Alesi brilha na abertura, o
erro de Senna em Interlagos e o equilíbrio no primeiro quarto do mundial
Senna e Alesi brindaram a abertura do mundial com um duelo limpo e espetacular nas ruas de Phoenix |
A abertura do mundial deu-se nas ruas de
Phoenix, no Arizona, para a disputa do GP dos EUA. Apesar de todo o entusiasmo
em ver o desempenho de Ayrton Senna, sob os olhares rigorosos da FISA, e da
estréia de Alain Prost pela Ferrari, o que se viu na tomada de tempos para a
corrida foi a formação de um grid totalmente inesperado: devido a chuva e a boa
performance dos pneus de qualificação da Pirelli, Pierluigi Martini, Andrea De
Cesaris e Jean Alesi, conseguiram ocupar a segunda, terceira e quarta
colocações no grid. Para completar o pacote de surpresas, Gerhard Berger cravou
a pole na sua estréia pela McLaren, enquanto Ayrton aparecia num tímido quinto
lugar ao lado de Nelson Piquet, que saía em sexto. Roberto Pupo Moreno
conseguiu não apenas passar nas pré-qualificações, como também conseguir uma
ótima 16ª colocação para a EuroBrun, enquanto que seu companheiro Claudio
Langes, ficou nas pré. Mauricio Gugelmin não teve uma boa jornada com a sua
Leyton House, da mesma forma que Capelli: os dois pilotos ficaram na última
fila.
A prova tornou-se um grande clássico dos
anos 90 e da Fórmula-1 pelo fato exclusivo do grande desempenho de Jean Alesi,
que assumira a liderança já na largada e começava a impor um grande ritmo sobre
Gerhard Berger, que aparecia em segundo. Senna, que optara por uma largada mais
conservadora, conseguia chegar ao terceiro posto após superar De Cesaris nas
primeiras voltas. O erro de Berger ao bater sozinho na barreira de pneus na
nona volta, deixou caminho aberto para que Ayrton conseguisse chegar em Alesi
de forma pautada, sem afobação, esperando para que o ritmo alucinante do jovem
francês destruísse os Pirelli. Quando estava na 30ª volta é que começou o
grande duelo da prova, e porque não dizer, do ano: Alesi já conseguia ver o
McLaren de Senna encher o seu retrovisor, mas apenas na 34ª volta é que Ayrton
foi ao ataque e o Jean conseguiu rechaçar a tentativa do brasileiro de forma
arrojada e limpa. Talvez Ayrton tenha estudado bem a manobra do francês e agora
ele faria o mesmo ataque, no mesmo local, mas de uma forma que não deixasse espaço
para que Jean não tivesse tração suficiente e voltasse à ponta da corrida.
Enfim, Ayrton era líder e agora bastava apenas encaminhar-se para uma vitória
que havia sido muito bem valorizada por aquela batalha com Alesi. O jovem
francês, o grande nome do dia, chegava em segundo, com Thierry Boutsen em
terceiro, Piquet em quarto, Stefano Modena num heróico quinto lugar para a
Brabham e Satoru Nakajima, fechando o ótimo fim de semana para a Tyrrell, em
sexto. Alain Prost teve problemas de câmbio na 21ª volta, enquanto que Nigel
Mansell abandonou na volta 49 por estouro no motor. Moreno, que enfrentou
problemas no seu EuroBrun, fechou em 13º, cinco voltas atrás do vencedor e
Gugelmin também sofreu com a estabilidade no seu March, tanto que as dores nas
costas ao final da corrida (ele terminou em 14º) eram terríveis.
Com um circuito totalmente remodelado,
tendo saído dos seus originais 7.960 metros para 4.325 metros, a Fórmula-1
voltava a Interlagos após um intervalo de dez anos. Ayrton Senna, para delírio
da torcida, marcou a pole e Berger fechou a primeira fila para a McLaren. As
outras duas filas seriam de “gêmeos”: Thierry Boutsen e Ricardo Patrese
conquistaram a segunda fila para a Williams, enquanto que Mansell e Prost
fecharam a terceira para a Ferrari. Nelson Piquet, já sentindo o carro antigo
da Benetton não dava combate aos mais evoluídos, marcou o 13º tempo – Nannini
também não passou da 15ª posição, confirmando a baixa performance do antigo
B189. Os outros brasileiros não tiveram grande sorte: enquanto que Moreno ficou
nas pré-qualificações, Gugelmin – e igualmente Capelli – fez o que pôde, mas
acabou ficando de fora da corrida ao marcar o 30º tempo.
Prost vencia pela sexta vez o GP do Brasil |
Com uma largada segura e precisa, Ayrton
parecia estar rumo a sua primeira vitória em solo brasileiro, mas um erro de
tempo entre ele e Nakajima pôs tudo a perder quando o brasileiro tentou pôr uma
volta no piloto da Tyrrell no Bico de Pato. O toque entre eles acabou quebrando
o bico do McLaren, forçando uma ida de Senna aos boxes e automaticamente abrir
mão da vitória. Melhor para Prost, que até então não tinha mais hipóteses de
vitória e com um presente deste caindo em seu colo – vindo de seu maior rival e
dentro da casa deste – era apenas levar o carro tranquilamente até a bandeira –
se bem que dores em um dos pés e um barulho estranho o fez abrandar o ritmo,
mas não o suficiente para Berger alcançá-lo. O austríaco ficou em segundo, com
Senna – que marcou a melhor volta após a sua parada forçada – em terceiro,
Mansell em quarto, Boutsen – que teve até chances de vencer, se não fosse
problema de freios que ocasionaram um incidente nos boxes forçando uma troca do
bico do Williams que o jogaram de segundo para 11º - em quinto e Piquet – que
também fizera ótima prova de recuperação – em sexto.
O GP de San Marino se deu exatamente na
data que a Fórmula-1 completava seus 40 anos de existência. Na classificação as
seis primeiras posições tinham sido quase idênticas ao do GP do Brasil, mas a
única diferença era em relação à Patrese que saía à frente de Boutsen. Nelson
Piquet, já estreando o novo Benetton B190, conseguiu um bom oitavo lugar. Outra
boa jornada ficou por conta de Gugelmin que conseguiria um ótimo 12º lugar após
a desilusão em Interlagos. Moreno também passou das prés e alinhava em 24º.
Ayrton teve uma roda quebrada na terceira
passagem e abandonou, deixando caminho aberto para que Boutsen, que fizera uma
bela largada ao pular de quarto para segundo, assumisse a ponta. Thierry, a
exemplo que acontecera em Interlagos, conseguia um bom ritmo e se mantinha à
frente de Berger com tranquilidade, mas o azar lhe tirou a chance de algo
melhor: o motor Renault estourou na 18ª volta e Berger
Berger jogou duro com Mansell, mas o "Il Leone" foi sensacional para segurar o Ferrari |
Três corridas, três vencedores diferentes e com três equipes diferentes! Era um mundial muito interessante e de certa forma imprevisível até aquele momento, já que a maioria das apostas era para um domínio revezado entre McLaren e Ferrari, mas poucos apostavam numa (rápida) intromissão da Williams naquele momento e ainda salvo alguns malabarismos de Alesi no meio dos favoritos. E Mônaco, com seu traçado histórico, difícil e cheios de armadilhas, dava vida ao quarto GP daquele ano. Jean Alesi confirmava a sua grande fase ao batalhar contra Senna e Prost a pole-position nos dois treinos, mas esta ficaria para o piloto brasileiro que teve ao seu lado na primeira fila Alain. Alesi partiu de um ótimo terceiro lugar, com Patrese em quarto, Berger em quinto e Boutsen em sexto e Piquet marcou o décimo tempo. Gugelmin não conseguiu qualificar-se para a prova, em contraste ao seu companheiro Capelli, que conseguiu o 23º tempo. Moreno não conseguiu passar da pré-qualificação.
A corrida acabou por ter duas largadas após
o enrosco entre Prost e Alesi, onde o tri-campeão levou a pior ao rodar na
Mirabeau e ser acertado pela McLaren de Berger. Com o local totalmente
bloqueado, a direção de prova teve que dar bandeira vermelha e reiniciar todo o
procedimento de largada. Dessa forma, Prost e Berger puderam pegar seus carros
reservas e irem para a segunda largada.
Ayrton conseguiu mais manter a liderança,
como fizera na primeira partida e abriu grande vantagem. O único contratempo
que teve neste GP foi por conta do motor, que apresentou problemas no fim da
corrida. Alain
Berger fechou em terceiro, enquanto que
Boutsen, que chegou a tocar-se com Mansell e Piquet, terminou em quarto. A
quinta e sexta colocações ficaram para os “sobreviventes” de um GP que teve
apenas seis carros chegando ao final: Alex Caffi garantiu dois pontos da Arrows
(que seriam os dois únicos da equipe no ano todo) e Eric Bernard garantiu o primeiro
ponto para a Larousse após travar um duelo com Gregor Foitek pelo sexto lugar.
Um toque entre eles na chicane, na 73ª volta, selava disputa a favor de Bernard
e Foitek abandonara em seguida. Nelson Piquet acabou sendo desclassificado
quando teve seu carro empurrado pelos comissários na Lowes, após o toque com
Boutsen. Menção honrosa a Mansell que, após o entrevero com Boutsen, caiu para
16º e recuperou-se de forma espetacular até chegar ao quinto lugar, mas
problemas elétricos o limariam da disputa na 63ª volta.
O primeiro quarto do mundial chegava ao fim
e Ayrton liderava o mundial de pilotos com 22 pontos; Berger o segundo com 16;
Alesi o terceiro com 13; Prost em quarto com 12; Patrese e Bousten empatados em
quinto com 9. A Fórmula-1 seguiria mais uma vez para a América do Norte para os
GPs do Canadá e México, para depois retornar à Europa para as clássicas
corridas na França e Grã-Bretanha onde a McLaren começaria a ter suas dores de
cabeça e Alain Prost, com sua Ferrari, enfim, chegariam ao topo naquela
temporada de 1990.
A reação de Prost e os
problemas de Senna
A quinta etapa, o GP do Canadá, viu mais
uma vez, a exemplo que acontecera em 1989, a chuva dar as cartas numa pista
conhecida por ter corridas caóticas, não importando que esteja sendo disputado
no seco ou no molhado.
Ayrton Senna, mais uma vez, marcou a pole
seguido de bem perto por Berger – cerca de 0’’066 centésimos – na segunda
colocação. Alain Prost aparecia em terceiro, com Nannini em quarto e Piquet em
quinto – mostrando bem o passo que novo Benetton B190 apresentava – e Boutsen
ocupava o sexto posto. Apesar de ter conseguido passar da pré-qualificação,
Moreno esteve perto de conseguir uma colocação no grid ao ficar 59 centésimos
de Alex Caffi, que fez a última marca. Gugelmin também esteve próximo disso,
ficando logo atrás de Moreno.
A corrida foi uma sucessão de erros por
parte dos pilotos, exatamente por conta da mudança nas condições do asfalto que
passava de molhado para seco no transcorrer do GP. Pilotos como Boutsen, Nannini,
Alesi – este último a protagonizar o grande susto da corrida, ao escapar e
bater no Benetton de Nannini que estava a ser recolhido pelos fiscais –
acabaram abandonando devido a erros de cálculos em tentativas de ultrapassagens
sobre retardatários.
Ayrton acabou por vencer a prova que talvez
não fosse para ele: primeiramente pelo problema no câmbio que o fez andar toda
corrida sem a primeira marcha; Berger, que poderia ter lhe dado combate, acabou
queimando a largada e foi punido. Mesmo caindo para o fundo do pelotão,
recuperou-se formidavelmente
até a quarta colocação mostrando que se não
errasse na largada poderia ter discutido a vitória com o seu companheiro de
McLaren; Alain Prost era outro que poderia ter incomodado Senna, pois os
problemas nos freios foram se agravando até que ele caísse de segundo para
quinto nas voltas finais; Nelson Piquet era outro que teria tido sérias
hipóteses de sair de Montreal com uma vitória, caso não tivesse perdido tempo
atrás de Alain por 29 voltas ao esperar um melhor momento para tentar a
ultrapassagem, que aconteceu na 49ª passagem. Todos esses fatores juntos
ajudaram bastante Senna, que teve problemas com a estabilidade de seu McLaren e
juntando isso ao fato de ter feito quase todo certame sem a primeira marcha, foi
de grande sorte ter terminado o GP. Os dois pilotos brasileiros foram ao pódio,
formando a penúltima dobradinha brasileira na categoria. Mansell terminou em
terceiro, Berger o quarto, Prost o quinto e Warwick, garantindo os primeiros
pontos da Lotus no campeonato, em sexto.
(Foto: World Where You Live/ Flickr) |
O belo circuito dos Hermanos Rodriguez viu
o inicio da reação de Prost e Ferrari no campeonato, que estava fadado a ser um
passeio de Senna e McLaren. A equipe de Ron Dennis teve mais uma pole para a
sua galeria, mas desta vez não era de Senna, mas sim de Berger que cravava a
sua segunda na temporada. Patrese fez o segundo tempo, Senna – que optara,
segundo ele, em regulagens para a prova, aparecia em terceiro, com Mansell em
quarto, Boutsen em quinto e Alesi em sexto. Uma má jornada de Prost com os
pneus macios o jogara para 13º colocação. Piquet marcou o oitavo tempo,
enquanto que Gugelmin e Roberto Moreno ficaram de fora. No caso do piloto da
EuroBrun até que ele conseguiu uma marca que o
deixaria entre os classificados,
mas ao ter o seu carro empurrado durante a classificação ele foi
desclassificado pelos comissários – a regra de que nenhum carro poderia ser
empurrado de voltas à pista caso tivesse problemas, também valia para os
treinos. Moreno havia feito o tempo de 1’21’’142, o que lhe daria a 25ª
posição.
Apesar de uma boa largada que lhe deu a
liderança desde a primeira volta, Senna não chegou ao fim da corrida após
liderá-la por quase toda totalidade: um erro de cálculos e, porque não dizer,
de toda a equipe McLaren, incluindo o próprio Ayrton – deixou que ele ficasse
na pista arriscando terminar a prova sem ter que parar nos boxes. O piloto
brasileiro avisou algumas vezes os problemas de instabilidade que começaram
aparecer na volta 25, e a insistência da equipe em dizer que estava tudo sob
controle acabou custando a vitória. Berger, que recebera ordens de Ron Dennis
para que andasse com a pressão dos pneus alta, teve sérios desgastes e já na
13ª volta teve que ir aos boxes. Acabaria em terceiro.
Alain Prost, sem dúvida alguma, foi o nome
da prova ao ter largado em 13º - e ainda perdeu duas posições na largada – e
subir na classificação a ponto de estar em sexto já na 15ª passagem. A escolha
por menos asa, para aproveitar bem a longa reta do circuito mexicano, deu a
Prost a essa chance de recuperar-se rapidamente tanto que ele estava em
terceiro – logo atrás de Nigel – quando Senna teve que abrandar o ritmo por
conta dos pneus. Com as duas Ferraris passando pelo piloto brasileiro, Prost
apenas esperou o momento certo para passar Mansell e assumir a ponta. Senna
abandonaria na 64ª volta.
As voltas finais foram brindadas com a
disputa entre Mansell – que rodara e caíra para terceiro – e Berger
pela
segunda colocação. Nigel atacou Gerhard na entrada da Peraltada e essa manobra
foi rechaçada pelo austríaco, mas na volta seguinte, no mesmo ponto, Mansell
pareceu tirar Berger para bailar ao ziguezaguear atrás do McLaren e fazer uma
arriscada – e espetacular – ultrapassagem por fora na curva mais veloz e temida
do circuito. Uma manobra que automaticamente entrou para a galeria das melhores
da história da F1.
Mais um encontro de Berger e Mansell na pista... e outro show de Nigel, agora na Peraltada |
Prost chegava a sua segunda vitória no
mundial, seguido por Mansell, Berger, Nannini, Boutsen e Piquet.
O cenário visto em Paul Ricard, para a
disputa do GP da França, acabou por ser inesperado assim como foi visto em
Phoenix, na abertura do campeonato. A participação ativa das Leyton House,especialmente de Ivan Capelli, que deu um resultado além do surpreendente vistoque os carros azuis – até o GP do México – penavam para tentar um mísero lugar no grid.
Mansell conseguiu quebrar a sequencia de
poles consecutivas dos pilotos da McLaren, mas mesmo assim ainda teve Berger ao
seu lado na primeira fila. Senna e Prost estavam na segunda fila, enquanto que
Nannini e Patrese compunham a terceira fila. Nelson Piquet e Mauricio Gugelmin
estavam na quinta fila – além do bom trabalho de Gugelmin com o décimo tempo,
Capelli conseguia o oitavo tempo para a Leyton House. Moreno não passou da
pré-qualificação.
As mudanças feitas por Adrian Newey no March
antes de sua saída para a Williams, deu uma sobrevida e salto de qualidade ao
chassi CG-901 que foi muito bem visto em Paul Ricard. Apesar de não ter
mostrado grande velocidade até a metade da prova, os dois carros foram subindo
na classificação conforme os líderes
iam para suas paradas de box e mostrando
que aquelas modificações também cuidavam bem do desgaste dos pneus. Foram
catorze voltas (40-54) onde os Leyton House marcavam uma inesperada dobradinha,
até que o sonho começou a desfazer a partir de Gugelmin na 54ª passagem quando
este teve problemas de motor e caiu de rendimento até abandonar de vez na volta
58. Capelli ainda estava na liderança quando a pressão da bomba de gasolina
começou a afetar o seu rendimento. Prost aproximou-se e conseguiu a
ultrapassagem a três voltas do fim. Ivan ainda conseguiu salvar a segunda
colocação, com três segundos de avanço sobre Senna.
Apesar da vitória de Prost, o nome do dia em Paul Ricard foi de Ivan Capelli |
Prost chegava a sua terceira vitória, a
segunda consecutiva e a centésima para a Ferrari na F1. Capelli terminou em
segundo, seguido por Senna, Piquet, Berger e Patrese.
Chegando ao meio do campeonato, com a
realização do GP da Grã-Bretanha, a F1 viu uma Ferrari muito mais bem
equilibrada que a McLaren e aliando isso ao novo motor que tinha sido utilizado
em Paul Ricard, a Rossa já era um carro a temer naquela altura do campeonato.
Mansell levou a segunda pole consecutiva,
para delírio dos torcedores locais. Senna aparecia em segundo, mais de seis
décimos e desvantagem mostrando o tamanho da força que a equipe italiana tinha
naquele momento. Berger era o terceiro, Boutsen o quarto, Prost o quinto e
Alesi o sexto. Piquet era o 11º e Gugelmin o 13º. Com problemas de embreagem e
elétrico, Moreno ficou na pré.
Nigel estava numa tarde inspirada e por
mais que não tenha conseguido fazer uma boa largada, ele ficou atrás do McLaren
de Senna esperando a melhor oportunidade para passar o brasileiro e assumir a
liderança. Quando a conseguiu na 12ª volta, aproveitando-se bem dos problemas
de Senna, comandou a prova com a bravura de sempre até que os problemas de
câmbio – que começaram na 22ª volta, quando Berger o ultrapassou, mas que
retomaria cinco voltas depois – que foram aumentando com o passar da corrida,
tiraram dele a possibilidade de vencer faltando onze voltas para o fim. Ao final
daquele GP, Mansell aproveitou para anunciar a sua aposentadoria ao final
daquele ano, mas no decorrer do restante da temporada acabou cedendo as
investidas de Frank Williams que o levaria para seu team a partir de 1991.
De mencionar a grande prova de Capelli e
Piquet: enquanto que o italiano fizera uma prova irretocável, até mesmo com
chances de vencer quando tinha 15 segundos de desvantagem para a dupla
ferrarista faltando 20 voltas para o término, num momento em que era o carro
mais veloz da pista – para se ter uma idéia do desempenho de Ivan, ele fez por
sete vezes a melhor volta do GP sendo seis consecutivas – quanto teve problemas
mecânicos que forçaram o seu abandono. Piquete teve o motor apagado na volta de
aquecimento, fazendo-o largar em último e protagonizar uma corrida de
recuperação espetacular que o deixou até com chances de conseguir um pódio. A
rodada na Bridges fez com que perdesse a quarta colocação para Eric Bernard,
mas mesmo assim, conquistando o quinto lugar, Nelson havia sido o grande nome
do GP ao lado de Capelli e Mansell.
Prost herdou uma vitória que não parecia
ser sua, a quarta no campeonato e a terceira seguida. Boutsen ficou em segundo,
Senna – com um carro quase inguiável – em terceiro. Eric Bernard conseguiu um
ótimo quarto lugar para a Larrousse, Piquet foi o quinto e Suzuki em sexto,
garantindo mais um ponto para a Larrousse. Foi a última vez que Silverstone
recebia a F1 com seu layout quase original.
O mundial terminava a sua segunda parte e a
ascensão da Ferrari, convertida em três vitórias de Alain Prost, dava a certeza
que a segunda parte do campeonato seria ainda melhor. A McLaren teria que
trabalhar duro para reverter àquela situação que parecia pender para Ayrton até
a o GP do Canadá.
Prost terminou aquela primeira parte na
liderança com 41 pontos; Senna era o segundo com 39; Berger o terceiro com 25;
Piquet o quarto com 18 e Boutsen o quinto com 17.
Apesar da grande corrida que fizera Nigel Mansell, a conquista caiu no colo de Alain Prost que assumia a liderança daquele mundial |
Bom dia Paulão ! Desta vez você matou a pau ! Belo trabalho !!! Abraços , Anjo
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