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domingo, 1 de dezembro de 2024

Foto 1043 - Stefan Bellof, Sandown Park 1984

 

Stefan Bellof: o primeiro alemão Campeão Mundial
(Foto: Facebook)

Uma das principais lembranças quando é falado o nome de Stefan Bellof é da sua impressionante apresentação no chuvoso GP de Mônaco de 1984, o mesmo que apresentou Ayrton Senna para o mundo da Fórmula-1 como uma das principais promessas. Mas o jovem alemão também esteve em grande forma e, para muitos, ele poderia muito bem ter vencido aquela corrida caso Jacky Ickx, um velho conhecido dele das provas do World Sportcar Championship, não tivesse encerrado a prova com apenas 31 voltas. 

Outra corrida que também foi uma amostra de suas capacidades aconteceu  no Estoril 1985, em condições bem parecidas com a de Monte Carlo. Mas desta vez, a corrida transcorreu normalmente para ver a promessa de dez meses antes chegar ao seu primeiro sucesso: Ayrton Senna comprovou a sua habilidade em andar sobre águas e venceu com sobras no encharcado Estoril. Stefan não teve as mesmas condições de sonhar com uma conquista em terras portuguesas como fora no principado, mas conseguiu salvar um honroso sexto lugar com a Tyrrell. 

 A sua pole lap para os 1000km de Nurburgring de 1983, na última visita dos monstros do Grupo C no lendário Nordschleife, é sem dúvida algum um dos grandes momentos do motorsport em todos os tempos, ajudando a reforçar a popularidade que o nome de Stefan já causava naquele período. Apesar da mancada no dia seguinte, quando bateu sozinho no momento em que liderava a corrida, Bellof já havia dado mais um passo para ser uma das grandes estrelas do motorsport. 

Mas... ele seria campeão na Fórmula-1? Tal pergunta perdura até os dias atuais, ainda mais que o seu precoce desaparecimento no acidente durante os 1000km de Spa-Francorchamps de 1985 deixou essa dúvida no ar quando muitos indicavam que ele estaria de malas prontas para a Ferrari à partir de 1986, o que lhe daria uma enorme chance de ter um carro competitivo e entrar na disputa com os "donos da brincadeira" naquele momento. 

Se essa dúvida permanece, o que aconteceu em 1984 pode dar uma luz do que aquele jovem alemão nascido em Gieben faria com um melhor equipamento. 

O World Sportscar Championship de 1984 foi a 32ª temporada da história do campeonato e contou com 11 etapas, sendo oito válidas para o Mundial de Marcas (1000km de Monza, 1000km de Silverstone, 1000km de Nurburgring, 24 Horas de Le Mans, 1000km de Mosport, 1000km de Spa, 1000km de Fuji e 1000km de Kyalami) e mais três para o Mundial de Endurance para Pilotos (1000km de Brands Hatch, 1000km de Ímola e 1000km de Sandown).

O Campeonato de Marcas foi decidido à favor da Porsche com certa facilidade, tendo vencido as sete etapas das oitos, com a Lancia vencendo a última etapa deste certame (1000km de Kyalami). Para o Campeonato de Pilotos, a briga ficou restrita aos pilotos da Porsche: Stefan Bellof, que dividiu o comando do Porsche 956 Rothmans #2 com Derek Bell em boa parte do ano, chegava à última etapa com seis pontos de vantagem sobre Jochen Mass - que também pilotova o Porsche 956 #1 ao lado de Jcky Ickx, então bicampeão nos anos de 1982 e 1983. 

A conta era simples: Jochen Mass precisaria vencer de qualquer forma e torcer para que Bellof ficasse da terceira posição para baixo. O sistema de pontuação do campeonato contemplava os dez primeiros (20-15-12-10-8-6-4-3-2-1) sendo que pontuavam apenas aqueles que chegassem a porcentagem de pilotagem das provas e também se o carro completasse 90% do percurso. 

Bellof teve o descarte de um 1 ponto conquistado nos 1000km de Silverstone (segunda etapa) e Mass descartou os 4 pontos dos 1000km de Nurburgring (quarta etapa). 

A prova final foi na Austrália, no pequenino circuito de Sandown Park nos arredores de Melbourne.


Os 1000km de Sandown Park

O programa oficial da Sandown 1000


O circuito de Sandown Park nasceu como um hipódromo no século 19 para depois ser fechado nos anos 1930. No início da década de 1960 o circuito de 3,104 km foi construído, mantendo a pista para cavalos em seu interior. A corrida inaugural do circuito aconteceu em 1962 com a realização do Sandown International Cup para fórmulas com o regulamento de Formula Libre, e a corrida foi vencida pelo então bicampeão mundial Jack Brabham com um Cooper Climax - essa prova contou com a presença de Jim Clark, Graham Hill, John Surtees e Bruce Mclaren; a segunda edição dessa prova, realizada em 1963, serviu como base para a criação da Tasman Series a partir de 1964. Daí em diante o circuito de Sandown Park - mais tarde renomeado de Sandown Raceway - passou a fazer parte do calendário do automobilismo australiano, sediando provas da Tasman Series e Australian Touring Cars - estes últimos tomando de assalto as principais provas após a queda da Tasman Series no início da segunda metade dos anos 1970, quando esta passou a usar o regulamento dos F-5000.

A Light Car Club of Australia (LCCA) tentou dar um passo a mais nos anos 1980 buscando trazer para Sandown Park provas internacionais e a meta era uma etapa do Mundial de Fórmula -1. Apesar das mudanças nos boxes - que foram recuados para a reta principal -, paddock, na segunda curva do circuito original adicionando um S; e mais a frente, após a longa reta que levava a "Marlboro Country/ Rothmans Rise" uma parte sinuosa que passava no circuito para cavalos, a pista de Sandown passou a computar 3,878 Km no traçado que passou a ser chamado International. Apesar das intenções em levar a Fórmula-1 para lá, o estado de Victoria deu de ombros para essa candidatura e o primeiro GP da Fórmula-1 em terras australianas aconteceria em Adelaide, mas apenas para o ano de 1985. 

Apesar deste desaire, a guarda não foi baixada e o LCCA deu um contragolpe ao trazer para suas trincheiras o desfecho do World Sportscar de 1984 que se encontrava com o Campeonato de Pilotos em aberto entre os alemães Stefan Bellof e Jochen Mass. O contrato era de três anos.

Dessa forma, o Mundial de Sportscar passava a ser o primeiro Campeonato Mundial da FIA em solo australiano. 


Conhecidos conterrâneos

Jacky Brabham e Johnny Dumfries compatilharam o Porsche 956 GTi #56 nas cores da Rothmans
(Foto: Motorsport Images)


Após a sua aposentadoria da Fórmula-1 ao final de 1970, Jack Brabham apareceu em algumas provas esporádicas e eventos. Uma bem conhecida é o desafio entre ele e Juan Manuel Fangio ali mesmo em Sandown Park antes do GP da Austrália de 1978, com "El Penta" à bordo do Mercedes W196 e Jack Brabham com o seu Brabham Repco, do qual conquistou o tricampeonato em 1966.

Além do velho "Black Jack", os australianos veriam em ação Vern Schuppan e Alan Jones, o campeão mundial de 1980. Á disposição deles, a Porsche Rothmans inscreveu mais dois 956 que foram conduzidos por Alan Jones/ Vern Schuppan (#3) e Jack Brabham/ Johnny Dumfries (#56) - este último ficando aos cuidados da equipe de Richard Lloyd. O #56 levou uma câmera onboard.

Jack Brabham estava bastante animado naquele circuito onde vencera a primeira prova realizada em Sandown 22 anos antes, destacando a potência do Porsche 956 e a chance em pilotar: “É certamente muito mais rápido do que qualquer coisa que já dirigi antes. É a primeira vez que dirijo um carro com efeito de solo também, o que é muito interessante. Li muito sobre os Porsches e a oportunidade agora de dirigir um e ver como ele é é muito, muito boa.” 

Alan Jones também mostrou entusiasmo em ver a Austrália receber uma prova daquele porte: "É fantástico ver um evento de campeonato mundial aqui na Austrália", refletiu um Jones otimista. "Isso significa que não preciso viajar para tão longe de casa para estar nele para competir".

Além das duas grandes estrelas do motorsport australiano, outros também marcaram presença: a FIA permitiu a inclusão dos carros de turismo que competiam na Australian GT  (Grupo B Sports Sedans e Grupo D GT cars) e nos Sportscar (Grupo A). 

Cinco carros compuseram a classe "Australian Cars":

62 - JPS Team BMW - BMW 320 GT - Jim Richards/ Tony Longhurst

63 - P.F Motor Racing P/L - Mercedes Benz 450 CSL Turbo - Bryan Thompson/ Brad Jones

64 - Re-Car Racring Pty Ltd - Chevrolet Monza - Allan Grice/ Dick Johnson

65 - Jeff Harris - J.W.S - Jeff Harris/ Ray Hanger

66 - BAP Romano Racing - Romando Cosworth - Bap Romano/ Alfredo Costanzo

Além destes, outros pilotos australianos estavam espalhados nas demais classes. 

O Porsche 956 GTi da Richard Lloyd de Jack Brabham/ Johnny Dumfries
(Foto: Alamy)


O Porsche 956 da Rothmans Porsche conduzido por Alan Jones/ Vern Schuppan
(Foto: Autopics)


Alfredo Costanzo, um dos grandes pilotos australianos, esteve presente junto de Bap Romano, que alinhou o seu Romano WE84 Ford Cosworth para a prova


Outro carro que chamou bastante atenção foi este Mercedes Benz 450SLC Turbo, conduzido por Bryan
Thompson/ Brad Jones


Todos os olhares para a decisão

Os Porsches 956 no grid para os 1000km de Fuji, nona etapa
(Foto: Porsche AG)


Para quem estuda o automobilismo sabe que a Alemanha foi uma grande potência nos anos 1930, tanto em relação à pilotos quanto à equipe (especialmente Mercedes Benz e Auto Union) cravando um domínio quase inabalável naquele período. 

Os anos 1950 viram o ressurgimento da Mercedes Benz nas competições, mas de uma forma rápida, já que a tragédia de Le Mans 1955 acabou forçando a retirada da equipe de competições. 

Mais tarde a aparição do aristocrata Wolfgang Von Trips no final dos anos 1950 indicava que a Alemanha, agora, tinha um piloto de primeira linha. E isso poderia muito bem ter acontecido em 1961 quando ele estava na luta pelo título daquele ano contra seu companheiro de Ferrari Phil Hill. Infelizmente a oportunidade de se tornar o primeiro alemão campeão mundial de automobilismo encontrou o trágico desfecho na segunda volta do GP da Itália em Monza, ao se enroscar com o Lotus de Jim Clark e ser arremessado em direção ao público na parte final da reta que antecede a Parabólica. 

Agora, 23 anos depois, a Alemanha voltava a ter a oportunidade de ter um piloto local campeão do mundo. Jochen Mass e Stefan Bellof, cada um em seus Porsche 956 nas cores da Rothmans, eram os únicos que podiam chegar a essa conquista. 

Bellof era o "Golden Boy" germânico, com boas campanhas nos fórmulas e principalmente nos protótipos, onde conseguiu um destaque ímpar ao andar no mesmo time - ou até mais - do que senhores consagrados dessa disciplina como Jacky Ickx, Derek Bell, Henri Pescarolo, Hans Joachim Stuck e outros. Era sabido de sua enorme capacidade em extrair o máximo daquele Porsche 956 e suas falas ao chegar para aquela derradeira etapa, mostrava a sua tenacidade: “Venho para a Austrália para vencer esta corrida junto com Derek e a chance é boa. Permanecemos na pole position, mas é uma corrida de 1000 km e é uma longa distância. Temos muitos carros mais lentos aqui e, portanto, temos que ir com muito cuidado.”, comentou Stefan logo após a obtenção da Pole Position em Sandown.

Ao seu lado, Jochen Mass possuía a experiência e agora tinha a oportunidade de conquistar seu primeiro título no motorsport, mas sabia que a chance de bater Bellof era bem díficil: “É particularmente desagradável para mim, porque eu só posso vencer, e se Bellof chegar em segundo, ele ainda vencerá.”. Para esta corrida final, ele e Jacky Ickx conquistaram a segunda posição, ficando ao lado do pole Bellf/ Bell.

Essa prova não teve a presença da Lancia, que havia vencido a prova de Kyalami. Com o Campeonato de Marcas já definido e sem ter nenhum de seus pilotos na disputa pelo Mundial de Pilotos, a equipe decidiu não enviar seus LC2 para Sandown.

Essa prova contou com a presença feminina: à bordo de um Gebhardt JC842-BMW #73 para Margie Smith-Haas/ Sue Ransom/ Cathy Muller. Elas abandonaram a prova na 95ª volta com problemas na suspensão.

Abaixo a lista com os 29 inscritos para a Sandown 1000, realizada no dia 2 de dezembro de 1984


A corrida

A volta de apresentação para os 1000km de Sandown Park, com o Porsche #1 liderando o #2 e o #3.
Provavelmente o #2 deve ter se atrasado, permitindo o avanço do #1 na saída


A pole position na geral ficou para o Porsche 956 #2 de Bellof/ Bell com o jovem alemão estabelecendo a marca de 1'31''600, se redimindo de uma acidente na sexta-feira quando bateu o Porsche e danificou a suspensão traseira. No Grupo C2 a pole ficou para o Tiga GC84 Ford #70 de Gordon Spice/ Neil Crang (Jim Trueman não competiu) com o tempo de 1'38''000; o Lola T600 #131 de Jim Cook/ Chuck Kendall/ Peter Fitzgerlad foi o pole na IMSA GTP com o tempo de 1'39''500; e no Grupo B o BMW M1 #106 de Helmut Gall/ Altfrid Heger ficou com a posição de honra ao marcar 1'50''00. 

A largada foi um presente momentâneo para a torcida australiana que viu Alan Jones pular de terceiro para primeiro, conseguindo ficar na primeira posição naquela volta inicial, mas Stefan Bellof recuperaria a ponta ao final daquela. Jochen Mass teria uma dificuldade a mais quando acabou rodando numa mancha de óleo e caiu para 15º. 

Enquanto a corrida estava tranquila para Bellof, os demais tinham trabalhos mais puxados: Jones precisou usar de todas táticas possíveis para segurar o Porsche 956 #33 da Skoal Bandit conduzido por Thierry Boutsen, mas perderia a segunda posição voltas depois. Outras disputas pelas demais posições, como a de Jan Lammers (Porsche 956i #14) contra os Porsches #11 de Manfred Winkelhock e #7 de Klaus Ludwig.

As paradas de box mudaram um pouco o panorâma: Bellof entregou o #2 para Derek Bell na liderança, mas essa posição seria tomada por David Hobbs quando este assumiu o comando do #33 que já havia tomado de volta a segunda posição do #1 - este que fizera uma ótima prova de recuperação pelas mãos de Jochen Mass e que agora estava sob os cuidados de Jacky Ickx, ocupando a terceira posição - quando o Safety Car saiu da pista após uma breve intervenção por conta do acidente do URD #90 de Jens Whinter. 

O Porsche 956 #33 da John Fitzpatrick Racing: foi o único a dar combate aos Porsche de fábrica
(Foto: Motorsport Images)


Com mais paradas e agora com Bellof e Boutsen assumindo seus respectivos Porsches, o duelo das duas jovens estrelas foi um dos pontos altos da corrida, com os dois entrando numa disputa acirradíssima e que seria vencida por Stefan mais adiante. Neste momento uma situação já deflagrada algumas voltas antes, foi a condição do asfalto que começou a se desfazer em algumas partes e isso passou afetar não apenas as condições de aderência, mas também causando uma série de furos de pneus. 

Nessa toada de furos que passaram a acontecer de forma corriqueira, o azar se implantou no Porsche #14 da GTi Engineering que teve um total de 12 paradas de box que não estavam no cronograma, causadas justamente pelos furos. Outra dupla que teve seus azares, complicando ainda mais o cenário já dificil, foi do Porsche #1 que teve um total de seis furos. Ao final da corrida, a Dunlop divulgou um total de 59 furos durante toda a prova.

O azar abateu sobre o Porsche #33 da Skoal Bandit, justamente o único a dar trabalho para os Porsche Rothmans nessa edição, especialmento o #2, quando o problema elétrico forçou a retirada do belo carro verde e branco na volta 171. Dessa forma, o sofrível Porsche #1 de Ickx/ Mass, com três voltas de atraso para o Porsche #2, assumia a segunda posição e o outro Porsche tão azarado quanto, o de #14 de Jonathan Palmer/ Jan Lammers, subiu para terceiro. 

(Foto: Motorsport Images)
A corrida ficou assim até o desfecho na volta 206, muito abaixo das 259 programadas, quando esta
atingiu as 6 horas regulamentares caso não chegasse aos 1000km. Dessa forma, Stefan Bellof, tornava-se o novo Campeão do Mundo de Pilotos de Endurance com 138 pontos contra 127 de Jochen Mass. Derek Bell foi quem conduziu o Porsche #2 na fase final e ajudou seu companheiro a chegar ao título, que também poderia ter sido seu caso não tivesse priorizado a IMSA naquele período. Mas o veterano inglês não lamentou: 
"Ganhei com Al Holbert na América cinco corridas este ano, e com Stefan ganhei quatro", destacou Bell que ainda completou "Foi meu ano mais agradável de corrida porque corri muito com o melhor carro do mundo."

Stefan Bellof, agora como Campeão do Mundo, também agradeceu a todos pela jornada vitoriosa: “Tenho que agradecer aos mecânicos e também ao Derek, ele fez seu trabalho muito bem e me ajudou a ganhar este título”. Vinte e três anos depois da quase conquista de Von Trips e dez anos antes do título de Michael Schumacher, Bellof tornara-se o primeiro alemão Campeão Mundial no automobilismo. 

Nas demais classes, Gordon Spice/ Neil Crang venceram na C2 com o Tiga #70; Jim Richards/ Tony Longhurst levaram o BMW 320i #62 a vitória na classe Australian Cars; o BMW M1 #106 de Helmut Gall/ Altfrid Heger venceu no Grupo B. 

Para os campeões australianos, a corrida acabou sendo bem discreta: Jones, junto de Vern Schuppan, fechou em oitavo após enfrentar problemas mecânicos e também furos nos pneus. O veterano de guerra Jack Brabham, junto do novato Johnny Dumfries, não completaram a prova. 

Apesar da corrida tenha sido muito boa pelo lado esportivo, as coisas não foram das melhores na parte financeira. A LCCA esperava um número de 40.000 espectadores para essa etapa, porém não chegou mal aos 13.800 - enquanto algumas partes indicavam que poderiam ter ficado abaixo dos 10.000 espectadores. Mas o erros operacionais em não ter fechado um acordo com uma grande patrocinadora e também não ter uma TV para a transmissão da corrida - que foi fechada em cima da hora com a ABC assumindo a função - foi um dos pontos levados para este fracasso; isso sem contar com a data sendo marcada no mesmo dia de dois grandes eventos esportivos na Austrália, onde os principais canais de TV estavam engajados: o Aberto da Austrália em Melbourne (que foi transmitido pela Seven Network) e uma partida de Críquete entre Victoria e as Índias Ocidentais, também em Melbourne (transmitido pelo Canal 9). Além destes eventos esportivos, adiciona o fato da eleição australiana ter acontecido no mesmo dia (este sendo acompanhado pelo Canal 10), o que complicou bastante o acordo para que algum canal pudesse assumir a retransmissão para o exterior. Todo essa pacote de desastres contribuiu para que o prejuízo financeiro do Light Car Club of Australia girasse em torno dos 300.000 e/ou 500.000. O maior problema é que não aprenderam com a lição e em 1988 organizaram uma prova de 360km ali mesmo em Sandown Park que foi de igual fracasso, destruindo de vez o Clube.


Os Porsches na Princes Highway

A foto que tornou-se um clássico dos anos 1980: a trinca de Porsche 956 na Princes Highway
(Foto: Porsche Cars Australia)


Bem, hoje em dia este tipo de ação é bem comum, ao levar carros de corridas para um desfile pelas ruas da cidade que vai receber o evento. É uma ótima forma de mostrar aquelas máquinas para o público e atiçar a curiosidade para que possam conferir um pouco mais destes no autódromo. Mas ali, na metade dos anos 1980, não era uma prática tão comum. 

Allan Hamilton foi um piloto australiano que construiu sua carreira pilotando Porsches nos anos 1960 e 1970. Ele fundou a Porsche Cars Australia no decorrer dos anos e para aquela etapa do World Sportscar Championship de 1984 os três carros oficiais da Rothmans Porsche ficaram por lá na quinta-feira que antecedeu o fim de semana da prova após um treino para reconhecimento do circuito. 

Mas na manhã de sexta-feira, bem antes do inicio das atividades oficiais, os três Porsche 956 #1, #2 e #3 foram levados rodando pela Princes Highway, uma das principais avenidas da Noble Park, subúrbio de Melbourne, para o circuito de Sandown Park. Com a oficina ficando à 5km de distância, a ideia de Allan foi justamente em chamar a atenção e promover a prova - algo muito mais inteligente que a turma do LCCA. 

O fotógrafo Tony Johns estava nessa empreitada e relatou o acontecido: 

(Foto: Tony Johns)


“Marque uma boa postagem, mais algumas fotos daquele fim de semana. Eu fui um dos três sortudos membros da equipe a pegar uma carona naquela manhã!”

(Foto: Porsche Cars Australia)
“O que aconteceu foi que os três carros foram levados de volta após o treino de quinta-feira para uma função realizada na sede da Porsche Cars Austrália, e na manhã de sexta-feira foram levados
de volta ao circuito pelos mecânicos. Minha foto (acima) mostra Roger Watts subindo e a seção do nariz sendo encaixada após cruzar a sarjeta.”

“Um vizinho reclamou com a polícia, que veio e esperou o dia todo para pegá-los retornando, mas isso nunca aconteceu. Após a vitória e o campeonato mundial, os carros foram transportados de caminhão para Tullamarine e enviados de avião de volta para a Alemanha.”

“Allan recebeu todas as equipes no Noble Park, mas os Porsche de fábrica foram preparados em sua própria oficina de corrida.”

Apesar dos pesares, essa corrida em Sandown Park colocou a Austrália de volta no mapa dos grandes centros. Em um ano eles estavam recebendo o GP da Austrália na sempre festiva Adelaide - que nunca deixou de ofererer uma corrida modorrenta em suas 11 edições recebendo a Fórmula-1 (1985-1995) e mais tarde era a vez da Indycar invadir o belo traçado de Surfer's Paradise à beira mar para ótimas corridas. 

E sobre Stefan Bellof, essa conquista era um belo cartão de visitas para aquele que muitos apostavam ser um futuro campeão mundial de Fórmula-1. 

Vai saber o que teria sido dele caso não tivesse desafiado Jacky Ickx em Spa 1985.

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

3 Horas de Goiânia - Dia dos Pais antecipado

A festa do trio formado pelos Foresti e Axel Gnos, vencedores da geral nesta 4ª Etapa do 
Império Endurance Brasil em Goiânia
(Foto: Bruno Terena)

A conquista do trio formado por Victor Foresti/ Lucas Foresti/ Axel Gnos a bordo do Ligier #42 da Foresti Sports nesta quarta etapa do Império Endurance Brasil, que realiza neste final de semana a rodada dupla, veio através de um final de prova extremamente tenso, sendo decidido apenas nos minutos finais da corrida de três horas no Autódromo Internacional Ayrton Senna. 

Se pegarmos pelo início, a corrida parecia estar fadada a ter o AJR #444 como o grande favorito à conquista, mas no decorrer do certame a dupla formada por Vicente Orige/ Sarim Carlesso acabaria ficando de fora da disputa quando teve um furo de pneu logo após a entrada dos boxes, o que significou que eles teriam de completar uma volta toda para que pudessem trocar o pneu dianteiro direito. Outra dupla que teve um grande andamento e que poderia ter uma ótima história para contar, é a do Ligier #9 formado por Marcos Gomes/ Xandinho Negrão, onde este último não estava no circuito por conta de assuntos particulares e chegaria ao autodromo com a prova em andamento. Marcos Gomes ficou com a responsabilidade de levar o Ligier laranja e branco ao topo da classificação após disputa ferrenha com o Sigma #12 de Sergio Jimenez/ Marcelo Vianna/ Christian Rocha e pareciam estar com boas chances de vitória até a última parada de box, quando caíram para terceiro. 

Foi neste momento que a batalha entre Jimenez e Lucas Foresti ganhou em ação e drama: apostando num ritmo mais cadenciado para não realizar uma parada extra, Sergio conseguia abrir muito bem do Ligier na longa reta do circuito e segurava como podia os ataques de Lucas Foresti na parte mista. Isso durou até próximo dos dez minutos finais, quando Foresti realizou a ultrapassagem e assumiu a liderança para não mais perder, dando à equipe a primeira vitória na categoria e automaticamente para o trio que recebeu o reforço do suíço Axel Gnos que compete na Fórmula Regional e também com o Ligier na Ultimate Cup Series da equipe Team Virage. Victor Foresti comentou sobre a conquista: “A emoção é incrível! Comecei a correr quando era criança e realizar um sonho desses com o meu filho é muito bom. Só tenho a agradecer”. 

Com a perda da liderança, a nova missão de Jimenez era de suportar a pressão de Xandinho Negrão na disputa pela segunda posição. O plano foi o mesmo que usara contra Foresti, mas o protótipo #12 acabou ficando pelo caminho justamente na entrada da reta dos boxes por conta de uma pane seca. Pedro Fetter, engenheiro da equipe Sigma Motorsport, comentou sobre essa parte final em que a vitória estava próxima: “Fomos até o limite. O carro se envolveu em alguns toques e estava desalinhado no final, com a asa dianteira raspando no solo, o que nos fez optar pela economia em vez de um ritmo mais forte que nos permitisse abrir e fazer um splash and go. Tivemos algumas falhas de rádio no final que também prejudicaram nossa comunicação. A vitória passou muito perto, mas amanhã temos uma nova oportunidade e vamos em busca do topo do pódio”. Tanto o Sigma #12 como o #11 da FTR (Henrique Assunção/ Fernando Ohashi/ Emilio Padron) estrearam uma asa traseira nova nesta etapa, onde os carros tiveram pequenos ganhos de performance. Mas é algo ainda a ser bem desenvolvido para esta reta final de campeonato - sobre o #11, este se envolveu num incidente quando desviou de uma escapada do Mercedes #27 e teve a suspensão traseira quebrada, o que forçou o abandono. 

Apesar do drama em saber se Xandinho Negrão chegaria à tempo de assumir o comando do carro, tudo acabou dando certo quando o filho do lendário Xandy assumiu o comando faltando três minutos para estourar o tempo regulamentar de condução de Marcos Gomes, que já havia feito o seu turno de 1 hora e 30 minutos. O engenheiro da equipe, Guilherme Gonçalves, destacou esse momento crítico que acabou dando certo: “Hoje, tudo que tinha que dar certo deu, né. A gente teve vários desafios internos na equipe. A gente só podia entrar para cumprir uma parada numa janela específica de tempo por causa da logística do Xandinho e isso deu super certo!”. 

Xandinho também destacou este momento, ao comemorar todo esforço da equipe e resultado: "Bom demais, né? Deu tudo certo! O carro, a estratégia, a prova, o Marquinhos, o Safety Car… Talvez a única coisa que a gente mudaria seria parar duas voltas antes, que com o Safety Car, a gente ficaria um pouco melhor, mas dadas as circunstâncias, foi bom demais”. Marcos Gomes aproveitou para comentar sobre o resultado alcançado: “A gente não sabia se o Xandinho ia chegar a tempo ou não, mas no final deu tudo certo. A nossa estratégia foi perfeita, ninguém cometeu nenhum erro, foi uma corrida limpa. No final, faltou talvez a gente colocar um pneu novo pro Xandinho segurar o vencedor, mas economizamos esse jogo de pneus para amanhã e vamos tentar a vitória”.

Alguns favoritos, como o Ligier #117 de Guilherme Botura/ Gaetano Di Mauro acabaram se enroscando com o AJR #35 de Pedro Queirolo/ David Muffato e isso significou com estas duas duplas acabaram se prejudicante e saindo automaticamente da disputa pela vitória. O outro Ligier favorito, o de #31 de Marco Pisani/ Renan Guerra/ Werner Neugebauer - este último realizando sua estreia no campeonato - tiveram um apagão no meio da prova que atrasou um pouco o andamento, mas conseguiram salvar o terceiro lugar. 

OBS: Devido ao incidente com o AJR #35, Guilherme Botura, que estava no comando do Ligier #117 no momento, foi considerado culpado e com isso foi desclassificado.


A Porsche doutrinou nos GTs

Enfim, a primeira vitória do Porsche 992 no Império Endurance Brasil
(Foto: Rodrigo Guimarães)


A Porsche chegou a primeira vitória do modelo 992 que estreou em Interlagos no mês de maio com o trio formado por Ricardo Mauricio/ Marcel Visconde/ Marçal Muller. O trio, que cravou a pole para esta quarta etapa na classe GT3, conseguiu se desvencilhar dos problemas e chegou a uma importante conquista, visto que seus principais rivais, os três Mercedes do Team RC, enfrentaram diversos problemas e  facilitaram a conquista do Porsche da Stuttgart Motorsport. Ricardo Mauricio reforçou, mais uma vez, a docilidade deste modelo, algo que foi destacado pelo trio na estreia do modelo em Interlagos: “O carro é fantástico, mais fácil de guiar do que o anterior. Isso ajuda muito na hora de acertá-lo. A equipe veio trabalhando e o ‘992’ evoluiu a cada prova”.

Entre os GT4, a Porsche continua o seu passeio ao cravar mais uma dobradinha com os modelos 718 Cayman. A vitória ficou mais uma vez com a dupla do #21 formado por Jacques Quartiero/Allan Hellmeister. Este último destacou a grande jornada da equipe e carro neste campeonato: “Estamos em um ano super iluminado. A equipe está fazendo um trabalho excepcional: o carro nunca tem problemas!”. 

Carros e pilotos retornam amanhã para a realização da quinta etapa, com mais três horas de prova. 

Abaixo o resultado de cada classe nesta quarta etapa:

P1

  1. Lucas Foresti/Victor Foresti/Axel Gnos (Ligier/Foresti Sports - P1) - 125 voltas em 3h02min12s387
  2. Xandinho Negrão/Marcos Gomes (Ligier/A. Mattheis - P1) - a 3s684
  3. Renan Guerra/Werner Neugebauer/Marco Pisani (Ligier/KTF - P1) - a 23s409
  4. André Moraes Jr./Flávio Abrunhoza/Leandro Ferrari (Ligier/BTZ - P1) - a 2 voltas
  5. Sérgio Jimenez/Marcelo Vianna/Christian Rocha (Sigma/Sigma Kraucher - P1) - a 3 voltas
  6. Gaetano di Mauro/Guilherme Bottura (Ligier/BTZ - P1) - a 4 voltas
  7. Vicente Orige/ Sarin Carlesso (AJR/ JLM Racing - P1) - a 5 voltas
  8. Andersom Toso/ Fernando Fortes/ Fernando Poeta (Ligier/ FTR Motorsport - P1) - a 30 voltas
  9. Pedro Queirolo/ David Muffato (AJR/ TMG Racing - P1) - a 70 voltas
  10. Emilio Padron/ Fernando Ohashi/ Henrique Assunção (Sigma/ FTR Motorsport - P1) - a 83 voltas

GT3

1) 55-Marcel Visconde/Ricardo Mauricio/Marçal Müller (Porsche 911 GT3 R)
2) 27-Ricardo Baptista/Rafael Suzuki (Mercedes-Benz AMG GT3)
3) 83-Maurizio Billi/Marco Billi/Max Wilson (Mercedes-Benz AMG GT3)
4) 63-Sérgio Ribas/Guilherme Ribas (Mercedes-Benz AMG GT3)
5) Guilherme Figueirôa/Júlio Campos/Linneu Pires (Mercedes-Benz AMG GT3)

GT4

(Foto: Rodrigo Guimarães)


1) 21-Jacques Quartiero/Alan Hellmeister (Porsche 718 Cayman GT4 Clubsport MR)
2) 718-Giuliano Bertuccelli/Eric Santos/João Tesser (Porsche 718 Cayman GT4 Clubsport MR)
3) 44-Fernando Gorayeb/Witold Ramasauskas (Audi RS3)
4) 64-Enzo Visconde/Henry Visconde/Kim Camelo (BMW M2 CS)


sexta-feira, 14 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Os escolhidos para largarem em Le Mans

 

 

O grid de largada foi definido com a realização da Hyperpole ontem, onde Kevin Estre garantiu a 19ª pole para a Porsche em Le Mans, assim como a primeira do Team Porsche - que fechou uma interessante trinca de poles neste ano, juntando esta em La Sarthe com as Daytona 500 (NASCAR) e Indy 500 (Indycar) - e a primeira da própria Porsche após o retorno em 2023 ao solo sagrado. 

E ainda tivemos as definições dos poles da LMP2 e LMGT3, assim como as demais posições restantes. 

Abaixo, o grid de largada com os respectivos pilotos que vão abrir a jornada nesta tão esperada edição. 


HIPERCARRO

(Foto: Porsche Motorsport)



  • 1. Laurens Vanthoor (Porsche n°6 - Porsche Penske) / 2. Sébastien Bourdais (Cadillac n°3 - Cadillac Racing)

  • 3. Antonio Giovinazzi (Ferrari n°51 - Ferrari AF Corse) / 4. Nicklas Nielsen (Ferrari n°50 - Ferrari AF Corse)

  • 5. Charles Milesi (Alpine n°35 - Alpine Endurance Team) / 6. Marco Wittmann (BMW n°15 - BMW M Team WRT)

  • 7. Alex Lynn (Cadillac n°2 - Cadillac Racing) / 8. Will Stevens (Porsche n°12 - Hertz Team JOTA)

  • 9. Nicolas Lapierre (Alpine n°36 - Alpine Endurance Team) / 10. Frédéric Makowiecki (Porsche n°5 - Porsche Penske)

  • 11. Sébastien Buemi (Toyota n°8 - Toyota Gazoo Racing) / 12. Robert Kubica (Ferrari n°83 - AF Corse)

  • 13.Edoardo Mortara (Lamborghini n°63 - Lamborghini Iron Lynx) / 14. Neel Jani (Porsche n°99 - Proton Competition)

  • 15. Nico Müller (Peugeot n°93 - Team Peugeot TotalEnergies) / 16. René Rast (BMW n°20 - BMW M Team WRT)

  • 17. Phil Hanson (Porsche n°38 - Hertz Team JOTA) / 18. Pipo Derani (Cadillac n°311 - Whelen Cadillac Racing)

  • 19. Felipe Nasr (Porsche n°4 - Porsche Penske) / 20. Paul di Resta (Peugeot n°94 - Team Peugeot TotalEnergies)

  • 21. Andrea Caldarelli (Lamborghini n°19 - Lamborghini Iron Lynx) / 22. Jean-Karl Vernay (Isotta n°11 - Isotta Fraschini)

  • 23. Nyck de Vries (Toyota nº 7 – Toyota Gazoo Racing)

LMP2

 

(Foto: TF Sports/ X)

  • 24. Louis Delétraz (Oreca n°14 - AO por TF) / 25. Job van Uitert (n°28 - IDEC Sport)

  • 26. Mathias Beche (n°65 - Panis Racing) / 27. Filipe Albuquerque (n°23 - United Autosports USA)

  • 28. Oliver Jarvis (n°22 - United Autosports) / 29. Malthe Jakobsen (n°37 - COOL Racing)

  • 30. Laurents Hörr (n°33 - DKR Engineering) / 31. Patrick Pilet (n°10 - Vector Sport)

  • 32. Ben Barnicoat (n°183 - AF Corse) / 33. Fabio Scherer (n°24 - Nielsen Racing)

  • 34. Vladislav Lomko (n°34 - Competição Inter Europol) / 35. Bent Viscaal (n°9 - Competição Proton)

  • 36. James Allen (n°30 - Duqueine Team) / 37. Matt Bell (n°47 - COOL Racing)

  • 38. Olli Caldwell (n°25 - Algarve Pro Racing) / 39. Colin Braun (n°45 - Crowdstrike Racing por APR)

LMGT3

 

(Foto: Dailysportscar)

  • 40. Frederik Schandorff (McLaren n°70 - Inception Racing) / 41. Alex Malykhin (Porsche n°92 - Manthey Pure Rxcing)

  • 42. Larry ten Voorde (Ferrari n°66 - JMW Motorsport) / 43. Ben Barker (Ford n°77 - Proton Competition)

  • 44. Alex Riberas (Aston Martin n°27 - O Coração das Corridas) / 45. Marco Sorensen (Aston Martin n°777 - D'station Racing)

  • 46. ​​​​Dani Juncadella (Corvette n°82 - TF Sport) / 47. Matteo Cressoni (Lamborghini n°60 - Iron Lynx)

  • 48. Rahel Frey (Lamborghini n°85 - Iron Dames) / 49. Jack Hawksworth (Lexus n°87 - Akkodis-ASP)

  • 50. Grégoire Saucy (McLaren n°59 - United Autosports) / 51. Maxime Martin (BMW n°46 - Team WRT)

  • 52. Francesco Castellacci (Ferrari n°54 - Vista AF Corse) / 53. Christopher Mies (Ford n°44 - Proton Competition)

  • 54. Augusto Farfus (BMW n°31 - Team WRT) / 55. Yasser Shahin (Porsche n°91 - Manthey EMA)

  • 56. Dennis Olsen (Ford n°88 - Proton Competition) / 57. Tom van Rompuy (Corvette n°81 - TF Sport)

  • 58. Marino Sato (McLaren n°95 - United Autosports) / 59. Johnny Laursen (Ferrari n°155 - Spirit of Race)

  • 60. Kelvin van der Linde (Lexus n°78 - Akkodis-ASP) / 61. Simon Mann (Ferrari n°55 - Vista AF Corse)

  • 62. Daniel Serra (Ferrari n°86 – GR Racing).

quinta-feira, 13 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Kevin Estre, para a Porsche

(Foto: Porsche Motorsport/ X)

 Não tínhamos dúvida que essa Hyperpole seria algo impressionante, justamente pelas boas performances que estamos acompanhando desde o Test Day do último final de semana até o último terceiro treino livre. A ausência da Toyota nessa disputa pela pole foi sentida, mas apenas abrilhantaria ainda mais o que vimos em pista. Foi algo que beirou o sobrenatural em La Sarthe. 

As duas Ferrari 499P apareceram bem ocupando as duas primeiras posições no início, sempre com o pé de chumbo Antonio Fuoco comando as ações. Mas o filho pródigo de Le Mans, com o Cadillac #3 da Chip Ganassi, Sebastian Bourdais, estava inspirado ao elevar a brincadeira com uma bela volta na casa de 3'24''816 e ficando em primeiro. Parecia que a pole estava destinada ao francês, principalmente quando um dos favoritos à pole, Dries Vanthoor, acabou indo para a gravilha de Indianapolis - assim como acontecera no segundo treino de ontem. Flashes, aplausos foram dados à Seb. Mas ainda faltavam sete minuto.

Nesse curto espaço de tempo é que a mágica aconteceu: as duas Ferrari voltaram à pista com a proposta de, até mesmo, tomar de assalto a primeira fila, mas o poleman da equipe, Fuoco, escorregou na primeira chicane e abortou. Restou torcer para que Pierguidi pegasse essa posição, mas ele estava longe de conseguir a tal proeza e pegara naquele momento a segunda posição, desalojando o #50 para terceiro. Ainda tinha algo para acontecer? Com certeza...

A volta de Alex Lynn para tentar minimizar a punição de 5 colocações por conta do mega acidente em Spa, o colocou na "pole", mas em seguida Kevin Estre apareceu feito um raio para pegar aquela pole position: o tempo de 3'24''364 foi o suficiente para desbancar os Cadillac da pole position e dar a Porsche Penske Motorsport uma pole que a marca alemã não conquistava desde 2016. Em segundo aparece o Cadillac #3 e em terceiro o Ferrari #51.

Na LMP2  apole ficou para o #14 da AO by TF com Louis Deletraz confirmando a velocidade com o tempo de 3'33''217, seis décimos melhor que o #28 da IDEC Sport e oito décimos à frente do #65 da Panis Racing. 

Na LMGT3 a Mclaren pode festejar a pole com o #70 da Inceptiion onde Brendan Iribe fez o tempo de 3'58''120 - e ainda com direito a rodar na penultima chicane quando tentava melhorar ainda mais o tempo. A segunda posição foi para o Porsche #92 da Manthey PureRxcing, que passou todas atividades "escondidos", esperando apenas o momento certo para aparecer, e em terceiro o Ferrari #66 da JMW Motorsport. 

Abaixo os oito melhores de cada classe: 

*Com a punição de cinco posições, o Cadillac #3 sairá de oitavo




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