Le Mans de 1963. 

Era uma ocasião especial para um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro daquele momento, quando ele foi convidado para integrar a equipe oficial da Alpine na clássica francesa. Por mais que houvessem rumores de uma possível aposentadoria, Heins aceitou o desafio. "Fui convidado pela fábrica do Alpine na França para pilotar o carro de sua fabricação na corrida de Le Mans, na França. O Alpine é um automóvel idêntico ao que aqui na Willys fabricamos com a denominação de Interlagos. O que irei pilotar desta vez, por convite da fábrica, é um modelo novo que concorrerá na classificação como protótipo."

A Alpine inscreveu três M63, todos na classe P1000 (destinado à carros de até 700 à 1000cc): #48 para Jose Rosinski e Christian Heins; #49 para  René Richard e Piero Frescobaldi; #50 para Bernard Boyer e Guy Verrier.

A corrida em si estava indo para o duo formado entre o famoso jornalista francês Jose Rosinski e Christian Heins, com o piloto brasileiro conseguindo um andamento muito melhor que seu parceiro do Alpine #48, com eles chegando a liderar a classe P1000 por algumas horas.

Já era noite em Le Mans quando o Aston Martin de Bruce Mclaren/ Innes Ireland teve um vazamento de óleo na freada do final da então enorme reta Mulsanne. Por mais que Bruce Mclaren tenha tirado o carro do trecho, o óleo havia ficado no traçado e para os que vieram em seguida foi um enorme caos: Jean Kerguen, com um Aston Martin DB4, rodou e caiu na vala; Sanderson conseguiu melhor sorte ao apenas rodar e continuar com seu Cobra; Roy Salvadori foi arremessado de seu Jaguar - o que foi tremenda sorte, pois o carro explodiu em seguida; Jean Pierre Manzon - filho de Robert Manzon - bateu seu Bonnet no que restava do Jaguar e com isso ele e o carro ficaram no meio da pista, com Manzon fora do carro com graves ferimentos. 

Foi neste momento que apareceu Bino Heins com seu Alpine. Ele liderava a classe P1000 e na tentativa de desviar do carro de Manzon, acabou capotando várias vezes e teve seu carro explodindo em seguida após bater em um poste. Ao contrário da "sorte" de Salvadori e Manzon, Heins ficou preso em seu Alpine que era consumido pelas chamas. 

Os bombeiros e demais socorristas batalharam para conter as chamas, até que ela foi apagada e  o piloto brasileiro foi tirado já inconsciente do Alpine. Foi levado para o hospital, mas infelizmente não tinha mais nada o que pudesse ser feito: com um traumatismo craniano e boa parte do corpo carbonizado, Christian "Bino" Heins foi declarado morto.

Os demais Alpine continuaram na prova, mas não terminaram: o #49 abandonou na hora 8 com problemas de embreagem e o #50 com motor quebrado na 16ª hora.

Hoje completa exatos 60 anos da morte do grande piloto brasileiro

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