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domingo, 28 de setembro de 2025

Foto 1045 - Um ato de Deus

(Foto: Sundayworld.com)

A primeira vista, a impressão é de que as noticias seriam as mais terríveis e isso era totalmente compreensível: como seria possível uma pessoa sobreviver a uma pancada tão impressionante, seguido de ser lançado à alguns metros de distância do restara do seu carro? A imagem do corpo inerte e retorcido de Martin Donnelly impressiona até hoje e naquele período, há exatos 35 anos quando faltavam dez minutos para o fim da primeira qualificação para o GP da Espanha de 1990 em Jerez de La Frontera, foi um dos momentos que impactou uma geração que ainda não tinha visto nada parecido na Fórmula-1. Algo dessa magnitude, apenas oito anos antes com o triste desfecho da vida de Gilles Villeneuve, também, nos momentos finais da qualificação para o GP da Bélgica de 1982. 

O relato de Roberto Pupo Moreno, que havia ficado de fora da qualificação e estava junto dos amigos de Donnelly, que acompanhavam a sessão com vista para a curva 14 onde aconteceu o acidente, transmite o drama que foi aquele momento: "Sim, eu estava na curva. Fiquei olhando para ele o tempo todo. Foi incrível porque eu vi que ele estava vindo, então o segui por todo o circuito. Eu o vi da curva lenta, e aumentando as marchas, e ele estava absolutamente plano em nossa direção, e então eu pude ver que ele não virou, e o motor não parou. Como piloto, eu estava dirigindo com ele quase com os meus olhos. Eu tinha visto que ele não tinha virado antes da curva e estava em aceleração máxima. No momento em que ele não virou, minha respiração parou completamente, porque eu sabia o que iria acontecer a seguir. Eu simplesmente vi uma explosão, pedaços voando para todos os lados. Eu o vi caído no chão e fechei os olhos, porque realmente pensei que ele estivesse morto." declarou Moreno ao site Motorsport Retro.

A partir deste momento, o trabalho médico entrou em ação ainda que tenha demorado um pouco a chegar no local. Segundo os relatos do Doutor Sid Watkins em seu livro "Viver nos Limites", a pista de Jerez não oferecia atalhos para que pudessem chegar mais rápido ao local - e juntando isso ao fato de não terem um carro médico mais rápido, coisa que ele também reclamou, e de não saberem o local exato do acidente, aqueles minutos eram bem arriscados. Essa demora em chegar à Donnelly gerou a necessidade de irem buscar um carro mais potente e isso foi feito na manhã do sábado, quando foram buscar um Porsche 911 em Madrid para tal. Infelizmente as coisas não iam bem naquele final de semana e o responsável em trazer o carro acabou se acidentando na estrada quando estava ao volante do Porsche. Mas ele salvou-se com uma perna quebrada. 

O atendimento à Donnelly pela equipe de Sid Watkins
(Foto: AFP)

Donnelly foi atendido ainda na pista e levado ao centro médico do circuito para continuar os procedimentos. Derek Warwick, companheiro de Martin na Lotus e que havia sofrido um mega acidente no complemento da primeira volta do GP da Itália realizado algumas semanas, foi até o local visitar o seu colega:  
"É claro que não havia nada que eu pudesse fazer. Ele deu sinais de me reconhecer. Mas tudo o que eu pude fazer foi desejar-lhe boa sorte e dizer que todos estavam pensando nele.", comentou Warwick que no dia seguinte ainda pensou em não correr aquele GP justamente com as lembranças bem frescas na memória de seu acidente em Monza e depois do que acontecera com Martin Donnelly: “No sábado de manhã me tinha ainda decidido a correr, mas Frank Dernie e Steve Hallam (responsáveis pelo Lotus 102) garantiram-me terem modificado algumas partes do carroque eventualmente poderiam ter sido a causa da falha mecânica e isso foi garantia suficiente para mim. Não poderia desapontar tanta gente que trabalhou muito.", declarou Derek ao anuário "Fórmula-1 1990/1991" do Francisco Santos.

 

Ayrton Senna acompanhou todo processo

Sid Watkins e Ayrton Senna em conversa após o acidente de Donnelly
(Foto: Sutton Images)

Ayrton Senna, que estava na batalha pelo título daquela temporada contra Alain Prost, esteve presente em quase todo momento em que Sid Watkins e sua equipe faziam os procedimentos para recuperar a consciência de Donnelly. Senna comentou sobre o acidente, reproduzido no anuário "Fórmula-1 1990/1991" do Francisco Santos: "O acidente foi muito triste para todos nós. Fui ao local onde o Martin estava no chão, e quando vi as consequências imediatas do acidente, com os meus próprios olhos, sozinho, foi muito... dificil de aguentar, de entender e absorver tudo, e depois ter de partir para outra. Depois fui para o caminhão da equipe (Mclaren) e pedi para ficar sozinho uns momentos, para pensar, quieto. Vivi momentos muito especiais, a rebuscar tudo dentro de mim". 

Em todos aqueles anos na categoria, essa era a primeira vez que o piloto brasileiro estava face a face com a morte, mesmo que antes disso tenha visto alguns acidentes impressionantes desde a sua estréia na categoria em 1984. Mas desta vez, sendo um dos nomes mais importantes da categoria e tendo um título mundial na bagagem, ele assumiria um posto importante nas discussões pela segurança na categoria - inclusive, tendo que lidar com outros acidentes preocupantes no decorrer dos anos. Ainda em seu livro "Viver Nos Limites", Sid Watkins relata o momento em que Senna o procurou no sábado para saber os detalhes do atendimento à Martin: "Na manhã seguinte as noticias ainda eram boas e eu estava esperando à saída dos boxes que começassem os treinos da manhã de sábado quando Senna veio ter comigo. Encostando-se ao muro do boxes disse-me que tinha assistido à reanimação e, no seu estilo sério, fez-me perguntas sobre as técnicas (de reanimação) aplicadas. Tinha verificado que o tubo tinha sido metido aparentemente de forma errada, ao contrário, e depois tinha sido rodado, e que queria saber porque razão anatômica se tinha procedido dessa forma. Mostrei-lhe o estojo e ele mostrou-se intrigado com o aparelho, e também perguntou porque razão tinha metido o dedo na boca de Martin antes de meter a tubagem. Disse-lhe que era para procurar um buraco entre os dentes". Numa dessas tristes ironias da vida, quatro anos depois Sid Watkins estaria na mesma situação com o mesmo Ayrton, tentando salvá-lo naquele terrível 1º de maio em San Marino...

(Foto: Ercole Colombo)
Vinte anos após estes acontecimentos e já sabendo de tudo que acontecera nos momentos pós acidente, Martin Donnelly falou de suas impressões sobre Ayrton Senna: “Uma das coisas que me impressionou desde o acidente foi o Ayrton naquele fim de semana. Para mim, ele era um amigo distante", comentou ele ao site Motorsport Retro em 2011. "Ayrton foi andando até onde eu tinha caído. Isso é o
mais incrível para mim. O Ayrton assistiu a tudo isso, viu tudo em primeira mão, segurando meu capacete e possivelmente me vendo morrer em um acidente. Ele viu todas as agulhas, seringas e a traqueostomia. Depois, voltou para a garagem, colocou o capacete de volta, com a viseira abaixada, e com apenas 10 minutos restantes, fez a volta mais rápida de Jerez naquela pista. Como você desliga a emoção do que acabou de ver que está ali – na sua mente – e então faz esse tipo de trabalho?"
, frisou Donnelly. 

Ayrton cravou a pole para aquele GP no que consistiu na sua 50ª conquista neste quesito. Essa volta é uma das mais impressionantes da sua carreira: "A de hoje foi inacreditável para mim, porque depois do acidente de ontem com Donnelly, vivemos momentos muito tristes para todos nós. Como sabem, eu fui ao local do acidente. Depois de me recolher até pensei em não andar mais ontem, mas saí e fiz um tempo que até poderia ter-se mantido como pole até agora. Mas, hoje tive uma sensação dentro de mim de que alguém (leia-se Prost) iria bater meu o meu tempo, e que eu queria a minha 50ª pole teria que melhorar esse tempo. Aí fiz essa volta... não foi o meu máximo... até porque houve dois pilotos (Olivier Grouillard e Nelson Piquet) me fizeram perder tempo", comentário que foi reproduzido no livro "Ayrton Senna do Brasil" escrito pelo Francisco Santos. Na corrida, ele não teve melhor sorte ao abandonar na volta 52 por conta de um furo no radiador. 


O acidente e a recuperação

Martin Donnelly em processo de recuperação
(Foto: Getty Images)

Uma escapada naquela curva 14 que é feita de pé cravado não é nada interessante e foi isso que constataram quando viram o acontecido com Donnelly. A quebra de um dos braços do amortecedor fez com que ele não tivesse mais controle do carro, indo parar imediatamente contra o guard rail da veloz curva 14. "Se tivesse durado mais um milissegundo, a última curva (Ferrari) tinha uma grande caixa de brita e uma grande barreira de pneus. OK, provavelmente teria sido doloroso, mas o carro não teria se partido ao meio." comentou Donnelly ao "Beyond The Grid" em 2022. 

Sid Watkins encontrou Martin com o rosto bem azulado, o que indicava a falta de oxigênio: “Eu não estava respirando porque engoli minha língua”, disse Martin e a partir daí, como foi relatado antes, Sid tratou de procurar ventilar o mais rápido possível o piloto. "Mas, entre o acidente e o Sid chegar até mim e avaliar o que estava acontecendo, foram 11 minutos e meio. Então, o cérebro... as pessoas dizem que me afetou. Acho que a esposa concordaria!

Sid abriu minha viseira e viu que eu estava com um tom azul-claro. Ele pegou dois tubos, inseriu-os no meu nariz, me estabilizou respirando novamente com o oxigênio, cortou as tiras e me entregou o capacete. Ele me levou de volta ao Centro Médico e depois me levou de avião para Sevilha.”

“Acho que meu acidente foi por volta de 42G. Ele sabia por experiência própria que meus órgãos entrariam em choque e não funcionariam. Então, era importante me tirar de Sevilha, de volta para Heathrow, de volta para a Inglaterra, para o hospital dele, o Royal London Hospital, em Whitechapel. Voltei para lá na terça-feira à noite e, como ele previu, na quarta-feira, meus rins, meus pulmões... tudo simplesmente parou de funcionar. Fiquei em um respirador por sete semanas. Fiz diálise renal todos os dias durante três horas e, como a situação estava delicada, o capelão do hospital veio e me deu a extrema-unção. Duas vezes na mesa de operação, meu coração parou. Eles tiveram que se afastar, colocar os cabos de ligação antigos, me dar um choque e me trazer de volta. Então, três vezes, Sid me trouxe de volta (no primeiro atendimento na pista).

Martin ainda lutou contra um problema na perna esquerda que foi gravemente afetada correndo, inclusive, o risco de ser amputada, situação que foi descartada por conta do atendimento correto e rápido, mas que também teve a intervenção de Sid Watkins e de uma pessoa que fez a tradução do inglês para o espanhol ainda em Sevilha. “Este rapaz, Deus o abençoe, traduziu entre espanhol e inglês. Foi uma luta intensa, com gritos. Ele ficou traumatizado tentando traduzir o que Sid estava dizendo para os cirurgiões, e eles disseram 'não, temos que amputar esta perna', por causa da quantidade de sangue que eu estava perdendo. Sid tirou o cinto da própria calça e colocou em volta da minha perna para estancar o sangramento e salvar a perna. Se ele tivesse chegado uma hora, meia hora depois, aquela perna teria sido removida.” relembrou Donnelly, que devido as cirurgias - incluindo uma outra que aconteceria semanas depois por conta da perfuração de uma das artérias - sua perna esquerda ficou 2,5cm mais curta.

Ele ainda tentaria uma ajuda com Willi Dungel, o homem que ajudou no retorno de Niki Lauda após o acidente de Nurburgring em 1976. "Eu pensei que se ele conseguia consertar a Niki em seis semanas, conseguiria me consertar em dois meses, certo?”, comentou Donnelly, mas as coisas seriam bem mais complicadas, como ele mesmo relatou em seguida: "Claro que eu não imaginava o quão difícil seria. Fiquei lá (na Áustria) 13 semanas fazendo fisioterapia e hidroterapia durante oito horas por dia. Voltei para o Reino Unido para as operações e depois voltei para a clínica. Foi muito difícil. Eles finalmente disseram: 'Martin, não podemos fazer mais nada pelas suas pernas'."

Donnelly em seu teste com a Jordan em 1993
(Foto: Motorsport Magazine)
Apesar da sua vontade em voltar às Fórmula 1, Donnelly sabia que era bem complicado. Ele ficou ao lado de Mika Hakkinen em algumas provas da temporada de 1991 e continuou com a equipe - pela qual
ele havia acertado na manhã do acidente uma extensão do contrato para 1991 - virando um embaixador da Lotus. Em 2011 ele reencontrou o Lotus 102 no Festival de Goodwood onde pôde conduzi-lo no trajeto e ser aplaudido pelo público. Voltando ao passado, ele ainda teve contato com um Fórmula-1 em 1993 quando Eddie Jordan lhe proporcionou a condução no Jordan em Silverstone.

Ainda quando estava com a mentalidade de tentar voltar para a categoria, Donnelly recebeu um importante conselho de um dos cirurgiões que cuidaram dele: "O cara lá de cima estava tentando te dizer. Eles te trouxeram de volta à vida três vezes. Você tem uma família, você tem uma vida. Deixe para lá." - mesmo não voltando à Fórmula 1, Martin teve algumas passagens por outras categorias incluindo o RallyCross em 1992; passagem com vitória na Fórmula Classic em 1995 e também em duas provas da Elise Trophy em 2007, isso sem contar participações em outras provas e categorias.

Juntanto o conselho com o desfecho de Ayrton Senna, Martin descartou de vez o sonho de voltar à Fórmula-1. “A morte de Ayrton em 1994 foi o último prego no caixão. Ele teve uma vida ótima, três vezes campeão mundial — quem sou eu comparado a ele? Então, me concentrei no meu próprio negócio.", completou Donnelly.

Como bem disse Derek Warwick, "Para Martin Donnelly, ter sobrevivido ao acidente foi um ato de Deus." e essa segunda chance tem que ser muito bem aproveitada.

Vida longa a Martin Donnelly.

sábado, 13 de abril de 2019

Foto 741: GP da Espanha, 1986




As imagens de um dos melhores GPs da década de 80, especialmente nas voltas finais por conta da economia de pneus por parte de Ayrton Senna e Alain Prost que, aliado a ida de Nigel Mansell aos boxes para trocá-los faltando menos de dez voltas quando foi superado por Senna e Prost na briga pela liderança, proporcionaram duas voltas finais eletrizantes no circuito de Jerez De La Frontera.
Mansell (terceiro) conseguira descontar uma desvantagem de 19 segundos para Ayrton Senna - então líder - em apenas oito voltas (64-72), ao despachar Alain Prost rapidamente e partir para o ataque contra o Lotus Renault. Na abertura da penultima volta a diferença de Ayrton para Nigel era de 5.3 segundos e quando abriram a 72ª volta (a derradeira), o inglês estava apenas 1.3 do piloto brasileiro. Mansell chegou forte nas duas últimas curvas, conseguindo armar o bote na entrada da reta dos boxes. Mas um pequeno movimento de Ayrton para defender-se foi o suficiente para quebrar o ritmo de Nigel que ainda emparelhou com o brasileiro na reta. Senna venceu por meio carro.
Na entrevista após o pódio, Mansell ainda brincou com a chegada apertada ao dizer que podiam ter divididos os pontos entre os dois.
Esse GP ainda teve algumas marcas: Keke Rosberg largou pra o seu centésimo GP (terminando em quarto com a Mclaren); a pole conquistada por Senna foi a nona da sua carreira e a centésima da Lotus - que também comemorou  seu GP de número 350; a Haas-Lola marcava a sua estréia na categoria com Alan Jones e Patrick Tambay como pilotos. Jones abandonou logo no inicio e Tambay terminou na oitava e última posição.
O GP espanhol retornou ao calendário após cinco anos de ausência.
Hoje completa 33 anos.

Fotos: Motorsport Images

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Foto 538: Martin Donnelly, 25 anos atrás

Para os mais jovens, que assistem a Fórmula-1 de forma livre, sem ter que mergulhar de cabeça na história da categoria, o nome de Martin Donnelly não causa nenhum tipo de curiosidade. Mas ao ver as imagens do seu acidente em Jerez, 1990, a primeira palavra a ser proferida certamente é "Morreu!" - isso se não sair um palavrão, tamanha é a força daquela imagem.  
Antes que acontecessem toda aquele fim de semana negro de abril/maio de 1994, o momento era impactante: Donnelly saiu forte de uma seção de curvas velozes à direita e espatifou a sua Lotus Lamborghini no guard-rail. A pancada foi tão violenta que o cockpit desintegrou-se e Martin, ainda preso ao banco, foi lançado para o meio da pista. Com graves lesões nas pernas e crânio esperava-se o pior - principalmente devido a forte cena -, mas o piloto irlandês teve uma longa recuperação e safou-se. Não voltou à categoria, mas Eddie Jordan ainda lhe ofereceu um teste pela sua equipe em 1993.
Martin dedicou-se a uma equipe na Fórmula Vauxhall e alguns anos depois, voltou a pilotar no turismo britânico. Em 2011, no Festival de Goodwood, Donnelly voltou ao cockpit do Lotus 102 Lamborghini que pilotou em 1990.

domingo, 1 de março de 2015

F1 Pré-Temporada: Sobre os testes

Falar sobre testes de pré-temporada torna-se um verdadeiro tiro no escuro, onde se sabe que você apenas atira, mas não sabe onde vai acertar a bala. Dificilmente você saberá qual o cronograma adotado pelas equipes para vários estágios dos dias e tudo que escreverá, ou dirá, é apenas um achismo. Mas se acerta também, pode se vangloriar e até mesmo seguir uma vida de vidente. Vai-se ganhar dinheiro com isso, ou não, é outra história.
Mas a verdade é que nestes tempos, onde o dinheiro anda contado e as informações andam quase que na velocidade da luz, pouco sentido faz em ficar enganando com voltas voadoras apenas para ganhar manchetes. É claro que, para uma equipe média/pequena, isso é um trunfo bem manjado e sempre tem algum que acredita – ou finge que acredita – para acabar apoiando financeiramente e ter o nome de sua empresa estampando as laterais de um carro de corrida, mesmo que esta se arraste no final do pelotão por todas as corridas do ano. Mas uns minutinhos – ou segundos – de exposição televisiva vão bem, não é mesmo? Portanto, aqueles primeiros dias onde a Ferrari e Sauber comandaram como quis, mostraram o quanto que os seus carros estão bem melhores para esta temporada, tanto que continuaram a andar bem nos oito dias que se seguiram em Barcelona, mas não com a mesma intensidade. Afinal de contas, estavam a trabalhar velocidade de ponta para os seus respectivos carros, coisa que continuou forte para o time suíço enquanto que a Ferrari partiu para outros programas de acerto. Porém, a confiabilidade alcançada por ambas, foi o ponto alto para o trabalho dos dois teams que apresentaram pouquíssimos problemas.
Os dias iniciais de testes tendem a pregar boas peças, mas também nos deixam algumas dúvidas que são respondidas parcialmente à medida que avançam os dias de trabalhos. A Mercedes apresentou quatro dias de longa quilometragem em Jerez, para depois iniciar uma tímida escalada nos tempos de voltas nos quatro primeiros dias em Barcelona e no fim mostrar a real força do seu carro. A Williams fez um trabalho semelhante, mas em escala menor, já que não andou tanto assim em Jerez e que depois mesclou long runs na primeira parte em Barcelona para andar forte na segunda bateria na pista espanhola. Aliás, os carros com motor Mercedes continuam muito bem, como mostraram a Lotus e Force India: se o time de Enstone até fez bons tempos com Maldonado e Grosjean, dando a impressão que o carro deste ano possa ser bem melhor que o fiasco de 2014, a Force India testou nos quatro dias iniciais em Barcelona com o modelo de 2014, para depois passar ao que será usado este ano e ter uma boa jornada com Nico Hulkenberg e Sergio Perez, que computaram 295 voltas em três dias desta última bateria sem grandes problemas.
Para as clientes Renault foi um período que mais pareceu uma continuidade de 2014, do que algo novo a ser festejado. Na verdade a Toro Rosso é quem pode sorrir um pouco mais, pois o seu carro apresentou poucos problemas e Sainz Jr. e Verstappen fizeram boa quilometragem especialmente em Jerez e na primeira semana em Barcelona. A Red Bull continuou com alguns problemas de confiabilidade, mas não tanto quanto na pré-temporada de 2014. Porém é algo que precisa melhorar bastante e, pelo que parece, a potência do motor Renault ainda não é das melhores.
Para a McLaren, neste início de nova parceria com a Honda, os problemas apareceram aos montes, mas os pilotos elogiaram o MP4-30 o que já algo animador frente às enormes dores de cabeça que o time tem enfrentado.


Mercedes: Pode não ter dominado amplamente os dias de testes, optando mais pela qualidade que a quantidade e isso ficou claro nas duas únicas vezes em que colocaram seus carros na primeira posição. Rosberg e Hamilton surpreenderam a concorrência ao fazer tempos ainda melhores quando usavam os mesmo tipos de pneus que os demais, ou até mesmo diferente, como foi o caso de Hamilton para Massa no sábado ao cravar o primeiro tempo com dois décimos de avanço sobre o brasileiro utilizando os macios contra os super macios do piloto da Williams.
Fica evidente que estão acima dos demais neste ano, numa clara continuação de 2014. Mas a parte mecânica e elétrica ainda apresenta problemas aqui e acolá, que podem muito atrapalhar um pouco a equipe germânica.  


Williams: Ao passo que apresentou nestes últimos quatro dias, onde resolveu fazer o mesmo que a Mercedes, liberando seus pilotos para mandarem ver, a equipe inglesa apresentou uma forma muito positiva credenciando-a a ser a segunda equipe neste momento, com uma ligeira vantagem sobre Ferrari e Red Bull. Tanto Massa, quanto Bottas elogiaram ao máximo este novo FW37 exatamente pela sua velocidade e confiabilidade. E isso é algo animador para eles que perseguiram – e que continuarão neste ano – uma vitória em 2014.
Aparentemente já começam muito bem, diferente do ano passado onde foram melhorando gradativamente até fechar como segunda equipe mais veloz.


Ferrari: A atmosfera dentro da Ferrari é percebida há quilômetros de distância e isso é fruto das mudanças radicais na parte técnica da equipe, feitas no segundo semestre de 2014. A chegada de Sebastian Vettel e outros profissionais também ajudam nisso e os resultados são bons até aqui: além da já conhecida confiabilidade, o carro parece ser bom e isso traz para eles um ânimo que já deixou o chefe Maurizio Arrivabene animado a ponto de colocar uma meta que é vencer duas corridas no ano, e caso vençam até quatro GPs, ele correria descalço.
A Ferrari inverteu o processo ao cravar ótimos tempos em Jerez e depois trabalhar ativamente no desenvolvimento do carro nas duas últimas sessões de treinos.
Acredito que este será um bom ano para a Ferrari, mas não dá para garantir que vencerão uma ou duas corridas nesta temporada. Mas a freqüência nos pódios pode ser mais constante.


Sauber: Podemos chamá-los de surpresa nestes testes? Até que sim, mas ainda vamos esperar para vê-los nas primeiras provas da temporada. Mas uma coisa não pode negar: a confiabilidade que se viu nestes carros azuis da Sauber chegou a surpreender e pouco foram as reclamações de Ericsson e Nasr sobre o comportamento do carro, que parece ter agradado bastante seus pilotos.
Eles viraram ótimos tempos desde Jerez, o que fez a maioria desconfiar de ser um “blefe” de pré-temporada. Mas passado todo esse tempo e na maioria das vezes se colocando entre os quatro melhores de cada dia, fica um pouco difícil acreditar que tenha sido apenas um jogo de cena. Talvez as coisas tenham melhorado por lá.


Toro Rosso: A equipe com dupla mais nova da categoria fez um trabalho muito bom ao ganhar uma larga quilometragem e com bons tempos feitos por Sainz Jr. e Verstappen. Porém, problemas apareceram nesta última semana, mas nada que seja grave a ponto de preocupar a equipe.
Apesar destes contratempos no final dos testes, o carro tinha apresentado uma boa confiabilidade.


Lotus: Imaginava-se que as coisas poderiam piorar para eles, mas até aqui, nestes testes, tudo fluiu bem demais. A melhora na troca do Renault pelo Mercedes, foi evidente e seus pilotos trataram de fazer os melhores tempos em três dias da segunda bateria de testes, sendo duas com Maldonado e uma com Grosjean. E o carro parece muito melhor que o de 2014, o que traz à equipe a chance de voltar a brigar constantemente pelos pontos.
E contando com dois caras rápidos – e de vez em quando afoitos – a Lotus passa ter uma ótima chance de brilhar novamente.


Red Bull: A única coisa que chamou a atenção da critica nestes teste, foram a camuflagem usada pelo time. Fora isso, nada de especial na equipe que dominou a F1 até 2013. Tiveram alguns problemas na MGU-K nesta semana que limitaram bastante o trabalho, o que preocupa um pouco.
Mas ano passado estiveram numa situação bem pior e conseguiram uma atuação sensacional em Melbourne. Mas agora a concorrência parece ser mais pesada.


Force India: Para quem andou muito pouco com o carro desta temporada, até que as coisas foram boas para eles. De início, usaram o bólido de 2014 para coletar dados e nestes últimos três dias entregaram para Hulkenberg e Perez o carro de 2015, que já colecionou uma boa distância sem ter problemas.
Mas ainda sim a equipe vive dias delicados devidos os problemas financeiros.


Mclaren: Não seria fácil, mas tão não imaginavam que seria tão difícil! Os dias da McLaren foram sofríveis e o único onde puderam ver sorrisos e ouvir suspiros de – um breve – alívio foi na última sexta-feira, quando Button completou 101 voltas sem apresentar nenhum problema crônico. Mas o calvário voltaria nestes últimos dois dias.
Foi baixa a quilometragem da equipe, que ainda perdeu Fernando Alonso para esta última sessão devido ao misterioso acidente da semana passada. E a presença dele para Melbourne ainda é dúvida.
Mas algumas coisas positivas podem ser tiradas destes doze dias de testes: o carro, segundo os pilotos, em especial Button e Magnussen que conduziram o do ano passado, é muito melhor a ponto de Jenson classificá-lo como “de outra categoria”, o que dá uma idéia de como era o antigo bólido. Outra coisa que chamou a atenção foi o fato de andarem com a potência do motor Honda reduzida, exatamente para evitar problemas ainda maiores. O melhor tempo obtidos por eles em Barcelona, foi pelas mãos de Magnussen que anotou 1’25’’225. Ok, uma marca que chega a ser mais de dois segundos mais lenta que os tempos da Mercedes, mas que leva a crer que quando o motor estiver em ordem e sua potência for elevada, as coisas podem melhorar bastante.
Vão apanhar muito neste início, pagando um preço por iniciar o projeto agora, mas será bem interessante vermos onde poderão chegar neste 2015.
E isso me lembra a 2009, com uma péssima primeira parte de mundial e depois com uma segunda parte sensacional por parte deles.  

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

F1 Pré-Temporada: Jerez, Dia 4

E chegou ao fim a primeira rodada de testes da F1 em Jerez e como nos outros dias, a Ferrari teve o domínio das ações naquele circuito e com Kimi Raikkonen estabelecendo a melhor marca dos quatros dias no tempo de 1'20''841. Marcus Ericsson, mantendo a boa forma da Sauber nestes dias, ficou em segundo com o tempo de 1'22''019, sendo acompanhado por Hamilton - que mais uma vez fez o maior número de voltas, computando 115 - na terceira colocação e Verstappen em quarto.
Felipe Massa foi o quinto, completando 73 voltas, seguido por Romain Grosjean, Daniil Kvyat - que enfrentou poucos problemas, se compararmos no outro dia em que testou. Mas para a própria Red Bull foi um dia mais lucrativo, já que eles completaram 62 voltas ao todo.
Em relação à Mclaren, a evolução do conjunto MP4/30 e motor Honda, vem evoluindo lentamente, mas ao menos mais animador que nos dois primeiros dias. Se Alonso completou 32 voltas ontem, Button chegou à marca de 35 giros e que foi interrompida por problemas na bomba de gasolina. A melhor marca dele hoje, assim como da Mclaren nestes quatro dias, foi de 1'27''660.

Os resultados deste quarto e último dia em Jerez

PosPilotoTimeTempo   Dif        Voltas                                              
1 Kimi RaikkonenFerrari 1m20.841s                (106)
2 Marcus EricssonSauber 1m22.019s  +1.178    (112)
3 Lewis HamiltonMercedes 1m22.172s  +1.331    (117)
4 Max VerstappenToro Rosso 1m22.553s  +1.712    (97)
5 Felipe MassaWilliams 1m23.116s  +2.275    (73)
6 Romain GrosjeanLotus 1m23.802s  +2.961    (53)
7 Daniil KvyatRed Bull 1m23.975s  +3.134    (64)
8 Jenson ButtonMcLaren 1m27.660s  +6.819    (35)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

F1 Pré-Temporada: Jerez, Dia 3

E terminou agora pouco o terceiro dia de testes em Jerez e mais uma vez com um carro de motor Ferrari na frente: se nos nos últimos dias as ações foram da Ferrari com Vettel no volante, desta vez foi Felipe Nasr que colocou a Sauber-Ferrari na ponta da tabela de tempos. E de certa forma foi um bom duelo contra Raikkonen, que esteve no comando da Ferrari hoje, e com Rosberg, que liderou uma boa parte da manhã sendo suplantado pelo piloto finlandês ao final daquela parte.
Mais uma vez o dia foi de problemas para a Mclaren, mas ao menos deram mais voltas que nos dias anteriores: Fernando Alonso completou 32 voltas pela manhã, anotando a marca de 1'35''553, no momento em que a pista ainda estava molhada. Mas devido a problemas no motor, que não foi solucionado a tempo, a sua participação foi interrompida pela manhã.
Felipe Massa também esteve presente e foi o quarto melhor, seguido por Maldonado - que ficou com seu Lotus parado na pista, ocasionando a bandeira vermelha que acabou por encerrar as atividades em Jerez -, Sainz Jr. - que foi o segundo piloto a dar mais voltas hoje com a marca de 137 voltas, caorze a menos que Rosberg.
A Red Bull, a exemplo da Mclaren, também enfrentou problemas e Ricciardo deu apenas 47 voltas.

Felipe Nasr:  Fiquei satisfeito. Claro que é teste, não se resume só a volta mais rápida. Tenho que aprender, desenvolver o carro. Não sei o que as outras equipes estão fazendo, se têm um programa diferente. A gente seguiu o nosso.Tive uma boa quilometragem, dei mais de 100 voltas com tanque cheio, tanque vazio. Vários tipos de modificação e diferentes ajustes para eu me acostumar a diversas situações. Foi importante sentir tudo isso.Acho que me adaptei fácil e bem rápido. Claro, nunca sei realmente o que esperar quando chego a uma equipe nova, mas estou contente com tudo que eu vi e com essa adaptação.Tenho certeza que o carro está melhor do que o que eu esperava. Achei que fosse ter mais dificuldades com o carro na maneira de guiar, motor, chassi.Acho que ficou claro que eles têm potencial para disputar a temporada. Especialmente para nossa equipe, que teve um ano difícil, acho que isso vai beneficiar para brigar por pontos."
Kimi Raikkonen: “Eu acho que a equipe fez um trabalho muito bom durante o inverno.O ano passado foi difícil, então foi um primeiro dia positivo. Muita coisa para aprender, tem áreas em que há dificuldades, mas obviamente é só o primeiro dia. Acho que foi uma boa experiência e um bom ponto de partida.O equipamento é um tanto melhor do que terminamos o ano passado. Obviamente, é só o primeiro dia e o primeiro teste, então ainda tem muitas coisas para fazer e para acertar. Mas é um começo positivo.

Nico Rosberg: “Nosso sentimento é de que somos um time cada vez mais forte. Mas nós seguimos de olho na concorrência e a Ferrari, sem dúvidas, foi a equipe que mais nos fez abrir o olho nesse início de trabalho e chamou a nossa atenção.Mesmo assim, estamos bem confiantes para começar a temporada bem e também conseguir uma boa evolução durante todo o campeonato.Nossa grande meta aqui é encontrar a confiabilidade perfeita. Não podemos sofrer com isso de novo, foi o que nos custou alguns pontos importantes ano passado. A meta é descobrir os problemas de uma vez, antes do início do campeonato na Austrália.Os problemas que encontrarmos em Barcelona vão ser mais complicados de serem resolvidos pelo tempo curto para o início do campeonato. O que tivermos de descobrir, é bom que descubramos aqui em Jerez”

Felipe Massa: "Estou realmente muito feliz depois de um bom primeiro dia com o carro. O FW37 é um passo adiante na comparação com o FW36, o que é bastante promissor. Eu também estou confiante no acerto do carro.A sensação dentro do carro foi muito boa mesmo para uma primeira impressão. Nós perdemos um pouco de tempo pela manhã por conta da chuva, então espero que amanhã a gente possa continuar acumulando quilometragem e deixar tudo pronto para o teste de Barcelona."

Pastor Maldonado: "Foi um bom dia e acho que aprendemos muito mais sobre o E23. O carro parece forte e sabemos que ainda há mais o que tirar dele. No entanto, estamos agora testando todos os sistemas e aprendendo como tudo funciona, mas estou contente com o progresso dos últimos dias. Fomos capazes de andar bem com todos os tipos de pneus e há uma boa base de trabalho. Estou ansioso para voltar ao trabalho em Barcelona."

Carlos Sainz Jr.:  "Hoje foi um bom dia para mim e eu realmente aproveitei tudo dessa sessão. Completar 137 voltas é uma grande conquista. Acho que isso também foi uma forma de recompensar todo o trabalho duro da equipe e dos mecânicos. Graças a eles, hoje eu pude cumprir uma distância grande com o carro e aprender. Todas essas voltas também é resultado da minha melhora física e estou satisfeito."

Daniel Ricciardo: "Apesar de o dia ter sido limitado, nós conseguimos fazer alguns long runs, e isso é encorajador. Fiquei feliz de conseguir andar de dez a 15 voltas seguidas, porque é uma forma de obter uma maior compreensão do carro. Cada volta que damos na pista, é uma oportunidade de entender um pouco mais o acerto e também a unidade de potência da Renault. Por isso, devo dizer que tivemos uma tarde decente hoje.
 Agora, ainda não é possível dizer em que posição estamos, não dá para falar sobre o ritmo e na comparação com os outros, mas eu acho que estamos consistentes. Conseguimos andar por muitas voltas seguidas no final, de modo de há sim pontos positivos."



Os resultados deste terceiro dia em Jerez


PosPilotoCarroTempoDifVol
1Felipe NasrSauber/Ferrari1m21.545s-108
2Kimi RaikkonenFerrari1m21.750s0.205s92
3Nico RosbergMercedes1m21.982s0.437s151
4Felipe MassaWilliams/Mercedes1m22.276s0.731s71
5Pastor MaldonadoLotus/Mercedes1m22.713s1.168s96
6Carlos Sainz Jr.Toro Rosso/Renault1m23.187s1.642s136
7Daniel RicciardoRed Bull/Renault1m23.901s2.356s48
8Fernando AlonsoMcLaren/Honda1m35.553s14.008s32

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

F1 Pré-Temporada: Jerez, Dia 2

E pelo segundo dia consecutivo, Sebastian Vettel foi quem ditou o ritmo nos testes em Jerez ao cravar a marca de 1'20''984 sendo quase dois segundos melhor que a marca que alcançara ontem. Mas desta vez o alemão dominou o dia todo, diferente de ontem quando assumiu a dianteira da tabela na parte da tarde desbancando Nico Rosberg.
Repetindo o domingo vimos uma Sauber veloz, agora nas mãos de Felipe Nasr que cravou o segundo tempo obtido na parte da tarde quando utilizava os macios. Valtteri Bottas ficou em terceiro, seguido por Lewis Hamilton. Aliás, a tônica neste momento para a Mercedes, bem diferente do que foi em 2014 neste altura, é acumular quilometragem. Os dois pilotos já somaram nestes dois dias 258 voltas, algo em torno de três GPs e apenas um problema de vazamento de água - hoje - é que foi o contratempo do time até aqui.
A Red Bull teve como piloto hoje Daniil Kvyat, mas o jovem russo pouco pôde fazer já que a asa dianteira estava danificada e mesmo assim ele foi para pista e completou 18 voltas. Isso sem contar que o carro foi montado de última hora.
Na Mclaren o calvário é praticamente idêntico ao da Red Bull ano passado e Jenson Button, à exemplo de Alonso, deu apenas seis voltas no circuito e recolheu o carro com problemas no motor Honda. Até acertar essa unidade, os dias da Mclaren tenderão a ser assim.
A Lotus conseguiu montar o seu E23 Hybrid e levou-o à pista com Maldonado, que teve um problema e ficou parado na pista, ocasionando a única bandeira vermelha do dia. Voltou mais tarde e completou 41 voltas, com a melhor marca ficando em 1'25''802.
Sebastian Vettel:  "Nós conseguimos completar muitas voltas hoje. De modo geral, podemos dizer que estamos felizes. Espero que amanhã e depois Kimi encontre a mesma confiabilidade que eu tive até agora. Falando sobre a sensação dentro do carro, posso dizer que estou contente, temos uma boa plataforma para começar a trabalhar.É uma série de mudanças para mim, mas tudo para melhor. As pessoas aqui tornam as coisas mais fáceis para mim, me dão tudo que preciso, e isso é sempre bom.Geralmente, nós optamos por uma estratégia diferente da usada pela Mercedes. Eles estão focados em fazer trechos longos e extremos, às vezes. Hoje eles não fizeram tantas voltas como ontem, mas ainda assim são os favoritos.De onde viemos, nós estamos em mudança ainda, muitas coisas novas e coisas que estamos ainda aprendendo. A este respeito, a coisa mais importante é se manter na pista e entender os dados.Vamos agora focar no simulador de corrida, para tentar maximizar as melhorias, compreendê-las e analisá-las. A equipe toda ficará bastante ocupada"
Felipe Nasr: "Foi um dia ótimo. Eu pude completar muitas voltas e fiquei feliz com tudo que vi. Já estou me acostumando com os sistemas, os procedimentos e as características do carro. É definitivamente um grande começo para entender onde estamos.Foi importante me ambientar, mas depois de um dia longo, tanto no seco quanto no molhado, eu consegui me adaptar a todas as situações. Agora vamos trabalhar nos detalhes."

Valtteri Bottas: "Foi de novo um bom dia, de zero problema e a sensação com relação ao carro é muito boa.Fizemos alguns testes aerodinâmicos pela manhã, porque estava muito mais frio e a pista não estava boa o suficiente para nenhum outro tipo de testes. Nós fizemos todos os testes aerodinâmicos que perdemos ontem hoje pela manhã, então conseguimos aprender mais e mais.Estamos progredindo, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Eu estou realmente otimista porque o carro tem uma boa base.Não fomos porque tínhamos uma programação com os testes, e isso não se adequava com piso molhado. Na parte tarde, antes da chuva, completamos o nosso programa e avaliamos os diferentes acertos. A chuva veio atrapalhou, mas é a mesma coisa para todo mundo."

Lewis Hamilton: “É bom ver em apenas dois dias quanta quilometragem nós já temos. Foi um excelente começo, mas vamos continuar trabalhando duro para sermos ainda mais confiáveis.O W06 é a mesma coisa que o W05. Um pouquinho mais de downforce, mas, de resto, é exatamente a mesma coisa.Não vou dizer que foi um dia divertido. Nunca é. Essa época não é exatamente a que o piloto mais gosta. O piloto gosta de correr. Mas sabemos bem que isso aqui é vital e é assim que vamos nos preparar para a temporada.No mais, foi um dia satisfatório, deu para sentir quase tudo do que vamos trazer no carro. O balanço poderia ser um pouco melhor, mas essa parte nós só vamos trabalhar mais tarde. A prioridade segue sendo fazer quilometragem. Continuar acumulando volta atrás de volta”

Max Verstappen: "Na parte da manhã, nós tivemos algumas dificuldades em aquecer os freios, mas conseguimos resolver isso rapidamente. Depois disso, conseguimos um imprimir um ritmo forte, e isso me ajudou a compreender o carro. À tarde, choveu um pouco, mas foi útil para experimentar os pneus intermediários. É bom finalmente começar a trabalhar e estou feliz com esse meu primeiro dia de testes aqui em Jerez."

Pastor Maldonado: "Foi fantástico estar atrás do volante na primeira volta de um novo carro. Mesmo que ainda seja o primeiro dia, nós conseguimos muitas coisas hoje. Foi emocionante sentir o potencial do carro e não vejo a hora de voltar para a pista amanhã."
 Nós paramos as atividades mais cedo, mas começou a chover, então todos também voltaram aos boxes, quer dizer, não há um grande drama. De qualquer forma, o carro parece fantástico e sei temos enorme potencial para esta temporada."

Jenson Button: "Nós já esperávamos que os testes fossem ser complicados. Nós próximos dois dias provavelmente tudo não vai sair de vento em popa. As pessoas têm memória curta, mas no primeiro teste de 2014 também foi difícil para todo mundo. Então, não há agora grandes preocupações. Nós apenas esperamos resolver todos os nossos problemas.
 E posso dizer que, no fim do dia, me pareceu que conseguimos solucionar algumas falhas. Por isso, acho que amanhã será um pouco mais fácil. Seria bom também conseguir obter mais voltas com o motor e começar a conhecê-lo, para iniciar todo o processo de avaliação e desenvolvimento do carro.
 Esta é uma unidade de potência muito complicada, mas o pacote todo é inacreditável e não tivemos qualquer problema de temperatura. Isso é bastante positivo para nós. E representa um grande trabalho da Honda. Há uma atmosfera muito positiva na equipe. Aqui não é só a McLaren ou só a Honda, aqui é McLaren-Honda. Todos unidos."

Daniil Kvyat: “Eu tive de ser bem cuidadoso. Claro que tinham alguns pontos da pista em que eu não podia acelerar da maneira como eu gostaria. Nós não pudemos testar tudo, então foi bom, mas não tão bom quanto se tivéssemos a asa, claro.Pudemos ver que o motor funcionou bem, por exemplo. Mas ainda há algumas coisas que nós precisamos testar nos próximos dias.Não foi a coisa ideal, mas acidentes acontecem”

 Os resultados deste segundo dia em Jerez

PosPilotoCarroTempoDifVol
1Sebastian VettelFerrari1m20.984s-89
2Felipe NasrSauber/Ferrari1m21.867s0.883s88
3Valtteri BottasWilliams/Mercedes1m22.319s1.335s61
4Lewis HamiltonMercedes1m22.490s1.506s91
5Max VerstappenToro Rosso/Renault1m24.167s3.183s73
6Pastor MaldonadoLotus/Mercedes1m25.802s4.818s41
7Jenson ButtonMcLaren/Honda1m54.655s33.671s6
8Daniil KvyatRed Bull/Renault--18

Foto 1045 - Um ato de Deus

(Foto: Sundayworld.com) A primeira vista, a impressão é de que as noticias seriam as mais terríveis e isso era totalmente compreensível: com...