Mostrando postagens com marcador Maserati. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Maserati. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Vídeo: GP da Itália, 1933

Algumas imagens das duas corridas realizadas em Monza, em 10 de setembro de 1933. Primeiramente o GP da Itália, que estava em sua 11ª edição, e que foi vencido por Luigi Fagioli a bordo da Alfa Romeo Type B após um longo duelo contra a Maserati 8CM de Tazio Nuvolari.
A segunda corrida do domingo, intitulada de GP de Monza, teve três baterias de 14 voltas cada e uma final com o mesmo número de voltas. A primeira bateria foi vencida por Stanislav Czaykowisk (Bugatti T54); a segunda bateria foi marcada pelos acidentes fatais de Giuseppe Campari e Baconin Borzacchini após derraparem numa mancha de óleo que foi mal sinalizada - e limpa - na curva Parabolica, quando estavam perto de completar a primeira volta. A vitória nessa bateria ficou com Renato Balestrero (Alfa Romeo Monza); a terceira bateria foi vencida por Marcel Lehoux (Bugatti T51).
A prova final, que reuniu onze pilotos, acabou por ser vencida por Marcel Lehoux. Mas na oitava volta, Stanislav Czaykowisk, que vencera a primeira bateria, teve o mesmo destino de Campari e Borzacchini ao rodar e capotar na Parabolica. O Bugatti do conde polonês acabou por incendiar-se, matando-o instantaneamente.  

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Foto 258: Maranello






A linha de produção da Ferrari nos anos 50, precisamente em 1956. Nas fotos o Lancia-Ferrari D50 sendo preparado para o GP de Mônaco, prova que foi vencida por Stirling Moss com a grande rival da Ferrari na ocasião, a Maserati 250F.
O Lancia D50 teve a sua estréia no GP da Espanha de 1954, disputado em Pedralbes. Dois D50 foram destinados a Alberto Ascari e Luigi Villoresi e nos treinos os dois carros se mostraram competitivos, com Ascari marcando a pole e Villoresi a quinta colocação. Alberto era líder a corrida, mas um problema na embreagem na décima volta o alijou da corrida. Luigi já havia abandonado a competição na segunda volta com problemas nos freios.
Devido os problemas financeiros que a Lancia apresentava em 1955, a família Lancia se retirou das competições ao vender parte das ações que eles ainda tinham na fábrica e os D50 foram dados para a Ferrari, que passou a desenvolver o carro em 1955. Em 1956 o Lancia D50 passou a chamar-se Ferrari D50 com o qual Fangio ganhou o seu quarto título mundial.
O Lancia-Ferrari D50 foi projetado por Vittorio Jano, o mesmo que projetou as já lendárias Alfa Romeo P2 e P3 entre os anos 20 e 30.
 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Foto 229: Caminho Alternativo

(Foto: Sebring International Raceway/ Facebook)
Talvez a dupla da Ferrari 250 Testa Rossa #16, Olivier Gendebien/ William Greenspun, estivesse com um pouco de pressa quando um dos dois tentou ultrapassar por um local não recomendável o Jaguar D-Type #10 da dupla Pierce Woods/ Bobby Unser durante as 12 Horas de Sebring de 1957.
A dupla do Jaguar acabou por abandonar a prova na volta 33 com problemas no eixo traseiro, talvez por causa do acidente. Já a dupla da Ferrari, encerrou a sua participação na volta 111 por problemas de motor.
A vitória ficou com a Maserati 450S #19 de Jean Behra e Juan Manuel Fangio.

Foto 228: Brasil

A primeira fila para a largada do GP da Itália de 1953: Alberto Ascari na Ferrari 500 #4 largando da pole; Juan Manuel Fangio com a Maserati A6GCM-53 #60 em segundo e Giuseppe Farina com a outra Ferrari 500 #6 na terceira posição.
Na 21ª posição a presença brasileira nessa prova: Chico Landi, ao volante de uma Maserati A6GCM, marcara o tempo de 2'12''800 largando na frente de gente boa como Príncipe Bira, Louis Chiron e Hans Stuck Sr. (estes dois últimos pilotando carros construídos por eles mesmos). Era a quinta prova de Landi - as outras quatros tinham sido em Monza 1951; Zandvoort e Monza 1952 e Bremgarten 1953. Na pista italiana, ele conseguira um oitavo lugar em 1952, até então o seu melhor resultado na categoria. Naquela edição de 1953 Chico acabou por abandonar com problemas no motor, numa prova que foi vencida por Fangio, seguido por Farina e Luigi Villoresi.
A última participação de Chico Landi na F1 remonta a 1956, quando disputou o GP da Argentina com uma Maserari 250F e chegou em quarto.
Na foto, do lado esquerdo, a bandeira brasileira logo após a dos EUA.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Foto 105: Giorgio Scarlatti, Pescara 1957

Giorgio Scarlatti, com uma Maserati 250F: terminou em 6º

Dos 16 carros que largaram para a prova de Pescara, disputada em 1957, dez eram de Maseratis 250F. Mas apesar do contingente alto que a marca teve neste GP,  aprova foi vencida por um carro inglês: Stirling Moss levou o Vanwall à vitória após duelar com Fangio pelas 18 voltas no mais longo circuito da história da F1, com os seus 25.679 Km. Harry Schell, também com Maserati, foi o terceiro.

Giorgio Scarlatti por muito pouco não terminou nos pontos, perdendo o quinto lugar para Stewart Lewis-Evans. O seu único ponto na categoria viria semanas depois, quando terminou em quinto no GP da Itália ao dividir o comando do Maserati com Harry Schell. 

Pelo baixo custo - em termos de compra, locação e manutenção - o 250F foi o carro mais requisitado da última metade do anos 50 até o início dos 60.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Foto 79: Escarlate

As belas Maseratis 250F em ação no GP de Mônaco de 1957. Fangio, #32, venceria a prova seguido por Tony Brooks (Vanwall) e Masten Gregory (Maserati). Harry Schell, #34, que vai à frente do argentino nesta foto, abandonou por problemas de pressão de óleo.

domingo, 1 de abril de 2012

Foto 73: Irmandade italiana

A equipe Quadrifoglio: Giuseppe Campari, Enzo Ferrari (chefe da Scuderia Ferrari, que era a equipe oficial da Alfa Romeo), Tazio Nuvolari e Baconin Borzacchini horas antes do GP da Itália, disputado em 7 de setembro de 1930.
Borzacchini foi o melhor dos Alfas, ao terminar em terceiro. Os outros dois abandonaram a corrida por problemas de pneus, mas Nuvolari deixou a sua marca ao fazer a melhor volta. A prova foi vencida por Achille Varzi, que foi seguido por Ernesto Maserati fazendo, assim, a dobradinha da Maserati.
Campari e Borzacchini perderiam a vida em Monza, três anos mais tarde, num acidente que envolveu ambos. Junto deles faleceu, também, o Conde polonês Stanislav Czaikowisk, que bateu no mesmo local que tirara a vida dos dois pilotos italianos minutos antes.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Vídeo: Indy 500, 1946

Correndo com máquinas antigas as 500 Milhas de Indianápolis de 1946 - a primeira após o término da 2ª Guerra Mundial - teve a sua realização em 30 de maio. Os treinos forma dominados por Ralph Hepburn, que fez a pole ao alcançar a marca de 217Km/h a bordo de um Novi Governor. Luigi Villoresi foi um dos pilotos da época dos Grand Prix a participar desta prova e ele conseguiu um bom resultado na sua primeira corrida em Indianápolis: largou em 28º e terminou em 7º pilotando um Maserati. Outro piloto renomado que deveria ter corrido as 500 Milhas, era Rudolf Caracciola. Inicialmente ele pilotaria uma das Mercedes W165, mas estes foram retidos na Suíça onde estavam desde o início da Guerra. Ele qualificou-se num Thorne Special com a média de 191Km/h, mas um pássaro bateu em sua cabeça sofrendo forte concussão. Caracciola escapou por estar usando capacete, que ele mesmo relutou a usar antes de entrar no carro. A vitória da Indy 500 ficou com George Robson (Thorne Engineering) que completou as 200 voltas no tempo de 4h21min16s70 sendo que o foi o piloto que mais liderou, num total de 138 voltas.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Foto 63: O início do massacre

Fangio e Karl Kling alinhados com suas novissímas Mercedes W196 na primeira fila, junto de Alberto Ascari com a sua Maserati 250F no GP da França de 1954, disputado em Reims.
O piloto italiano abandonou na primeira volta por problemas de motor. Fangio e Kling fizeram a dobradinha da Mercedes, colocando uma volta de vantagem sobre francês Robert Manzon que terminou em terceiro

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Os Grandes Prêmios da Venezuela

O sucesso alcançado por pilotos sul-americanos nos anos 50 ajudou e muito a difundir a modalidade. A Argentina, por ter os melhores pilotos correndo na F1 e no Mundial de Marcas, foi por toda aquela década o país que mais recebeu provas: com a fama alcançada por Fangio e Froilan Gonzalez permitiu que a terra do tango recebesse a F1 pela primeira vez por aqui e ainda tinha a sua prova anual, denominada “Copa Perón” sempre realizada no início de cada ano reunindo grandes ases da Europa para enfrentar os pilotos locais. Por sua vez, o Brasil também teve a sua grande corrida: disputada nas ruas do Rio de Janeiro, onde está encravada a favela da Rocinha, o circuito da Gávea, ou o “Trampolim do Diabo”, também recebeu os grandes mestres das pistas européias nos 40 enquanto a guerra arrasava todo aquele território. Foi uma boa época, pois provas realizadas por aqui forçavam naturalmente que os pilotos locais se aplicassem mais e ficassem um tanto mais profissionais. Isso também servia para os organizadores para que fizessem eventos cada vez melhores. Para as fábricas estrangeiras também era um bom negócio: além de mostrar os seus bólidos para o público, ainda faziam um bom dinheiro com a venda dos carros de competição. Para um país sem qualquer tradição automobilística, mas que tinha algum interesse pelo esporte, uma prova desse naipe poderia ajudar a alavancar a paixão do público. Pensando nesta forma, a Venezuela realizou quatro edições do seu GP na década de 50. O TACV (Turismo e Automóvel Clube da Venezuela) ficou responsável pela organização destas corridas, que foram realizadas entre 55 e 59.

O primeiro GP, 1955

O TACV tratou de convidar os melhores teams do Mundial de Marcas e entre eles, a Mercedes, que estava para se despedir das competições. Mas de última hora a fábrica alemã refugou da sua participação após a vitória no Tourist Trophy, onde fizeram 1-2-3 no resultado final. A corrida da Venezuela seria a da sua despedida e com essa vitória no Tourist Trophy e mais a conquista da Targa Florio que a coroou com o título no Mundial de Marcas, a equipe repensou a sua participação visto que poderiam se despedir com uma derrota. Com essa desistência, Fangio, que correria pela Mercedes, ficou a pé, mas não por muito tempo: a Maserati, equipe que defendeu em 54 e que defenderia em 57, convidou-o para correr e assim o grande campeão estava garantido para o I Gran Premio de Venezuela.
A lista de inscritos chegou a 25 participantes, divididos em duas turmas: Categoria A para carros entre 2000cc e 4400cc e Categoria B para carros entre 1500cc e 2000cc. Chico Landi e Nano da Silva Ramos eram os dois únicos brasileiros nesta prova inaugural:


A pista a ser usada nesta corrida foi montada nas ruas de Caracas, numa praça de desfiles militares denominada “Los Próceres”. Com duas longas retas interligadas por curvas de 90° graus, chicanes e um curvão na parte sul, a pista tinha um perímetro de 4.040 metros de alta velocidade. Isso significava que as frenagens seriam brutais e, contando com um calor excessivo que fazia na época da prova, os freios, embreagens e câmbio sofreriam muito.
Durante as classificações, Eugenio Castellotti foi o que mais sofreu com problemas, talvez decorrente ao forte calor: primeiramente o motor de sua Ferrari teve um principio de incêndio, que foi logo sanado pela equipe. Quando conseguiu ir à pista, teve os freios travados quando estava a contornar uma curva indo batê-la, mas sem conseqüências. Sem carro para treinar, o Team John Von Neumann, onde correu Phil Hill, lhe emprestou um Ferrari. Com este carro, Castellotti chegou a melhor marca (1’50’’1) que o colocaria na pole-position. Mas como havia feito o tempo com um carro de outra equipe, acabou tendo o seu tempo cancelado jogando-o para a segunda fila, onde largou em quinto (as filas eram de três em três). A pole ficou para o outro piloto italiano, Luiggi Musso, que marcara 1’51’’4. Fangio ficou em segundo e De Portago, com uma Ferrari particular, fechou em terceiro.

O dia da largada, assim como os dias anteriores, era de muito sol e largada foi dada às 11 horas da manhã. Castellotti, que fizera uma ótima largada, parecia ter dado um fim no seu azar, mas o seu Ferrari não agüentou e quebrou a embreagem antes de completar a primeira volta. Ele ainda voltou para prova, agora dividindo o Ferrari #8 do Grupo B com Harry Schell, que acabou por vencer naquela categoria. Umberto Maglioli, que havia feito uma largada magistral ao sair de sétimo para segundo, era o novo líder. Mas isso não durou por muito, já que Umberto errou marcha e permitiu a passagem de Fangio, seguido por Musso. Maglioli ficou na corrida até a volta 26, quando abandonou com problemas de motor.
Enquanto Fangio e Musso duelavam pela primeira posição, o calor vitimava mais pilotos que abandonavam, em sua maioria, com problemas de embreagem e superaquecimento. As três primeiras posições ainda estavam inalteradas quando Fangio abriu a volta 76, seguido de muito perto pelo seu companheiro de Maserati, Luiggi Musso. Faltando nove voltas para o fim, a dobradinha já era quase garantida naquela altura, mas a caixa de câmbio do carro de Musso quebrou forçando o piloto italiano abandonar a corrida. De Portago com a sua Ferrari particular assumiu o segundo posto, mas com 30 segundos de desvantagem para Fangio, pouco podia fazer e assim o piloto argentino venceu a prova. O melhor piloto venezuelano foi Ramon López, que levou a Ferrari da equipe Madunina à 10ª colocação na geral e quinto no Grupo B.
 A primeira fila: De Portago, Fangio e Musso prontos para duelarem
 Musso perseguiu Fangio por toda a corrida, mas um problema no câmbio tirou o piloto italiano da parada
 A pista de Los Próceres era bastante rápida, mas igualmente cruel com freios e transmissão
Castelloti ainda regressou para a corrida e venceu na classe B, dividindo a Ferrari 500 Mundial com Harry Schell

Na segunda prova, realizada em 4 de novembro de 1956, o duelo entre Fangio (Ferrari) e Stirling Moss (Maserati) foi o ponto alto da corrida. A batalha entre eles começou nos treinos, após o argentino ter superado Moss na briga pela pole por dois décimos marcando 1’46’’8. Na corrida, De Portago, que largou em terceiro, ainda acompanhou-os até a sétima volta quando assumiu momentaneamente a liderança de Stirling. Os dois rivais, Moss e Fangio, superaram o espanhol e desapareceram na frente. Stirling liderou por toda a prova, mas sempre com Fangio em seu encalço. Na volta 65 começou a chover e o argentino passou a ter problemas de instabilidade em sua Ferrari, o que permitiu Moss abrir mais de um minuto de vantagem. Ao cessar da chuva na volta 80, a pista começou a secar e Fangio passou a andar rápido e cravar melhores voltas. Mas foi insuficiente para alcançar Moss que venceu o segundo GP da Venezuela. Foi a última prova de Juan Manuel Fangio à serviço da Ferrari. Em 57 ele pilotaria pela Maserati, onde acabou por conquistar o seu quinto título.
Ainda teve outros dois GPs venezuelanos: em 57, contando pontos para o Mundial de Marcas, a vitória foi de Phil Hill/ Peter Collins correndo pela Ferrari. A breve história desta corrida foi contada aqui no blog em novembro passado. E o outro GP, o de 1958, foi vencido por Jean Behra com uma Ferrari. Ou seja, o domínio nestes quatro GPs foi totalmente de carros italianos.
 As estrelas da segunda edição do GP venezuelano: Fangio, De Portago, Harry Schell, Nano Da Silva Ramos, Portirio Rubirosa, Jo Bonnier e o futuro vencedor Stirling Moss
 O intenso duelo: Moss, De Portago e Fangio brigando pela primeira posição nas primeiras voltas
Moss venceu com uma diferença de 20 segundos para Fangio, que descontara uma desvantagem monstruosa de 1 minuto que crescera na metade da corrida por causa da chuva.


Fonte:
http://www.jmfangio.org/gp1956venezuela.htm




sábado, 12 de novembro de 2011

Grande Prêmio da Venezuela, 1957

A internet nos reserva algumas surpresas. É engraçado que quando você está a procurar algo para fazer um post, ou seja lá o que for, acaba se deparando com um “achado”. Coloquei entre aspas mesmo, pois o Flavio Gomes, no seu blog, publicou uma foto - enviada pelo genial Humberto Corradino início do ano passado de uma prova de carros Sport disputada nas ruas de Caracas. Pois bem, nessa incursão que fiz ontem achei várias fotos dessa prova disputada nos dias 1, 2 e 3 de novembro de 1957 onde os melhores pilotos da F1 e do Mundial de carros Sport estiveram presentes: Phill Hill, Peter Collins, Mike Hawthorn, Oliver Gendenbien, Luiggi Musso, Wolfgang Von Trips, Maurice Trintignant, Jean Behra, Masten Gregory, Jo Bonnier, Stirling Moss e Tony Brooks.
A prova foi realizada num percurso de 9,933 metros montado nas ruas de Caracas. 37 carros – divididos em duplas - foram inscritos por 20 equipes (a Scuderia Madunina Venezuela inscreveu oito). Após os treinos, 32 carros, divididos em três grupos (acima de 2.000cc, até 2.000cc e até 1.500cc) partiram para a prova. Após um breve duelo entre os Ferraris e Maseratis de fábrica, a vitória ficou com a Scuderia Ferrari que dominou amplamente aquela corrida: Collins/Hill ficaram com a vitória, seguidos pelos seus companheiros Hawthorn/Musso, Von Trips/Seidl e Trintignant/Gendenbien. Os Maseratis, que haviam dominado os treinos com a pole de Moss/Brooks e com a segunda posição de Behra/Schell, tiveram um triste fim: todos os carros oficiais abandonaram a prova por causa de acidentes. O mais grave foi onde envolveram indiretamente dois Maseratis: Bonnier bateu em um poste de luz na 54ª volta e na passagem seguinte, próximo ao acidente anterior, Schell espatifou a outra Maserati contra um muro vindo a se incendiar metros depois. Bonnier e Schell saíram com alguns ferimentos, mas nada de grave. Para a Maserati foi uma triste despedida, uma vez que a equipe oficial estava abandonando as competições. 

Vários carros estiveram presentes nesta corrida em Caracas: na primeira foto o A.C Bristol #50 de Angel Dávilla/Juan Uribe (Colômbia Racing), vai à frente do Porsche 550RS #68 de Ed Crawford/Ed Hugus. O Porsche terminou na sétima posição, 11 voltas trás dos vencedores. O A.C Bristol terminou em 17º. Na segunda, um dos dois únicos OSCA da corrida: o de número 62 que aparece na foto, pilotado por Isabelle Haskell/Alejandro De Tomaso (Automobili OSCA), abandonaram na 14ª volta. O outro OSCA #76 (Monte Carlo Sport) da dupla Umberto Masetti/André Testut, completaram a corrida na 11ª posição.


A esquadra de Maranello: a primeira foto com as Ferraris perfiladas; na segunda imagem, Collins, Hawthorn e Gendebien já a postos em seus carros; na última foto, Hill e Collins celebram a vitória no GP da Venezuela.

O início do desaire da Maserati em Caracas: Masten Gregory bate e capota logo na primeira volta. Apesar da cena, Masten saiu ileso.

Os últimos Maseratis: Schell (com o carro em chamas) e Bonnier (batido no poste) eram os últimos Maseratis na prova.

OBS: Pelo pouco de informações que pude recolher sobre essa corrida na Venezuela, a verdade é que esta foi a terceira que foi realizada por lá. Outras duas edições foram realizadas no mesmo traçado em 1955 e 56, porém não consegui descobrir quem foram os vencedores. Esta corrida de 1957, por ter sido feita sob a chancela da FIA e contando pontos para o Mundial de Carros Sport, acabou por ser oficial e por isso recebeu o nome de I Gran Premio de Venezuela. Até onde pude apurar, outra edição, a 4ª, foi realizada em 1958 com a vitória ficando para Jean Behra pilotando uma Ferrari. O espaço fica aberto para quem souber de mais informações sobre essa(s) corrida(s) e também corrigir alguma informação. 

ADENDO: Com ajuda da Serena, venezuelana de coração brasileiro, deixo aqui um breve resultado dos GPs da Venezuela anteriores ao de 1957: em 1955 Eugenio Castelloti marcou a pole e Fangio foi o vencedor; em 1956 Fangio foi o pole (marcou também a melhor volta) e Stirling Moss venceu.

FOTOS: http://1viejasfotosactuales.multiply.com/journal/item/596

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Perfeita Simbiose

No próximo domingo, em Suzuka, Sebastian Vettel estará perto de conseguir o seu segundo título mundial a bordo de uma máquina espetacular: o RB-07. E assim como ele, outros pilotos no passado também usufruíram de carros magníficos e se não ganharam o mundial no mesmo ano, levaram a taça no campeonato seguinte. E aí fica uma lista deles:

Giuseppe Farina, Alfa Romeo 158 (1950) – Após uma hibernação de quase 6 anos numa fábrica de queijos, esta jóia do trevo de quatro folhas voltou ao cenário automobilístico destroçando os rivais em 1946 pelas mãos de Farina. Em 1950 venceu 6 dos 7 GPs e levou o italiano a ser o primeiro campeão da F1. No ano seguinte foi a vez de Fangio vencer o primeiro dos seus 5 títulos, mas a equipe se retirou do mundial ao final daquela temporada quando a Ferrari já estava no seu encalço.

Alberto Ascari, Ferrari 500 (1952/53) – Com a saída da Alfa Romeo e com o número baixo de equipes nos mundiais de 52 e 53, restou a FIA encher os grids com carros da F2. Foi a deixa que a Ferrari precisava para mostrar a sua superioridade. Com Ascari no volante, eles dizimaram a concorrência em 52 ao conquistarem 6 vitórias consecutivas das oito disputadas naquele ano. Não satisfeitos, repetiram a dose em 53 ao vencerem mais cinco corridas de um total de 9. Foi a época em que rendeu um recorde até hoje em vigor, de nove vitórias consecutivas entre 52 e 53.

Juan Manuel Fangio, Mercedes W196 (1954/55) – Foi uma união fantástica. Fangio juntou-se a fábrica alemã no GP da França de 1954, disputada em Reims, e aniquilou a concorrência ao vencer a corrida. Das 9 vitórias que a Mercedes teve entre 54 e 55 oito foram de Fangio, o que lhe garantiu os títulos nestes dois anos. Não fosse o acidente em Le Mans, 1955, a história poderia ter se estendido.

Juan Manuel Fangio, Maserati 250F (1957) – Se a junção Fangio – Mercedes havia sido magistral, a volta do tetra-campeão à Maserati e a bordo do 250F, foi perfeita. O argentino venceu 4 corridas naquele ano e a sua última, em Nurburgring, foi uma aula aos jovens Hawthorn e Collins da Ferrari. O 250F teve vida longa: estreou no GP da Argentina de 1954 vencendo - com Fangio - e encerrou as suas atividades no GP dos EUA de 1961, quando Robert Drake alinhou o último 250F em corridas oficiais.

Jim Clark, Lotus 25 (1963) – Por mais que Colin Chapman tivesse olhos para a Indy 500 e que quase vencera naquele ano com Jim Clark, ele não se esquecera da F1 e entregou para o seu maior piloto a bela Lotus 25, a primeira em chassi monocoque. O carro estreou em 62, mas foi no ano seguinte que ele mostrou a sua eficiência: Clark levou o 25 à 6 vitórias em nove GPs disputados, conquistando assim o seu primeiro título mundial. O Lotus 25, assim como o 250F da Maserati, teve vida longa: correu de 1962 até 67 quando Cris Irwin a utilizou no GP da Holanda. Por coincidência esta foi a prova de estréia de outra Lotus, a 49.

Jim Clark, Lotus 49 (1967) – Enquanto que a velha 25 se aposentava, Chapman apresentou ao mundo a sua nova arma: a Lotus 49. Jim Clark venceu a prova de estréia do carro em Zandvoort e venceria outras 3, mas vários problemas com o novo motor, o Cosworth, impossibilitaram-no de conseguir o título. Este foi o carro que proporcionou a estréia de Emerson Fittipaldi no mundo dos Grandes Prêmios em 1970, ao pilotar 49C em Brands Hatch.

Emerson Fittipaldi, Lotus 72 (1972/73) – Emerson apresentou a F1 ao Brasil em 1970 quando venceu o GP dos EUA a bordo da revolucionária Lotus 72 nas cores vermelha e dourada, mas foi com a preta e dourada do cigarros John Player Special que ele virou lenda. Venceu o mundial de 72 e ganharia em 73 se não fosse a mancada de Chapman com ele em Monza. Daí ele partiu para Mclaren em 74, mas a sua imagem ficou indelevelmente ligada aquele carro.

Niki Lauda, Ferrari 312T (1974/75) – Mauro Forghieri deu à Ferrari um fôlego na metade dos anos 70 ao projetar a Ferrari 312T em 74, e quando a sua nova estrela, o jovem austríaco Niki Lauda, colocou as mãos nele em 74, passou perto de vencer aquele mundial. Em 75, com uma 312T refinada, ele destroçou a concorrência com 5 vitórias e 9 poles e venceu o mundial com uma prova de adianto.

Mario Andretti, Lotus 79 (1978) – Chapman estudou o ar que passava em baixo do carro e em 77 projetou o Lotus 78 baseado nisso. O título não veio em naquele ano, mas assim como a Ferrari em 75, o carro foi totalmente desenvolvido e agora se tornara uma máquina fantástica. O efeito-solo funcionava com perfeição e Mario Andretti, junto de Ronnie Peterson, que morrera naquele ano, fizeram a dobradinha da Lotus no mundial sem ter o incomodo de ninguém durante o certame.

Alan Jones, Williams FW07 (1979/80) – Patrick Head copiou e aperfeiçoou o invento de Chapman que ficou tão melhor que o original do time de Hethel. O carro estreou em Jarama, mas foi em Silverstone que ele mostrou a sua força quando Jones marcou a pole com sobras e Regazzoni conduziu-o à vitória no dia seguinte. O título só veio em 80 após uma sensacional disputa contra a Brabham de Nelson Piquet. O carro foi até a sua 4ª geração quando a FIA baniu o efeito-solo para 83, numa altura que a equipe já testava um carro com 4 rodas motrizes que, segundo relatos da época, já era um canhão.

Nelson Piquet, Brabham BT52 (1983) – Foi o ano que os motores turbo tomaram de vez a F1. Sem o efeito-solo, as equipes inglesas ficaram de fora da briga. Mas Ecclestone, até então avesso aos motores turbo comprimidos, persuadiu a BMW e fechou com eles a utilização dos seus 4 cilindros turbo já em 82. Murray construiu um carro altamente confiável e rápido entregou-o para Piquet e Patrese, mas mesmo assim ainda foi complicado lutar contra os Renaults e Ferraris. Piquet virou o jogo no final do campeonato e venceu em cima de três franceses: Tambay e Arnoux (Ferrari) e Prost (Renault). Foi também o primeiro título de um motor turbo na F1, sendo assim um duro golpe para a equipe francesa.

Alain Prost, Mclaren MP4B (1985) – Se em 84 o domínio desse carro criado por Barnard já havia assombrado a concorrência, para 85, na sua 4ª geração, ela foi ainda mais incisiva. Alboreto, com a sua Ferrari, chegaram a discutir aquele mundial ao vencerem 2 corridas e marcarem pontos constantemente até a metade da temporada, mas não foram páreo para Prost que venceu 5 corridas e levou a Mclaren ao seu quarto mundial com duas corridas de antecedência. Foi também o primeiro dos 4 títulos do Professor.

Nelson Piquet, Williams FW11 (1987) – Enquanto que Mansell preferiu um carro mais mecânico, Piquet apostou na suspensão ativa e conseguiu o seu terceiro mundial. Mas antes disso, teve que rachar o time no meio para conseguir isso, pois era explícito o desejo de Patrick Head para que o título fosse de Nigel. Mesmo sofrendo um grave acidente em Ímola, Nelson voltou e venceu três provas contra seis do seu companheiro, mas com uma melhor regularidade ele venceu o mundial antes da corrida começar em Suzuka, pois Mansell sofrera um acidente nos treinos e não participara da corrida. Este desenvolvimento da suspensão ativa resultaria na jóia que viria dominar as corridas dentro de cinco anos: o FW14.

Ayrton Senna, Mclaren MP4/4 (1988) – Gordon Murray projetou um carro super baixo, baseado no Brabham BT55 “Skate” que desenhara dois anos antes. Mas ao contrário deste, que foi um fracasso, o MP4/4 revelou ser um carro rápido e quando juntou com o último motor Honda turbo e foi entregue à Prost e Senna, os demais no grid não tiveram chances: juntos venceram 15 provas, marcaram o mesmo tanto de poles e registraram 10 voltas rápidas. Senna encarnou-se naquele carro vencendo 8 provas e marcando 13 poles. Venceu o mundial em Suzuka, após uma lendária recuperação durante corrida.

Nigel Mansell, Williams FW14 (1991/92) – Frank Williams montou uma equipe dos sonhos no início dos anos 90: junto do seu velho companheiro Patrick Head, ele contratou Adrian Newey que estava na Leyton House desde o final dos anos 80. Com essa junção, mais a eletrônica embarcada em praticamente 90% do carro, eles criaram em 91 o FW14. Mansell por muito pouco não vencera aquela mundial, mas os problemas no início do campeonato com o câmbio automático haviam minado com as suas chances. Em 92, com uma máquina devidamente acertada, o FW14B foi indestrutível nas mãos de Nigel: ganhou 9 corridas (batendo o recorde de oito vitórias de Senna em 88), marcou 14 poles (outro recorde que pertencia à Senna, que fizera 13 em 88) e oito voltas rápidas. Ao final do ano Mansell rumou para a Indy.

Michael Schumacher, Benetton 195 (1995) – Se em 94 Schumacher derrotara Hill com quatro corridas a menos na conta final, em 95 ele foi mais espetacular. Com um carro construído pela dupla Rory Byrne e Ross Brawn e sob a batuta de Flavio Briatore, Michael detonou Damon na disputa daquele mundial ao vencer nove corridas e pontuar em outras três. Liquidou o título em Aida, durante a disputa do GP do Pacífico.

Mika Hakkinen, Mclaren MP4/13 (1998) – Adrian Newey mudara de ares em 1998 e agora estava à serviço da Mclaren. Projetando o belo MP4/13 com motor Mercedes e com os competentes Hakkinen e Coulthard ao volante, o time de Ron Dennis voltou à linha de frente dos GPs e pôde desfrutar de 9 vitórias (oito com Mika e uma com David), mas tiveram que enfrentar a oposição de Schumacher com a sua Ferrari que empurraram a decisão do mundial para Suzuka. Mesmo com seus esforços, o alemão não foi páreo para Hakkinen que levara a Mclaren ao título depois de 7 anos.

Michael Schumacher, Ferrari F2004 (2004) – Se em 2002 todos já estavam boquiabertos com o domínio que Michael exercera naquela temporada (venceu 11 corridas, 6 poles e 7 melhores voltas), ele jogou mais duro com os rivais dois anos depois quando lhe entregaram a F2004 em 2004. Schumacher foi impiedoso: ganhou 13 corridas (com duas sequências de 5 e 7 vitórias e mais a uma em Suzuka), 8 poles e 10 melhores voltas e terminou a brincadeira em Spa, quando faltavam 4 corridas para o fim do mundial.



Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...