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quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Grandes Atuações - Stirling Moss, Boavista 1958

 

Stirling Moss a caminho da vitória em Boavista 1958 
(Foto: Motorsport Magazine)

Conforme a década de 1950 chegava ao final, a expectativa para que Stirling Moss chegasse ao título mundial aumentava. Ao lado de seu conterrâneo Mike Hawthorn, Moss era a feição da renovação da Fórmula 1 quando estes estrearam no início da década e em pouco tempo estavam desafiando os primeiros campeões mundiais. O talento natural de Stirling se sobressaiu, mas acabaria esbarrando na genialidade de Juan Manuel Fangio que conquistaria três de seus cinco títulos sobre o jovem inglês que ainda teria uma oportunidade naquele ano de 1958: mesmo com a aposentadoria de Fangio no GP da França daquele ano, ele teria em Hawthorn o seu mais perigoso oponente. A disputa do cetro na Fórmula 1 estava em jogo.

A temporada de 1958 teve uma faceta quase que totalmente britânica, excetuando o fato de Maurice Trintignant ter quebrado essa sequência com a sua vitória no GP de Mônaco, garantindo a conquista para equipe de Rob Walker com o seu Cooper Climax T45 - a segunda do carro inglês naquela temporada. Stirling Moss (Vanwall), Mike Hawthorn (Ferrari), Peter Collins (Ferrai) e Tony Brooks (Vanwall) garantiram o restante das provas daquele ano, mas a disputa do mundial ficou restrita a dois: Moss e Hawthorn estavam a caminho para ver quem seria o primeiro campeão britânico na Fórmula 1, mas cada um com seu estilo naquele ano. Até o GP da Alemanha, no colossal Nurburgring, Moss havia ganhado duas corridas (Argentina e Holanda) enquanto que Hawthorn venceu apenas na França (Reims), mas a maior regularidade do piloto da Ferrari dava a ele uma vantagem na tabela até ali: Mike havia chegado cinco vezes nos pontos (quatro entre os três primeiros) e Moss apenas três (todas nos pódios) - na pontuação, Hawthorn tinha seis pontos de vantagem sobre Moss (30 x 24). Em Nurburgring nenhum dos dois chegou ao final, sendo que Moss abandonou na volta três com problemas elétricos e Hawthorn foi até a volta onze, abandonando com problemas de câmbio. Essa corrida ficou marcado pela morte de Peter Collins, que se acidentou na volta dez. Foi a segunda morte no ano, já que Luigi Musso faleceu durante o GP da França - curiosamente, ambos eram pilotos da Ferrari.

O GP de Portugal foi o nono daquela temporada e foi a primeira vez que fazia parte do calendário da Fórmula-1, porém era uma corrida que datava de 1951 quando teve a sua primeira edição destinada à carros sport e foi vencida por Casimiro de Oliveira com uma Ferrari. Daquele ano em diante, alternando entre os traçados citadinos de Boavista (Porto) e Monsanto Parque (Lisboa), a prova só não teve a sua realização em 1956. O circuito da Boavista acabou sendo o palco para aquele GP de Portugal com os seus 7,4 km de extensão, num misto de paralelepípedos e trilhas de bonde que aumentavam a dificuldade num circuito estreito e desafiador.

Mesmo que os pilotos tivessem uma dificuldade inicial com a natureza peculiar deste traçado de Boavista, não demoraram muito a acharem o ritmo e isso foi visto na qualificação: Stirling Moss e Mike Hawthorn estiveram na batalha pela pole e o piloto da Vanwall garantiu com a marca de  2’34’’21, sendo cinco centésimos melhor que Mike. Com três décimos de desvantagem aparecia Stuart Lewis Evans com o outro Vanwall, seguido por Jean Behra (BRM), Tony Brooks, Wolfgang Von Trips (Ferrari), Harry Schell (BRM), Jack Brabham (Cooper), Maurice Trintignant (Cooper) e Carrol Shelby com um  Maserati da equipe de Temple Buell fechando os dez primeiros. No final, um total de 15 carros largaram para aquele primeiro GP português.

Os dias de treinos e qualificação foram feitos com tempo seco, mas o dia da corrida revelou um clima nublado e com a pista bem escorregadia proveniente da chuva que havia caído desde a noite de sábado até parte do domingo. Além das dificuldades de uma pista recortada pelos trilhos do bonde e com partes de paralelepípedo, a chuva deixaria essa parte das pedras ainda mais escorregadias. Apesar de tudo apresentar um cenário bem complexo, a largada acabou sendo sem maiores problemas quando Moss conseguiu sustentar a liderança e Hawthorn continuou em segundo para na abertura da volta dois assumisse a liderança. O piloto da Ferrari aproveitou bem a oportunidade ainda com uma pista úmida, mas isso duraria até a volta oito quando Stirling Moss avançou para primeiro numa altura em que a pista já estava bem seca, e isso tornaria-se vital para seu desempenho naquela tarde em Boavista.

A corrida teve outras batalhas interessantes pelas posições abaixo da segunda posição: Jean Behra vinha em grande forma com seu BRM lutando pela terceira posição contra seu companheiro de equipe Harry Schell e Von Trips, conseguindo batê-los na corrida. Behra ainda assumiria a segunda posição quando Hawthorn precisou ir aos boxes para fazer reparos nos freios de seu Ferrari que já o atormentavam desde o início da corrida. O inglês recuperaria a segunda posição na volta 42, jogando Behra para terceiro. O valente francês já estava a ter problemas no motor – perdera um dos cilindros - e não resistiria as investidas de Stuart Lewis-Evans e perderia a última posição do pódio para o piloto da Vanwall, encerrando em quarto. Carrol Schelby também teve uma boa jornada naquela tarde em Boavista e por muito pouco não avançou para a casa dos pontos, terminando em sexto – lembrando que apenas os cinco primeiros marcavam pontos e a melhor volta valia um ponto.

A corrida de Moss tornou-se um grande passeio, visto que os problemas de freios no Ferrari de Mike Hawthorn dificultavam bastante o trabalho do inglês. Mike, como dito anteriormente, vinha sofrendo com isso desde o início da prova e até mesmo uma visita aos boxes para tentar solucionar isso foi feita e apesar de, momentaneamente, ter surtido algum efeito, este problema retornaria mais adiante. Estes problemas gerariam certo temor sobre Mike perder a segunda posição para Evans, que estava se aproximando rapidamente e até com ajuda de Moss, que acabara de colocar uma volta nele – e que em seguida faria o mesmo com Hawthorn. Curiosamente, quando a última volta foi aberta, Stirling deixou Mike passar para descontar a volta.

Aquela derradeira passagem gerou um dos casos mais interessantes da temporada e da Fórmula-1: com os problemas de freios já agravados e com alguns trechos úmidos, já que uma leve chuva se fez presente numa parte da prova, Hawthorn acabou rodando e deixando seu Ferrari morrer. No mesmo instante, logo após ter levado a quadriculada, Moss estava em sua volta de desaceleração quando viu o amigo em dificuldades para voltar à pista e completar o restante da corrida – lembre-se que ele estava descontando a volta para Moss – e parou para ajudá-lo. Mike conseguiu retornar e completar o GP em segundo completando as mesmas 50 voltas de Stirling, sendo o único a não ter tomado volta.

A ocorrência de Mike Hawthorn chegara aos comissários que de imediato o desqualificaram da prova, sendo que foi relatado que ele havia voltado na contramão do tráfego – o que é proibido, claro. Isso chegou aos ouvidos de Stirling Moss que prontamente foi aos comissários e explicou o ocorrido, dizendo que Mike Hawthorn havia feito o retorno pela calçada e não colocava ninguém em risco – já naquele momento o ritmo dos que vinham em seguida era baixo, pois haviam tomado a bandeirada. Com isso, Hawthorn manteve seus seis pontos da segunda posição e o ponto da melhor volta, feita na passagem 36. Os resultados após essa manutenção dos pontos, indicavam 37 para Hawthorn e 32 para Moss e caso o piloto da Ferrari tivesse sido desqualificado, Stirling poderia ter saído daquele GP com até três pontos de vantagem.

Os reflexos deste final em Portugal seriam vitais para o desfecho da temporada em Casablanca, no Marrocos.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Le Mans em vermelho, 58 anos depois

 

(Foto: GT Report/ Twitter)


Quando o hino italiano ecoou pelos altos falantes durante o pódio em Le Mans, muitas lembranças foram revividas. Muitas delas, e principalmente, de uma época de ouro onde a Ferrari era a rainha absoluta das provas de Endurance no mundo, construindo um legado tão forte quanto o que a Scuderia italiana viria ter na Fórmula-1 nas décadas seguintes. Foi um período onde o nome Ferrari conseguiu se impor como o maior expoente do esporte a motor, contribuindo para que a paixão avassaladora de seus fiéis Tiffosi durasse até os dias atuais, sobrevivendo a inúmeros desgostos e saboreado eternamente os sucessos quando apareciam.

A Ferrari nunca se afastou de fato das provas de Endurance. Esteve sempre ali representada nos seus inúmeros modelos de GT e também por uma cria que ganhou um importante espaço no coração de seus torcedores que foi o 333SP que ainda carregava o coração V12, que leva todas as honrarias por ser a definição máxima de um tradicional motor Ferrari. Mas neste período, a falta de uma presença maciça da Rossa na classe principal, era sentida.

Talvez assistir a sua rival de longa data, a Porsche, construir um legado brilhante no solo de La Sarthe, tenha mexido com os sentimentos dos italianos, mas o compromisso com a Fórmula-1 complicava o seu retorno à classe principal. E claro, retornar por retornar, não seria o mais correto e quando os astros se alinharam, com a Fórmula-1 adotando o teto de gastos e a ACO adotando a plataforma Hypercar, o sonho de retornar às provas de Endurance no mais alto nível passou a ser palpável. Quando o 499P ganhou a pista em 2022 para realizar seus primeiros quilômetros, era certo que o sonho de ver a Ferrari no Mundial de Endurance e, claro, em Le Mans, estava próximo.

A presença da Ferrari com seus dois 499P foi um sucesso absoluto e quando ganharam a pista de Sebring, para realização das Mil Milhas, ficava claro que a Scuderia estava de volta ao mundo do Endurance de forma definitiva. A velocidade pura dos 499P foi logo vista e celebrada como aquela que poderia fazer frente ao poderio da Toyota.

Apesar da reconhecida velocidade, que foi convertida em pole na pista de Sebring e que deveria ter conquistado a da 6 Horas de Spa, ainda faltava ritmo de prova para enfrentar o duo de Toyota GR010. Le Mans, no seu Centenário, foi o local perfeito para que embate acontecesse.

Apesar do uso do BOP que conseguiu igualar a contenda, o cenário para esta batalha entre Toyota vs Ferrari foi bem vindo e nos brindou com uma edição comemorativa de primeira classe. Nos pequenos detalhes que tão fazem parte deste tipo de corrida, entremeada com dramas e percalços que deixam todos com o coração na boca, a Ferrari conseguiu sobreviver e vencer pela décima vez as 24 Horas de Le Mans, algo que não acontecia desde 1965 quando a marca, através da sua subsidiária NART, venceu com o comando de Masten Gregory e Jochen Rindt na 250LM. O pódio também não acontecia desde 1973 depois que Arturo Merzario e José Carlos Pace levaram o 312PB ao segundo lugar naquela edição.

Até mesmo para aqueles que não torcem para a Ferrari, a conquista dos italianos foi festejada brindando um retorno marcante daquela que já reinou intensamente no lendário circuito de Le Mans.


Uma batalha titânica nos Hypercar

(Foto: Italian Endurance/ Twitter)


Era consenso de que esta edição, a 91ª das 24 Horas de Le Mans, que também completa seu Centenário, era a mais esperada não apenas por ser festiva, mas também pelo contingente que estaria presente. Além da Toyota, Peugeot e Glickenhaus, a presença da Ferrari, Porsche, Cadillac e Vanwall, traria uma nova possibilidade para que esta corrida de 2023 entrasse para a história. Infelizmente, a Alpine desceu para a LMP2 nesta edição, mas já tem o seu projeto pronto para voltar a principal em 2024.

As mexidas da ACO para que houvesse um equilíbrio, já que a Toyota dominara as três primeiras corridas deste ano, surtiu efeito e trouxe até possibilidade de que as demais fabricantes pudessem entrar na briga pela taça desta Centenária 24 Horas de Le Mans.

De certa forma, isso foi atingido já que as principais fabricantes conseguiram liderar por alguns minutos, pelo menos, esta edição. Foi uma ótima oportunidade para a Peugeot, que claramente era a mais "fraca" dessa turma de gigantes, ascender com chances de conseguir um resultado de respeito quando liderou algumas partes do período noturno e início da madrugada, aproveitando-se das intervenções das Slow Zones, Full Course Yellow e Safety Car. Infelizmente problemas e um breve acidente do #94, que era o melhor classificado dos dois 9x8, eliminar as chances de um resultado muito bom para eles, que retornavam à Sarthe depois de doze anos. De todo modo, perto das baixas expectativas que permeavam o desempenho dos 9x8, foi uma corrida positiva para a Peugeot que claramente ganhará um impulso para continuar desenvolver os carros - algo a se levar em conta foi o bom desempenho de reta deles, conseguindo dar conta do recado. É um bom presságio para as 6 Horas de Monza, próxima etapa, exatamente onde voltaram em 2022.

Essa oportunidade também foi vista para a Cadillac, mas problemas mecânicos, enroscos e acidentes limitaram o andamento dos carros americanos. O que serve de consolo, foi a ida do Cadillac #2 da Cadillac Racing, conduzido por Earl Bamber/ Alex Lynn/ Richard Westbrook - o que também teve um doce sabor por parte de Chip Ganassi, que teve a sua equipe chegando à frente de seu grande rival Roger Penske.

O outro Cadillac, o #311 da Action Express, teve uma corrida muito atribulada desde a primeira volta quando Jack Aitken (que dividiu o comando com Pipo Derani e Alexander Sims) perdeu o controle na pista úmida e bateu na saída da primeira chincane da Hunaudieres, danificando seriamente a suspensão dianteira esquerda e de imediato dando adeus a qualquer chance, já que perderiam muitas voltas para o reparo. Apesar de outros contratempos que aconteceram após o retorno, fecharam a corrida em décimo

Aproveitando o embalo, os Porsche da equipe Penske não tiveram um grande desfecho, ainda que pese o bom andamento do 963 #75 pilotado por Felipe Nasr/ Mathieu Jaminet/ Nick Tandy que estava entre os primeiros, mas abandonaria na sétima hora por falta de pressão na bomba de combustível quando o carro ficou parado na Tertre Rouge. Os outros dois Porsche da equipe, #5 e #6, foram até o final - terminando em nono e décimo primeiro, respectivamente- mas de forma claudicante, já que enfrentaram inúmeros problemas.

Este retorno da Porsche, que comemora seus 75 anos de existência, ainda contava com o 963 #38 que estava aos cuidados do Hertz Team Jota que contou com a formação Antonio Félix Da Costa/ Will Stevens/ Yiefei Ye e que vinha como o melhor dos Porsche, chegando liderar a prova quando teve a primeira pancada de chuva que instalou um certo caos no trecho que antecede a Porsche Curve. Infelizmente, na 5ª hora, quando estavam liderando na classe, o acidente exatamente nas curvas que levam o nome da marca alemã, tirou a possibilidade da simpática equipe conseguir algo melhor. Yiefei Ye conseguiu levar o carro aos boxes, mas as voltas perdidas para os reparos foram cruciais para saíssem da briga.

Glickenhaus e Vanwall não teriam grande chance contra as demais. Os dois carros da equipe de Jim Glickenhaus conseguiram completar a prova em bons quinto e sexto lugares, aproveitando-se dos problemas que os demais foram apresentando, mas eles não ficaram alheios a problemas já tiveram algumas escapadas e pequenos incidentes que atrapalharam o desempenho. Mesmo sem muita chance, estes incidentes atrasaram um pouco e poderiam até ter colocado pelo menos um dos carros na quarta colocação - já que o #708 pilotado por Romain Dumas/ Ryan Briscoe/ Olivier Pla fecharam com duas voltas de desvantagem para o Ferrari 499P #50.

O Vanwall fez apenas figuração com Tom Dillman/ Esteban Guerrieri/ Esteban Gutierrez e acabariam por abandonar na hora 16 após problemas no motor - o que acabou sendo surpreendente, já que é um carro que costuma apresentar bastante problemas mecânicos.

Ferrari vs Toyota


(Foto: Racer/ Twitter)


Apesar dos demais contendores terem tido algumas aparições entre os três primeiros, não se pode negar que todas as atenções estavam voltadas para a disputa direta entre Toyota e Ferrari. Por mais que as duas tenham sido as mais afetadas pelo BOP, o desempenho de seus carros se sobrepuseram aos dos rivais e com o passar das horas ficou claro que a vitória ficaria para uma das duas.

A Toyota, apesar de suas reclamações em relação ao BOP - já que levavam 13kg a mais que os Ferrari (37kg - 24kg) -, tinham uma estratégia bem definida que era contar com o #7 (Kamui Kobayashi/ Mike Conway/ José Maria Lopez) flutuando entre a segunda e quinta posição e o #8 (Sebastién Buemi/ Brendon Hartley/ Ryo Hirakawa) sempre entre quarto e sexto, entregavam que a qualquer momento poderiam subir forte na classificação para assumir as duas primeiras posições e, claro, travar uma futura disputa ferrenha com a Ferrari.

Os dois carros italianos também estavam numa situação parecida com o dos japoneses, esperando que mais a frente houvesse este embate. Ou seja: uma batalha a quatro carros era esperado.

Porém, o velho pesadelo da Toyota começou a dar as caras quando eles perderam o #7 na abertura da nona hora depois que Kamui Kobayashi esteve envolvido num acidente com o #66 da JMW Motorsport e um dos Alpine na Tertre Rouge, levando pancada na lateral (Ferrari) e traseira (Alpine). Apesar dos esforços de Kobayashi e de seu engenheiro, o GR010 #7 não conseguiu funcionar e acabou abandonando. Um golpe bem forte para a Toyota que parecia ter uma formação poderosa para enfrentar as Ferrari.

A Ferrari também teve seus percalços e com uma boa dose de sorte, conseguiu sobreviver com seus dois carros: o #50 (Antonio Fuoco/ Miguel Molina/ Nicklas Nielsen) foi para a garagem na décima hora para resolver um problema de vazamento, que os deixariam de fora da disputa - eles ainda levariam um susto quando Alessandro Pierguidi ficou preso na brita da Mulsanne quando desviou de um possivel acidente com um GT. Agora a disputa seria direta entre o Ferrari 499P #51 (Antonio Giovinazzi/ Alessandro Pierguidi/ James Calado) e o Toyota #8 GR010 (Sebastién Buemi/ Brendon Hartley/ Ryo Hirakawa).

Da madrugada ao amanhecer presenciamos pilotagens de primeiríssima qualidade dos dois carros, porém foi neste período onde a corrida passou a pender para os italianos: Brendon Hartley e Sebastién Buemi fizeram seus stints de forma primorosa, conseguindo manter uma ótima diferença para o Ferrari #51, mas depois foi a vez dos italianos responderem com um mega trabalho de Alessandro Pierguidi e Antonio Giovinazzi para descontar a diferença para o #8.

Os sustos acabariam por definir o destino à favor da Ferrari: Hirakawa teve que trocar a dianteira após atropelar um... esquilo! Perdeu um certo tempo e a Ferrari #51 assumiria a liderança para não perder mais. O próprio Hirakawa ainda teria um tremendo sufoco quando o freio do #8, já problemático, travou e o jogou contra as barreiras do final da Mulsanne, danificando a dianteira e traseira do protótipo japonês. Claramente, a sua forçada ida aos boxes tirou qualquer chance que existia, já que naquela altura a sua desvantagem para a Ferrari era de 20 segundos - e com o carro italiano começando a enfrentar problemas na direção.

Essa dramaticidade não ficou restrita à Toyota: o Ferrari #51 teve dois apagões durante suas derradeiras paradas, onde o motor elétrico custou a funcionar e deixou todos com um tremendo frio na espinha. Mais adiante teriam problemas na direção, mas com o #8 longe depois do incidente, deu uma certa tranquilidade para eles - foi uma bela jogada da Ferrari que usou o #50 para tentar incomodar o Toyota #8 em algumas situações.

Essa grande disputa, marcada até mesmo nas paradas de box, só valorizou a grande conquista da Ferrari neste seu retorno à Sarthe. Do mesmo modo para a Toyota, que lutou bravamente para conquistar a sua sexta vitória que seria consecutiva e, talvez, não fossem os problemas, poderiam ter chegado a este número.

Acabou por ser uma 91ª edição em grande estilo para este Centenário das 24 Horas de Le Mans.


LMP2


(Foto: Inter Europol/ Twitter)


Como sempre, esta classe reserva as melhores emoções. As várias disputas nesta edição deixou uma certa dúvida no ar de quem levaria a vitória e esta ficou nas mãos do Oreca-07 Gibson #34 da Inter Europol (Jakub Smiechowski/ Albert Costa/ Fabio Scherer).

Mas ainda tiveram que batalhar contra o #41 do Team WRT (Robert Kubica/ Rui Andrade/ Louis Delétraz) para chegar a esta conquista, mas o trio e o carro estavam bem alinhados para esta edição. É uma equipe que tem crescido a olhos vistos nos últimos anos.

O #28 da Jota Sport (Pietro Fittipaldi/ David Henemeier-Hansson/ Oliver Rasmussen) teve a sua chance, mas dois enroscos - um deles com Pietro Fittipaldi, que ficou preso na brita da Mulsanne após ser tocado por um LMP2 - jogou fora as possibilidades de uma vitória.

O andamento para a Alpine, neste que é o seu retorno momentâneo na classe, foi bom, mas não o suficiente para chegarem ao pódio ao menos - já que a qualificação para eles foi bem abaixo. O #36 (Mathieu Vaxiviere/ Charles Milesi/ Julien Canal) ficou em quarto e o #35 (André Negrão/ Olli Caldwell/ Memo Rojas).

Apesar do sentimento de despedida dessa classe após o anúncio da descontinuidade dela para o Mundial do ano que vem, eles estarão presentes em Le Mans com uma reserva de 15 vagas.


LMGTE AM


(Foto: Corvette/ Twitter)


Se havia uma classe onde o resultado parecia pender para a Ferrari, era exatamente essa. Ok, o grande desempenho da Corvette nos treinos tinha sido um tremendo balde de água fria, mas mesmo assim as coisas pareciam ir de encontro aos Ferrari.

O #54 da AF Corse (Thomas Flohr/ Francesco Castelacci/ Davide Rigon) chegou liderar, mas não por muito tempo já que os Porsche, que não tiveram uma boa jornada na qualificação, apareceram bem durante a prova.

De se destacar o ótimo trabalho apresentado pelo Porsche #85 da Iron Dames (Sarah Bovy/ Michelle Gatting/ Rahel Frey) que tiveram ótimas hipóteses de vencer ou ao menos conquistar os demais lugares no pódio. Infelizmente, uma queda de performance na hora final da corrida - ainda que tivessem feito uma troca dos freios. De toda forma, foi a melhor colocação do trio em Le Mans.

Uma das Ferrari que tinham chance era o Kessel Racing #57 pilotado por Daniel Serra/ Kimura Takeshi/ Scott Huffaker, que chegou liderar na classe e estava no páreo. Mas um estouro de pneu, justamente quando Serra estava ao volante, jogou o Ferrari na brita da curva Indianápolis.

A Corvette acabou por vencer nessa classe com o #33 (Ben Keating/ Nicky Catsburg/ Nicolas Varrone), mas não antes de passar por algum drama quando precisou de recolher o carro para a garagem, realizando a troca do amortecedor dianteiro na segunda hora de prova. Foi uma bela recuperação nas horas seguintes para chegarem à vitória, que marca o fim da linha do modelo C8.R em Le Mans, já que o mundial utilizará a plataforma GT3 em 2024.

O Camaro ZL1 #24 do Hendrick Motorsport, foi a grande sensação dessa edição levando os fãs da NASCAR a ficarem entusiasmados exatamente por verem o carro ser mais rápido que os GTs em até três segundos - isso sem contar que cada onboard era um show à parte. Jenson Button/ Jimmie Jonhson/ Mike Rockenfeller levaram o carro ao final sem grandes problemas finalizando em 39° na geral.


Uma histórica transmissão


Parte do time que fez essa histórica transmissão 
Da esquerda para direita: Rodrigo Mattar, Débora Almeida, Felipe Meira, Aldo Luiz, Sérgio Milani, Rubens Neto, Milton Rubinho e André Bonomini 


Foi de muito bom agrado quando soube da transmissão aqui para o Brasil das 24 Horas de Le Mans sendo totalmente em português. O melhor disso, foi saber que grandes amigos, capitaneado pelo camarada Sérgio Milani, que deu o primeiro passo para que esta temporada do Mundial de Endurance fosse transmitida aqui pelo canal oficial da categoria desde a primeira etapa, estariam na transmissão.

Além do próprio Milani, junto de Aldo Luiz, Felipe Meira e do sempre competente Rodrigo Mattar, Milton Rubinho, André Bonomini, Débora Almeida, Geferson Kern, Gabriel Lima e Sérgio Lago, comandaram o grande clássico num revezamento que começou uma hora antes da largada e foi até uma hora depois da chegada, com a transmissão sendo feita na íntegra via YouTube e com entradas programadas no canal do Bandsports.

Foi um trabalho sublime, com muita informação de todos que passaram ali, mostrando que o automobilismo mundial não está restrito apenas a provas de fórmula e que alguém que esteja apenas preso em uma categoria, possa criar gosto por outras - e sabemos bem que o mundo do Endurance nos oferece as mais variadas situações que tornam essa disciplina fascinante.

Para a história, seus nomes ficarão gravados como os primeiros a fazerem uma transmissão total das 24 Horas de Le Mans, coisa que até então se resumia a flashes e horários pré-determinados em edições anteriores.

Que seja a primeira de muitas!

sexta-feira, 9 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Na espera de uma grande edição

 

Os poles da Hypercar, LMP2 e LMGTE AM 
(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)


Conforme as atividades foram passando, o sentimento de uma grande prova em Sarthe só aumentou. As três classes apresentaram um boa dose de expectativa de que possamos presenciar uma edição histórica que tem tudo para fazer jus ao Centenário de uma das corridas mais importantes do mundo, ou melhor que isso, uma das jóias da Tríplice Coroa, que tem sido tão aclamada nos últimos anos.

A batalha que se avizinha entre Toyota e Ferrari dá um tom muito animador para todos os espectadores e telespectadores mundo afora, que espera por um embate entra elas - e outras mais - desde que os regulamentos foram anunciados alguns anos já visando a disputa da prova Centenária.

Apesar da Ferrari ter apresentado uma velocidade impressionante para a obtenção da pole, é sabido que os problemas podem aparecer a qualquer instante - afinal de contas, a própria Ferrari teve alguns nas primeiras etapas. Isso se aplica também a Toyota, mas esta ainda pode se dar ao luxo de abusar um pouco de seus carros para tentar buscar mais uma vitória em Le Mans. Mas do mesmo modo que a Ferrari, eles sofreram com problemas em Portimão com um de seus dois carros. Mas ainda assim, são os grandes favoritos para vencerem - e Pascal Vasselon já aceitou isso desde os dias da pesagem.

Mais alguém poderia incomodar as duas fabricantes? O BOP ajudou e aproximou as equipes e mesmo que Ferrari e Toyota estejam mais pesadas que os demais (24 e 37 kg, respectivamente), o desempenho das demais ainda não chega a ser próximo. Porém, isso não pode privá-los de uma dose de sorte já que a parte crítica da prova que é da madrugada em diante, pode reservar boas surpresas. Portanto, para Porsche, Cadillac Peugeot - que vem enfrentando vários problemas - e até mesmo os Glickenhaus e Vanwall - que tem tido um desempenho bem abaixo, já que não tem a parte híbrida - a chance pode vir exatamente das reviravoltas que este tipo de prova costuma ter.

A LMP2, que fará a sua última valsa em Le Mans, poderá nos brindar com mais uma visceral edição. Não dá para apontar nenhum favorito disparado, mesmo que ainda tenhamos na equipe da JOTA Sport um pequeno favoritismo. Mesmo assim não podemos descartar equipes como o Team WRT, Idec Sport, United Autosport, Alpine (estas duas últimas não foram ao Hyperpole, mas ainda sim tem a experiência ao lado deles que deverá ajudá-los na recuperação). Um detalhe interessante é que normalmente os quatro primeiros costumam ficar bem alinhados por um bom tempo, indo para a decisão nas horas finais.

A classe final, a LMGTE AM, não é por menos: vimos uma Corvette ascender a pole de forma espetacular após treinos livres onde ficaram abaixo, mas, ironicamente,  o acidente na primeira sessão acabou sendo crucial para esta melhor, já que uma série de peças foram trocadas e talvez tenham influenciado bastante na melhoria.

Foi uma grande surpresa ver a Corvette na pole, assim como a segunda posição da Aston Martin que também não parecia forte nos treinos livres.

As equipes que tem carros Ferrari e que pareciam fortes, tiveram na AF Corse o seu melhor ao ficar na terceira posição e daí para baixo o contingente italiano ganhou força. Porém, é na corrida que as coisas devem ser diferentes assim como para a Porsche que não teve uma boa qualificação, mas que sabemos que conseguem escalar bem o pelotão.

Estas 24 Horas de Le Mans tem tudo para se tornar um grande clássico da história das provas de Endurance, exatamente por tudo que permeia esta edição. 

E claro, para melhorar isso, é sabido que Le Mans costuma escolher os seus.

E isto é uma das fascinantes místicas desta Centenária prova.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - O dia em Sarthe

 


O grande Tom Kristensen foi o Marshall na abertura das atividades em Le Mans 
(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)

A abertura das atividades para esta prova Centenária das 24 Horas de Le Mans não poderia ter sido melhor. A esperança de vermos uma competitividade aberta, principalmente na classe rainha do endurance mundial, foi reforçada com uma batalha que já vinha se desenhando nas três primeiras provas desta temporada e a qualificação, onde se deu a definição dos oito melhores de cada classe para o Hyperpole de amanhã, não nos deixa mentir.

Iniciando pelo primeiro treino livre, que deu às equipes três horas de pista aberta, vimos uma Toyota mostrar um bom ritmo com seus dois carros, sendo que o #8, pilotado por Brendon Hartley, foi o mais veloz na parte final daquela sessão com a marca de 3'25"742 e o #7 ficando a 1 décimo da marca. Apesar de terem sido os mais velozes, a diferença entre os oito primeiros esteve no mesmo segundo o que sugeria uma boa disputa para mais tarde quando a qualificação chegasse.

A Peugeot, naquela ocasião, ainda tinha feito um bom treino ao se colocarem na sexta e sétima posições, porém  problemas assombraram os franceses. Foi um treino interessante para os Cadillac da Ganassi e os Porsche da Penske, trazendo uma opção interessante para a qualificação.

Na contramão de tudo, aparecia a Ferrari com seus 499P que tinha no #50 o seu melhor na oitava posição com nove décimos de atraso para o Toyota #8, mas ficava claro que os esforços eram para mais tarde.

Para Glickenhaus e Vanwall as coisas ficam mais difíceis frente a carros oficiais e semi-oficiais, mas os americanos conseguiram um bom ritmo ficando, em média, dois segundos de atraso para o ponteiro.

Na LMP2 aquela sessão revelou o Oreca #28 da JOTA Sport como o mais veloz, sendo 32 milésimos melhor que o #37 da Cool Racing. A diferença para o restante do pelotão foi de 1 segundo para cima.

Entre os LMGTE AM a Aston Martin, através do #55 da GMB Motorsport, foi a mais veloz com o Porsche #86 da GR Racing em segundo e o Aston Martin #72 da TF Sport em terceiro. Foi uma classe que teve seus nove primeiros no mesmo segundo.

Essa primeira atividade não ficou ilesa de acidentes, que o Ferrari #66 da JMW Motorsport escapou na Chicane Motul e foi para a barreira de pneus, algo que aconteceria mais tarde com o Alpine #35 no mesmo local.

O acidente que mais causou preocupação foi entre o Aston Martin #777 da D'Station que era pilotado no momento por Casper Stevenson e o LMP2 #13 da Tower Motorsport, conduzido por Steven Thomas, quando o GT bateu nas barreiras antes da Tertre Rouge e ficou no meio da pista. Apesar da sinalização com bandeira amarela e com os carros que vinha a seguir desviando, o #13 acabaria por acertar o Aston Martin. Por sorte, os danos foram apenas materiais e a D'Station e Tower precisaram trocar seus carros para prosseguirem no certame.



Na qualificação, Ferrari a mais veloz


(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)

Como era previsto, esta era a sessão onde o nível subiria e a batalha seria mais intensa, fazendo já um prelúdio do que esperar para a Hyperpole que contará com os oito melhores de cada classe.


A Ferrari mostrou seu potencial, que já era conhecido das etapas passadas, ao colocar os dois 499P na primeira fila. Antonio Fuoco (que estava na zona de corte quando faltavam 20 minutos para o fim) conseguiu superar o outro Ferrari #51 ao anotar 3'25"213, sendo 1 décimo melhor que o tempo feito por Alessandro Pierguidi que havia liderado a classe. Foi uma boa disputa contra os Toyotas, que aparecem na segunda fila com #7 e #8 em terceiro e quarto, respectivamente. 

As demais posições que foram para o Hyperpole de amanhã foram seguidas pelos dois Porsche da Penske (#5 #75) e pelos dois Cadillac da Ganassi (#03 e 02).

Não foi uma sessão feliz para os demais, principalmente o Porsche #38 do Hertz Team Jota que entrou já no final para a sua qualificação e não obteve êxito; os dois Peugeot 9x8 que ficaram bem abaixo, levando mais de dois segundos do Ferrari #50.

Nos LMP2 a disputa foi bem acirrada. Pietro Fittipaldi, no comando do #28 da JOTA cravou o melhor tempo em 3'34"751, dois milésimos melhor que o tempo feito pelo #41 do Team WRT. Como foi dito acima, a batalha foi boa nessa classe com os 14 primeiros ficando no mesmo segundo.

Além do #28 da JOTA e o #41 do Team WRT,  o #63 da Prema Racing, #48 da Idec Sport, #10 da Vector Sport, #47 da Cool Racing, #923 da Racing Team Turkey e o #09 da Prema Racing passaram para a Hyperpole de amanhã.

A surpresa desta qualificação foi a não ida de nenhum carro da United Autosport e da Alpine, equipes que normalmente se qualificam para a fase final do classificatório.

A Ferrari teve um ótimo desempenho na LMGTE AM onde Alessio Rovera levou o Ferrari #83 da Richard Mille AF Corse ao primeiro lugar com o tempo de 3'51"877. Foi 37 milésimos melhor que a marca do outro Ferrari da AF Corse #54 de David Rigon. A terceira posição ficou para o recuperado Corvette #33 de Nicky Catsburg, que foi revitalizado a tempo dessa qualificação após o acidente no final do treino livre.

Além destes três, o Aston Martin #25 da ORT, Ferrari #57 da Kessel Racing, Aston Martin #55 da GMB Motorsport, Ferrari #21 da AF Corse e a Ferrari #74 da Kessel Racing.

Desde que este sistema foi adotado, esta foi a primeira vez que nenhum Porsche passou para a Hyperpole.

O Camaro ZL1 #24 da Hendrick Motorsport continuou a fazer tempos bem melhores que os da LMGTE AM, com Mike Rockenfeller a fazer o tempo de 3'47"976.


A Porsche aparece no segundo treino livre


(Foto: Porsche Races/ Twitter)

A parte da noite foi dedicada para que as equipes e pilotos passassem trabalhar no melhor acerto para este turno. Dessa forma, a Porsche, com o #6 pilotado por Laurens Vanthoor, foi o melhor dessa sessão noturna ao chegar na casa de 3'28"878. Ele desbancou a Ferrari #51 que havia passado quase todo treino na ponta da tabela. A terceira posição foi do outro Porsche #6 pilotado por Dane Cameron.


De se destacar os problemas enfrentados pelo Cadillac da Action Express, quando Alexander Sims teve algum contato e apareceu lento na pista com o carro um pouco danificado.

Esta foi também uma importante sessão para a Hertz Team Jota que pode fazer o seu treino, após uma qualificação problemática.

Na LMP2 a Prema com o seu #63 foi a mais veloz com o #22 da United Autosport, que enfim apareceu nestas atividades, foi o segundo. A terceira posição ficou para o #28 da JOTA Sport, sempre com Pietro Fittipaldi comandando o carro nas voltas velozes.

A Kessel Racing, com o Ferrari #74 pilotado por Kei Cozzolino, fez a melhor marca na LMGTE AM com 3'53"796. A segunda posição ficou para o Porsche #60 da Iron Lynx e a terceira colocação ficando para outro Porsche #56 da Project 1.

Amanhã continuam as atividades com a realização do terceiro e quarto treino livre e também da Hyperpole, que decidirá os poles de cada classe.

domingo, 4 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans - Test Day

 

Ferrari começou bem a sua caminhada em Sarthe
(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)


Com os carros na pista para este Test Day, foi importante para que todos pudessem verificar seus carros e os pilotos mais novos, aqueles que estão visitando La Sarthe pela primeira vez, se ambientassem com os mais de 13 Km do clássico traçado que sediará a Centenária 24 Horas de Le Mans.

Apesar de que ainda não seja o pace ideal que veremos a partir de quarta-feira, quando as atividades oficiais começarão de fato, foi importante vermos o que poderá acontecer quando tudo for pra valer. A AF Corse, com os seus Ferrari 499P, ditou o ritmo nas duas partes do teste e assim cravando a melhor marca no geral: o Ferrari #51 fazendo o tempo de 3'29"504 na soma final das duas sessões, sendo que o #50 já havia cravado a melhor marca pela manhã. Com o bom andamento apresentado hoje, mostra-se um bom presságio para a marca italiana que volta a classe principal após 50 anos.

Enquanto que a Ferrari teve um bom dia, o mesmo não se pode dizer da Toyota que, apesar de ter conseguido a terceira melhor marca do dia com o #7, teve no mesmo carro #7 um acidente no final da primeira parte do treino quando Mike Conway bateu na Tertre Rouge e danificou a dianteira. Ao final da tarde, além deste terceiro lugar garantido pelo #7, o #8 ficou com a oitava posição após ter enfrentado problemas no sistema híbrido. Foi um teste bem atribulado para os japoneses.

A Peugeot também não teve um teste fácil, apesar do andamento ter sido bom para quem não conseguiu bons desempenhos nas últimas corridas. Ficaram em terceiro com o 9x8 #94 na terceira posição na primeira sessão, mas teve o #93 com problemas no sistema híbrido que o fez perder o resto da primeira sessão. As coisas se inverteram no segundo treino, quando o #94 é que teve problemas híbridos e o #93 fez o seu trabalho ao ficar em sétimo.

A trinca de Cadillac ainda procura seu acerto. Na primeira parte, o melhor deles foi o #3 da Cadillac Racing que ficou em sexto, enquanto que o #2 ficou em décimo e o #31 da Action Express ficou no 13°. A tarde, o melhor entre eles foi o #2 em oitavo; o #3 em 13° e o #31 na 16ª posição.

A Porsche, com seus quatro 963, divido em duas equipes, tiveram bons andamentos nestes primeiros quilômetros. O #38 da Hertz Team Jota foi o melhor dos Porsche na primeira sessão ao ficar em terceiro. Os demais Porsche, todos do Porsche Penske Motorsport, ficaram em nono (#06), 12° (#05) e em 16° (#75). No segundo treino, o #6 ficou em segundo e o #75 e #05 ficaram em quinto e sexto. O #38 da Hertz fechou em 11°.

A Glickenhaus e Vanwall tiveram desempenho discreto: a Glickenhaus conseguiu o 11° e o 15° com o #708 e #709, respectivamente, e a Vanwall ficando em 14° com o #04 no primeiro treino. O segundo treino, o #04 ficou a frente com a 12ª posição e o dois Glickenhaus ocupando a 13ª e 15ª posições com os #708 e #709.


Na LMP2, conhecida por ter disputas bem acirradas, tivemos as marcas bem espaçadas girando na casa de 1 segundo entre os primeiros.

A primeira parte teve o #47 da Cool Racing o mais veloz, atingindo o tempo de 3'36"409 e com isso foi um segundo mais veloz que o #48 da Idec Sport. A terceira posição foi do #31 do Team WRT.

Na segunda sessão do teste, a primeira posição ficou para o #28 da JOTA Sport com o tempo de 3'35"472 (feito por Pietro Fittipaldi) que foi sete décimos melhor que o do #31 do Team WRT. Em terceiro aparece o #35 da Alpine.

A LMGTE AM foi equilibrada, obrigado. A distância ficou na casa de um décimo entre os ponteiros no primeiro treino. Nesta sessão, a Ferrari esteve bem com uma dupla de 488 GTE EVO nas duas primeiras posições: o #66 da JMW Motorsport foi o primeiro (3'56"623) com mais de um décimo de vantagem sobre o #21 da AF Corse, e em terceiro ficou o Aston Martin Vantage #25 da ORT by TF.

A segunda sessão viu o domínio da Ferrari continuar, mas desta vez com uma trinca de 488 GTE EVO nas três primeiras posições: o #66 da JMW Motorsport continuou a ditar o ritmo (3'56"088) seguido pelo #54 da AF Corse e pelo #57 da Kessel Racing.

Na Garage 56 o Chevrolet Camaro ZL1 da Hendrick Motorsport teve um dia muito proveitoso, ao ficar próximo e até mesmo superar as marcas dos GTs com certa folga. Pela manhã fizeram o tempo de 3'56"880 (que os colocariam em quarto na classe LMGTE AM) e a tarde foram quase três segundos melhor que o tempo do primeiro nos GTs ao fazer 3'53"761.

Os treinos oficiais para a 91ª 24 Horas de Le Mans terá início na próxima quarta-feira. 

sexta-feira, 2 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Pesagem - Dia 1

O Peugeot 9x8 durante a pesagem
(Foto: Peugeot Sport/ Twitter)

 

A festa para esta 91ª edição das 24 Horas, que também é especial por ser a dos 100 anos da mítica prova em Sarthe, começou bem antes com a tradicional pesagem Place de La République. A "Journeé de Pesage" foi dividida em dois antes, sendo que hoje foram 39 carros que passaram pelos olhos atentos dos fãs, imprensa e comissão técnica e amanhã serão os 23 restantes desta 91ª edição.

Abaixo as falas de personagens importantes de algumas das principais equipes que compõem o fabuloso grid de 62 carros.

Vanwall

É um nome mítico que estará pela primeira vez em Sarthe competindo justamente na prova Centenária. O retorno da Vanwall, pelas mãos da ByKolles, ainda não é das melhores, mas ainda resta uma ponta de esperança de possam conseguir em breve avançar pela difícil classe principal que é formada pelos LMH e LMDh. Tom Dillman, que fará trio com Esteban Guerrieri e Tristan Vaultier, que acabou ganhando a vaga que era de Jacques Villeneuve até as 6 Horas de Spa Francorchamps: "Estamos felizes por entrar na categoria principal, onde há muitas inscrições. É uma nova era de ouro para a resistência. Tradicionalmente, a primeira temporada de um carro novo é difícil. A corrida mais longa que corremos até agora são as 1000 milhas de Sebring. Portanto, nosso objetivo número um é terminar a corrida. No entanto, não estamos aqui para fazer números, por isso esperamos poder lutar com os nossos concorrentes. Damos passos a cada corrida. Ganhamos tão bem em performance que mal podemos esperar para ver o que acontece no circuito das 24 Horas”.

Peugeot

O retorno da marca dos Leões à Sarthe era esperada desde 2022, mas com a opção em deixar a estreia do 9x8 a partir das 6 Horas de Monza daquele ano, exatamente para terem um carro mais bem preparado para o desafio, esta de 2023 marca o regresso após 12 anos. Assim como a Vanwall, os dias para os franceses não foram dos melhores, mas para esta prova em Le Mans é uma esperança de que as coisas possam começar a se acertar, assim como espera Jean Marc-Finot, diretor da Stellantis Motorsport: “Vimos em corridas anteriores que não estávamos em vantagem nas curvas lentas; há menos em Le Mans. Domingo, ao final do Dia do Teste, teremos uma boa visão geral da hierarquia e nossa posição nela. Na corrida, será sobretudo necessário ir até ao fim”. Ele também destacou a bela livery que estará nos dois 9x8, algo que chamou bastante atenção dos fãs neste dia de pesagem:  “Estamos muito felizes de estar aqui. É o 30º aniversário da vitória do 905. É por isso que imaginamos uma pintura específica. Vamos impressionar com esta decoração e também esperamos fazê-lo de forma esportiva”.

Alpine

Sabemos que desta vez eles estarão na briga pela vitória na classe LMP2, onde eles reinaram em anos anteriores (2018 e 2019), mas os olhares da equipe francesa já apontam para 2024 onde eles pretendem estar de volta à classe principal com um Hypercar.

Com a data de apresentação deste já marcada para a véspera da Centenária 24 Horas de Le Mans, dia 9, Nicolas Lapierre falou sobre a expectativa em pilotar o novo carro em breve, assim como a beleza que deve ser este projeto: É muito provável que eu seja o primeiro a pilotar. É uma bela realização e um belo projeto que ganha vida. As equipes Alpine estão trabalhando duro para criar um belo carro. Acho que todos vocês ficarão agradavelmente surpresos com suas linhas e formas. Essa é uma linda história".

Apesar deste entusiasmo, a equipe atual não deixou de ser mencionada, claro, com Philippe Sinault, chefe da Alpine, esperando uma grande jornada dos "Le Bleus" ao lugar mais alto do pódio como fora no biênio 2018/ 2019: “É uma recuperação corajosa da nossa parte, porque, com toda a franqueza, tivemos a opção de assistir a corrida pela televisão e nos preparar para nossa chegada ao Hipercarro em 2024. Porém, a ideia não passou por nossas cabeças nem por um segundo. . Não podíamos deixar de estar presentes no Centenário. Então, a melhor forma de se preparar para os próximos eventos é lutando, ainda mais em uma categoria de altíssimo nível. Conseguimos montar rapidamente as equipes. Conhecemos bem os rivais por isso vamos colocar tudo no lugar para alcançar o melhor resultado, a vitória”

Os demais

A Hertz Team Jota trará o belo Porsche 963 com a formação Antonio Félix Da Costa/ Will Stevens/ Yiefei Ye e claro, tem a sua ambição de conseguir cravar um belo resultado em Sarthe. Eles já tem a experiência de vencer as 24 Horas de Le Mans, mas pela classe LMP2,  porém a chance de conseguir na geral neste 2023 é existente. Will Stevens fala sobre: "Estamos mais preparados do que em Spa. Fazer parte da Hypercars é uma grande honra para nossa equipe. Temos grandes esperanças para esta corrida. É um grande desafio, mas é a experiência de uma vida”.

Doriane Pin, que estará no comando do #63 da Prema Racing na LMP2 ao lado de Miko Bortolotti e Daniil Kvyat, foi muito requisitada também: "Já tem muita gente. Sinto muito apoio e é incrível! Com Daniil e Mirko, formamos uma grande equipe. Lutamos pela vitória em todas as corridas para que possamos conquistar um bom resultado." , completou Pin que será uma das cinco mulheres presentes nesta edição Centenária - Lilou Wadoux, Sarah Bovy, Michelle Gatting e Rahel Frey são as demais.

Outra que chamou bastante atenção dos fãs foi a presença do NASCAR Chevrolet Camaro ZL1 que estará no Garage 56. O carro chefiado pela tradicional Hendrick Motorsport e que terá os trabalhos de um trio estelar formado por Jenson Button/ Mike Rockenfeller/ Jimmie Jonhson, estará em caráter experimental numa categoria a parte nomeada de "Carros Inovadores".

Os pilotos mostraram entusiasmo por esta empreitada, com Rockenfeller mostrando entusiasmo em pilotar o ZL1 logo; Button destacando o desempenho do carro ao falar "ela é maravilhosa. É mais pesado que a média e você realmente precisa trabalhar duro ao volante. Requer mais esforço. Ela também é muito poderosa, então acho que nossos tempos de volta serão decentes" e Jimmie Jonhson falando sobre o seu pai, que mostrava fotos da corrida: “Quando criança, meu pai me mostrava essa corrida através de fotos. Eu imediatamente quis participar. Hoje estou lá e quero aproveitar ao máximo”.

A continuação da pesagem será neste sábado e claro, o espírito das 24 Horas de Le Mans já tomou conta de todos.

terça-feira, 29 de junho de 2021

Foto 980: Harry Schell, Reims 1956

 

(Foto: Motorsport Images)

Um desempenho e tanto... Na foto Harry Schell na reta dos boxes de Reims durante o GP da França de 1956, onde ele competiu pela Vanwall. O GP francês foi o quinto da temporada. 

Harry Schell formou a trinca da Vanwall naquele final de semana junto de Mike Hawthorn - que substituiu Maurice Trintignant, que foi para a Bugatti nesta corrida - e com Colin Chapman, que havia trabalhado naquele chassi VW56 e vinha realizado algumas provas especialmente em corridas de carros esporte. 

A corrida foi de domínio amplo dos Lancia D50 Ferrari, com Juan Manuel Fangio cravando a pole e dividindo a primeira fila com seus companheiros Eugenio Castellotti e Peter Collins - os outros Ferrari aparecendo em nono com Alfonso De Portago e em 11º com Olivier Gendebien. Os três Vanwall apareciam em seguida com Schell em quarto, Chapman em quinto - a posição foi marcada por Schell já que Colin não conseguira grande desempenho nos treinos, mas este teve azar de não largar após bater o carro no warm-up - e Hawthorn em sexto.

O início da prova foi extremamente pautada pelos três primeiros da Ferrari se distanciando dos demais e enquanto isso acontecia, a Vanwall perdia o carro de Harry Schell com problemas de motor na volta cinco. Ficava apenas o carro de Mike Hawthorn na pista entre os cinco Ferrari, mas o inglês também abandonaria a corrida por cansaço já que ele havia competido nas 12 Horas de Reims - prova que foi suporte do GP francês. Mike foi para os boxes e entregou o carro para Harry na volta dez. 

Harry voltou na oitava posição e aos poucos passou a escalar o pelotão e com boa velocidade, comparável aos líderes. Na vigésima volta ele já estava em quarto e encurtando a distância para o três melhores Ferrari, que era liderado por Fangio. Porém, neste período onde o franco-estadunidense avançava, a equipe Ferrari acreditava que Schell era apenas um retardatário que estava tentando recuperar a volta para líderes, mas a informação de que ele estava na mesma volta dos líderes chegou um pouco tarde já que Harry estava na cola dos três Ferrari, especialmente dos carros de Castellotti e Collins que ocupavam a segunda e terceira posições respectivamente. 

Com informação de que Harry era um competidor direto e não um retardatário, os dois pilotos passaram a bloquear as investidas do piloto da Vanwall, chegando a percorrer em algumas voltas lado a lado nas grandes retas, o que impossibilitava qualquer que fosse a tentativa de Schell. Na volta trinta Harry conseguiu ultrapassar os dois Ferrari de uma vez e partiu para o ataque sobre Fangio, que passou a responder os ataques com melhores voltas e isso durou por três voltas até que Castellotti e Collins conseguiram recuperar as posições sobre Schell. 

E piloto da Vanwall voltava a ser bloqueado pelos dois Ferrari, mas o seu carro já não tinha a mesma velocidade de antes até que na volta 56 o carro apresentou problemas na bomba de combustível. Ele chegou ir aos boxes, mas a equipe acabou mandando-o de volta a prova. Ele - e Hawthorn - terminaria na 10ª posição em uma prova que ele havia tido o seu grande desepenho - até melhor que o que fizera em Pedralbes, no GP da Espanha de 1954, quando ele chegou liderar algumas voltas após uma bela largada. 

A corrida foi vencida por Peter Collins, com Castellotti em segundo - a Ferrari interveio na batalha dos dois jovens por medo de que abandonassem, já que Fangio estava fora da briga pela vitória após ter perdido quase uma volta para arrumar um cano de combustível que havia quebrado que o fez terminar em quarto. Jean Behra ficou com o terceiro lugar. 

Harry Schell completaria 100 anos hoje. 

sábado, 20 de abril de 2019

Foto 751: Stuart Lewis-Evans, Monza 1957

(Foto: Motorsport Images)

Stuart Lewis-Evans contornando a Parabolica com o seu Vanwal durante o GP da Itália de 1957, que encerrou aquela temporada.
Para o jovem piloto inglês foi uma oportunidade interessante para tentar a sua primeira vitória na categoria, ao marcar a pole com a marca de 1’42’’400 e formar a trinca da Vanwall na primeira fila com o segundo lugar ficando para Stirling Moss e Tony Brooks.
A corrida foi insana, com Evans lutando fortemente contra seus companheiros de Vanwall e mais Jean Behra e Juan Manuel Fangio. Infelizmente o motor do Vanwall não aguentou e quebrou na volta 49. A prova acabou sendo vencida por Moss, seguido por Fangio e Wolfgang von Trips (Lancia Ferrari).
Evans veio falecer na derradeira prova de 1958, disputada em Casa Blanca, Marrocos, quando seus Vanwall saiu da pista e chocou-se contra barreiras e de imediato pegou fogo com Stuart ainda dentro. Por mais que tenha sido levado para a Inglaterra de imediato, o piloto inglês acabou falecendo seis dias depois devido as graves queimaduras.
Stuart Lewis-Evans completaria hoje 89 anos.  

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Vídeo: GP da Bélgica 1958

Spa-Francorchamps no esplendor do seu traçado original de 14 Km, propiciando um duelo entre a Ferrari e a Vanwall naquela que foi a quinta etapa do mundial de 1958.
A vitória ficou para Tony Brooks (Vanwall0, seguido por Mike Hawthorn (Ferrari) e Stuart Lewis-Evans (Vanwall). Para completar o quarteto britânico, Cliff Allison fechou em quarto com a Lotus Climax.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Foto 302: Preferência

Brooks e Moss em Nurburgring, 1958: vitória para Tony, após a desistência de Stirling por problemas elétricos em seu Vanwall
(Foto: beatlesandhuxley.com)
"Eu nunca tive tantas oportunidades de treinos como eu queria, porque se eu fosse mais rápido do que ele (Stirling Moss), a equipe o deixava sair novamente. Ele podia querer meu chassi e o motor dele, ou vice-versa, o que significava mais trabalho para os mecânicos. Para David Yorke, chefe da equipe, fazia sentido manter o número dois por alguns décimos mais lento. Stirling tinha a certeza de que ele teria sempre o melhor carro. Se não tivesse, ele misturaria tudo! Dito isso, sempre fomos os melhores amigos e ainda somos."
As palavras são de Tony Brooks, que foi companheiro de Stirling Moss e Stewart Lewis-Evans na temporada de 1958 na Vanwall, ano que a equipe de Tony Vandervell tornou-se a primeira campeã de construtores da F1 e por muito pouco não fez de Moss o primeiro campeão inglês da categoria, primazia qual que ficou por conta de outro inglês, Mike Hawthorn, que estava na Ferrari.
Como acontece nos dias de hoje, a vida de Brooks não foi tão fácil e mesmo que estivesse no "fim de semana dele", certamente Moss teria algum porém para freá-lo. Portanto ele precisaria da ausência de Stirling para conseguir algo de interessante, como aconteceu em sua três vitórias naquela temporada (Spa, Nurburgring e Monza) onde Moss abandonou por problemas mecânicos. Caso contrário, a história para o simpático piloto inglês poderia ter sido amarga.
E certamente você pensava que a moda de "tratamento vip" era exclusividade dos Sennas, Schumachers e Alonsos da vida. Isso vem de muito, mas muito tempo...

*A fala de Tony Brooks foi retirada da Revista "F1 Racing" de 2008, da sua edição de Nº12

terça-feira, 24 de julho de 2012

Foto 105: Giorgio Scarlatti, Pescara 1957

Giorgio Scarlatti, com uma Maserati 250F: terminou em 6º

Dos 16 carros que largaram para a prova de Pescara, disputada em 1957, dez eram de Maseratis 250F. Mas apesar do contingente alto que a marca teve neste GP,  aprova foi vencida por um carro inglês: Stirling Moss levou o Vanwall à vitória após duelar com Fangio pelas 18 voltas no mais longo circuito da história da F1, com os seus 25.679 Km. Harry Schell, também com Maserati, foi o terceiro.

Giorgio Scarlatti por muito pouco não terminou nos pontos, perdendo o quinto lugar para Stewart Lewis-Evans. O seu único ponto na categoria viria semanas depois, quando terminou em quinto no GP da Itália ao dividir o comando do Maserati com Harry Schell. 

Pelo baixo custo - em termos de compra, locação e manutenção - o 250F foi o carro mais requisitado da última metade do anos 50 até o início dos 60.

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

  Um grande inicio para a Porsche no WEC (Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar) Sabemos que testes de pré-temporada sempre nos pregam algumas p...