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domingo, 3 de março de 2024

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

 

Um grande inicio para a Porsche no WEC
(Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar)

Sabemos que testes de pré-temporada sempre nos pregam algumas peças, mas desta vez, os que foram realizados em Losail, visando a abertura da temporada 2024 do World Endurance Championship, confirmou para esta primeira etapa, realizada na mesma Losail, que a Porsche está num nível muito acima do que vimos no ano de 2023 quando os LMDh foram inseridos no certame mundial. E não apenas os carros alemães, como também os curiosos Peugeot 9X8, estiveram muito bem nessa etapa de abertura.

Fosse com a Penske, fosse com o JOTA, a Porsche sempre esteve com ótimas condições de conquistar a etapa de abertura deste mundial e a principio não teria um rival a altura, mesmo que de última hora a Toyota tenha aparecido com um ótima segunda posição na qualificação através de Nicky De Vries, que estreou na equipe japonesa, e levou o GR010 #7 à primeira fila. Mas isso acabaria sendo apenas um sonho bem curto, já que na largada acabaria sendo engolido pelo pelotão e ficaria, por toda a prova, flutuando entre o oitavo e terceiro lugar. 

A Porsche ainda teria um pequeno desafio quando a Peugeot, com o 9X8 #93, conseguiu ascender à liderança com um ritmo alucinante imposto por Nico Müller que conseguiu assumir a ponta no final da primeira hora de corrida sobre uma também surpreendente Ferrari, que teve uma bela ascenção à ponta da corrida com Miguel Molina no comando do 499P #50 na primeira meia hora, mas com a mancada de ter queimando a linha branca da saída de box, jogou por terra uma chance da equipe italiana ter brigado pela vitória. Aliando isso ao fato do #51 também ter sofrido com problemas com a parte traseira que se soltou inteira, depois que a presilha quebrou proveniente de um toque com um LMGT3 quando James Calado estava em seu turno. O outro Ferrari 499P de #83, nas cores amarelo e vermelho - usando o inverso dos dois oficiais - e que estará cuidados da AF Corse - a parte semi-oficial da Ferrari - esteve muito bem com o trio formado por Robert Kubica/ Robert Shwartzman/ Yefei Ye e seria um dos bons canditados a pegar o pódio se não fosse problemas, também, com a parte traseira do protótipo. Enquanto que os carros oficiais fecharam em 7º e 14º (#50 e #51), o #83 foi o melhor dos italianos ao terminar em quinto com uma volta de atraso para o vencedor. 

A Cadillac também esteve numa boa jornada, ainda que seu início tenha sido em atribulado quando Alex Lynn, no comando  do V.Series.R #2, acertou o Peugeot #94 na primeira curva após a largada - ainda que houvesse uma suspeita de que ele tenha sido tocado pelo Porsche #38 da Hertz JOTA que, dessa forma, teria desestabilizado para este toque no Peugeot. Isso acabou os levando a troca a dianteira e tirando deles uma boa oportunidade, mas o ritmo mostrado por Lynn/ Sebastian Bourdais/ Earl Bamber para a recuperação do carro americano, deixou uma impressão do que eles poderiam ter feito em condições normais. 

No campo dos estreantes, além do Ferrari da AF Corse que conseguiu um ótimo quinto lugar, tivemos a BMW com seus dois M Hybrid V8, a Lamborghini com o SC63, Alpine com os seu A424 e a Isotta Fraschini com o Tipo-6C. A Alpine fechou em oitavo com o #35 e em 12º com o #36 e apesar do cenário não ser dos mais encorajadores, os carros franceses tiveram ritmo decente, inclusive conseguindo um brilhareco ao chegarem aos primeiros lugares com as paradas de boxes. Philippe Sinault, chefe da Signatec Alpine, destacou a importância em fechar com os dois carros: “Fizemos uma corrida limpa e terminar com os nossos dois carros, incluindo um entre os dez primeiros, é uma boa conquista. Demos mais um passo em frente, mas sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer. Devemos continuar a aprender e adquirir conhecimento e experiência em todas as áreas.”

A BMW fechou com o #20 na 11ª posição, enquanto que o #15 teve problemas já na parte final da corrida, o relegando para o 15ª lugar. Lamborghini e Isotta Fraschini tiveram desempenhos bem discretos, sendo que o SC63 #63 da Iron Lynx tenha fechado em 14º na corrida, com cinco voltas de atraso para o vencedor, e o Isotta Fraschini #11 conseguiu se sustentar até a volta 157 quando aconteceu o abandono - isso sem contar numa punição de 200 segundos por conta de uma infração. 

O duelo entre Porsche e Peugeot

Foi uma jornada positiva da Peugeot em Losail, até a falta de combustível acabar com todo trabalho
(Foto: Peugeot Sport/ X)


O desafio que a Peugeot impôs aos Porsche foi algo impressionante, já que vimos bem como foi a temporada dos franceses em 2023 - ainda que eles tivessem uma boa velocidade de reta que foi demonstrada algumas vezes, especialmente em Le Mans. Mas desta vez, foi uma disputa que terminou quando o mesmo Nico Müller, que havia dado à Peugeot a oportunidade de entrar na briga, acabou errando a primeira curva e proporcionando o Porsche #6 do Team Penske a chance de assumir a liderança, que era perdida apenas nas paradas de boxes.

Ainda que o que carro alemão estivesse na liderança, o Peugeot #93 não esteve longe em toda a sua jornada, dando o indicativo que qualquer que fosse o vacilo do Porsche 963 #6 da Penske desse, eles estariam prontos para assumir a dianteira. Mas o Peugeot #93 quando estava prestes a conquistar a segunda posição, acabou sofrendo uma perda de potência na abertura da penúltima volta e isso facilitou bastante a vida do outros dois Porsche 963 do Hertz Team JOTA #12 que duelava ferozmente com o da Porsche Penske #5 pela terceira posição. Foi um grande desaire para a fabricante francesa, que estava prestes a conquistar o seu melhor resultado no WEC - Jean Eric Vergne, que estava no comando do #93, ainda conseguiu fechar em sétimo, mas seria desclassificado já que não conseguiu retornar aos boxes (e consequentemente ao parque fechado) por condições próprias, já que havia usado o motor elétrico na tentativa de completar a corrida. 

Para a Porsche, foi um início absurdamente positivo, juntando esta vitória na abertura do WEC a conquista recente nas 24 Horas de Daytona. Para não dizer que a Porsche Penske não sofreu algo, tiveram um bom susto quando houve um contato do #6com o Lexus da classe LMGT3 quando a corrida já estava próxima do encerramento. Houve uma quebra considerável do lado esquerdo do Porsche, na altura do número luminoso, e isso passou a dificultar a pilotagem de Kevin Estre. “O contato foi lado a lado em uma curva de alta velocidade e o controle da corrida julgou que era culpa do carro GT. Tivemos que reagir e decidir o que queríamos fazer. Todos estiveram à altura da ocasião” disse Jonathan Diuguid que é diretor administrativo da equipe Penske. O carro foi levado aos boxes para uma rápida parada de box para que fosse recolocado o adesivo com o #6. Kevin Estre destacou este momento tenso para eles, assim como o ótimo trabalho da equipe e também o bom momento neste inicio de temporada: “Foi um pouco louco, para ser sincero. Tive um grande impacto com o Lexus, tivemos muita vibração depois disso e nenhuma aderência. Tornou-o picante até o fim. Mas toda a equipe fez um trabalho incrível, sem problemas. Estou muito feliz com onde estamos hoje em comparação com onde começamos no ano passado”

Por outro lado, além da adoção do BOP, onde os carros da Porsche, Cadillac e da Peugeot eram mais leves frente aos da Toyota e Ferrari e conseguiram otimizar esse fator num circuito com pista extremamente plana (sem ondulações), o que ajudou, também, na conservação dos pneus - algo que deu uma bela dor de cabeça à Toyota, por exemplo - e fluidez na aerodinâmica dos dois principais carros desta etapa inicial, acabaram dando a eles uma vantagem considerável que provavelmente possa cair já na etapa seguinte, nas 6 Horas de Ímola. 

Na estréia da nova classe LMGT3, a Porsche venceu também através do 911 LMGT3 R 992 #92 da Manthey Pure Rxcing que foi pilotado por Alex Malykhin/ Joel Sturm/ Klaus Bachler depois de uma batalha bem interessante contra o Aston Martin Vantage AMR LMGT3 2024 #26 da Heart Of Racing pilotado por Ian James/ Daniel Mancinelli/ Alex Riberas e em tercerio o outro Aston Martin #777 da D'Station Racing.


A Manthey Pure Rxcing teve a primazia de ser a primeira vencedora da nova classe LMGT3
(Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar)

segunda-feira, 12 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Le Mans em vermelho, 58 anos depois

 

(Foto: GT Report/ Twitter)


Quando o hino italiano ecoou pelos altos falantes durante o pódio em Le Mans, muitas lembranças foram revividas. Muitas delas, e principalmente, de uma época de ouro onde a Ferrari era a rainha absoluta das provas de Endurance no mundo, construindo um legado tão forte quanto o que a Scuderia italiana viria ter na Fórmula-1 nas décadas seguintes. Foi um período onde o nome Ferrari conseguiu se impor como o maior expoente do esporte a motor, contribuindo para que a paixão avassaladora de seus fiéis Tiffosi durasse até os dias atuais, sobrevivendo a inúmeros desgostos e saboreado eternamente os sucessos quando apareciam.

A Ferrari nunca se afastou de fato das provas de Endurance. Esteve sempre ali representada nos seus inúmeros modelos de GT e também por uma cria que ganhou um importante espaço no coração de seus torcedores que foi o 333SP que ainda carregava o coração V12, que leva todas as honrarias por ser a definição máxima de um tradicional motor Ferrari. Mas neste período, a falta de uma presença maciça da Rossa na classe principal, era sentida.

Talvez assistir a sua rival de longa data, a Porsche, construir um legado brilhante no solo de La Sarthe, tenha mexido com os sentimentos dos italianos, mas o compromisso com a Fórmula-1 complicava o seu retorno à classe principal. E claro, retornar por retornar, não seria o mais correto e quando os astros se alinharam, com a Fórmula-1 adotando o teto de gastos e a ACO adotando a plataforma Hypercar, o sonho de retornar às provas de Endurance no mais alto nível passou a ser palpável. Quando o 499P ganhou a pista em 2022 para realizar seus primeiros quilômetros, era certo que o sonho de ver a Ferrari no Mundial de Endurance e, claro, em Le Mans, estava próximo.

A presença da Ferrari com seus dois 499P foi um sucesso absoluto e quando ganharam a pista de Sebring, para realização das Mil Milhas, ficava claro que a Scuderia estava de volta ao mundo do Endurance de forma definitiva. A velocidade pura dos 499P foi logo vista e celebrada como aquela que poderia fazer frente ao poderio da Toyota.

Apesar da reconhecida velocidade, que foi convertida em pole na pista de Sebring e que deveria ter conquistado a da 6 Horas de Spa, ainda faltava ritmo de prova para enfrentar o duo de Toyota GR010. Le Mans, no seu Centenário, foi o local perfeito para que embate acontecesse.

Apesar do uso do BOP que conseguiu igualar a contenda, o cenário para esta batalha entre Toyota vs Ferrari foi bem vindo e nos brindou com uma edição comemorativa de primeira classe. Nos pequenos detalhes que tão fazem parte deste tipo de corrida, entremeada com dramas e percalços que deixam todos com o coração na boca, a Ferrari conseguiu sobreviver e vencer pela décima vez as 24 Horas de Le Mans, algo que não acontecia desde 1965 quando a marca, através da sua subsidiária NART, venceu com o comando de Masten Gregory e Jochen Rindt na 250LM. O pódio também não acontecia desde 1973 depois que Arturo Merzario e José Carlos Pace levaram o 312PB ao segundo lugar naquela edição.

Até mesmo para aqueles que não torcem para a Ferrari, a conquista dos italianos foi festejada brindando um retorno marcante daquela que já reinou intensamente no lendário circuito de Le Mans.


Uma batalha titânica nos Hypercar

(Foto: Italian Endurance/ Twitter)


Era consenso de que esta edição, a 91ª das 24 Horas de Le Mans, que também completa seu Centenário, era a mais esperada não apenas por ser festiva, mas também pelo contingente que estaria presente. Além da Toyota, Peugeot e Glickenhaus, a presença da Ferrari, Porsche, Cadillac e Vanwall, traria uma nova possibilidade para que esta corrida de 2023 entrasse para a história. Infelizmente, a Alpine desceu para a LMP2 nesta edição, mas já tem o seu projeto pronto para voltar a principal em 2024.

As mexidas da ACO para que houvesse um equilíbrio, já que a Toyota dominara as três primeiras corridas deste ano, surtiu efeito e trouxe até possibilidade de que as demais fabricantes pudessem entrar na briga pela taça desta Centenária 24 Horas de Le Mans.

De certa forma, isso foi atingido já que as principais fabricantes conseguiram liderar por alguns minutos, pelo menos, esta edição. Foi uma ótima oportunidade para a Peugeot, que claramente era a mais "fraca" dessa turma de gigantes, ascender com chances de conseguir um resultado de respeito quando liderou algumas partes do período noturno e início da madrugada, aproveitando-se das intervenções das Slow Zones, Full Course Yellow e Safety Car. Infelizmente problemas e um breve acidente do #94, que era o melhor classificado dos dois 9x8, eliminar as chances de um resultado muito bom para eles, que retornavam à Sarthe depois de doze anos. De todo modo, perto das baixas expectativas que permeavam o desempenho dos 9x8, foi uma corrida positiva para a Peugeot que claramente ganhará um impulso para continuar desenvolver os carros - algo a se levar em conta foi o bom desempenho de reta deles, conseguindo dar conta do recado. É um bom presságio para as 6 Horas de Monza, próxima etapa, exatamente onde voltaram em 2022.

Essa oportunidade também foi vista para a Cadillac, mas problemas mecânicos, enroscos e acidentes limitaram o andamento dos carros americanos. O que serve de consolo, foi a ida do Cadillac #2 da Cadillac Racing, conduzido por Earl Bamber/ Alex Lynn/ Richard Westbrook - o que também teve um doce sabor por parte de Chip Ganassi, que teve a sua equipe chegando à frente de seu grande rival Roger Penske.

O outro Cadillac, o #311 da Action Express, teve uma corrida muito atribulada desde a primeira volta quando Jack Aitken (que dividiu o comando com Pipo Derani e Alexander Sims) perdeu o controle na pista úmida e bateu na saída da primeira chincane da Hunaudieres, danificando seriamente a suspensão dianteira esquerda e de imediato dando adeus a qualquer chance, já que perderiam muitas voltas para o reparo. Apesar de outros contratempos que aconteceram após o retorno, fecharam a corrida em décimo

Aproveitando o embalo, os Porsche da equipe Penske não tiveram um grande desfecho, ainda que pese o bom andamento do 963 #75 pilotado por Felipe Nasr/ Mathieu Jaminet/ Nick Tandy que estava entre os primeiros, mas abandonaria na sétima hora por falta de pressão na bomba de combustível quando o carro ficou parado na Tertre Rouge. Os outros dois Porsche da equipe, #5 e #6, foram até o final - terminando em nono e décimo primeiro, respectivamente- mas de forma claudicante, já que enfrentaram inúmeros problemas.

Este retorno da Porsche, que comemora seus 75 anos de existência, ainda contava com o 963 #38 que estava aos cuidados do Hertz Team Jota que contou com a formação Antonio Félix Da Costa/ Will Stevens/ Yiefei Ye e que vinha como o melhor dos Porsche, chegando liderar a prova quando teve a primeira pancada de chuva que instalou um certo caos no trecho que antecede a Porsche Curve. Infelizmente, na 5ª hora, quando estavam liderando na classe, o acidente exatamente nas curvas que levam o nome da marca alemã, tirou a possibilidade da simpática equipe conseguir algo melhor. Yiefei Ye conseguiu levar o carro aos boxes, mas as voltas perdidas para os reparos foram cruciais para saíssem da briga.

Glickenhaus e Vanwall não teriam grande chance contra as demais. Os dois carros da equipe de Jim Glickenhaus conseguiram completar a prova em bons quinto e sexto lugares, aproveitando-se dos problemas que os demais foram apresentando, mas eles não ficaram alheios a problemas já tiveram algumas escapadas e pequenos incidentes que atrapalharam o desempenho. Mesmo sem muita chance, estes incidentes atrasaram um pouco e poderiam até ter colocado pelo menos um dos carros na quarta colocação - já que o #708 pilotado por Romain Dumas/ Ryan Briscoe/ Olivier Pla fecharam com duas voltas de desvantagem para o Ferrari 499P #50.

O Vanwall fez apenas figuração com Tom Dillman/ Esteban Guerrieri/ Esteban Gutierrez e acabariam por abandonar na hora 16 após problemas no motor - o que acabou sendo surpreendente, já que é um carro que costuma apresentar bastante problemas mecânicos.

Ferrari vs Toyota


(Foto: Racer/ Twitter)


Apesar dos demais contendores terem tido algumas aparições entre os três primeiros, não se pode negar que todas as atenções estavam voltadas para a disputa direta entre Toyota e Ferrari. Por mais que as duas tenham sido as mais afetadas pelo BOP, o desempenho de seus carros se sobrepuseram aos dos rivais e com o passar das horas ficou claro que a vitória ficaria para uma das duas.

A Toyota, apesar de suas reclamações em relação ao BOP - já que levavam 13kg a mais que os Ferrari (37kg - 24kg) -, tinham uma estratégia bem definida que era contar com o #7 (Kamui Kobayashi/ Mike Conway/ José Maria Lopez) flutuando entre a segunda e quinta posição e o #8 (Sebastién Buemi/ Brendon Hartley/ Ryo Hirakawa) sempre entre quarto e sexto, entregavam que a qualquer momento poderiam subir forte na classificação para assumir as duas primeiras posições e, claro, travar uma futura disputa ferrenha com a Ferrari.

Os dois carros italianos também estavam numa situação parecida com o dos japoneses, esperando que mais a frente houvesse este embate. Ou seja: uma batalha a quatro carros era esperado.

Porém, o velho pesadelo da Toyota começou a dar as caras quando eles perderam o #7 na abertura da nona hora depois que Kamui Kobayashi esteve envolvido num acidente com o #66 da JMW Motorsport e um dos Alpine na Tertre Rouge, levando pancada na lateral (Ferrari) e traseira (Alpine). Apesar dos esforços de Kobayashi e de seu engenheiro, o GR010 #7 não conseguiu funcionar e acabou abandonando. Um golpe bem forte para a Toyota que parecia ter uma formação poderosa para enfrentar as Ferrari.

A Ferrari também teve seus percalços e com uma boa dose de sorte, conseguiu sobreviver com seus dois carros: o #50 (Antonio Fuoco/ Miguel Molina/ Nicklas Nielsen) foi para a garagem na décima hora para resolver um problema de vazamento, que os deixariam de fora da disputa - eles ainda levariam um susto quando Alessandro Pierguidi ficou preso na brita da Mulsanne quando desviou de um possivel acidente com um GT. Agora a disputa seria direta entre o Ferrari 499P #51 (Antonio Giovinazzi/ Alessandro Pierguidi/ James Calado) e o Toyota #8 GR010 (Sebastién Buemi/ Brendon Hartley/ Ryo Hirakawa).

Da madrugada ao amanhecer presenciamos pilotagens de primeiríssima qualidade dos dois carros, porém foi neste período onde a corrida passou a pender para os italianos: Brendon Hartley e Sebastién Buemi fizeram seus stints de forma primorosa, conseguindo manter uma ótima diferença para o Ferrari #51, mas depois foi a vez dos italianos responderem com um mega trabalho de Alessandro Pierguidi e Antonio Giovinazzi para descontar a diferença para o #8.

Os sustos acabariam por definir o destino à favor da Ferrari: Hirakawa teve que trocar a dianteira após atropelar um... esquilo! Perdeu um certo tempo e a Ferrari #51 assumiria a liderança para não perder mais. O próprio Hirakawa ainda teria um tremendo sufoco quando o freio do #8, já problemático, travou e o jogou contra as barreiras do final da Mulsanne, danificando a dianteira e traseira do protótipo japonês. Claramente, a sua forçada ida aos boxes tirou qualquer chance que existia, já que naquela altura a sua desvantagem para a Ferrari era de 20 segundos - e com o carro italiano começando a enfrentar problemas na direção.

Essa dramaticidade não ficou restrita à Toyota: o Ferrari #51 teve dois apagões durante suas derradeiras paradas, onde o motor elétrico custou a funcionar e deixou todos com um tremendo frio na espinha. Mais adiante teriam problemas na direção, mas com o #8 longe depois do incidente, deu uma certa tranquilidade para eles - foi uma bela jogada da Ferrari que usou o #50 para tentar incomodar o Toyota #8 em algumas situações.

Essa grande disputa, marcada até mesmo nas paradas de box, só valorizou a grande conquista da Ferrari neste seu retorno à Sarthe. Do mesmo modo para a Toyota, que lutou bravamente para conquistar a sua sexta vitória que seria consecutiva e, talvez, não fossem os problemas, poderiam ter chegado a este número.

Acabou por ser uma 91ª edição em grande estilo para este Centenário das 24 Horas de Le Mans.


LMP2


(Foto: Inter Europol/ Twitter)


Como sempre, esta classe reserva as melhores emoções. As várias disputas nesta edição deixou uma certa dúvida no ar de quem levaria a vitória e esta ficou nas mãos do Oreca-07 Gibson #34 da Inter Europol (Jakub Smiechowski/ Albert Costa/ Fabio Scherer).

Mas ainda tiveram que batalhar contra o #41 do Team WRT (Robert Kubica/ Rui Andrade/ Louis Delétraz) para chegar a esta conquista, mas o trio e o carro estavam bem alinhados para esta edição. É uma equipe que tem crescido a olhos vistos nos últimos anos.

O #28 da Jota Sport (Pietro Fittipaldi/ David Henemeier-Hansson/ Oliver Rasmussen) teve a sua chance, mas dois enroscos - um deles com Pietro Fittipaldi, que ficou preso na brita da Mulsanne após ser tocado por um LMP2 - jogou fora as possibilidades de uma vitória.

O andamento para a Alpine, neste que é o seu retorno momentâneo na classe, foi bom, mas não o suficiente para chegarem ao pódio ao menos - já que a qualificação para eles foi bem abaixo. O #36 (Mathieu Vaxiviere/ Charles Milesi/ Julien Canal) ficou em quarto e o #35 (André Negrão/ Olli Caldwell/ Memo Rojas).

Apesar do sentimento de despedida dessa classe após o anúncio da descontinuidade dela para o Mundial do ano que vem, eles estarão presentes em Le Mans com uma reserva de 15 vagas.


LMGTE AM


(Foto: Corvette/ Twitter)


Se havia uma classe onde o resultado parecia pender para a Ferrari, era exatamente essa. Ok, o grande desempenho da Corvette nos treinos tinha sido um tremendo balde de água fria, mas mesmo assim as coisas pareciam ir de encontro aos Ferrari.

O #54 da AF Corse (Thomas Flohr/ Francesco Castelacci/ Davide Rigon) chegou liderar, mas não por muito tempo já que os Porsche, que não tiveram uma boa jornada na qualificação, apareceram bem durante a prova.

De se destacar o ótimo trabalho apresentado pelo Porsche #85 da Iron Dames (Sarah Bovy/ Michelle Gatting/ Rahel Frey) que tiveram ótimas hipóteses de vencer ou ao menos conquistar os demais lugares no pódio. Infelizmente, uma queda de performance na hora final da corrida - ainda que tivessem feito uma troca dos freios. De toda forma, foi a melhor colocação do trio em Le Mans.

Uma das Ferrari que tinham chance era o Kessel Racing #57 pilotado por Daniel Serra/ Kimura Takeshi/ Scott Huffaker, que chegou liderar na classe e estava no páreo. Mas um estouro de pneu, justamente quando Serra estava ao volante, jogou o Ferrari na brita da curva Indianápolis.

A Corvette acabou por vencer nessa classe com o #33 (Ben Keating/ Nicky Catsburg/ Nicolas Varrone), mas não antes de passar por algum drama quando precisou de recolher o carro para a garagem, realizando a troca do amortecedor dianteiro na segunda hora de prova. Foi uma bela recuperação nas horas seguintes para chegarem à vitória, que marca o fim da linha do modelo C8.R em Le Mans, já que o mundial utilizará a plataforma GT3 em 2024.

O Camaro ZL1 #24 do Hendrick Motorsport, foi a grande sensação dessa edição levando os fãs da NASCAR a ficarem entusiasmados exatamente por verem o carro ser mais rápido que os GTs em até três segundos - isso sem contar que cada onboard era um show à parte. Jenson Button/ Jimmie Jonhson/ Mike Rockenfeller levaram o carro ao final sem grandes problemas finalizando em 39° na geral.


Uma histórica transmissão


Parte do time que fez essa histórica transmissão 
Da esquerda para direita: Rodrigo Mattar, Débora Almeida, Felipe Meira, Aldo Luiz, Sérgio Milani, Rubens Neto, Milton Rubinho e André Bonomini 


Foi de muito bom agrado quando soube da transmissão aqui para o Brasil das 24 Horas de Le Mans sendo totalmente em português. O melhor disso, foi saber que grandes amigos, capitaneado pelo camarada Sérgio Milani, que deu o primeiro passo para que esta temporada do Mundial de Endurance fosse transmitida aqui pelo canal oficial da categoria desde a primeira etapa, estariam na transmissão.

Além do próprio Milani, junto de Aldo Luiz, Felipe Meira e do sempre competente Rodrigo Mattar, Milton Rubinho, André Bonomini, Débora Almeida, Geferson Kern, Gabriel Lima e Sérgio Lago, comandaram o grande clássico num revezamento que começou uma hora antes da largada e foi até uma hora depois da chegada, com a transmissão sendo feita na íntegra via YouTube e com entradas programadas no canal do Bandsports.

Foi um trabalho sublime, com muita informação de todos que passaram ali, mostrando que o automobilismo mundial não está restrito apenas a provas de fórmula e que alguém que esteja apenas preso em uma categoria, possa criar gosto por outras - e sabemos bem que o mundo do Endurance nos oferece as mais variadas situações que tornam essa disciplina fascinante.

Para a história, seus nomes ficarão gravados como os primeiros a fazerem uma transmissão total das 24 Horas de Le Mans, coisa que até então se resumia a flashes e horários pré-determinados em edições anteriores.

Que seja a primeira de muitas!

quinta-feira, 8 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Mais uma vez Ferrari, agora no quarto treino livre

 

O Ferrari 499P #51 nesta última sessão de treinos
(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)

Após uma ótima sessão da Hyperpole, os ânimos se aquietaram em Sarthe na realização do quarto e último treino livre para esta 91ª Edição das 24 Horas de Le Mans. Foi uma importante sessão para que pilotos que não competiam na prova desde 2018 pudessem completar um número de voltas na parte noturna.

Essa quarta sessão viu a Ferrari mais uma vez comandar as ações, mas desta vez o #51 que anotou 3'27"275 feito por James Calado. Como foi uma sessão bem mais tranquila, a Glickenhaus subiu na classificação para fechar em segundo com o seu #709 com o tempo de 3'28"278. O Porsche 963 #38 da Hertz Team Jota ficou em terceiro ao marcar 3'28"440.

A LMP2 viu caras novas no topo da tabela com o melhor tempo feito pelo #923 do Racing Team Turkey (que também compete na subclasse LMP2/AM) que chegou a 3'36"229. A segunda posição foi do #65 da Panis Racing (3'36"650) e o terceiro do #63 da Prema Racing (3'36"904).

O Ferrari #66 da JMW Motorsport ficou com a primeira posição da LMGTE AM anotando o tempo de 3'52"965. A posições seguintes foram ocupadas pela Ferrari #57 da Kessel Racing (3'54"069) e pelo Porsche #60 da Iron Lynx (3'53"316).

Essa sessão teve duas situações distintas: primeiramente o retorno do #777 da D'Station que teve a ajuda da TF Sport no aprontamento do novo Aston Martin Vantage que veio do Reino Unido em substituição ao que ficou inutilizável após o forte acidente de ontem com o LMP2 da Tower Motorsport. O carro ficou pronto e eles puderam participar deste quarto treino livre, que serviu como um bom shakedown. Terminaram em 17°.

A outra situação não foi das boas: mais uma vez a Peugeot apresentou problemas, tendo o seu #93 ficando parado entre as duas chicanes da Mulsanne provavelmente com pane elétrica. Mais uma dor de cabeça para os franceses neste seu retorno à Le Mans. 

quarta-feira, 7 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - O dia em Sarthe

 


O grande Tom Kristensen foi o Marshall na abertura das atividades em Le Mans 
(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)

A abertura das atividades para esta prova Centenária das 24 Horas de Le Mans não poderia ter sido melhor. A esperança de vermos uma competitividade aberta, principalmente na classe rainha do endurance mundial, foi reforçada com uma batalha que já vinha se desenhando nas três primeiras provas desta temporada e a qualificação, onde se deu a definição dos oito melhores de cada classe para o Hyperpole de amanhã, não nos deixa mentir.

Iniciando pelo primeiro treino livre, que deu às equipes três horas de pista aberta, vimos uma Toyota mostrar um bom ritmo com seus dois carros, sendo que o #8, pilotado por Brendon Hartley, foi o mais veloz na parte final daquela sessão com a marca de 3'25"742 e o #7 ficando a 1 décimo da marca. Apesar de terem sido os mais velozes, a diferença entre os oito primeiros esteve no mesmo segundo o que sugeria uma boa disputa para mais tarde quando a qualificação chegasse.

A Peugeot, naquela ocasião, ainda tinha feito um bom treino ao se colocarem na sexta e sétima posições, porém  problemas assombraram os franceses. Foi um treino interessante para os Cadillac da Ganassi e os Porsche da Penske, trazendo uma opção interessante para a qualificação.

Na contramão de tudo, aparecia a Ferrari com seus 499P que tinha no #50 o seu melhor na oitava posição com nove décimos de atraso para o Toyota #8, mas ficava claro que os esforços eram para mais tarde.

Para Glickenhaus e Vanwall as coisas ficam mais difíceis frente a carros oficiais e semi-oficiais, mas os americanos conseguiram um bom ritmo ficando, em média, dois segundos de atraso para o ponteiro.

Na LMP2 aquela sessão revelou o Oreca #28 da JOTA Sport como o mais veloz, sendo 32 milésimos melhor que o #37 da Cool Racing. A diferença para o restante do pelotão foi de 1 segundo para cima.

Entre os LMGTE AM a Aston Martin, através do #55 da GMB Motorsport, foi a mais veloz com o Porsche #86 da GR Racing em segundo e o Aston Martin #72 da TF Sport em terceiro. Foi uma classe que teve seus nove primeiros no mesmo segundo.

Essa primeira atividade não ficou ilesa de acidentes, que o Ferrari #66 da JMW Motorsport escapou na Chicane Motul e foi para a barreira de pneus, algo que aconteceria mais tarde com o Alpine #35 no mesmo local.

O acidente que mais causou preocupação foi entre o Aston Martin #777 da D'Station que era pilotado no momento por Casper Stevenson e o LMP2 #13 da Tower Motorsport, conduzido por Steven Thomas, quando o GT bateu nas barreiras antes da Tertre Rouge e ficou no meio da pista. Apesar da sinalização com bandeira amarela e com os carros que vinha a seguir desviando, o #13 acabaria por acertar o Aston Martin. Por sorte, os danos foram apenas materiais e a D'Station e Tower precisaram trocar seus carros para prosseguirem no certame.



Na qualificação, Ferrari a mais veloz


(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)

Como era previsto, esta era a sessão onde o nível subiria e a batalha seria mais intensa, fazendo já um prelúdio do que esperar para a Hyperpole que contará com os oito melhores de cada classe.


A Ferrari mostrou seu potencial, que já era conhecido das etapas passadas, ao colocar os dois 499P na primeira fila. Antonio Fuoco (que estava na zona de corte quando faltavam 20 minutos para o fim) conseguiu superar o outro Ferrari #51 ao anotar 3'25"213, sendo 1 décimo melhor que o tempo feito por Alessandro Pierguidi que havia liderado a classe. Foi uma boa disputa contra os Toyotas, que aparecem na segunda fila com #7 e #8 em terceiro e quarto, respectivamente. 

As demais posições que foram para o Hyperpole de amanhã foram seguidas pelos dois Porsche da Penske (#5 #75) e pelos dois Cadillac da Ganassi (#03 e 02).

Não foi uma sessão feliz para os demais, principalmente o Porsche #38 do Hertz Team Jota que entrou já no final para a sua qualificação e não obteve êxito; os dois Peugeot 9x8 que ficaram bem abaixo, levando mais de dois segundos do Ferrari #50.

Nos LMP2 a disputa foi bem acirrada. Pietro Fittipaldi, no comando do #28 da JOTA cravou o melhor tempo em 3'34"751, dois milésimos melhor que o tempo feito pelo #41 do Team WRT. Como foi dito acima, a batalha foi boa nessa classe com os 14 primeiros ficando no mesmo segundo.

Além do #28 da JOTA e o #41 do Team WRT,  o #63 da Prema Racing, #48 da Idec Sport, #10 da Vector Sport, #47 da Cool Racing, #923 da Racing Team Turkey e o #09 da Prema Racing passaram para a Hyperpole de amanhã.

A surpresa desta qualificação foi a não ida de nenhum carro da United Autosport e da Alpine, equipes que normalmente se qualificam para a fase final do classificatório.

A Ferrari teve um ótimo desempenho na LMGTE AM onde Alessio Rovera levou o Ferrari #83 da Richard Mille AF Corse ao primeiro lugar com o tempo de 3'51"877. Foi 37 milésimos melhor que a marca do outro Ferrari da AF Corse #54 de David Rigon. A terceira posição ficou para o recuperado Corvette #33 de Nicky Catsburg, que foi revitalizado a tempo dessa qualificação após o acidente no final do treino livre.

Além destes três, o Aston Martin #25 da ORT, Ferrari #57 da Kessel Racing, Aston Martin #55 da GMB Motorsport, Ferrari #21 da AF Corse e a Ferrari #74 da Kessel Racing.

Desde que este sistema foi adotado, esta foi a primeira vez que nenhum Porsche passou para a Hyperpole.

O Camaro ZL1 #24 da Hendrick Motorsport continuou a fazer tempos bem melhores que os da LMGTE AM, com Mike Rockenfeller a fazer o tempo de 3'47"976.


A Porsche aparece no segundo treino livre


(Foto: Porsche Races/ Twitter)

A parte da noite foi dedicada para que as equipes e pilotos passassem trabalhar no melhor acerto para este turno. Dessa forma, a Porsche, com o #6 pilotado por Laurens Vanthoor, foi o melhor dessa sessão noturna ao chegar na casa de 3'28"878. Ele desbancou a Ferrari #51 que havia passado quase todo treino na ponta da tabela. A terceira posição foi do outro Porsche #6 pilotado por Dane Cameron.


De se destacar os problemas enfrentados pelo Cadillac da Action Express, quando Alexander Sims teve algum contato e apareceu lento na pista com o carro um pouco danificado.

Esta foi também uma importante sessão para a Hertz Team Jota que pode fazer o seu treino, após uma qualificação problemática.

Na LMP2 a Prema com o seu #63 foi a mais veloz com o #22 da United Autosport, que enfim apareceu nestas atividades, foi o segundo. A terceira posição ficou para o #28 da JOTA Sport, sempre com Pietro Fittipaldi comandando o carro nas voltas velozes.

A Kessel Racing, com o Ferrari #74 pilotado por Kei Cozzolino, fez a melhor marca na LMGTE AM com 3'53"796. A segunda posição ficou para o Porsche #60 da Iron Lynx e a terceira colocação ficando para outro Porsche #56 da Project 1.

Amanhã continuam as atividades com a realização do terceiro e quarto treino livre e também da Hyperpole, que decidirá os poles de cada classe.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Pesagem - Dia 1

O Peugeot 9x8 durante a pesagem
(Foto: Peugeot Sport/ Twitter)

 

A festa para esta 91ª edição das 24 Horas, que também é especial por ser a dos 100 anos da mítica prova em Sarthe, começou bem antes com a tradicional pesagem Place de La République. A "Journeé de Pesage" foi dividida em dois antes, sendo que hoje foram 39 carros que passaram pelos olhos atentos dos fãs, imprensa e comissão técnica e amanhã serão os 23 restantes desta 91ª edição.

Abaixo as falas de personagens importantes de algumas das principais equipes que compõem o fabuloso grid de 62 carros.

Vanwall

É um nome mítico que estará pela primeira vez em Sarthe competindo justamente na prova Centenária. O retorno da Vanwall, pelas mãos da ByKolles, ainda não é das melhores, mas ainda resta uma ponta de esperança de possam conseguir em breve avançar pela difícil classe principal que é formada pelos LMH e LMDh. Tom Dillman, que fará trio com Esteban Guerrieri e Tristan Vaultier, que acabou ganhando a vaga que era de Jacques Villeneuve até as 6 Horas de Spa Francorchamps: "Estamos felizes por entrar na categoria principal, onde há muitas inscrições. É uma nova era de ouro para a resistência. Tradicionalmente, a primeira temporada de um carro novo é difícil. A corrida mais longa que corremos até agora são as 1000 milhas de Sebring. Portanto, nosso objetivo número um é terminar a corrida. No entanto, não estamos aqui para fazer números, por isso esperamos poder lutar com os nossos concorrentes. Damos passos a cada corrida. Ganhamos tão bem em performance que mal podemos esperar para ver o que acontece no circuito das 24 Horas”.

Peugeot

O retorno da marca dos Leões à Sarthe era esperada desde 2022, mas com a opção em deixar a estreia do 9x8 a partir das 6 Horas de Monza daquele ano, exatamente para terem um carro mais bem preparado para o desafio, esta de 2023 marca o regresso após 12 anos. Assim como a Vanwall, os dias para os franceses não foram dos melhores, mas para esta prova em Le Mans é uma esperança de que as coisas possam começar a se acertar, assim como espera Jean Marc-Finot, diretor da Stellantis Motorsport: “Vimos em corridas anteriores que não estávamos em vantagem nas curvas lentas; há menos em Le Mans. Domingo, ao final do Dia do Teste, teremos uma boa visão geral da hierarquia e nossa posição nela. Na corrida, será sobretudo necessário ir até ao fim”. Ele também destacou a bela livery que estará nos dois 9x8, algo que chamou bastante atenção dos fãs neste dia de pesagem:  “Estamos muito felizes de estar aqui. É o 30º aniversário da vitória do 905. É por isso que imaginamos uma pintura específica. Vamos impressionar com esta decoração e também esperamos fazê-lo de forma esportiva”.

Alpine

Sabemos que desta vez eles estarão na briga pela vitória na classe LMP2, onde eles reinaram em anos anteriores (2018 e 2019), mas os olhares da equipe francesa já apontam para 2024 onde eles pretendem estar de volta à classe principal com um Hypercar.

Com a data de apresentação deste já marcada para a véspera da Centenária 24 Horas de Le Mans, dia 9, Nicolas Lapierre falou sobre a expectativa em pilotar o novo carro em breve, assim como a beleza que deve ser este projeto: É muito provável que eu seja o primeiro a pilotar. É uma bela realização e um belo projeto que ganha vida. As equipes Alpine estão trabalhando duro para criar um belo carro. Acho que todos vocês ficarão agradavelmente surpresos com suas linhas e formas. Essa é uma linda história".

Apesar deste entusiasmo, a equipe atual não deixou de ser mencionada, claro, com Philippe Sinault, chefe da Alpine, esperando uma grande jornada dos "Le Bleus" ao lugar mais alto do pódio como fora no biênio 2018/ 2019: “É uma recuperação corajosa da nossa parte, porque, com toda a franqueza, tivemos a opção de assistir a corrida pela televisão e nos preparar para nossa chegada ao Hipercarro em 2024. Porém, a ideia não passou por nossas cabeças nem por um segundo. . Não podíamos deixar de estar presentes no Centenário. Então, a melhor forma de se preparar para os próximos eventos é lutando, ainda mais em uma categoria de altíssimo nível. Conseguimos montar rapidamente as equipes. Conhecemos bem os rivais por isso vamos colocar tudo no lugar para alcançar o melhor resultado, a vitória”

Os demais

A Hertz Team Jota trará o belo Porsche 963 com a formação Antonio Félix Da Costa/ Will Stevens/ Yiefei Ye e claro, tem a sua ambição de conseguir cravar um belo resultado em Sarthe. Eles já tem a experiência de vencer as 24 Horas de Le Mans, mas pela classe LMP2,  porém a chance de conseguir na geral neste 2023 é existente. Will Stevens fala sobre: "Estamos mais preparados do que em Spa. Fazer parte da Hypercars é uma grande honra para nossa equipe. Temos grandes esperanças para esta corrida. É um grande desafio, mas é a experiência de uma vida”.

Doriane Pin, que estará no comando do #63 da Prema Racing na LMP2 ao lado de Miko Bortolotti e Daniil Kvyat, foi muito requisitada também: "Já tem muita gente. Sinto muito apoio e é incrível! Com Daniil e Mirko, formamos uma grande equipe. Lutamos pela vitória em todas as corridas para que possamos conquistar um bom resultado." , completou Pin que será uma das cinco mulheres presentes nesta edição Centenária - Lilou Wadoux, Sarah Bovy, Michelle Gatting e Rahel Frey são as demais.

Outra que chamou bastante atenção dos fãs foi a presença do NASCAR Chevrolet Camaro ZL1 que estará no Garage 56. O carro chefiado pela tradicional Hendrick Motorsport e que terá os trabalhos de um trio estelar formado por Jenson Button/ Mike Rockenfeller/ Jimmie Jonhson, estará em caráter experimental numa categoria a parte nomeada de "Carros Inovadores".

Os pilotos mostraram entusiasmo por esta empreitada, com Rockenfeller mostrando entusiasmo em pilotar o ZL1 logo; Button destacando o desempenho do carro ao falar "ela é maravilhosa. É mais pesado que a média e você realmente precisa trabalhar duro ao volante. Requer mais esforço. Ela também é muito poderosa, então acho que nossos tempos de volta serão decentes" e Jimmie Jonhson falando sobre o seu pai, que mostrava fotos da corrida: “Quando criança, meu pai me mostrava essa corrida através de fotos. Eu imediatamente quis participar. Hoje estou lá e quero aproveitar ao máximo”.

A continuação da pesagem será neste sábado e claro, o espírito das 24 Horas de Le Mans já tomou conta de todos.

terça-feira, 16 de maio de 2023

Foto 1027 - Jules Goux e Emil Begin, Indy 500 1913

 


Ainda em sua juventude, as 500 Milhas de Indianápolis tinha já despertava o interesse do outro lado do Atlântico. O desafio de percorrer as 500 Milhas no já famoso oval, despertou o interesse da Peugeot e esta enviou para lá o que tinha de melhor: dois L76, que vinham monopolizando as competições na Europa desde 1912, foram destinados à Jules Goux/ Emil Begin e Paolo Zuccarelli.

Ao contrário do que acontece nos dias atuais, os inscritos passavam por uma qualificação onde deveriam atingir a média de 75 Mph (120,7 Km/h) para que pudessem ingressar na corrida. Neste "vestibular" a melhor marca ficou para Jack Tower que atingiu 88,230 Mph com um Duesenberg - aqui rebatizado de Mason, inscrito pela Mason Motor Company. No total, 27 carros conseguiram a qualificação para aquela terceira edição.

Para a formação do grid, um sorteio foi feito na noite anterior e a pole ficou para Calleb Bragg com um Mercer. Os Peugeot apareciam em posições bem distantes: Goux sairia em sétimo e Zucarelli em 26°. Curiosamente, o detentor da melhor volta na qualificação, Jack Tower, ficou apenas na 25ª posição no sorteio.

A corrida foi vencida por Jules Goux e Emil Begin, mas antes disso tiveram que contar com problemas de Bob Burmann - que teve problemas em seu Keeton, após este pegar fogo quando ele liderava a prova. Conseguiu voltar e terminar em 11°. Jack Tower teria sérios problemas na corrida, já que ele teria uma perna quebrada e seu mecânico três costelas fraturadas após o capotamento de seu carro na volta 51.

Goux teve em Bob Evans seu grande rival ao duelarem por um bom tempo pela liderança. Mas Evans acabaria abandonando na volta 158 após a quebra da embreagem de seu Mason. 

Goux e Begin venceram a corrida após seis horas e receberam um prêmio de 20 mil dólares (que convertidos em 2021 valeriam 548,350 mil dólares), foram seguidos por Spencer Wishart (Mercer) e Charlie Stutz (Stutz) - este último chegou com o carro pegando fogo e com o mecânico Harry Martin tentando abrir a tampa do motor para que o fogo fosse apagado rapidamente. Infelizmente, Martin faleceria alguns meses depois durante um teste. O outro Peugeot, pilotado por Zuccarelli, abandonou na volta 18 com problemas no rolamento.

Os treinos livres mostraram a Peugeot que eles teriam problemas com os pneus no piso de tijolos do Speedway, tendo destruído alguns jogos durante as práticas. Eles recorreram a Johnny Aitken, piloto local que conhecia bem os segredos do circuito, que os aconselhou a andarem num ritmo mais brando que ainda assim os dariam uma boa velocidade. Isso foi vital para a conquista da equipe francesa - e essa lembrança seria reforçada à Goux durante a prova, quando foi visto que ele estaria com grandes chances

Sobre Goux, o que marcou a sua conquista foi o fato de ter entornado - ou não - seis garrafas de champanhe durante as paradas de box. Porém, alguns registros marcam que ele teria consumido quatro garrafas em conjunto com Begin. Isso teria sido usado como um enxaguante bucal e também para aliviar o forte calor daquele dia. "O calor estava terrível. Sofri e, se não fosse pelo vinho, não teria conseguido fazer esta corrida." , afirmou Jules Goux após a prova. Esse fato levou o AAA (American Automobile Association) a proibir o uso de bebida alcoólica durante a prova. 

terça-feira, 7 de março de 2023

Foto 1022 - René Thomas, Indy 500 1914




As duas fotos acima tem uma diferença de 59 anos, porém com a mesma personagem em questão.

Na primeira foto, um jovem René Thomas que estava a bordo do Delage com que ele estava prestes a correr as 500 Milhas de Indianápolis de 1914. Na segunda o mesmo René Thomas, agora do alto de seus 87 anos, reencontrava com seu Delage para uma volta comemorativa um pouco antes das 500 Milhas de Indianápolis de 1973, mas desta vez no banco que era destinado ao mecânico que os pilotos eram obrigados a levar durante as provas de cinco décadas atrás.

Com a não ida da equipe oficial da Delage para Indianápolis, René Thomas e seu colega de equipe Albert Guyot conseguiram junto de Louis Delage dois modelos Type Y para formarem uma equipe particular e se inscreverem na edição de 1914 da Indy 500. Essa edição pode ser chamada de a "Invasão Francesa" à Indianápolis, uma vez que a conquista de Jules Goux e Emile Begin em 1913, a bordo do Peugeot L-76, havia tido bastante repercussão.

Além dessas inscrições de Thomas e Guyot, a Peugeot enviou o atual vencedor Jules Goux e Georges Boillot - um outro Peugeot foi inscrito de forma particular pelo belga Arthur Duray. Outros dois franceses estiveram na pista: Jean Chassagne pilotou um Sunbeam e Ernst Friderich um Bugatti.

Essa edição foi dominada amplamente pelos franceses, principalmente pela Peugeot que parecia estar a caminho de vencer pela segunda vez em Indianápolis quando uma série de problemas de pneus apareceram nos carros de Goux e Boillot - este último abandonou na volta 141 por conta do estouro de um dos pneus. Goux resistiu na prova, chegando inclusive na mesma volta do vencedor, mas com a chances de vencer muito reduzidas ao fechar em quarto.

René Thomas conquistou a vitória, seguido por Arthur Duray e Albert Guyot. Foi a primeira conquista de Thomas em Indianápolis, local que ele ainda visitaria outras três vezes: foi pole na edição de 1919 e terminou em 11°; terminou em segundo em 1920; e abandonou em 1921 após um rompimento da mangueira de água. Em 1919 e 1920 ele pilotou um Ballot e em 1921 um Sunbeam.

Hoje completa 137 anos do nascimento de René Thomas. 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Foto 826: Rally de Acrópole, 1986

Os reparos nos Peugeot 205 Turbo 16 E2 durante os intervalos dos estágios do Rally de Acrópole de 1986, sexta etapa do WRC (ou Grupo B, como queiram) daquela temporada.
Na foto, pela ordem, o #5 de Juha Kankkunen/ Juha Piironen, o #9 de Bruno Saby/ Jean-François Fauchille e o #1 de Timo Salonen/ Seppo Harjane.
Apenas dois destes Peugeot chegaram ao final, com o #5 de Kankkunen/ Piironen vencendo a etapa, seguido pelo Lancia Delta S4 #8 de Mikki Biasion/ Tiziano Siviero e com o outro Peugeot #9 de Saby/ Fauchille em terceiro.
O Peugeot de Salonen/ Harjane abandonou por problemas na suspensão.
Juha Kankkunen/ Juha Piironen e a Peugeot venceram aquele mundial de 1986, com o duo finlandês vencendo três provas (Suécia, Acrópole e Nova Zelândia) e a Peugeot ganhando 6 das treze etapas.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Foto 639: Rally Cross

Duelo dos bons entre o MG Metro 6R4 contra o Audi Sport Quattro S1 e atrás, um Porsche 911 Biturbo 4x4 numa das etapas do Campeonato Europeu de Rally Cross de 1987.
Quando os carros do Grupo B foram banidos do Mundial de Rally, foi no Rally Cross que encontraram seu reduto e máquinas como o Audi Quattro, Peugeot 205 Turbo 16 E2, Ford RS200 E2, Lancia Delta S4 e MG Metro 6R4.
Os monstros do Grupo B foram utilizados neste campeonato até o final de 1992.

domingo, 7 de maio de 2017

Foto 622: Indy 500, 1916

Uma foto e algumas histórias. Pilotos, carros e mecânicos posam para a foto antes das 300 Milhas de Indianápolis, em 1916.
Por conta da 1a Guerra a prova foi reduzida para 300 Milhas, uma vez que a organização acreditava que o número de inscritos seria bem menor. De certa forma acabou sendo uma lista bem reduzida, com apenas 21 participantes.
O domínio francês continuava em voga a ponto de Carl Fischer, então dono do circuito de Indianápolis, encomendar algumas réplicas do Peugeot que vinha dominando as provas americanas. Apesar do esforço de Fischer, suas réplicas - demominadas Premier - não chegavam próximas do desempenho dos Peugeot. A melhor colocação de um Premier foi de Howdy Wilcox, que fechou em 17o.
A vitória foi da Peugeot - a segunda da marca no Brickyard - com Dario Resta ao volante. A segunda colocação foi do Duesenberg do americano Wilbur d'Aléne e em terceiro o Peugeot de Ralph Mulford.
Essa edição também marcou a primeira vez que pilotos usaram capacetes de aço: Eddie Rickenbacker - que anos depois compraria o complexo de Indianápolis de Carl Fischer - e Peter Henderson, foram os pilotos a fazer uso da peça

sábado, 13 de setembro de 2014

Crash: Peugeot CRZ Cup - Magny-Cours

A prova aconteceu no fim de semana passado durante o Peugeot CRZ Cup, disputado no circuito de Magny-Cours.
E não foi uma boa idéia do piloto Pierre-Etienne atacar a zebra alta da curva Nurburgring, onde seu carro saltou, rodou e atravessou a pista, escapando de forma milagrosa de um bocado de carros que desviaram. Não teve a mesma sorte o piloto do carro #4 Pierre Sancinema, que pegou em cheio frontalmente.
Sancinema foi levado ao centro médico, onde passou por um check-up.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Foto 355: Os últimos

Um dos mais belos carros que já passaram pela mítica pista de Sarthe. O Peugeot 905 EVO 1B LM #1 de Yannick Dalmas, Derek Warwick e Mark Blundell durante uma das inúmeras visitas ao box da edição de 1992 das 24 Horas de Le Mans.
O trio venceu a prova, com o Toyota TS010 #33 (Pierre-Henri Raphanel / Kenny Acheson / Masanori Sekiya) da equipe Tom ficando em segundo e outro Peugeot 905 EVO #2 (Philippe Alliot / Mauro Baldi / Jean-Pierre Jabouille) terminando em terceiro.
Foi a última edição das 24 Horas de Le Mans válida pelo Sportscar World Championship que seria extinto no final daquele ano. Derek Warwick e Yannick Dalmas foram os campeões somando juntos 98 pontos, 34 a mais que a dupla Philippe Alliot e Mauro Baldi que fecharam em segundo. A Peugeot Talbot Sport foi a campeã no geral e a Chamberlain Engineering na FIA Cup. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Foto 286: San Remo



E o Rally sempre nos presenteando com belas imagens. As que encabeçam este post são do Rally de San Remo de 1985, com Walter Röhrl / Christian Geistdörfer no Audi Sport Quattro S1; Timo Salonen / Seppo Harjanne no Peugeot 205 T16 E2 e Henri Toivonen / Juha Piironen no Lancia 037.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Foto 217: Os vencedores das 24 Horas de Le Mans – Parte 9

O início desta década começou sob uma batalha intensa entre Audi e Peugeot pelo domínio das 24 Horas de Le Mans. Mas os franceses, que pareciam mais forte com o seu modelo 908HDi totalmente repaginado, tropeçou na sua arrogância ao subestimar o poderio dos carros da Audi na edição de 2010.
A Peugeot ocupou as quatro primeiras colocações na fase de classificação, colocando quase que quatro segundos de vantagem sobre o melhor dos Audi R15 que aparecia somente na quinta posição. Para se ter uma idéia da força dos franceses naquela classificação, o carro da Matmut Oreca, equipe semi-oficial da Peugeot e que largou na quarta colocação, colocou 2.4 segundos de vantagem sobre o Audi R15 conduzido por Kristensen/ McNish/ Capello.
Mas os franceses pagaram caro: apesar dos quatro carros serem extremamente velozes, eles foram se perdendo pelo caminho por problemas de suspensão e motor. Na última hora de prova o único Peugeot na pista era o semi-oficial da Oreca, mas este não tinha mais o que fazer devido o alto número de voltas que tinha de atraso para o Audi R15 #9 de Mike Rockenfeller/ Timo Bernhard/ Romain Dumas.
Em 2011 outro duelo entre Audi e Peugeot agitou a prova em Sarthe e desta vez com os alemães estreando o novo carro, o Audi R18 TDi. Esta prova foi dramática para a Audi, que perdera dois de seus três carros em acidentes antes da corrida ter chegado a metade. O restante da prova foi de concentração total para com o Audi #2 de Marcel Fäsler/ André Lotterer/ Benoit Treluyer que acabaram por vencer em Sarthe, mesmo sofrendo uma assédio do Peugeot #9 conduzido por Sebastien Bourdais/ Simon Pagenaud/ Pedro Lamy no fim da corrida. Por irônia, numa corrida em que optaram por serem conservadores após a lição de 2010, a Peugeot terminou com seus quatro carros em pista e em perfeitas condições, mas talvez tenham errado na estratégia de tentar atacar o único Audi que restava um pouco tarde. E o sentimento de derrota foi ainda mais doloroso quando foi verificado que o carro a Audi tinha um furo e um dos pneus naquele estágio da corrida.
A edição de 2012 não contou com a presença da Peugeot que retirara a sua equipe ainda no início do ano numa manobra para cortar custos da fábrica. Desse modo a Audi aparecia totalmente absoluta para ganhar em Sarthe com folga, mas a reaparição da Toyota entre os LMP1 após treze anos de ausência dava um tom de que poderíamos ter algum duelo. Infelizmente os dois TS030 Hybrid inscrito pelos japoneses não chegaram ao fim devido a acidentes nas cinco primeiras horas de prova, mas o ritmo foi satisfatório ao dar algum trabalho aos quatro Audi R18 presentes na corrida. A vitória acabou por ficar para o trio Marcel Fäsler/ André Lotterer/ Benoit Treluyer pilotando o #1, conquistando assim o bi-campeonato nessa prova.

2010 - Mike Rockenfeller - Romain Dumas - Timo Bernhard (Audi R15 TDI Plus)

2011 - Bénoit Tréluyer - Andre Lotterer - Marcel Fässler (Audi R18 TDi)

2012 - Bénoit Tréluyer - Andre Lotterer - Marcel Fässler (Audi R18 e-tron quattro)

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Foto 216: Os vencedores das 24 Horas de Le Mans – Parte 8

Com a saída da Porsche no final dos anos 90 do cenário das provas Endurance com sua equipe oficial, a disputa era em saber quem poderia ocupar o lugar da mais vitoriosa fábrica nas 24 Horas de Le Mans.
Mercedes e Toyota encerraram as suas atividades nas corridas de longa duração após os desaires nos últimos anos em Le Mans e o que parecia e que a BMW, então vencedora de 1999, pudesse dominar este cenário. Mas quem tomou de assalto as provas de Endurance, em nível mundial, foi a fábrica de Ingolstadt: a Audi.
Com um corpo técnico fortissímo e contando com os trabalhos de pilotos do naipe de Tom Kristensen, Rinaldo "Dindo" Capello, Frank Biela, Michele Alboreto, Emanuele Pirro e Allan McNish, a fábrica que ressurgiu do restou na lendária Auto Union dos anos 30 e que teve sucesso nos Ralies dos anos 80 com o seu Audi Quattro, dominou amplamente a prova de Sarthe. Das dez corridas disputadas na década passada, eles venceram oito (5 com o modelo R8 e outras três com o modelo R10 TDi movido a diesel, que tornou-se o primeiro carro a vencer em Le Mans com este tipo de combustível logo na sua estréia, em 2006). Um domínio tão brutal quanto ao da Porsche nos anos 80.
Os anos 2000 foram de retornos de dois gigantes à Sarthe: a Bentley voltou em 2002 e venceu em 2003, 73 anos depois da sua última conquista, com o seu modelo Speed 8. Outro retorno festejado, e que deu trabalho ao poderio da Audi na segunda metade da década, foi o da Peugeot com o seu belo 908HDi FAP movido a diesel que venceu a edição de 2009.
Outros dois acontecimentos notáveis no mundo do Endurance tiveram espaço naquela época: a volta de um campeonato para os protótipos que era comandada pelo Automovel L'Oueste, chamada Le Mans Series, que teve ramifcações espalhadas nos EUA, Europa e Ásia. A outra foi a quebra do recorde de vitórias de um piloto nas 24 Horas de Le Mans com Tom Kristensen chegando a oito triunfos, superando as seis conquistas de Jacky Ickx entre 1969 e 1982.


2000 - Frank Biela - Tom Kristensen - Emanuele Pirro - (Audi R8 Race Car)


2001 - Frank Biela - Tom Kristensen - Emanuele Pirro - (Audi R8 Race Car)


2002 - Frank Biela - Tom Kristensen - Emanuele Pirro - (Audi R8 Race Car)


2003 - Tom Kristensen - Rinaldo Capello - Guy Smith - (Bentley Speed 8)


2004 - Tom Kristensen - Rinaldo Capello - Seiji Ara - (Audi R8 Race Car)


2005 - Tom Kristensen - JJ Lehto - Marco Werner - (Audi R8 Race Car)


2006 - Frank Biela - Emanuele Pirro - Marco Werner (Audi R10 TDI)


2007 - Emanuele Pirro - Frank Biela - Marco Werner (Audi R10 TDI)


2008 - Tom Kristensen - Rinaldo Capello - Allan McNish (Audi R10 TDI)


2009 - David Brabham - Marc Gené - Alexander Wurz (Peugeot 908 HDi FAP)

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

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