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domingo, 3 de março de 2024

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

 

Um grande inicio para a Porsche no WEC
(Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar)

Sabemos que testes de pré-temporada sempre nos pregam algumas peças, mas desta vez, os que foram realizados em Losail, visando a abertura da temporada 2024 do World Endurance Championship, confirmou para esta primeira etapa, realizada na mesma Losail, que a Porsche está num nível muito acima do que vimos no ano de 2023 quando os LMDh foram inseridos no certame mundial. E não apenas os carros alemães, como também os curiosos Peugeot 9X8, estiveram muito bem nessa etapa de abertura.

Fosse com a Penske, fosse com o JOTA, a Porsche sempre esteve com ótimas condições de conquistar a etapa de abertura deste mundial e a principio não teria um rival a altura, mesmo que de última hora a Toyota tenha aparecido com um ótima segunda posição na qualificação através de Nicky De Vries, que estreou na equipe japonesa, e levou o GR010 #7 à primeira fila. Mas isso acabaria sendo apenas um sonho bem curto, já que na largada acabaria sendo engolido pelo pelotão e ficaria, por toda a prova, flutuando entre o oitavo e terceiro lugar. 

A Porsche ainda teria um pequeno desafio quando a Peugeot, com o 9X8 #93, conseguiu ascender à liderança com um ritmo alucinante imposto por Nico Müller que conseguiu assumir a ponta no final da primeira hora de corrida sobre uma também surpreendente Ferrari, que teve uma bela ascenção à ponta da corrida com Miguel Molina no comando do 499P #50 na primeira meia hora, mas com a mancada de ter queimando a linha branca da saída de box, jogou por terra uma chance da equipe italiana ter brigado pela vitória. Aliando isso ao fato do #51 também ter sofrido com problemas com a parte traseira que se soltou inteira, depois que a presilha quebrou proveniente de um toque com um LMGT3 quando James Calado estava em seu turno. O outro Ferrari 499P de #83, nas cores amarelo e vermelho - usando o inverso dos dois oficiais - e que estará cuidados da AF Corse - a parte semi-oficial da Ferrari - esteve muito bem com o trio formado por Robert Kubica/ Robert Shwartzman/ Yefei Ye e seria um dos bons canditados a pegar o pódio se não fosse problemas, também, com a parte traseira do protótipo. Enquanto que os carros oficiais fecharam em 7º e 14º (#50 e #51), o #83 foi o melhor dos italianos ao terminar em quinto com uma volta de atraso para o vencedor. 

A Cadillac também esteve numa boa jornada, ainda que seu início tenha sido em atribulado quando Alex Lynn, no comando  do V.Series.R #2, acertou o Peugeot #94 na primeira curva após a largada - ainda que houvesse uma suspeita de que ele tenha sido tocado pelo Porsche #38 da Hertz JOTA que, dessa forma, teria desestabilizado para este toque no Peugeot. Isso acabou os levando a troca a dianteira e tirando deles uma boa oportunidade, mas o ritmo mostrado por Lynn/ Sebastian Bourdais/ Earl Bamber para a recuperação do carro americano, deixou uma impressão do que eles poderiam ter feito em condições normais. 

No campo dos estreantes, além do Ferrari da AF Corse que conseguiu um ótimo quinto lugar, tivemos a BMW com seus dois M Hybrid V8, a Lamborghini com o SC63, Alpine com os seu A424 e a Isotta Fraschini com o Tipo-6C. A Alpine fechou em oitavo com o #35 e em 12º com o #36 e apesar do cenário não ser dos mais encorajadores, os carros franceses tiveram ritmo decente, inclusive conseguindo um brilhareco ao chegarem aos primeiros lugares com as paradas de boxes. Philippe Sinault, chefe da Signatec Alpine, destacou a importância em fechar com os dois carros: “Fizemos uma corrida limpa e terminar com os nossos dois carros, incluindo um entre os dez primeiros, é uma boa conquista. Demos mais um passo em frente, mas sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer. Devemos continuar a aprender e adquirir conhecimento e experiência em todas as áreas.”

A BMW fechou com o #20 na 11ª posição, enquanto que o #15 teve problemas já na parte final da corrida, o relegando para o 15ª lugar. Lamborghini e Isotta Fraschini tiveram desempenhos bem discretos, sendo que o SC63 #63 da Iron Lynx tenha fechado em 14º na corrida, com cinco voltas de atraso para o vencedor, e o Isotta Fraschini #11 conseguiu se sustentar até a volta 157 quando aconteceu o abandono - isso sem contar numa punição de 200 segundos por conta de uma infração. 

O duelo entre Porsche e Peugeot

Foi uma jornada positiva da Peugeot em Losail, até a falta de combustível acabar com todo trabalho
(Foto: Peugeot Sport/ X)


O desafio que a Peugeot impôs aos Porsche foi algo impressionante, já que vimos bem como foi a temporada dos franceses em 2023 - ainda que eles tivessem uma boa velocidade de reta que foi demonstrada algumas vezes, especialmente em Le Mans. Mas desta vez, foi uma disputa que terminou quando o mesmo Nico Müller, que havia dado à Peugeot a oportunidade de entrar na briga, acabou errando a primeira curva e proporcionando o Porsche #6 do Team Penske a chance de assumir a liderança, que era perdida apenas nas paradas de boxes.

Ainda que o que carro alemão estivesse na liderança, o Peugeot #93 não esteve longe em toda a sua jornada, dando o indicativo que qualquer que fosse o vacilo do Porsche 963 #6 da Penske desse, eles estariam prontos para assumir a dianteira. Mas o Peugeot #93 quando estava prestes a conquistar a segunda posição, acabou sofrendo uma perda de potência na abertura da penúltima volta e isso facilitou bastante a vida do outros dois Porsche 963 do Hertz Team JOTA #12 que duelava ferozmente com o da Porsche Penske #5 pela terceira posição. Foi um grande desaire para a fabricante francesa, que estava prestes a conquistar o seu melhor resultado no WEC - Jean Eric Vergne, que estava no comando do #93, ainda conseguiu fechar em sétimo, mas seria desclassificado já que não conseguiu retornar aos boxes (e consequentemente ao parque fechado) por condições próprias, já que havia usado o motor elétrico na tentativa de completar a corrida. 

Para a Porsche, foi um início absurdamente positivo, juntando esta vitória na abertura do WEC a conquista recente nas 24 Horas de Daytona. Para não dizer que a Porsche Penske não sofreu algo, tiveram um bom susto quando houve um contato do #6com o Lexus da classe LMGT3 quando a corrida já estava próxima do encerramento. Houve uma quebra considerável do lado esquerdo do Porsche, na altura do número luminoso, e isso passou a dificultar a pilotagem de Kevin Estre. “O contato foi lado a lado em uma curva de alta velocidade e o controle da corrida julgou que era culpa do carro GT. Tivemos que reagir e decidir o que queríamos fazer. Todos estiveram à altura da ocasião” disse Jonathan Diuguid que é diretor administrativo da equipe Penske. O carro foi levado aos boxes para uma rápida parada de box para que fosse recolocado o adesivo com o #6. Kevin Estre destacou este momento tenso para eles, assim como o ótimo trabalho da equipe e também o bom momento neste inicio de temporada: “Foi um pouco louco, para ser sincero. Tive um grande impacto com o Lexus, tivemos muita vibração depois disso e nenhuma aderência. Tornou-o picante até o fim. Mas toda a equipe fez um trabalho incrível, sem problemas. Estou muito feliz com onde estamos hoje em comparação com onde começamos no ano passado”

Por outro lado, além da adoção do BOP, onde os carros da Porsche, Cadillac e da Peugeot eram mais leves frente aos da Toyota e Ferrari e conseguiram otimizar esse fator num circuito com pista extremamente plana (sem ondulações), o que ajudou, também, na conservação dos pneus - algo que deu uma bela dor de cabeça à Toyota, por exemplo - e fluidez na aerodinâmica dos dois principais carros desta etapa inicial, acabaram dando a eles uma vantagem considerável que provavelmente possa cair já na etapa seguinte, nas 6 Horas de Ímola. 

Na estréia da nova classe LMGT3, a Porsche venceu também através do 911 LMGT3 R 992 #92 da Manthey Pure Rxcing que foi pilotado por Alex Malykhin/ Joel Sturm/ Klaus Bachler depois de uma batalha bem interessante contra o Aston Martin Vantage AMR LMGT3 2024 #26 da Heart Of Racing pilotado por Ian James/ Daniel Mancinelli/ Alex Riberas e em tercerio o outro Aston Martin #777 da D'Station Racing.


A Manthey Pure Rxcing teve a primazia de ser a primeira vencedora da nova classe LMGT3
(Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar)

segunda-feira, 12 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Le Mans em vermelho, 58 anos depois

 

(Foto: GT Report/ Twitter)


Quando o hino italiano ecoou pelos altos falantes durante o pódio em Le Mans, muitas lembranças foram revividas. Muitas delas, e principalmente, de uma época de ouro onde a Ferrari era a rainha absoluta das provas de Endurance no mundo, construindo um legado tão forte quanto o que a Scuderia italiana viria ter na Fórmula-1 nas décadas seguintes. Foi um período onde o nome Ferrari conseguiu se impor como o maior expoente do esporte a motor, contribuindo para que a paixão avassaladora de seus fiéis Tiffosi durasse até os dias atuais, sobrevivendo a inúmeros desgostos e saboreado eternamente os sucessos quando apareciam.

A Ferrari nunca se afastou de fato das provas de Endurance. Esteve sempre ali representada nos seus inúmeros modelos de GT e também por uma cria que ganhou um importante espaço no coração de seus torcedores que foi o 333SP que ainda carregava o coração V12, que leva todas as honrarias por ser a definição máxima de um tradicional motor Ferrari. Mas neste período, a falta de uma presença maciça da Rossa na classe principal, era sentida.

Talvez assistir a sua rival de longa data, a Porsche, construir um legado brilhante no solo de La Sarthe, tenha mexido com os sentimentos dos italianos, mas o compromisso com a Fórmula-1 complicava o seu retorno à classe principal. E claro, retornar por retornar, não seria o mais correto e quando os astros se alinharam, com a Fórmula-1 adotando o teto de gastos e a ACO adotando a plataforma Hypercar, o sonho de retornar às provas de Endurance no mais alto nível passou a ser palpável. Quando o 499P ganhou a pista em 2022 para realizar seus primeiros quilômetros, era certo que o sonho de ver a Ferrari no Mundial de Endurance e, claro, em Le Mans, estava próximo.

A presença da Ferrari com seus dois 499P foi um sucesso absoluto e quando ganharam a pista de Sebring, para realização das Mil Milhas, ficava claro que a Scuderia estava de volta ao mundo do Endurance de forma definitiva. A velocidade pura dos 499P foi logo vista e celebrada como aquela que poderia fazer frente ao poderio da Toyota.

Apesar da reconhecida velocidade, que foi convertida em pole na pista de Sebring e que deveria ter conquistado a da 6 Horas de Spa, ainda faltava ritmo de prova para enfrentar o duo de Toyota GR010. Le Mans, no seu Centenário, foi o local perfeito para que embate acontecesse.

Apesar do uso do BOP que conseguiu igualar a contenda, o cenário para esta batalha entre Toyota vs Ferrari foi bem vindo e nos brindou com uma edição comemorativa de primeira classe. Nos pequenos detalhes que tão fazem parte deste tipo de corrida, entremeada com dramas e percalços que deixam todos com o coração na boca, a Ferrari conseguiu sobreviver e vencer pela décima vez as 24 Horas de Le Mans, algo que não acontecia desde 1965 quando a marca, através da sua subsidiária NART, venceu com o comando de Masten Gregory e Jochen Rindt na 250LM. O pódio também não acontecia desde 1973 depois que Arturo Merzario e José Carlos Pace levaram o 312PB ao segundo lugar naquela edição.

Até mesmo para aqueles que não torcem para a Ferrari, a conquista dos italianos foi festejada brindando um retorno marcante daquela que já reinou intensamente no lendário circuito de Le Mans.


Uma batalha titânica nos Hypercar

(Foto: Italian Endurance/ Twitter)


Era consenso de que esta edição, a 91ª das 24 Horas de Le Mans, que também completa seu Centenário, era a mais esperada não apenas por ser festiva, mas também pelo contingente que estaria presente. Além da Toyota, Peugeot e Glickenhaus, a presença da Ferrari, Porsche, Cadillac e Vanwall, traria uma nova possibilidade para que esta corrida de 2023 entrasse para a história. Infelizmente, a Alpine desceu para a LMP2 nesta edição, mas já tem o seu projeto pronto para voltar a principal em 2024.

As mexidas da ACO para que houvesse um equilíbrio, já que a Toyota dominara as três primeiras corridas deste ano, surtiu efeito e trouxe até possibilidade de que as demais fabricantes pudessem entrar na briga pela taça desta Centenária 24 Horas de Le Mans.

De certa forma, isso foi atingido já que as principais fabricantes conseguiram liderar por alguns minutos, pelo menos, esta edição. Foi uma ótima oportunidade para a Peugeot, que claramente era a mais "fraca" dessa turma de gigantes, ascender com chances de conseguir um resultado de respeito quando liderou algumas partes do período noturno e início da madrugada, aproveitando-se das intervenções das Slow Zones, Full Course Yellow e Safety Car. Infelizmente problemas e um breve acidente do #94, que era o melhor classificado dos dois 9x8, eliminar as chances de um resultado muito bom para eles, que retornavam à Sarthe depois de doze anos. De todo modo, perto das baixas expectativas que permeavam o desempenho dos 9x8, foi uma corrida positiva para a Peugeot que claramente ganhará um impulso para continuar desenvolver os carros - algo a se levar em conta foi o bom desempenho de reta deles, conseguindo dar conta do recado. É um bom presságio para as 6 Horas de Monza, próxima etapa, exatamente onde voltaram em 2022.

Essa oportunidade também foi vista para a Cadillac, mas problemas mecânicos, enroscos e acidentes limitaram o andamento dos carros americanos. O que serve de consolo, foi a ida do Cadillac #2 da Cadillac Racing, conduzido por Earl Bamber/ Alex Lynn/ Richard Westbrook - o que também teve um doce sabor por parte de Chip Ganassi, que teve a sua equipe chegando à frente de seu grande rival Roger Penske.

O outro Cadillac, o #311 da Action Express, teve uma corrida muito atribulada desde a primeira volta quando Jack Aitken (que dividiu o comando com Pipo Derani e Alexander Sims) perdeu o controle na pista úmida e bateu na saída da primeira chincane da Hunaudieres, danificando seriamente a suspensão dianteira esquerda e de imediato dando adeus a qualquer chance, já que perderiam muitas voltas para o reparo. Apesar de outros contratempos que aconteceram após o retorno, fecharam a corrida em décimo

Aproveitando o embalo, os Porsche da equipe Penske não tiveram um grande desfecho, ainda que pese o bom andamento do 963 #75 pilotado por Felipe Nasr/ Mathieu Jaminet/ Nick Tandy que estava entre os primeiros, mas abandonaria na sétima hora por falta de pressão na bomba de combustível quando o carro ficou parado na Tertre Rouge. Os outros dois Porsche da equipe, #5 e #6, foram até o final - terminando em nono e décimo primeiro, respectivamente- mas de forma claudicante, já que enfrentaram inúmeros problemas.

Este retorno da Porsche, que comemora seus 75 anos de existência, ainda contava com o 963 #38 que estava aos cuidados do Hertz Team Jota que contou com a formação Antonio Félix Da Costa/ Will Stevens/ Yiefei Ye e que vinha como o melhor dos Porsche, chegando liderar a prova quando teve a primeira pancada de chuva que instalou um certo caos no trecho que antecede a Porsche Curve. Infelizmente, na 5ª hora, quando estavam liderando na classe, o acidente exatamente nas curvas que levam o nome da marca alemã, tirou a possibilidade da simpática equipe conseguir algo melhor. Yiefei Ye conseguiu levar o carro aos boxes, mas as voltas perdidas para os reparos foram cruciais para saíssem da briga.

Glickenhaus e Vanwall não teriam grande chance contra as demais. Os dois carros da equipe de Jim Glickenhaus conseguiram completar a prova em bons quinto e sexto lugares, aproveitando-se dos problemas que os demais foram apresentando, mas eles não ficaram alheios a problemas já tiveram algumas escapadas e pequenos incidentes que atrapalharam o desempenho. Mesmo sem muita chance, estes incidentes atrasaram um pouco e poderiam até ter colocado pelo menos um dos carros na quarta colocação - já que o #708 pilotado por Romain Dumas/ Ryan Briscoe/ Olivier Pla fecharam com duas voltas de desvantagem para o Ferrari 499P #50.

O Vanwall fez apenas figuração com Tom Dillman/ Esteban Guerrieri/ Esteban Gutierrez e acabariam por abandonar na hora 16 após problemas no motor - o que acabou sendo surpreendente, já que é um carro que costuma apresentar bastante problemas mecânicos.

Ferrari vs Toyota


(Foto: Racer/ Twitter)


Apesar dos demais contendores terem tido algumas aparições entre os três primeiros, não se pode negar que todas as atenções estavam voltadas para a disputa direta entre Toyota e Ferrari. Por mais que as duas tenham sido as mais afetadas pelo BOP, o desempenho de seus carros se sobrepuseram aos dos rivais e com o passar das horas ficou claro que a vitória ficaria para uma das duas.

A Toyota, apesar de suas reclamações em relação ao BOP - já que levavam 13kg a mais que os Ferrari (37kg - 24kg) -, tinham uma estratégia bem definida que era contar com o #7 (Kamui Kobayashi/ Mike Conway/ José Maria Lopez) flutuando entre a segunda e quinta posição e o #8 (Sebastién Buemi/ Brendon Hartley/ Ryo Hirakawa) sempre entre quarto e sexto, entregavam que a qualquer momento poderiam subir forte na classificação para assumir as duas primeiras posições e, claro, travar uma futura disputa ferrenha com a Ferrari.

Os dois carros italianos também estavam numa situação parecida com o dos japoneses, esperando que mais a frente houvesse este embate. Ou seja: uma batalha a quatro carros era esperado.

Porém, o velho pesadelo da Toyota começou a dar as caras quando eles perderam o #7 na abertura da nona hora depois que Kamui Kobayashi esteve envolvido num acidente com o #66 da JMW Motorsport e um dos Alpine na Tertre Rouge, levando pancada na lateral (Ferrari) e traseira (Alpine). Apesar dos esforços de Kobayashi e de seu engenheiro, o GR010 #7 não conseguiu funcionar e acabou abandonando. Um golpe bem forte para a Toyota que parecia ter uma formação poderosa para enfrentar as Ferrari.

A Ferrari também teve seus percalços e com uma boa dose de sorte, conseguiu sobreviver com seus dois carros: o #50 (Antonio Fuoco/ Miguel Molina/ Nicklas Nielsen) foi para a garagem na décima hora para resolver um problema de vazamento, que os deixariam de fora da disputa - eles ainda levariam um susto quando Alessandro Pierguidi ficou preso na brita da Mulsanne quando desviou de um possivel acidente com um GT. Agora a disputa seria direta entre o Ferrari 499P #51 (Antonio Giovinazzi/ Alessandro Pierguidi/ James Calado) e o Toyota #8 GR010 (Sebastién Buemi/ Brendon Hartley/ Ryo Hirakawa).

Da madrugada ao amanhecer presenciamos pilotagens de primeiríssima qualidade dos dois carros, porém foi neste período onde a corrida passou a pender para os italianos: Brendon Hartley e Sebastién Buemi fizeram seus stints de forma primorosa, conseguindo manter uma ótima diferença para o Ferrari #51, mas depois foi a vez dos italianos responderem com um mega trabalho de Alessandro Pierguidi e Antonio Giovinazzi para descontar a diferença para o #8.

Os sustos acabariam por definir o destino à favor da Ferrari: Hirakawa teve que trocar a dianteira após atropelar um... esquilo! Perdeu um certo tempo e a Ferrari #51 assumiria a liderança para não perder mais. O próprio Hirakawa ainda teria um tremendo sufoco quando o freio do #8, já problemático, travou e o jogou contra as barreiras do final da Mulsanne, danificando a dianteira e traseira do protótipo japonês. Claramente, a sua forçada ida aos boxes tirou qualquer chance que existia, já que naquela altura a sua desvantagem para a Ferrari era de 20 segundos - e com o carro italiano começando a enfrentar problemas na direção.

Essa dramaticidade não ficou restrita à Toyota: o Ferrari #51 teve dois apagões durante suas derradeiras paradas, onde o motor elétrico custou a funcionar e deixou todos com um tremendo frio na espinha. Mais adiante teriam problemas na direção, mas com o #8 longe depois do incidente, deu uma certa tranquilidade para eles - foi uma bela jogada da Ferrari que usou o #50 para tentar incomodar o Toyota #8 em algumas situações.

Essa grande disputa, marcada até mesmo nas paradas de box, só valorizou a grande conquista da Ferrari neste seu retorno à Sarthe. Do mesmo modo para a Toyota, que lutou bravamente para conquistar a sua sexta vitória que seria consecutiva e, talvez, não fossem os problemas, poderiam ter chegado a este número.

Acabou por ser uma 91ª edição em grande estilo para este Centenário das 24 Horas de Le Mans.


LMP2


(Foto: Inter Europol/ Twitter)


Como sempre, esta classe reserva as melhores emoções. As várias disputas nesta edição deixou uma certa dúvida no ar de quem levaria a vitória e esta ficou nas mãos do Oreca-07 Gibson #34 da Inter Europol (Jakub Smiechowski/ Albert Costa/ Fabio Scherer).

Mas ainda tiveram que batalhar contra o #41 do Team WRT (Robert Kubica/ Rui Andrade/ Louis Delétraz) para chegar a esta conquista, mas o trio e o carro estavam bem alinhados para esta edição. É uma equipe que tem crescido a olhos vistos nos últimos anos.

O #28 da Jota Sport (Pietro Fittipaldi/ David Henemeier-Hansson/ Oliver Rasmussen) teve a sua chance, mas dois enroscos - um deles com Pietro Fittipaldi, que ficou preso na brita da Mulsanne após ser tocado por um LMP2 - jogou fora as possibilidades de uma vitória.

O andamento para a Alpine, neste que é o seu retorno momentâneo na classe, foi bom, mas não o suficiente para chegarem ao pódio ao menos - já que a qualificação para eles foi bem abaixo. O #36 (Mathieu Vaxiviere/ Charles Milesi/ Julien Canal) ficou em quarto e o #35 (André Negrão/ Olli Caldwell/ Memo Rojas).

Apesar do sentimento de despedida dessa classe após o anúncio da descontinuidade dela para o Mundial do ano que vem, eles estarão presentes em Le Mans com uma reserva de 15 vagas.


LMGTE AM


(Foto: Corvette/ Twitter)


Se havia uma classe onde o resultado parecia pender para a Ferrari, era exatamente essa. Ok, o grande desempenho da Corvette nos treinos tinha sido um tremendo balde de água fria, mas mesmo assim as coisas pareciam ir de encontro aos Ferrari.

O #54 da AF Corse (Thomas Flohr/ Francesco Castelacci/ Davide Rigon) chegou liderar, mas não por muito tempo já que os Porsche, que não tiveram uma boa jornada na qualificação, apareceram bem durante a prova.

De se destacar o ótimo trabalho apresentado pelo Porsche #85 da Iron Dames (Sarah Bovy/ Michelle Gatting/ Rahel Frey) que tiveram ótimas hipóteses de vencer ou ao menos conquistar os demais lugares no pódio. Infelizmente, uma queda de performance na hora final da corrida - ainda que tivessem feito uma troca dos freios. De toda forma, foi a melhor colocação do trio em Le Mans.

Uma das Ferrari que tinham chance era o Kessel Racing #57 pilotado por Daniel Serra/ Kimura Takeshi/ Scott Huffaker, que chegou liderar na classe e estava no páreo. Mas um estouro de pneu, justamente quando Serra estava ao volante, jogou o Ferrari na brita da curva Indianápolis.

A Corvette acabou por vencer nessa classe com o #33 (Ben Keating/ Nicky Catsburg/ Nicolas Varrone), mas não antes de passar por algum drama quando precisou de recolher o carro para a garagem, realizando a troca do amortecedor dianteiro na segunda hora de prova. Foi uma bela recuperação nas horas seguintes para chegarem à vitória, que marca o fim da linha do modelo C8.R em Le Mans, já que o mundial utilizará a plataforma GT3 em 2024.

O Camaro ZL1 #24 do Hendrick Motorsport, foi a grande sensação dessa edição levando os fãs da NASCAR a ficarem entusiasmados exatamente por verem o carro ser mais rápido que os GTs em até três segundos - isso sem contar que cada onboard era um show à parte. Jenson Button/ Jimmie Jonhson/ Mike Rockenfeller levaram o carro ao final sem grandes problemas finalizando em 39° na geral.


Uma histórica transmissão


Parte do time que fez essa histórica transmissão 
Da esquerda para direita: Rodrigo Mattar, Débora Almeida, Felipe Meira, Aldo Luiz, Sérgio Milani, Rubens Neto, Milton Rubinho e André Bonomini 


Foi de muito bom agrado quando soube da transmissão aqui para o Brasil das 24 Horas de Le Mans sendo totalmente em português. O melhor disso, foi saber que grandes amigos, capitaneado pelo camarada Sérgio Milani, que deu o primeiro passo para que esta temporada do Mundial de Endurance fosse transmitida aqui pelo canal oficial da categoria desde a primeira etapa, estariam na transmissão.

Além do próprio Milani, junto de Aldo Luiz, Felipe Meira e do sempre competente Rodrigo Mattar, Milton Rubinho, André Bonomini, Débora Almeida, Geferson Kern, Gabriel Lima e Sérgio Lago, comandaram o grande clássico num revezamento que começou uma hora antes da largada e foi até uma hora depois da chegada, com a transmissão sendo feita na íntegra via YouTube e com entradas programadas no canal do Bandsports.

Foi um trabalho sublime, com muita informação de todos que passaram ali, mostrando que o automobilismo mundial não está restrito apenas a provas de fórmula e que alguém que esteja apenas preso em uma categoria, possa criar gosto por outras - e sabemos bem que o mundo do Endurance nos oferece as mais variadas situações que tornam essa disciplina fascinante.

Para a história, seus nomes ficarão gravados como os primeiros a fazerem uma transmissão total das 24 Horas de Le Mans, coisa que até então se resumia a flashes e horários pré-determinados em edições anteriores.

Que seja a primeira de muitas!

sexta-feira, 9 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Na espera de uma grande edição

 

Os poles da Hypercar, LMP2 e LMGTE AM 
(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)


Conforme as atividades foram passando, o sentimento de uma grande prova em Sarthe só aumentou. As três classes apresentaram um boa dose de expectativa de que possamos presenciar uma edição histórica que tem tudo para fazer jus ao Centenário de uma das corridas mais importantes do mundo, ou melhor que isso, uma das jóias da Tríplice Coroa, que tem sido tão aclamada nos últimos anos.

A batalha que se avizinha entre Toyota e Ferrari dá um tom muito animador para todos os espectadores e telespectadores mundo afora, que espera por um embate entra elas - e outras mais - desde que os regulamentos foram anunciados alguns anos já visando a disputa da prova Centenária.

Apesar da Ferrari ter apresentado uma velocidade impressionante para a obtenção da pole, é sabido que os problemas podem aparecer a qualquer instante - afinal de contas, a própria Ferrari teve alguns nas primeiras etapas. Isso se aplica também a Toyota, mas esta ainda pode se dar ao luxo de abusar um pouco de seus carros para tentar buscar mais uma vitória em Le Mans. Mas do mesmo modo que a Ferrari, eles sofreram com problemas em Portimão com um de seus dois carros. Mas ainda assim, são os grandes favoritos para vencerem - e Pascal Vasselon já aceitou isso desde os dias da pesagem.

Mais alguém poderia incomodar as duas fabricantes? O BOP ajudou e aproximou as equipes e mesmo que Ferrari e Toyota estejam mais pesadas que os demais (24 e 37 kg, respectivamente), o desempenho das demais ainda não chega a ser próximo. Porém, isso não pode privá-los de uma dose de sorte já que a parte crítica da prova que é da madrugada em diante, pode reservar boas surpresas. Portanto, para Porsche, Cadillac Peugeot - que vem enfrentando vários problemas - e até mesmo os Glickenhaus e Vanwall - que tem tido um desempenho bem abaixo, já que não tem a parte híbrida - a chance pode vir exatamente das reviravoltas que este tipo de prova costuma ter.

A LMP2, que fará a sua última valsa em Le Mans, poderá nos brindar com mais uma visceral edição. Não dá para apontar nenhum favorito disparado, mesmo que ainda tenhamos na equipe da JOTA Sport um pequeno favoritismo. Mesmo assim não podemos descartar equipes como o Team WRT, Idec Sport, United Autosport, Alpine (estas duas últimas não foram ao Hyperpole, mas ainda sim tem a experiência ao lado deles que deverá ajudá-los na recuperação). Um detalhe interessante é que normalmente os quatro primeiros costumam ficar bem alinhados por um bom tempo, indo para a decisão nas horas finais.

A classe final, a LMGTE AM, não é por menos: vimos uma Corvette ascender a pole de forma espetacular após treinos livres onde ficaram abaixo, mas, ironicamente,  o acidente na primeira sessão acabou sendo crucial para esta melhor, já que uma série de peças foram trocadas e talvez tenham influenciado bastante na melhoria.

Foi uma grande surpresa ver a Corvette na pole, assim como a segunda posição da Aston Martin que também não parecia forte nos treinos livres.

As equipes que tem carros Ferrari e que pareciam fortes, tiveram na AF Corse o seu melhor ao ficar na terceira posição e daí para baixo o contingente italiano ganhou força. Porém, é na corrida que as coisas devem ser diferentes assim como para a Porsche que não teve uma boa qualificação, mas que sabemos que conseguem escalar bem o pelotão.

Estas 24 Horas de Le Mans tem tudo para se tornar um grande clássico da história das provas de Endurance, exatamente por tudo que permeia esta edição. 

E claro, para melhorar isso, é sabido que Le Mans costuma escolher os seus.

E isto é uma das fascinantes místicas desta Centenária prova.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Mais uma vez Ferrari, agora no quarto treino livre

 

O Ferrari 499P #51 nesta última sessão de treinos
(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)

Após uma ótima sessão da Hyperpole, os ânimos se aquietaram em Sarthe na realização do quarto e último treino livre para esta 91ª Edição das 24 Horas de Le Mans. Foi uma importante sessão para que pilotos que não competiam na prova desde 2018 pudessem completar um número de voltas na parte noturna.

Essa quarta sessão viu a Ferrari mais uma vez comandar as ações, mas desta vez o #51 que anotou 3'27"275 feito por James Calado. Como foi uma sessão bem mais tranquila, a Glickenhaus subiu na classificação para fechar em segundo com o seu #709 com o tempo de 3'28"278. O Porsche 963 #38 da Hertz Team Jota ficou em terceiro ao marcar 3'28"440.

A LMP2 viu caras novas no topo da tabela com o melhor tempo feito pelo #923 do Racing Team Turkey (que também compete na subclasse LMP2/AM) que chegou a 3'36"229. A segunda posição foi do #65 da Panis Racing (3'36"650) e o terceiro do #63 da Prema Racing (3'36"904).

O Ferrari #66 da JMW Motorsport ficou com a primeira posição da LMGTE AM anotando o tempo de 3'52"965. A posições seguintes foram ocupadas pela Ferrari #57 da Kessel Racing (3'54"069) e pelo Porsche #60 da Iron Lynx (3'53"316).

Essa sessão teve duas situações distintas: primeiramente o retorno do #777 da D'Station que teve a ajuda da TF Sport no aprontamento do novo Aston Martin Vantage que veio do Reino Unido em substituição ao que ficou inutilizável após o forte acidente de ontem com o LMP2 da Tower Motorsport. O carro ficou pronto e eles puderam participar deste quarto treino livre, que serviu como um bom shakedown. Terminaram em 17°.

A outra situação não foi das boas: mais uma vez a Peugeot apresentou problemas, tendo o seu #93 ficando parado entre as duas chicanes da Mulsanne provavelmente com pane elétrica. Mais uma dor de cabeça para os franceses neste seu retorno à Le Mans. 

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Pole histórica para a Ferrari

 

Exatos 50 anos, uma Ferrari na pole em Le Mans 
(Foto: Endurance Info)


Não havia muita dúvida sobre quem seria o pole na Hypercar, levando-se em conta o que foi visto nas etapas passadas e também nos treinos livres.

A Ferrari, através do #50 com Antonio Fuoco no comando, esteve na ponta da tabela desde o início da sessão e assim foi baixando sua marca até cravar o ótimo tempo de 3'22"982 contra 3'23"755 do #51 que foi conduzido por Alessandro Pierguidi. Foi um desempenho sólido dos dois carros italianos.

A Toyota não teve grandes chances desta vez, perdendo pole pela primeira vez em anos. Apesar do #7 ter estado próximo durante quase toda sessão, ele foi rebaixado para quinto quando o gêmeo #8 subiu para terceiro com Brendon Hartley e logo depois viu o Porsche #4 conduzido por Felipe Nasr fazer um grande trabalho e colocar Porsche Penske Motorsport num ótimo quarto lugar.

Essa sessão ainda foi interrompida pelo princípio de incêndio que teve o Cadillac #3 que era pilotado por Sebastién Bourdais, quando este estava na primeira chicane da Hunaudieres. O fogo foi logo controlado.

Foi uma qualificação que viu a história acontecer, já que a Ferrari crava uma pole exatos 50 anos após a sua derradeira que foi em 1973, ano que eles disputaram pela última vez as 24 Horas de Le Mans. Na ocasião Arturo Merzario, em parceria com José Carlos Pace, levou o 312PB à pole.

Na LMP2 era de se esperar uma grande disputa e foi o que vimos, apesar do #48 da Idec Sport, pilotado por Paul Loup Chatin, ter determinado o ritmo desde o início. Ele fez o tempo de 3'32"923 e ficou um décimo à frente do #28 da JOTA Sport que até os treinos era o carro a ser batido. Pietro Fittipaldi fez uma ótima volta nos minutos finais, saindo de quinto e indo para segundo. A terceira posição ficou para o #41 do Team WRT que teve Louis Delétraz ao volante.

Talvez a classe que tenha dado uma boa surpresa foi a LMGTE AM, pois até o terceiro treino livre não havia indícios de que a Corvette poderia lutar pela pole. Mas Ben Keating, no comando do #33, abriu a caixa de ferramentas e tratou de cravar uma bela pole com o tempo de 3'52"376, sendo 1,5 segundos melhor que o Aston Martin #25 de Ahmad Al Harthy. A AF Corse, que parecia forte candidata a pole, ficou em terceiro com o #54 pilotado por Thomas Flohr.

Mais tarde acontecerá o quarto e último treino livre em Le Mans.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - O dia em Sarthe

 


O grande Tom Kristensen foi o Marshall na abertura das atividades em Le Mans 
(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)

A abertura das atividades para esta prova Centenária das 24 Horas de Le Mans não poderia ter sido melhor. A esperança de vermos uma competitividade aberta, principalmente na classe rainha do endurance mundial, foi reforçada com uma batalha que já vinha se desenhando nas três primeiras provas desta temporada e a qualificação, onde se deu a definição dos oito melhores de cada classe para o Hyperpole de amanhã, não nos deixa mentir.

Iniciando pelo primeiro treino livre, que deu às equipes três horas de pista aberta, vimos uma Toyota mostrar um bom ritmo com seus dois carros, sendo que o #8, pilotado por Brendon Hartley, foi o mais veloz na parte final daquela sessão com a marca de 3'25"742 e o #7 ficando a 1 décimo da marca. Apesar de terem sido os mais velozes, a diferença entre os oito primeiros esteve no mesmo segundo o que sugeria uma boa disputa para mais tarde quando a qualificação chegasse.

A Peugeot, naquela ocasião, ainda tinha feito um bom treino ao se colocarem na sexta e sétima posições, porém  problemas assombraram os franceses. Foi um treino interessante para os Cadillac da Ganassi e os Porsche da Penske, trazendo uma opção interessante para a qualificação.

Na contramão de tudo, aparecia a Ferrari com seus 499P que tinha no #50 o seu melhor na oitava posição com nove décimos de atraso para o Toyota #8, mas ficava claro que os esforços eram para mais tarde.

Para Glickenhaus e Vanwall as coisas ficam mais difíceis frente a carros oficiais e semi-oficiais, mas os americanos conseguiram um bom ritmo ficando, em média, dois segundos de atraso para o ponteiro.

Na LMP2 aquela sessão revelou o Oreca #28 da JOTA Sport como o mais veloz, sendo 32 milésimos melhor que o #37 da Cool Racing. A diferença para o restante do pelotão foi de 1 segundo para cima.

Entre os LMGTE AM a Aston Martin, através do #55 da GMB Motorsport, foi a mais veloz com o Porsche #86 da GR Racing em segundo e o Aston Martin #72 da TF Sport em terceiro. Foi uma classe que teve seus nove primeiros no mesmo segundo.

Essa primeira atividade não ficou ilesa de acidentes, que o Ferrari #66 da JMW Motorsport escapou na Chicane Motul e foi para a barreira de pneus, algo que aconteceria mais tarde com o Alpine #35 no mesmo local.

O acidente que mais causou preocupação foi entre o Aston Martin #777 da D'Station que era pilotado no momento por Casper Stevenson e o LMP2 #13 da Tower Motorsport, conduzido por Steven Thomas, quando o GT bateu nas barreiras antes da Tertre Rouge e ficou no meio da pista. Apesar da sinalização com bandeira amarela e com os carros que vinha a seguir desviando, o #13 acabaria por acertar o Aston Martin. Por sorte, os danos foram apenas materiais e a D'Station e Tower precisaram trocar seus carros para prosseguirem no certame.



Na qualificação, Ferrari a mais veloz


(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)

Como era previsto, esta era a sessão onde o nível subiria e a batalha seria mais intensa, fazendo já um prelúdio do que esperar para a Hyperpole que contará com os oito melhores de cada classe.


A Ferrari mostrou seu potencial, que já era conhecido das etapas passadas, ao colocar os dois 499P na primeira fila. Antonio Fuoco (que estava na zona de corte quando faltavam 20 minutos para o fim) conseguiu superar o outro Ferrari #51 ao anotar 3'25"213, sendo 1 décimo melhor que o tempo feito por Alessandro Pierguidi que havia liderado a classe. Foi uma boa disputa contra os Toyotas, que aparecem na segunda fila com #7 e #8 em terceiro e quarto, respectivamente. 

As demais posições que foram para o Hyperpole de amanhã foram seguidas pelos dois Porsche da Penske (#5 #75) e pelos dois Cadillac da Ganassi (#03 e 02).

Não foi uma sessão feliz para os demais, principalmente o Porsche #38 do Hertz Team Jota que entrou já no final para a sua qualificação e não obteve êxito; os dois Peugeot 9x8 que ficaram bem abaixo, levando mais de dois segundos do Ferrari #50.

Nos LMP2 a disputa foi bem acirrada. Pietro Fittipaldi, no comando do #28 da JOTA cravou o melhor tempo em 3'34"751, dois milésimos melhor que o tempo feito pelo #41 do Team WRT. Como foi dito acima, a batalha foi boa nessa classe com os 14 primeiros ficando no mesmo segundo.

Além do #28 da JOTA e o #41 do Team WRT,  o #63 da Prema Racing, #48 da Idec Sport, #10 da Vector Sport, #47 da Cool Racing, #923 da Racing Team Turkey e o #09 da Prema Racing passaram para a Hyperpole de amanhã.

A surpresa desta qualificação foi a não ida de nenhum carro da United Autosport e da Alpine, equipes que normalmente se qualificam para a fase final do classificatório.

A Ferrari teve um ótimo desempenho na LMGTE AM onde Alessio Rovera levou o Ferrari #83 da Richard Mille AF Corse ao primeiro lugar com o tempo de 3'51"877. Foi 37 milésimos melhor que a marca do outro Ferrari da AF Corse #54 de David Rigon. A terceira posição ficou para o recuperado Corvette #33 de Nicky Catsburg, que foi revitalizado a tempo dessa qualificação após o acidente no final do treino livre.

Além destes três, o Aston Martin #25 da ORT, Ferrari #57 da Kessel Racing, Aston Martin #55 da GMB Motorsport, Ferrari #21 da AF Corse e a Ferrari #74 da Kessel Racing.

Desde que este sistema foi adotado, esta foi a primeira vez que nenhum Porsche passou para a Hyperpole.

O Camaro ZL1 #24 da Hendrick Motorsport continuou a fazer tempos bem melhores que os da LMGTE AM, com Mike Rockenfeller a fazer o tempo de 3'47"976.


A Porsche aparece no segundo treino livre


(Foto: Porsche Races/ Twitter)

A parte da noite foi dedicada para que as equipes e pilotos passassem trabalhar no melhor acerto para este turno. Dessa forma, a Porsche, com o #6 pilotado por Laurens Vanthoor, foi o melhor dessa sessão noturna ao chegar na casa de 3'28"878. Ele desbancou a Ferrari #51 que havia passado quase todo treino na ponta da tabela. A terceira posição foi do outro Porsche #6 pilotado por Dane Cameron.


De se destacar os problemas enfrentados pelo Cadillac da Action Express, quando Alexander Sims teve algum contato e apareceu lento na pista com o carro um pouco danificado.

Esta foi também uma importante sessão para a Hertz Team Jota que pode fazer o seu treino, após uma qualificação problemática.

Na LMP2 a Prema com o seu #63 foi a mais veloz com o #22 da United Autosport, que enfim apareceu nestas atividades, foi o segundo. A terceira posição ficou para o #28 da JOTA Sport, sempre com Pietro Fittipaldi comandando o carro nas voltas velozes.

A Kessel Racing, com o Ferrari #74 pilotado por Kei Cozzolino, fez a melhor marca na LMGTE AM com 3'53"796. A segunda posição ficou para o Porsche #60 da Iron Lynx e a terceira colocação ficando para outro Porsche #56 da Project 1.

Amanhã continuam as atividades com a realização do terceiro e quarto treino livre e também da Hyperpole, que decidirá os poles de cada classe.

quinta-feira, 23 de março de 2023

GP da Arábia Saudita - Não é nada, mas...

(Foto: Red Bull/ Twitter)

 

Este GP da Arábia não foi nada mais que uma continuação do que vimos em Sakhir, quando a Fórmula 1 abriu a sua temporada e foi constatado que a Red Bull tinha uma vantagem considerável sobre os demais.

A ótima recuperação de Max Verstappen de 15° para 2° evidenciou isso e não há dúvidas de que, realmente, o seu terceiro título mundial - em sequência - pode acontecer com certa facilidade. Mas, por outro lado, os problemas mecânicos podem dar a equipe rubro-taurina alguma dor de cabeça, assim como o comportamento de seus dois pilotos.

Os problemas enfrentados por Max na qualificação, quando um semi-eixo quebrou e o deixou de fora do Q3, mostrou que este pode ser o único adversário real da equipe até que algum voluntário (olá Aston Martin) os desafie realmente. A parte final da corrida, com os dois pilotos reclamando de barulhos e problemas de freios, deixaram um ponto de interrogação sobre a confiabilidade mecânica de um carro que pode chegar ao olimpo dos melhores da categoria.

Outro detalhe que ficou em evidência é que os pilotos chegaram a certeza de que realmente tem o melhor equipamento e a distância para os demais é o suficiente para que possam se jogar numa batalha. Sergio Perez chegou a uma importante vitória, visto que ainda estamos no início do mundial e aproveitando-se bem da falha mecânica de Max para faturar essa. As voltas finais com os dois pilotos tentando marcar o território foi interessante, mas claramente não sairiam satisfeitos totalmente: enquanto que Sergio não gostou nada de ter ficado sem a melhor volta, entendendo que a equipe não lhe deu total parâmetro da condição de Max, este último acredita que poderia ter chegado à vitória caso a Red Bull não tivesse controlado tanto por temer uma quebra.

A verdade é que este duelo pode até mesmo acontecer em algumas etapas, mas sabemos que Sergio Perez está um degrau - ou até mesmo dois - abaixo de Max e isso trará sérios problemas para que ele desafie o principal piloto. Porém, é sabido também, que Sergio costuma ter um desempenho às vezes parelho com Max quando as corridas são realizadas em pistas urbanas e isso nos leva as duas próximas corridas que serão neste tipo de circuito: Melbourne, Baku e Miami são três pistas que podem ajudá-lo neste confronto. Mesmo que ele não vença, uma chance de tentar incomodar Max é real a partir do momento que consiga andar próximo, cravar uma pole, uma melhor volta (na derradeira passagem) e até mesmo vencer, daria ao piloto mexicano uma condição de sair fortalecido psicologicamente frente a um piloto que parece não se abalar fácil.

Por outro lado, caso seja derrotado impiedosamente (o que pode acontecer facilmente), o seu sonho de tentar beliscar algo a mais para o final do mundial, ficará apenas no desejo.

Será interessante observarmos o andamento do florescer desta possível batalha por estas três corridas.

Para os demais

Não há dúvida que a Aston Martin seja a terceira força deste campeonato. Arriscamos dizer que, caso Lance Stroll não tivesse quebrado, a chance dele pegar o quarto posto logo após de Fernando Alonso era grande. O ritmo imposto pelo piloto espanhol no final da corrida, quando foi comunicado da confusa punição, mostra o quanto que este carro é muito bem nascido: Alonso estava 4.3s a frente de Russell e em duas ou três voltas conseguiu subir para 5.1s e, momentaneamente, se livrar da possível punição - antes que os comissários entrassem em cena para realizar uma das mais patéticas punições dos últimos anos.

Enquanto que a Aston Martin mostrava que também tem a sua força, Mercedes e Ferrari continuavam a tentar se achar: a equipe anglo-saxônica fez um GP decente com seus dois pilotos, mas ficava claro que não teriam força para brigar contra a Aston Martin, mas tinham um ritmo bem melhor que a sua rival Ferrari que teve em Charles Leclerc um ritmo inicial muito bom, mas que depois ficaria estagnado. A alta degradação dos pneus tem sido, até aqui, o terror dos italianos.

Em relação as demais equipes, a Alpine teve um bom andamento com seus dois pilotos e a Haas sorriu um pouco com o ponto conquistado por Kevin Magnussen numa das poucas batalhas que essa corrida proporcionou, quando ele desafiou Yuki Tsunoda pelo décimo lugar. E se há alguém para chorar é a Mclaren, que teve um brilho com a ótima qualificação de Oscar Piastri e depois com um ritmo pífio no decorrer do GP.

Os próximos GPs serão bem interessantes, a partir do momento que haja alguma ação da parte que mais alimenta esperança. 

segunda-feira, 6 de março de 2023

GP do Bahrein - Ainda é cedo, mas...

 

A largada do GP do Bahrein, que abriu a temporada 2023 da Fórmula 1


Essa abertura do Campeonato Mundial de Fórmula-1 deixou uma impressão que chega soar como algo de doido: em que prova que Max Verstappen e Red Bull vão sacramentar os dois campeonatos? A superiodade deste duo nos faz regressar a momentos clássicos como 1992 com Nigel Mansell/ Williams ou 2004 com Michael Schumacher/ Ferrari.

É um exagero, afinal apenas o primeiro passo foi dado em Sakhir, mas esta impressão fora do eixo ainda no começo é por conta de equipes que deveria estar na cola deles, terem iniciado o campeonato batendo cabeça com seus bólidos: Ferrari e Mercedes ainda precisam desvendar - ou arrumar - suas crias para que possam desafiar o poder de fogo mostrado pelos rubro-taurinos.

A Ferrari é que pode, neste momento, conseguir algo frente a Red Bull, mas precisará lidar com o desgaste de pneus que apareceu bem acentuado neste GP e ficar de olho nos problemas que apareceram no motor de Charles Leclerc, que abandonou a corrida quando era terceiro por conta de falha elétrica - e claro, ter uma melhor organização nas estratégias e isso foi algo que, a princípio, parecem ter feito de modo correto nesta corrida.

O caso da Mercedes é bem mais complexo: ao que tudo indica, acordaram do seu conto de fadas sobre o zeropod e agora já estão no trabalho para entradas de ar convencionais. Isso sugere que o trabalho será ainda mais árduo que ano passado com o filho rebelde W13. Porém, é algo que dá a impressão de que já estavam esperando que não fosse resultar em grande coisa e por isso já estavam trabalhando em laterais convencionais. De toda forma, esperar algo deles ainda nessa primeira parte do mundial, soa como um verdadeiro devaneio.

Se estas estão perdidas, a Aston Martin, entra de forma positiva nesse balaio e até com vantagem sobre a Mercedes deixando uma boa impressão. O trabalho fabuloso feito por Fernando Alonso e o esforço de Lance Stroll, mostram que o projeto do AMR23 é algo a considerar e ser acompanhado com atenção para ver até onde a equipe pode chegar. Se as atualizações forem corretas, é uma equipe pode tentar beliscar uma vitória em alguma corrida tresloucada.

Falando do restante do pelotão, fica claro que aquele meio está bem bagunçado onde uma corrida é outra pode aparecer equipes para serem a melhor do resto. Times como a Mclaren, Alpine e Alpha Tauri, que deveriam ser as líderes do segundo escalão, não apresentaram grande coisa nessa prova de abertura. Quem devemos observar com atenção é a Williams, que já salvou um ponto logo de cara e teve um rendimento honesto e que nos faz pensar que podem, enfim, passar a lanterna do fundão para outro time.

A verdade é que a próximas duas provas, na Arábia Saudita e Austrália, nos dará uma visão mais clara de onde cada equipe possa estar.

terça-feira, 14 de junho de 2022

90ª 24 Horas de Le Mans - Porsche e Aston Martin comandam nos GTs

 

Uma bela conquista da Porsche na última prova da LMGTE-PRO em Le Mans
(Foto: Porsche Races/ Twitter)

Como de costume as classes destinadas aos GTs não decepcionam, especialmente a LMGTE-PRO que teve a sua última corrida em Sarthe e será descontinuada ao final desta temporada. A batalha entre Porsche e Corvette pela vitória em Sarthe foi o ponto alto e isso tinha sido bem visto já desde os treinos, principalmente por conta do enorme equilibrio que estas duas equipes apresentaram. 

Quem olhasse a classificação hora a hora certamente apontaria os carros amarelos da fabricante americana como a grande favorita, mas não dava para ignorar em momento algum a velocidade dos Porsche 911 RSR-19 frente aos Corvette C8.R e, com certeza, uma disputa titânica pela última vitória dessa classe em Le Mans. Porém, os problemas nesse tipo de prova são bem costumeiros e tende tirar da disputa o mais preparado dos competidores. 

O Corvette #63, tripulado por Jordan Taylor/ Antonio Garcia/ Nicky Catsburg, esteve em revezamento com o gêmeo #64 (Nicky Tandy/ Tommy Milner/ Alexander Sims) na liderança da classe e que em alguns momentos teve a presença dos dois Porsches, especialmente o #92 de Michael Christensen/ Kevin Estre/ Laurens Vanthoor que sempre esteve no encalço. Mas os problemas para a Corvette começaram aparecer quando a prova ainda se encaminhava para a sua metade: o #63 apresentou problemas na suspensão traseira esquerda e teve que ir aos boxes para os reparos. Isso automaticamente tirou deles a chance de vitória, e as coisas pioraram de vez quando tiveram de arrumar o difusor. Acabaram por abandonar na 15ª hora de corrida. 



A batalha continuava, claro, mas agora com o #64 tendo que segurar as investidas dos dois Porsches e também das duas Ferrari da AF Corse que passaram a figurar entre os favoritos, mesmo que o déficit de potência deles os prejudicasse nas retas. As coisas pareciam ajudar a Corvette quando o Porsche #92, que vinha em revezamento com o #64 pela liderança, teve uma escapada na Mulsanne e em seguida apresentou um furo no pneu dianteiro direito que dechapou na zona da Indianápolis e destruiu toda a dianteira. Por mais que Michael Christensen tenha levado o carro lentamente para os boxes, o tempo perdido os tirou da briga. 

A disputa da Corvette parecia ter virado naquele momento contra o Ferrari #51 (Alessandro Pier Guidi/ James Calado/ Daniel Serra) que estava se baseando na estratégia para tentar beliscar uma improvável vitória. Mas na 18ª hora, quando o Corvette estava próximo de assumir a ponta da classe, acabou sendo acertado pelo LMP2 #83 da AF Corse que era pilotado por François Perrodo no momento. O toque lateral acabou jogando o Corvette #64 - pilotado por Sims no momento - contra o guard-rail da Mulsanne e a quebra da suspensão dianteira e traseira não deram a menor chance de continuarem na corrida. A desolação da equipe americana foi mostrada ao vivo, assim como toda a reação da equipe Ferrari. François Perrodo levou o LMP2 da AF Corse para os boxes e logo em seguida foi a garagem da Corvette pedir desculpas pelos acontecido. Nobre gesto. 

Mas agora a disputa ficava a cargo da Ferrari #51 e do Porsche #91 (Fred Makowiecki/ Gianmaria Bruni/ Richard Lietz) que ressurgia para a batalha. Por mais que houvesse 12 segundos que separavam o líder #51 do #91, essa diferença foi para o espaço assim que o único Safety Car da corrida foi ativado por conta do acidente do LMP2 #31 da WRT na Indianapolis. O duelo entre Ferrari e Porsche animou bastante, mas o carro italiano não tinha ritmo para segurar a velocidade do Porsche e logo acabaria sendo ultrapassado. 

Para o restante das horas, o Porsche #91 apenas aumentou a diferença e passou para vencer mais uma 24 Horas nesta que foi a primeira do modelo 911 RSR-19 que estreou em 2020. Foi a quarta conquista para Bruni e Lietz, enquanto que Makowiecki, já veterano de guerra em Le Mans, foi a sua primeira. 

A classe LMGTE-PRO deixará de existir ao final deste ano. Para 2023 a LMGTE-AM também receberá a sigla PRO, mas apenas por esta temporada já que a partir de 2024 a plataforma usada será a da GT3 com kits para diferenciar os carros do Mundial de Endurance dos demais, mas que podem ser retirados para que os carros continuem/ sejam usados em seus respectivos campeonatos. 


Aston Martin rouba a cena na LMGTE-AM

Uma grande vitória para o Aston Martin da TF Sport
(Foto: TF Sport/ Twitter)

Era uma classe onde o favoritismo pendia totalmente para a Porsche e com o BOP feito na sexta-feira, onde a potência e capacidade do tanque das 488 EVO foram diminuídas, o favoritismo aumentou. 

Mas no decorrer da prova os problemas foram tirando alguns Porsches do caminho, e isso deu ao Aston Martin #33 da TF Sport (Marco Sorensen/ Ben Keating/ Henrique Chaves) a oportunidade de chegar aos três primeiros e assumir a liderança na 12ª hora para não perder mais. 

O Porsche #79 da Weathertech Racing (Julien Andlauer/ Cooper MacNeil/ Thomas Merrill) foi outro que esteve com boas chances de vitória, tendo liderado da segunda hora até a 11ª para depois perder o comando para o Aston Martin da TF Sport. Mas sempre esteve no encalço do #33 da TF Sport, mas sem grandes chances. 

O Porsche #99 da Hardpoint Racing (Andrew Haryanto/ Martin Rump/ Alessio Picariello) esteve próximo do pódio até a 23ª hora quando ocupava a terceira posição, mas uma rodada quando se aproximava da Dunlop chicane - quando Haryanto estava na pilotagem - deixou o Porsche encalhado e um tremendo prejuízo, ao terminarem apenas na 11ª posição na classe. 

O desaire da Hardpoint foi a alegria para o Aston Martin #98 da Northwest AMR (Nicki Thiim/ Paul Dalla Lana/ David Pittard) que garantiu a terceira posição, após se revezar com o Porsche da Hardpoint e também com o Porsche #77 da Dempsey-Proton Racing (Sebastien Priaulx/ Christian Ried/ Harry Tincknell) o último lugar do pódio. O Porsche #77 acabou tendo problemas de suspensão e não pode mais lutar pela terceira posição. 

Destaque para a sétima posição alcançada pela Ferrari #85 da Iron Dames que foi pilotado pelo trio feminino formado por Michelle Gating/ Sarah Bovy/ Rahel Frey. E também vale destaque para estréia de Michael Fassbender, que interpreta o Magneto na franquia "X-Men": ele dividiu o Porsche #93 da Proton Competition com Matt Campbell e Zacharie Robichon e esteve envolvido em dois problemas desse Porsche, sendo que o primeiro foi um toque com um outro GT no meio da noite que o fez parar na brita da curva Indianapolis e depois ficou encalhado na chicane Dunlop. Terminaram na 16ª posição nessa classe.   

quinta-feira, 9 de junho de 2022

90ª 24 Horas de Le Mans - Toyota #7 continua a dar as cartas no terceiro treino livre

 


Essa terceira prática, que antecede a Hiperpole, foi um misto de sentimentos para a Toyota: primeiramente a parte positiva, onde o #7, com Kamui Kobayashi ao volante, determinou um passo muito bom ao realizar a marca de 3'26''796. Foi três décimos mais veloz que o gêmeo #8, mas este é traz uma certa preocupação para equipe japonesa já que ele parou na pista quando Ryo Hirakawa estava no comando - ao que tudo indica, foi por um problema elétrico. A terceira posição na Hypercar pertenceu ao Glickenhaus #708 que ficou a seis décimos de desvantagem. 

Para a Alpine, que estava em sérias dificuldades nas atividades de quarta feira, sendo o carro mais lento dessa classe a cerca de dois segundos, eles tiveram um ganho de potência 7Kw e 11 megajoules de energia para esta edição - anteriormente, para a realização do Test Day no domingo, já haviam passado por um BOP que você pode ler aqui. Mesmo assim, ainda ficaram dois segundos do melhor tempo dessa classe. 

Na LMP2 o melhor tempo ficou para a United Autosports que monopolizou as duas primeiras posições: o #22, conduzido por Filipe Albuquerque, fez 3'30''964 enquanto que o #31 - pilotado por Alex Lynn, ficou seis centésimos da marca. A terceira posição ficou para o #31 do Team WRT. 

Essa classe ainda presenciou um baita acidente que envolveu o #13 da TDS Racing Vaillante quando Philipe Cimadino acabou tocando o #31 do Team WRT - que no momento era pilotado por Sean Gelael - e foi de encontro na barreira de pneus da Curva Porsche. O piloto saiu ok, mas o chassi pode ter sido bem danificado e isso trará um trabalho imenso para a equipe. 

Na LMGTE-PRO a batalha entre Corvette e Porsche é que tem dado o tom até aqui. A equipe Porsche recuperou desempenho ontem, mas a briga com a Corvette é que se espera para essa Hiperpole. Hoje o #64 da Corvette fez o melhor tempo com Nicky Tandy ao volante, alcançando 3'52''307. A Porsche, com o #91 pilotado por Ricahrd Lietz, ficou com a segunda posição a cerca de quatro décimos  e em terceiro apareceu o outro Corvette #63. 

Os Ferrari receberam ajustes nas duas classes com mudanças na pressão do turbo, capacidade máxima de combustível e asa. Nos PRO a pressão do turbo teve uma redução de 0,07 bar; capacidade de combustível reduziu em 3 litros (87 para 84) e ajuste da asa abaixo dos 5,3 graus. Para os Ferrari da AM a redução da pressão do turbo sofreu redução de 0,06; capacidade de combustível de 87 para 84 litros e a redução do ângulo da asa é idêntica aos da PRO.

Na LMGTE AM o Porsche #46 da Project 1 voltou a marcar o primeiro tempo, chegando aos 3'54''386.

A Hiperpole começará às 15:00 e com duração de trinta minutos. 


Resultado - 3º Treino Livre 

quarta-feira, 8 de junho de 2022

90ª 24 Horas de Le Mans - Glickenhaus lidera o segundo treino livre

 

(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)

Os treinos até aqui foram bem apertados, diga-se, e era apenas uma questão de tempo para que algum dos carros da Scuderia Glickenhaus assumisse o posto de mais rápida e isso aconteceu nesta segunda prática que privilegiou a parte noturna, que é tão importante e que costuma abrir o caminho para a definição da clássica francesa. O #708 da Glickenhaus, conduzido pelo veterano Romain Dumas, fez o melhor tempo com 3'20''900 e foi três décimos mais veloz qe o Toyota #8 de Sebastien Buemi. A terceira posição, com três décimos de atraso, ficou para o Toyota #7 de Kamui Kobayashi. O Glickenhaus #709 e o Alpine #36 não forçaram tanto o ritmo nessa prática noturna, ficando em quarto e quinto respectivamente - #709 cerca de dois segundos e o #36 com três segundos. 

Na LMP2 nada mais que nove carros se encontraram no mesmo segundo nesta prática. Destaque, mais uma vez, para o Team WRT que teve Rene Rast no comando do #31 ao fazer 3'31''149 . A segunda posição ficou para o #22 da United Autosports - com Filipe Albuquerque no comando - e a terceira para o #37 da Cool Racing que foi conduzido por Ricky Taylor. 

Na LMGTE-PRO a Corvette voltou a se destacar com #63 fazendo o tempo de 3'53''492 pilotado por Nicky Catsburg, mas a Porsche, através do #91 conduzido por Fred Mackowiecki, esteve por perto ao ficar apenas 1 décimo de desvantagem. Em terceiro apareceu o Corvette #64 pilotado por Alexander Sims. Os Ferrari, especialmente os da AF Corse, estão fora do ritmo o que sugere um mega trabalho para eles até amanhã para encontrar o ritmo adequado. O #74 da Riley Motorsport ficou com o quarto melhor tempo com Felipe Fraga ao volante. 

Na LMGTE-AM a Porsche deu as cartas nessa sessão tendo o #46 do Team Project 1 na frente com a marca de 3'55''629 feita por Mikkel Pedersen e a segunda posição com o Porsche #88 da Dempsey-Proton Racing pilotado Jan Heylen. A terceira posição ficou para o Aston Martin #98 da Northwest AMR que foi pilotada por Nicki Thiim. Destaque para a quarta posição do Ferrari #85 da Iron Dames que teve a melhor volta feita por Rahel Frey. 

Doze carros estiveram no mesmo segundo nessa classe. 

As atividade continuam amanhã, com o terceiro treino livre às 10:00; Hiperpole às 15:00; e o quarto treino livre às 17:00.

Resultado - 2º Treino Livre

90ª 24 Horas de Le Mans - Chuva e Toyota na dianteira

 


Foi uma qualificação bem atribulada em Sarthe, que definiu os seis melhores de cada classe para a Hiperpole que será realizada amanhã. A Toyota continuou com seu passo ao anotar o primeiro tempo com o #7 pilotado por Kamui Kobayashi que fez o tempo de 3'27''247, mas isso não significou que as coisas tenham sido fáceis já que os Glickenhaus #708, que teve Romain Dumas no comando, ficando a um décimo da melhor marca. O gêmeo do carro americano ficou com o terceiro posto, cerca de sete décimos. Para a Alpine as coisas continuam bem dificeis, com a Nicolas Lapierre anotando um volta dois segundos pior que a do Toyota #7. Ainda falando sobre a Toyota, o seu carro #8 escapou na Mulsanne quando estava para abrir a volta e assim não teve tempo de abrir outra, já que teve a bandeira vermelha por conta de um acidente com o Porsche da categoria AM. Foi um tremendo azar, já que quando voltaram, a pista estava úmida e os tempos de volta tinham subido e o trio acabou ficando na 29ª posição na geral.

Na LMP2  a batalha pela pole amanhã tende a ser bem interessante, já que a WRT entrou na briga ao anotar a melhor marca em 3'29''898 com o seu #31 pilotado nessa sessão por Robin Frijns e outro carro da equipe, o #41 pilotado por Norman Nato, ficou com o terceiro posto. A segunda posição ficou para o #38 da JOTA que mais uma vez foi conduzido por Antonio Felix Da Costa.

Na LMGTE-PRO a Porsche ficou com o melhor tempo vindo pelo #92 que foi pilotado por Laurens Vanthoor que alcançou 3'50''999. A segunda posição ficou para o Corvette #63 - com Antonio Garcia ao volante - e a terceira posição com o Porsche #91 conduzido por Fred Mackowiecki. A Ferrari #74 da Riley Motorsport chegou a beliscar a chance de ir à Hiperpole quando Felipe Fraga anotava a quinta posição, mas acabou ficando de fora ao ser superado pelas duas Ferrari da AF Corse. 

Na LMGT-AM a primeira posição ficou para o Asaton Martin #98 da Northwest AMR que teve em Nick Thiim o responsável pela melhor volta, ao fazer 3'52''559. Em seguida aparece a Ferrari #57 da Kessel Racing, que foi pilotada por Mikel Jensen, e pela outra Ferrari #54 da AF Corse, conduzida nessa qualificação por Nick Cassidy. A bandeira vermelha que foi acionada ao meio da qualificação ficou por conta da escapada e batida do Porsche #93 da Proton Competition que estava a ser conduzida por Michael Fassbender, que se acidentou na freada para primeira chicane após a Hunaudières. Piloto está ok. 

Ás 17 horas se inicia o segundo treino livre e a Hiperpole será amanhã, às 15:00.

Resultado Qualificação







90ª 24 Horas de Le Mans - Toyota a mais rápida no 1º Treino Livre

 

(Foto: FIA WEC/ Twitter)


As atividades para esta 90ª edição das 24 Horas de Le Mans já foram iniciadas e com a Toyota marcando o passo, com Brendon Hartley levando o #8 da equipe japonesa ao topo da tabela com a marca de 3'29''441 sendo 0'476 décimos mais veloz que o Glickenhaus #709 que ficou em segundo com a marca sendo feita por Franck Mailleux. Mas temos que destacar que por grande parte destas três horas de treino os carros americanos estiveram na ponta da classe Hypercar, com a Toyota superando na última meia hora de atividade. No entanto, entre Toyota e Glickenhaus, a diferença entre os quatro carros está dentro do mesmo segundo. 

Para a Alpine, que já tinha suas dificuldades por conta do BOP, o treino foi bem atribulado com alguns problemas que apareceram para o time francês. O Alpine #36 ficou mais de dois segundos da marca feita por Hartley e a sua velocidade de reta, que abriu uma grande preocupação entre seus pilotos, é cerca de dez à doze quilometros mais lenta que Toyota e Glickenhaus - o carro americano de número #708 atingiu 337.01 Km/h enquanto que Alpine fez apenas 325.84. 

Na LMP2 o passo foi ditado pelo #22 da United Autosport que fez o tempo de 3'30''238 feito por Alex Lynn. A segunda posição ficou para o #38 da JOTA com Antonio Felix Da Costa ao volante e o terceiro tempo com #9 da Prema, que teve Robert Kubica no comando. No geral, o #22 da United Autosport ficou na quarta posição com sete décimos de atraso para o melhor tempo feito pelo Toyota #8. 

Na LMGTE-PRO a Corvette continuou a dar as cartas, assim como fizera no Test Day de domingo, ao anotar 3'53''250 com #63 pilotado por Antonio Garcia e a segunda posição ficando para o #64 pilotado por Tommy Milner. A Porsche ficou com o terceiro tempo, representado pelo #91 de Gianmaria Bruni que ficou oito décimos do tempo do Corvette #63. A Ferrari #51 da AF Corse perdeu algum tempo para a troca do motor e ficou na última posição da classe. 

Na LMGTE-AM a Porsche teve dois carros nas duas primeiras posições: o #79 da Weathertech Racing fez 3'55''082 com Julien Andlauer e a segunda posição ficando para o #86 da GR Racing com Benjamin Baker fazendo a melhor volta da equipe. A terceira posição ficou para o Aston Martin #33 da TF Sport, que teve Marco Sorensen realizando o melhor tempo. 

A próxima atividade começará às 14 horas, com a realização da qualificação. 

Resultado - 1ª Treino Livre 

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

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