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domingo, 1 de dezembro de 2024

Foto 1043 - Stefan Bellof, Sandown Park 1984

 

Stefan Bellof: o primeiro alemão Campeão Mundial
(Foto: Facebook)

Uma das principais lembranças quando é falado o nome de Stefan Bellof é da sua impressionante apresentação no chuvoso GP de Mônaco de 1984, o mesmo que apresentou Ayrton Senna para o mundo da Fórmula-1 como uma das principais promessas. Mas o jovem alemão também esteve em grande forma e, para muitos, ele poderia muito bem ter vencido aquela corrida caso Jacky Ickx, um velho conhecido dele das provas do World Sportcar Championship, não tivesse encerrado a prova com apenas 31 voltas. 

Outra corrida que também foi uma amostra de suas capacidades aconteceu  no Estoril 1985, em condições bem parecidas com a de Monte Carlo. Mas desta vez, a corrida transcorreu normalmente para ver a promessa de dez meses antes chegar ao seu primeiro sucesso: Ayrton Senna comprovou a sua habilidade em andar sobre águas e venceu com sobras no encharcado Estoril. Stefan não teve as mesmas condições de sonhar com uma conquista em terras portuguesas como fora no principado, mas conseguiu salvar um honroso sexto lugar com a Tyrrell. 

 A sua pole lap para os 1000km de Nurburgring de 1983, na última visita dos monstros do Grupo C no lendário Nordschleife, é sem dúvida algum um dos grandes momentos do motorsport em todos os tempos, ajudando a reforçar a popularidade que o nome de Stefan já causava naquele período. Apesar da mancada no dia seguinte, quando bateu sozinho no momento em que liderava a corrida, Bellof já havia dado mais um passo para ser uma das grandes estrelas do motorsport. 

Mas... ele seria campeão na Fórmula-1? Tal pergunta perdura até os dias atuais, ainda mais que o seu precoce desaparecimento no acidente durante os 1000km de Spa-Francorchamps de 1985 deixou essa dúvida no ar quando muitos indicavam que ele estaria de malas prontas para a Ferrari à partir de 1986, o que lhe daria uma enorme chance de ter um carro competitivo e entrar na disputa com os "donos da brincadeira" naquele momento. 

Se essa dúvida permanece, o que aconteceu em 1984 pode dar uma luz do que aquele jovem alemão nascido em Gieben faria com um melhor equipamento. 

O World Sportscar Championship de 1984 foi a 32ª temporada da história do campeonato e contou com 11 etapas, sendo oito válidas para o Mundial de Marcas (1000km de Monza, 1000km de Silverstone, 1000km de Nurburgring, 24 Horas de Le Mans, 1000km de Mosport, 1000km de Spa, 1000km de Fuji e 1000km de Kyalami) e mais três para o Mundial de Endurance para Pilotos (1000km de Brands Hatch, 1000km de Ímola e 1000km de Sandown).

O Campeonato de Marcas foi decidido à favor da Porsche com certa facilidade, tendo vencido as sete etapas das oitos, com a Lancia vencendo a última etapa deste certame (1000km de Kyalami). Para o Campeonato de Pilotos, a briga ficou restrita aos pilotos da Porsche: Stefan Bellof, que dividiu o comando do Porsche 956 Rothmans #2 com Derek Bell em boa parte do ano, chegava à última etapa com seis pontos de vantagem sobre Jochen Mass - que também pilotova o Porsche 956 #1 ao lado de Jcky Ickx, então bicampeão nos anos de 1982 e 1983. 

A conta era simples: Jochen Mass precisaria vencer de qualquer forma e torcer para que Bellof ficasse da terceira posição para baixo. O sistema de pontuação do campeonato contemplava os dez primeiros (20-15-12-10-8-6-4-3-2-1) sendo que pontuavam apenas aqueles que chegassem a porcentagem de pilotagem das provas e também se o carro completasse 90% do percurso. 

Bellof teve o descarte de um 1 ponto conquistado nos 1000km de Silverstone (segunda etapa) e Mass descartou os 4 pontos dos 1000km de Nurburgring (quarta etapa). 

A prova final foi na Austrália, no pequenino circuito de Sandown Park nos arredores de Melbourne.


Os 1000km de Sandown Park

O programa oficial da Sandown 1000


O circuito de Sandown Park nasceu como um hipódromo no século 19 para depois ser fechado nos anos 1930. No início da década de 1960 o circuito de 3,104 km foi construído, mantendo a pista para cavalos em seu interior. A corrida inaugural do circuito aconteceu em 1962 com a realização do Sandown International Cup para fórmulas com o regulamento de Formula Libre, e a corrida foi vencida pelo então bicampeão mundial Jack Brabham com um Cooper Climax - essa prova contou com a presença de Jim Clark, Graham Hill, John Surtees e Bruce Mclaren; a segunda edição dessa prova, realizada em 1963, serviu como base para a criação da Tasman Series a partir de 1964. Daí em diante o circuito de Sandown Park - mais tarde renomeado de Sandown Raceway - passou a fazer parte do calendário do automobilismo australiano, sediando provas da Tasman Series e Australian Touring Cars - estes últimos tomando de assalto as principais provas após a queda da Tasman Series no início da segunda metade dos anos 1970, quando esta passou a usar o regulamento dos F-5000.

A Light Car Club of Australia (LCCA) tentou dar um passo a mais nos anos 1980 buscando trazer para Sandown Park provas internacionais e a meta era uma etapa do Mundial de Fórmula -1. Apesar das mudanças nos boxes - que foram recuados para a reta principal -, paddock, na segunda curva do circuito original adicionando um S; e mais a frente, após a longa reta que levava a "Marlboro Country/ Rothmans Rise" uma parte sinuosa que passava no circuito para cavalos, a pista de Sandown passou a computar 3,878 Km no traçado que passou a ser chamado International. Apesar das intenções em levar a Fórmula-1 para lá, o estado de Victoria deu de ombros para essa candidatura e o primeiro GP da Fórmula-1 em terras australianas aconteceria em Adelaide, mas apenas para o ano de 1985. 

Apesar deste desaire, a guarda não foi baixada e o LCCA deu um contragolpe ao trazer para suas trincheiras o desfecho do World Sportscar de 1984 que se encontrava com o Campeonato de Pilotos em aberto entre os alemães Stefan Bellof e Jochen Mass. O contrato era de três anos.

Dessa forma, o Mundial de Sportscar passava a ser o primeiro Campeonato Mundial da FIA em solo australiano. 


Conhecidos conterrâneos

Jacky Brabham e Johnny Dumfries compatilharam o Porsche 956 GTi #56 nas cores da Rothmans
(Foto: Motorsport Images)


Após a sua aposentadoria da Fórmula-1 ao final de 1970, Jack Brabham apareceu em algumas provas esporádicas e eventos. Uma bem conhecida é o desafio entre ele e Juan Manuel Fangio ali mesmo em Sandown Park antes do GP da Austrália de 1978, com "El Penta" à bordo do Mercedes W196 e Jack Brabham com o seu Brabham Repco, do qual conquistou o tricampeonato em 1966.

Além do velho "Black Jack", os australianos veriam em ação Vern Schuppan e Alan Jones, o campeão mundial de 1980. Á disposição deles, a Porsche Rothmans inscreveu mais dois 956 que foram conduzidos por Alan Jones/ Vern Schuppan (#3) e Jack Brabham/ Johnny Dumfries (#56) - este último ficando aos cuidados da equipe de Richard Lloyd. O #56 levou uma câmera onboard.

Jack Brabham estava bastante animado naquele circuito onde vencera a primeira prova realizada em Sandown 22 anos antes, destacando a potência do Porsche 956 e a chance em pilotar: “É certamente muito mais rápido do que qualquer coisa que já dirigi antes. É a primeira vez que dirijo um carro com efeito de solo também, o que é muito interessante. Li muito sobre os Porsches e a oportunidade agora de dirigir um e ver como ele é é muito, muito boa.” 

Alan Jones também mostrou entusiasmo em ver a Austrália receber uma prova daquele porte: "É fantástico ver um evento de campeonato mundial aqui na Austrália", refletiu um Jones otimista. "Isso significa que não preciso viajar para tão longe de casa para estar nele para competir".

Além das duas grandes estrelas do motorsport australiano, outros também marcaram presença: a FIA permitiu a inclusão dos carros de turismo que competiam na Australian GT  (Grupo B Sports Sedans e Grupo D GT cars) e nos Sportscar (Grupo A). 

Cinco carros compuseram a classe "Australian Cars":

62 - JPS Team BMW - BMW 320 GT - Jim Richards/ Tony Longhurst

63 - P.F Motor Racing P/L - Mercedes Benz 450 CSL Turbo - Bryan Thompson/ Brad Jones

64 - Re-Car Racring Pty Ltd - Chevrolet Monza - Allan Grice/ Dick Johnson

65 - Jeff Harris - J.W.S - Jeff Harris/ Ray Hanger

66 - BAP Romano Racing - Romando Cosworth - Bap Romano/ Alfredo Costanzo

Além destes, outros pilotos australianos estavam espalhados nas demais classes. 

O Porsche 956 GTi da Richard Lloyd de Jack Brabham/ Johnny Dumfries
(Foto: Alamy)


O Porsche 956 da Rothmans Porsche conduzido por Alan Jones/ Vern Schuppan
(Foto: Autopics)


Alfredo Costanzo, um dos grandes pilotos australianos, esteve presente junto de Bap Romano, que alinhou o seu Romano WE84 Ford Cosworth para a prova


Outro carro que chamou bastante atenção foi este Mercedes Benz 450SLC Turbo, conduzido por Bryan
Thompson/ Brad Jones


Todos os olhares para a decisão

Os Porsches 956 no grid para os 1000km de Fuji, nona etapa
(Foto: Porsche AG)


Para quem estuda o automobilismo sabe que a Alemanha foi uma grande potência nos anos 1930, tanto em relação à pilotos quanto à equipe (especialmente Mercedes Benz e Auto Union) cravando um domínio quase inabalável naquele período. 

Os anos 1950 viram o ressurgimento da Mercedes Benz nas competições, mas de uma forma rápida, já que a tragédia de Le Mans 1955 acabou forçando a retirada da equipe de competições. 

Mais tarde a aparição do aristocrata Wolfgang Von Trips no final dos anos 1950 indicava que a Alemanha, agora, tinha um piloto de primeira linha. E isso poderia muito bem ter acontecido em 1961 quando ele estava na luta pelo título daquele ano contra seu companheiro de Ferrari Phil Hill. Infelizmente a oportunidade de se tornar o primeiro alemão campeão mundial de automobilismo encontrou o trágico desfecho na segunda volta do GP da Itália em Monza, ao se enroscar com o Lotus de Jim Clark e ser arremessado em direção ao público na parte final da reta que antecede a Parabólica. 

Agora, 23 anos depois, a Alemanha voltava a ter a oportunidade de ter um piloto local campeão do mundo. Jochen Mass e Stefan Bellof, cada um em seus Porsche 956 nas cores da Rothmans, eram os únicos que podiam chegar a essa conquista. 

Bellof era o "Golden Boy" germânico, com boas campanhas nos fórmulas e principalmente nos protótipos, onde conseguiu um destaque ímpar ao andar no mesmo time - ou até mais - do que senhores consagrados dessa disciplina como Jacky Ickx, Derek Bell, Henri Pescarolo, Hans Joachim Stuck e outros. Era sabido de sua enorme capacidade em extrair o máximo daquele Porsche 956 e suas falas ao chegar para aquela derradeira etapa, mostrava a sua tenacidade: “Venho para a Austrália para vencer esta corrida junto com Derek e a chance é boa. Permanecemos na pole position, mas é uma corrida de 1000 km e é uma longa distância. Temos muitos carros mais lentos aqui e, portanto, temos que ir com muito cuidado.”, comentou Stefan logo após a obtenção da Pole Position em Sandown.

Ao seu lado, Jochen Mass possuía a experiência e agora tinha a oportunidade de conquistar seu primeiro título no motorsport, mas sabia que a chance de bater Bellof era bem díficil: “É particularmente desagradável para mim, porque eu só posso vencer, e se Bellof chegar em segundo, ele ainda vencerá.”. Para esta corrida final, ele e Jacky Ickx conquistaram a segunda posição, ficando ao lado do pole Bellf/ Bell.

Essa prova não teve a presença da Lancia, que havia vencido a prova de Kyalami. Com o Campeonato de Marcas já definido e sem ter nenhum de seus pilotos na disputa pelo Mundial de Pilotos, a equipe decidiu não enviar seus LC2 para Sandown.

Essa prova contou com a presença feminina: à bordo de um Gebhardt JC842-BMW #73 para Margie Smith-Haas/ Sue Ransom/ Cathy Muller. Elas abandonaram a prova na 95ª volta com problemas na suspensão.

Abaixo a lista com os 29 inscritos para a Sandown 1000, realizada no dia 2 de dezembro de 1984


A corrida

A volta de apresentação para os 1000km de Sandown Park, com o Porsche #1 liderando o #2 e o #3.
Provavelmente o #2 deve ter se atrasado, permitindo o avanço do #1 na saída


A pole position na geral ficou para o Porsche 956 #2 de Bellof/ Bell com o jovem alemão estabelecendo a marca de 1'31''600, se redimindo de uma acidente na sexta-feira quando bateu o Porsche e danificou a suspensão traseira. No Grupo C2 a pole ficou para o Tiga GC84 Ford #70 de Gordon Spice/ Neil Crang (Jim Trueman não competiu) com o tempo de 1'38''000; o Lola T600 #131 de Jim Cook/ Chuck Kendall/ Peter Fitzgerlad foi o pole na IMSA GTP com o tempo de 1'39''500; e no Grupo B o BMW M1 #106 de Helmut Gall/ Altfrid Heger ficou com a posição de honra ao marcar 1'50''00. 

A largada foi um presente momentâneo para a torcida australiana que viu Alan Jones pular de terceiro para primeiro, conseguindo ficar na primeira posição naquela volta inicial, mas Stefan Bellof recuperaria a ponta ao final daquela. Jochen Mass teria uma dificuldade a mais quando acabou rodando numa mancha de óleo e caiu para 15º. 

Enquanto a corrida estava tranquila para Bellof, os demais tinham trabalhos mais puxados: Jones precisou usar de todas táticas possíveis para segurar o Porsche 956 #33 da Skoal Bandit conduzido por Thierry Boutsen, mas perderia a segunda posição voltas depois. Outras disputas pelas demais posições, como a de Jan Lammers (Porsche 956i #14) contra os Porsches #11 de Manfred Winkelhock e #7 de Klaus Ludwig.

As paradas de box mudaram um pouco o panorâma: Bellof entregou o #2 para Derek Bell na liderança, mas essa posição seria tomada por David Hobbs quando este assumiu o comando do #33 que já havia tomado de volta a segunda posição do #1 - este que fizera uma ótima prova de recuperação pelas mãos de Jochen Mass e que agora estava sob os cuidados de Jacky Ickx, ocupando a terceira posição - quando o Safety Car saiu da pista após uma breve intervenção por conta do acidente do URD #90 de Jens Whinter. 

O Porsche 956 #33 da John Fitzpatrick Racing: foi o único a dar combate aos Porsche de fábrica
(Foto: Motorsport Images)


Com mais paradas e agora com Bellof e Boutsen assumindo seus respectivos Porsches, o duelo das duas jovens estrelas foi um dos pontos altos da corrida, com os dois entrando numa disputa acirradíssima e que seria vencida por Stefan mais adiante. Neste momento uma situação já deflagrada algumas voltas antes, foi a condição do asfalto que começou a se desfazer em algumas partes e isso passou afetar não apenas as condições de aderência, mas também causando uma série de furos de pneus. 

Nessa toada de furos que passaram a acontecer de forma corriqueira, o azar se implantou no Porsche #14 da GTi Engineering que teve um total de 12 paradas de box que não estavam no cronograma, causadas justamente pelos furos. Outra dupla que teve seus azares, complicando ainda mais o cenário já dificil, foi do Porsche #1 que teve um total de seis furos. Ao final da corrida, a Dunlop divulgou um total de 59 furos durante toda a prova.

O azar abateu sobre o Porsche #33 da Skoal Bandit, justamente o único a dar trabalho para os Porsche Rothmans nessa edição, especialmento o #2, quando o problema elétrico forçou a retirada do belo carro verde e branco na volta 171. Dessa forma, o sofrível Porsche #1 de Ickx/ Mass, com três voltas de atraso para o Porsche #2, assumia a segunda posição e o outro Porsche tão azarado quanto, o de #14 de Jonathan Palmer/ Jan Lammers, subiu para terceiro. 

(Foto: Motorsport Images)
A corrida ficou assim até o desfecho na volta 206, muito abaixo das 259 programadas, quando esta
atingiu as 6 horas regulamentares caso não chegasse aos 1000km. Dessa forma, Stefan Bellof, tornava-se o novo Campeão do Mundo de Pilotos de Endurance com 138 pontos contra 127 de Jochen Mass. Derek Bell foi quem conduziu o Porsche #2 na fase final e ajudou seu companheiro a chegar ao título, que também poderia ter sido seu caso não tivesse priorizado a IMSA naquele período. Mas o veterano inglês não lamentou: 
"Ganhei com Al Holbert na América cinco corridas este ano, e com Stefan ganhei quatro", destacou Bell que ainda completou "Foi meu ano mais agradável de corrida porque corri muito com o melhor carro do mundo."

Stefan Bellof, agora como Campeão do Mundo, também agradeceu a todos pela jornada vitoriosa: “Tenho que agradecer aos mecânicos e também ao Derek, ele fez seu trabalho muito bem e me ajudou a ganhar este título”. Vinte e três anos depois da quase conquista de Von Trips e dez anos antes do título de Michael Schumacher, Bellof tornara-se o primeiro alemão Campeão Mundial no automobilismo. 

Nas demais classes, Gordon Spice/ Neil Crang venceram na C2 com o Tiga #70; Jim Richards/ Tony Longhurst levaram o BMW 320i #62 a vitória na classe Australian Cars; o BMW M1 #106 de Helmut Gall/ Altfrid Heger venceu no Grupo B. 

Para os campeões australianos, a corrida acabou sendo bem discreta: Jones, junto de Vern Schuppan, fechou em oitavo após enfrentar problemas mecânicos e também furos nos pneus. O veterano de guerra Jack Brabham, junto do novato Johnny Dumfries, não completaram a prova. 

Apesar da corrida tenha sido muito boa pelo lado esportivo, as coisas não foram das melhores na parte financeira. A LCCA esperava um número de 40.000 espectadores para essa etapa, porém não chegou mal aos 13.800 - enquanto algumas partes indicavam que poderiam ter ficado abaixo dos 10.000 espectadores. Mas o erros operacionais em não ter fechado um acordo com uma grande patrocinadora e também não ter uma TV para a transmissão da corrida - que foi fechada em cima da hora com a ABC assumindo a função - foi um dos pontos levados para este fracasso; isso sem contar com a data sendo marcada no mesmo dia de dois grandes eventos esportivos na Austrália, onde os principais canais de TV estavam engajados: o Aberto da Austrália em Melbourne (que foi transmitido pela Seven Network) e uma partida de Críquete entre Victoria e as Índias Ocidentais, também em Melbourne (transmitido pelo Canal 9). Além destes eventos esportivos, adiciona o fato da eleição australiana ter acontecido no mesmo dia (este sendo acompanhado pelo Canal 10), o que complicou bastante o acordo para que algum canal pudesse assumir a retransmissão para o exterior. Todo essa pacote de desastres contribuiu para que o prejuízo financeiro do Light Car Club of Australia girasse em torno dos 300.000 e/ou 500.000. O maior problema é que não aprenderam com a lição e em 1988 organizaram uma prova de 360km ali mesmo em Sandown Park que foi de igual fracasso, destruindo de vez o Clube.


Os Porsches na Princes Highway

A foto que tornou-se um clássico dos anos 1980: a trinca de Porsche 956 na Princes Highway
(Foto: Porsche Cars Australia)


Bem, hoje em dia este tipo de ação é bem comum, ao levar carros de corridas para um desfile pelas ruas da cidade que vai receber o evento. É uma ótima forma de mostrar aquelas máquinas para o público e atiçar a curiosidade para que possam conferir um pouco mais destes no autódromo. Mas ali, na metade dos anos 1980, não era uma prática tão comum. 

Allan Hamilton foi um piloto australiano que construiu sua carreira pilotando Porsches nos anos 1960 e 1970. Ele fundou a Porsche Cars Australia no decorrer dos anos e para aquela etapa do World Sportscar Championship de 1984 os três carros oficiais da Rothmans Porsche ficaram por lá na quinta-feira que antecedeu o fim de semana da prova após um treino para reconhecimento do circuito. 

Mas na manhã de sexta-feira, bem antes do inicio das atividades oficiais, os três Porsche 956 #1, #2 e #3 foram levados rodando pela Princes Highway, uma das principais avenidas da Noble Park, subúrbio de Melbourne, para o circuito de Sandown Park. Com a oficina ficando à 5km de distância, a ideia de Allan foi justamente em chamar a atenção e promover a prova - algo muito mais inteligente que a turma do LCCA. 

O fotógrafo Tony Johns estava nessa empreitada e relatou o acontecido: 

(Foto: Tony Johns)


“Marque uma boa postagem, mais algumas fotos daquele fim de semana. Eu fui um dos três sortudos membros da equipe a pegar uma carona naquela manhã!”

(Foto: Porsche Cars Australia)
“O que aconteceu foi que os três carros foram levados de volta após o treino de quinta-feira para uma função realizada na sede da Porsche Cars Austrália, e na manhã de sexta-feira foram levados
de volta ao circuito pelos mecânicos. Minha foto (acima) mostra Roger Watts subindo e a seção do nariz sendo encaixada após cruzar a sarjeta.”

“Um vizinho reclamou com a polícia, que veio e esperou o dia todo para pegá-los retornando, mas isso nunca aconteceu. Após a vitória e o campeonato mundial, os carros foram transportados de caminhão para Tullamarine e enviados de avião de volta para a Alemanha.”

“Allan recebeu todas as equipes no Noble Park, mas os Porsche de fábrica foram preparados em sua própria oficina de corrida.”

Apesar dos pesares, essa corrida em Sandown Park colocou a Austrália de volta no mapa dos grandes centros. Em um ano eles estavam recebendo o GP da Austrália na sempre festiva Adelaide - que nunca deixou de ofererer uma corrida modorrenta em suas 11 edições recebendo a Fórmula-1 (1985-1995) e mais tarde era a vez da Indycar invadir o belo traçado de Surfer's Paradise à beira mar para ótimas corridas. 

E sobre Stefan Bellof, essa conquista era um belo cartão de visitas para aquele que muitos apostavam ser um futuro campeão mundial de Fórmula-1. 

Vai saber o que teria sido dele caso não tivesse desafiado Jacky Ickx em Spa 1985.

domingo, 21 de abril de 2019

Foto 754: GP de Portugal, 1985







A segunda etapa do mundial de 1985 foi disputada em Estoril, no segundo GP de Portugal disputado em exatos seis  meses, onde o tempo fora bem diferente daquele ensolarado GP português que decidiu o mundial de 1984 à favor de Niki Lauda.
Num aguaceiro digno da versão biblica, Ayrton Senna chegou a sua primeira vitória na categoria após ter feito a pole pole position e com direito a fazer a melhor volta e liderar todas as voltas, isso sem contar na enorme vantagem que chegou para Michele Alboreto (Ferrari) com mais de um minuto de vantagem e para os demais com mais uma volta de vantagem. Foi de arrancar elogios e comparações com Jim Clark. Stefan Bellof foi outro que mais uma vez mostrou – ou confirmou apenas – a suas qualidades em pista molhada ao levar a Tyrrell Cosworth ao sexto lugar ao fazer praticamente toda corrida sem as asas dianteiras, que foram arrancadas num enrosco com Manfred Winkelhock na quinta volta. Eddie Cheever (Alfa Romeo), foi outro que teve uma grande apresentação em Estoril ao largar dos boxes e chegar ao oitavo lugar após nove voltas. Acabou abandonando na volta 36 (motor) quando estava em oitavo depois que fizera outra corrida de recupeção, já que teve de trocar uma vela.
Essa vitória de Senna representou a primeira de um Lotus projetado por Gerard Ducarouge, uma vez que o projetista francês assumira a prancheta da equipe inglesa em 1983; esse GP marcou a estréia de Stefan Johansson na Ferrari em substituição a René Arnoux, que foi despedido no intervalo do GP do Brasil e de Portugal.
Hoje completa 34 anos.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Foto 708: Jacarepaguá, 1984





É sempre bom rever fotos do velho Jacarepaguá, principalmente com a Fórmula-1 usando e abusando do saudoso circuito nas suas costumeiras aberturas de campeonatos - isso sem contar dos testes de pré-temporada que aconteciam semanas antes - dos anos 80, que tornou-se uma marca registrada.
Nas fotos que acompanham o post, são da abertura do Mundial de 1984 no já distante dia de 25 de março. Uma torcida depositando confiança em Nelson Piquet e saudando o novo recruta Ayrton Senna; a largada que teve Alboreto (Ferrari) e De Angelis (Lotus) comando a primeira fila italiana, mas apenas com o ferrarista segurando a posição; o duelo dos novatos Stefan Bellof (Tyrrell), Senna (Toleman) e Martin Brundle (Tyrrell), com este último tendo melhor sorte ao completar a prova em sexto; um esfuziante Alain Prost vencendo seu primeiro GP pela McLaren no seu retorno a equipe e o pódio com o francês, De Angelis e Keke Rosberg ao fundo.
Hoje completa exatos 35 anos.

Fotos: Motorsport Images

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Video: O encontro de gerações

Nas últimas 24 Horas de Nurburgring, realizadas entre os dias 10-13 de maio, a Porsche levou suas jóias ao mítico traçado do Nordschleife para uma volta de exibiçao: o lendário Porsche 956 com as cores da Rothmans, que detém o fabuloso recorde de 6'11'13 feito por Stefan Bellof em 1983, e o 919 Hybrid EVO, que está a tomar o seu lugar no panteão dos Porsches e que recentemente estabeleceu o novo recorde do circuito de Spa-Francorchamps (1'41''770) com Neel Jani ao volante.
Hans Stuck e Jani estiveram ao volante dos dois carros respectivamente e a Porsche resolveu fazer uma dupla homenagem aos carros e claro, aos recordes nestes dois lugares fabulosos. Especialmente em Nurburgring, onde a marca de Bellof completou exatos trinta e cinco anos no último 28 de maio.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Foto 638: SEGA

Ficou bem bonito... O Porsche 956B da Kremmer Racing, com o patrocínio da SEGA,  pilotado por Manfred Winkelhock e Rusty French, durante os 1000km de Sandown Park de 1984. A dupla fechou em quinto no geral.
A vitória ficou com o Porsche 956 da Porsche Rothmans, conduzido por Stefan Bellof e Derek Bell.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Foto 533: Alguns pensamentos sobre Stefan Bellof

(Foto: Dale Kistemaker/Poetic of Speed)

Existe uma aura em torno do nome e imagem de Stefan Bellof nestes últimos trinta anos. As marcas alcançadas por este alemão até a idade de 27 anos queira nas categorias de base, queira no World Sportscar Championship, onde a sua estrela brilhou intensamente e que serviu de base para a sua projeção para o mundo do motorsport, nos dá o total entendimento deste frisson que ainda resiste aos dias atuais. O seu precoce desaparecimento num dos trechos mais temíveis do esporte a motor, a Eau Rouge, quando resolveu desafiar Jacky Ickx numa manobra ousada e arriscada, ainda rende discussões sobre a sua coragem ou loucura em tentar efetuar algo que hoje, devido um pouco mais de juízo dos atuais competidores, tem sido feito com total sucesso, mas que ainda sim gera aquele frio na espinha só de ver a imagem.

Nestas três décadas de sua morte, o nome de Bellof ganhou o mesmo status de outros competidores que deixaram as pistas cedo demais e, devido a essas circunstâncias, geram muitas imaginações do que poderiam ter sido. Jovens pilotos como Guy Moll e Bernd Rosemeyer – anos trinta –, Ricardo Rodriguez – anos 60 –, Tony Brise e Tom Pryce – anos 70 – Gilles Villeneuve – anos 80 – só para citar alguns, geram muita curiosidade do que poderiam ter alcançado caso tivessem sobrevivido, num momento em que as suas carreiras começavam a florescer. Os sucessos alcançados pela Porsche no WSC no inicio dos anos 80, incluindo a sua fabulosa volta em Nurburgring no ano de 1983, naquela que foi a última aparição dos protótipos no colossal traçado, ainda rende admiração por ser o recorde oficial da pista alemã. O título mundial na categoria, conquistado em 1984, ainda sob os serviços da Porsche, coroou o talento que tão bem havia mostrado no ano anterior, ao desafiar senhores do calibre de um Jacky Ickx, Derek Bell, Hans Joachim Stuck e outros. Mas o seu desempenho na Fórmula-1, especialmente em Mônaco 1984 e Portugal 1985, em condições adversas, que é onde os pilotos mostram suas armas, é que deu ao piloto nascido em Giessen o status de grande promessa.

Mas Bellof teria chegado ao olimpo na categoria máxima? Difícil de saber... É claro que os pensamentos é que ele tivesse chegado a um título mundial, talvez, quem sabe, pela Ferrari, com quem estava apalavrado para a temporada de 1986. Mas a impressão é que, além de travar ótimos duelos com os grandes daquela época na F1, Bellof atingisse um nível parecido ou maior até mesmo que o alcançado por Gilles Villeneuve. Pelos depoimentos de pessoas que conviveram com ele, a sua personalidade era bem parecida com a do piloto canadense: extrovertido, leal e destemido, uma mistura que cativava muito Enzo Ferrari, que viveu numa época em que os pilotos tinham a áurea de heróis e a coragem indubitável ao volante de carros sem nenhuma segurança, talhavam a imagem de semideuses pelo público. Olhando por esta ótica e analisando a carreira de Stefan desde as categorias menores, passando pelo endurance até chegar na F1, não seria de estranhar o que ele poderia ter feito com aqueles carros vermelhos. A paixão que os tiffosi teriam por ele, seria algo estratosférico e até mesmo os não tiffosi o amariam imensamente.

A certeza que fica após trinta anos de seu desaparecimento, é que Bellof teria sido um dos grandes da F1 e mesmo que o título mundial não viesse, a sua imagem seria eternizada de qualquer forma. A sua morte em Spa-Francorchamps, num ano triste para a competição, que perdera Manfred Winkelhock semanas antes na etapa de Mosport, serviu apenas para que todos seus feitos ficassem ainda mais encravados na história. Seu desaparecimento foi um duro golpe para o automobilismo alemão. E para os amantes do motorsport também.     

terça-feira, 28 de abril de 2015

Foto 505: Estreantes

Talvez a única foto dos três estreantes de 1984 juntos. Stefan Bellof travando o que pode para segurar os ataques de Ayrton Senna, enquanto que os dois são "observados" por Martin Brundle durante o GP do Brasil.
Stefan e Ayrton não completaram a corrida abandonando nas voltas 11 e 8, respectivamente. Brundle teve melhor sorte, ao chegar em sexto. 

segunda-feira, 30 de março de 2015

Foto 495: Uma bela homenagem

E pelo jeito vai rolar uma homenagem bem legal a Stefan Bellof, durante as 6 Horas de Spa no dia 2 de maio.
Timo Bernhard, piloto da Porsche, é quem vai homenagear o piloto alemão e fotos do capacete foram divulgadas em sua conta no Twitter.
Se acontecer, será uma homenagem e tanto para Stefan Bellof que completará trinta anos de falecido neste 2015.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Foto 388: E se...

Em mais um ano que é lembrado do seu desaparecimento - o 29º -, é impossível não fazer uma reflexão do que teria sido de Stefan Bellof no automobilismo, em especial na F1, onde a sua carreira começava a alçar vôos mais altos.
 
Stefan é mais daqueles que teve a vida interrompida abruptamente no certo momento em que ela aflorava aos olhos dos homens do motorsport e fãs. Assim como outros pilotos do naipe de Roger Williamson, Tony Brise, Tom Pryce, Gunnar Nilsson, Gilles Villeneuve, Lorenzo Bandini e outros tantos, o falecimento precoce fez com que todos que o admiravam pensar o que poderia ter alcançado. Teria vencido corridas, duelado contra os grandes daquela época e até mesmo chegado a títulos.

Tomando partido de que ele pudesse já correr pela Ferrari em 1986 e do que a equipe italiana fez nos anos seguintes, creio que Bellof teria ganho corridas, mas dificilmente teria chances reais de títulos devido a instabilidade técnica da Ferrari - o que é historicamente normal naqueles lados. 

Mas ao mesmo tempo teria conquistado os Tiffosi - e até mesmo os não torcedores da Ferrari - devido a sua pilotagem agressiva e vistosa, o que faria os torcedores adotarem-no como o "novo" Gilles Villeneuve. E isso também teria conquistado o velho Commendatore, que tinha apreço por pilotos destemidos como aqueles de épocas heróicas de Nuvolari, Varzi, Moll... Talvez Bellof, caso extendesse a sua relação com a Ferrari, poderia ter discutido o título de 1990. Quem sabe...

Se não conseguisse o sucesso na F1, no Endurance teria sido um dos reis - como ele era antes e durante a sua estadia na F1 - e poderia ter colecionado mais vitórias e títulos.
 
A verdade é que onde Bellof tivesse corrido, teria feito sucesso. E certamente teria sido um dos gigantes da história do motorsport.
Mas infelizmente ficaremos apenas com essas hipóteses para sempre.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Foto 368: 1000Km de Nurburgring, 1984

O cartaz comemorativo da Porsche pela vitória de Stefan Bellof/ Derek Bell nos 1000Km de Nurburgring de 1984, que foi disputado no moderníssimo circuito de Nurburgring. A vitória que escapara no ano anterior no lendário Nordscheleif, tinha chegado.
Essa foi a corrida que contou com a única participação de Ayrton Senna numa prova de Endurance: dividindo o Porsche 956 da New Man com Stefan Johansson e o mestre Henri Pescorolo, o trio garantiu um honroso 8° lugar após inúmeros problemas.

domingo, 13 de julho de 2014

Foto 366: Stefan Bellof, Nurburgring 1983

O acidente que custou uma vitória. A foto é de Stefan Bellof que acabara de bater sua Porsche 962 na veloz - e perigosa - Pflanzgarten durante os 1000km de Nurburgring de 1983.
O piloto alemão estava estava num nível acima doa demais naquele final de semana: além da volta mais veloz do velho Nurburgring para obtenção da pole (6'11"13), ele também cravara a melhor volta da corrida em 6'25"91. Daí veio o acidente...

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Foto 362: Smoke on the water

Uma batalha entre tabacos. O Porsche 956 #8 nas cores da Marlboro de Bob Wollek/ Stefan Johansson sendo perseguido pelo Porsche 956 #2 Rothmans de Derek Bell/ Stefan Bellof durante os 1000km de Brands Hatch de 1983, prova que foi válida pelo Europeu de Endurance.
Wollek/ Johansson terminaram em 6o, enquanto que Bell/ Bellof fecharam em terceiro. A prova foi vencida por outro Porsche 956 da dupla Derek Warwick/ John Fitzpatrick.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Foto 335: Bellof, Mônaco 1984

Mais uma das belas fotos de Dale Kistemaker, diretamente do seu ótimo blog "Poetics Of Speed". Aqui, Stafan Bellof contornando a "Rascasse" em Mônaco, no famoso GP de 1984.
Segundo o próprio Kistemaker, ele achou esta foto num rolo de filme que estava perdido em algum canto da sua casa onde estava registrado essa bela foto de Stefan.
Como disse Dale, "Bellof era como um relâmpago cortando a tempestade" naquela tarde em Monte Carlo. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Foto 288: DRM

Essas fotos tiradas na antiga reta do velho Nurburgring são de uma beleza incomensurável. Neste instantâneo, tirada durante a terceira etapa do DRM (Deutsche Rennsport Meisterschaft) de 1982, os carros de Jürgen Hamelmann (URD C81 BMW #12), Klaus Niedzwiedz (Ford Capri Turbo #3) e Dieter Schornstein (Porsche 935J) dividem a freada para entrada da primeira curva do mítico circuito alemão. A vitória ficou com Niedzwiedz, seguido por Rolf Stommelen (Porsche 935J) e Klaus Ludwig (Ford Capri Turbo).
O DRM foi formado em 1972 contando com duas classes (Divisão 1 para carros de 2 e 4 Litros; Divisão 2 para carros abaixo de dois litros). Em sua totalidade foram 14 campeonatos disputados - 1972 à 1985 - e neste período nove pilotos foram campeões, sendo que Hans Heyer foi quem mais venceu com três títulos (1975, 76 e 80). Dos famosos ex-pilotos de F1, Hans Joachim Stuck (1972), Stefan Bellof (1984) e Jochen Mass (1985) foram campeões do certame. Entre as equipes, a Zakspeed foi quem mais levou títulos (6) e entre os fabricantes a Ford venceu seis campeonatos - todos eles com a Zakspeed - utilizando os modelos Capri RS (1972 e 1981) e Escort (1973, 74, 75 e 76).
Em 1985 foi o último campeonato do DRM que já tinha o mesmo prestígio de antes, sendo que as suas corridas, em boa parte, eram realizadas junto da Interseries.
A DTM, que já estava com um campeonato em franca ascensão desde 1984, acabou por substituir o DRM. Curiosamente o DTM fez parte do DRM em 1979, mas com o nome de Rennsport Trophäe que nada mais era que um campeonato para carros de série. As duas categorias foram separadas exatamente em 1984, com o Rennsport Trophäe tornando-se DPM (Deutschen Produktionswagen Meisterschaft) e mais tarde DTM (Deutsche Tourenwagen Meisterschaft). 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Foto 204: Stefan Bellof, 30 anos atrás

Bellof e sua lendária volta no Inferno Verde
Uma só volta e Bang!: 6'11''13 melhor volta que rendeu a pole para a dupla Stefan Bellof e Derek Bell no velho Nurburgring. Mas não foi apenas uma melhor volta, este foi o tempo que até hoje é referência no Inferno Verde: Stefan Bellof, ao volante do belo Porsche 956 nas cores da Rothmans do Team Porsche Racing International, cravou esta marca que se tornou o recorde oficial no Nordscheife há exatos trinta anos.
Na ocasião esse tempo foi alcançado pelo piloto alemão no classificatório para os 1000Km de Nurburgring, 3ª etapa do Mundial de Sport Prototipos e também do Europeu de Endurance e a média horária alcançada foi de 202Km/h. A volta de Bellof foi tão superior que a outra dupla da Porsche Racing International, Jochen Mass e Jacky Ickx, foram seis segundos mais lentos.
Apesar de Bellof/ Bell não terem vencido a prova - esta honra foi de Mass/ Ickx - devido um abandono na volta 19 por conta de um acidente -, Stefan ainda teve tempo de cravar outro recorde: ele fez a melhor volta naquele circuito com o tempo de 6'25''910, numa média de 194.333 Km/h.
Esta foi a última vez que o Nordscheleife recebeu os carros do Sport Prototipos no seu velho traçado. A partir de 1984 os 1000Km foi realizado no novo circuito.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Foto 203: Chuva

E a previsão do tempo para o final de semana do GP de Mônaco não indica possibilidade de chuva. Mas uma chuva leve, apenas para embaralhar as estratégias das equipes, seria bem vinda no Principado. Quem não se lembra dos GPs de 1984, 96, 97, 2008 onde a chuva deu as caras e transformou a corrida de possivelmente chata para uma extremamente espetacular?
Na foto acima, Alain Prost e sua Mclaren MP4/2 durante o GP de 1984 que serviu para revelar o talento de dois jovens: Senna e Bellof.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Foto 176: Skoal Bandit

Thierry Boutsen com o Porsche 956B do Team Skoal Bandit durante os treinos para os 1000Km de Sandown, disputado em 2 de dezembro de 1984. O destaque nessa foto é a asa usada sobre o capô do 956B, que servia para melhorar o downforce e diminuir o arrasto.
A prova foi vencida por Stefan Bellof e Derek Bell, que estavam ao volante do Porsche 956 do Team Rothmans Porsche. Jochen Mass e Jack Ickx (Team Rothmans Porsche) terminaram em segundo e Jonathan Palmer, juntamente com Jan Lammers, dividindo um Porsche 956 da GTI Engineering, acabaram em terceiro.
Os carros da Skoal Bandit não foram tão bem: Franz Konrad e Ruppert Keegan terminaram em nono e o outro carro, pilotado por Thierry Boutsen e David Hobbs, abandonaram na volta 171 por problemas mecânicos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Documentário: Stefan Bellof - Uma carreira inacabada

Documentário sobre a curta carreira de Stefan Bellof exibida pela TV alemã ARD em 1986, contando seus dias desde o Kart, passando pelo mundo dos Sport Prototipos e sua curta participação na F1. Infelizmente os vídeos não tem nenhuma legenda em inglês, o que já facilitaria para muitos.

sábado, 1 de setembro de 2012

Foto 113: Bellof, 27 anos atrás

A largada dos 1000 Km de Spa-Francorchamps de 1985. Bellof é o terceiro colocado,
logo atrás da Lancia LC1.
(Foto: Sutton Images)
E o homem que todos acreditavam que levaria um dia a Alemanha ao primeiro título mundial na Fórmula-1, completa hoje 27 anos que morreu nos 1000 Km de Spa-Francorchamps quando desafiava Jacky Ickx na entrada da Eau Rouge. Stefan Bellof tinha 27 anos de idade.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Foto 75: Soberbo

E debaixo daquele aguaceiro de Mônaco, 1984, não foi apenas Ayrton que mostrou ao mundo que sabia andar sobre água: Stefan Bellof estava formidavelmente rápido naquela prova e, talvez, passasse por Senna e Prost e venceria a corrida monegasca. Mas a bandeira vermelha acabou com esta chance e mais tarde a Tyrrell perderia todos os resultados daquele campeonato, por ter usado combustível com alto teor de chumbo.
Mas Bellof tinha dado o seu cartão de visitas.

FOTO: Motorsport Retro

Foto 1043 - Stefan Bellof, Sandown Park 1984

  Stefan Bellof: o primeiro alemão Campeão Mundial (Foto: Facebook) Uma das principais lembranças quando é falado o nome de Stefan Bellof é ...