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sábado, 11 de março de 2023

Foto 1023 - Arturo Merzario, GP da Áustria 1977

 

(Foto: IMAGO Images)

Arturo Merzario com o Shadow DN8 no final de semana do GP da Áustria de 1977. Foi a sua única aparição na equipe de Don Nichols naquela ocasião.

Aquele final de semana para equipe de Don Nichols foi dos mais movimentados: iniciando pela substituição de Riccardo Patrese que ficou de fora após que Ambrósio, que estampava a sua marca no carro americano, não ter pago parte do patrocínio a equipe. Dessa forma, o jovem Patrese estava de fora e daria lugar ao experiente Arturo Merzario que vinha fazendo a temporada com um March particular. De toda forma, haviam boas notícias: o retorno de Tony Southgate, após este ter trabalhado na Lotus de 1976 até parte de 1977, foi uma ajuda e tanto. A presença do projetista inglês foi de grande valia, uma vez que ele reformulou o DN8 com adição de um radiador de óleo no bico e também refazendo os sidepods, fora outras mudanças que deu ao carro um emagrecimento de 35 kg.

Como um passe de mágica, essa corrida tornaria-se inesquecível para eles: os desempenhos de Merzario e, principalmente, de Alan Jones, foram dos melhores possíveis, fosse na pista molhada (no início da corrida), fosse no seco (da metade da prova em diante). Jones fez o 14° e Merzario o 21° na qualificação, mas na corrida conseguiram escalar o pelotão até ficarem entre os dez primeiros.

Para Merzario a boa corrida terminou na volta 29 com problemas no câmbio. Para Alan Jones, a tarde no fabuloso Osterreichring foi de glória: a quebra do motor Ford Cosworth do Mclaren de James Hunt, que parecia intocável na liderança, parou de funcionar na volta 43 e deixou caminho para que Jones liderasse as últimas onze voltas para ele e Shadow chegassem à primeira vitória na Fórmula 1.

Na corrida seguinte, em Zandvoort, para a disputa do GP da Holanda, Patrese voltaria para a Shadow, assim como Merzario voltaria para o seu March.

Hoje o grande Arturo Merzario chega aos 80 anos.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Foto 1013: Gerhard Berger, Österreichring 1984

 


Um jovem austríaco em ação... Gerhard Berger acelerando o ATS D7 BMW no final de semana do Grande Prêmio da Áustria de 1984, prova que marcou a estréia do piloto local. 

Era a primeira vez naquele ano - e também desde 1982 - que a equipe comandada por Günther Schmidt alinhava um segundo carro no grid. Isso tirou um pouco a paz de seu então único piloto Manfred Winkelhock que entendia que a equipe não tinha peças suficientes para atender dois carros. De qualquer forma, um segundo carro foi alinhado para o jovem Berger. 

Este foi o final de semana que coroou, enfim, Niki Lauda que procurava vencer o seu GP local há muitos anos e sempre batia na trave. Ele aproveitou-se de problemas com Alain Prost - que abandonou com problemas de rotação na volta 28 - para vencer em Österreichring pela primeira vez e única, após vencer uma batalha contra a Brabham BMW de seu amigo Nelson Piquet. 

Sobre a ATS esta teve Winkelhock largando em 14º e Berger em 20º, mas os temores de Manfred se confirmaram quando ele teve uma quebra no cãmbio durante o warm-up e não pôde largar por... falta de peças. Berger largou e terminou na 12ª posição, com três voltas de atraso para Niki Lauda. 

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Video: Jo Siffert, GP da Áustria 1971

 


O Grande Prêmio da Áustria foi a oitava etapa do mundial de Fórmula-1 de 1971. Esta corrida foi dominada amplamente pelo suíço Jo Siffert que marcou um Grand Chelem – o único de sua carreira na categoria – ao fazer a pole, melhor volta, vencer e liderar todas as 54 voltas da prova austríaca.

A segunda posição ficou para Emerson Fittipaldi e a terceira para Tim Schenken, nesta que a foi a sua única aparição num pódio na Fórmula-1. Essa prova também marcou a estréia de Niki Lauda na categoria, competindo pela March.

Hoje Jo Siffert completaria 85 anos


domingo, 4 de julho de 2021

GP da Áustria - Território de Max

 




Foi apenas uma extensão do que foi visto na semana passada, quando o circuito austríaco sediou o GP da Estíria. Talvez tenha sido ainda mais contundente do que fora uma semana atrás, com Max Verstappen dominando todas as voltas de ponta a ponta e cravando a melhor volta - isso sem contar a pole position.

Max dominou amplamente e não havia nenhuma chance para os demais nesta tarde no Red Bull Ring, com o holandês abrindo boa vantagem já nas primeiras voltas. E ficando alheio a qualquer ameaça, ele teve apenas o trabalho de fazer uma condução agressiva aproveitando tudo que o carro da Red Bull lhe oferecia. Executou da melhor forma possível para marcar seu primeiro Grand Chelem (pole, melhor volta, todas voltas lideradas e vitória). Uma corrida solitária, mas que de todas as formas mostrou o real estado deste campeonato.

A Mercedes esperava algo para hoje, mas não contavam com um Lando Norris inspirado que segurou Lewis Hamilton por um bom par de voltas e quando o heptacampeão conseguiu assumir o segundo posto, a seu atraso para Max já beirava os dez segundos. Daí em diante a diferença apenas aumentava e as coisas para Lewis, especificamente, só piorou após ele ter uma queda de rendimento que deu a Bottas - com aval da Mercedes - para atacar Lewis que não deu resistência. Valtteri garantiu o segundo posto, enquanto que Hamilton, mesmo parando pela segunda vez, não achou ritmo para conseguir avançar.

Não tem como negar que Lando Norris foi o nome do final de semana desde que passou perto de fazer a pole, perdendo por 48 milésimos para Verstappen. A sua prova frente Hamilton foi excelente, respondendo a qualquer investida que Lewis pudesse fazer até que o Mercedes o ultrapassasse. Mas a sua disputa contra Sergio Perez é que, por muito pouco, não arruinou a sua corrida ao tomar uma punição de cinco segundos após disputar com o mexicano na curva três. A escapada de Sergio na brita foi julgada pelos comissários que entenderam que Lando não deu o devido espaço. Mas isso foi apenas um detalhe, já que ele pagou a punição e continuou em quarto, sempre próximo das Mercedes e acabou contando com o problema de Lewis para subir ao terceiro lugar e garantir mais um pódio. 

Para os demais foi um misto de emoções: Perez tomou duas punições de dez segundos após lances com Charles Leclerc, onde ele também foi julgado por não dar o devido espaço para o piloto d Ferrari que acabou indo para a brita em duas situações. Marko não perdoará...

Carlos Sainz esteve em grande forma, mais uma vez escalando bem o pelotão e chegando em quinto ao superar um combativo Charles Leclerc que também esteve muito bem, mesmo que tenha batido rodas com Perez em duas situações que podia muito bem ter lhe custado muito caro.

Daniel Ricciardo este bem também, sempre disputando fortemente as posições e tendo um fim de semana, ao menos, decente frente aos outros que tivera anteriormente.

Pierre Gasly teve um final de semana ao menos, já que na última semana nem fez a primeira volta completa após abandonar com o eixo traseiro esquerdo arrebentado. Teve boa disputa com Daniel Ricciardo, onde acabou por perder. Mas salvou bons pontos, enquanto que seu companheiro Yuki Tsunoda cometeu dois erros graves e primários ao queimar a linha de entrada dos boxes duas vezes, deixando de lado uma boa chance de marcar pontos.

Fernando Alonso pode ter ficado furioso com o acontecido na qualificação, quando perdeu a chance de fazer uma boa volta e teve que batalhar pelos pontos. Seu duelo com George Russell foi ótimo e as duas gerações deram uma aula de como disputar e dar espaço para os demais, sem comprometer a corrida do adversário. Alonso levou o último ponto da corrida nas voltas finais, tirando de Russell a oportunidade de marcar pontos com a Williams - já que na última semana ele também tinha a chance, mas problemas na sua parada de box tirou essa chance.

A corrida ainda teve o lance final entre Vettel e Raikkonen que se enroscaram após a curva três, com Kimi acertando Sebastião num acidente que podia ter alguma gravidade.

Estes dois GPs foram dominantes para a Red Bull e, claro, para Max Verstappen, que somou o máximo possível de pontos e que sai agora com uma boa vantagem sobre Lewis.

Para Silverstone, onde terá a realização da Sprint Race para a definição do grid, será um palco importante para ver onde que a Mercedes estará já que eles levarão atualizações para tentar, pelo menos, igualar a Red Bull.

A batalha será interessante no velho aeródromo.

Vídeo: René Arnoux Vs Jacques Laffite, Áustria 1981

 


Grande Prêmio da Áustria foi a 11ª etapa do mundial de Fórmula-1 de 1981.

A prova foi vencida por Jacques Laffite a bordo do Ligier JS17 Matra, com René Arnoux em segundo e Nelson Piquet em terceiro.

Mas antes de chegar a esta vitória, que era a quinta de sua carreira, Laffite travou um bom duelo com seu compatriota Arnoux.

René Arnoux completa 73 anos hoje.


sábado, 12 de junho de 2021

Vídeo: Hans Binder, GP da Áustria 1977

Hans Binder durante o GP da Áustria de 1977
(Foto: Motorspor Images)


O austríaco Hans Binder no comando do ATS Penske PC4 Ford Cosworth durante os treinos para o GP da Áustria de 1977, então 12ª etapa o Mundial de Fórmula-1

Binder mudou-se para a ATS neste GP após realizar as seis primeiras provas do campeonato pela Surtees, obtendo um nono lugar na Espanha como melhor resultado. Como o patrocínio acabou, ele ficou de fora dos GPs da Bélgica, Suécia, França, Grã-Bretanha e Alemanha até voltar a competir pela ATS. 

Nesta prova na Áustria, onde ele estreara um ano antes pela Ensign, Binder se qualifica em 19º - logo atrás de seu companheiro de equipe Jean Pierre Jarier - e termina em 12º em prova vencida por Alan Jones. Hans ainda pilotaria para a ATS na Holanda - onde conquistou um oitavo lugar - e na Itália - onde não qualificou-se. 

O austríaco voltou para a Surtees para disputar os GPs dos EUA, Canadá e Japão, mas apenas na prova americana é onde ele conseguiu terminar num 11º lugar. Nas outras duas provas ele não completou. 

Ele ainda tentou qualificar-se para o GP da Áustria de 1978 pilotando novamente pela ATS, mas não obteve exito. Foi a sua última aparição na Fórmula-1.

Hans Binder completa 73 anos hoje.  


quinta-feira, 20 de maio de 2021

Foto 934: Niki Lauda, Österreichring 1971

 

(Foto: Motorsport Images)

A estréia de um futuro gênio... Niki Lauda no comando de seu March 711 Ford Cosworth no final de semana do GP da Áustria de 1971, realizado em Österreichring. O austríaco acabdou abandonando a prova na 20ª volta. 

Lauda ainda era uma força emergente nas categorias de acesso quando resolveu subir a aposta e competir no seu primeiro GP, justamente na Áustria - para isso, ele levantou uma quantia de 30 mil libras para poder ingressar na equipe March (válido para a temporada de Fórmula 2 e também para aquele único GP). Naquele período, a equipe chefiada por Max Mosley, contava com Ronnie Peterson, Nanni Galli e Andrea De Adamich no comando dos modelos 711 desenhados por Robin Herd, mas apenas o piloto sueco, equipado com Ford Cosworth, é quem conseguia tirar algo daquele carro enquanto que Galli e De Adamich, usando os motores Alfa Romeo V8, penavam do meio para o fim do grid. 

O jovem austríaco competiu com um 711 equipado com Ford Cosworth - este carro era de Nanni Galli, mas o italiano não ficou de fora: ele acabou por pilotar o carro de Adamich que, este sim, não pôde participar do GP. Ainda sobre Lauda, seu carro tinha o Ford Cosworth, mas a caixa de cãmbio era do Alfa Romeo V8...

A corrida do jovem austríaco durou apenas 20 voltas, com ele abandonando por problemas de digiribilidade no March. Apesar de não ter sido a melhor das estréias, Lauda havia dado o seu primeiro passo. 

Essa corrida da Áustria definiu a disputa do mundial de pilotos à favor de Jackie Stewart com três etapas de antecedência. Jacky Ickx e Ronnie Peterson, que eram os únicos com remotas chances de atrasar e/ou impedir essa conquista, não foram bem nesta prova que contou com o abandono de Stewart: Ickx saiu da prova na volta 31 com problemas na ignição e Peterson completou a prova apenas na oitava posição. 

Ainda sobre Lauda, o austríaco não realizou mais nenhuma prova naquele ano de 1971, mas conseguiu contrato com a equipe March para 1972. Apesar dos percalços de Lauda em conseguir levantar quantias para levar a equipe, com direito de um não de seu avô. Quem relembra essa odisséia de Lauda em tentar o dinheiro é Max Mosley: “O negócio foi acertado e assinado, mas o banco não lhe deu o dinheiro porque seu avô, uma figura importante nos negócios austríacos, disse que não." Max continua: “Niki me ligou: 'Estou tendo um pouco de dificuldade. Mas não se preocupe. Eu irei para outro banco. ' Fiquei um pouco duvidoso, mas ele forneceu devidamente uma carta de fiança de seu pai. Provavelmente eu deveria ter perguntado mais. De qualquer forma, ele conseguiu o dinheiro.".

Outro ponto destacado por Max Mosley, foi a importância vital que aquele dinheiro vindo de Niki Lauda impactaria na saúde financeira da March: “Seu dinheiro era extremamente importante para nós. Isso nos permitiu continuar durante o inverno". Max Mosley completa o seu raciocinio: “Fazer carros de corrida é como vender sorvete: existe uma estação. A partir de um período de uma temporada, falta dinheiro até que as pessoas comecem a fazer depósitos nos carros do próximo ano.".

O que desandou as coisas em 1972 para a March foi a tentativa de Robin Herd, então projetista e sócio de Max na equipe, fazer o novo 721X que deveria ser uma evolução do 711 que deu a chance de Ronnie Peterson sonhar com o mundial de pilotos de 1971, mas que acabou num ótimo vice-campeonato. O 721X acabou sendo um desastre, já que problemas na suspensão e câmbio mataram as chances de Peterson e Lauda conseguirem algo melhor. Nem mesmo a adoção do 721G a partir do GP da França (o 721X foi utilizado nos GPs da Espanha, Mônaco e Bélgica), deu a equipe a chance de recuperar-se bem no campeonato. Ao final daquela temporada, Niki e Ronnie saíram da March: Peterson rumou para a Lotus e Lauda para a BRM.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Foto 922: Lorenzo Bandini, GP da Áustria 1964

 


Lorenzo Bandini com a Ferrari 156 durante o GP da Áustria de 1964, realizado no aeródromo de Zeltweg. Foi a sétima etapa do Mundial de Fórmula-1.

Esta prova foi a primeira da Áustria de forma oficial, sendo quem em 1963 recebeu a categoria caráter extraoficial e que foi vencida por Jack Brabham. A edição de 1964 foi uma prova de resistência para os carros, umas vez que o asfalto do circuito era bem irregular trazendo inúmeros problemas para favoritos como Jim Clark, Graham Hill, Dan Gurney, John Surtees - os problemas mais comuns foram de suspensão e câmbio. Phil Hill sofreu um forte acidente na 20ª volta quando seu Cooper Climax escapou em uma das curvas e bateu. Ele foi lançado do carro, enquanto este sofreu um incêndio que foi prontamente controlado.

Bandini partiu da sétima posição no grid e aproveitou-se bem dos problemas que aconteciam com aqueles que iam à sua frente até assumir a liderança na volta 47 após o abandono de Dan Gurney com a suspensão do Brabham quebrado. Daí em diante o italiano apenas administrou e escapou das armadilhas que aquele aeródromo austríaco reservava para chegara a sua primeira vitória - e única - na Fórmula-1. Richie Ginther ficou em segundo e Bob Anderson, que largou na 14ª posição com Brabham Climax da DW Enterprises, ficou em terceiro. Esta corrida também marcou a estréia oficial de Jochen Rindt na categoria pilotando o Brabham BRM da equipe de Rob Walker. Rindt, que também tornou-se o primeiro austríaco a competir na categoria, largou em 13º e abandonou na volta 58 com problemas na direção. 

Hoje completa 54 anos da morte de Lorenzo Bandini, que não resistiu aos ferimentos e queimaduras do acidente sofrido no GP de Mônaco de 1967 realizado em 7 de maio.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Video: Vittorio Brambilla, Áustria 1975

A famosa chegada de Vittorio Brambilla no chuvoso GP da Áustria de 1975, que marcou a sua primeira e única vitória na Fórmula-1. A batida após a bandeirada é a marca registrada do "Gorila de Monza". A corrida foi encurtada de 54 voltas para 29 por conta das fortes chuvas.
Completaram o pódio James Hunt e Tom Pryce.
Hoje completa exatos 45 anos.

domingo, 5 de julho de 2020

GP da Áustria – Uma retomada interessante

(Foto: Mercedes)


Enfim a Fórmula-1 retomou suas atividades e logo num circuito que nos ofereceu uma das melhores provas da temporada passada, mas desta vez, no Red Bull Ring, pode não ter sido tão emocionante como a de 2019, mas pelo serviu para dar um inicio de campeonato bem interessante.
A vitória da Mercedes em solo austríaco já era dada como certa por conta de seu ritmo desde os treinos livres, com pelo menos meio segundo mais veloz que os demais. Bottas e Hamilton tiveram um carro esplêndido desde os primeiros minutos do primeiro treino livre na sexta e nem mesmo a fúria de um Max Verstappen, que tem feito corridas consistentes na casa de sua equipe, parecia ter uma chance de ameaçar uma possível dobradinha da agora “Black Arrow”. Mas, ao menos, a oportunidade de tentar algo poderia aparecer assim como algum problema mecânico que desse a equipe dos touros uma chance de atacar a Mercedes. O problema realmente apareceu, mas foi com Verstappen que parecia ter ritmo suficiente para acompanhar Bottas após largar da segunda posição – herdada após a punição a Hamilton sobre ter desrespeitado as bandeiras amarelas na saída de pista de Valtteri durante a qulificação. De inicio, o inglês não foi punido por isso, mas perdeu a sua melhor volta por conta de ter excedido os limites de pista. Perdeu a melhor volta, mas se manteve em segundo porque a sua segunda ainda lhe garantia a segunda posição, mas o protesto movido pela... Red Bull um pouco antes do GP acabou fazendo com que os comissários revissem o acontecido e punissem o inglês com a perda de três posições, o rebaixando para quinto no grid. Ms o jovem holandês nem teve tanto tempo para conseguir colocar em prática alguma estratégia que desse a ele um poder de fogo para tentar atacar Valtteri e, certamente, com essas relargadas, teriam aumentado bastante suas chances contra o duo mercediano.
Por outro lado, por tudo que já foi mencionado acima, um final de semana que se desenhava para ser perfeito para Lewis, se ruiu com sua queda para quinto no grid, mas mesmo assim ele conseguiu avançar na classificação ao superar Norris e Albon para pegar o terceiro lugar e mais tarde herdar o segundo lugar após a quebra de Verstappen. Conseguiu diminuir a diferença que o separava de Bottas – que chegou a quase sete segundos – e passou ter hipóteses de tentar um ataque sobre seu companheiro, mas falhas nos sensores dos Mercedes e mais tarde pequenas falhas no câmbio coibiram qualquer chance dele tentar algo. O enrosco com Albon após a última relargada acabou rendendo a ele uma punição de cinco segundos, que a primeiro momento ele havia conseguido salvar um terceiro lugar, mas com uma volta brilhante Lando Norris salvou o seu primeiro pódio e rebaixou Lewis ao quarto lugar. Sem duvida não foi um dia bacana para o hexacampeão.
Se para Hamilton não foi um bom dia, Bottas conseguiu sair de coadjuvante para peça principal nesta prova já no sábado quando cravou uma bela volta que lhe deu a pole e foi perfeito na largada e nas duas relargadas, ao não dar nenhum espaço para quem vinha atrás tentar alguma manobra: no inicio da corrida aproveitou-se bem do uso dos pneus macios para criar uma boa gordura frente a Max que usava os médios, mas o abandono do holandês podia significar uma pequena paz para ele se não fosse Hamilton assumir o segundo lugar e conseguir descontar a diferença que beirava quase sete segundos. Podemos dizer, também, que o aparecimento de problemas com os sensores e câmbio nos Mercedes ajudou bastante, mas Bottas estava muito bem e com ritmo suficientemente bom para se manter a frente e até mesmo dar a Hamilton uma luta interessante pela vitória. Mas temos que dizer que a estratégia da Mercedes em não trocar os pneus de seus pilotos naquele último Safety Car foi de certa forma arriscada, principalmente pelo grande ritmo apresentado por Alex Albon e Charles Leclerc naquelas voltas pós Safety Car. Outra coisa que trás certa preocupação são os problemas apresentados nos motores dos dois Mercedes, pelo que revelou Toto Wolf. Com uma semana apenas entre as duas corridas, será um desafio interessante para saber o que de fato terá acontecido e trazer as devidas soluções.
Para o piloto anglo-tailandês era uma oportunidade de ouro: sem a presença de Max para eclipsá-lo, as atenções da equipe foram voltadas para ele e a troca para os macios naquele último Safety Car foi uma sacada importante para que ele voltasse forte e foi bem isso que aconteceu quando o SC liberou a prova, com ele atacando Lando Norris e indo à caça de Hamilton onde os dois acabariam por bater rodas e o Albon se dar mal. Vai saber o que ele teria conquistado caso a ultrapassagem tivesse sido concretizado, mas temos que levar em conta que o voltas depois de ter caído na classificação ele abandonou com problemas no motor. No caso de Charles Leclerc as condições que pintavam após uma classificação decepecionante por parte da Ferrari, eram de tentar diminuir ao máximo os prejuízos que aquele treino tinha proposto, mas as entradas do SC e principalmente o último, deram a ele e Ferrari a chance de colocar novos pneus e partir para o ataque e salvar um impressionante segundo lugar – este por conta da punição de cinco segundos a Hamilton – e fazer um número de pontos que talvez nem ele mesmo sonhasse. Foi uma estratégia muito bem vinda, mas que não mascara o final de semana tenso que a equipe italiana teve m Spielberg. Sebastian Vettel estava numa situação bem parecida de Charles e poderia, também, ter se dado bem nas variáveis que prova apresentou mais para frente, mas o sua rodada ao perceber que acertaria Sainz na forte freada para a segunda curva acabou o jogando para o fundo do pelotão – porém, ele salvou ainda um ponto. A bem da verdade, os carros que usaram motores Ferrari não foram bem nessa estreia e devem sofrer um pouco mais no próximo fim de semana caso o cenário seja parecido.  
A Racing Point poderia muito bem ter dado um passo interessante nesta prova, caso tivessem feito a troca de pneus no carro de Perez no Safety Car. Isso teria deixado o mexicano numa situação privilegiada para tentar atacar os dois Mercedes, mas ter deixado Sergio com os pneus antigos o deixou vulnerável para os ataques de Charles e Lando – e ainda tomaria punição por saída perigosa
Lando Norris conquistou seu primeiro pódio
(Foto: Mclaren)
dos pits. A equipe perdeu Stroll ainda nas primeiras voltas quando o carro do canadense teve problemas no motor Mercedes. Mas é claro que, por outro lado, a Force India podia ter feito um melhor trabalho neste GP, mas ainda é cedo e podem muito bem ter outras chances no decorrer do campeonato.
 Se para alguns foi frustrante ou especial, para Lando Norris o final de semana foi espetacular a começar pela sua bela qualificação que lhe rendeu um quarto posto e que viraria terceiro já um pouco antes da prova. E mesmo que não tenha ritmo suficiente para lutar contra carros bem melhores como a Mercedes e Red Bull, ele conseguiu ser o melhor do resto numa tarde onde a Mclaren foi muito bem com seus dois pilotos, mesmo que Carlos Sainz não estivesse no mesmo ritmo do jovem inglês. A sua espetacular volta na que lhe rendeu a melhor ao final da prova, foi suficiente para tirar Hamilton do pódio e dar a Mclaren o segundo pódio em três corridas – contando com a do Brasil onde Sainz foi terceiro, mas que foi ser confirmada bem depois da corrida já terminada. De certa forma, foi um GP interessante para a Mclaren que aos poucos tem marcado seu território e, quem sabe, sonhar com voos mais altos a partir de 2022.
O número de abandonos foi o mais alto dos últimos anos com um total de nove, seja por parte mecânica ou incidente. Mas com os carros enfrentando uma temperatura mais alta, acaba sendo até compreensível que tenha tido esse número até alto numa tempo onde os carros são quase a prova de bala – e também temos que lembrar  que foi a primeira corrida após meses onde fizeram apenas testes, no já distante mês de fevereiro.
Como o cronograma da próxima semana será o mesmo, é de se esperar que o cenário seja bem parecido com este, mas talvez com uma gana bem maior por parte dos pilotos que esperavam um final de semana bem melhor nesta primeira etapa. Para um campeonato curto e que pode reservar boas surpresas, foi um inicio bem interessante.

domingo, 6 de outubro de 2019

45 Anos do Bicampeonato - Emerson, O Grande - Parte Final


Continuação...

O desafio da Ferrari, chances para Tyrrell, ascensão da Brabham e Emerson bicampeão


Ronnie vencendo o seu segundo GP na temporada
O GP da França, disputado em Dijon-Prenois, deu início a segunda parte de um campeonato que prometia ser equilibrado exatamente pela crescente da Ferrari que parecia conseguir traduzir a sua inquestionável velocidade nas qualificações também nas corridas. Seria um desafio e tanto para a McLaren de Emerson Fittipaldi, que tinha a seu favor a confiabilidade e a regularidade do piloto brasileiro. Mas não podia-se descartar a velocidade do jovem duo da Tyrrell - Scheckter e Depailler - assim como a eficiência de Ronnie Peterson no comando do Lotus 72. Isso sem contar em Carlos Reutemann, que também era um candidato a roubar valiosos pontos com a sua Brabham.
A única novidade entre os pilotos foi a aparição de José Carlos Pace com o Brabham da equipe Hexagon, mas infelizmente não obteve qualificação por problemas mecânicos. Neste GP apenas 22 carros - de um total de 30 inscritos - foram permitidos no alinhamento.
O treino classificatório viu mais uma vez Niki Lauda ficar com a pole e ao seu lado Ronnie Peterson, extraindo mais uma vez o máximo do Lotus 72. Tom Pryce foi a grande sensação da qualificação ao fazer o terceiro tempo com a Shadow. Regazzoni, Fittipaldi e Hailwood fecharam os seis primeiros.
A corrida começou de forma caótica a partir do momento que Pryce teve uma má largada e no momento que era engolido pelo grid, acabou sendo acertado pelo Brabham de Reutemann. Hunt e Pescarolo também se envolveram no acidente. Reutemann ainda continuou na corrida, fazendo duas visitas aos boxes para verificações na suspensão dianteira para depois rodar e abandonar definitivamente na volta 25.
Niki Lauda parecia estar forte neste GP, mas fortes vibrações num dos pneus o forçou a descer para o segundo lugar. Ronnie Peterson assumiu a liderança para vencer a sua segunda corrida no ano, seguido por Lauda e Regazzoni. Emerson Fittipaldi estava em quarto quando o motor Cosworth explodiu. Jody Scheckter terminou em quarto, com Ickx em quinto e Hulme em sexto.
Com estes resultados Niki Lauda era o novo líder do campeonato com 36 pontos, seguido por Regazzoni com 32; Emerson Fittipaldi caía para terceiro; Jody Scheckter em quarto com 26 e Ronnie Peterson aparecia em quinto com 19 pontos.

Brands Hatch sediou o GP da Grã-Bretanha e nesta corrida pode-se ver a presença recorde da temporada com 34 inscritos. Destaque para a aparição de carros da Lyncar e Maki que foram pilotadas por John Nicholson e Holden Ganley, respectivamente - porém não classificadas para a corrida. José Carlos Pace estreou pela Brabham em substituição a Rikky Von Opel, que se retirou da categoria. Derek Bell assumiu o posto num dos carros da Surtees, posto que ficaria até o GP do Canadá. Peter Gethin também assumiu um lugar no grid, ao substituir o acidentado Guy Edwards - que quebrou o pulso numa prova da F-5000 - na equipe Embassy Hill. Lella Lombardi apareceu com um Brabham da equipe Allied Polymer Group com o #208, por conta do patrocínio da Rádio de Luxemburgo que tinha suas ondas de alcance em 208 metros - algo em torno de 1439kHz. O grid foi formado com 25 participantes.
Scheckter aproveitou bem a chance para vencer em Brands Hatch
Niki Lauda continuou a sua grande performance nas qualificações ao fazer a pole, porém teve ao seu lado Ronnie Peterson que igualou seu tempo no treino (1'19"7). Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Tom Pryce e James Hunt fecharam os seis primeiros. Outros dois candidatos ao título, Emerson e Clay, apareciam na quarta fila em sétimo e oitavo respectivamente.
A corrida foi praticamente um passeio de Niki Lauda, que dominou quase que todo GP de ponta a ponta. Seus rivais mais próximos enfrentaram problemas, como Reutemann que acidentou na volta 38; Peterson e Regazzoni sofreram furos nos pneus e isso forçaram a sua ida aos boxes, perdendo terreno. Até a volta 73 Niki Lauda parecia que estava próximo de vencer - apesar da aproximação de Scheckter - mas o furo no pneu de seu Ferrari, procedente dos destroços do acidente de Hans Stuck da curva Dingle Dell, aumentou e ele teve que parar no box. Quando estava prestes a voltar, foi impedido e por comissários que alegavam que a prova estava prestes a terminar. Com isso Lauda perdeu o quinto lugar, que só foi recuperado algum tempo depois que a Ferrari entrou com recurso na CSI.
Jody Scheckter vencia, assim, o seu segundo GP com Emerson Fittipaldi, que soube aproveitar os infortúnios daqueles que iam à sua frente para chegar a um ótimo segundo lugar. Jacky Ickx conquistou o terceiro lugar, repetindo o seu melhor resultado naquela temporada - foi terceiro no Brasil; Regazzoni, Lauda e Reutemann fecharam os seis primeiros.
Niki Lauda continuou na liderança do campeonato, agora com 38 pontos; Emerson Fittipaldi aparecia em segundo com 37; Jody Scheckter e Clay Regazzoni apareciam empatados com 35 pontos; e na quinta colocação Ronnie Peterson com 19 pontos.

Nurburgring recebeu algumas mudanças para melhorar a segurança, especialmente com adição de guard-rails e áreas de escape com bancada de areia. O GP da alemão foi bem movimentado desde os treinos, quando Ronnie Peterson acidentou-se com a Lotus 72 nos treinos livres a deixando inutilizável. Dessa forma o piloto sueco teve que utilizar a 76, enquanto que Jacky Ickx ficou com a 72; a Ferrari estreou novos aerofólios, enquanto que a BRM conseguiu eliminar 20kg de peso dos P201. Howden Ganley acidentou com o Maki e machucou gravemente os pés, forçando o seu retiro da categoria.
A Ferrari deu as cartas mais uma vez na classificação, com Lauda fazendo a sua sétima pole no ano e Regazzoni logo em seguida. Emerson Fittipaldi, Scheckter, Depailler e Reutemann fecharam os seis primeiros.
A corrida foi dominada amplamente por Clay Regazzoni, que liderou todas a voltas do GP reencontrando uma vitória que não vinha desde o Grande Prêmio da Itália de 
1970. Niki Lauda acabou batendo ainda no início da corrida quando tentou superar Jody Scheckter. Este GP também
Regazzoni conseguiu encaixar um bom final de semana e venceu
em Nurburgring
revelou-se desastroso para a McLaren: enquanto que Emerson Fittipaldi e Denny Hulme se acidentaram ainda no grid, após o brasileiro ficar parado por problemas na embreagem e ser acertado por Hulme - Denny ainda tentou usar o carro reserva, mas foi desclassificado -, Mike Hailwood teve um forte acidente na volta 13 quando passou pelo trecho da Pflanzgartem indo de frente ao guard-rail. Mike teve uma das pernas quebrada e igual ao que acontecera com Ganley, acabou encerrando a sua carreira na Fórmula 1. Outros pilotos se acidentaram, mas sem gravidade como foram os casos de Jacques Laffite (Iso), John Watson (Brabham) e Depailler (Tyrrell).
Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Ronnie Peterson, Jacky Ickx e Tom Pryce, que conquistou seu primeiro ponto na categoria, fecharam os seis primeiros.
Com a vitória, Regazzoni assumiu a liderança do mundial com 44 pontos enquanto que Scheckter subiu para segundo com 41 pontos. Niki Lauda continuou com seus 38 pontos, agora em terceiro; Emerson caiu para quarto com seus inalterados 37 pontos e Ronnie Peterson continuava em quinto, agora com 22 pontos.

O GP da Áustria trouxe algumas novidades para o pelotão. A McLaren recorreu a David Hobbs para substituir o convalescente Mike Hailwood; Guy Edwards ainda não estava em condições de voltar a pilotar e isso forçou Graham Hill ir atrás de Rolf Stommelen para assumir o comando do Lola-Ford da equipe Embassy; Jochen Mass deixou a equipe Surtees e junto levou o principal patrocinador da equipe, a Bang & Olufsen. Jean Pierre Jabouille substituiu o piloto alemão. Aproveitando que a prova era em território austríaco, dois pilotos locais estrearam: Dieter Quester alinhou um Surtees TS16 da equipe Memphis Team International, enquanto que Helmut Koinnig ficava a cargo do Brabham BT42 da Elan Racing Team. A principal ausência remontava a BRM, que alinhou apenas o carro de Jean Pierre Beltoise. O segundo carro que era de Henri Pescarolo acabou ficando de fora por problemas no fornecimento de motor.
Reutemann aproveitou bem dos problemas dos favoritos
para vencer em Osterreichring
Niki Lauda fez a pole, acompanhado por Carlos Reutemann na primeira fila. Emerson Fittipaldi e Carlos Pace formaram uma segunda fila brasileira, enquanto que Jody Scheckter e Ronnie Peterson formavam a terceira fila. Clay Regazzoni aparecia em oitavo, logo atrás de James Hunt.
A corrida foi resumida a uma prova de sobrevivência: Reutemann teve uma melhor saída e assumiu a liderança, enquanto que Lauda ficava em segundo. A corrida do piloto argentino foi a mais tranquila possível liderando a corrida de ponta a ponta, mas da segunda posição para trás foi de problemas e mais problemas para os pilotos que disputavam o título: Jody Scheckter abandonou na volta 9 com problemas no câmbio; Niki Lauda ficou de fora com o câmbio quebrado na volta 17; enquanto que Fittipaldi abandonou pelo mesmo problema, na volta 38. Pace era segundo e estava prestes a subir pela primeira vez ao pódio, quando a pressão do óleo fez o motor Cosworth falhar na passagem 42. Ronnie Peterson assumiu a segunda posição do brasileiro, mas quatro voltas depois apresentou problemas na transmissão.
Denny Hulme voltou ao pódio na segunda posição, James Hunt foi o terceiro, John Watson o quarto, Clay Regazzoni foi o único dos quatro candidatos ao título a completar a corrida, ainda que tenha sido em quinto e contado um pouco com a sorte, pois teve um furo num dos pneus traseiros de precisou trocá-lo, e a sexta colocação ficou para Vittorio Brambilla.
Os dois pontos conquistados por Regazzoni foram importantes para deixá-lo um pouco mais confortável na liderança da tabela com 46 pontos; Jody Scheckter em segundo com 41; Niki Lauda terceiro com 38; Emerson Fittipaldi em quarto com 37; e Carlos Reutemann subindo para quinto com 23 pontos.

Monza e sua atmosfera festiva por conta dos tiffosi, que costumam lotar as arquibancadas do tradicional circuito italiano, recebeu a antepenúltima etapa daquele mundial de 1974. Apesar dos inúmeros problemas enfrentados nos últimos GPs, a esperança da torcida - e imprensa - italiana é que a Ferrari recuperasse a confiabilidade e partisse para uma conquista arrebatadora que lhes pudessem dar o ânimo necessário para uma conquista que não vinha desde 1964.
A Lotus repetiu a sua formação, ao entregar o 72 para Peterson - agora com a dianteira do carro voltando ao seu formato original - e o 76 para Ickx; a Brabham cedeu o BT44 reserva para John Watson.
A esperança dos ferraristas aumentaram quando Niki Lauda anotou mais uma pole para a sua coleção, formando a primeira fila com Carlos Reutemann - assim como acontecera no Osterreichring. Carlos Pace e John Watson alinharam as outras duas Brabham na segunda fila, mostrando o bom rendimento que aqueles carros da equipe de Bernie Ecclestone estavam atingindo naquela fase final. Emerson Fittipaldi e Clay Regazzoni ocupavam a terceira fila. Jody Scheckter fez apenas o 12o tempo.
O decorrer do GP foi um sonho de uma noite de verão para os italianos, que chegaram a vislumbrar
Peterson e Emerson reeditaram em Monza o resultado de 1973, mas desta
vez favorável ao brasileiro
uma possível dobradinha: Lauda conseguiu sustentar a liderança e na segunda volta Regazzoni já superava Reutemann na briga pela segunda posição, deixando um cenário animador naquele momento para a torcida e também para o campeonato. Mas os azares - leia-se confiabilidade - acabaram tirando Lauda de combate na volta 33 por causa da refrigeração no motor. Regazzoni assumiu a liderança e as coisas pareciam bem encaminhadas até que o motor do Ferrari também falhou. O que parecia ser uma festa para os torcedores italianos, tornou-se uma tarde para lá de desastrosa.
Ronnie Peterson venceu o GP italiano após duelar contra Emerson Fittipaldi, que ficou em segundo. Jody Scheckter fez uma bela prova de recuperação e terminou em terceiro, salvando um final de semana que tendia a ser desastroso após a qualificação. Merzario ficou em quarto - nesta que foi última vez a pontuar na Fórmula 1 - Pace ficou em quinto e Hulme em sexto. Reutemann acabou abandonando na volta 13 por problemas de câmbio e suas já remotas chances de título desapareceram nesta corrida.
O campeonato ficou ainda mais embolado com Regazzoni se mantendo na ponta com seus 46 pontos, um a mais que Scheckter que ocupava a segunda posição e três a mais que Emerson Fittipaldi que aparecia em terceiro; Lauda era quarto com 38 e Peterson em quinto com 31
.
A Formula-1 rumou para Mosport onde ocorreria o GP do Canadá. Cinco pilotos estavam ainda no jogo, mas aquela corrida decidiria o destino de dois deles na disputa por aquele eletrizante – e imprevisível – campeonato. Penske e Parnelli, com seus modelos PC1 e VPJ4, estrearam naquele GP tendo Mrk Donohue e Mario Andretti em seus respectivos carros. Chris Amon substituiu Pescarolo na BRM; Mass assumiu o comando do Mclaren Yardley no lugar de David Hobbs; e Helmuth Koinnig enfim estreou-se em GPs, ao competir pela Surtees.
Os treinos saíram um pouco da sua rotina da qual todos já estavam acostumados: ao invés da Ferrari de Lauda na dianteira, era o M23 de Emerson Fittipaldi que encabeçava aquele grid – era a segunda pole naquele ano (a outra havia sido em Interlagos). Niki Lauda aparecia em segundo, com Scheckter, Reutemann, Jarier e Regazzoni completando os seis primeiros naquele grid. Ronnie Peterson aparecia apenas em décimo.
Emerson vencendo em Mosport: um importante passo para
o segundo título
A corrida foi tensa e emocionante. Niki Lauda conseguiu tomar a liderança já na largada e a sua condução parecia inabalável, tendo Emerson em segundo, Regazzoni em terceiro e Scheckter em quarto, que logo em seguida ultrapassaria Clay na disputa pelo terceiro lugar. Mas as coisas passaram a se definir mais a frente, quando Scheckter escapou e bateu forte na volta 49 e Niki Lauda, pressionado por Emerson, acabou perdendo o controle de sua Ferrari ao passar sobre detritos e bateu quando a corrida estava na 70ª volta. Fim de prova para o piloto austríaco que dava adeus a sua já remota chance de conquistar o título. Emerson venceu o GP canadense num momento importante do campeonato, tendo Regazzoni em segundo, Peterson – que fizera uma bela corrida de recuperação, conseguindo até mesmo alcançar e ameaçar a segunda posição de Regazzoni – ficou em terceiro e infelizmente também deixava as sua remotas chances de conquistar o mundial. James Hunt, Patrick Depailler e Denny Hulme completaram os seis primeiros – esse GP do Canadá foi o derradeiro para Derek Bell e Eppie Wietzes, assim como também a última vez que Denny Hulme chegou a casa dos pontos e Emerson Fittipaldi marcando um pole na Fórmula-1.
A tabela do campeonato mostrava a retomada da liderança de Emerson Fittipaldi agora com os mesmos 52 pontos de Regazzoni; Jody Scheckter era o terceiro com 45; Niki Lauda em quarto com 38; e Ronnie Peterson em quinto com 35.
Três contendores e a chance de um título mundial. Mais um menos assim é que poderiam iniciar o título de uma matéria para aqueles dias que antecediam o derradeiro GP daquela eletrizante temporada de 1974. Daqueles três, apenas Emerson Fittipaldi é quem havia experimentado o gosto de ser um campeão mundial – tal primazia conquistada dois anos antes quando era piloto da Lotus. Para Clay Regazzoni e Jody Scheckter era a primeira oportunidade de ambos para chegar ao olimpo da categoria. A matemática era favorável aos dois líderes do campeonato: Emerson precisava chegar a frente de Regazzoni e em caso de vitória de Scheckter, precisava terminar até a quarta colocação – e o mesmo se aplicava a Regazzoni, que precisaria ficar na frente de Fittipaldi e terminar em quarto em caso de vitória de Jody; para o jovem sul-africano as coisas eram mais complicadas: era obrigado a vencer e torcer para que Emerson e Clay ficassem da quinta posição para baixo. Ou seja: apenas um milagre para que Jody pudesse vencer o seu primeiro mundial na Fórmula-1. Certamente seria uma final tensa e emocionante para estes três pilotos.
As equipes realizaram testes de dois dias em Watkins Glen, uma semana antes do GP onde enfrentaram um frio rigoroso que beirava zero grau. Na semana seguinte, o frio ainda era intenso e possibilidade de nevar também era considerada – algo que não chegou acontecer e já na sexta-feira chegou fazer sol e a temperatura subiu para seis graus.
A classificação relegou seus principais pilotos daquele final de semana a coadjuvantes: Carlos Reutemann continuou a demonstrar a ótima evolução do Brabham BT44 ao fazer a pole position, tendo ao seu lado James Hunt que também vinha numa boa crescente naquelas últimas corridas com a sua Hesketh; Mario Andretti levou o carro da Parnelli (VPJ 4) a um excelente terceiro lugar, uma vez que até conseguira na sexta o melhor tempo da classificação; José Carlos Pace ficou com quarto melhor tempo, enquanto que Niki Lauda era o quinto. O primeiro dos favoritos ao título a aparecer no grid era Jody Scheckter que assinalava o sexto tempo. John Watson era o sétimo, tendo ao seu lado Emerson Fittipaldi que enfrentara uma série de problemas de acerto em seu Mclaren desde a sexta-feira. Mas problemas de acerto não era exclusividade de Emerson: Clay Regazzoni também sofrera um bocado e cravou o nono tempo para aquela corrida. A ausência nesta última corrida do ano ficava por conta de Jean Pierre Beltoise, que se acidentou com seu BRM num dos treinos e teve uma pequena fratura num dos pés.
Antes mesmo que a corrida começasse, problemas apareceram para alguns no grid: para a Parnelli a perspectiva de uma boa apresentação por parte de Mario Andretti era considerável, porém as coisas começaram a ruir quando o motor Cosworth apresentou problemas ainda no warm-up – e que viria agravar mais tarde quando a corrida estava prestes a começar, sendo que o Parnelli precisou de ajuda
Reutemann mostrou bem a evolução da Brabham ao vencer
convincentemente em Watkins Glen
para largar e isso custou a Mario uma desclassificação quatro voltas depois. A outra aflição por conta do motor Cosworth tinha ficado com a Tyrrell de Jody Scheckter, que se recusava a funcionar. Como num bom filme de drama/ suspense, o motor Cosworth pegou um pouco antes que o box fosse fechado.
Já na corrida, Carlos Reutemann fez valer a sua vantagem da pole ao sustenta-la frente a James Hunt, Pace, Lauda, Scheckter, Fittipaldi e Regazzoni – estes dois últimos conseguindo fazer boa largada, deixando para trás Watson e Andretti, que não conseguira largar por conta dos problemas não solucionados. Mario anda voltou a corrida, mas foi desclassificado por ter sido empurrado pelos mecânicos ainda no grid. Ainda sobre os três candidatos ao título, que agora seguiam um ao outro de muito perto, Emerson chegou perder a sexta posição para Regazzoni de forma milimétrica, que foi logo recuperada pela brasileiro que estava com boa distância para Scheckter. As coisas iam bem até ali... Infelizmente, quando a corrida atingira a décima volta, é que veio a tragédia quando o Surtees de Helmuth Koinigg, que estava em seu segundo GP, passou reto no mesmo ponto onde morrera François Cevert em 1973. O Surtees acabou batendo e atravessando a parte inferior do guard-rail e dessa forma degolando Koinigg. Foi a segunda morte num intervalo de doze meses em Watkins Glen, exatamente pela má fixação da proteção metálica.
A corrida para Emerson Fittipaldi começou a dar certo quando Regazzoni apresentou problemas de vibração em sua Ferrari, fazendo com que despencasse algumas posições. As coisas para suíço acabaram por piorar quando ele foi aos boxes trocas os pneus e perder uma volta para demais, o que levou a Mclaren a mostrar uma placa para Emerson indicando que Clay estava de fora. O desastre final para a Ferrari foi quando Lauda, que seguia em quarto, apresentou problemas na direção e isso o fez abandonar na volta 39. Um final de semana que poderia ser de desforra para a Rossa, acabou por ser apenas o retrato fiel do que aquela temporada para eles: um carro veloz, mas pouco confiável.
O então novo bicampeão
A única coisa que Emerson precisava naquele momento da corrida era cuidar do equipamento, uma vez que Rega já estava fora de combate e Scheckter não conseguia ir muito além do quarto lugar – apesar de algumas investidas do brasileiro, que foram muito bem rechaçadas por Jody. Porém, na volta 45, um tubo de alimentação do motor Cosworth do Tyrrell de Jody acabou por quebrar e deixar o sul-africano a pé. Definitivamente Emerson Fittipaldi chegara ao segundo mundial, ajudando também a Mclaren a conquistar seu primeiro titulo de construtores. O vermelho e branco dos uniformes da Mclaren se misturaram ao verde amarelo dos inúmeros torcedores brasileiros, que foram até Watkins Glen para festejar e testemunhar este grande momento do esporte a motor do Brasil na Fórmula-1.
Carlos Reutemann dominou amplamente o GP sem dar chances a Hunt, que fora ultrapassado por Pace que acabou por formar uma dobradinha dos “Carlos” para a Brabham, algo que não acontecia desde o GP do Canadá de 1969 quando os “Jacks” fizeram a dobradinha – Jacky Ickx e Jack Brabham; os problemas de freio do Hesketh acabaram relegando Hunt ao terceiro lugar; Emerson confirmou seu titulo com o quarto lugar; John Watson levou o terceiro Brabham BT44 (Goldie Hexagon Racing) ao quinto lugar; e Patrick Depailler salvou mais um ponto para a Tyrrell com o sexto lugar. Este GP estadunidense marcou a derradeira participação de Denny Hulme na Fórmula-1 – mesmo que ainda ficasse ativo como presidente da GPDA (Associação de Pilotos de Grande Prêmio). Apesar de não ter corrido em Watkins Glen, Jean Pierre Beltoise também deixava a Fórmula-1 após mais de uma década nesta categoria.


Não tem como negar que Emerson Fittipaldi foi espetacular neste campeonato. Mesmo que o McLaren M23 fosse um ótimo carro, a maior velocidade do Ferrari 312B3 era impressionante e isso foi constatado nas nove pole conquistadas por Niki Lauda - e em algumas corridas onde o austríaco esteve em grande forma, independente se tenha conquistado Oi não a vitória. Porém o grande trunfo daquele M23 estava em sua confiabilidade e tendo o manejo suave e preciso de Emerson, o conjunto se saiu formidável para um mundial tão equilibrado como aquele.
Outro ponto importante naquela temporada foram as aparições de pilotos que teriam papel fundamental no decorrer daquela década: Carlos Reutemann, José Carlos Pace, Jody Scheckter, Niki Lauda, James Hunt, Patrick Depailler, Tom Pryce, John Watson - para falar dos principais - mostraram suas qualidades em poucas etapas. Por estarem em posse de carros de ponta, Lauda, Reuteman e Scheckter estiveram em maior evidência e conseguiram beliscar seus sucessos de forma convincente - tanto que tiveram chances no campeonato, especialmente Lauda e Scheckter que foram até o final com possibilidades, principalmente o sul-africano. Mas Niki Lauda foi, destes citados, o que chamou maior atenção e ficou claro que caso os problemas não tivessem aparecido, o austríaco teria sido um rival muito mais difícil e perigoso do que foi Clay Regazzoni para Emerson Fittipaldi. Com uma Ferrari 
312T refinada e altamente confiável, essas impressões foram confirmadas quando o jovem austríaco arrebatou seu primeiro mundial de forma incontestável e impressionante no final de 1975, ajudando a Ferrari a sair de uma incômoda fila de 11 anos sem título.
Voltando a Emerson, o título de 
1974 foi importante para mostrar o real valor do piloto brasileiro que havia saído brigado da Lotus por conta do acordo não cumprido em Monza, que daria a ele uma sobrevida naquele mundial de 1973. Mas a sua mudança acabou sendo a certa: mudou-se para uma equipe estava em ascensão e livrou-se do caos técnico que se instalou na Lotus em 1975 por conta da adoção do Lotus 76, que não entregou o desempenho esperado fazendo com que Colin Chapman recorresse ao seu velho cavalo de guerra (Lotus 72), que salvou o ano ao conseguir três conquistas através de Ronnie Peterson.
Mesmo que não tenha tido o melhor carro, o M23 caiu como uma luva para Emerson Fittipaldi e este soube extrair o máximo que este bólido projetado por Gordon Coppuck podia entregar.
Foi uma grande época para a McLaren, que entrava de vez no time das melhores equipes, e para Emerson Fittipaldi, que confirmava de vez a sua genialidade no comando de um carro de corrida.
Os festejos de Emerson Fittipaldi ainda no pódio de Watkins Glen, com a sua então esposa Maria Helena

domingo, 30 de junho de 2019

GP da Áustria – Uma prévia para a próxima década


Deixemos de lado (por enquanto) todas essas rusgas com  F1 e comissários, que tanto chateou o fã da categoria com decisões tristes para esporte onde uma canetada decidiu uma vitória sobre um lance questionável num momento onde os dois melhores pilotos dessa década, tiveram seu primeiro confronto direto neste ano de 2019. Para piorar ainda mais o clima, o GP francês, disputado na última semana, foi pavoroso e isso ajudou ainda mais para aumentar as criticas sobre uma categoria que tem sido dominada amplamente por uma equipe. A Fórmula-1 se encontra numa encruzilhada, numa grande encruzilhada e o caminho a ser tomado tem ser decidido logo, exatamente para não ficar apenas como uma categoria que vive dos seus grandes dias sem fazer nada para melhorar.
Por outro lado, há dias bons para a categoria – mesmo que seja escasso. O que vimos hoje em Zeltweg foi um confronto que já havia dado seus ares no kart, quando Charles Leclerc e Max Verstappen eram as duas estrelas e já despontavam como grandes promessas – um momento que mostra que ainda se pode extrair algo bom nesse marasmo que tem tomado o campeonato mundial até aqui, mas para isso é preciso uma má jornada da Mercedes para que isso seja ativado. Ver estes dois jovens pilotos se enfrentando, mostra que teremos um futuro interessante onde a rivalidade será aflorada e explorada. 
Se julgássemos pela largada e depois pelo ritmo apresentado pelos ponteiros, era de esperar uma prova bem tranquila e uma primeira vitória justa para Charles Leclerc, especialmente pelo enorme azar na corrida do Bahrein e também pela magnifica pole conseguida no sábado. Seu ritmo de prova era muito bom, conseguindo uma vantagem confortável para o duo da Mercedes e aumentando o ritmo para quando fosse preciso. A corrida estava sob controle do jovem piloto da Ferrari. Numa situação nenhum pouco confortável, se encontrava Max Verstappen: tendo herdado a segunda posição de Hamilton – já que este largara em quarto devido a punição recebida por atrapalhar Raikkonen na qualificação – era esperado uma largada interessante ao lado de Charles, formando assim a primeira fila mais jovem da história da F1 com média de 21 anos – superando a média de 23 anos estabelecida por Hulkenberg e Vettel no grid do GP do Brasil de 2010. Porém a sua saída foi ruim e despencou para sétimo. Precisou de paciência para subir na classificação, conforme os pilotos que estavam à sua frente iam parando. A sua parada de box para trocar os pneus médios para os duros na volta 30, foi como um passe de mágica: Verstappen só não teve um confronto direto contra Hamilton - que parou na volta 31 quando estava liderando e voltou atrás de Max – mas com os outros que iam a sua frente, o holandês fez subir as apostas após duelar com Vettel pela terceira posição e vencer a disputa após duas voltas bem ferrenhas; contra Bottas as coisas foram mais fáceis, realizando uma ultrapassem sem resistência por conta do finlandês na curva dois. Agora restava apenas Leclerc, que parecia bem contente com a diferença que estabelecera sobre Valtteri e que agora era de Max. Talvez este tenha sido um dos seus erros: com uma crescente de Max, que já era vista faltando 20 voltas para o fim, uma postura mais agressiva para tentar aumentar ou responder as investidas de Verstappen podia ter protegido a sua posição. Mas isso não aconteceu e quando a corrida estava com apenas quatro voltas para o fim, Max já estava na cola de Charles para tentar algo improvável, se julgarmos pelo seu inicio desastroso. Charles fez defesas perfeitas bloqueando bem as investidas de Max, mas o seu vacilo acabou vindo na penúltima volta quando deixou um espaço na tomada para a curva dois e Verstappen mergulhou – numa situação bem parecida que acontecera na volta anterior, que Leclerc soube defender-se devido a melhor tração do Ferrari sobre o Red Bull – para emparelhar, tocar rodas com o Ferrari de Leclerc e assumir a liderança e levantar um mar laranja que foi transformado o circuito do Red Bull Ring com a presença da torcida holandesa. Max venceu a sua melhor corrida na categoria, com um furioso Leclerc em segundo e Bottas em terceiro. O resultado oficial ainda foi eclipsado, mais uma vez, com a atuação dos comissários que entenderam que houve um espaço deixado no lance da ultrapassagem de Max sobre Charles, com o monegasco escapando para fora da pista. Após um longo período de suspense, onde os dois lados foram ouvidos, o resultado final foi mantido. Um alivio após tanta polêmica que se arrastou desde o GP canadense.  
Mas a corrida foi importante para colocar estes dois pilotos em evidencia, já que a rivalidade foi iniciada desde os tempos de kart. Independente que tenha sido ou não justo manter o resultado em prol de Max, a corrida expôs uma situação que poderemos ver já na próxima década com estes dois se digladiando pelas vitórias e títulos – isso sem contar com presenças de Lando Norris, que fez o seu melhor final de semana na categoria, e até mesmo George Russell, que mesmo limitado pelo Williams que tem, é um piloto muito gabaritado.
Num momento que a categoria está perdida em sua identidade, sem saber para onde seguir, essa disputa em Zeltweg pode mostrar ao menos que em termos de material humano para um grande espetáculo, as coisas estão bem encaminhadas. Agora resta a aqueles que cuidam da Fórmula-1 começar a mudar as regras para que o panorama seja ainda melhor nos anos 2020 que se avizinham.

domingo, 9 de julho de 2017

GP da Áustria: O pulo de Bottas

(Foto: autoweek)
Não saberemos exatamente como estará o campeonato quando chegar o mês de novembro. A nossa expectativa, de início, é que essa batalha entre Vettel e Hamilton se arraste até a última corrida do calendário e isso, certamente, é aposta geral de que estes dois rapazes estejam na luta quando o final do mundial se apresentar. Porém, o que vimos hoje no Red Bull Ring, foi uma atuação bem interessante de um cara que até então, era cravado como um mero escudeiro de Lewis Hamilton. A vitória de Valtteri Bottas foi maiúscula, incluindo, também, uma largada fenomenal que beirou a suspeita de queima por conta do piloto finlandês. Mas a sua esperteza ao ver o apagar as luzes vermelhas e “dar no pé”, deixando um Sebastian Vettel “comendo poeira”, foi o lance que deu a ele a chance de virar a primeira curva com toda tranquilidade na frente.
O melhor disso foi o seu desempenho: quem se lembra da sua vitória na Rússia, pode muito bem fazer uma alusão ao que foi feito na pista austríaca, quando conseguiu partir muito bem deixando as duas Ferraris para trás e fazendo voltas iniciais com um ritmo diabólico, sempre cravando as melhores voltas sem dar tempo para que Vettel se ambientasse ao começo da prova. Hoje ele fez da mesma forma e abriu bons seis segundos para Sebastian e essa margem de segurança deu a Bottas a chance de administrar a vantagem quando os retardatários aparecessem. Melhor: após ficar um bom par de voltas na pista usando os pneus ultramacios, conseguiu voltar na frente do piloto alemão e ainda lutar contra um cambaleante Kimi Raikkonen, que foi facilmente superado por ele para depois administrar a diferença de três segundos que ficou oscilando por conta do tráfego. As últimas três voltas, com Vettel tentando pressioná-lo na luta pela liderança, não abalou a confiança de Valtteri – que coincidentemente também havia sofrido pressão de Sebastian nas voltas finais em Sochi – mostrando uma frieza para aguentar tamanha pressão.
Com um campeonato tão equilibrado, onde Vettel vem se aproveitando bem da maré de azares de Hamilton, e este último não conseguindo transformar a real superioridade da Mercedes neste momento em resultados concretos, Bottas vem aos poucos conquistando seus pontos e chegando devagarinho para tentar surpreender o duo que é favorito ao campeonato. No momento a sua desvantagem para Vettel é de 35 pontos, enquanto para Lewis é de 15 pontos. Um azar duplo deste dois principais contendores e uma nova vitória de Valtteri, deixaria o mundial bem embolado e também uma dúvida bem interessante na cabeça de Toto Wolf. A bem da verdade, se isso acontecer já na prova de Silverstone, seria interessante para o decorrer do mundial.

Talvez a ótima largada de Bottas na Áustria também acabe sendo o início de uma reação interessante por parte dele no mundial. O que não é nada mal para alguém que estava sendo tachado de “segundão” até pouco tempo atrás. E um azarão é sempre bem vindo nesta altura do mundial.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Os 35 anos do primeiro título: No meio da guerra, Piquet campeão - Final

(continuação)



Grande Prêmio da Grã-Bretanha –
Mais uma vez a Lotus tentou inscrever o seu modelo 88, que agora estava numa versão B. E como aconteceu em etapas anteriores, o carro foi reprovado e a equipe de Colin Chapman teve que contentar-se com o 87. Jean Pierre Jarier aparecia na Osella, no lugar de Miguel Angel Guerra. A Brabham, já se adiantando em relação ao progresso dos motores turbo, testou o motor Turbo da BMW durante os treinos livres com Nelson Piquet. Na corrida ele utilizou o Ford Cosworth. A primeira fila foi toda da Renault, com Arnoux marcando a pole. Em terceiro aparecia Nelson Piquet, com Pironi ao seu lado. A corrida acabou sendo uma prova de resistência mecânica para os carros. Apesar da grande forma apresentada pelas Renaults durante boa parte da corrida, ambas foram eliminadas por problemas de motor: Prost abandonou na volta 17 e Arnoux, que liderou até a volta 50, abandonou na passagem 64. Para o campeonato, esta corrida foi de sonho para Reutemann já que seus principais adversários pelo título ficaram pelo caminho: Alan Jones acabou acompanhando Gilles Villeneuve quando este bateu na saída da Woodcote, e Nelson Piquet teve um pneu furado em plena Becketts na volta 12, indo bater forte. Todos estes problemas ajudaram, e muito, John Watson, que foi subindo na classificação para aproveitar-se bem dos problemas enfrentados por Arnoux para ultrapassá-lo e vencer a corrida de casa para a McLaren, a primeira dela em cinco anos e a primeira de chassi de fibra de carbono. Reutemann terminou em segundo; Laffite em terceiro; Cheever em quarto; Rebaque em quinto e Slim Borgudd fechando em sexto para a ATS. 
Classificação do campeonato: Reutemann 43 pontos; Piquet 26; Jones 24; Villeneuve e Laffite 21. 




Grande Prêmio da Alemanha –
A prova de Hockenheim deu mais uma vez mostras da evolução dos motores turbo, principalmente por conta da Renault com seus dois carros. A pole ficou para Prost, seguido por Arnoux, formando mais uma vez a primeira fila para a fábrica francesa. Em seguida aparecia as duas Williams de Reutemann e Jones, para depois surgir a Ferrari de Pironi em quinto e a Brabham de Piquet em sexto. Foi uma luta intensa pela vitória, principalmente entre Renault e Williams. Pironi também mostrou boa forma, mas o motor de sua Ferrari acabou por danificar ainda na segunda volta. Jones estava em grande dia e também desafiou a Renault de Prost pela vitória, conseguindo a liderança na volta 21. Sete voltas depois, Reutemann acabou abandonando a prova com problemas no motor. Alain Prost também teve alguns contratempos com o seu carro, o que permitiu a aproximação de Piquet que logo subiu para segundo. As coisas ficariam ainda melhores para Nelson, quando Jones teve algumas falhas em seu Williams. Sendo assim, o piloto brasileiro subiu para o primeiro lugar e teve apenas o trabalho de levar o Brabham-Ford a vitória em Hockenheim. Prost ficou em segundo; Laffite em terceiro; Rebaque em quarto; Cheever em quinto; e Watson em sexto. Classificação do campeonato: Reutemann 43; Piquet 35; Laffite 25; Jones 24; Villeneuve 21. 




Grande Prêmio da Áustria –
A equipe Fittipaldi, enfrentando sérios problemas financeiros e sem motores sobressalentes, se fez ausente nesta 11ª etapa. A Tyrrell teve mudanças: o novo 011 estava pronto e agora a equipe de Ken Tyrrell deixaria de lado os pneus da Avon para usar os Goodyear. Apesar das novidades, Eddie Cheever não conseguiu qualificar-se para esta prova. Aproveitando-se bem da altitude que favorecia imensamente os motores turbo, a Renault mais uma vez deu as cartas na classificação: Arnoux marcou a pole e Prost aparecia em segundo. Gilles Villeneuve era o terceiro, enquanto que Laffite levava o Ligier Matra ao quarto posto. Piquet aparecia em sétimo, logo atrás das Williams. Apesar de uma largada fenomenal, Gilles Villeneuve não conseguiu sustentar a primeira posição por muito tempo ao escapar na segunda volta e retornar na sexta colocação. Dez voltas depois ele abandonaria por conta de um acidente. As Renaults estavam perfeitas no velho Osterreichring, conseguindo abrir grande vantagem sobre Didier Pironi que ia em terceiro. Conforme a corrida foi transcorrendo, as coisas mudaram: Pironi foi ultrapassado por Laffite, Piquet, Jones e Reutemann e ainda cairia mais na classificação para terminar em nono com uma volta de desvantagem. Prost, que estava na liderança, teve problemas na suspensão e acabou abandonando, deixando a liderança para Arnoux que não mais tinha grande vantagem para Laffite. O piloto da Ligier conseguiu alcançar seu compatriota, ultrapassando-o na volta 39 e de lá seguindo para a sua primeira conquista na temporada. Arnoux fechou em segundo; Piquet em terceiro; Jones em quarto; Reutemann em quinto e Watson em sexto. Estas últimas provas não foram boas para Carlos, uma vez que Piquet estava a seis pontos dele e Laffite a nove. 
Classificação: Reutemann 45; Piquet 39; Laffite 34; Jones 27; Villeneuve 21. 




Grande Prêmio da Holanda –
A novidade para esta etapa foi o retorno da Fittipaldi, que agora teria os pneus Pirelli para o restante da temporada. Mas nenhum de seus dois carros conseguiu a classificação em Zandvoort. A Renault continuava seu domínio amplo nas classificações nesta segunda parte do mundial: Prost levava a pole, com Arnoux em segundo. Piquet marcou o terceiro tempo, com Jones em quarto, Reutemann em quinto e Laffite em sexto. O inicio da prova marcou o abandono de Gilles Villeneuve, após ter se enroscado com Bruno Giacomelli e Patrese ainda na largada. Reutemann e Andretti tocaram-se, com o pior ficando para o ítalo-americano que teve problemas na dianteira de seu Alfa Romeo. Alan Jones desafiou a liderança de Alain Prost, ao ameaçar por várias voltas a primeira colocação do francês. Devido o forte ritmo que imprimiu neste duelo, o australiano acabou perdendo rendimento em seus pneus o que causou a aproximação de Piquet que logo ultrapassou seu rival. Um pouco antes, o acidente entre Reutemann e Laffite, na luta pela quarta colocação, acabou eliminando ambos da prova. No final, Prost acabou por vencer, seguido por Piquet, Jones, Rebaque, De Angelis e Eliseo Salazar. Esta acabou por ser uma prova importante, pois com o abandono duplo de Carlos e Jacques, Piquet empatou com o piloto argentino na liderança do mundial ficando logo a frente por ter uma vitória a mais. 
Classificação: Piquet e Reutemann 45; Laffite 34; Jones 31; Prost 28. 




Grande Prêmio da Itália –
De volta ao circuito de Monza, o GP italiano viu mais uma vez a pole ficar para a Renault, mas desta vez sem monopolizar a primeira fila: Arnoux cravou o primeiro tempo, com Reutemann em segundo, Prost em terceiro, Laffite em quarto, Jones em quinto e Piquet em sexto. A novidade foi a primeira vez da Toleman num grid de largada, com Brian Henton conseguindo o 23º tempo. O piloto britânico terminaria em 10º. Siegfried Sthor sofreu um acidente durante a classificação e ainda abalado com o acidente em Zolder com o mecânico Dave Luckett, resolveu aposentar-se das corridas. Prost assumiu a liderança na largada, sendo seguido por Reutemann e Arnoux, que despencara para terceiro. A grande sensação naquele inicio foi a largada de Pironi, que pulou de oitavo para quarto e estava em segundo algumas voltas depois. Mas o seu bom momento teve prazo de validade, quando Arnoux subiu para segundo e Laffite para terceiro, jogando Pironi para quarto. O francês da Ferrari terminaria em quinto. Laffite também não teve muita sorte, ao abandonar na volta onze. Na volta seguinte foi a vez de René Arnoux abandonar por conta de um acidente, quando tentou desviar da Tyrrell de Cheever. O acidente de Watson na saída da segunda perna da Lesmo, num embate contra os rails da parte interna que chegou arrancar o motor de seu McLaren, também causou problemas para alguns competidores, como foi os casos de Alboreto (que bateu seu Tyrrell em seguida no motor do Mclaren) e Reutemann que foi para a grama perdendo, assim, o terceiro posto para Giacomelli. O piloto italiano estava muito bem naquele GP, mas problemas no câmbio na sua Alfa Romeo forçaram seu abandono. Piquet estava em terceiro até a última volta, quando o motor de seu Brabham apresentou problemas e o piloto brasileiro caiu para sexto. A vitória ficou para Prost, seguido por Jones, Reutemann, De Angelis, Pironi e Piquet. O problema de Nelson na última volta permitiu Carlos voltar ao topo da tabela de pontos com três de vantagem sobre o piloto brasileiro. A grande arrancada de Prost nas últimas provas lhe deu algumas esperanças de título. 
Classificação: Reutemann 49; Piquet 46; Prost e Jones 37; Laffite 34. 




Grande Prêmio do Canadá –
O GP canadense foi frutífero na sua Seally Season: Jones anunciou sua aposentadoria ao fim daquela temporada; rumores do retorno de Lauda se deram quando viram o austríaco testando pneus para a McLaren em Donington; também foi dito que Mario Andretti deixaria a F1 ao final do ano. A novidade na lista de pilotos era a inclusão de Jacques Villeneuve, irmão de Gilles, que substituiria Sthor na Arrows. Pela primeira vez naquela segunda parte do mundial, nenhum Renault se encontrava na primeira fila: Piquet foi o pole, tendo ao seu lado o líder do mundial Carlos Reutemann; Jones fez o terceiro tempo e Prost o quarto; Mansell levou a Lotus ao quinto lugar e Rebaque ficou com o sexto tempo. Com a prova tendo a presença da chuva desde o seu início, Jones foi mais esperto que os dois ponteiros e logo assumiu a liderança. Carlos teve que abrandar o ritmo depois de um toque de seu companheiro de Williams e isso o fez cair na tabela de classificação. A corrida do Canadá acabou por ser desastrosa para o argentino, que não pontuou. Jones acabaria rodando e isso prejudicou Piquet, que ao tentar desviar do Williams, perdeu algumas posições. Alan abandonou na volta 24 e Nelson recuperou-se para terminar em quinto. Prost deu adeus a suas chances no campeonato quando se envolveu num acidente com Mansell na volta 45. Laffite foi quem acabou se dando bem naquela tarde chuvosa, ao conseguir a sua segunda vitória no campeonato. Watson foi segundo; Gilles Villeneuve - que brindou a torcida local com uma de suas conduções acima do limite e com a asa dianteira a atrapalhar a sua visão por boa parte da prova – em terceiro; Giacomelli foi o quarto, Piquet o quinto e De Angelis o sexto. A final em Las Vegas teria três pilotos separados por meros seis pontos. Piquet estava em segundo, mas a um ponto de Reutemann, o que significava que qualquer resultado seu à frente do argentino lhe garantia o título. Para Laffite, seis pontos atrás, precisaria de algumas combinações para conseguir a taça. 
Classificação: Reutemann 49; Piquet 48; Laffite 43; Prost e Jones 37. 




Grande Prêmio dos EUA –
A derradeira etapa de um campeonato que estava fadado a não acontecer, ou acontecer ainda que de forma “manca”, estava prestes a se iniciar. Com o traçado montado no enorme estacionamento do Caersar’s Palace, em Las Vegas, o calor era imenso, mas isso não foi empecilho para vermos um empenhado Carlos Reutemann conquistar a pole e tentar dar o primeiro passo rumo ao seu primeiro título mundial. Alan Jones ainda estava com o orgulho ferido por conta da etapa de Jacarepaguá e não mediria esforços para bater seu companheiro de equipe, ainda mais que aquela prova de Las Vegas era a sua última na categoria. Gilles Villeneuve era o terceiro, com Piquet em quarto; Prost era o quinto e Watson o sexto. Laffite dificultara ainda mais suas remotas possibilidades de título ao marcar apenas o 12º tempo. Isso significava ter que remar contra um bom pelotão que ia a sua frente e ainda contar com a má jornada de Piquet e Reutemann. Vida dura para o francês. A prova foi extremamente pautada por ação e cautela por aqueles que disputavam o título, exceto Laffite, que fizera boa largada e pulara para sétimo. Reutemann despencou de primeiro para quinto e Piquet caiu de quarto para oitavo. Gilles conseguira uma bela largada ao pular para segundo, mas não tinha ritmo para acompanhar Jones. Prost superou o canadense algumas voltas depois, mas também não tinha como alcançar um alucinante Alan naquela prova. Mais atrás, os pretendentes ao título vagueavam pelas posições: Reutemann ia caindo aos poucos na tabela, uma vez que Laffite já havia ultrapassado ele e Watson, subindo para quinto. Reutemann era sétimo, mas seria ultrapassado por Piquet que voltas depois passaria Watson na disputa pela sexta posição. Ele subiria para quinto após a desistência de Gilles, mas Andretti o ultrapassaria depois jogando o brasileiro para sexto. A escapada de Giacomelli, que estava em quarto, acabou ajudando Piquet a subir para quinto novamente e Reutemann estava em sexto. Mais tarde foi a vez de Mario Andretti abandonar com problemas na suspensão de sua Alfa Romeo. Assim, Piquet subiu para quarto e Reutemann quinto, numa prova de gato e rato. Prost teve alguns problemas, o que fez cair de segundo para sexto na classificação. Isso significava que Piquet encontrava-se em terceiro, com Reuteman em quarto, mas outras mudanças viriam com o decorrer da prova: Prost se recuperava e ultrapassou Piquet, mas o brasileiro voltaria para terceiro com os problemas enfrentados por Laffite que ia em segundo. Carlos passou a ter problemas no câmbio de sua Williams e o argentino foi presa fácil para Mansell e Giacomelli, que vinha em grande recuperação. As coisas piorariam ainda mais para Reutemann, que despencaria ainda mais, terminando em oitavo. Para Piquet, que já sabia da posição que se encontrava o seu rival, deixou caminho aberto para Mansell e Giacomelli discutirem a terceira posição, sendo que a melhor foi o italiano que terminou em terceiro. Para Nelson Piquet, a quinta posição foi o bastante e com um ponto de diferença sobre Carlos, o brasileiro chegou ao seu primeiro título mundial. Alan Jones venceu seu último GP na F1, seguido por Prost e Giacomelli. Mansell foi o quarto, Nelson o quinto e Laffite o sexto.




Classificação final dos campeonatos de Pilotos e Construtores

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...