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domingo, 25 de novembro de 2018

GP de Abu Dhabi - Um GP emotivo


Não há muito o que falar da corrida em si, a não ser a bela disputa entre Esteban Ocon e Max Verstappen – que fez boa parte dos fãs esperarem outro enrosco dos dois jovens pilotos, relembrando o famoso lance de Interlagos. No entanto, apesar da grande batalha entre eles, foi Max quem levou a melhor na disputa chamando para si, mais uma vez, os holofotes da sua já conhecida combatividade por mais que extrapole os limites da esportividade em algumas ocasiões. Outro ponto a ser destacado remonta a largada, quando Nico Hulkenberg acabou capotando a sua Renault após tocar com a Haas de Romain Grosjean. Foi de comprovar que o uso do Halo neste tipo de condição precisa ser estudado pela comissão técnica da FIA: afinal de contas, um capotamento em que o piloto, num passado não muito distante, conseguia sair com certa rapidez – vide Fernando Alonso em Melbourne 2016 – hoje encontra um dispositivo que dificulta ao extremo a sua saída rápida. Talvez a aflição de Hulkenberg em sair logo do Renault possa ser tomado como ponto de partida para uma melhor compreensão de como pode ser usado um Halo, sem que comprometa o piloto em uma situação de capotamento.
A vitória de Lewis Hamilton parecia que nem viria após a sua parada precoce (volta 8) para colocar os pneus super softs e ter que aguentar até o final. O cenário parecia ser para Valtteri Bottas que poderia, enfim, sair do zero numa temporada em que os outros cinco pilotos das três principais equipes venceram corridas. Mas infelizmente as coisas desandaram para Bottas após o seu primeiro pit-stop até que terminasse num melancólico quinto lugar. Daniel Ricciardo, na sua derradeira corrida pela Red Bull, também se candidatava-se a postulante a vitória ao conseguir empurrar a durabilidade de seus pneus para além das trinta voltas. Mas após a sua parada de box, nada mais pôde fazer terminando em quarto. Sebastian Vettel terminou em segundo, num desfecho de temporada que parecia – até a prova de Spa – ser dos sonhos.
Mas a prova acabou sendo emblemática por marcar uma série de despedidas: Kimi Raikkonen não chegou ao fim da prova, terminando a sua segunda passagem pela Ferrari com este abandono, acaba por ser um grande alivio para o campeão de 2007 que pareceu bem mais descontraído após o anúncio de sua saída para a Sauber em 2019; Charles Leclerc até que teve bom inicio nesta corrida ao ocupar a quarta posição após saída de Raikkonen, mas com a sua parada de box teve que escalar o pelotão para terminar em sétimo na sua derradeira corrida pela Sauber. Enquanto Leclerc teve uma despedida na casa dos pontos, seu companheiro de Sauber Marcus Ericsson não completou a prova ao abandonar na volta 24, fechando assim o seu ciclo na F1. Em 2019 estará respirando os ares da Indycar, quando estará a serviço da SPM. Pierre Gasly é outro que não completou a prova por problemas no motor Honda de sua Toro Rosso e apenas trocará de “local”, uma vez que irá para a Red Bull em 2019 – aliás, uma dupla bem interessante para ser vista na próxima temporada esta que será formada por Verstappen e Gasly. Esteban Ocon também não teve melhor sorte ao abandonar na volta 44 a sua Force India, na derradeira prova pela equipe. Ano que vem estará de fora da temporada, no entanto será piloto de testes da Mercedes ao lado de Stoffel Vandoorne, que também realizou a sua ultima prova na F1 pela Mclaren. Sainz, que estrá na Mclaren em 2019, se despediu da Renault com um oitavo lugar.
Restou  para Fernando Alonso a despedida mais emotiva desta corrida: além das muitas homenagens que lhe foi rendida durante a semana e também nos três dias de evento, a sua volta de desaceleração recebeu a escolta de Hamilton e Vettel num sinal de respeito por estas suas 17 temporadas que lhe valeram dois mundiais pela Renault no biênio 2005/2006. Apesar das polêmicas que se envolveu, Fernando Alonso foi um personagem importante até mesmo para o desenrolar da Fórmula-1. Fará falta sim, para seus fãs e admiradores, mas não tanto para os seus haters.
Essa prova final de Abu Dhabi, apesar de não ser a melhor do calendário, ao menos guardou uma carga interessante de emoções, algo que não víamos desde o GP da Austrália de 1993. Mas para uma situação dessa, merecia um palco melhor

terça-feira, 13 de novembro de 2018

GP do Brasil - Um grande palco


Já devo ter usado esta expressão alguns anos atrás para falar sobre o nosso autódromo, dizendo que “Interlagos não decepciona”. De certa forma, sim. Descontando a modorrenta prova de 2015, vencida por Nico Rosberg, as outras edições da prova paulistana foram no mínimo boas. É bem verdade que existe aquele ideia  de que “pista velha é que dá corrida boa”, mas talvez a inspiração dos pilotos para com este tipo de pista e também, em algumas ocasiões, o fator climático acabe contribuindo para que aquela boa bagunça proporcione corridas inesquecíveis. Não precisamos ir muito longe para lembrarmos da fabulosa edição de 2016 que contou com chuva do inicio ao fim e também de outras marcantes, como a lendária prova de 2003 e da histórica prova de 2008. Mas as corridas com pista seca também tem seu valor, como a da decisão de 2007, disputada sob forte calor, ou a de 2009 que também serviu para decidir o mundial.
Sem duvida alguma, Interlagos tem um grande palco e que sempre nos presenteia com corridas fabulosas. Faça sol, faça chuva.

Um corrida e tanto
Esperava-se a chuva e não era pra menos: os últimos dias aqui em São Paulo foram dos mais instáveis, com o tempo oscilando sempre e com a chuva se fazendo presente praticamente quase que todos os dias. Ela até ameaçou brevemente com uma leve garoa na Junção durante a classificação, mas ficou por isso mesmo. Que pese os erros de Hamilton – na fechada que quase deu-se um grande acidente com Sirotkin no Mergulho – e na pressa e reclamação de Vettel que quebrou a balança quando foi sorteado para a pesagem, e que lhe rendeu uma multa de 25 mil dólares – a classificação viu o melhor destes dois que monopolizaram as atenções desta temporada que está prestes a acabar. Não fosse os erros de Sebastian em algumas ocasiões de suas duas tentativas no Q3, talvez a pole fosse dele, mas verdade é que a frieza e velocidade de Hamilton fez mais uma vez a diferença numa de suas melhores voltas de qualificação no ano. Menção honrosa a Charles Leclerc, que conseguiu escapar da foice do Q2 ao fazer uma volta sensacional e pular de 14º para oitavo quando o trecho da Junção já estava um tanto úmida. Uma volta que mostra o quanto que o garoto é bom.
A corrida foi ainda mais interessante, com Lewis conseguindo manter-se a frente de Vettel. E as coisas melhorariam ainda mais quando Bottas conseguiu passar por Sebastian e assumir o segundo posto. Parecia que as coisas caminhariam bem para a Mercedes com aquele cenário inicial, mas não foi bem assim. Interessante foi ver a queda de performance de Vettel durante a corrida, num momento que achávamos que veríamos um duelo mais direto com Hamilton. Foi um desempenho decepcionante de Sebastian e até mesmo da Ferrari num todo, de quem esperávamos mais neste GP.
Voltando a Mercedes, os velhos problemas com o superaquecimento com os pneus deram o tom de dramaticidade e isso foi importante para que víssemos um outro rapaz brilhar fortemente, tal qual fizera dois anos atrás: Max Verstappen começa a mostrar que tem um brilho especial quando pilota neste território. Se em 2016 o fator chuva foi predominante para que conseguisse mostrar a sua classe – com direito a uma salvada sensacional na curva do café – desta vez foi no seco que ele conseguiu mostrar do que é capaz. Com ultrapassagens aguerridas e algumas até mesmo na marra, o holandês foi mais uma vez a sensação da prova paulistana ao levar a torcida a loucura com as suas manobras e ataques precisos. Nem mesmo Lewis Hamilton foi páreo para Max nesta edição, que aproveitou-se bem da estratégia da Red Bull em usar pneus sempre mais macios que a concorrência – em que pese terem largado com o mesmo composto super macio que a Mercedes, mas com o adicional de terem ficado mais tempo na pista dando a eles a chance de usarem os macios num momento em que os rivais usavam os médios, que desgastavam menos. Isso deu a Max e Ricciardo – que fez uma bela prova de recuperação, com ultrapassagens tão sensacionais quanto de Verstappen – uma chance de atacar seus oponentes sem dó e piedade. Talvez fosse uma tarde de consagração para Max se no meio do caminho não tivesse... Esteban Ocon! Velhos rivais dos tempos da F3 Européia, onde disputaram fortemente o titulo de 2014 – tendo este ficado para o francês – ambos se encontraram na pista em situações distintas: enquanto Max fazia sua exibição de gala, Ocon procurava descontar a volta tomada a instantes quando estava ocupando a 16ª colocação. Naquela ânsia de descontar a volta (Ocon) e de distanciar na liderança da prova (Verstappen), a colisão entre eles na segunda perna do S do Senna foi o desfecho melancólico de um final de semana fabuloso de Max. Ironicamente, seu pai tirara da prova Juan Pablo Montoya em 2001 quando o colombiano estava num desempenho espetacular naquela tarde paulistana e liderava a prova com todos os méritos após um duelo com Michael Schumacher, que fez a torcida vibrar. Jos era, assim como Ocon, retardatário. Após o final da corrida, já pesagem dos pilotos, foi a hora em que Max trocou uns empurrões com Esteban e mais tarde foram chamados pelos comissários para esclarecerem sobre o ocorrido. Enquanto que Esteban tomou três pontos na carteira, Max vai precisar cumprir dois dias de serviços comunitários num prazo de seis meses, nesta que é uma das punições mais inusitadas até aqui imposta a um piloto.
Lewis Hamilton assistiu o entrevero praticamente todo e teve apenas a paciência de levar o Mercedes a sua décima vitória no ano, garantindo de vez o título de construtores. O quinto consecutivo dessa era dourada – e implacável – da equipe alemã na categoria. Max fechou ainda em segundo, conseguindo descontar alguns segundos em relação a Lewis. Raikkonen salvou o dia da Ferrari ao fechar em terceiro, suportando a pressão de Ricciardo, que foi um dos grandes nomes da prova.
O GP do Brasil foi, sem dúvida, um dos melhores da temporada e ainda com uma torcida que vibrou a cada lance de Max, abriu uma nova era neste que foi o primeiro GP brasileiro sem um piloto local. Um alento que nos deixa felizes em ver uma torcida empenhada em comparecer ao GP mesmo que não tenha um piloto daqui para torcer.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

GP dos EUA - Enfim, Kimi


Havia uma torcida grande e não é de hoje. Kimi com as suas declarações praticamente monossilábicas e tiradas desconcertantes nos engenheiros durante as atividades de pista, ajudou a ganhar ainda mais uma torcida que tem presenciado pilotos reclamando de tudo durante as provas. Um piloto a moda antiga, avesso a perguntas toscas e objetivo com respostas secas precisa, por mais que seja simples.
Este período serviu para moldar o gosto do público mais jovem para com ele e desde então, uma vitória por parte do finlandês passou a ser esperada. Poderia ter vencido ano passado em Mônaco e Hungria, mas cumpriu a risca as ordens da Ferrari para que Vettel saísse vencedor nelas. E este ano teve a grande chance em Monza, mas frente aos problemas de pneus da Ferrari, aliado a uma soberba atuação da Mercedes, viu a oportunidade se esvair. Mas desta vez, em Austin, o grande finlandês esteve nos seus grandes dias.
Uma tremenda largada, suportando bem a intimidante manobra de Hamilton, e um ritmo preciso para conseguir se manter o máximo possível longe do inglês. Melhor: mesmo quando Lewis esteve em seu encalço, suportou pressão e soube bloquear qualquer ação que pudesse dar ao inglês a chance de passá-lo antes que fosse aos boxes, pois caso fosse ultrapassado, poderia deitar por terra suas chances de tentar uma vitória.
Conseguiu descontar uma vantagem de 17 segundos que o separava de Lewis e quando o inglês foi aos boxes, reassumiu a liderança para seguir firme para conquistar uma vitória que não via desde o GP da Austrália de 2013. Um hiato de cinco anos que foi quebrado em grande estilo, fazendo relembrar seus grandes dias.
Austin presenciou, talvez, a última conquista de Kimi na Fórmula 1. Mas ainda faltam outras três para o fim e quem sabe, um repeteco do bom e velho Kimi de guerra possa vir nelas.
Os fãs do Ice Man agradecem. E a Fórmula 1 também. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

GP do Japão - Os dois lados do campeonato



O andamento deste final de campeonato tem sido um calvário sem fim para a Ferrari, enquanto que para a Mercedes o sucesso tem sido latente. Impressionante vermos o quanto que as coisas mudaram após a prova da Bélgica até esta do Japão.
Pior de tudo é ver o quanto que a Ferrari tem errado, principalmente nas estratégias e em Suzuka foi mais uma prova de como estão perdidos: mandar seus pilotos de pneus intermediários sendo que a pista ainda se encontrava seca no início do Q3, foi a continuação da sucessão de trapalhadas que tem se estendido desde a Hungria. É claro que se tivessem acertado em todas estas vezes, estaríamos elogiando, exaltando o sucesso ferrarista, mas a verdade é existem o ônus e o bônus para todas as situações. E neste momento o ônus tem sido acumulativo. Para piorar, Sebastian Vettel tem procurado fazer sua parte, mas quando parece que pode recuperar, as coisas desandam - e na maior parte das vezes por conta da sua ânsia em resolver os problemas no ato. A discussão ainda será longa se o modo que ele atacou Verstappen na curva Spoon foi a correta ou não, mas na verdade o piloto que está numa batalha contra Max tem que colocar todas as possibilidades em jogo e tomar máximo cuidado. Vettel arriscou um ataque e viu a porta fechar-se a colisão acontecer, num momento que o piloto alemão vinha de boa recuperação e poderia, quem sabe, chegar até o segundo posto. Recuperou-se até o sexto posto, o limite que conseguiu para tentar diminuir um estrago que poderia ter sido ainda pior e quase irreversível.
Do outro lado as coisas tem ido de vento em popa. Se a Mercedes parecia combalida após Spa, as melhorias na parte da tração e atualizações para a prova da Rússia, os devolveram um desempenho bem satisfatório. Mas temos que dizer, também, que a colocação do segundo sensor no motor da Ferrari ajudou para que a mudança de forças acontecesse.
Com este cenário conspirando a seu favor, Hamilton tem feito seu trabalho de forma perfeita e tranquila e em Suzuka não foi diferente, conseguindo mais uma vitória e desta vez com maior tranquilidade. Ampliou ainda mais a vantagem, passando dos cinquenta para os 67 pontos, ficando a oito para a conquista do seu quinto título que pode ser conquistado já em Austin.
Faltando quatro etapas para o fim, apenas um milagre gigantesco é que pode fazer o jogo virar a favor de Vettel e Ferrari. Mas pelo andar da carruagem, deve ser Hamilton e Mercedes que estarão sorrindo em Austin. Ou no mais tardar, na Cidade do México.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

GP da Rússia - Ordens são ordens, mas...


Sabemos que existem as reuniões pré-corridas e nelas é que são traçadas todas as estratégias. Mas talvez algumas coisas mudem de direção conforme o andamento da corrida e aí que se instala as grandes polêmicas.
Olhando dessa forma, será difícil entender o real fato que levou a Mercedes a fazer o jogo de equipe em Sóchi, alijando Bottas de uma possível vitória para que Hamilton pudesse chegar a mais uma conquista. A verdade é que o modo que foi feito é que gerou toda indignação, assim como acontecera no episódio de Spielberg em 2002 entre Barrichello e Schumacher. Não foi o melhor momento da temporada, principalmente de uma equipe que foi elogiadíssima em 2017 quando inverteram as posições de Hamilton e Bottas quando o primeiro não conseguiu chegar nas Ferrari no GP da Hungria. Porém, desta vez, ficou o julgamento pelo momento em que esta atitude foi tomada, uma vez que Lewis estava com quarenta pontos de vantagem sobre Vettel e naquele momento ele estava terceiro (virtualmente segundo, já que Verstappen era líder e teria que parar logo mais para a sua troca de pneus). Com o segundo lugar ele iria para 43 pontos de vantagem sobre o piloto alemão. Com a vitória, subiu esta vantagem para cinquenta. Muito se falará (como já falaram) sobre a postura de Hamilton - assim como a do Schumacher na Áustria - em não ter abrido mão da vitória. Mas pilotos que estão nessa luta pelo título, por mais que se encontrem nessa situação do "entre a espada e a cruz", vão optar por vencer. Foi a vitória de número 70 de Lewis e sem dúvida a mais controversa.
Mas, o que levaria a Mercedes a tomar tal iniciativa justamente agora que parece ter resolvido alguns problemas em seu carro, recuperando o terreno que perdera para a Ferrari desde a prova de Baku? Por mais que o clima tenha sido bem ruim, podemos deduzir que a equipe não esteja tão segura para estas derradeiras etapas. Talvez tenham tomado como exemplo Fernando Alonso em 2012, quando abandonou duas provas por conta de acidentes e viu a sua diferença de quase 40 pontos virar fumaça e ter que lutar contra uma Red Bull de... Vettel que estava em grande crescente na ocasião. Ou até mesmo as famigeradas trocas de componentes, que pode jogar Lewis para o fundo do grid e fazê-lo correr certos riscos para escalar o pelotão. A verdade é que são várias hipóteses que possam ter levado Toto Wolff a fazer a tal cena, privando Bottas da sua primeira vitória no ano e jogando a equipe na boca dos leões.
Apesar das pessoas não gostarem dos jogos de equipe, infelizmente isso faz parte do campeonato e nesta altura é totalmente compreensível, por mais que haja ressalvas como este caso em Sóchi.
Caberá a Mercedes, Ferrari e qualquer outra equipe que venha a usar deste artifício, um modo mais sutil de fazê-lo para que não haja momentos constrangedores como o de ontem.


A corrida em si foi mediana. Mas tivemos a grande atuação de Max Verstappen - que reconheceu a facilidade em escalar o pelotão por conta do melhor carro - e liderar parte da prova com um ritmo muito bom. Quem sabe o que poderia ter feito se tivesse largado mais a frente.
Antes da polêmica manobra, tivemos um duelo fabuloso entre Lewis e Sebastian pela então terceira colocação, com o inglês consertando o erro de cálculo da Mercedes - que o deixou mais tempo na pista e perdendo a posição para Vettel quando retornava do pit-stop. A defesa de Vettel foi no limite, mas limpa - apesar de que qualquer manobra em falso poderia ter causado grande acidente no final da grande reta dos boxes. O ataque de Lewis no trecho seguinte foi uma das grandes manobras da corrida e da temporada, para a obtenção do terceiro lugar. Ficou bem claro nesta prova em principalmente em duas situações - largada e disputa da terceira colocação - o quanto que a Mercedes melhorou seu ritmo de prova, conseguindo suplantar a Ferrari desde os treinos.
As respostas virão daqui poucos dias, já que a etapa de Suzuka será no próximo final de semana.

domingo, 16 de setembro de 2018

GP de Singapura - Um outro blefe?




Interessante como as coisas mudaram num piscar de olhos neste primeiro terço desta segunda parte do mundial, considerando a volta da categoria após o recesso: quando a Ferrari deu uma lavada na Mercedes em Spa, era quase unânime que os italianos estavam levemente acima dos alemães ou até mesmo, praticamente um passo a frente. A estréia do novo motor - que fora testado por Haas e Sauber em etapas anteriores - deu um resultado animador e isso foi posto como a peça principal para superar de vez os prateados. O que ninguém imaginava, a ponto de ser algo impressionante, foi a o ritmo da Mercedes em Monza e agora em Marina Bay. Principalmente nesta última, onde a Mercedes tem tido a sua vantagem bem reduzida nos últimos anos, a ponto de tomar uma sova da Ferrari em 2015. Mas desta vez, as coisas andaram bem para eles.
A pole de Hamilton foi brilhante e isso já deu um tom diferente do que poderia ser a prova de domingo. Enquanto seu rival brilhava, Vettel e Ferrari não se encontraram no Q3 e ainda teriam que lidar com um impressionante Verstappen, que também foi perfeito em sua volta e colocou a Red Bull em segundo.
Apesar dos temores de uma largada igual a de 2017, as coisas correram normalmente - menos para o pobre Ocon que levou uma espremida de Perez e viu sua prova terminar na terceira curva. A entrada do SC para a remoção dos detritos deste incidente, foi logo após Vettel superar Verstappen e se colocar numa situação um pouco mais confortável. Agora seria ele e Hamilton.
Mas o que vimos após a saída do SC foi uma procissão muito bem organizada por Lewis, que sempre manteve uma diferença apertada para Vettel - variando entre oito décimos a um segundo e dois décimos. Porém as coisas mudariam quando o inglês bateu o martelo e passou a cravar voltas melhores, subindo a vantagem para dois segundos e meio. Foi o momento que a Ferrari, tentando algo para pegar a Mercedes em outra situação, se perdeu: chamou Vettel para os boxes - trocando os hypersoft pelos ultrasoft - e quando o alemão voltou, perdeu algumas voltas atrás de Perez até encontrar pelo caminho... Max Verstappen, que havia trocado seus pneus hyper pelos soft. Apesar do breve duelo, com o holandês levando a melhor, a verdade é que o desempenho de Sebastian caiu consideravelmente e não mais atacou Max. Para piorar, a estratégia que sugeria mais uma parada acabou nem sendo adotada, pois caso fizessem poderia jogá-lo para sexto. Acabou tendo que se equilibrar nos pneus supersoft pelas 45 - e longas - voltas para garantir o terceiro lugar.
Enquanto isso, na frente, Hamilton pôde trabalhar tranquilamente para fazer a sua corrida sem nenhum desespero. Por mais que tenha passado por um momento tenso, quando estava dobrando Grosjean e Sirotkin, numa situação onde o russo estava bloqueando a todos, a diferença de cinco segundos de Lewis para Max despencou de cinco para um segundo, o que deixou no ar a possibilidade de Verstappen ameaçar a liderança do inglês. Mas assim que tensão passou, as coisas se reestabeleceram e Hamilton voltou abrir diferença para o holandês.
A verdade é que os possíveis prejuízos que Hamilton e Mercedes poderiam ter nestas três etapas, foram impressionantemente minimizadas com duas atuações brilhantes. Não apenas de Hamilton - que tem se mostrado brilhante desde 2017 -, mas também pela equipe, que tem feito um trabalho primoroso para lutar contra uma melhor performance que o carro da Ferrari vinha apresentando.
Mas não pode-se negar que as duas últimas performances da Mercedes foram bem melhores, dando a entender que podem ter achado alguma solução para enfrentar a Ferrari.
Por outro lado, a Ferrari, que havia saído tão forte de Spa e tomou duas trombadas em Monza e Marina Bay, parece ter sentido o golpe. A estratégia de hoje pode ter mostrado o quanto que estão perdidos. E na tendência que o campeonato se afunila, estes erros estratégicos, tomado no calor da emoção, pode ainda mais enterrar as já remotas chances de título.
As últimas seis etapas reservará um carrossel de emoções. Ou apenas a confirmação do brilhantismo de Hamilton e Mercedes.

domingo, 2 de setembro de 2018

GP da Itália: Uma improvável doce vitória




Havia muita expectativa de como seria o comportamento da Ferrari em Monza após a sova que aplicaram na Mercedes semana passada em Spa. Se na pista belga as coisas tinham sido praticamente perfeitas, com um ritmo pra lá de satisfatório, com uma vitória relativamente tranquila de Vettel, era de se esperar que na veloz Monza, sob os olhos críticos e apaixonantes de sua torcida e imprensa, a Ferrari repetisse com ainda contundência o que foi visto dias atrás na Bélgica. Talvez apostassem quantos segundos chegariam na frente da primeira Mercedes. O otimismo era grande. Mas havia a Mercedes e Hamilton para tentarem virar um improvável cenário que já estava bem desenhado após Spa. E a estória foi incrivelmente fabulosa em Monza.
Os treinos livres nos sugeriram que as coisas não seriam tão fáceis e o treino classificatório corroborou isso, ao nos brindar com uma qualificação eletrizante entre os dois Ferrari e a Mercedes de Lewis. Kimi Raikkonen foi o homem daquele sábado ao cravar a pole e também a volta mais veloz da história da categoria, ao fazer a média de 263km/h contra os 262km/h de Juan Pablo Montoya estabelecido em 2002 lá mesmo em Monza. Vettel e Hamilton - estes dois separados por míseros 14 milésimos - apareciam com apenas um décimo de desvantagem. Ora, as coisas pintavam para uma corrida imprevisível...
A largada das Ferrari foi muito bem feita, conseguindo bloquear alguma ação de Lewis, porém as coisas mudariam de figura mais adiante: após um quase toque já na primeira curva com Hamilton, Vettel partiu com tudo para tentar tomar de Kimi a liderança, porém esqueceu-se de Lewis que aproveitou a brecha deixada pelo lado de fora para mergulhar e emparelhar com Sebastian e nisso o toque entre os dois candidatos ao pentacampeonato foi determinante para o andamento da prova, onde Vettel rodou e despencou para último. A sua sorte é que o SC foi acionado para que pudessem resgatar  o Toro Rosso de Hartley que ficou parado após um incidente na largada. Apesar de Vettel ter dito que Lewis não deixou espaço suficiente naquela manobra, a verdade é que o próprio Sebastian é que desequilibrou o Ferrari ao subir na zebra e acabou encostando no Mercedes do inglês, vindo a rodar na variante Della Roggia.  Mais um erro para a conta do piloto alemão. Raikkonen e Hamilton chegaram trocar de posições após da saída do SC, mas o finlandês conseguiu recuperar e sustentar-se bem na primeira posição.
O mais interessante é que após a lavada da Ferrari sobre a Mercedes em Spa, tinham quase certeza - inclusive este que vos escreve - que os italianos deitariam e rolariam com certa tranquilidade em solo "monziano". Porém o cenário foi muito diferente: um Lewis Hamilton extremamente veloz não deixava Raikkonen se distanciar, tanto a que a maior diferença deles antes da parada de box chegou a ser de 1.1 segundos. E essa distância foi importante para quando as ações nos boxes começaram. E daí entrou a velha tática da Mercedes em preparar tudo para uma possível entrada de seus pilotos, esperando a Ferrari morder a isca. E dessa vez as coisas saíram como planejado: com tudo armado por conta dos rivais, a Ferrari chamou Raikkonen e deixou o caminho aberto para Lewis fazer o seu famoso "Hammer Time" e cravar voltas bem velozes. Porém o risco de chuva passava a ser considerado e talvez por isso a equipe alemã não tenha chamado Hamilton para a troca de pneus, esperando para ver qual era a da chuva. Uma vez que não foi confirmado, Hamilton foi aos boxes e voltou em terceiro com quatro segundos de atraso para Raikkonen que agora teria que tentar ultrapassar Bottas - este fez mais uma vez um belo trabalho como escudeiro e antes que as pessoas reclamem veementemente, este é o momento correto para tal coisa. Porém Kimi não ameaçou Valtteri e viu a sua distância para Hamilton cair em poucas voltas. Agora sem o seu conterrâneo na dianteira - Bottas fora aos boxes - ele teria que fazer mágica para segurar Lewis. Os pneus de Kimi já estavam para lá de desgastados e apenas um grande milagre poderia ajudá-lo numa futura batalha contra o inglês. Mas isso não foi possível, e algumas voltas mais tarde ele seria ultrapassado por Hamilton na freada para a primeira chicane. Lewis apenas aumentou a diferença e caminhou para uma sensacional vitória.
Vettel conseguiu recuperar-se bem, ao terminar em quinto - mas herdaria a posição de Verstappen, uma vez que este levara cinco segundos de reprimenda após um toque com Bottas na freada da primeira chicane. Sebastian teve uma derrota amarguíssima em seu território.
Além dos 25 pontos conquistados em Monza, ficou também a grande performance imposta por Hamilton numa situação que parecia já perdida após a prova de Spa.
É bem provável que havia quase uma unanimidade sobre a vitória da Ferrari em Monza, mas a virada de jogo da Mercedes com esta prova que beirou a perfeição, foi um balde de água gelada na euforia italiana. 

domingo, 26 de agosto de 2018

GP da Bélgica - Morno, mas importante


Dias atrás escrevi o quanto que esta sequência de provas era importante para o andamento do Mundial. Os resultados nesta trinca de corridas Spa-Monza-Cingapura podem decidir de vez os rumos para os dois principais contendores, e hoje Vettel deu o primeiro passo para tentar uma arrancada rumo ao primeiro lugar.
O mais interessante nesse GP belga - que foi bem morno, diga-se - é a brutal diferença entre os motores: Vettel passou por Hamilton após a largada com imensa facilidade, sem tomar nenhum conhecimento. Para aqueles que tem boa memória, no GP do ano passado Vettel tentou várias vezes ultrapassar Hamilton e o máximo que conseguiu foi emparelhar com o inglês em uma das relargadas. Hoje o panorama foi totalmente a favor da Ferrari de Vettel, que fez uma ultrapassagem tranquila sobre Lewis e administrou a vantagem de três segundos até a parada de ambos nos Boxes. A Ferrari foi esperta em chamar Vettel logo em seguida a parada de Hamilton - que ganhara um segundo e meio sobre o alemão - e isso anulou um possível undercut de Lewis sobre Sebastian. Daí em diante a o alemão teve apenas o trabalho em administrar bem a vantagem e aumentá-la, principalmente após adoção de economizar combustível e motor por parte de Lewis.
A impressão que ficou é extremamente clara após esta corrida - coisa que já sabíamos de cór: a Ferrari tem o melhor conjunto da atualidade, e o motor é a peça principal - ainda que o assoalho do carro italiano seja uma peça extremamente intrigante e eficiente. Mas o que me deixa impressionado é a tranquilidade da Mercedes frente a isso. Não que tenham aceitado a condição de segunda força, mas talvez o fato de estarem bem nos dois mundiais, dão a eles uma chance de trabalhar com tranquilidade para dar a Hamilton um carro melhor nesta reta final. Mas o problemas de desgaste dos pneus são a grande pedra no sapato, sem dúvida.
Em Monza a batalha continuará e é bem provável que após esta sensacional conquista de Vettel na Bélgica, deixe os tiffosi extremamente confiantes.
E claro, a Ferrari também.

sábado, 18 de agosto de 2018

Foto 695: Duelo



Quando a Fórmula 1 retomar suas atividades em Spa-Francorchamps, os claramente todas as atenções estarão voltadas para a batalha Hamilton/ Vettel. Apesar da vantagem de 24 pontos dar uma margem de conforto ao inglês, é o piloto alemão quem tem o melhor conjunto até aqui. Mas olhemos com atenção para as próximas três corridas, que podem dar uma idéia de como as coisas podem estar para a sua derradeiras etapas deste campeonato cheio de nuances.
Sabemos que nos últimos anos as provas de Spa e Monza tem sido a casa predileta para a Mercedes desfilar sua imponência. Descontando 2014, quando Rosberg e Hamilton deixaram caminho livre para Ricciardo levar a vitória, a prova teve total domínio dos prateados na pista belga e no lendário circuito italiano, as coisas não foram diferentes. Mas ano passado, excetuando Monza, onde as duas Mercedes deitaram e rolaram, foi em Spa que tivemos um embate interessantíssimo entre Hamilton e Vettel, onde o inglês fez uma das suas melhores corridas ao aguentar a pressão de Sebastian em variadas situações. Isso serviu para víssemos que o carro italiano estava em grande forma. Saindo destas pistas velozes e indo para a já decana Singapura, a Mercedes nunca teve desempenhos convincentes. Talvez a sua maior derrota tenha sido em 2015, quando chegaram levar mais de um segundo de vantagem da Ferrari por um bom número de voltas. A conquista do ano passado era improvável, mas ajuda do múltiplo acidente que eliminou as duas Ferraris e mais a Red Bull de Max Verstappen, deram um bom empurrão para que Lewis conquistasse um corrida que não deveria ser dele. E melhor: a chuva ajudou bastante para amenizar o alto desgaste de pneus do carro prateado, fazendo com que Lewis pudesse usar integralmente o conjunto do Mercedes explorando ao máximo. Portanto, essas provas podem ser a chave para a conquista de ambos os lados? É bem provável.
A Ferrari tem o melhor conjunto do momento, se não numa condição muito a frente, ao menos de forma ligeira que dá a Vettel e Raikkonen condições de brigar pela vitória. Portanto, uma conquista tripla de Vettel nestes três GPs dará a ele uma dose de ânimo para se reabilitar e deixar de vez as marcas que o seus erros causaram até aqui para trás. E enfrentar Sebastian embalado não é nada fácil.
Já para a Mercedes é um momento propício para tentar reagir. Sabemos que seus problemas com os pneus não serão resolvidos para já, mas talvez um novo upgrade no motor - que deve acontecer para estas próximas etapas - podem fazer a diferença contra uma forte Ferrari - ainda mais em Monza. Hamilton conquistar as duas próximas corridas, o deixaria mais tranquilo para as dificuldades que deverão enfrentar em Marina Bay. Portanto, o embate nos dois circuitos mais legais do calendário é algo bem provável e daí que podemos presenciar os rumos que os dois contendores devem ter para a busca do pentacampeonato.
Por mais que seus erros tenham traduzido uma perca considerável de pontos, que talvez o colocassem na liderança do Mundial, e até com certa folga, essa é uma oportunidade ouro para Vettel calar os críticos e voltar ao comando do Mundial. Mas Hamilton confiará ao máximo na sua assombrosa regularidade que tem feito a diferença para ele até aqui e claro, esperando um avanço da Mercedes que o deixará ainda mais próximo de Vettel.
A verdade é que por mais que as corridas possam ser menos emocionantes, são as breves nuances nelas que tem tornado o mundial imprevisível até aqui.
E assim será até o final do ano, em Abu-Dhabi.

domingo, 27 de maio de 2018

GP de Mônaco: Dívida e Fantasma dissipados. E no braço


Aquela corrida de 2016 ainda estava engasgada. O seu desempenho naquela dia em Monte Carlo havia sido hipnotizante a ponto de botar as dominantes Mercedes no bolso com uma facilidade imensa. O péssimo trabalho de box da Red Bull o privou de uma vitória certa naquela tarde de 29 de maio. Foi uma das poucas vezes que ninguém viu o australiano brilhar seu já marcante sorriso.
Passados quase dois anos daquela desastrosa e frustrante tarde, Daniel Ricciardo chegou ao Principado disposto a tirar a limpo aquela tarde. Desde a quinta, atravessando até as fases do qualifying e chegando a uma pole respeitável, Daniel dominara todos os treinos com autoridade. A sua segunda pole - repetindo o mesmo feito de dois anos antes - lhe dava uma condição perfeita para tentar dissipar aquele fantasma de 2016.
A largada foi muito boa: conservou a posição e passou a somar a corrida do seu jeito, sempre pronto a responder qualquer que fosse o ataque de Sebastian Vettel. Conseguiu trocar os pneus e ainda voltar com certa folga na frente de seu ex-companheiro de Red Bull e até ali, a metade do caminho já havia sido cumprida a risca. Mas e aquele fantasma reapareceu: se não foi em forma de Pit-Stop como em 2016, agora viera com a perda de potência do motor Renault. Certamente aquele problema poderia se agravar, mas... Havia uma disposição impressionante por parte do australiano nesta tarde em Monte Carlo.
Por mais que Vettel tenha se aproximado em alguns momentos, parecendo esperar um momento de vacilo do australiano ou que o problema piorasse, Ricciardo ignorou qualquer prognóstico e passou a manter a diferença no braço. A diferença entre eles nunca esteve abaixo dos cinco décimos e isso foi primordial. É verdade que caso estivesse num autódromo, a dificuldade em manter Vettel na segunda posição seria quase impossível, mas o modo que ele conseguiu manter uma distância decente e manter-se concentrado, foi o grande momento de Ricciardo nestas suas sete vitórias.
O acionamento do Virtual Safety Car por conta do acidente entre Leclerc e Hartley, podia deixar as derradeiras voltas ainda mais tensas. Porém, a saída de Vandoorne dos boxes e se posicionando na frente de Vettel, acabou que aliviando o trabalho que talvez Ricciardo viesse ter com Vettel. A relargada praticamente decidiu a prova: Daniel foi embora e Vettel despencou vertiginosamente o desempenho - subindo de 1 segundo para nove segundos de atraso para o australiano. Ricciardo apenas levou seu Red Bull a uma conquista fabulosa em Monte Carlo.
As lágrimas e sorrisos de Daniel Ricciardo ao descer do carro, traduziu o tamanho do peso que ele tirou das costas.
E a tal dívida está paga. E o fantasma exorcizado!

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Foto 690: Rosberg's






Uma homenagem justa... As duas gerações de Rosberg, Keke e Novo, cada um em seus respectivos carros que lhe valeram seus únicos mundiais de Formula-1: Keke no Williams FW08 de 1982 e Nico no Mercedes W07 Hybrid com o qual venceu o mundial de 2016, fazendo algumas voltas de demonstração hoje cedo em Monte Carlo.
Ambos possuem, juntos, quatro conquistas no Principado sendo uma de Keke (1983) e três de Nico (2013, 14 e 15).
E o que é sempre legal é ver dois carros de diferentes épocas na pista. 

segunda-feira, 16 de abril de 2018

GP da China: O pulo do Touro

Se pudéssemos classificar a prova da China, seria em três fases:

1a - O domínio amplo da Ferrari com os pneus macios sobre a Mercedes é imenso, a ponto de deixar os prateados totalmente perdidos.
Mesmo com a diferença oscilando entre 2,5 a 3,5 segundos, ficava claro que Vettel podia dar a resposta a hora que quisesse, principalmente por saber que o carro de trás terá problemas para atacar o da frente por conta da turbulência. Aliás, Mercedes sofre com isso há anos, mesmo quando o apoio aerodinâmico não era tão forte (2014-2016). Esta primeira parte do GP chinês foi bem morno, tendo apenas duelos intensos nas posições intermediárias (a zona da briga de foice), onde Alonso andou desafiando os carros da Haas. Na dianteira viu-se uma procissão, sem que ninguém atacasse ninguém.

2a - Após a únicas paradas de box dos dianteiros, a perca da liderança de Vettel para Bottas nos mostrou um cenário bem interessante, com o finlandês conseguindo andar no mesmo ritmo de Sebastian, mas agora ambos usando o mesmo composto (médio), e dando a Mercedes uma chance de vencer. Mesmo com a Ferrari deixando Raikkonen mais tempo na pista e ele dando uma pequena ajuda para que Vettel chegasse em Bottas, antes que fosse para os Boxes, as coisas não pareciam tão fáceis e o alemão precisaria de ir para a batalha na pista para retomar a dianteira. Lewis, também calçado com os médios, começava achar uma melhor performance. Neste momento a prova ganhava uma nova situação, onde as voltas finais poderiam reservar bons duelos.

3a - Essa parte foi a virada: o enrosco das duas Toro Rosso - com Gasly tocando em Hartley, fazendo-a rodar - forçou a entrada do Safety Car para que o gancho pós reta oposta fosse limpo. Neste momento os dois Red Bull foram ao box para se livrarem dos médios e calçar os macios, o que dava a eles a chance de atacar as Ferrari e Mercedes.
Foi o momento que apareceu a genialidade de Ricciardo, ao escalar o pelotão com agressividade e ultrapassagens bem calculadas. Max também trilhava um caminho bem interessante e que poderia ter lhe rendido uma vitória, caso não batesse em Vettel no hairpin. A mudança de rumos definiram um desfecho que era bem pouco provável até minutos antes do incidente dos dois Toro Rosso.

Este GP chinês deu mais uma prova do que é feito Daniel Ricciardo. Das suas seis vitórias na categoria, ao menos quatro delas foram em situações onde a corrida parecia resolvida e onde entra num momento de "acomodamento" dos demais. Ele sabe explorar bem este momento, atacando de forma impiedosa os adversários ao extrair o máximo de seu equipamento. E olha que passou perto de quase largar do fundo do grid após a sua quebra de motor no terceiro treino livre. O trabalho hercúleo dos mecânicos em reaver o motor e entregar o australiano para o classificatório, foi recompensado com a vitória dele.
E sem dúvida, a sua ultrapassagem sobre Bottas já é um dos grandes momentos do ano.


domingo, 15 de abril de 2018

O que esperar - GP da China

Visto a ótima forma dos Ferraris em Xangai, fica difícil não apontá-los para uma vitória acompanhada de dobradinha, sempre com Vettel na frente de Raikkonen. Neste momento, é o melhor conjunto deste início de campeonato sobrepondo os seus rivais e até então dominantes Mercedes, que não se encontraram com os pneus ultramacios. Aliás, fica, ao menos para este escriba aqui, a impressão de que a Mercedes está segurando as rédeas após os problemas de motor e câmbio que o Hamilton teve nas duas primeiras etapas, e isso acaba capando - e muito - a sua performance. A política de três motores nesta temporada já incomoda a Mercedes neste início. A Rede Bull aparece bem e é deles que esperamos um salto melhor neste início de GP chinês, onde podem muito bem bagunçar - no bom sentido - a ordem das forças para esta corrida.
Para os demais, a batalha será bem interessante no pelotão intermediário, uma vez que do sétimo - Nico Hulkenberg - até o 14o - Stoffel Vandoorne - a diferença está no mesmo segundo. Um pelotão bem equilibrado e que pode ter ainda a visita de uma Toro Rosso, que foi muito bem com Pierre Gasly em Sakhir, mas em Xangai, até agora, não foi nem sombra.
Para que tenhamos uma análise mais precisa, é importante que nem chuva, quebras ou Safety Car, interfiram no andamento desta prova. Será importante para vermos algumas ações na dianteira da prova, coisa que não podemos ver na Austrália e no Bahrein, onde as variáveis - quebras, punições e SC - interferiram um pouco nos resultados.

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

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