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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Foto 427: Síndrome do brinquedo novo

Quando Sebastian Vettel foi recrutado pela Red Bull para ingressar na sua equipe principal para a temporada de 2009, ele se deparou com a presença de Mark Webber naquele team que já durava desde o ano de 2007. Mesmo com a sua impressionante temporada a bordo de um Toro Rosso, carro qual ele conseguiu levar a uma vitória inesperada no GP da Itália e conduzir a equipe a terminar à frente da filial, a suas credenciais podiam ser postas em cheque naquele futuro confronto contra o já veterano Webber. Se ele contava com o seu talento natural para conduzir brilhantemente os carros de corrida, ele teria que confrontar-se com a velocidade e bravura do piloto australiano.
Como costumo dizer, Vettel foi a peça que faltava na engrenagem para fazer a máquina de conquistas da Red Bull girar vertiginosamente, mas para isso, além dele aparar as arestas em relação aos seus erros que viriam (e vieram com o tempo), ele também teve que lidar com os inúmeros problemas que o privaram de conquistar o título em 2009 e também com a pressão exercida por Webber. E as coisas se repetiriam de forma mais intensa em 2010, quando Sebastian teve inúmeros erros e contratempos e somados com uma boa forma de Mark, quase colocaram o jovem alemão em parafuso. Mas nada como uma atuação inteligente na corrida da Itália e uma arrancada fenomenal na parte final do campeonato que lhe garantiu o primeiro título, para que a Red Bull se encantasse por ele. Não que a equipe não acreditasse em Sebastian, muito pelo contrário, tinham muita confiança de que uma hora ele acertaria o passo e seria o piloto que eles esperavam. De imediato ele passou a ser o piloto por excelência da equipe rubro taurina. O molde de como teria de ser os novos garotos que quisessem ingressar em uma de sua equipes: sorridente, gente boa, alegre, rápido, inteligente, fora de série... e por aí vai. Nessa toada ficou fácil para perceber que Mark Webber, queira ou não ajudou a equipe na época em que era apenas um time médio, tinha perdido totalmente o espaço – ou o resto que ainda tinha – para Sebastian. E o que vimos a partir de 2011 foi uma lavada histórica de Vettel sobre Webber, com mais três títulos embolsados pelo alemão e Mark penando para tentar alcançar no mínimo um pódio nas corridas que Sebastian arrasava a concorrência sem piedade. Pobre Mark... tanto que ele se encheu dessa vida e foi para o Mundial de Endurance onde é muito mais feliz.
A chegada de Daniel Ricciardo, oriundo da Toro Rosso assim como Sebastian, levou a maioria acreditar que este seria uma versão mais jovial de Mark, sendo uma presa fácil. A verdade é que quando você é alçado para um lugar de destaque como ele foi, ainda mais ao lado de um cara que ganhou “apenas” os últimos quatro mundiais, você acaba criando um ânimo absurdo em querer igualá-lo ou até mesmo derrotá-lo – confesso que esperava muito mais da primeira opção –, mas o que se viu foi totalmente o contrário de quase de 100% dos prognósticos: Ricciardo não apenas igualou Vettel logo de cara, como dominou o tetra-campeão de um modo impressionante ao ponto de fazer Sebastian ouvir em duas ocasiões a já difamada frase “Is Faster Than You”. O RB10 não foi o grande primor das últimas temporadas, principalmente pela fraqueza do motor Renault e também pelas novas configurações aerodinâmicas, que deixaram os carros com menos downforce. E isso para Sebastian, que nitidamente se divertia com as suas “garotas” antecedentes, colocando-as onde queria por causa da enorme carga aerodinâmica que elas geravam, foi um duro golpe e enquanto ele procurava achar o ponto de equilíbrio que o levasse de volta a sua velha forma – tanto que ele trocou de chassis duas vezes na temporada – Ricciardo ia brilhando cada vez mais a ponto de vencer três corridas e protagonizar uma série de ultrapassagens que arrancavam aplausos. Do mesmo modo que Vettel contra Webber, agora era a vez de Ricciardo fazer o mesmo com Sebastian: aniquilando-o e conquistando a equipe de forma arrebatadora, a ponto de ouvir de Vettel em algumas ocasiões de que “a equipe o havia abandonado”.
Comparo estas situações na Red Bull como a de uma criança que, ao ganhar um brinquedo novo, mais moderno e interessante, abandona de cara aquele que ela já estava enjoada de brincar. Sebastian foi esperto o bastante para ver que era hora de partir de lá e talvez, para não criar uma animosidade num local onde ele conseguiu construir uma história tão fantástica, foi o mais correto mudar de ares e encarar um novo desafio.

A verdade é que enquanto a Red Bull estiver na F1, a tendência é que isso aconteça com certa freqüência. Não estranhem se caso Daniil Kvyat conseguir suplantar Ricciardo já em 2015 e for alçado como novo superstar da casa. Será apenas o curso natural de como as coisas acontecem por ali.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A saída de Mark Webber e o lugar mais cobiçado do grid para 2014

"Tchau, Webber!": O piloto australiano deixará a F1 ao final deste campeonato e defenderá a Porsche no WEC
(Foto: The Guardian)
Como todos sabem Mark Webber não ficará mais na Fórmula-1 para o ano de 2014. Ele dará continuidade a sua carreira no Mundial de Endurance (WEC) deixará a categoria máxima após doze anos por lá, tendo passado por Minardi, Jaguar, Williams e atualmente pela Red Bull, para quem ele pilota desde 2007. Fará falta? Pelo menos para mim não, uma vez que não aprecio sua pilotagem, mas reconheço que foi  um ótimo piloto até o ano de 2010 quando teve chances de conquistar algo de mais concreto - leia-se título mundial - e não o fez por ter se arrebentado durante um trilha - ou seja lá o que for - com um mountain bike.
Por outro lado, acho louvável sua atitude de seguir o caminho que tantos outros ex-pilotos da F1, que deram certo, ou não, na categoria, de ir correr no Campeonato Mundial de Endurance (antigo Mundial de Marcas, Sport Prototipos). Mark Webber esteve por lá no final dos anos 90 - precisamente 98 e 99  -onde defendeu as cores da Mercedes pilotando os belos Mercedes CLK GTR1, que o fez dar umas cambalhotas em Le Mans no ano de 1999. A sua ida para lá reforça o a equipe da Porsche, com quem vinha mantendo negociações, que eram constantemente rebatidas pelo próprio Mark em várias coletivas. Até mesmo um rumor de uma possível renovação com a Red Bull tinha sido ventilada na imprensa, mas hoje pela manhã o boato mais forte deu razão a toda a fumaça erguida há meses sobre essa possível junção de Mark com a Porsche a partir de 2014. Sinceramente foi um bela escolha pela parte dele, uma vez que o ambiente do Endurance é muito - mas muito - tranquilo do que a panela de pressão que é a F1. Os seus dias de parceiro de Sebastian Vettel já estavam contados depois do entrevero do GP malaio e desde lá, Webber vem apresentando um desempenho bem pobre e, se brincar, bem pior do que a do ano passado. Ele vai se juntar a Timo Bernhard, Romain Dumas e Neel Jani, que foi confirmado pela Porsche na segunda-feira pós 24 Horas de Le Mans. É um ótimo quarteto para os "Mestres de Le Mans".
Sobre o seu possível substituto na Red Bull, as apostas repousam sobre Kimi Raikkonen, que tem um bom relacionamento com Vettel, mas como diz o ditado "amigos amigos, negócios à parte". Acho difícil uma convivência tranquila entre os dois. Pode até ser que o início seja um mar de rosas por aquelas bandas, mas a natureza difícil de Sebastian, que já foi mostrada este ano, pode muito bem azedar tudo por lá. Afinal de contas, Raikkonen não entrará para brincar: apesar do seu tipo desligadão, voltou em grande forma e só não está numa disputa mais acirrada pelo título, porque a Lotus tem caído das pernas financeiramente falando o que dificulta o desenvolvimento do carro durante a temporada (vide 2011 e 2012 onde o carro caiu de rendimento no meio da temporada, voltando a se dar bem no final). Mas o que pesa uma possível saída de Raikkonen é o futuro incerto da Lotus, uma vez que o seu principal trunfo, James Allison, responsável pelos ótimos carros da equipe nestas últimas temporadas, saiu de lá no início do mês de maio e a parte financeira poderá influenciar bastante. Não é a toa que a equipe tem sondado Pastor Maldonado (leia-se a grana da PDVSA) para ocupar um dos cockpits do carro negro em 2014.
Mas ainda tem os novatos da Toro Rosso, que estão sedentos por um lugar ao sol na melhor equipe da atual F1. Pegar aquele cockpit, agora vago, é novo "turbo" para o ânimo de Ricciardo e Vergne que tem lutado constantemente em superar um ao outro, mas sem empolgar a cúpula da Red Bull. E ainda tem outros dois caras que no passado, tiveram seus nomes ligados a assumir o lugar de Webber, caso este viesse a sair: Sebastién Buemi - que é piloto de testes do time e defendeu a Toyota em Le Mans - e o de Nico Hulkenberg que, se não me falhe a memória, tem um ano de contrato com a Sauber e que teve seu nome indicado para ir para equipe rubro-taurina em 2013.
A verdade é que o grande atrativo da futura "Silly Season" é em saber quem será o premiado a ocupar o lugar deixado por Webber. No mínimo será divertido.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Análise dos dez primeiros - Grande Prêmio da Austrália - 1ª Etapa

1. Jenson Button – Apesar de não ter marcado a pole, fez uma bela largada e controlou bem ao seu modo. Não teve nenhum tipo de incômodo na liderança e sempre tinha a resposta pronta quando Hamilton ameaçava uma reação, cravando tempos melhores. Nem a perda da sua vantagem de dez segundos quando o Safety Car apareceu lhe tirou a tranquilidade.

2. Sebastian Vettel – Após um treino nada satisfatório, esperava-se maior dificuldade para o Bi-campeão. Mas a boa largada que ele fez, pulando de sexto para quarto, lhe facilitou a vida. Mesmo após um erro durante sua perseguição a Schumacher, recuperou-se e herdou a posição quando este abandonou. Apesar de estar andando no mesmo ritmo de Lewis, dificilmente ultrapassá-lo-ia na pista. Mas contou com a sorte da entrada do SC e da competência do time que o devolveu em segundo após a parada de box.

3. Lewis Hamilton – A pole de sábado foi fenomenal e indicava que ele poderia ter um domínio absoluto na corrida. Mas não foi o que aconteceu após patinar na largada e virar a curva em segundo, atrás de Button. Estranhamente não acompanhou o ritmo de seu companheiro e teve a companhia de Vettel até antes do SC. Perdeu o segundo posto e não me pareceu animado em brigar com o alemão para recuperá-lo. Aparentemente parece ter adotado um estilo mais conservador, mas esteve apático ao não tentar lutar pela vitória.

4. Mark Webber – Largou mal e teve que batalhar por posições contra Rosberg e Alonso. Em certo momento da prova era o mais rápido da pista, mas ficou nisso. No final da corrida ameaçou a terceira posição de Hamilton.

5. Fernando Alonso – O erro na classificação lhe custou uma boa posição no grid, forçando-o largar da 12ª posição. Largou bem e já estava em oitavo no término da primeira volta. Não baixou os braços em nenhum momento da prova e sempre esteve na briga contra Rosberg e Webber por posições. Nas últimas voltas teve que segurar a pressão de Maldonado. Tirou o que não podia do carro, mais uma vez.

6. Kamui Kobayashi – Esperava-se dele mais na classificação, mas compensou durante a prova ao disputar posições contra Ricciardo, Massa, Perez e principalmente Raikkonen, com que teve boas disputas. Em velocidade de reta perdeu apenas para Hamilton. Esteve num grande final semana em Melbourne.

7. Kimi Räikkönen – Foi um bom desempenho neste seu retorno, mas a classificação foi o seu ponto fraco ao largar apenas na 17ª colocação enquanto seu companheiro de Lotus, Romain Grosjean, se classificou em terceiro. O enrosco de alguns carros na primeira curva lhe facilitou a vida e ele pode disputar posições na casa dos pontos desde o início.

8. Sergio Perez – Largaria em 14º, mas a troca de câmbio obrigou-o a sair em último. Isso não foi empecilho algum para o jovem mexicano fizesse uma bela corrida de recuperação, ficando momentaneamente entre os três primeiros. Fez apenas uma troca de pneus e acabou em oitavo.

9. Daniel Ricciardo – Pilotando um carro mais competitivo, o piloto da casa obteve seus dois primeiros na F1. Saiu em décimo, enfrentou problemas na primeira volta após os incidentes, recuperou-se e terminou em nono.

10. Paul Di Resta – Foi dominado de forma ampla por Hulkenberg nesta primeira corrida. Dos treinos livres ao classificatório, ele não ficou na frente do alemão em nenhum momento. Tanto que ele ficou no Q2 com a 15ª posição, enquanto Hulk posicionava-se em nono para a corrida. Sem ele na corrida, que abandonara logo no início, passou a ser a referência da Force India na pista e conseguiu a décima posição graças aos problemas enfrentados por Rosberg na última volta. Não terá vida fácil neste ano.

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...