Quando foi levantada a hipótese da Pirelli sobre as equipes fazerem de 1 a 2 paradas para as trocas de pneus na prova chinesa, o que se imaginou é que teríamos uma prova chata seguida por uma procissão quase sem fim. E não era pra menos: por mais que a pista de Xangai tenha duas retas colossais, o que facilitaria as ultrapassagens, o uso da asa móvel vs KERS seria o único trunfo em que os pilotos poderiam apoiar-se para tentar escalar posições. E os treinos mostraram bem o que podia ser com relação ao desgaste dos pneus: a baixa temperatura em Xangai diminuía muito o desgaste excessivo da borracha, o que levou a Pirelli a levantar tal tese. A performance de Vettel nos treinos livres e classificação sugeria desde já um domínio absoluto dele com seu Red Bull. Mas como costumo destacar em meus textos aqui no blog, a única situação que pode mudar o rumo de uma corrida que já tenha Vettel na pole é uma má largada que possibilitaria haver uma luta incessante pela liderança. E foi o que aconteceu quando o alemão não acionou o KERS rapidamente na largada, sendo engolido facilmente pelo duo da Mclaren e por pouco, muito pouco, não sendo ultrapassando por um soberbo Rosberg que esteve na luta pela vitória até o último stint.
A corrida na China foi interessante, pois serviu para reanimar alguns que já pareciam ou já davam como mortos para o campeonato, como Ferrari e Mercedes. As duplas dessas equipes estiveram bem durante todo certame, em especial Rosberg e Massa, que suplantaram até com certa facilidade seus companheiros. Schumi já não é novidade da lavada que vem tomando de Rosberg desde ano passado, mas na corrida de hoje teve um bom desempenho duelando, em boa parte, com Alonso pela sexta posição. O espanhol não conseguiu em momento algum ser páreo para Massa, no que resultou numa prova confusa para ele sempre andando no pelotão intermediário que disputa os pontos. Rosberg teve até chance de vencer em Xangai, mas os pneus não agüentaram e lhe tiraram essa chance. Massa esteve formidável por toda a corrida, sempre rápido e em alguns lances, teve a chance de atazanar os Mclarens e o RED Bull de Vettel. Assim como Rosberg, os pneus não agüentaram e foi facilmente passado por Hamilton e Button quando estava em segundo. A aposta de Vettel, Massa e Rosberg em fazerem apenas 2 paradas foi quase certeira, mas o desgaste não deixou que conseguissem chegar às posições que, de início, parecia ser definitivas após a segunda parada de cada um. Os Mclarens optaram por três, e isso deu a eles a chance de discutir a liderança da corrida em especial Hamilton, que ultrapassou Vettel faltando 5 voltas para o fim assumindo a liderança da prova que acabou por vencer. Button ainda parecia ter fôlego para pegar a segunda posição de Vettel, mas um surpreendente Webber, que largou em 18º após uma exibição desastrosa no treino de ontem e escalou com velocidade pura até chegar à zona de pontuação, ultrapassou-o para garantir um heróico, e quem sabe, animador terceiro lugar que pode fazê-lo reacender para um campeonato que parecia estar perdido para ele.
No pelotão de trás, as Lotus malaias surpreenderam ao levarem apenas 1 uma volta dos líderes e conseguiram colocar uma volta nos seus rivais mais próximos, que são a Marussia Virgin e Hispania. Barrichello completou a corrida em 13º sofrendo com baixíssimo rendimento de seu Williams. Trabalho pesado para o time de Frank Williams pelas próximas semanas que antecederão a corrida na Turquia se quiser melhorar o rendimento e a confiabilidade de seu FW34.
Após esta corrida de Xangai, ficou fácil ver que a Red Bull ainda tem um bom ritmo de corrida que sem a variável dos pneus, ainda mandará tanto nos treinos como nas corridas. Os Mclarens têm força e se quiserem vencer, terão que fazer como hoje sendo mais espertos na largada para anular Vettel, ou por ventura, Webber. E estrategicamente falando, é a equipe que mais tem feito bom uso disso desde ano passado. Daí é só lembrar-se das duas vitórias de Button na Austrália e em Xangai, onde a Mclaren foi precisa na estratégia assim como foi hoje com Hamilton. Ferrari, Mercedes e Renault Lotus estão no mesmo nível e apenas corridas movimentadas como a de hoje, darão a elas a chance de conseguir algo.
O KERS não funcionou: Vettel é ultrapassado facilmente pelos Mclarens, enquento que Massa mais um vez sai melhor que Alonso
Um vazamento de combustível antes da largada quase tirou Hamilton da corrida. Passou pela saída de box faltando apenas 30 segundos para o fechamento do pit lane conseguindo, assim, largar
Schumacehr teve vários duelos na provas e um deles foi contra Webber
Por um certo momento Rosberg e Massa foram favorítos a vitória em Xangai.
RESULTADO FINAL
Grande Prêmio da China- Xangai
3ª Etapa- 17/04/2011
1. Lewis Hamilton (GBR/McLaren Mercedes): 56 voltas
2. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull Renault): +5s1
3. Mark Webber (AUS/Red Bull Renault): +7s5
4. Jenson Button (GBR/McLaren Mercedes): +10s0
5. Nico Rosberg (ALE/Mercedes GP): +13s4
6. Felipe Massa (BRA/Ferrari): +15s8
7. Fernando Alonso (ESP/Ferrari): +30s6
8. Michael Schumacher (ALE/Mercedes GP): +31s0
9. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault GP): +57s4
10. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber Ferrari): +1min03s2
11. Paul di Resta (GBR/Force India Mercedes): +1min08s7
12. Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault GP): +1min12s7
13. Rubens Barrichello (BRA/Williams Cosworth): 1min30s1
14. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso Ferrari): 1min30s6
15. Adrian Sutil (ALE/Force India Mercedes): +1 volta
16. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus Renault): +1 volta
17. Sergio Perez (MEX/Sauber Ferrari): +1 volta
18. Pastor Maldonado (VEN/Williams Cosworth): +1 volta
19. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus Renault): +1 volta
20. Jérôme d'Ambrosio (BEL/Virgin Cosworth): +2 voltas
21. Timo Glock (ALE/Virgin Cosworth): +2 voltas
22. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania Cosworth): +2 voltas
23. Narain Karthikeyan (IND/Hispania Cosworth): +2 voltas
Não completaram
24. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso Ferrari): 9 voltas (roda)
FOTOS: Getty Images