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terça-feira, 19 de março de 2024

4 Horas de Goiânia - Uma estreia e tanto para Renan Guerra e Marco Pisani

Um inicio promissor: Marco Pisani/ Renan Guerra vencendo na estreia deles com Ligier e na classe P1
(Foto: Bruno Terena)

O autódromo de Goiânia mostrou mais uma vez que é território restrito da Ligier. Desde a estréia do modelo JS P320 em 2022 através da equipe BTZ, que foi a pioneira em trazer o modelo LMP3 francês para cá, o protótipo perdeu apenas uma etapa. A forte adaptação ao local e também as altas temperaturas de Goiânia, rederam frutos impressionantes para um carro que tem crescido bastante no gosto dos pilotos e chefes de equipes, tanto que nesta etapa de abertura do Império Endurance Brasil outros três modelos fizeram seu debut: a Autlog trouxe um para o trio formado por André Moraes Jr/ Flavio Abrunhoza/ Leandro Ferrari; a novata Foresti Sport tem o seu que foi pilotado por Victor Foresti/ Lucas Foresti; e a KTF Sports com um destinado à Marco Pisani/ Renan Guerra que, assim como os outros que também estreariam com o modelo JS P320, eram oriundos da GT4 - isso sem contar no retorno do Ligier da equipe FTR conduzido por Claudio Ricci/ Fernando Poeta/ Andersom Toso, que voltam à categoria após o carro ter tido um incêndio na etapa de Cascavel ano passado. Juntando estes quatro ao outros dois Ligier, que já estão consagrados nas mãos da BTZ (que são os campeões da categoria com Gaetano Di Mauro/ Guilherme Bottura) e da AMattheis (Xandinho Negrão/ Marcos Gomes), o contingente de seis carros franceses para competir contra os AJR e Sigma, abrem uma ótima perspectiva de como será este campeonato de endurance. 

Os treinos livres deram uma tônica de como poderiam ser estes trabalhos, com Renan Guerra/ Marco Pisani conseguindo cravar o melhor tempo na quinta com o Ligier #31 e com uma ligeira diferença de 88 milésimo sobre o AJR #444 de Vicente Orige/ Sarim Carlesso e de 3 décimos sobre o outro AJR #35 de Pedro Queirolo/ David Muffato. Os demais treinos livres ainda mostraram bastante desse equilibrio, ainda que pese o domínio dos AJR: no segundo treino livre a melhor marca foi de Alexandre Finardi/ Nicolas Costa/ Pedro Maldi com o AJR #30 e no terceiro treino livre foi a vez do AJR #35 de David Muffato/ Pedro Queirolo assumirem a dianteira. 

Esse melhor tempo da dupla que estreou pela TMG Racing nesta temporada, após um bom tempo pela JLM Racing, foi um ótimo presságio para eles já que na qualificação a dupla do AJR #35 acabaria ficando com a pole. Foi um momento muito importante para Muffato e Queirolo, que estão iniciando essa nova jornada na nova equipe. “Estamos aliviados! Acho que fazia dois anos que não largávamos na pole position. Sofremos muito com problemas de motor nos últimos anos. Para começar em uma nova equipe é muito bom”, destacou Pedro Queirolo. 

Essa felicidade da dupla se converteria num inicio vertiginoso e convincente através do bom andamento do AJR #35 que abriu ótima vantagem já no início de prova sobre o AJR #444 de Orige/ Carlesso - que são da JLM Racing, antiga equipe de Muffato/ Queirolo. O carro não deu nenhum sinal de fraqueza, com ambos os pilotos conseguindo um bom ritmo em seus stints sem nunca deixar cair o rendimento mesmo com o forte calor. Infelizmente, num dos últimos pit-stops, o pneu traseiro esquerdo não teve a porca bem fixada e eles acabariam perdendo muito tempo no box, jogando fora a chance de vencer uma corrida que estavam em suas mãos. Para completar o pacote de azares,a porta do lado esquerdo não fechava, mas isso era o de menos: o período perdido ali foi crucial para que o melhor carro da prova não ficasse com a vitória. 

Este domínio do AJR #35 por quase toda a prova deixou bem claro que, para alguém sonhar com algo melhor, teria que torcer para que o carro tivesse algum problema. Com esse azar (mais um) de Muffato/ Queirolo, a corrida ficou em aberto para dois Ligier: Marcos Gomes/ Xandinho Negrão estiveram brilhantes nessa corrida com um ritmo muito forte, sendo a segunda dupla mais veloz da corrida, mas ficava claro que uma vitória era bem mais dificil por conta dos implacáveis Pedro Queirolo/ David Muffato. Com o problema destes, o caminho parecia aberto para a vitória, mas eles precisavam de um Splash & Go para completar a corrida e se isso fosse feito em Safety Car, a chance de ganhar era enorme, mas em bandeira verde, a situação tornaria-se irreversível. Esse SC nunca veio e eles precisaram entrar para a sua parada rápida para completar o tanque. A chance de Renan Guerra/ Marco Pisani no outro Ligier #31 tinha aparecido.

A corrida feita por Guerra/ Pisani foi brilhante também. Ao mesmo modo de seus outros dois rivais, eles estavam num ritmo muito bom com os dois pilotos, sendo que Renan conseguia poupar bastante o combustível e Pisani conseguia andar extremamente rápido quando era preciso. A boa economia feita por Guerra, aliado a ótima velocidade de Pisani, deu uma janela importante para eles já que não precisariam parar mais para um reabastecimento rápido no final da corrida. Pisani foi sensacional em sua condução no stint final, levando muito bem o carro a uma vitória importante ao lado do também brilhante Renan Guerra, que esteve espetacular quando tomava posse do Ligier. Pisani destacou bem essa inédita conquista deles na classe principal: “Inacreditável. Acho que ainda não caiu a ficha. A gente teve pouco tempo com o carro, mas contamos com o apoio da equipe (KTF Racing). O resultado aqui foi feito fora da pista. Foi 90% fora da pista e 10% na pista. É incrível sair da GT4 onde a gente toma 5, 7, 8 voltas dos protótipos. Fazer isso tudo com concorrentes de peso, pilotos sensacionais de primeira categoria… não tenho nem o que falar. Só quero agradecer”.

A segunda posição para o Ligier #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes pode ter soado como uma vitória para eles já que a classificação foi sofrível, mas ainda assim não foi tão satisfatório: “Foi um fim de semana com uma performance bem aquém do esperado, do que a gente tem de equipe e pilotos. Conseguimos ainda salvar um P2 super importante para o campeonato. A estratégia foi perfeita. Agora é trabalhar para voltar a 100% da nossa velocidade e disputar esse campeonato, que tem tudo para ser o mais competitivo da história da P1” destacou Marcos Gomes. O engenheiro da equipe, Guilherme Gonçalves, reforçou a ideia de melhorar muitos pontos que foram abaixo nessa etapa de abertura: “Certamente temos uma lista de coisas bem grande a fazer para a próxima etapa, principalmente do ponto de vista de performance do carro. Algumas mudanças que a gente decidiu fazer do ano passado para esse certamente não corresponderam e precisamos trabalhar para buscar mais performance”

Os demais Ligier tiveram diferentes destinos: enquanto que dois estavam na briga pela vitória, o #42 da Foresti Motorsport, com Lucas Foresti/ Victor Foresti, tinham terminado na quinta posição, mas acabaram levando dez voltas de acréscimo ao final da prova por não terem cumprido um procedimento numa das paradas de box. Inicialmente, com essa punição, cairiam para oitavo, mas acabaram entrando com recurso e a penalização foi retirada, voltando, assim, a quinta posição. Os Ligier das equipes BTZ e FTR abandonaram com problemas mecânicos.

A TechForce, que comanda as ações do Sigma G5 P1 #12, também enfrentou alguns percalços nessa etapa, mas a sua parte final foi forte o suficiente para garantir a terceira posição com o trio formado por Marcelo Vianna/ Christian Rocha/ Sergio Jimenez. O inicio da corrida para eles pareci bem forte, mas tiveram uma queda de performance que o fizeram despencar na classificação e, no decorrer da prova, ainda tiveram que lidar com o vazamento intenso de óleo do AJR #444 que sujou bastante o para-brisa do carro. O chefe da equipe e que também estava inscrito neste caso acontecesse algo com algum dos pilotos, Jindra Kraucher, falou sobre o desempenho da equipe nessa etapa: “O problema do óleo acabou com o stint do Marcelinho. Ainda por cima, quando o Christian assumiu para o seu stint, o Safety Car passava pela reta e ficamos presos mais uma volta na saída dos boxes. Mas eu diria que estava ruim e ficou bom. O carro estava perfeito, o Serginho [Jimenez] andou rápido e constante como sempre, o Christian que era novato fez um ótimo stint, muito constante e sem erros. Saímos satisfeitos de Goiânia e motivados para fazer melhor na próxima etapa”. O outro Sigma G5 P1 #11 da equipe FTR Motorsport, pilotado por Emilio Padron/ Fernando Ohashi/ Henrique Assunção, teve problemas na qualificação e fizeram uma boa prova de recuperação, conseguindo fechar na sexta colocação e vencendo na subclasse "P1 Legends"

Os AJR poderiam muito bem ter conseguido bons resultados com três dos quatro carros presentes, mas apenas o #35 de Muffato/ Queirolo é que teve a grande chance de vencer e que não aconteceu por motivos já citados mais acima. O #444 da JLM Racing de Orige/ Carlesso sofreram bastante com o vazamento de óleo - que gerou algumas reclamações de outros competidores - o que forçou algumas visitas a mais nos boxes para reposição de óleo; o AJR #30 da Power Imports, pilotado por Alexandre Finardi/ Nicolas Costa/ Pedro Maldi, teve um inicio bem promissor com o ritmo muito forte de Nicolas Costa, mas depois passaram a ter problemas no câmbio e em seguida com a asa traseira pra mais tarde abandonarem; o terceiro AJR, #26 da Mottin Racing de Adriano Baldo/ Gustavo Martins/ Oswaldo Sheer, tiveram problemas desde o inicio da corrida e abandonaram na volta 26 com problemas no motor.


Vitória para a Porsche na GT3 e GT4

Uma vitória tranquila na despedida do multi campeão 911 GT3 R
(Foto: Ricardo Saibro)


Essas duas classes ficaram bem esvaziadas devido aos problemas com os envios dos demais carros, que estava na Alemanha para revisão, não conseguirem chegar a tempo por conta da greve naquele país. Dessa forma, a classe GT3 se viu com apenas três carros - o Porsche 911 GT3 R #55 da Stuttgart Motorsport (Marcel Visconde/ Ricardo Mauricio/ Marçal Müller); o Mercedes AMGT GT3 #83 do Team RC com Maurizio Billi/ Marco Billi/ Max Wilson; e o outro Mercedes AMG GT3 #63 da Tech Force conduzido por Guilherme Ribas/ Sergio Ribas.

Nessa classe a vitória ficou para o Porsche #55 após uma prova tranquila que o trio, vencedor das Mil Milhas,  conseguiu manter sob controle e contou com problemas no Mercedes #83 que acabou abandonando na volta 103 quando Max Wilson estava no comando. A segunda posição ficou para o Mercedes #63. 

Os três pilotos do Porsche #55 comentaram sobre essa conquista na abertura do campeonato:

Marcel Visconde: “Foi uma vitória merecida da equipe. Cumprimos nosso dever de colocar o carro no grid e de fazer as quatro horas de prova. Estamos muito contentes porque fizemos nosso trabalho e o resultado foi colhido”.

Marçal Müller: “Foi um ótimo fim de semana. É bom começar o ano vencendo e marcando pontos importantes para o campeonato”.

Ricardo Mauricio: “Começar vencendo é muito bom. Tomara que o carro novo chegue a tempo de podermos entendê-lo e, quem sabe, conseguir mais vitórias e mais um título na GT3”.

Para este modelo GT3 R, que venceu o campeonato da classe em 2023 e ganhou as Mil Milhas em janeiro passado, é o canto do cisne, já que a principio não estaria em Goiânia, mas o atraso na chegada do novo GT3, acabou sendo recrutado para levar este trio à conquista mais uma vez.

Na GT4 a Porsche teve uma disputa caseira, já que, à exemplo da GT3, também estava esvaziada. O dois 718 estiveram na ponta em diversas situações, mas a vitória acabou ficando para o #21 pilotado por Allan Hellmeister/ Jacques Quartiero - que ainda pagaram um punição por terem ficado menos tempo numa das paradas de box. Eles contaram com problemas no ABS do gêmeo #718 pilotado por Luiz Landi/ Eric Santos/ Giuliano Bertucelli (João Tesser pilotaria também, mas na noite anterior foi diagnosticado com dengue e não pôde correr), que teve essa avaria por conta de algum detrito que teria rompido o chicote do dispositivo. "O suporte falhou, o chicote do ABS ficou pendurado e raspando no pneu, até o momento em que partiram-se os fios do sensor de velocidade de roda. Aí dá falha do ABS. O freio continua funcionando normalmente, mas você não tem o sistema de ABS e tem que desligar o sistema para que não fique dando alarme e atrapalhando o piloto", disse Felipe Grizzi, engenheiro e chefe da equipe Stuttgart Motorsport.

Vitória do professor e aluno, já que Hellmeister foi instrutor do Quartiero no inicio de carreira
(Foto: Ricardo Saibro)


Os pilotos dos dois 718 comentaram sobre o desempenho nessa prova:

Jacques Quartiero: “Estou muito emocionado. O Alan foi meu professor quando comecei a treinar para estrear no automobilismo. Só agora conseguimos correr juntos. Foi uma corrida difícil porque tivemos uma penalização, mas no fim tudo deu certo”.

Alan Hellmeister: “Foi nossa primeira prova juntos e começamos com vitória. Estou muito contente, é um ótimo começo.”

Luiz Landi: “Nosso problema foi o rompimento do chicote do sensor do ABS, devido a algum atrito. Fiz todo o último stint sem ABS e por isso eu tinha que frear antes, e às vezes alguma roda travava. Dei uma rodada no fim da reta e por sorte não aconteceu nada, pude voltar para a corrida. ‘Peguei a mão’ do carro sem ABS e consegui andar rápido, mas perdemos a liderança da GT4”.

Giuliano Bertucelli: “Foi muito legal, até mais do que eu imaginava. O carro é muito gostoso de pilotar. Chegamos a liderar, mas tivemos uma pane e o carro andou boa parte do tempo sem ABS. Já estou pensando na próxima corrida!”.

Eric Santos: “Larguei e consegui estabelecer um ritmo legal de corrida. Foi uma estreia, precisei aprender a lidar com o tráfego. Estava muito quente, e nessas horas ter ar condicionado dentro do carro sempre ajuda!”.

Na terceira posição ficou o BMW M2 Clubsport #64 da MC Tubarão e pilotado por Henry Visconde/ Enzo Visconde/ Kim Camelo. Este trio nem pôde largar, já que tiveram problemas eletrônicos, mas os problemas foram resolvidos e assim conseguiram entrar para a corrida.

Para a próxima etapa, que será realizada em Interlagos no dia 11 de maio, espera-se a presença dos carros que não puderam vir para esta etapa de Goiânia, assim como a reativação da classe P2.


domingo, 12 de novembro de 2023

4 Horas do Velopark - Problemas, chuva e vitória para Xandinho e Gomes

 

O Ligier JS P320 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes enfrentando o aguaceiro no Velopark
(Foto: Bruno Terena)

As corridas no pequeno traçado do circuito do Velopark costumam ser bem intensas, justamente pela natureza do autódromo situado em Nova Santa Rita onde o tráfego é sempre um desafio a ser considerado, principalmente pela diferença entre as três classes do Império Endurance Brasil. Dessa vez, as coisas não foram diferentes e alguns contratempos forçaram os principais favoritos ficarem pelo caminho e ainda teve a chuva, que deu uma embaralhada nas cartas na parte final da classe GT3.

O primeiro grande favorito, que se destacou logo de cara, foi o AJR #28 de Sarin Carlesso/ Gustavo Martins que saiu da pole e que fez uma primeira hora muito forte, indicando que a chance de vitória era iminente. Mas problemas no carro começaram a aparecer na metade da prova quando ocupavam a terceira posição e passaram a despencar na classificação, para mais tarde abandonarem com problemas no câmbio. Da mesma forma que este #28 da JLM, os demais AJR não tiveram uma grande tarde: o #35 da JLM (Pedro Queirolo/ David Muffato) enfrentaram problemas e não tiveram chance alguma de conquistar algo melhor do que o oitavo na geral e quinto na P1; o #99 da Box99 (Leandro Romera/ Pietro Rimbano), vencedora da Cascavel de Ouro, conseguiram recuperar voltas de atraso com as entradas de SC e entraram na disputa pela vitória pressionando bem ora o Ligier #9, ora o AJR #75, mas um toque com o Mercedes #83 de Marco Billi/ Mauricio Billi/ Max Wilson – quando este último estava no comando durante a chuva – acabou arrebentando parte da asa traseira e tirando deles a possibilidade de lutar pela vitória, ficando em segundo. O #75 (FTR) de Henrique Assunção/ Fernando Fortes também apareceram muito bem, mas o uso do pneu de chuva ainda quando a pista estava seca, os levaram a cair na tabela da classificação e infelizmente tiraram deles uma boa possibilidade de tentar a vitória. Fecharam na sexta posição na geral e em terceiro na P1.

Outro que parecia ter ritmo para tentar a vitória era o Sigma #12 de Aldo Piedade/ Marcelo Vianna/ Sergio Jimenez/ Jindra Kraucher que acabou recebendo uma batida por trás do Mercedes #31 de Marco Pisani/ Renan Guerra quando Pisani estava ao volante no final da reta oposta. Isso acabou quebrando o eixo traseiro esquerdo e forçando o abandono prematuro do carro da equipe TechFoce. Pegando gancho em relação aos Sigmas, esta não foi uma corrida generosa com eles: além do #12, os dois da Motorcar não tiveram uma boa jornada. O #11 de Emilio Padron/ Fernando Ohashi/ Arthur Gama estava com bom ritmo e chegaram desafiar o #28 da JLM, mas houve um entre os dois carros com o lado esquerdo do Sigma ficando danificado. No decorrer da prova o ritmo do #11 começou a cair e o trio abandonaria na volta 51. O outro Sigma da Motorcar, o #444 conduzido por Vitor Genz/ Vicente Orige/ Luiz Bonatti, não tiveram o mesmo ritmo que os coroaram nessa mesma pista no mês de julho, quando conquistaram a vitória, e terminaram na sétima posição na geral e em quarto na P1.

Os Ligier também não ficaram de fora dos problemas, seja antes ou durante a corrida. Pior para o #117 da BTZ (Pedro Burger/ Gaetano Di Mauro) que abandonaram na volta 69 quando sofreram um apagão em plena reta dos boxes.

Se o Ligier da BTZ não teve uma boa jornada, o #9 da Andreas Mattheis teve um inicio complicado já nos treinos e que seria esticado até a madrugada, quando foi feita a troca de motor no carro depois da equipe não ter ficada satisfeita com o rendimento na qualificação. Na corrida, foi um jogo de paciência para escapar das armadilhas de um tráfego intenso, entremeado com a pilotagem precisa de Xandinho Negrão e Marcos Gomes, que apareceram como favoritos ainda na primeira meia hora de corrida. Com os demais que iam à frente enfrentando problemas e/ou incidentes, eles já estavam na liderança na metade prova e por ali ficaram. Sofreram um susto quando sofreram um leve toque do Sigma #444, mas nada que tirassem deles a oportunidade e na chuva foram precisos, continuando com a tocada perfeita após a paralisação por conta da forte tempestade.

A vitória veio, a segunda deles no campeonato, mas desta vez em pista, já que em Goiânia, na rodada dupla de setembro, eles venceram a primeira prova após a vistoria técnica desclassificar o Ligier #117. Xandinho Negrão comentou sobre essa conquista no Velopark, aproveitando, também, para parabenizar toda equipe pelo empenho: “É sempre diferente quando se ganha na pista. Estou muito feliz. Os mecânicos fizeram um trabalho incrível e ficaram até às três horas da manhã trocando o motor. A equipe está de parabéns, foi muito emocionante e muito legal e quero agradecer a todos pelo apoio”. Marcos Gomes também destacou a conquista, assim como a chance de conquistar o título na derradeira etapa em Velo Città: “Estou muito feliz com nossa primeira vitória na pista. Queria parabenizar toda a equipe pelo trabalho excelente. Agora, vamos para a última etapa com chances reais de título na geral, o que ainda não conquistei em minha parceria com o Xandinho, mas espero que seja neste ano!”

Mercedes e Mustang vencem nos GTs

 

O Mercedes "Caolho" de Maurizio e Marco Billi e Max Wilson, os vencedores da GT3
(Foto: Bruno Terena)

A GT3 teve um bom cenário desde o início quando viu o Mclaren 720s GT3 #16 da Blaumotorsport, pilotada por Marcelo Hahn/ Allan Khodair, liderar com um ritmo forte e se credenciando para a vitória. No término da primeira hora de corrida, o Mclaren apresentou problemas de câmbio que deixou o carro travado na segunda marcha e por mais que tivessem tentado resolver, acabaram abandonando. O caminho ficou aberto para que os Mercedes do Team RC #83 (Marco Billi/ Mauricio Billi/ Max Wilson), #27 (Caca Bueno/ Ricardo Baptista) e #8 (Guilherme Figueroa/ Julio Campos) e o Porsche #55 da Stuttgart Motorsport (Ricardo Mauricio/ Marçal Muller/ Marcel Visconde) entrassem numa enorme batalha.

O Mercedes #8 teve a sua vida complicada com dois furos de pneus no lado dianteiro direito, que os tiraram da briga pela vitória ao abandonarem na volta 138. No entanto, a batalha continuou entre os outros três, com a chance pendendo inicialmente para o Porsche #55 e depois passando para os dois Mercedes do Team RC.

Um pouco antes da paralisação por conta do temporal, Max Wilson, no comando do Mercedes #83, esteve em evidência quando optou em usar pneus de chuva assim que o aguaceiro se fez presente e passou a rodar mais rápido que os protótipos, criando, assim, uma possibilidade, ainda que remota, de tentar beliscar uma vitória na geral – ainda precisando descontar uma desvantagem de duas voltas. Foi neste momento que ele teve um toque com o AJR #99, que danificou a parte dianteira direita do Mercedes e a asa traseira do #99.

Após a paralisação, tivemos um duelo intenso entre o #83 e o #27, quando este último, com Caca Bueno no comando, acabou sendo ultrapassado por Max Wilson. O #27 ainda perderia a segunda posição da classe para o Porsche #55, que contava com Ricardo Mauricio no comando e que tentou uma aproximação ao Mercedes #83. Max Wilson conseguiu controlar a distância e passou para vencer, seguido pelo Porsche #55 e do Mercedes #27 – na geral, terminaram em terceiro, quarto e quinto respectivamente. Marco Billi comentou sobre a conquista na classe: “Foi muito bom voltar assim, em grande estilo, com vitória. Fazia tempo que não andávamos na frente. O carro estava bastante competitivo, todos nós conseguimos imprimir um ritmo de corrida muito forte e acertamos o momento de fazer a troca para os pneus de chuva. Foi uma vitória muito importante para nós”

Essa classe não contou coma participação do BMW M4 GT3 #15 da EMS Motorsport pilotado por Átila Abreu/ Leo Sanchez, que saíram dessa etapa em protesto por conta do BOP que, segundo eles, os penalizavam entre 7 e 8 décimos de desvantagem em relação aos aspirados. No entanto, a categoria rebateu que foi feito uma compensação no aumento da pressão do turbo em 6% e uma redução de 10kg.

A festa de Leandro Ferrari e André Moraes Jr
vencedores da GT4
(Foto: Bruno Terena)
Na GT4 os principais favoritos tiveram seus contratempos: no Mercedes #31 da Autlog Racing (Marco Pisani/ Renan Guerra) acabaram sendo desclassificados quando Pisani acertou a traseira do Sigma #12 e forçou o abandono do protótipo com a quebra do eixo traseiro esquerdo – e ainda teve o lance que quase provocou um acidente com o Ligier #117 da BTZ, quando Pisani mudou repentinamente em direção a entrada dos boxes e forçou Pedro Burger a sair pela grama justamente quando estava em batalha contra o Ligier #9.

Este cenário parecia bem favorável ao Porsche #21 de Jacques Quartiero/ Danilo Dirani que estão na
briga pelo título da classe justamente contra o #31, mas um acidente quando Quartiero estava no comando do Porsche após o trecho do túnel, os forçaram abandonar.

O caminho ficou aberto para a conquista do Mustang #22 da Autlog (Leandro Ferrari/ André Moraes Jr.), nesta que foi a primeira conquista deles no ano com o Mustang. Luis Landi/ tom Filho/ Marçal Muller ficaram em segundo com o Porsche #718 da Stuttgart Motorsport e em terceiro fechou o Audi #5 da MC Tubarão pilotado por Henry Visconde/ Marco Tulio – a equipe ainda sofreria um susto quando o BMW M2 #64 conduzido por Victor Foresti/ Lucas Foresti teve um principio de incêndio na parte final da corrida, mas sem consequência para os pilotos e o carro. Leandro Ferrari comentou sobre essa vitória com o Mustang: “A gente merecia muito alcançar essa vitória. Fazia tempo que não conseguíamos ter uma sequência com esse carro. Sofremos com quebras, problemas. Mas neste final de semana não. Foi perfeito. Treinamos bem, fizemos a pole e conquistamos uma vitória incrível. Estamos muito felizes”

A etapa final do Império Endurance Brasil acontecerá no Velo Città, nos dias 8 e 9 de dezembro.

domingo, 22 de outubro de 2023

37ª Cascavel de Ouro - A melhor prova até aqui do Império Endurance Brasil

A largada da 37ª Cascavel de Ouro, válida pela sexta etapa do Império Endurance Brasil
(Foto: Rodrigo Ruiz)

Tenho um apreço por corridas tradicionais de Endurance fazendo parte do calendário de grandes categorias da modalidade. Quando soube que a esta 37ª Edição da Cascavel de Ouro, que teve a sua primeira edição em 1967, faria parte do calendário do Império Endurance Brasil, fiquei bastante satisfeito. Acaba sendo um resgate importante de quando corridas tradicionais dessa disciplina eram frequentadas por grandes protótipos e carros esportivos, trazendo o que tinha de melhor destas provas que normalmente reúnem a paixão e tecnologia em volta. 

Esta edição de 2023 da tradicional prova do automobilismo paranaense e brasileiro, fez justamente isso: reuniu o que há de melhor na engenharia do do nosso automobilismo, colocando à prova os nosso protótipos nacionais (AJR e Sigma) para enfrentar a tecnologia e força do que há de melhor entre os protótipos europeus (Ligier), isso sem contar com a grande batalha deflagrada entre tradicionais GT3 em sua categoria, assim como os GT4. 

Essa prova tornou-se uma das melhores da disciplina em anos com muitas variáveis, seja no quebra-cabeça que foi para achar o melhor consumo de combustível sem ter que prejudicar o desempenho - já que esta foi a primeira aparição da categoria em Cascavel - e ainda por cima, tiveram que lidar com a surpresa dos pneus que tiveram uma série de furos - uma combinção bem explosiva entre asfalto abrasivo e uma curva sensacional como a do Bacião - que resultaram em reviravoltas. 

É um sonho bem distante - e difícil - , mas seria legal ver o calendário da categoria composta, pelo menos, com mais duas corridas tradicionais.


Uma aula de pilotagem e vitória do Box99

A festa de Leandro Romera, Ricardo Rodrigues e Pietro Rimbano
(Foto: Bruno Terena)

A expectativa pela batalha entre as três fabricantes de protótipos era esperado. Os treinos livres deram aos Sigma os melhores tempos - principalmente a melhor média da história do circuito cascavelense, atingindo os 205km/h de média através do #444 da Motorcar com Vitor Genz chegando a marca de 54''022 - mas nas melhores médias das qualificações, foi o AJR #28 da JLM, conduzido por Gustavo Martins/ Sarin Carlesso que ficou com a pole. 

A corrida teve um inicio vertiginoso e vale destacar a partir daqui, o trabalho impressionante da dupla do Ligier #9 da Andreas Mattheis formado por Xandinho Negrão/ Marcos Gomes que estiveram desde os primeiros minutos um ritmo bem forte e enfrentando a maior potência dos AJR e Sigma, e também do AJR #35 da JLM Racing de David Muffato/ Pedro Queirolo que largaram do final do grid e subiram para segundo ainda na primeira hora de corrida - formando uma dobradinha momentânea com o AJR #28. 

Os problemas para essa turma iniciou com a pane seca do Ligier #9, mas para a sorte deles acabou sendo na entrada de box; o AJR #28 apresentou problemas e foi logo limado da liderança da prova que acabou caindo no colo do outro AJR da equipe JLM pilotado por Muffato/ Queirolo, mas estes também teriam um pneu furado quando estavam absolutos na liderança ao final da segunda hora. O mesmo aconteceria com o Ligier #9 - este algumas voltas antes do AJR #35 - e também para os Sigmas, que tiveram, além de pneus furados, problemas no eixo traseiro direito. 

Essa série de problemas para os principais carros deu ao AJR #99 da Box99 pilotado por Leandro Romera/ Pietro Rimbano/ Ricardo Rodrigues a oportunidade de assumirem a liderança. A partir deste momento passamos a acompanhar um dos melhores momentos da categoria neste ano, com duas verdadeiras aulas de pilotagem proporcionadas por Leandro Romera e Marcos Gomes. 

A liderança muito bem construída pelo trio do AJR #99 nas duas horas finais, foi posta em jogo quando Marcos Gomes iniciou uma caçada alucinante pela vitória: ele precisava abrir uma vantagem de duas voltas para que pudesse fazer o Splash & Go e tentar, no mínimo, voltar próximo do AJR #99 e tentar no final um bote. O drama para a Box99 residia num problema de superaquecimento que atrasava bastante o andamento de Leandro Romera, que precisou fazer voltas bem mais lentas do que o normal para preservar o equipamento.

Com voltas em média três segundos mais veloz, Gomes conseguiu abrir essa vantagem de duas voltas quando faltavam vinte minutos para o final e quando fez o seu Splash & Go de dois minutos - lembrando que as voltas em Cascavel eram em média 1 minuto - ele entrou nos boxes faltando dezessete minutos para o fim e saiu faltando quinze, já em segundo e com 18 segundos de atraso. Mas o problema do motor no AJR #35 e em seguida o estouro de pneu do Porsche #55 em plena reta dos boxes, que forçou a parada do GT e consequentemente influenciou na entrada do SC.

Faltando 4 minutos para o final, o SC saiu e o duelo entre o AJR #99 e o Ligier #9 se deu com Marcos Gomes tentando o impossivel o miolo do circuito para assumir a liderança e Leandro Romera se defendendo bem, principalmente com o uso da asa móvel nas retas. Apenas na volta final é que houve um vislumbre real, mas não deu tempo para a dupla do Ligier chegar à liderança e a vitória ficou para o AJR #99 com a mísera vantagem de 116 centésimos. A terceira posição ficou para o Ligier #117 da BTZ, que contou com a presença de André Moraes que substituiu Henrique Bonatti que sofreu um acidente na qualificação e ficou de fora por recomendações médicas. Dessa forma, ele fez a dula com Gaetano Di Mauro no Ligier e ainda dividiu o trabalho na condução do Mustang da Autlog na GT4.

“Foi a vitória de uma estratégia perfeita. Tanto de combustível, como de consumo de combustível e divisão dos stints. O Romera guiou demais nas voltas finais. O Safety Car saiu faltando cinco voltas para a corrida acabar e segurar o Marquinhos com um carro que poderia sofrer uma pane a qualquer momento não é fácil. Foi emocionante. Uma vitória histórica” declarou Pietro Rimbano, que junto de seus companheiros Ricardo Rodrigues e Leandro Romera, assim como a equipe Box99, chegaram a primeira vitória após alguns desaires em provas anteriores. 

Marcos Gomes comentou sobre a prova da equipe: “Na última entrada do Safety Car, acho que sujei muito os pneus e o carro começou a sair de frente.Tivemos um pouco de azar com o furo de pneu e com a entrada do Safety Car no final que atrapalhou nossa estratégia. Faltou uma volta para conseguir vencer. Os nossos adversários estão de parabéns pela vitória”. Xandinho Negrão não poupou elogios ao seu parceiro de Ligier e toda equipe: “A corrida foi emocionante. Queria dar parabéns em especial ao Marcos, que acelerou muito, assim como toda a nossa equipe que fez um grande trabalho”

Foram duas aulas de pilotagem, com Marcos Gomes extraindo tudo que podia do Ligier para que pudesse disputar a vitória no últimos 50 minutos e do Leandro Romera, precisando administrar todo o problema de aquecimento do AJR e ainda lidar com a ansiedade de conquistar a primeira vitória. 


Vitória para BMW e Porsche nos GTs

O BMW M4 GT3 da EMS Racing/ Pole Motorsport que venceu na classe GT3
(Foto: Pole Motorsport/ Instagram)


Não foi muito diferente as disputas entre os GT3, sendo que todos ali tinham ótimas chances de vencer na classe. Do mesmo que os carros da P1, os desta classe também sofreram com furos nos pneus, principalmente o Mercedes #27 de Cacá Bueno/ Ricardo Baptista que tiveram dois furos num curto espaço de tempo justamente quando estavam entre os três primeiros e com boas chances de disputarem diretamente a vitória. 

A corrida acabou ficando restrita ao BMW #15 de Leo Sanchez/ Átila Abreu, o Mercedes #8 de Guilherme Figueroa/ Julio Campos e o Mclaren #16 de Marcelo Hahn/ Allann Khodair. Foi um drama os minutos finais para a equipe EMS Racing que precisou se apegar a entrada de um Safety Car que durasse ao menos três voltas para que não precisassem realizar o Splash & Go, caso contrário jogaria a chance de vitória por terra. As preces foram atendidas por conta dos problemas com o AJR #35 e Porsche #55 que forçaram a entrada do SC, mas após a saída deste ainda precisaram lidar com  o assédio do Mercedes #8 nos minutos finais. 

Após tanta tensão, o BMW #15 acabou por vencer após terem o drama de um pneu estourado e também uma rodada, que poderiam muito bem ter colocado tudo a perder. Após a conquista, Átila Abreu comentou sobre essa emocionante vitória: “Estávamos no limite do combustível, mas o safety também permitiu ao Julio Campos colar em mim a poucas voltas da bandeirada e foi difícil segurar a posição. Eu não podia tirar tudo do carro, porque os pneus já estavam muito desgastados. Parecia que poderia estourar a qualquer momento e aí tudo estaria perdido. Mas consegui levar o carro até o final mantendo a liderança e trazer a vitória para casa”.

As demais posições no pódio foram completadas pelo Mercedes #8 de Figueroa/ Campos e o Mclaren #16 de Hahn/ Khodair - algumas horas depois, BlauMotorsports, do Mclaren #16, chegou a entrar com um protesto contra os dois primeiros, mas acabou dando em nada. 

Os vencedores na GT4
(Foto: Bruno Terena)
Na GT4 tivemos uma boa disputa e foi esta foi a classe que passou incólume aos problemas em
Cascavel. O Audi #5 de Marco Túlio/ Lorenzo Massaro/ Henry Visconde estiveram muito bem, chegando a liderar a classe, mas não tinham o ritmo suficiente para bater de frente com o duo da Porsche com os #21 e #718 que ficaram confortavelmente bem nas horas finais e conseguiram cruzar a linha em primeiro e segundo, com o Danilo Dirani/ Jacques Quartiero (#21) e Tom Filho/ Marçal Muller/ Luiz Landi (#718) e em terceiro ficou o Audi #5 da MC Tubarão. Essa prova contou com a ausência do Mercedes #22 da Autlog, que sofreu um acidente nos treinos e não pode ser utilizada. Renan Guerra e Marco Pisani acabaram escalados no  Mustang junto de André Moraes/ Leandro Ferrari.

Jacques Quartiero comentou sobre a vitória: “Voltamos a vencer depois de duas corridas que não foram boas para nós em Goiânia e isso é muito importante para o campeonato. Não foi uma corrida fácil, a primeira metade da prova foi bem complicada, mas depois a equipe conseguiu melhorar o acerto do carro e a durabilidade da Porsche fez a diferença no final”.

O calendário do Império Endurance Brasil foi atualizado, com a confirmações das 4 Horas do Velopark em 11 de novembro e as 4 Horas de Velo Cittá em 9 de dezembro, que vai encerrar a temporada. 

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

3 Horas de Goiânia – Novamente, Ligier

 

O Ligier #9 liderando o pelotão na saída do único SC desta prova: foi a primeira conquista da dupla Xandinho Negrão/ Marcos Gomes com o novo protótipo
(Foto: Bruno Terena)

“O Velopark é totalmente atípico, sobretudo se você comparar os autódromos brasileiros com os europeus. Goiânia se aproxima muito mais do padrão europeu do que o Velopark e o carro foi desenvolvido pensando nessas pistas maiores, com retas maiores, curvas com velocidades um pouco mais altas. Então esperamos que a performance e a acomodação do carro aqui sejam melhores do que no Velopark”. Essa é a declaração do engenheiro Guilherme Gonçalves, que trabalha diretamente no Ligier JS P320 #9 da equipe Mattheis que é conduzido por Xandinho Negrão e Marcos Gomes no certame do Império Endurance Brasil, destacando que esta pista de Goiânia se torna perfeita para extrair todo potencial do LMP3 francês. Todas as provas realizadas no Autodromo Internacional Ayrton Senna desde maio de 2022, quando o primeiro modelo da marca fundada por Guy Ligier chegou por aqui pelas mãos da equipe BTZ, foram vencidas pela própria equipe com este carro. E hoje, num final de semana onde a categoria realizará a sua rodada dupla – para compensar a etapa cancelada em Interlagos no mês de julho – a BTZ não fugiu da regra e cravou mais uma conquista.

Essa 4ª etapa viu a estreia de mais um modelo do Sigma P1 G5 através da Motorcar, que já estava trabalhando com este modelo desde o inicio desta temporada com o trio formado por Vitor Genz/ Vicente Orige/ Luiz Henrique Bonatti no número #444: Emilio Padron/ Fernando Ohasi/ Arthur Gama pilotaram o multicolorido Sigma #11 e logo de imediato cravaram a pole aproveitando-se muito bem da já experiência do time com o protótipo gaúcho – aliás, foi um ótima qualificação para os Sigmas, já que o #444 fez o terceiro tempo e o #2 da Tech Force conseguiu o quarto tempo. A sequência foi quebrada pela segunda posição conquistada pelo AJR #28 da JLM Racing  pilotado por Gustavo Martins/ Sarin Carlesso.

O inicio avassalador dos dois Sigmas da equipe Motorcar foi logo visto com uma largada segura de Emilio Padron no #11 e uma saída agressiva do #444 com Vicente Orige no comando. Na primeira meia hora de corrida, os dois pareciam intocáveis, mas problemas na bomba de combustivel do #444 logo o alijou da briga pela vitória após ficar duas voltas para os reparos. Eles chegaram retornar, mas o contratempo acabou intensificando e eles abandonaram. O #11 ainda ficou na pista, mas a queda de rendimento frente os Ligier acabou relegando-os ao terceiro lugar – uma ótima posição para eles nessa estreia com o novo Sigma.

A Ligier ascendeu ao protagonismo no exato momento em que os Sigmas começaram a cair - #2 da Tech Force também apresentou problemas e abandonou na volta 48. O #9 pilotado por Negrão/ Gomes assumiu a liderança ao ultrapassar o Sigma #11 e estava muito bem na liderança quando o terceiro Ligier, o de #18 da FTR Motorsport pilotado por Claudio Ricci/ Fernando Poeta/ Andersom Toso, rodou na parte mista e o carro apagou. Isso forçou na única entrada do Safety Car da prova, que acabou sendo decisiva: com o reagrupamento do pelotão, Gaetano Di Mauro, no comando do Ligier #117 da BTZ Motorsport, partiu para o ataque sobre o Ligier #9 que estava sob os cuidados de Marcos Gomes. O piloto da equipe AMattheis segurou como pôde os ataques, até seria ultrapassado na reta dos boxes após um pequeno erro na entrada – e que no decorrer da prova descobriria que ele estava com problemas na direção. Com este cenário, ficou cômodo para que Di Mauro chegasse a mais uma vitória da BTZ e da Ligier em Goiânia, seguidos pelo Ligier #9 de Negrão/ Gomes e a terceira posição ficando para o Sigma #11 de Padron/ Ohashi/ Gama, nesta que foi uma ótima estreia do novo carro.

Os AJR tiveram no #28 da JLM o seu melhor representante por largar em segundo e ter conseguido um bom ritmo no decorrer da prova, mas um vazamento do lado esquerdo do protótipo fez com que tivessem uma queda de performance e forçasse o abandono na volta 85. O melhor dos AJR foi o #35 da própria JLM com Pedro Queirolo/ David Muffato que ficaram em quarto após uma prova bem discreta da dupla – que provavelmente cuidaram bastante do equipamento visando a 5ª etapa deste sábado que terá, também, três horas de duração.

Adendo: Horas após o término da prova, como resultado da vistoria técnica realizada, o Ligier #117 da BTZ Motorsport acabou sendo desclassificado por estar baixo do peso total do carro sem o piloto que é de 963kg – o Ligier se encontrava com 960Kg. Dessa forma, a vitória passou para o outro Ligier #9 de Negrão/ Gomes, com o Sigam #11 subindo para segundo e o AJR #35 de Queirolo/ Muffato para terceiro.

Mesmo assim, a invencibilidade do Ligier em Goiânia continua intacta até amanhã.

Nos GTs, Porsche e Mercedes saem vencedoras

 

Mais uma para a conta da Stuttgart Motorsport
(Foto: Bruno Terena)

Na classe GT3 a disputa foi acirradíssima, mas o inicio apontava para uma tarde promissora ao BMW M4 GT3 #15 de Átila Abreu/ Leo Sanchez com Abreu fazendo um começo fortíssimo. Mas o jogo viraria nas horas seguintes quando os pilotos profissionais de cada equipe começaram a assumir o comando de seus respectivos carros. Dessa forma, o Porsche #55 da Stuttgart Motorsport de Ricardo Mauricio/ Marcel Visconde/ Marçal Muller tratou de aumentar o ritmo e assumir a liderança quando faltava menos de uma hora para o fim ao ultrapassar no BMW #15 e partir para uma vitória importantíssima. A segunda posição ficou para o Mercedes #27 do Team RC pilotado por Cacá Bueno/ Ricardo Baptista que herdou a segunda posição assim que o BMW perdeu o primeiro posto. A terceira posição foi do outro Mercedes AMG GT3 #3 da equipe BOAT M3/ KTF pilotado por Alexandre Auler/ Guilherme Salas que estiveram muito bem, inclusive chegando a liderar algumas partes desta etapa. Foi uma tremenda pena o Mclaren 720S GT3 #16 da equipe Blau Motorsports – pilotado por Marcelo Hahn/ Allan Khodair que teve um pneu furado bem na hora da largada, forçando a ida aos boxes quando o pelotão já estava partindo. A recuperação foi muito boa, sugerindo que poderiam ter lutado pela vitória nessa classe.

O BMW #15 acabaria por ser penalizado algumas horas depois quando foi foi verificado que o tempo guiado por Leo Sanchez foi inferior a 72 minutos – ele pilotou um total de 61 minutos (1 hora 1 minuto 2 segundos e 653 milésimos, precisamente) – e com isso a dupla foi penalizada em 21 minutos em sua totalidade (21 minutos, 14 segundos e 694 milésimos). Com isso, caíram de quinto para sexto na classificação da GT3.

O Mercedes da Autlog venceu a batalha contra os Porsches na GT4
(Foto: Bruno Terena)

Na GT4 o cenário era bem promissor para os dois Porsche 718 Cayman de números #21 e #718, mas o melhor ritmo do trio do Mercedes #31 da Autolog formado por Renan Guerra/ André Moraes Jr/ Marco Pisani surpreendeu os Porsche e levou a prova desta classe que foi bastante esvaziada – o outro GT4 presente, o BMW GT4 #64 da MC Tubarão com Victor Foresti/ Lucas Foresti/ Marco Tulio/ Henry Visconde, abandonou com apenas 14 voltas de prova. Eles ainda lutavam com a falta de ritmo de um carro que ficou um bom tempo parado por conta da falta de peças, ainda recorrente do acidente no Velopark. As segundas e terceiras posições nesta classe ficaram para os Porsche #21 e #718.

Amanhã acontecerá a 5ª etapa do Império Endurance Brasil, com mais uma prova de 3 Horas no forte calor de Goiânia.

domingo, 7 de maio de 2023

Império Endurance Brasil - 4 Horas de Goiânia: Território da Ligier

(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)

Uma das coisas mais impressionantes de um ano para cá, tem sido o desempenho do Ligier JSP320 LMP3 no circuito de Goiânia. Desde a sua estréia, através da equipe BTZ Motorsport, o carro francês venceu todas e na realização da segunda etapa do Império Endurance Brasil lá mesmo, nas 4 Horas de Goiânia, eles voltaram a vencer a corrida. Bottura, Di Mauro e Kiryla, o atual campeão da classe P1 e que foi chamado para esta corrida, tiveram boas batalhas contra os AJR e Sigmas.

Essa etapa de Goiânia foi das mais interessantes e bem disputadas, principalmente nas duas primeiras classes (P1 e GT3) onde as vitórias foram confirmadas já nos minutos finais. Na P1 tivemos um início forte do Sigma G5 #2 com Aldo Piedade ao volante que logo assumiu a liderança e ficou por lá quase que por toda primeira meia hora. Foi uma pena que a queda de rendimento do belo protótipo da Scuderiach, seguido por problemas na asa traseira, que chegou a se desfazer por quase completa, tenha tirado o trio (Aldo Piedade/ Sergio Jimenez/ Marcelo Vianna) da briga pela vitória - eles fecharam na 15ª na geral e em 4º na P1. O mesmo se aplica ao outro Sigma G5 #444 da Motorcar que esteve na briga pela vitória por quase toda a corrida, mas problemas no DRS fez com que abrandasse o ritmo do trio formado por Orige/ Bonatti/ Genz que encerrou na quarta posição (geral e na classe).

Os AJR não tiveram melhor sorte, apesar do bom andamento de alguns deles. Talvez pudéssemos apontar o AJR #35 de Pedro Queirolo/ David Muffato que estava bem na liderança após a queda do Sigma #2, mas foi apanhado por problemas logo em seguida a ponto do carro ficar parado no final da reta principal. A perda de seis voltas foi uma tremenda lástima, uma vez que o ritmo era dos melhores. É também de se lamentar os problemas de câmbio que apanharam o AJR #99 do trio Rodrigo/ Romera/ Rimbano que estavam na liderança até os últimos 20-15 minutos e com uma diferença de dez segundos sobre o Ligier #117 de Bottura/ Di Mauro/ Kiryla. A parada de box no final foi um tremendo balde d'água fria no trio que levou a subclasse P1 Legends, destinada a trios ou duplas com pilotos com mais de 50 anos. Eles fecharam em terceiro. De se destacar, também, o bom desempenho do AJR #80 de Finardi/ Suzuki/ Cibien que estiveram entre os primeiros - chegando ocupar até o terceiro lugar - por um bom tempo, mas quebra da correia do alternador forçou o abandono do trio da Power Imports Racing.

Tivemos a estreia de outro Ligier JSP320 que foi inscrito pela FTR Motorsport e conduzido por Poeta/ Ricci/ Toso. Apesar do carro ter chegado na semana da corrida e terem tido pouco tempo para trabalhar no acerto, o trio conseguiu um bom desempenho e estavam em terceiro quando o semi-eixo quebrou. Isso só confirma como este modelo da Ligier tem ótimo casamento com a pista de Goiânia.

GT3 e GT4


(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)

Apesar da classe GT3 ter tido uma competição mais branda nas três horas e meia, foi na última meia hora que a essa categoria ganhou vida quando o BMW M4 #15 de Sanchez/ Abreu entrou em batalha direta com o Mclaren 720S #16 pilotado por Hahn/ Khodair. Átila Abreu e Allan Khodair batalharam ferozmente pela liderança na fase final da corrida, sempre com vantagem de reta para o BMW e no miolo para o Mclaren. Foi nesse ponto onde ocorreu o entrevero, quando Mclaren deu um toque no BMW e isso fez com que o carro alemão desequilibrasse e desse a Khodair a chance de assumir a liderança. Para os comissários, Allan foi o culpado e tomou 5 segundos de punição e quando foi divulgado, a diferença estava em 3 segundos e foi logo ampliada para 5.6 ao final da corrida, garantindo a vitória da dupla do Mclaren.


Na classe GT4 a vitória ficou para o Porsche Cayman GT4 #718 de Landi/ Quartiero/ Filho/ Dirani. O quarteto foi formado exclusivamente para esta corrida já que o #21, que seria conduzido por Quartiero/ Dirani, teve problemas e não pode correr.

A terceira prova do calendário, as 6 Horas de Interlagos, será realizada em 27 de maio.


domingo, 19 de junho de 2022

4 Horas de Santa Cruz do Sul - Frio, problemas e vitória do AJR #444

 

(Foto: Rodrigo Guimarães HD)

As etapas de Goiânia e Interlagos foram provas bem atribuladas, principalmente para aqueles que iam à frente: enquanto que os principais protótipos foram tendo seus percalços, o Ligier #17 e o Mercedes AMG GT3 #27 passaram para vencer as duas respectivas provas com autoridade. Mas era uma questão de tempo para que os reinantes AJR e até mesmo o rápido, mas ainda frágil, Sigma, estivessem com total chance de conquistar a terceira etapa. Por motivos que ainda são desconhecidos, a prova estava marcada para o veloz circuito de Cascavel e acabou sendo remarcada para a pista de Santa Cruz do Sul que é reconhecida como seletiva pelos pilotos, mas com um agravante a mais que é a abrasividade do asfalto. Sem sombra de dúvida, um desafio a mais para os pilotos e equipes. 

Mas as coisas começaram bem complicadas: se na quinta, durante os treinos extras, a pista estava seca, na sexta a chuva reinou por todo dia e isso acabou forçando o adiamento da qualificação para o sábado, horas antes da realização da corrida. Isso significava um trabalho a mais para todos, visto que ainda precisariam converter os carros da qualificação para a corrida. 

Essa qualificação custou uma baixa no grid e também para a equipe M3 Motorsport, que cuida atualmente dos dois Sigma #2 e #12: o Sigma #12 saiu para sua qualificação com Beto Ribeiro no comando e acabou batendo o protótipo. Segundo informações, ele teria quebrado os dois tornozelos e também no joelho esquerdo. Esta corrida acabaria por ser bem desastrosa para as equipes que possuem os protótipos Sigma: com o #12 fora, restou o #2 pilotado por Erik Mayrink/ Hugo Cibien que largaram na quinta posição e estavam em sexto quando os problemas no pneu traseiro esquerdo passou a atormentar a dupla, que viria a repetir mais à frente com outro furo do mesmo lado e este deixando o Sigma #2 por um bom tempo nos boxes para arrumar os problemas que foram além dos furos de pneus, como em barra estabilizadora e cabo de vela defeituosa. 

Outro Sigma, o da equipe MC Tubarão, batizado como Tubarão XI, estreou nova pintura nesta etapa - vermelho em alusão ao Tubarão I, primeiro da grande equipe em 1996 - e chegou fazer todas as atividades até a manhã de sábado, quando a equipe decidiu retirar o protótipo da prova por entender que o carro ainda não está no nível dos demais e precisar de mais desenvolvimento. Na qualificação o Tubarão XI foi conduzido por Arthur Leist - que dividiria o comando com Tiel Andrade - e sua volta foi de 1'23''2 e a pole, que foi feita pelo AJR #444, foi de 1'10''2. 


Muito frio e várias visitas do Safety Car

A largada para as 4 Horas de Santa Cruz do Sul

Apesar do sol e céu limpíssimo, o frio estava presente e isso foi um fator a ser considerado: se por um lado ajudava na conservação mecânica dos carros, piorava para que os pneus atingissem a temperatura ideal - apesar deste último não ter interferido no desempenho dos pneus, a pista abrasiva acabou causando alguns furos de pneus e curiosamente do lado esquerdo traseiro, onde o Sigma #12, MCR Grand-Am #18 e o Ligier #17 tiveram seus furos. 

O inicio da corrida foi de uma batalha bem interessante entre o AJR #444 (Vicente Orige/ Gustavo Kiryla) e o Ligier #17 (Guilherme Botura/ Gaetano Di Mauro) onde o carro francês, mesmo sem toda velocidade de reta do AJR #444, conseguia acompanhar o ritmo do protótipo nacional e isso durou por um bom tempo. As entradas do Safety Car, pelas mais diversas situações, deu ao outro AJR da equipe Motorcar - o #1 pilotado por Fernando Ohashi/ Marcelo Vianna/ Vitor Genz - a possibilidade de entrar nessa disputa pela primeira posição na geral. 

Com essa chegada do AJR #1, o Ligier #17 passou a ficar mais para a terceira posição e apenas acompanhar a disputa entre os dois carros da equipe Motorcar. Enquanto que os dois AJR disputavam a primeira posição, o Ligier teve um pneu furado e quando estava para entrar nos boxes teve um toque com o AJR #35 (Pedro Queirolo/ David Muffato) e bateu forte no muro da entrada do box. Foi uma pena para eles, já que os problemas com a caixa de direção do protótipo francês tinham os deixado de fora em Interlagos. 

Mesmo com o tráfego pesado, os dois AJR da Motorcar tiveram tempos na casa de 1'12 - para se ter uma idéia, a pole foi feita pela manhã na casa de 1'10 - e isso indicava que a disputa seria apenas entre eles. Mas no decorrer da prova o melhor andamento do AJR #444 garantiu a primeira colocação, enquanto que o AJR #1 teve que travar uma boa disputa com o AJR #35, que fez uma corrida de recuperação após largar dos boxes por conta de problemas de motor que atingiram a dupla Queirolo/ Muffato desde a quinta. Mais a frente o #35 assumiria a segunda posição, enquanto que o #444 passava para vencer a prova - nesta que foi a redenção da dupla Orige/ Kiryla que estavam com ritmo muito bom em Interlagos e liderando quando quebraram. No meio do caos que foi esta etapa de Santa Cruz do Sul, foi um desempenho brilhante e recompensador para eles.

Na P2 a vitória ficou para o MCR Grand-Am #18 de Fernando Poeta/ Claudio Ricci que chegaram enfrentar um furo no pneu, mas conseguindo trazer o carro para os boxes e sustentar a liderança. O MRX #73 da LT Team (Gustavo Ghizzo/ Leandro Totti/ Leonardo Yoshi) ficaram em segundo e a terceira posição, mesmo não tendo terminado a corrida por conta de uma quebra de eixo, ficou o Ferrari 458 #155 de Tom Filho/Ricardo Mendes. Na P2L a vitória foi do MRX #74 de Leonardo Yoshi/ Eduardo Souza/ Leandro Totti.   


Nos GTs

(Foto: Marcos Gomes/ Instagram)

Na classe dos GTs as disputas foram ferrenhas, mais uma vez. A batalha entre o Mercedes AMG GT3 #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes e o Mclaren 720S #16 de Marcelo Hahn/ Allan Khodair animaram a classe dos GT3, com estes ficando na disputa por quase toda corrida e até rolando um toque entre o #9 e o Mercedes #50 de Maurizio Billi/ Marco Billi/ Max Wilson, possibilitando uma bela ultrapassagem do Mclaren #16 - então pilotado por Khodair - sobre o Mercedes #9 que estava aos cuidados de Marcos Gomes. 

O Mclaren #16 - que teve um Drive & Through por fazer a parada de box abaixo dos 4 minutos obrigatórios - esteve muito bem nessa corrida e a chance de vitória era real até as voltas finais, quando um problema no amortecedor tirou deles essa oportunidade de ganhar na classe e deixou o caminho livre para a vitória de Negrão/ Gomes - ao menos terminaram em segundo, enquanto que o Porsche 911 RSR #55 da Stuttgart Motorsport (Ricardo Mauricio/ Marçal Muller/ Marcel Visconde) ficaram em terceiro após travar uma disputa com o BMW M4 de Átila Abreu/ Leo Sanchez. 

O Mercedes #27 de Cacá Bueno/ Ricardo Baptista teve problemas no radiador e inicialmente era fim de prova para eles quando a corrida faltava duas horas para o final, mas um tempo depois o Team RC conseguiu resolver o problema e devolveu a dupla para terminar na 24ª posição na geral e em 8º e último na GT3.   

Na classe GT4 a vitória ficou para o Mercedes #31 da Autlog de Leandro Ferrari/ Renan Guerra/ Marco Pisani, a segunda posição ficou para o Porsche 718 #21 de Jacques Quartiero/ Danilo Dirani e a terceira para o Mustang #22 de Cassio Homem de Mello/ André Moraes/ Gustavo Conde. A baixa nessa classe aconteceu durante a corrida ainda em sua primeira hora, quando o Porsche 718 #718 de Marcel Visconde/ Bruno Xavier/ Marçal Muller teve um enrosco com futuro vencedor da classe #31 e acabou batendo na barreira de pneus da última curva.

A corrida completa você pode conferir no canal oficial do Império Endurance Brasil no Youtube clicando aqui.

A próxima etapa será em 20 de agosto com a realização das 4 Horas de Velo Città.

domingo, 1 de maio de 2022

4 Horas de Goiânia: De primeira, deu Ligier

Uma grande estréia para o Ligier JS P320 em Goiânia
(Foto: Gaetano Di Mauro/ Instagram)

Foi um início promissor para um campeonato do qual esperamos muito. O Império Endurance Brasil teve um começo bem interessante no Autódromo Ayrton Senna, onde foi realizada a sua abertura com as 4 Horas de Goiânia. Apesar de imaginar uma batalha com uma vitória de um dos AJR ou até mesmo do Sigma G4, acabou que as coisas saíssem bem para um carro que até uma semana atrás não estava em terras brasileiras: O Ligier JS P320 Nissan acabou por vencer a primeira prova deste campeonato logo numa situação onde ninguém esperava tal resultado. Mas claro, não foi tão fácil.

É importante dizer que foi uma corrida que estava, inicialmente, nas mãos do Sigma #12 de Aldo Piedade/ Beto Ribeiro e de outros AJR de números #1 (Emilio Padron, Fernando Ohashi, Fernando Fortes e Henrique Assunção), #35 (Pedro Queirolo/ David Muffato) e #444 (Vicente Orige/ Gustavo Kyrila). Por outro lado, não podia ignorar o bom ritmo do Ligier #117 de Gaetano Di Mauro/ Guilherme Botura que não deixava os ponteiros se distanciarem. Era um bom início, diga-se, com estes cinco carros andando próximos desde a primeira hora. 

Conforme a corrida foi avançando, tráfego aparecendo e as paradas de box sendo feitas, este grupo automaticamente se dissolveu, mas por outro lado o forte calor começou a fazer suas vítimas. Foi o caso do AJR #35 de Queirolo/ Muffato que estavam em ótima disputa com o Sigma #12 quando o motor acabou pifando e deixando a dupla pelo caminho. Outros dois AJR que também tinham chances de vencer, tiveram seus problemas: o #1, que também estava em batalha contra o Sigma #12, apresentou problemas nos freios e ficou de fora; enquanto que o #444 precisou ficar nos boxes por algumas voltas por conta de vibrações, devido a um furo de pneu. 

Mas, e o Sigma? A máquina campeã das Mil Milhas Brasileiras deste ano estava em grande forma e com um ritmo para lá de satisfatório: fosse com Piedade, fosse com Ribeiro, o carro respondia da melhor forma possível e com boa velocidade a ponto de ter anotado a melhor volta da corrida (1'17"885). Apesar de estarem bem, houve sustos como o toque no BMW M4 GT3 #17 de Átila Abreu/ Leo Sanchez e mais adiante, um problema na suspensão traseira onde viram que um parafuso estava frouxo e não podia ser apertado. A Equipe FTR ainda levou outro Sigma com número #02 e que foi pilotado por Erik Mayrink / Hugo Cibien / Tiel Andrade/ Marcelo Vianna, mas estes tiveram um toque com um dos Mercedes da categoria GT4 e acabou danificando bastante a lateral esquerda da asa traseira e daí em diante os problemas se intensificaram até seu abandono. Tiel Andrade deve voltar na próxima etapa do campeonato que será realizado em Interlagos em maio, já com o novo Tubarão IX que é feito em parceria com a Sigma. 

Mas o Sigma #12, que estava até então intocável na liderança e parecia caminhar para uma vitória inédita na categoria, acabou apresentando problemas no cubo da roda dianteira esquerda que acabou se soltando quando faltava 50 minutos para o final. Para piorar, com a batida no asfalto após perder a roda, acabou danificando o radiador e automaticamente tirando-os a chance de vencer esta prova. Foi mais um azar para a equipe FTR, que teve boas chances em Interlagos e Curitiba em 2021 e acabou ficando pelo caminho. 

Dessa forma, a chance para o novo Ligier, que apresentou um ritmo muito bom e andando na mesma balada de protótipos mais rodados, apareceu e não foi desperdiçado por Di Mauro/ Botura que levaram essa primeira conquista para o protótipo francês logo na sua primeira aparição na competição. O AJR #444 de Orige/ Kyrila conseguiu recuperar-se a ponto de ficar em segundo, mas com duas voltas de atraso para o Ligier. Para o Ginetta G58, que tanto sofreu com problemas nos últimos anos, estes foi um inicio de temporada bem melhor ao se aproveitar dos problemas que iam à frente e conquistar um ótimo terceiro lugar com a família Ebrahim no comando (Wagner, Pedro, Fábio). 


Na GT3, vitória para Negrão e Gomes

(Foto: @alexandresnegrão/ Instagram)

Essa era outra classe que se desenhava bem interessante desde os treinos, com os carros andando por boa parte no mesmo segundo. E foi uma disputa bem interessante entre os Mercedes AMG GT3, com a conquista ficando para o Mercedes #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes após duelarem contra o Mercedes #63 de Sergio Ribas/ Guilherme Ribas - que lideram a prova e acabaram abandonando- e depois na parte final contra o Mercedes #50 de Maurizio Billi/ Marco Billi/ Max Wilson, que terminaram na segunda posição. A terceira posição ficou para o Porsche 911 GT3R #55 de Ricardo Mauricio/ Marcel Visconde/ Marçal Muller, que venceu a disputa contra o Mercedes #8 de Julio Campos/ Guilherme Figueroa - que apresentaram problemas. O Mercedes #3 de Guilherme Salas/ Alexandre Auler também tiveram boas chances de vitória ao lideraram parte da prova, mas acabaram perdendo tempo e ficando duas voltas atrás, fechando em quarto na classe.

Alguns dos favoritos acabaram sendo prejudicados por incidentes: O McLaren 720S GT3 de Allan Khodair/ Marcelo Hahn levaram um toque logo no inicio da prova e danificou o semi-eixo, fazendo com que fossem aos boxes e perdessem, ao todo, 20 voltas para o líder da classe GT3 e 30 para o líder da geral. Um final de semana bem complicado para eles que chegaram de última hora para essa prova e já enfrentaram problemas eletrônicos e de acerto desde os treinos. 

A segunda baixa ficou para os atuais campeões da classe GT3 Cacá Bueno/ Ricardo Baptista que acabaram se enroscando com o AJR #80 de Rafael Suzuki / Alexandre Finardi / Márcio Mauro e abandonaram quando tinham 56 voltas completadas. 

Essa classe ainda viu a estréia do BMW M4 GT3 conduzido por Atila Abreu/ Leo Sanchez que, assim como o Ligier, chegou há poucos dias aqui no Brasil e foi direto para a prova de Goiânia. Mas problemas eletrônicos acabaram atrasando bastante o andamento. 


GT4 e as demais classes

(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)


Na GT4 a vitória ficou para o Mustang GT4 #22 de Flávio Abrunhoza / Cássio Homem de Mello / André Moraes Jr/ Gustavo Conde que enfrentaram problemas no cabeçote e por muito pouco não voltaram para São Paulo, já que o conserto da peça era praticamente irreversível. A presença do patrocinador da equipe Liqui Molly acabou salvando o final de semana ao conseguir um produto que conseguisse vedar o local. Dessa forma o quarteto foi para a corrida e completou sem maiores
problemas, sendo recompensados com uma bela vitória. A segunda posição ficou para o Mercedes AMG GT4 #31 de Renan Guerra / Marco Pisani / Leandro Ferrari/ Vinicius Vale e a terceira posição para um dos novos Porsche 718 Cayman GT4 com Danilo Dirani / Jacques Quartiero conduzindo o #21. 


Na classe P2, que estava esvaziada nessa etapa, contou com apenas o Grand Am #18 de Fernando Poeta / Cláudio Ricci. Na também esvaziada P2 Light - que teve três competidores - a vitória ficou para o MRX #34 de Ricardo Haag / Mário Marcondes, seguido pelo outro MRX #7 de Aldoir Sette / Guga Ghizzo e em terceiro o Ferrari 458 GT3 #155 de Tom Filho / Ricardo Mendes - que acabaram sendo integrados a classe P2 Light, apesar de estarem na classe GT3 Light. 

A próxima etapa será as 4 Horas de Interlagos, no dia 21 de maio. 

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...