Especial Ayrton Senna 1990: O Troco



Este especial foi escrito na altura que completava exatos 25 anos da conquista. Aqui eu reproduzo a matéria, que foi dividida em três partes na ocasião, num capítulo único. 
Caso seja cansativa a leitura, aqui fica o link que contém as três postagens originais linkada diretamente na tag "Senna 90". Espero que gostem.

Boa leitura!







Ayrton Senna 1990 - O Troco


Os dois primeiros anos da associação entre McLaren e Honda tinham sido os dois mais rentáveis da história da categoria. As marcas alcançadas nesta junção foram brutais: em 32 provas disputadas entre 1988 e 1989, foram 28 poles, 18 melhores voltas e 25 vitórias e quatro campeonatos (dois de pilotos e dois de construtores), sem ter nenhum tipo de ameaça externa. Foi um momento em que os melhores estavam a serviço da equipe de Woking e ajudaram a erguer um dos domínios mais poderosos e impiedosos do esporte a motor em todos os tempos. Pessoas como Gordon Murray, Neil Oatley, Steve Nichols (parte técnica), Osamu Goto (Diretor de Projetos da Honda), Jo Ramirez (Diretor Desportivo) e o comando de mão firme de Ron Dennis, foram vitais para tal sucesso e ainda mais contando com dois pilotos do calibre de Alain Prost e Ayrton Senna, o sucesso seria inevitável. Temos que considerar, também, que essas marcas foram alcançadas num momento que a categoria vivia da transição entre os turbos e aspirados e, enquanto boa parte do grid já apostava nos motores atmosféricos em 1988, procurando adaptar-se para a próxima temporada, a McLaren, junto de Lotus, Ferrari e Arrows, continuaram nos turbos. Mas a apenas a equipe de Ron Dennis é que conseguiu tal sucesso e de forma avassaladora. Por mais que boa parte do grid estivesse adaptada aos motores atmosféricos, apenas os “ex-turbos” Lotus e Arrows e que penaram na temporada de 1989. A McLaren repetiu o domínio de 88, mas já estava com a Ferrari e Benetton nos calcanhares.
Por outro lado, tendo dois pilotos número 1 em suas fileiras, seria um desafio ainda maior conter a animosidade que crescia a passos largos entre Prost e Senna naquela equipe. Se as coisas pareceram mais amistosas até certo ponto de 1988, depois começou a azedar exatamente pelo excesso de arrojo de Ayrton que tinha e em mente apenas derrotar e domar Alain, como bem disse John Watson certa vez. A espremida de Senna em Prost no GP de Portugal de 1988 foi o embrião para que batalha entre as duas partes se tornasse ainda mais visceral no ano seguinte. O famoso de pacto de não atacar nas primeiras curvas que foi desrespeitado por Ayrton na segunda largada do GP de San Marino, eclodiu uma das maiores rivalidades da história da F1. E para Prost foi uma boa toda aquela desestabilização: pôde trazer para ele algumas pessoas e guardar para si informações que até antes eram divididas com o piloto brasileiro. Os azares e erros de Senna contribuíram bastante para que o campeonato chegasse a Suzuka ainda totalmente aberto, se bem que este pendia mais para o lado de Prost. Com a corrida de gato de rato que ambos protagonizaram naquela tarde nublada na pista japonesa, teve o desfecho com a batida de Prost sobre Senna que daria o título ao francês em caso de abandono do brasileiro. Por mais que o esforço do tenha sido válido, tornou-se inútil quando Ayrton voltou à pista pela chicane e após uma passagem nos boxes para a troca da asa dianteira que se soltara, ele alcançou Nannini para ganhar o GP e adiar para Adelaide a decisão. Talvez um plano B estivesse já arquitetado, pois assim que Senna desceu de seu McLaren foi convocado a ir falar com os comissários e foi onde soube de sua desclassificação da prova devido ter voltado pela área de escape. Com toda a confusão instalada após esta desclassificação de Senna e com Ron Dennis entrando com processo contra esta decisão dos comissários, acabou que nada pôde ser feito a favor do brasileiro: com o julgamento acontecendo entre o GP japonês e o australiano, ficou decretada a pena de Ayrton que constituía em 100.000 dólares de multa e um período de seis meses a correr sob a visão da FISA, onde se ele cometesse qualquer infração, tomaria uma pena de seis meses de suspensão a partir da data do acontecido. Começou a valer essa condição do GP da Austrália daquele ano até os GPs dos EUA e Brasil da temporada seguinte. A verdade é que o mundial de 1990 já havia começado com todo esse imbróglio entre Senna, Prost, Balestre e FISA.
Aquela temporada de 1990 mostrou algumas movimentações de pilotos para outras equipes: Nelson Piquet, que saía de duas temporadas bem improdutivas na Lotus, aportava na Benetton; Satoru Nakajima seguiu seu antigo companheiro de Lotus e partiu para a Tyrrell, para ser companheiro do novato Jean Alesi; a Lotus aproveitou para renovar seu quadro de pilotos, ao contratar Derek Warwick e o novato Martin Donnelly. A maior das mudanças era à saída de Prost da McLaren para a Ferrari, após seis temporadas de serviços muito bem prestados a equipe de Ron Dennis; automaticamente, Gerhard Berger passou a ser companheiro de Senna na McLaren naquele ano. Martin Brundle, que correra pela Brabham em 1989, voltou ao mundo dos Protótipos para defender a Jaguar e com isso abriu a vaga na equipe, que foi ocupada por Gregor Foitek que rapidamente foi substituído por David Brabham; a Arrows também mudou a sua dupla de pilotos, passando a contar com os serviços da dupla italiana Michele Alboreto e Alex Caffi.
As equipes pouco apresentaram inovações para aquele ano de 1990, optando claramente na evolução e adaptações em carros lançados ainda em 1989. Isso ficava claro que o ano de 90 era mais para transição, visando novos motores e carros, do que arriscar algo totalmente novo. A Ferrari, agora contando com Alain Prost e Nigel Mansell, aparecia com força no cenário e já era apontada como favorita a desafiar e
Ferrari F641/2
vencer a McLaren. Além da ida de Prost, outro membro da McLaren, Steve Nichols, responsável direto pela idealização do MP4/5, também aportou na equipe italiana. Isso deu a Ferrari uma subida considerável
de desempenho, que havia sido bem vista em 1989. Nichols pouco modificou o bom trabalho feito por John Barnard, apenas alterações no tanque de gasolina – que passou dos 205 para 220 litros – e outras leves mudanças que deixaram o F641/2 mais estável. Porém, modificações para classificações foram um terror para os dois pilotos, pois gerir os ultra sensíveis pneus de qualificação da Goodyear não estava a ser fácil, chegando ao desgaste muito antes do que era previsto. A utilização de três versões do motor V12 Ferrari – 036, 037e 037B – deram a eles a chance de desafiar o poderio dos V10 da Honda. 
A Tyrrell teve em suas fileiras Satoru Nakajima e a grande estrela em ascensão Jean Alesi, que dispuseram
Tyrrell 019

de um Tyrrell 019 novinho em folha – e de fácil regulagem, segundo Harvey Postlethwaite na época – em contraste a outras equipes, que preferiram trabalhar apenas em evoluções. Mesmo tendo iniciado a temporada com o velho 018, a equipe de Ken Tyrrell mostrou boas performances principalmente pelas mãos de Alesi que desafiou pilotos como Senna e Prost em algumas ocasiões, mesmo tendo em mãos o 018 e 019, posteriormente. Outros dois fatores que chamaram a atenção para esta equipe foi a utilização dos pneus da Pirelli – principalmente os de classificação, que eram bem melhores que os Goodyear até certa parte do mundial – e do rejuvenescimento do motor Ford DFR por Brian Hart, que conseguiu dar uma sobrevida a um propulsor derivado do lendário Ford DFV atingindo a marca de 625cv. Não é a toa que a Tyrrell foi a melhor equipe entre os utilizadores Ford naquela temporada. 
Dando continuidade ao FW13B que estreara em Estoril na temporada passada, a Williams continuava a ter Thierry Boutsen e Ricardo Patrese no trabalho. Esse adianto na estréia do FW13B ainda em 1989, gerou
Williams FW13B

um bom trabalho para Patrick Head e sua equipe de engenheiros no que se diz respeito a montagem do novo Renault V10 RS2 de 1990: alterações nos pontos de montagem e refrigeração do motor e mais as modificações na caixa de câmbio, foram os pontos a serem mudados. O cockpit também sofreu modificações, principalmente para a melhoria no acesso. O único problema grave da Williams, que foi sendo revisado durante a temporada, principalmente após chegada de Adrian Newey no meio da temporada, foi o alto desgaste de pneus. A Renault contribuiu bastante para a subida de performance da equipe inglesa naquela temporada, ao trabalhar incansavelmente no seu motor, entregando a Williams três evoluções durante aquele ano. Para falar a verdade, aquele ano significava já um olhar mais adiante para a equipe, que se preparava constantemente para a temporada de 1991. 
No segundo ano após o seu retorno à F1, a Brabham se viu com sérios problemas para construir seu carro
Brabham BT59

e colocá-lo na pista para a abertura do mundial. Com o problema resolvido às portas do mundial, o BT59 teve que usar peças do BT58, como a suspensão, traseira e câmbio até conseguir concluir a construção deste durante o ano. A Brabham utilizou o Judd V8 e conseguiu dois pontos conquistados por Stefano Modena na abertura do campeonato. Além do italiano, tomaram partido no carro Gregor Foitek e David Brabham. 
A Arrows, agora com mais da metade absorvida pela empresa japonesa Footwork, trabalhou apenas na evolução do A11 de 1989, levando agora para 1990 a nomenclatura A11B e o motor Ford DFR. Contando com Michele Alboreto e Alex Caffi (Bernd
Arrows A11B
Schneider participou nos GPs dos EUA e Espanha), a equipe de Jackie Oliver não teve das melhores temporadas, marcando apenas dois pontos com Caffi no GP de Mônaco. Os olhares da equipe estavam voltados para 1991, quando passariam a usar os motores da Porsche. 
A Lotus continuava a sua derrocada em 1990 e isso foi possível ver quando Frank Dernie não fez um bom trabalho ao desenhar o novo 102, que foi feito para acomodar o V12 da Lamborghini. O motor italiano, desenvolvido sob a batuta de Mauro Forghieri, parecia ser uma boa aposta, mas os problemas naquele chassi acabaram minando quaisquer chances de Derek Warwick e Marin Donnelly em
Lotus 102

conseguir algo. Os acidentes de Warwick (Monza) e o de Donnelly (Jerez) assustaram bastante num ano terrível para a legendária equipe, que marcaria apenas três pontos naquele ano, todos com Derek em Montreal (6º) e Hungria (5º). 
Outra equipe que utilizou os Lamborghini V12, mas que se deu bem melhor que os ingleses foi a Larousse, que tendo na construção de seu chassi Lola L90 por Chris Murphy – que depois partiria para o lugar de Adrian Newey na March – e com desenvolvimento por parte do experiente Gerard Ducarouge. Erik Bernard e Aguri Suzuki somaram onze pontos para a equipe franco-inglesa, com direito a pódio de Suzuki no GP do Japão.
Larrousse Lola LC90
A Leyton House March também não teve lá grandes exibições na temporada, excetuando-se a grande corrida de Ivan Capelli em Paul Ricard, quando desafiou bravamente a Ferrari e McLaren. Mas ali ficou nítido que a melhoria do chassi, deixada por Adrian Newey antes de sua saída para Williams, foi o grande fator da performance dos carros azuis, tanto que Capelli e Mauricio Gugelmin chegaram a comandar uma dobradinha por um bom número de voltas. Mas os problemas na primeira parte
Leyton House March CG901
do mundial foram tão severos, que a equipe nem chegou a qualificar-se para o GP mexicano. O motor Judd V8 estava mais confiável que 1989, mas o seu desempenho também deixava a desejar. 
A Benetton tinha motivos para sonhar alto em 1990: os dois últimos anos tinham sido de boa evolução da equipe italiana e com o apoio forte da Ford, com os ótimos motores HB V8. A entrada de John Barnard para chefiar a construção do B190, que já estava em fase de desenvolvimento, foi bem vinda, assim como a presença de Nelson Piquet. Dois decanos da F1 juntos num projeto
Benetton B190
que se tornaria muito bem visto ao final daquele ano. Alessandro Nannini, que teve a carreira na F1 interrompida devido a um acidente de avião, fez bons trabalhos naquele carro multicolorido. 
A McLaren iniciava a sua terceira temporada de associação com Honda tentando manter-se no topo. Sabia-se que a força vinda da Ferrari seria o maior perigo e uma evolução bem sucedida do MP4/5 seria vital para isso. Ayrton Senna e Gerhard Berger tiveram bons momentos na temporada, mas a queda de performance ao meio dela, num exato momento em que a Ferrari, com Prost, engatou três vitórias seguidas (México, França e Grã-Bretanha) gerou certa preocupação sem que instalasse o pânico na equipe.
Mclaren MP4/5B

Por outro lado, essa queda de desempenho pegou justamente no momento que Senna discutia sua renovação com a equipe, mas o abandono do difusor em arco por um mais simples, ajudou e muito para que o carro vermelho e branco retomasse o caminho das vitórias a partir de Hockenheim. A Honda também não baixou os braços e continuou a desenvolver o V10 – numa altura em que trabalhavam incansavelmente no V12 que a equipe McLaren utilizaria em 1991 – chegando à casa dos 680 cv para a versão de corrida e 700 cv para as qualificações. 
Equipes como Ligier, Osella, AGS, Scuderia Itália (ou Dallara, se preferirem), EuroBrun, Coloni, Onyx e Life, tiveram mais destaque por suas tentativas frustradas em entrar nos grids dos GPs, do que por resultados mais concretos. Talvez as maiores decepções nesta turma toda, ficavam depositadas na Minardi e Ligier, principalmente esta última, devido a sua história na categoria. Mas na verdade, os últimos anos para o time de Guy Ligier já não eram dos melhores e a Minardi também havia decaído bastante, após ser uma boa sensação no ano de 89 ao chegar a liderar brevemente o GP português. Assim como a Ligier, a Minardi teria motor novo para 1991: o V12 da Ferrari. Talvez, quem sabe, em 1991, com a utilização dos Lamborghini V12, as coisas poderiam melhorar. 
O calendário de 1990 era basicamente o mesmo de 1989, com 16 etapas, mas com algumas alterações nos locais de provas e datas: o GP dos EUA, em Phoenix, passou de ser a quinta prova de 89 e foi a ser a prova de abertura; Interlagos, totalmente remodelado, voltou ao calendário dez anos depois em substituição a Jacarepaguá; o México passou a ser o sexto GP do calendário, ao contrário que foi em 89 quando era o quarto; San Marino passou a ser o terceiro GP, Mônaco o quarto e Canadá o quinto. O resto dos GPs da segunda metade da temporada, ficaram como estavam em 1989.


Ligier JS33B Cosworth – A evolução do JS31 estreou durante a temporada de 1989 e algumas mudanças para 1990 foram feitas, como adoção de um câmbio X-Trac no lugar do câmbio da March – isso chegou causar alguns problemas de temperatura durante a temporada, dando uma boa dose de dor de cabeça a equipe de Guy Ligier. Outra modificação foi em relação a suspensão dianteira que foi revisada. Além da assinatura de Michel Beaujon, que projetou o carro, Ricardo Divilla também teve a sua participação. 



Osella FA1ME – Basicamente era uma evolução do FA1M que foi trabalhado desde 1988 com pequenas modificações para 1989. Talvez a melhor mudança neste carro foi a mudança da suspensão dianteira, onde as molas ficavam na parte interna do carro e foram realocadas na parte de fora. Um aumento de 10mm na distância entre eixos e a permanência do motor Cosworth – agora trabalhado por Brian Hart – eram as outras duas novidades. Olivier Grouillard foi o piloto da Osella naquela temporada conseguindo o 16º lugar como melhor resultado da equipe naquele 1990.


AGS JH25 – A única coisa que destacava neste carro desenhado por Michel Costa era a sua beleza. Escaparam de uma fria tremenda ao deixarem de lado o W12 desenhando por Guy Nègre, por entenderem que este não tinha potência suficiente, e optaram por continuar com o Cosworth. O JH25 sofreu com atrasos por causa de mudança da equipe para a nova fábrica, mas quando o trabalho foi feito praticamente nada teve de ser destacado. Gabriele Tarquini e Yannick Dalmas foram os pilotos. O melhor resultado remonta ao GP da Espanha, quando Dalmas foi o nono. 



BMS Scuderia Italia Dallara F190 - Infelizmente a baixa confiabilidade do carro projetado por Gianpaolo Dallara não permitiu que Emmanuele Pirro – Gianni Morbidelli andou nas duas primeiras etapas em substituição a Pirro, que estava com hepatite – e Andrea De Cesaris conseguissem bons resultados – ao menos para De Cesaris a primeira corrida foi promissora, quando marcou o terceiro melhor tempo no grid e chegou a ficar em quinto quando o motor Cosworth quebrou. O melhores resultados foram dois décimos lugares: Pirro em Hungaroring e De Cesaris em Monza. 



EuroBrun ER189B - Em comparação a 1989, pouca coisa melhorou nessa versão B assinada por George Ryton: apenas a adoção um amortecedor num dos carros e que acabou não dando grandes resultados, fazendo com que voltasse ao uso de duplos amortecedores, foi a única novidade na equipe de Walter Brun. O grande espirito de luta de Roberto Pupo Moreno e os cheques polpudos de Claudio Langes é que deu a equipe algum sustento, mas nem isso foi possível e a equipe durou até o GP da Espanha.


Coloni C3C - Infelizmente o trabalho da equipe com o motor Subaru 1235 – ou Motori Moderni, como queiram –  atrasou bastante a vida da equipe de Enzo Coloni, tanto que quando estreou a versão reformulada do C3B – nomeado de C3C – e empurrado pelo Cosworth, ao menos o carro conduzido por Bertrand Gachot começou a passar nas pré-qualificações e dando a chance de lutar pela qualificação para os grids – coisa que jamais aconteceu. 


Monteverdi Onyx ORE-1/ ORE-1B/ ORE-2 – O caos instalado na equipe com o péssimo relacionamento de Jean Pierre Van Rossem com Greg Field, Mike Earle e Jo Chamberlain em 1989, atrapalhou bastante os desenvolvimento e mesmo com a compra da Onyx por parte de Peter Monteverdi, as coisas não melhoraram para aquele ano de 1990. Stefan Johansson foi demitido no inicio da temporada e para o seu lugar entra Gregor Foitek, que quase marcou um ponto em Mônaco ao terminar em sétimo – nesta que foi o melhor resultado da equipe naquele ano. Anteriormente, J.J Lehto conseguira um 12º lugar em San Marino. Após o GP da Hungria a equipe faliu.



Life F190 – Um problemático motor W12 remendado a um antigo chassi First, biela se soltando antes do carro ir para a pista, velocidade igual ou pior que um Fórmula-3. Assim foi a breve história da Life naquela temporada de 1990 que ainda tentou passar da pré-qualificação sem nenhum sucesso, escrevendo uma das páginas de tragicomédia mais bem sucedidas da história de uma equipe na Fórmula-1. Nem adoção de um Judd V8 durante a temporada ajudou ao menos dar um pouco de dignidade. Gary Brabham na primeiras provas e depois Bruno Giacomelli é que tentaram tirar alguma coisa do carro vermelho. Mas ao menos garantiram um lugar nas páginas da história moderna da categoria.


Minardi M190 – A equipe de Giancarlo Minardi esperava dar um passo maior do que 1989 quando eles marcaram seis pontos e chegaram, até, liderar uma volta no GP de Portugal. Usaram o M189 nas duas primeiras etapas de 1990 conseguindo até um 7º e 9º lugares com Pierluigi Martini em Phoenix e Interlagos. Mas o uso do M190 a partir do GP de San Marino revelou-se tremendo fracasso e a equipe não marcou nenhum ponto, isso sem contar nos inúmeros problemas. Gianni Morbidelli substituiu Paolo Barilla nas duas etapas, enquanto que Martini garantiu os dois melhores resultados deste chassi exatamente nestas últimas duas corridas ao terminar em 8º (Suzuka) e 9º (Adelaide).



Alesi brilha na abertura, o erro de Senna em Interlagos e o equilíbrio no primeiro quarto do mundial

Senna e Alesi brindaram a abertura do mundial com um duelo limpo e espetacular nas ruas de Phoenix

A abertura do mundial deu-se nas ruas de Phoenix, no Arizona, para a disputa do GP dos EUA. Apesar de todo o entusiasmo em ver o desempenho de Ayrton Senna, sob os olhares rigorosos da FISA, e da estréia de Alain Prost pela Ferrari, o que se viu na tomada de tempos para a corrida foi a formação de um grid totalmente inesperado: devido a chuva e a boa performance dos pneus de qualificação da Pirelli, Pierluigi Martini, Andrea De Cesaris e Jean Alesi, conseguiram ocupar a segunda, terceira e quarta colocações no grid. Para completar o pacote de surpresas, Gerhard Berger cravou a pole na sua estréia pela McLaren, enquanto Ayrton aparecia num tímido quinto lugar ao lado de Nelson Piquet, que saía em sexto. Roberto Pupo Moreno conseguiu não apenas passar nas pré-qualificações, como também conseguir uma ótima 16ª colocação para a EuroBrun, enquanto que seu companheiro Claudio Langes, ficou nas pré. Mauricio Gugelmin não teve uma boa jornada com a sua Leyton House, da mesma forma que Capelli: os dois pilotos ficaram na última fila.
A prova tornou-se um grande clássico dos anos 90 e da Fórmula-1 pelo fato exclusivo do grande desempenho de Jean Alesi, que assumira a liderança já na largada e começava a impor um grande ritmo sobre Gerhard Berger, que aparecia em segundo. Senna, que optara por uma largada mais conservadora, conseguia chegar ao terceiro posto após superar De Cesaris nas primeiras voltas. O erro de Berger ao bater sozinho na barreira de pneus na nona volta, deixou caminho aberto para que Ayrton conseguisse chegar em Alesi de forma pautada, sem afobação, esperando para que o ritmo alucinante do jovem francês destruísse os Pirelli. Quando estava na 30ª volta é que começou o grande duelo da prova, e porque não dizer, do ano: Alesi já conseguia ver o McLaren de Senna encher o seu retrovisor, mas apenas na 34ª volta é que Ayrton foi ao ataque e o Jean conseguiu rechaçar a tentativa do brasileiro de forma arrojada e limpa. Talvez Ayrton tenha estudado bem a manobra do francês e agora ele faria o mesmo ataque, no mesmo local, mas de uma forma que não deixasse espaço para que Jean não tivesse tração suficiente e voltasse à ponta da corrida. Enfim, Ayrton era líder e agora bastava apenas encaminhar-se para uma vitória que havia sido muito bem valorizada por aquela batalha com Alesi. O jovem francês, o grande nome do dia, chegava em segundo, com Thierry Boutsen em terceiro, Piquet em quarto, Stefano Modena num heróico quinto lugar para a Brabham e Satoru Nakajima, fechando o ótimo fim de semana para a Tyrrell, em sexto. Alain Prost teve problemas de câmbio na 21ª volta, enquanto que Nigel Mansell abandonou na volta 49 por estouro no motor. Moreno, que enfrentou problemas no seu EuroBrun, fechou em 13º, cinco voltas atrás do vencedor e Gugelmin também sofreu com a estabilidade no seu March, tanto que as dores nas costas ao final da corrida (ele terminou em 14º) eram terríveis.
Com um circuito totalmente remodelado, tendo saído dos seus originais 7.960 metros para 4.325 metros, a Fórmula-1 voltava a Interlagos após um intervalo de dez anos. Ayrton Senna, para delírio da torcida, marcou a pole e Berger fechou a primeira fila para a McLaren. As outras duas filas seriam de “gêmeos”: Thierry Boutsen e Ricardo Patrese conquistaram a segunda fila para a Williams, enquanto que Mansell e Prost fecharam a terceira para a Ferrari. Nelson Piquet, já sentindo o carro antigo da Benetton não dava combate aos mais evoluídos, marcou o 13º tempo – Nannini também não passou da 15ª posição, confirmando a baixa performance do antigo B189. Os outros brasileiros não tiveram grande sorte: enquanto que Moreno ficou nas pré-qualificações, Gugelmin – e igualmente Capelli – fez o que pôde, mas acabou ficando de fora da corrida ao marcar o 30º tempo.
Prost vencia pela sexta vez o GP do Brasil
Com uma largada segura e precisa, Ayrton parecia estar rumo a sua primeira vitória em solo brasileiro, mas um erro de tempo entre ele e Nakajima pôs tudo a perder quando o brasileiro tentou pôr uma volta no piloto da Tyrrell no Bico de Pato. O toque entre eles acabou quebrando o bico do McLaren, forçando uma ida de Senna aos boxes e automaticamente abrir mão da vitória. Melhor para Prost, que até então não tinha mais hipóteses de vitória e com um presente deste caindo em seu colo – vindo de seu maior rival e dentro da casa deste – era apenas levar o carro tranquilamente até a bandeira – se bem que dores em um dos pés e um barulho estranho o fez abrandar o ritmo, mas não o suficiente para Berger alcançá-lo. O austríaco ficou em segundo, com Senna – que marcou a melhor volta após a sua parada forçada – em terceiro, Mansell em quarto, Boutsen – que teve até chances de vencer, se não fosse problema de freios que ocasionaram um incidente nos boxes forçando uma troca do bico do Williams que o jogaram de segundo para 11º - em quinto e Piquet – que também fizera ótima prova de recuperação – em sexto.
O GP de San Marino se deu exatamente na data que a Fórmula-1 completava seus 40 anos de existência. Na classificação as seis primeiras posições tinham sido quase idênticas ao do GP do Brasil, mas a única diferença era em relação à Patrese que saía à frente de Boutsen. Nelson Piquet, já estreando o novo Benetton B190, conseguiu um bom oitavo lugar. Outra boa jornada ficou por conta de Gugelmin que conseguiria um ótimo 12º lugar após a desilusão em Interlagos. Moreno também passou das prés e alinhava em 24º.
Ayrton teve uma roda quebrada na terceira passagem e abandonou, deixando caminho aberto para que Boutsen, que fizera uma bela largada ao pular de quarto para segundo, assumisse a ponta. Thierry, a exemplo que acontecera em Interlagos, conseguia um bom ritmo e se mantinha à frente de Berger com tranquilidade, mas o azar lhe tirou a chance de algo melhor: o motor Renault estourou na 18ª volta e Berger
Berger jogou duro com Mansell, mas o "Il Leone" foi sensacional para segurar o
Ferrari
subiu para o primeiro lugar, sempre escoltado por Patrese, que mostrara o bom passo da Williams naquele GP. O austríaco ainda teria uma breve batalha com Mansell, que vinha ferozmente no seu rastro. O “Il Leone” tentou uma ultrapassagem na reta que antecedia a Villeneuve, mas uma fechada de Berger o fez passar com duas rodas na grama e protagonizar uma rodada espetacular em plena reta. Mostrando todo seu controle num carro de corrida, Nigel conseguiu segurar-se em pista e continuar sua caça a Gerhard. Mas o motor do Ferrari não agüentou o tranco e o inglês teve que abandonar algumas voltas depois. Patrese começou a ganhar terreno sobre Berger e ultrapassaria o McLaren faltando dez voltas para chegar a uma vitória que não conquistava desde o GP da África do Sul de 1983, quando ainda era piloto da Brabham. Melhor ainda: redimiu-se do erro que lhe tirou a conquista lá mesmo em San Marino, sete anos antes. A segunda colocação foi de Berger, seguido por Nannini, Prost – que errara na escolha de pneus mais duros – Piquet - que se recuperara bem após um toque com Alesi que o jogara para 11º - e Jean Alesi fechando em sexto, garantindo um ponto na estréia do novo Tyrrell 019. Além de Senna, os outros brasileiros também não completaram: Moreno nem completou voltas por conta de problemas no acelerador e Gugelmin encerrou a sua participação na 24ª voltas com problemas elétricos.  

Três corridas, três vencedores diferentes e com três equipes diferentes! Era um mundial muito interessante e de certa forma imprevisível até aquele momento, já que a maioria das apostas era para um domínio revezado entre McLaren e Ferrari, mas poucos apostavam numa (rápida) intromissão da Williams naquele momento e ainda salvo alguns malabarismos de Alesi no meio dos favoritos. E Mônaco, com seu traçado histórico, difícil e cheios de armadilhas, dava vida ao quarto GP daquele ano. Jean Alesi confirmava a sua grande fase ao batalhar contra Senna e Prost a pole-position nos dois treinos, mas esta ficaria para o piloto brasileiro que teve ao seu lado na primeira fila Alain. Alesi partiu de um ótimo terceiro lugar, com Patrese em quarto, Berger em quinto e Boutsen em sexto e Piquet marcou o décimo tempo. Gugelmin não conseguiu qualificar-se para a prova, em contraste ao seu companheiro Capelli, que conseguiu o 23º tempo. Moreno não conseguiu passar da pré-qualificação.
A corrida acabou por ter duas largadas após o enrosco entre Prost e Alesi, onde o tri-campeão levou a pior ao rodar na Mirabeau e ser acertado pela McLaren de Berger. Com o local totalmente bloqueado, a direção de prova teve que dar bandeira vermelha e reiniciar todo o procedimento de largada. Dessa forma, Prost e Berger puderam pegar seus carros reservas e irem para a segunda largada.
Ayrton conseguiu mais manter a liderança, como fizera na primeira partida e abriu grande vantagem. O único contratempo que teve neste GP foi por conta do motor, que apresentou problemas no fim da corrida. Alain
Prost apresentou problemas elétricos em seu Ferrari na 32ª volta e deixou a segunda colocação para que Alesi repetisse a sua melhor posição de chegada na F1 e no ano. Por muito pouco o pequeno francês não conseguiria sua primeira vitória na categoria, ao chegar com um segundo atrás de um problemático Ayrton Senna. Caso tivesse mais uma volta, a vitória poderia ter sido sua...
Berger fechou em terceiro, enquanto que Boutsen, que chegou a tocar-se com Mansell e Piquet, terminou em quarto. A quinta e sexta colocações ficaram para os “sobreviventes” de um GP que teve apenas seis carros chegando ao final: Alex Caffi garantiu dois pontos da Arrows (que seriam os dois únicos da equipe no ano todo) e Eric Bernard garantiu o primeiro ponto para a Larousse após travar um duelo com Gregor Foitek pelo sexto lugar. Um toque entre eles na chicane, na 73ª volta, selava disputa a favor de Bernard e Foitek abandonara em seguida. Nelson Piquet acabou sendo desclassificado quando teve seu carro empurrado pelos comissários na Lowes, após o toque com Boutsen. Menção honrosa a Mansell que, após o entrevero com Boutsen, caiu para 16º e recuperou-se de forma espetacular até chegar ao quinto lugar, mas problemas elétricos o limariam da disputa na 63ª volta.
O primeiro quarto do mundial chegava ao fim e Ayrton liderava o mundial de pilotos com 22 pontos; Berger o segundo com 16; Alesi o terceiro com 13; Prost em quarto com 12; Patrese e Bousten empatados em quinto com 9. A Fórmula-1 seguiria mais uma vez para a América do Norte para os GPs do Canadá e México, para depois retornar à Europa para as clássicas corridas na França e Grã-Bretanha onde a McLaren começaria a ter suas dores de cabeça e Alain Prost, com sua Ferrari, enfim, chegariam ao topo naquela temporada de 1990.   


A reação de Prost e os problemas de Senna

A quinta etapa, o GP do Canadá, viu mais uma vez, a exemplo que acontecera em 1989, a chuva dar as cartas numa pista conhecida por ter corridas caóticas, não importando que esteja sendo disputado no seco ou no molhado.
Ayrton Senna, mais uma vez, marcou a pole seguido de bem perto por Berger – cerca de 0’’066 centésimos – na segunda colocação. Alain Prost aparecia em terceiro, com Nannini em quarto e Piquet em quinto – mostrando bem o passo que novo Benetton B190 apresentava – e Boutsen ocupava o sexto posto. Apesar de ter conseguido passar da pré-qualificação, Moreno esteve perto de conseguir uma colocação no grid ao ficar 59 centésimos de Alex Caffi, que fez a última marca. Gugelmin também esteve próximo disso, ficando logo atrás de Moreno.
A corrida foi uma sucessão de erros por parte dos pilotos, exatamente por conta da mudança nas condições do asfalto que passava de molhado para seco no transcorrer do GP. Pilotos como Boutsen, Nannini, Alesi – este último a protagonizar o grande susto da corrida, ao escapar e bater no Benetton de Nannini que estava a ser recolhido pelos fiscais – acabaram abandonando devido a erros de cálculos em tentativas de ultrapassagens sobre retardatários.
Ayrton acabou por vencer a prova que talvez não fosse para ele: primeiramente pelo problema no câmbio que o fez andar toda corrida sem a primeira marcha; Berger, que poderia ter lhe dado combate, acabou queimando a largada e foi punido. Mesmo caindo para o fundo do pelotão, recuperou-se formidavelmente
(Foto: World Where You Live/ Flickr)

até a quarta colocação mostrando que se não errasse na largada poderia ter discutido a vitória com o seu companheiro de McLaren; Alain Prost era outro que poderia ter incomodado Senna, pois os problemas nos freios foram se agravando até que ele caísse de segundo para quinto nas voltas finais; Nelson Piquet era outro que teria tido sérias hipóteses de sair de Montreal com uma vitória, caso não tivesse perdido tempo atrás de Alain por 29 voltas ao esperar um melhor momento para tentar a ultrapassagem, que aconteceu na 49ª passagem. Todos esses fatores juntos ajudaram bastante Senna, que teve problemas com a estabilidade de seu McLaren e juntando isso ao fato de ter feito quase todo certame sem a primeira marcha, foi de grande sorte ter terminado o GP. Os dois pilotos brasileiros foram ao pódio, formando a penúltima dobradinha brasileira na categoria. Mansell terminou em terceiro, Berger o quarto, Prost o quinto e Warwick, garantindo os primeiros pontos da Lotus no campeonato, em sexto.
O belo circuito dos Hermanos Rodriguez viu o inicio da reação de Prost e Ferrari no campeonato, que estava fadado a ser um passeio de Senna e McLaren. A equipe de Ron Dennis teve mais uma pole para a sua galeria, mas desta vez não era de Senna, mas sim de Berger que cravava a sua segunda na temporada. Patrese fez o segundo tempo, Senna – que optara, segundo ele, em regulagens para a prova, aparecia em terceiro, com Mansell em quarto, Boutsen em quinto e Alesi em sexto. Uma má jornada de Prost com os pneus macios o jogara para 13º colocação. Piquet marcou o oitavo tempo, enquanto que Gugelmin e Roberto Moreno ficaram de fora. No caso do piloto da EuroBrun até que ele conseguiu uma marca que o
deixaria entre os classificados, mas ao ter o seu carro empurrado durante a classificação ele foi desclassificado pelos comissários – a regra de que nenhum carro poderia ser empurrado de voltas à pista caso tivesse problemas, também valia para os treinos. Moreno havia feito o tempo de 1’21’’142, o que lhe daria a 25ª posição.
Apesar de uma boa largada que lhe deu a liderança desde a primeira volta, Senna não chegou ao fim da corrida após liderá-la por quase toda totalidade: um erro de cálculos e, porque não dizer, de toda a equipe McLaren, incluindo o próprio Ayrton – deixou que ele ficasse na pista arriscando terminar a prova sem ter que parar nos boxes. O piloto brasileiro avisou algumas vezes os problemas de instabilidade que começaram aparecer na volta 25, e a insistência da equipe em dizer que estava tudo sob controle acabou custando a vitória. Berger, que recebera ordens de Ron Dennis para que andasse com a pressão dos pneus alta, teve sérios desgastes e já na 13ª volta teve que ir aos boxes. Acabaria em terceiro.
Alain Prost, sem dúvida alguma, foi o nome da prova ao ter largado em 13º - e ainda perdeu duas posições na largada – e subir na classificação a ponto de estar em sexto já na 15ª passagem. A escolha por menos asa, para aproveitar bem a longa reta do circuito mexicano, deu a Prost a essa chance de recuperar-se rapidamente tanto que ele estava em terceiro – logo atrás de Nigel – quando Senna teve que abrandar o ritmo por conta dos pneus. Com as duas Ferraris passando pelo piloto brasileiro, Prost apenas esperou o momento certo para passar Mansell e assumir a ponta. Senna abandonaria na 64ª volta.
As voltas finais foram brindadas com a disputa entre Mansell – que rodara e caíra para terceiro – e Berger
Mais um encontro de Berger e Mansell na pista... e outro show de Nigel, agora
na Peraltada
pela segunda colocação. Nigel atacou Gerhard na entrada da Peraltada e essa manobra foi rechaçada pelo austríaco, mas na volta seguinte, no mesmo ponto, Mansell pareceu tirar Berger para bailar ao ziguezaguear atrás do McLaren e fazer uma arriscada – e espetacular – ultrapassagem por fora na curva mais veloz e temida do circuito. Uma manobra que automaticamente entrou para a galeria das melhores da história da F1.
Prost chegava a sua segunda vitória no mundial, seguido por Mansell, Berger, Nannini, Boutsen e Piquet.
O cenário visto em Paul Ricard, para a disputa do GP da França, acabou por ser inesperado assim como foi visto em Phoenix, na abertura do campeonato. A participação ativa das Leyton House,especialmente de Ivan Capelli, que deu um resultado além do surpreendente vistoque os carros azuis – até o GP do México – penavam para tentar um mísero lugar no grid.
Mansell conseguiu quebrar a sequencia de poles consecutivas dos pilotos da McLaren, mas mesmo assim ainda teve Berger ao seu lado na primeira fila. Senna e Prost estavam na segunda fila, enquanto que Nannini e Patrese compunham a terceira fila. Nelson Piquet e Mauricio Gugelmin estavam na quinta fila – além do bom trabalho de Gugelmin com o décimo tempo, Capelli conseguia o oitavo tempo para a Leyton House. Moreno não passou da pré-qualificação.
As mudanças feitas por Adrian Newey no March antes de sua saída para a Williams, deu uma sobrevida e salto de qualidade ao chassi CG-901 que foi muito bem visto em Paul Ricard. Apesar de não ter mostrado grande velocidade até a metade da prova, os dois carros foram subindo na classificação conforme os líderes
Apesar da vitória de Prost, o nome do dia em Paul Ricard  foi de Ivan Capelli

iam para suas paradas de box e mostrando que aquelas modificações também cuidavam bem do desgaste dos pneus. Foram catorze voltas (40-54) onde os Leyton House marcavam uma inesperada dobradinha, até que o sonho começou a desfazer a partir de Gugelmin na 54ª passagem quando este teve problemas de motor e caiu de rendimento até abandonar de vez na volta 58. Capelli ainda estava na liderança quando a pressão da bomba de gasolina começou a afetar o seu rendimento. Prost aproximou-se e conseguiu a ultrapassagem a três voltas do fim. Ivan ainda conseguiu salvar a segunda colocação, com três segundos de avanço sobre Senna.
Prost chegava a sua terceira vitória, a segunda consecutiva e a centésima para a Ferrari na F1. Capelli terminou em segundo, seguido por Senna, Piquet, Berger e Patrese.
Chegando ao meio do campeonato, com a realização do GP da Grã-Bretanha, a F1 viu uma Ferrari muito mais bem equilibrada que a McLaren e aliando isso ao novo motor que tinha sido utilizado em Paul Ricard, a Rossa já era um carro a temer naquela altura do campeonato.        
Mansell levou a segunda pole consecutiva, para delírio dos torcedores locais. Senna aparecia em segundo, mais de seis décimos e desvantagem mostrando o tamanho da força que a equipe italiana tinha naquele momento. Berger era o terceiro, Boutsen o quarto, Prost o quinto e Alesi o sexto. Piquet era o 11º e Gugelmin o 13º. Com problemas de embreagem e elétrico, Moreno ficou na pré.
Nigel estava numa tarde inspirada e por mais que não tenha conseguido fazer uma boa largada, ele ficou atrás do McLaren de Senna esperando a melhor oportunidade para passar o brasileiro e assumir a liderança. Quando a conseguiu na 12ª volta, aproveitando-se bem dos problemas de Senna, comandou a prova com a bravura de sempre até que os problemas de câmbio – que começaram na 22ª volta, quando Berger o ultrapassou, mas que retomaria cinco voltas depois – que foram aumentando com o passar da corrida, tiraram dele a possibilidade de vencer faltando onze voltas para o fim. Ao final daquele GP, Mansell aproveitou para anunciar a sua aposentadoria ao final daquele ano, mas no decorrer do restante da temporada acabou cedendo as investidas de Frank Williams que o levaria para seu team a partir de 1991.
De mencionar a grande prova de Capelli e Piquet: enquanto que o italiano fizera uma prova irretocável, até mesmo com chances de vencer quando tinha 15 segundos de desvantagem para a dupla ferrarista faltando 20 voltas para o término, num momento em que era o carro mais veloz da pista – para se ter uma idéia do desempenho de Ivan, ele fez por sete vezes a melhor volta do GP sendo seis consecutivas – quanto teve problemas mecânicos que forçaram o seu abandono. Piquete teve o motor apagado na volta de aquecimento, fazendo-o largar em último e protagonizar uma corrida de recuperação espetacular que o deixou até com chances de conseguir um pódio. A rodada na Bridges fez com que perdesse a quarta colocação para Eric Bernard, mas mesmo assim, conquistando o quinto lugar, Nelson havia sido o grande nome do GP ao lado de Capelli e Mansell.
Prost herdou uma vitória que não parecia ser sua, a quarta no campeonato e a terceira seguida. Boutsen ficou em segundo, Senna – com um carro quase inguiável – em terceiro. Eric Bernard conseguiu um ótimo quarto lugar para a Larrousse, Piquet foi o quinto e Suzuki em sexto, garantindo mais um ponto para a Larrousse. Foi a última vez que Silverstone recebia a F1 com seu layout quase original.
O mundial terminava a sua segunda parte e a ascensão da Ferrari, convertida em três vitórias de Alain Prost, dava a certeza que a segunda parte do campeonato seria ainda melhor. A McLaren teria que trabalhar duro para reverter àquela situação que parecia pender para Ayrton até a o GP do Canadá.
Prost terminou aquela primeira parte na liderança com 41 pontos; Senna era o segundo com 39; Berger o terceiro com 25; Piquet o quarto com 18 e Boutsen o quinto com 17.  
Apesar da grande corrida que fizera Nigel Mansell, a conquista caiu no colo de Alain Prost que assumia a liderança daquele mundial
 



A volta por cima da McLaren e uma vitória para Thierry Boutsen e Williams

Os desempenhos que foram apresentados nas últimas quatro provas e mais as queixas de Ayrton Senna e Gerhard Berger, fizeram com que a McLaren trabalhasse intensamente no intervalo de quinze dias entre o GP britânico e alemão. Não podiam deixar que a Ferrari tomasse conta de um campeonato que parecia caminhar facilmente para as mãos de Senna. Revisão na suspensão dianteira, melhorias na aerodinâmica e mais a evolução que foi entregue pela Honda para o seu motor, deu a equipe de Woking a chance de ao menos confrontar a Ferrari de igual para igual numa sequência de pistas que favoreciam muito os carros italianos, especialmente em Hockenheim, Spa e Monza.
Em Hockenheim, para a disputa do GP da Alemanha, os treinos classificatórios voltaram “ao normal” tendo a dobradinha Senna/ Berger na primeira fila. De impressionar mesmo foi o ritmo alcançado pelos dois ponteiros com Ayrton a colocar 1,5 segundos sobre o Ferrari de Prost, que aparecia em terceiro, e quase dois sobre Mansell, o quarto - pelo menos na classificação o ritmo dos carros vermelho e branco tinha sido mais satisfatório. Ricardo Patrese e Thierry Boutsen fecharam a terceira fila para a Williams. Piquet saía em sétimo e Gugelmin em 14º. Roberto Moreno enfrentou uma série de problemas em seu EuroBrun, como o principio de incêndio causado por um curto circuito e mais tarde uma carenagem danificada durante a volta rápida e um furo no pneu que o prejudicaram na sua tentativa de passar na pré-qualificação.
Bem diferente do que acontecera nas etapas anteriores onde o McLaren mostrava-se instável em curvas de alta, Senna não teve problemas e conseguiu fazer uma prova tranqüila e nem mesmo a ameaça de Nannini que, por conta de uma escolha de pneus mais duros, estava à frente do piloto brasileiro quando este saiu do box e que mais tarde o superaria na briga pela vitória quando o italiano ficou sem pneus. Mas antes disso, foram 16 voltas com o Senna a estudar como passaria o Benetton afinal de contas ele não poderia ficar muito tempo no vácuo, pois desgastaria demais os pneus, aumentaria a temperatura do motor e a turbulência causada fazia com que perdesse a dianteira. A Onyx de J.J.Lehto acabou ajudando o piloto brasileiro: Nannini atrapalhou-se para tentar ultrapassar o finlandês e Ayrton aproveitou a oportunidade de passá-lo na freada da última chicane e encaminhar-se para a sua quarta vitória no ano e igualar Fangio na tabela de vitórias, ao chegar ao 24ª triunfo da carreira. Para a Benetton, mesmo com os problemas na temperatura do óleo do carro de Nannini a aumentar consideravelmente, o piloto italiano conseguiu chegar em segundo. Piquet também estava em boa situação quando abandonou a prova na 23ª volta por problemas no motor, numa altura que ocupava a terceira colocação.
A Ferrari, que tão bem andou nas últimas etapas, acabou cometendo uma série de erros que foi desde a regulagem do carro para a corrida – com o uso de asas menores para diminuir o arrasto, o motor chegou ao seu limite rapidamente fazendo com que batesse no limitador e não conseguisse usar toda a potência necessária – e falhas nas paradas de box, onde chegaram a perder até 14 segundos para trocar os pneus do carro de Alain que terminaria em quarto. Mansell abandonou na 15ª volta após uma escapada.
Senna e Nannini tiveram a companhia de Berger no pódio, enquanto que Prost foi o quarto, Patrese o quinto, e Boutsen o sexto. Gugelmin abandonou a corrida com o motor avariado na 12ª volta.
A prova da Hungria testemunhou o momento onde nem McLaren e muito menos a Ferrari foram as protagonistas: a Williams estava em grande forma como ficou evidenciado na classificação, com a dobradinha que a equipe conquistara na classificação a direito de primeira pole para Boutsen na categoria. Com Patrese saindo ao lado e numa pista de difícil ultrapassagem, as coisas poderiam acabar bem para a equipe de Frank Williams. Berger e Senna ficaram com a segunda fila, com o austríaco a tomar quase um segundo de Boutsen e o brasileiro ficando a um segundo da marca. Mansell e Alesi apareciam na terceira fila, enquanto que Prost era apenas o oitavo. Piquet ficava em nono e Gugelmin em 17º. Moreno ficava de
fora mais uma vez, barrado por problemas na EuroBrun.
A exemplo que fizera Ayrton em Hockenheim, Boutsen manteve-se na liderança desde a largada com certa folga, mas não perdera em nenhum momento o comando do GP. Teve algumas ameaças de Nannini e de Senna no final por conta do desgaste dos pneus, tanto que Ayrton tentou o bote no final da corrida, mas sem sucesso deixando assim que Thierry vencesse a primeira dele no ano e a terceira na carreira.
Senna teve uma corrida atribulada por conta do desgaste dos pneus que o forçaram parar na 22ª volta para trocá-los, e assim caiu para nono. Recuperou-se bem a ponto de ameaçar a conquista de Boutsen, mas por outro lado teve a mancha do erro devido a sua impetuosidade ao tentar passar Nannini na luta pela segunda colocação e jogar o Benetton para fora da pista quando tentou a manobra na chicane – nos dias de hoje, seria punido no ato. Por outro lado foi um resultado satisfador, já que Alain Prost não completara o GP quando escapou e bateu na entrada da reta por causa do bloqueio nas rodas. 
Berger e Mansell protagonizaram uma cena idêntica e, curiosamente, no mesmo local onde acontecera o enrosco entre Senna e Nannini. Após mais uma batalha, onde o terceiro lugar era o prato principal, Berger foi afoito e bateu em Mansell limando os dois automaticamente do GP. Melhor para Nelson Piquet que ganhou duas posições de presente e foi ao pódio. Patrese terminou em quarto, Derek Warwick garantiu mais dois pontos para a Lotus e Eric Bernard foi o sexto.     
Spa-Francorchamps, com o seu visual peculiar e traçado desafiador, deixou os melhores pilotos da atualidade com a chance de discutir diretamente a vitória naquela pista.
A McLaren monopolizou a primeira fila, sempre com Senna na pole. Prost e Boutsen ficaram na segunda fila, com Mansell e Nannini na terceira. Piquet saía em oitavo, enquanto que Gugelmin  era o 14º. Moreno sofria horrores com a EuroBrun que chegava ao ponto de não ter dinheiro para desenvolver o carro, tanto que a Coloni – que mudara dos doze cilindros da Subaru para os V8 da Ford em Hockenheim – já conseguia passar à frente. A EuroBrun só não era pior que a piada da Life, que demorou a ligar o motor por 50 minutos...
A prova teve três largadas: a primeira foi por conta de um enrosco de Piquet e Mansell, onde o brasileiro tocou na traseira do Ferrari que rodou ficando atravessado na entrada da La Source. Para completar, Nelson também levaria uma batida por trás de Suzuki e as Lotus batiam entre si. Isso forçou uma segunda largada e nessa Piquet, Mansell e  Warwick pegaram os carros reservas. Donnelly ficou de fora por conta de ter apenas um carro reserva e este estar sendo usado por Derek e Suzuki teve o carro reserva destruído no warm-up, o impossibilitava a sua participação. A segunda largada foi normal até o início da segunda volta, quando Martini e De Cesaris bateram na Kemmel e mais atrás Paolo Barilla espatifou a sua Minardi na subida da Eau Rouge, mas sem conseqüências para o piloto italiano.
Na terceira largada - essa sim sem nenhum problema - Ayrton partiu para o comando de uma prova que venceria sem maiores dificuldades. Talvez a presença de Prost pudesse ter lhe dado algum trabalho, pois o francês estava rápido o suficiente para isso como havia mostrado após superar Berger na luta pela segunda colocação e descontar uma desvantagem de cinco segundos para Senna. As paradas de box e o trabalho para superar os retardatários é que decidiram a prova à favor de Senna: enquanto que a McLaren fez um bom trabalho de pit e o piloto brasileiro soube negociar bem as ultrapassagens, Prost teve uma má paragem por conta do mal trabalho da Ferrari e quando estava para superar os retardatários, perdeu tempo com Alboreto. Somando isso ao tempo perdido no pit-stop, foram dez segundos de atraso para Senna. Este último teve apenas trabalho de administrar bem a vantagem e vencer com três segundos de diferença sobre Alain.   
Berger e Nannini travaram um belo duelo pela terceira colocação, mas antes disso a FISA, diante do que aconteceu em Hungaroring, alertou Ron Dennis que seus dois pilotos fizessem mais uma daquelas manobras seriam punidos de imediato. Talvez isso tenha deixado Berger mais comedido na luta contra Alessandro, mas ele admitiria que o Benetton era bem mais veloz em reta e por isso ficava difícil de se aproximar. Mas devido uma atrapalhada de Nannini em tentar passar por Caffi, Berger consegue emparelhar com ele e travar uma disputa que durou algumas curvas, onde o italiano conseguiu se defender bem. Mas com os pneus desgastados, ficava difícil segurar as investidas de Gerhard até que Nannini errou na Eau Rouge e o austríaco passou por ele. Piquet foi o quinto e Gugelmin chegou ao primeiro ponto no mundial, ao terminar em sexto.
As imagens que ficaram mais claras na etapa da Itália foi do acidente brutal de Warwick logo no término da primeira volta e do aperto de mão de Senna e Prost durante a coletiva de imprensa após a corrida, numa breve reconciliação dos dois rivais.Mas a verdade é que a corrida italiana foi uma continuidade da batalha que tinha sido vista em Spa quinze dias antes.
Desta vez ambos estavam na primeira fila, com um pole que Senna arrancara de Prost nos minutos finais e jogando um balde d’água fria nos tiffosi, que acabaram por aplaudir a tremenda volta que Ayrton conseguira para aquela pole. Berger e Mansell, os dois lutadores de sempre, estavam na segunda fila e Alesi com Boutsen na terceira. Piquet e Gugelmin formaram a quinta fila enquanto que Moreno, para variar, ficava encalhado na pré-qualificação.
Apesar de uma largada limpa com os dois Mclarens a pular na dianteira e Prost levar uma bela ultrapassagem de Alesi na freada para a chicane Roggia, o acidente de Warwick assustou quando ele saiu com tudo para fora da Parabólica e bateu forte, desintegrando o carro. Derek saiu sozinho e com a adrenalina a mil, saiu para pegar o carro reserva. Infelizmente ele não completaria a prova, abandonando-a
na 15ª volta com problemas de embreagem.
Na segunda largada o cenário repetiu-se da mesma forma, com os McLaren a partindo melhor e Alesi assumindo o terceiro posto. Mas o francês da Tyrrell, com a sua pilotagem extremamente agressiva, acabou rodando na primeira chicane na abertura da quarta volta quando estava aproximando-se de Berger. Alain voltou ao terceiro lugar e na 21ª volta é que passa por Berger que começara a enfrentar problemas nos freios. Daí e diante é que começou o duelo à distância dos dois postulantes, com Senna a aumentar a diferença de 3,5 segundos para 7,8 e administrar essa vantagem até o final da corrida, com ambos a fazerem a melhor volta constantemente em resposta ao outro. Porém Alain teria novamente um golpe de azar, como acontecera na Bélgica, ao perder tempo com os retardatários e desta vez foi De Cesaris que o fizera perder três segundos.
Além de Senna e Prost, Berger também foi ao pódio mesmo com os problemas nos freios, até porque Mansell, que fechara em quarto, não tinha condições de atacá-lo por problemas no acelerador. Patrese foi o quinto e Nakajima o sexto. Azar para as duas Benettons: quando Nannini foi ao box efetuar a sua parada, um problema na embreagem fez com que o motor apagasse e logo em seguida apareceu Piquet com um pneu furado e com isso o atraso foi inevitável e seus dois pilotos acabaram de fora da casa dos pontos, com Piquet em sétimo e Nannini em oitavo. Gugelmin abandonou com o motor estourado na 24ª volta.
Após um período onde a Ferrari aproveitou bem os problemas da McLaren para cravar três vitórias com Prost, Senna e McLaren reagiram a tempo e consegguiram derrotar a Ferrari e Prost em dois territórios que mais parecia favorável ao carro italiano. Isso foi mais que importante para as pretensões do brasileiro rumar ao bi-campeonato, tanto que Senna agora somava dezesseis pontos a mais que Prost (72x56) na tabela de pontos. Berger ainda era o terceiro com 37; Boutsen o quarto com 27 e Piquet o quinto com 24.


A reação de Prost, o acidente em Suzuka e o GP 500 para Nelson Piquet
          
Estoril presenciou uma prova estonteante por parte da Ferrari que pela primeira vez no ano oferecia ao seu par de pilotos um carro extremamente bem acertado, que deixou Prost e Mansell um passo à frente das Mclarens nesse GP português. A começar pela disputa pela pole, onde Mansell respondeu à altura todas as tentativas de Prost e Senna em tomar-lhe a posição de honra. A verdade é que o piloto brasileiro não estava tão à vontade com esse carro em Estoril, tanto que por mais que tentasse, não conseguiu baixar da casa de 13’6 na classificação ocupando assim a terceira posição e tendo Berger ao seu lado. Prost é quem deu combate à Mansell, mas este estava mais veloz e garantiu a sua terceira pole no ano e a Ferrari voltava a ter dois carros na primeira fila desde o GP da Grã-Bretanha de 1988. A terceira fila era dividida entre Patrese e Piquet. Mauricio Gugelmin garantiu o 14º lugar. Já Moreno, não tem muito que fazer, a não ser esperar por dias melhores...
A corrida poderia ter sido um passeio das duas Ferraris se não fosse ímpeto exagerado de Mansell a espremer Prost contra o muro no melhor estilo “Senna-Estoril 1988”, quando o brasileiro fez a mesma manobra contra Alain. Mas o “Il Leone” pediria desculpas após a corrida, mas naquele momento os estrago estava feito: as duas Mclarens cortaram por fora e viraram a curva com a dobradinha Senna/ Berger, enquanto que Mansell seguia em terceiro e Prost caía para quinto ao ser ultrapassado por Piquet. Apesar do ceticismo frente aquele cenário, Mansell – que quase pôs tudo a perder quando bateu rodas com o Ligier de Phillippe Alliot, no momento que estava a colocar uma volta nele – recobrou a sua pilotagem e passou por Ayrton na 49ª volta, numa manobra que lembrou o de 1989 quando os dois se enroscaram e saíram da prova. Mas desta vez Senna estava mais consciente e viu que não valia a pena lutar contra um carro que
naquele momento estava muito superior à ele. Prost conseguiu recuperar-se ao passar por Berger que enfrentava problemas de câmbio na 58ª volta e começou alcançar Ayrton, quando a prova foi interrompida na 62ª passagem devido o acidente de Caffi que machucara os tornozelos e ficara impossibilitado de sair sozinho do carro. Para Senna foi um alívio e para Prost uma frustração, pois havia perdido mais dois pontos para o seu rival e agora a desvantagem subia para 18 no mundial. Essa prova renderia um bocado de reclamações por parte do francês, que chegou a dizer que “a equipe não tem direção nem organização para fazer um trabalho de equipe” e completou ao falar que “estava decepcionado com a Direção Esportiva da equipe que desperdiçou todo o trabalho feito pela equipe técnica”. De fato a paciência de Prost, que havia passado tanto tempo numa equipe tão bem organizada como a Mclaren, estava a explodir na equipe italiana. Mas a verdade é que isso aconteceria um ano depois...
Berger ainda conseguiu sustentar-se na quarta colocação, com Piquet chegando em quinto e Nannini em sexto. Para a Williams a prova foi bem atribulada, dentro e fora da pista: Patrese teve uma escapada e primeira curva e precisou trocar os pneus por duas vezes e Boutsen abandonou com problemas no motor na volta trinta. A equipe ainda tomaria um susto nos boxes, quando uma explosão deixou um mecânico machucado e Frank Williams caiu de sua cadeira por conta disso.  
Na Espanha, no travado circuito de Jerez De La Frontera, o susto e preocupação deram o tom daquele fim de semana: Martin Donnelly, ainda na primeira tomada de tempos, estava em sua volta rápida quando saiu direto para o guard-rail da curva Ferrari – que era feita de pé cravado – e destruiu totalmente a sua Lotus
ao bater. A pancada foi tão forte – num guard rail montado cerca de dois, três metros da pista – que o Donnelly foi projetado com banco e tudo para o meio da pista. A cena parecia de uma de uma bomba que acabara de explodir, com o Lotus apenas com a traseira quase que inteira e a frente inexistente e mais à frente, o corpo de Donnelly ainda amarrado ao banco. Apesar de toda a brutalidade, Martin ainda estava vivo e o Dr. Sid Watkins com sua equipe médica rapidamente o imobilizaram e o levaram para o Hospital Virgen Del Rocio, em Sevilha, onde foi diagnosticado várias fraturas nas pernas, pulmão perfurado, queixo fraturado e outros problemas mais. Porém Martin acabaria por salvar-se, felizmente.
Após toda essa tensão, os pilotos continuaram a classificação e Senna, no sábado, cravava mais uma pole, a 50ª da sua carreira, enquanto que teve um Alain Prost decidido que muito pouco não ficou com a primeira posição. Mansell e Alesi, que fizera um ótimo treino, eram os donos da segunda fila. Berger e Patrese estavam na terceira fila, com Boutsen e Piquet na quarta. Gugelmin aparecia em 12º e Moreno fica na pré, mais uma vez.
A disputa entre Senna e Prost decidiu-se nos boxes, mas não antes do francês passar 24 voltas atrás do piloto brasileiro por conta de não ter pontos claros de ultrapassagem nos outros pontos da pista. Apenas na reta dos boxes é que poderia conseguir algo, mas a melhor aceleração do motor Honda dava a chance de Ayrton abrir naquele trecho. Mas quando começaram as paradas de box, é que Alain deu o bote: ele parou na volta 24 e Senna na 25, mas o trabalho da Ferrari foi mais eficiente e quando Ayrton saía dos boxes as duas Ferrari iam à sua frente, mas ainda deu tempo dele recuperar-se sobre Mansell que descuidara após
deixar Prost passar. Alain alcançou e passou por Piquet, que liderava naquele momento e foi abrindo grande vantagem sobre Ayrton. O piloto brasileiro agüentaria bem no segundo posto até que um furo no radiador deu cabo a sua corrida na volta 53, deixando caminho aberto para que a Ferrari fizesse uma dobradinha que não acontecia desde o GP da Itália de 1988. Alessandro Nannini salvou um belo terceiro lugar, seguido por Boutsen, Patrese e Suzuki. Gugelmin terminou em oitavo e Piquet abandonou na volta 47 com problemas elétricos.
A diferença entre Senna e Prost caía para nove pontos (78x69) e o campeonato teria o seu primeiro “Match Point” num terreno que ambos conheciam bem: Suzuka.
Os últimos três anos de GP do Japão tinham sido de decisões: em 1987 as coisas resolveram-se ainda nos treinos quando Mansell espatifou a sua Williams nos esses e não pôde correr, adiantando o título para Nelson Piquet; em 1988 a fabulosa recuperação de Ayrton Senna após uma péssima largada, aonde ele veio a conquistar o seu primeiro mundial; e 1989, bem... Esse todos já sabem bem de que forma terminou e a verdade é que o mundial de 1990 mais pareceu uma continuação daquele desfecho de um ano antes, do que apenas um novo campeonato que partira do zero. E mais uma vez os dois protagonistas do ano anterior estavam frente à frente para o tal duelo, mas com a vantagem pendendo para Senna ao contrário que tinha sido em 89. Agora Prost era o franco atirador.
O GP de 1990 poderia render um livro, um filme talvez, tamanha tensão e pormenores que rolou durante aquela semana a começar pela quarta-feira quando os pilotos solicitaram a mudança da posição do pole para a parte mais limpa (a da esquerda), onde a tração é muito melhor. Para a Federação Japonesa estava tudo ok, mas a FISA interveio e não permitiu a troca, o que já enfureceu Ayrton e apesar de todos os pedidos do piloto brasileiro para a tal mudança, ela foi ignorada pelos homens da FISA – leia-se Jean Marie Balestre. As coisas pareceram piorar quando os comissários indicaram aos pilotos que, se caso passassem por sobre a faixa de entrada dos boxes, os mesmos seriam punidos, e para completar o quadro de recomendações – e isso foi o que mais enfureceu Ayrton – qualquer piloto que escapasse a chicane poderia voltar pelo atalho. Para Senna foi a gota d’água! Se um ano antes ele havia feito isso e tinha sido desclassificado, porque agora as coisas seriam diferentes? Até mesmo Nelson Piquet questionou essa mudança de regras, utilizando o exemplo do incidente do ano passado. Após isso, Ayrton deixou o briefing dos pilotos, mas não chegou a ouvir a os comissários que voltaram atrás dizendo que os pilotos deveriam voltar pelo lugar onde tinham escapado.
No sábado Senna anotara a sua 51ª pole e teria ao seu lado no domingo a presença de Prost, que sairia na parte mais aderente. Mansell e Berger formavam a segunda fila, com Boutsen e Piquet na terceira. Roberto Pupo Moreno foi chamado para substituir Alessandro Nannini, que dias antes sofrera um acidente de helicóptero e tivera uma parte do braço decepado, e agora saía em oitavo. Mauricio Gugelmin largaria em 15º. Jean Alesi não participou deste GP devido um acidente que sofrera na sexta-feira, quando o Tyrrell teve problemas na suspensão e bateu na primeira curva. As fortes dores no pescoço impossibilitaram-no de continuar no resto do fim de semana e consequentemente, na corrida. Outro piloto que fazia o seu retorno era Johnny Herbert, que substituía Martin Donnelly na Lotus. Não houve pré-qualificações, pois a EuroBrun e Life estavam de fora do restante do campeonato devido a falta de dinheiro – o que não faria falta também, uma vez que estavam apenas para fazer número e mais nada. Com isso a Coloni, AGS e Osella partiram direto para a classificação, mas não obtiveram nenhum lugar no grid.
Toda aquela animosidade gerada desde o GP do Japão de 1989 parecia ter se concentrado todo no GP daquele ano. Tudo que acontecera desde aquele dia em 1989, passando pelos julgamentos que aconteceram posteriormente, com as juras da FISA em suspender Ayrton caso ele fizesse algo de errado nos seis meses seguintes – ou nos três GPs que estavam em vigência naquele período, que eram os da Austrália (89), EUA e Brasil (90) – mais todas as reuniões e que aconteceram durante aquela semana em Suzuka, foram postas naquela largada. Quando a largada foi autorizada, Prost ganhou terreno como era de se esperar, mas Ayrton ganhou velocidade até a entrada da primeira curva. Alain abriu para o tangenciamento correto da curva, Senna mergulhou por dentro... e o choque entre os dois, onde os dois carros desapareceram no meio da densa poeira da caixa de areia da curva 1. O campeonato já estava decidido daquela forma a favor de Ayrton. As frustrações e tensões dos últimos meses tinham sido resolvidas em poucos metros.
A corrida transcorreu normalmente, apesar da espera por uma batalha entre os dois melhores pilotos da atualidade ter sido encerrada de uma forma não positiva para o esporte. Berger parecia ter agora a grande chance de vencer a sua primeira corrida pela McLaren, mas escapara na mesma curva 1 devido aos destroços do acidente de uma volta atrás. Mansell assumiu a dianteira e também parecia certo de uma vitória tranqüila, devido o seu grande passo frente as Benettons de Piquet e Moreno. Mas a sua parada para a troca de pneus foi desastrosa, não por parte da equipe, mas sim por ele, que arrancou com tudo e quebrou a transmissão. O caminho ficava aberto para a vitória de Piquet, a primeira dele em três anos – a sua última conquista tinha sido no GP da Itália de 1987 – uma segunda colocação para o bravo Roberto Moreno, que havia passado horrores durante o ano com aquele carro da EuroBrun durante a fase da “degola” que eram as pré-qualificações, e agora ele tinha um carro minimamente competitivo e mostrara de fato as suas qualidades. Completando o pódio, para a alegria do restante do público que ficara após o acidente da largada, Aguri Suzuki levara o seu Larrousse Lamborghini ao terceiro lugar. Ele era o primeiro japonês a conquistar o tal feito e ainda por cima em Suzuka. Não haveria melhor lugar para esse feito. Sem dúvida foi o melhor pódio da década de 90.
Completaram os sei primeiros, Patrese, Boutsen e Nakajima, que salvou um ponto para a Tyrrell – imaginem o que teria sido caso Alesi tivesse participado da corrida, uma vez que o seu trabalho nos treinos estava excelente ao marcar um tempo que o deixaria na terceira colocação no grid. Gugelmin abandonou na quinta volta devido a problemas no motor.
Quinze dias se passariam até a chegada do GP da Austrália no belo circuito citadino de Adelaide, onde a corrida de número 500 da F1 foi realizada. Apesar dos festejos pela tal marca, onde campeões mundiais de outras épocas estiveram presentes – como James Hunt, Jackie Stewart, Denny Hulme, Jack Brabham e Juan Manuel Fangio – o assunto decorrente era sobre o desfecho do mundial em Suzuka, onde os dois protagonistas falaram sobre o caso agora com o sangue mais frio e os pensamentos mais organizados: “Depois de duas semanas de repouso ainda continuo a ver o caso da mesma forma: foi um acidente de corrida, inesperado para mim naquelas circunstâncias. Mas aconteceu, e não havia muito que eu pudesse fazer no momento em que realizei que ia dar naquilo  quando o Prost decidiu voltar para a trajetória. Foi muito triste terminar a corrida assim.
Acho que quem não poderia arriscar, o que fez na hora errada. Ele abriu e sabia que eu tinha de tentar passar por dentro. Tentei e ele fechou a porta. Sei que estava numa posição difícil. Se entrasse por fora, eu o passaria por dentro na aproximação. Se fechasse demasiado a curva sairia por fora, e eu o passaria nessa altura. Deveria ter mantido a trajetória, porque tinha um carro muito melhor que o meu e muitas voltas para ganhar a corrida.
Mas tudo começou errado quando não quiseram trocar o lado da ‘pole position’”. Essa foi a fala de Ayrton Senna durante o fim de semana do GP australiano, ainda defendendo o seu ponto de vista onde para ele o acidente foi de corrida, mas que Prost poderia ter “colaborado” para não acontecer aquilo. Alain também falou, como era de esperar: “Estou absolutamente seguro que ele me bateu deliberadamente. 100% seguro. Foi numa curva que faço de pé em baixo, em 5ª marcha, e o que ele fez foi cortar a curva e bater na minha traseira. Vejam bem que ele não me bateu na roda, mas sim no meio do aerofólio traseiro, sem mesmo bater na roda. Literalmente empurrou-me por trás! Por isso não quero falar mais a este respeito, porque de nada serve para mim, para a F1 ou para o esporte. Tudo é muito ruim. Chegou a um ponto em que é muito difícil trabalhar e, como disse no Japão, isso pode-me levar a abandonar. Tenho filhos, um com 9 anos, e será muito desagradável sentir que ele pode pensar que estou a proceder de modo errado no esporte. Quero ver como as coisas podem e como a FISA pode controlar este tipo de acidentes, para me decidir continuar, até porque gostaria muito de continuar com a equipe Ferrari.” É de entender a revolta de Prost com tudo que aconteceu em Suzuka, mas por outro lado as movimentações nos bastidores em 89 lá mesmo no Japão, poderiam ter sido evitadas e talvez as conseqüências vistas quinze dias atrás em Suzuka, jamais teriam acontecido. Como se diz, toda ação gera uma reação.
Voltando ao fim de semana de Adelaide, Ayrton fez a 52ª pole da sua carreira e a décima na temporada. Berger fechou a primeira fila para a McLaren, enquanto que Mansell e Prost monopolizavam a segunda para a Ferrari. Alesi, recuperado do acidente em Suzuka, era o quinto com Patrese em sexto. Piquet e Moreno eram os donos da quarta fila e Gugelmin era o 16º.
Teoricamente a corrida poderia ter ficado nas mãos de Ayrton Senna, que comandou a prova num ritmo alucinante por 61 voltas. Era um ritmo tão brutal, que naquela altura do GP ele colocava sobre Nelson Piquet, o segundo, 27 segundos de vantagem. Mas aquele ritmo teria conseqüências para os pneus macios que resolver utilizar para aquela prova – aliás, foi a escolha da maioria do grid – quando a borracha começou a desgastar-se e aliando isso aos problemas de freios que ele tinha há várias voltas, tudo tornou-se ainda mais difícil. Senna abandonou na volta 61 por conta dos pneus, freios e um erro na troca de marchas. Talvez uma troca de pneus tivesse lhe dado uma sobrevida naquela prova.
Piquet foi o dono da tarde em Adelaide: senão bastasse a sua ótima performance até ali, assumiu a liderança quando Senna saiu da prova e agora teria que administrar bem os pneus e tentar cuidar do ímpeto de Nigel Mansell, que vinha num ritmo sensacional após ter trocado os pneus na volta 47. “Il Leone” ganhou terreno e um erro de Nelson, ao escapar num dos trechos do circuito, permitiu a aproximação de Nigel. Foi uma batalha interessantíssima pelas quatro voltas restantes, com Piquet a conseguir domar o seu velho rival. Mas Nigel... é Nigel. Não entregaria fácil aquela derrota até que tentou numa última cartada passar Piquet e Modena – que levava uma volta do brasileiro – no final da grande reta. Mansell até que conseguiu, mas passou reto após bloquear as rodas e deixou o caminho aberto para Nelson vencesse a sua segunda prova no ano e escrevesse seu nome como mais um vencedor de provas centenárias na F1. Mansell fechou em segundo, Prost em terceiro, Berger em quarto, Boutsen em quinto e Patrese em sexto. Moreno foi o sétimo e Gugelmin abandonou após uma escapada na volta 27.
O mundial de pilotos terminou com Ayrton Senna na liderança, 78 pontos; Prost em segundo com 71; Piquet e Berger empatados com 43, mas com a vantagem para o piloto brasileiro por ter duas vitórias; Mansell o quinto com 37 e Boutsen e sexto com 34. Roberto Moreno foi o 11º com 6 pontos e Mauricio Gugelmin fechou na 18ª posição com um ponto. No mundial de construtores a McLaren chegou ao terceiro campeonato consecutivo ao marcar 121 pontos contra 110 da Ferrari; em terceiro apareceu a Benetton com 71; em quarto a Williams com 57; em quinto a Tyrrell com 16 e sem sexto a Larrousse com 11.
Por mais que o desfecho pelo título mundial não tenha sido dos mais exemplares, o mundial de 1990 foi dos melhores. O equilíbrio oferecido por McLaren e Ferrari, com breves intromissões de Williams, Tyrrell, Benetton e até mesmo da Leyton House, foram importantes para tirar monopólio – que não estava a ser insosso, muito pelo contrário – das duas grandes e dar a disputa um interesse ainda maior. São nessas situações onde os protagonistas podem perder pontos e, consequentemente, os campeonatos.
Ayrton Senna e Alain Prost estiveram em grande forma, tendo passado por problemas e por fases sensacionais sem que as desperdiçassem. Também foi importante para vermos o surgimento e Jean Alesi, que já havia feito uma corrida de estréia em Paul Ricard um ano antes com muita segurança e arrojo, que foram confirmados com sua fabulosa exibição em Phoenix e no decorrer do mundial. Seria uma atração e tanto observá-lo a partir de 1991 nos carros da Ferrari. Nelson Piquet retomou o gosto pela pilotagem, agora com um carro mais decente, após dois terríveis anos na Lotus. As suas duas vitórias no campeonato, especialmente a de Adelaide, apenas mostrava que o velho tri-campeão ainda sabia bem como comandar a dianteira de uma corrida. Para Roberto Pupo Moreno, que havia passado quase todo ano no sofrimento com a EuroBrun, as duas corridas finais foi uma bela oportunidade que ele agarrou com as duas mãos e o seu pódio em Suzuka foi o presente pelo esforço de uma carreira cheia de percalços. A
Williams começaria ali em 1990 uma evolução que seria muito bem vista em 91, com um carro com a assinatura de Adrian Newey e a bravura de um Nigel Mansell agora com o tratamento de primeiro piloto. O horizonte que se desenhava para eles era dos mais promissores.
A McLaren e Senna teriam um ano ainda mais trabalhoso para 1991. 

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