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sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Foto 1013: Gerhard Berger, Österreichring 1984

 


Um jovem austríaco em ação... Gerhard Berger acelerando o ATS D7 BMW no final de semana do Grande Prêmio da Áustria de 1984, prova que marcou a estréia do piloto local. 

Era a primeira vez naquele ano - e também desde 1982 - que a equipe comandada por Günther Schmidt alinhava um segundo carro no grid. Isso tirou um pouco a paz de seu então único piloto Manfred Winkelhock que entendia que a equipe não tinha peças suficientes para atender dois carros. De qualquer forma, um segundo carro foi alinhado para o jovem Berger. 

Este foi o final de semana que coroou, enfim, Niki Lauda que procurava vencer o seu GP local há muitos anos e sempre batia na trave. Ele aproveitou-se de problemas com Alain Prost - que abandonou com problemas de rotação na volta 28 - para vencer em Österreichring pela primeira vez e única, após vencer uma batalha contra a Brabham BMW de seu amigo Nelson Piquet. 

Sobre a ATS esta teve Winkelhock largando em 14º e Berger em 20º, mas os temores de Manfred se confirmaram quando ele teve uma quebra no cãmbio durante o warm-up e não pôde largar por... falta de peças. Berger largou e terminou na 12ª posição, com três voltas de atraso para Niki Lauda. 

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Foto 1012: Mark Donohue, 24 Horas de Le Mans 1971

 


 Os estilosos Mark Donohue e Roger Penske no grid de largada para as 24 Horas de Le Mans de 1971, captados pela lente de Bernard Cahier. Mark dividiu o Ferrari 512M do North American Racing Team com David Hobbs, mas eles não completaram a prova tendo abandonado na sexta hora de prova com problemas no motor. 

Donohue já havia competido outras duas vezes em Le Mans: em 1966 ele dividiu o comando de um Ford GT40 com Paul Hawkins, mas abandonou após 12 voltas por problemas no diferencial. Um pouco antes da provas, ele sofrera uma grande perda pessoal: seu amigo e parceiro de Ford, Walt Hansgen, acabou falecendo durante um teste preparatório para aquela edição de 1966 das 24 Horas de Le Mans. Porém, exatamente no velório de Hansgen, é que ele acabaria por conhecer Roger Penske que o convidou para integrar a sua equipe. 

A segunda aparição de Mark foi em 1967 quando ele esteve mais uma vez a serviço da Ford, e dividiu o comando do Ford GT40 MK IV com Bruce Mclaren - com quem teve algumas divergências em torno do acerto do carro. Eles terminaram em 4º na geral e em segundo na classe Protótipo +5000 (perdendo para os vencedores da geral, e seus companheiros de Shelby American, Dan Gurney/ A.J.Foyt).

Foto 1011: Oscar Larrauri, 24 Horas de Le Mans 1990

 


Oscar Larrauri com o Porsche 962 da Repsol Brun Motorsport durante as 24 Horas de Le Mans de 1990. Ele dividiu o comando com o espanhol Jesus Pareja e com Walter Brun. Eles abandonaram na volta 355 quando a corrida já estava com 23 horas completadas e naquela altura a segunda colocação estava garantida, mas o motor Porsche não aguentou a maratona e estourou. 

Para Larrauri seria a oportunidade de repetir o seu melhor resultado em Sarthe, quando foi segundo na edição de 1986 pilotando pela mesma Brun Motorsport e tendo como companheiros Jesus Pareja e o francês Joël Gouhier num Porsche 962C. 

Larrauri disputou nove edições das 24 Horas de Le Mans e completou apenas três delas: sétimo em 1984 pela Brun com Massimo Sigala e Joël Gouhier; a já mencionada segunda posição de 1986; e a 10ª colocação em 1991 com Pareja e Brun. 

A última aparição de Larrauri remonta a 1994 quando ele pilotou uma Ferrari 348 GTC-LM da Ferrari Club Italia junto de Joël Gouhier e Fabio Mancini. O trio não completou a prova, abandonando na volta 23 com problemas na bomba de combustivel. 

Oscar Larrauri completa 67 anos hoje. 

sábado, 14 de agosto de 2021

Foto 1010: Jackie Oliver, Monte Carlo 1973

 


Uma bela foto de um belo carro... o Shadow DN1 de Jackie Oliver durante o final de semana do GP de Mônaco de 1973 - sexta etapa do Mundial de Fórmula-1 -, seguido pelo Lotus 72 de Ronnie Peterson. Oliver terminou em 10º, nesta prova, a primeira que ele completou naquele ano. 

Aquela temporada de 1973 marcava a estréia da Shadow Racing Team, equipe já tradicional das provas da Can-Am, e que agora se aventurava na Fórmula-1. A equipe de Don Nichols teve uma boa estréia ao terminar em sexto com George Follmer no GP da África do Sul e conseguindo um terceiro lugar novamente com Folmer no GP seguinte realizado na Espanha. Apesar do inicio para lá de animador, o restante daquela temporada da Shadow foi pautada pelos vários abandonos, seja de Oliver ou de Folmer. A equipe voltaria a marcar pontos apenas no GP do Canadá quando Jackie ficou em terceiro. 

Para Jackie Oliver aquele foi o último ano completo dele na Fórmula-1, passando a dedicar-se as séries americanas como a Fórmula 5000 e a Can-Am onde acabou sendo o campeão desta última em 1974 sobre seu companheiro George Follmer. 

Oliver ainda voltou para a F1 pela própria Shadow em 1977, terminando em quinto da Race Of Champions e em nono no GP da Suécia. Depois ele partiria para empreitada de criar e chefiar a equipe Arrows a partir de 1978.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Foto 1009: Divina Galica, AFX Aurora, Zandvoort 1978

 

(Foto: Bert Van Peppen)
 

A caminho do pódio... Divina Galica com o Surtees TS19 do Team Olympus durante a etapa de Zandvoort que foi a quinta etapa do Campeonato Britânico de Fórmula-1, mas conhecido como AFX Aurora, que iniciava a sua primeira temporada. 

Divina terminou esta prova em segundo, com a vitória ficando para Bob Evans que também pilotava um Surtees TS19 da equipe JC Cooper. A terceira posição foi do piloto da casa Boy Hayje, que pilotava um Chevron B42 da equipe Fred Opert Racing. 

A piloto britânica competiu apenas mais uma vez naquela temporada ao terminar em sétima na etapa de Thruxton, desta vez pilotando um Mclaren M23 da equipe Melchester Racing - a mesma onde competia Tony Trimmer, que acabou vencendo aquele campeonato. Ela fechou o campeonato na 14ª posição com 19 pontos.

Divina Galica também havia competido no Shellsports Group 8 Series - que foi precursor do AFX Aurora - nos anos de 1976 e 1977 e que utilizava o regulamento de Formula Libre. Nestas duas temporada ela conseguiu bons resultados, como quatro pódios na temporada de 1977 (dois segundos lugares [Snetterton e Donington Park] e dois terceiros [Mallory Park e Brands Hatch] ). Em 1976 ela terminou em quarto com 57 pontos e em 1977 em sexto com 78 pontos. 

Foto 1008: Parnelli Jones, Indy 500 1967

 

Parnelli Jones com o Granatelli Turbine: vitória perdida por míseros 6 dólares

Quando Parnelli Jones estacionou o Granatelli Turbine faltando três voltas para o final da Indy 500 de 1967, não apenas a oportunidade de vencer pela segunda vez a clássica americana tinha ficado para trás como também a carreira do piloto nascido em Arkansas tinha chegado ao fim para os Indycars. Como ele bem disse certa vez a uma entrevista para o site Race "A turbina parou, então eu parei". 

A expectativa em torno do carro movido a Turbina de helicóptero naquela edição de 1967 era das maiores. Andy Granatelli fez uma aposta alta naquele carro a ponto de oferecer o assento da criação para A.J. Foyt e Mario Andretti, com ambos não topando a empreitada. Parnelli Jones foi a terceira opção e quando ele testou o carro em Phoenix no inicio de 1967 o entrosamento entre ele o carro foi instantâneo e por 100.000 dólares, Andy Granatelli fechou contrato com Jones para aquela prova. Com isso a chave de um possível sucesso na Indy 500 era enorme. 

Parnelli saiu da 6ª posição do grid que teve como pole position Mario Andretti, mas ainda se perguntavam por qual razão o badalado Granatelli Turbine não havia varrido a concorrência já nas qualificações. Alguns relatos da época, vindo especialmente das equipes rivais, indicavam que a STP Oil Treatment havia ajustado o carro turbina com configuração de corrida ao invés de focar no Pole Day. 

Porém, quando a coisa foi para valer, Jones pulou para a liderança e ele ficou até ali que a chuva forçou a interrupção da prova na 18ª volta. A corrida foi reiniciada no no dia seguinte e Jones manteve o ritmo brutal com o Granatelli Turbine e mesmo levando um tremendo susto com Lee Roy Yarborough, que rodou bem na frente de Parnelli e forçou o então líder a também rodar para não bater, a corrida sempre esteve no controle de Jones. Mesmo nos momentos em que perdeu a liderança, como aconteceu após este quase acidente com Yarborough, Jonee retomava a liderança de forma rápida e voltava abrir grande vantagem. Dan Gurney foi quem liderou as duas voltas (52 e 53) após o incidente de Jones e depois foi A.J.Foyt quem acompanhou mais e perto o piloto da STP quando este perdia a liderança por conta das paradas de box. 

O fim do sonho de Andy Granatelli em vencer a Indy 500 se esvaiu da forma mais cruel quando Jones chegou lentamente a entrada do box com o Granatelli Turbine já em silêncio, quando faltavam míseras três voltas para o final da prova. Um rolamento da transmissão, que custava 6 dólares, acabou quebrando e deixando Jones pelo caminho e com o gosto amargo de estar tão perto de vencer em Indianápolis e ser impedido por apenas 6 dólares. A sorte sorriu para o texano A.J.Foyt - que ainda escapara do mega acidente que envolveu cinco carros já na volta final - que passou para vencer pela terceira vez a grande corrida. 

Mas Parnelli Jones ainda tinha outra surpresa que pegaria todos de surpresa, quando anunciou a sua retirada das competições da Indycar. Foi algo que ele pensou constantemente naquele mês de maio, mas sem falar nada para ninguém e quando chegou a hora de anunciar, foi um tremendo choque para a comunidade indianista: “Eu sempre disse que desistiria se ganhasse Indy, e claro que isso não aconteceu, mas eu tinha acabado de me casar e sempre quis ter filhos e sobrevivi a uma era mortal. E meu negócio (Firestone) realmente começou a decolar, então era hora. ” declarou Parnelli. 

Ele ainda foi persuadido por Granatelli em 1968 para correr na edição da Indy 500 daquele ano: “Andy queria que eu dirigisse a turbina de 67 novamente em 1968 e acho que poderia conseguir $ 200.000 se pedisse, mas sabia que a nova turbina com tração nas quatro rodas seria melhor, então fui aprovado. E eu não queria dirigir o (Lotus) 56 porque os carros de (Colin) Chapman eram muito frágeis.". Apesar de Jones ter feito os testes com o carro com qual passou perto de vencer em 1967, ele acabou não participando da corrida por entender que o carro não estava em melhores condições frente aos Lotus 56 (que também usavam turbina). 

Parnelli chegou a inscrever-se para a edição de 1972, mas não compareceu. Mas ele destaca que teve ainda um pensamento em voltar para edição de 1969, quando cogitou substituir Al Unser na sua equipe recém fundada a Vel's Parnelli Jones Racing: “A única vez que fiquei tentado a voltar foi em 1969, quando Al (Unser) quebrou o pé em uma motocicleta e dirigia meu carro. Eu pensei sobre isso e então lembrei que Jimmy Bryan saiu, voltou e foi morto, então eu desisti. ” declara Jones.   

Parnelli Jones ainda sentiu o gosto de vencer a Indy 500 em duas oportunidades, mas como dono de equipe, quando Al Unser venceu as edições de 1970 e 1971 com o icônico Colt Ford nas cores da Johnny Lightning.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Foto 1007: Richie Ginther, GP de Mônaco 1960

 


Um dupla estreia... Richie Ginther marcando o seu início na Fórmula-1 no GP de Mônaco de 1960, onde ele ficou responsável pela também estreia da Ferrari 246P, a primeira da casa de Maranello a usar motor central. 

Foi o primeiro passo de Enzo Ferrari em largar das amarras dos carros com motor dianteiro para aquela nova sensação que eram os pequeninos carros de motor central. O carro foi desenvolvido arduamente por Phil Hill, Richie Ginther - por quem seus amigos sempre elogiaram pelo ótimo trabalho como piloto de testes bastante intuitivo - e pelo piloto de testes da Ferrari Martino Severi. Relatos da época indicavam que a Ferrari havia adquirido um Cooper para melhor entender a dinâmica daquela nova era que estava se iniciando na categoria - e que já havia rendido um título para Jack Brabham em 1959 com a mesma Cooper. 

Apesar da novidade, a Ferrari não deixou de lado suas raízes ao levar três modelos D246 de motor dianteiro para Cliff Allison, Phil Hill e Wolfgang von Trips. Na corrida, vencida por Stirling Moss com o Lotus 18 de Rob Walker - nesta que foi a primeira vitória da Lotus na categoria - Phil Hill terminou em terceiro, Ginther foi o sexto e von Trips o oitavo. O desenvolvimento do Ferrari 246P continuou por aquela temporada, servindo como importante base para o carro que dominaria a temporada de 1961 com louvor: o Ferrari 156.

Richie Ginther disputou três provas pela Ferrari em 1960, conseguindo terminar todas (duas vezes sexto lugar em Mônaco e Holanda, e um segundo lugar na Itália), e ainda fez uma tentativa pela Scarab para o GP da França, mas não conseguindo a qualificação. Ele marcou oito pontos ao todo naquele ano de estreia. 

O piloto californiano, que foi responsável pela primeira vitória da Honda na Fórmula-1 - e sua também - em 1965 no GP do México, faria 91 anos hoje.  

sábado, 31 de julho de 2021

Foto 1005: Onofre Marimon, Spa-Francorchamps 1953

 

(Foto: Motorsport Images)

Onofre Marimon com o Maserati A6GCM durante o GP da Bélgica de 1953, então quarta etapa daquele mundial de Fórmula-1.

Esta prova viu um desafio vindo por parte da Maserati contra a Ferrari, com Juan Manuel Fangio marcando a pole, Jose Froilan González cravando o terceiro tempo e Marimon em sexto. Alberto Ascari, o homem a ser batido naquele momento, posicionava a sua Ferrari em segundo.

As boas impressões sobre o desempenho dos Maserati A6GCM ficaram ainda mais evidentes quando González partiu para a liderança e ficou por lá até 11a volta, quando o acelerador apresentou problemas - até aquele momento, o argentino havia construído uma ótima diferença (em torno de 1 minuto) para Fangio. Mas o campeão de 1951 também sofreria problemas de motor duas voltas depois, deixando o caminho livre para Ascari. Apesar de Fangio ter pego o quarto Maserati, que estava sob o comando de Johnny Claes, e ter feito uma brilhante prova de recuperação, chegando a ocupar a terceira posição, ele sofreu um acidente na penúltima volta (35) que tirou dele a oportunidade de ficar com o terceiro posto.

O virtuosismo de Marimon se fez presente neste GP, com o promissor argentino chegando a ficar na terceira posição desde a 16a volta. Mas os problemas de motor dificultaram bastante a vide de Onofre que chegou perder a posição para a Ferrari de Luigi Villoresi. O abandono de Fangio permitiu que Onofre Marimon chegasse ao seu primeiro pódio, junto do vencedor Ascari e do segundo colocado Villoresi.

Hoje completa 67 anos da morte de Onofre Marimon. 

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Foto 1004: Allan Moffat & Jacky Ickx, Bathurst 1000 1977

 


Os Ford XC Falcon GS500 Hardtop da equipe Moffat Ford Dealers durante a Hardie-Ferodo 1000, ou a mais popularmente conhecido como Bathurst 1000, de 1977. No comando do Ford Falcon #1 estava Allan Moffat (dono da equipe e triplo vencedor da prova até aquele momento) e Jacky Ickx, enquanto que no segundo carro encontrava-se Colin Bond e Alan Hamilton. Ao fundo aparece o Holden LX Torana SS A9X Hatchback #6 da Craven Mild Racing conduzido por Allan Grice e Frank Gardner.

Essa prova contou com a participação de alguns pilotos com passagens na Fórmula-1, Mundial de Marcas e Indycar: além de Ickx, Larry Perkins competia com um Holden Torana; Derek Bell com um Alfa Romeo 2000; o veterano e tricampeão da Fórmula-1 Jack Brabham, que dividiu um Ford Falcon com seu filho Geoff Brabham; Vern Schuppan e Henri Pescarolo também pilotaram um Ford Falcon, mas por equipes distintas. Ainda teria nesta lista um outro piloto que faria parte da Fórmula-1 dentro de dez anos: Satoru Nakajima competiu com um Ford Capri MK I, tendo dividido o volante com Alan Cant. 

O outro par de astros veio da Indycar: Johnny Rutherford e Janet Guthrie dividiram o comando de um Holden Torana #17 da equipe de Ron Hodgson Motors. Essa experiência de Rutherford em Bathurst gerou uma pequena polêmica quando o americano, e já bicampeão da Indy 500, contestou que o carro dele e Janet era diferente em performance do que era usado por Bob Morris/ John Fitzpatrick - essa desconfiança partiu do momento que Rutherford/ Guthrie haviam conseguido o 26º tempo no grid, enquanto que Morris/ Fitzpatrick marcaram o 7º tempo. Apenas para sanar a dúvida, Morris foi mandado à pista com o Holden #17 para ser cinco segundos mais veloz que a marca alcançada por Rutherford na qualificação (o americano fizera 2'34''8). As voltas de Morris no #17 serviram apenas para mostrar que Johnny não estava familiarizado com o carro e a pista. O duo estadunidense abandonou a prova na 13ª volta após um acidente. 

A prova foi vencida por Moffat/ Ickx, com Bond/ Hamilton em segundo (Alan Hamilton substituiu o Gregg Hansford que havia sofrido um acidente de moto) e em terceiro o Holden Torana #15 de Peter Janson/ Larry Perkins. 

Essa conquista da dupla Moffat/ Ickx foi tomada pela polêmica, uma vez que no último turno dos pilotos Colin Bond foi impedido de atacar o carro #1 que estava sendo conduzido por Allan Moffat e que liderava a prova. Colin declarou alguns anos depois que se arrependeu de não ter ultrapassado o carro de Moffat, uma vez que o Falcon #1 estava com problemas de freios, mas acabou acatando a decisão da equipe em apenas comboiar o #1. Moffat chegou a oferecer o assento do carro #1 para que Bond conquistasse a corrida junto dele e Jacky, mas Colin recusou. 

Para o canadense Allan Moffat foi a quarta e última conquista na Bathurst 1000, já que ele havia vencido em 1970, 1971 e 1973 - Moffat foi o segundo forasteiro a conquistar a prova, já que o finlandês Rauno Aaltonen venceu em 1966 junto de Bob Holden com um Morris Cooper S - , enquanto que Jacky Ickx foi o primeiro piloto oriundo da Fórmula-1 a vencer a clássica prova australiana. 

Foto 1003: Roger Williamson, Monza 1973

 

(Foto: Motorsport Images)

Um final de semana perfeito para a nova promessa britânica. Roger Williamson recebendo a quadriculada no 15º GP Lotteria de Monza realizado em 29 de junho, décima etapa do Campeonato Europeu de Fórmula-2.

Após algumas dificuldades que ele tivera no início do campeonato com o seu GRD273 Cosworth - apesar de tudo, ainda conseguira dois pontos no GP de Pau - Roger passou a usar um March 732 BMW a partir da etapa de Rouen, onde não chegou a largar. 

Mas em Monza, onde se deu a etapa seguinte, Williamson mostrou suas qualidades ao dominar o final de semana: Roger marcou a pole, a melhor volta e venceu as duas baterias, com onze segundos de avanço sobre Patrick Depailler na primeira prova e depois com cinco segundos sobre o mesmo Depailler na segunda prova. Na soma final dos resultados, Williamson confirmou a sua primeira e única conquista no campeonato, seguido por Depailler e Jacques Coulon. 

Apesar de seu nome estar inscrito para a prova de Mantorp, na Suécia, ele não compareceu, pois estava na disputa do GP da Holanda onde, infelizmente, veio encontrar a morte após um acidente na 8ª volta. 

Hoje completa exatos 48 anos de sua morte.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Foto 1002 - Philippe Alliot, Hungaroring 1994

 


Duas cenas incomuns: a primeira é a raríssima chuva que se fez presente no primeiro treino em Hungaroring em 1994, que abria os trabalhos daquele GP da Hungria, então 10ª etapa do campeonato da Fórmula-1. A outra remonta a presença de Philippe Alliot no comando do Mclaren MP4/9 Peugeot durante um Grande Prêmio. Ele estava na função de piloto de testes da equipe inglesa naquele ano e a oportunidade surgiu quando Mika Hakkinen tomou um gancho de um GP, após ser considerado culpado no acidente que envolveu outros carros logo na largada do GP da Alemanha. 

A prova foi mais uma batalha de Michael Schumacher contra Damon Hill na disputa por aquele mundial, com o piloto alemão chegando a sua sétima conquista no ano e ampliando a sua diferença para Hill em 31 pontos (76x45). Essa diferença seria reduzida a 1 ponto nas três provas seguintes, com Schumacher sendo desqualificado em Spa e cumprindo o gancho de duas provas (Monza e Estoril) por conta da bandeira preta ignorada em Silverstone. O campeonato ganharia alguma emoção.

Apesar desta oportunidade única a bordo de um bom carro, Alliot não foi tão longe: fez o 14º tempo no grid e abandonou a prova na 21ª volta após um vazamento de água. Mas o francês estava satisfeito pela oportunidade que lhe foi concedida: “Em 1993, fiz o Paris-Dakar, as 24 horas de Le Mans e uma temporada de F1. Dirigir este McLaren-Peugeot é para mim foi uma conquista ”

Alliot ainda voltou a pilotar naquela temporada de 1994, mas desta vez pela Larousse na prova da Bélgica onde abandonou na volta 11 com problemas no motor Ford. 

Philippe Alliot completa 67 anos hoje.


sábado, 24 de julho de 2021

Foto 1000: Diego Montoya, 100 Milhas de Laguna Seca 1983

 


Lá pelo Saca-Rolha... Na foto, Diego Montoya com seu BMW M1 da equipe B de T Racing durante as 100 Milhas de Laguna Seca que era a sexta etapa do IMSA GTO de 1983. 

Além de Montoya, a foto apresenta Wayne Baker com o Porsche 934 #9 da Personalized Autohaus; o Datsun 280ZX Turbo #83 da equipe Electramotive que era conduzido por Don Devenport; e o BMW M1 #28 da Al Mardikian Engineering e pilotado por Bruno Beilcke.

Diego Montoya venceu na classe GTO após 49 voltas (fechando em quinto na geral), com Don Devenport em segundo e Roberto Pupo Moreno em terceiro com o Toyota Celica da All American Racers, ficando uma volta atrás dos vencedores. A vitória na geral e na classe GTP, ficou para Al Holbert com o March 83G Chevrolet da sua equipe Holbert Racing. 

Diego Montoya venceria mais uma prova naquela temporada em Lime Rock. O piloto colombiano ficou em sétimo na tabela de pontos da IMSA GTO com 105 pontos. O titulo da classe ficou para Wayne Baker que marcou 174 - ele competiu com três carros diferentes naquele ano: além do Porsche da Personalized Autohaus, ele correu com um Pontiac Firebird da Oftedhal Racing e com o Porsche Carrera RSR da Pegasus Racing. 

Diego Montoya continuou na IMSA de forma irregular até 1986. Ele é tio de Juan Pablo Montoya. 

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Foto 999: Jim Hall, Stardust GP 1967

 

(Foto: B D'Olivio)

Uma belíssima foto de Jim Hall com seu Chaparral 2G Chevrolet durante a Stardust GP, derradeira prova do campeonato da Can-Am de 1967. Ele largou em segundo, mas abandonou na 15ª volta com vazamento de água e óleo.

Este campeonato trazia para a Chaparral até uma boa perspectiva, visto que a estréia do novo motor Chevy 427 produzia entre 540 e 550cv, bem mais potente que o antigo Chevy 327 que chegava aos 420cv em média. Apesar da esperança de estar em evidência de disputar o título, o 2G não correspondeu a expectativa de seu criador Jim Hall: além de pesado - o que dificultava bastante o manejo -, o novo motor quebrou em onze oportunidades. Apesar destes problemas, Jim ainda conseguiu dois segundos lugares naquele ano nas provas de Laguna Seca e Riverside, fechando o campeonato na quinta posição com 15 pontos - o título ficou para Bruce Mclaren naquele ano com 30 pontos com seu Mclaren M6A Chevrolet.

Jim Hall, um dos grandes construtores da história do automobilismo norte-americano e mundial, chega aos 86 anos.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Foto 998: Stirling Moss & Jack Fairman, 1000km de Nurburgring 1959

 


Stirling Moss no comando do Aston Martin DBR1/300 que ele compartilhou com Jack Fairman durante os 1000km de Nurburgring de 1959, que era a terceira etapa do Mundial de Carros. 

Era a segunda prova da Aston Martin no campeonato, tendo competido nas 12 Horas de Sebring, mas abandonado por problemas no pistão e não comparecendo para a a Targa Florio. Isso significava que a equipe de David Brown partia zerada contra Ferrari e Porsche que haviam ganho as duas primeiras etapas. Nesta de Nurburgring a Aston Martin mandou apenas um DBR1/300 para Stirling Moss e Jack Fairman enfrentarem a trinca de 250TR 59 da Ferrari que inscreveu para Tony Brooks/ Jean Behra, Phil Hill/ Olivier Gendenbien e Dan Gurney/ Cliff Allison. 

Apesar da pole ter sido feita por Jean Behra, foi Moss quem pulou na frente na largada no estilo Le Mans. O inglês imprimiu forte ritmo que o fez abrir 11 segundos logo na primeira volta e isso foi aumentando de forma surpreendente a ponto de Stirling quebrar o recorde de volta da pista em uma série de voltas. Isso resultou numa diferença absurda de mais de seis minutos sobre a Ferrari de Dan Gurney na 17ª volta. Foi o momento que ele entregou o comando do Aston Martin #1 para Jack Fairman. 

Nem sempre um segundo piloto conseguirá emular o que foi feito pelo capitão de um carro de endurance. Ele manterá o ritmo ou, até mesmo por algum infortúnio, as coisas não sairão da melhor forma possível: Jack Fairman não repetiu a pilotagem impressionante de Moss, mas conseguia manter uma boa distância dos Ferrari até que ele acabasse rodando e caindo numa vala quando desviou de um carro bem mais lento. Isso lhe custou uns bons minutos entre conseguir sair do local e fazer o carro pegar e quando conseguiu retornar, ele já levava mais de 1 minuto de atraso. 

Fairman foi aos boxes e entregou para Moss que partiu para uma recuperação alucinante, agora numa pista molhada que tornava ainda mais perigoso o desafio no colossal Nordschleife. Stirling conseguiu a façanha de descontar o atraso de mais de 1 minuto e entregar o carro novamente para Jack com uma diferença de dois minutos sobre as Ferrari. Jack Fairman voltou ao volante, mas seu ritmo estava muito abaixo - ele estava com a confiança abalada após o incidente - e todo esforço de Moss para reconstruir a diferença caiu mais uma vez. Mas agora a equipe de David Brown foi mais ágil e mandou que ele entrasse e entregasse o carro para Stirling.

Moss precisou mais uma vez usar de seus dotes para recuperar a liderança sobre a Ferrari do duo Hill/ Gendebien: em quatro voltas, Moss havia alcançado Hill e ultrapassado para cinco voltas depois ele passar e garantir uma histórica vitória para a Aston Martin em Nurburgring - que foi a terceira consecutiva da marca no Nordschleife. 

Foi uma conquista importante para a Aston Martin que, juntando a desejável vitória em Le Mans (Roy Salvadori/ Carroll Shelby) e no Tourist Trophy em Goodwood (Carroll Shelby/ Jack Fairman/ Stirling Moss), garantiu a fabricante inglesa o título do Mundial de Marcas de 1959. 

terça-feira, 20 de julho de 2021

Foto 997: Bernd Schneider, Zakspeed 1989

 


O Zakspeed 891 Yamaha com Bernd Schneider ao volante na pista de Jacarepaguá em 1989, que abria a temporada daquele ano da Fórmula-1 com o GP do Brasil. 

Tanto 1988 quanto 1989, não foram os melhores anos da equipe de Erich Zakowski na categoria e Schneider, primeiramente ao lado de Piercarlo Ghinzani em 1988 e depois com Aguri Suzuki em 1989, passou maior parte do tempo tentando um lugar nas corridas ao batalharem fortemente desde as famosas pré-qualificações. Neste período, Bernd conseguiu qualificar-se para oito provas e terminando apenas duas: foi 12º na Alemanha e 13º na Bélgica, as duas em 1988. As outras seis provas que ele qualificou-se, mas não terminou, foi no México, França, Itália, Japão em 1988; Brasil e Japão em 1989. 

Numa entrevista para a Motor 24 em 2017, ele comenta sobre como era estar motivado com um carro de fundo de grid: "Não é muito fácil ganhar motivação, em especial em 1989, com o motor Yamaha que era um pesadelo. Sofri bastante ao longo da época toda. Mas tive a sorte de vencer as 24 horas de Spa-Francorchamps desse ano com um Ford Sierra Cosworth e isso deu-me motivação e mostrou-me que era um bom piloto e que tinha azar na F1. Quando se está num nível tão mau como eu estava com a Zakspeed, começa-se a duvidar das nossas capacidades e isso é mau. Temos sempre de ter confiança. A F1 chegou muito cedo para mim e foi muito difícil naquela altura. A equipa em que entrei estava em grandes dificuldades e foi muito complicado para mim. Mas não foi uma decisão minha… Tive a sorte de ter recebido a oferta e de ter participado na F1. Penso que tentei tirar sempre o máximo partido de todas as situações em que estive." O restante da entrevista pode ser conferida neste link. 

Schneider ainda retornou a Fórmula-1 em 1990 pela Arrows, onde conseguiu um 12º lugar na prova dos EUA e voltando apenas no Japão, onde não conseguiu qualificar-se. 

Mais tarde ele se dedicaria de forma integral ao endurance e ao DTM, onde viria a ganhar cinco títulos. 

Bernd Schneider, que tem seu nome em homenagem ao lendário piloto da Auto Union Bernd Rosemeyer, completa 57 anos hoje.

Foto 996: Giovanna Amati, Fórmula-3 Italiana 1984

 

(Foto: Daniele Valentini)

Giovanna Amati com o Ralt RT3 Lancia da equipe de Giorgio Pirola sendo seguida pelo Wainer WM-10 Alfa Romeo de Marino Mantovani da equipe de Wainer Racing, durante a etapa de Varano da Fórmula-3 Italiana de 1984. Ela não conseguiu qualificar-se.

Giovanna ficou por três temporadas na F3 Italiana, sendo duas completas (1985 e 1986) e conquistando os melhores resultados no Trofeo Monza, ao terminar em quinta, e ficando em quarta na etapa de Mugello tudo em 1985. Em 1986 ela voltou a ser quinta na etapa de Monza e mais tarde, novamente em Monza em rodada dupla, terminou em sétima e oitava. 

Nesta estadia no campeonato italiano, Giovanna Amati conquistou cinco pontos no campeonato de 1985 e dois pontos no campeonato de 1986. Ainda em 1986 ela participou da etapa da F3 em Mônaco, mas não conseguiu qualificar. 

Giovanna Amati completa 62 anos hoje

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Foto 995: GP da Grã Bretanha, Aintree 1955

 


Com o cancelamento do GP da França, que estava marcado para o dia 3 de julho, o GP da Grã-Bretanha foi automaticamente a sexta corrida daquele calendário de 1955 – os reflexos da tragédia em Le Mans ainda resultariam nos cancelamentos dos GPs da Alemanha (31 de julho), Suíça (21 de agosto) e Espanha (23 de outubro), fazendo com que o GP da Itália, marcado para 11 de setembro, fosse a derradeira da temporada depois que a nova data do GP francês, que fora marcada para 25 de setembro, acabou por ser anulada de vez.

Pela primeira vez após a criação do Campeonato Mundial de Pilotos, o GP da Grã-Bretanha tinha um novo local: Silverstone saía de cena para dar lugar a nova pista de Aintree, em Liverpool. Aintree era bem conhecida por abrigar a tradicional corrida de cavalos chamada de “Grand National”. Foi aproveitado parte do hipódromo (com o traçado ladeando o hipódromo, que ficou ao centro) e ampliado com uma nova seção  - chamada de “Circuit Club” – e a construção durou três meses e teve um custo de 100.000 libras e a  primeira corrida, realizada no sentido anti-horário, foi vencida por Stirling Moss em 1954 – e ainda teria o Daily Telegraph Trophy que também foi vencido por Moss. Para 1955 o GP britânico foi realizado no sentido horário. Um dos pontos que mais chamava atenção naquele novo circuito eram as modernas instalações assim como a grandiosa arquibancada, que dava uma ótima visão de quase todo circuito para os espectadores.

Os inscritos para o GP britânico

A Maserati teve um total de oito carros para essa edição, sendo quatro oficiais e outros quatro inscritos por particulares: os 250F oficiais foram pilotados por Jean Behra, Luigi Musso, Roberto Mieres e Andre Simon. Os 250F particulares foram os da Owen Racing Organisation, com Peter Collins ao volante; Gilby Engineering com Roy Salvadori; Stirling Moss Ldt com Lance Macklin; e a Gould’s Garage de Horace Gould. A Mercedes voltou a alinhar quatro carros: além da sua formação clássica com Juan Manuel Fangio, Stirling Moss e Karl Kling, a fábrica alemã recrutou o veterano Piero Taruffi para conduzir o quarto carro que seria de Hans Hermann que ainda estava se recuperando do acidente em Mônaco. Os boatos sobre uma possível saída dos alemães já começava a circular naquele período, mas ninguém da equipe confirmava – e nem desmentia. A Ferrari levou três modelos 625 – inicialmente eles levariam os 555, mas Mike Hawthorn, por experiência prévia naquele novo circuito, os aconselhou a levar os 625 por entender que teriam melhor desempenho – que ficaram para Hawthorn, Maurice Trintignant e Eugenio Castellotti. A Gordini continuou com seus T16 para Robert Manzon, Hermano da Silva Ramos e Mike Sparken, que substituía Jacques Pollet que teve desentendimentos com Amedeé Gordini.

A equipe de Tony Vandervel, a Vandervel Productions, levou dois VW55 para Ken Wharton e Harry Schell; a Connaught teve quatro carros (Connaught B) para este GP, sendo dois oficiais e dois particulares: os oficiais ficaram para Ken McAlpine e Jack Fairman; a Walker Racing teve um para  Tony Rolt e Peter Walker (eles dividiram o volante durante a prova); e Leslile Marr inscreveu um por conta própria. A Cooper teve um carro na pista que ficou aos cuidados do estreante Jack Brabham: o T40 usava uma carroceria com rodas cobertas inspirada no W196 “Monza” da Mercedes.

Moss marca sua primeira pole

O conhecimento prévio daquele novo circuito facilitou um pouco as coisas para que Stirling Moss chegasse a sua primeira pole na carreira ao fazer a marca de 2’00’’4, sendo dois décimos mais veloz que Juan Manuel Fangio e um segundo melhor que Jean Behra, que conseguira se meter entre as Mercedes para a surpresa de muitos. A segunda fila ficou para as outras duas Mercedes de Karl Kling e Piero Taruffi.

Roberto Mieres, Harry Schell, André Simon, Luigi Musso e Eugenio Castellotti – que foi o melhor Ferrari na classificação – completaram os dez primeiros de um total de 25 carros que largaram naquele GP. Jack Brabham foi o 25º e último do grid conseguindo um tempo 27 segundos pior que o de Moss e 13 segundos pior que o 24º colocado que era Peter Collins com Maserati.

A cronometragem foi feita a partir das aparelhagens usadas nas provas de turfe.

Festa britânica para Moss

O belo dia de sol naquele novo circuito foi um ótimo convite para que as pessoas se deslocassem até Aintree para conferirem o primeiro GP britânico fora dos domínios de Silverstone desde 1948 e melhor: com a possibilidade de verem um britânico com reais chances de vencer.

Quando a largada foi dada o valente Jean Behra nada pode fazer contra as Mercedes e rapidamente foi deixado para trás, com Fangio assumindo a liderança com Moss em segundo, Kling em terceiro e Taruffi em quarto. A esquadra da Mercedes já ensaiava o passeio pelo hipódromo desde já. Behra se recuperaria muito para conseguir ultrapassar Kling e Taruffi e assumir o terceiro posto, mas sem chances de conseguir alcançar Fangio e Moss.

A corrida passou a ser um desafio particular entre Fangio e Moss a partir da terceira volta, quando o jovem inglês superou o argentino na disputa pela liderança. Neste momento, os dois já estavam com boa vantagem sobre Behra, que conseguia um bom ritmo sobre as duas Mercedes que vinham em seguida. Mieres subia para a quinta colocação após ultrapassar Taruffi que ainda procurava ritmo no seu novo carro.

Enquanto que Moss seguia bem na liderança, agora abrindo um segundo e meio de vantagem para Fangio, Behra ficava pelo caminho na 9ª volta com vazamento de óleo em sua Maserati.

Um dos grandes destaques da corrida foi Harry Schell: o americano, que largara em sétimo e fizera umamá largada, começava a recupera-se em meio ao pelotão ao superar Trintignant, Collins e Hawthorn , mas abandonaria na volta 22 com o acelerador do seu Vanwall quebrado – ele voltaria voltas mais tarde quando assumiu o Vanwall de Ken Wharton após este ter abandonado na volta 50 com um vazamento de óleo. O carro foi consertado e Schell assumiu o volante para terminar em nono, aproveitando-se do grande número de abandonos (um total de 16 abandonos).

Se os demais tinham seus problemas, Moss e Fangio continuam inabaláveis na dianteira da corrida. Fangio retomou a liderança na 17ª volta e se manteve lá até a 25ª quando  Stirling voltou ao comando da corrida e agora de forma definitiva, aumentando gradativamente a diferença para Fangio que chegou até os nove segundos. Um pouco mais atrás, o único empecilho que estragava a formação 1-2-3-4 da Mercedes era a Maserati de Luigi Musso que aparecia em quarto e com boa vantagem sobre o Mercedes de Taruffi, mas o Maserati começou a perder rendimento e isso facilitou as coisas para que Piero pudesse subir para o quarto lugar. Outro que enfrentava problemas era Mike Hawthorn, que estava com insolação e isso o levou a entregar o carro a Castellotti que havia abandonado na 16ª volta com problemas de câmbio. A dupla Ferrarista ficou na sexta colocação, nesta que foi a primeira vez desde o GP da Suíça que a Ferrari ficava fora da zona de pontuação – naquela ocasião, os três Ferrari de Raymond Sommer, Luigi Villoresi e Alberto Ascari abandonaram.

Orquestrado por Alfred Neubauer, que pedira para que Moss e Fangio mantivessem suas posições, a Mercedes cravou um fabuloso 1-2-3-4 naquele GP que viu Stirling Moss vencer pela primeira vez na Fórmula-1 e, automaticamente, tornar-se o primeiro britânico a vencer um GP da Grã-Bretanha no Campeonato Mundial de Pilotos. Após a avassaladora Mercedes, aparecia a Maserati de Luigi Musso na quinta posição com uma volta de atraso. Para muitos, a vitória foi dada de bandeja para o inglês, uma vez que muitos acreditavam que Fangio era muito mais veloz. Apesar dos questionamentos, Fangio nunca admitiu tal situação, sempre exaltando o grande trabalho de Moss naquele ensolarado 16 de Julho em Aintree.

Quando saíram os cancelamentos dos GPs da Alemanha, o da França (que havia sido remarcada para setembro) e da Espanha, isso significava que o último GP da temporada seria na Itália. Dessa forma, com 11 pontos de vantagem sobre Moss, Fangio acabou garantindo o seu terceiro título mundial.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Foto 994: Prince Bira, Coupe du Prince Rainier 1936

 

(Foto: Alamy Stock)

Um Príncipe no Principado... O tailandês Birabongse Bhanutej Bhanubandh, popularmente conhecido como Príncipe Bira, com o seu ERA durante o I Coupe Prince Rainier, que foi realizado como evento suporte do Grande Prêmio de Mônaco de 1936. 

O evento foi criado através do enorme sucesso que o GP de Mônaco havia atingido e entrava a partir daquele ano como prova suporte da corrida principal, tendo 50 voltas no seu total - o que era a metade da distância do GP. A prova foi realizada em 11 de abril, num sábado.

Por muito pouco Bira não participou desta corrida, já que ele tivera um acidente durante uma prova em Donington Park uma semana antes que quase lhe custou um dos olhos: uma pedra acabou acertando o seu óculos e os estilhaços do vidro acabou entrando em um dos olhos. Mesmo com o tratamento feito com colirios - após a remoção dos pequenos pedaços de vidro -, ele deveria ficar de fora de qualquer evento pelas próximas semanas, mas ele acabou se tratando com um oftalmologista renomado em Londres e assim ele pôde diminuir drasticamente o tempo de recuperação e podendo, assim, participar desta prova em Monte Carlo.

A corrida foi de domínio quase que absoluto de Omobono Tenni, com Bira o seguindo de longe por mais de trinta voltas. Porém, um acidente na terceira volta quase atrapalhou o andamento do piloto tailandês: segundos os relatos da época, quando corria a terceira volta já próximo ao Casino, Goffredo Zehender (Maserati) ou Luigi Villoresi (Maserati), Ettore Bianco (Maserati) e Patrick Fairfield (ERA) teriam se envolvido num incidente e praticamente obstruído a passagem, deixando apenas um pequeno espaço na calçada onde Bira e outros pilotos conseguiram passar.  

Bira herdou a segunda posição quando Villoresi, que havia se recuperado do incidente, precisou ir aos boxes para resolver problemas com as velas em seu Maserati e assim perdeu quatro voltas. Apesar da grande distância que o separava de Tenni, que levava quase quarenta segundos de vantagem, essa distância foi caindo aos poucos, mas foi na volta 34 que as coisas mudaram: Tenni recebeu instruções para que pudesse aumentar a velocidade, visto que Bira estava se aproximando e nesta ânsia ele acabou rodando na curva do Gasometro e batendo nos sacos de areia. Foi o fim da ótima corrida de Omobono Tenni e a passagem de Bira para a liderança, que ele aguentaria até o final para vencer a primeira edição da "Coupe Prince Rainier". Marcel Lehoux (ERA) e Nicholas Embiricos (ERA) completaram o pódio.

Bira completaria 107 anos hoje.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Foto 993: Chico Landi, Daily Mail Trophy 1952

 

(Foto: Alamy Stock)

Muita, muita água... Chico Landi com o Ferrari 375 durante o II Daily Mail Trophy realizado em Boreham, no ano de 1952.

Essa prova foi realizada em 2 de agosto, um dia antes da realização do GP da Alemanha que era a sexta etapa do Mundial de Fórmula-1. O circuito de Boreham era uma antiga base área - assim como Silverstone e outras que tornaram-se pistas de corrida pela Inglaterra - e tinha 4.8 km. A prova teve um total de 67 voltas. 

Este evento foi dominado pela Ferrari de Luigi Villoresi, mas isso não privou que outros pilotos mostrassem a sua finesse. Mike Hawthorn e Chico Landi foram estes pilotos que estiveram numa tarde inspirada em Boreham, brilhando tanto na pista molhada quanto na seca. 

Villoresi marcou a pole e sustentou a liderança desde a largada - que foi feita sob chuva - e a principio o seu principal opositor parecia ser Jose Froilan Gonzalez, que estava a serviço da BRM nesta corrida. Mas o argentino largou mal e caiu para quarto e na tentativa de voltar ao segundo lugar acabou batendo num poste na terceira volta, pouco tempo depois de ultrapassar Landi na disputa pelo terceiro lugar e quando tentava alcançar Louis Rosier que ia em segundo. 

Enquanto que Villoresi continuava intocável na liderança, Rosier e Landi travavam boa disputa pelo segundo lugar e isso durou até o momento que Louis achou alguma aderência na pista molhada e começou a se afastar de Chico. Foi neste momento que o talento de Mike Hawthorn começou  a aparecer: na quarta colocação, o inglês passou a imprimir bom ritmo e em poucas voltas já estava no encalço de Landi e Rosier, ultrapassando-os nas voltas seguintes. 

O melhor rendimento de Hawthorn na pista molhada dava nas vistas e ele já estava alcançando Villoresi, que não tinha mais o mesmo rendimento de outras voltas - e isso ficou claro quando perdeu a liderança para Mike na volta 42 e já estava perdendo terreno para Rosier e Landi. 

Apesar da grande exibição, a chuva parou e a pista começou a secar rapidamente e isso passou ajudar Luigi Villoresi que recuperou a liderança na volta 53. Mike não pode se defender do maior poderio das Ferrari 375 ficando a merce de Rosier e Landi, que continuavam a batalhar intensamente - mas o francês teve problemas na ingnição e caiu para quinto.

Chico Landi livrou-se de Rosier, ultrapassou Hawthorn e foi a busca de Villoresi nas últimas sete voltas, tornando-se o piloto mais veloz do momento. Porém ele não teria tempo para descontar os dez segundos que separavam ele de Luigi, com a vitória ficando para o italiano - mas Landi teve um problema na parada de box, onde um dos pneus ficou solto na pista de rolamento e atrasando o trabalho. Muitos acreditam que, se caso não tivesse esse problema, Chico teria ótima chance de conquistar o Daily Mail Trophy. Mike Hawthorn ainda teria a sua recompensa ao terminar em terceiro. 

Chico Landi completaria 114 anos hoje.

 

terça-feira, 13 de julho de 2021

Foto 992: Sam Hanks, Indy 500 1957

 

(Foto: IMS Museum)

A premiação pela persistência... Sam Hanks recebendo o jornal com a manchete que destacava a sua vitória nas 500 Milhas de Indianápolis de 1957. 

Sam estreou no sagrado Brickyard em 1940 largando em 14º e terminando em 13º. Ele voltaria a terminar uma Indy 500 apenas em 1952 quando ficou em terceiro, posição que repetiu no ano seguinte quando compartilhou o Kurtis Kraft 4000 com Duane Carter por conta do forte calor - e nesta edição de 1953 Sam Hanks lideraria pela primeira vez a prova, ficando na primeira posição por três voltas (51-53). Ele voltou a completar novamente a prova em 1956 quando terminou em segundo, após escalar o pelotão por conta dos problemas que iam a sua frente. 

Foi em 1957 que ele, enfim, pode ir a desforra quando esteve em posse do novo Salih que tinha o motor posicionado do lado esquerdo, o que baixava o centro de gravidade e para facilitar no curvar dos ovais. Apesar de ter liderado boa parte das voltas - um total de 136 - Sam esteve sempre em grande disputa com Jim Rathman na parte final da prova, mas conseguindo abrir uma boa diferença para chegar a sua primeira e única vitória na Indy 500. 

Um fato curioso é que o carro usado por Sam nesta conquista de 1957, foi usado por Jimmy Bryan na edição de 1958 onde Jimmy acabaria por vencer.

Sam Hanks encerrou a sua carreira ao final de 1957, quando estava competindo na USAC Stock Car - que era rival da NASCAR. 

Sam Hanks completaria 107 anos hoje.

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...