segunda-feira, 5 de novembro de 2012

GP de Abu Dhabi – Kimi no controle. Vettel mantém a vantagem.



As voltas que Kimi Raikkonen passou encaixotado no câmbio do Red Bull de Vettel, no GP do Bahrein, davam indícios que o Lotus era um bom carro e que o finlandês tinha retornado em grande forma. Passaram-se os meses, alguns outros pódios, e ele voltou a discutir uma vitória, agora contra Hamilton no GP da Hungria. O inglês venceu, assim como fizera Sebastian no GP barenita, e Kimi amargou mais uma segunda colocação. No seu território predileto, Spa-Francorchamps, as chances eram boas, mas se depararam com uma McLaren extremamente rápida e confiável de Button. Ele ficou em terceiro. Depois a Lotus passou por um período de declínio técnico, e tanto ele, quanto Grosjean sofreram com o carro. Os pódios estavam distantes e a chance de vencer, ainda mais.
Kimi partiu da quarta colocação e teve a oportunidade de assumir o segundo posto quando Webber largou mal, mais uma vez. Isso possibilitou que não perdesse Hamilton de vista. Mas Lewis não estava tão inspirado quanto fora na classificação: as voltas iniciais foram difíceis e o inglês acabou errando em uma das chicanes do circuito. Prontamente Raikkonen estava no seu encalço, mas cuidadosamente resguardado. Hamilton reclamava dos pneus que não estavam aquecendo adequadamente e talvez por isso, não conseguisse imprimir o mesmo ritmo do sábado. O pior veio depois: o McLaren de Hamilton taxiou lentamente para a grama e deixou o caminho aberto para Raikkonen. O pescador de combustível traiu Lewis e sua chance de vencer em Yas Marina, esfumaçou-se. Kimi, enfim, estava no controle. E assim foi até o final da prova. Cravou voltas extremamente velozes, o suficiente para deixar Alonso o mais longe possível e poupar os pneus quando quisesse, e também para voltar à frente de Vettel, que vinha de uma magistral prova de recuperação, depois de seu pit-stop. As voltas finais, com Fernando diminuindo a diferença de modo perigoso, não abalaram Raikkonen que continuou na sua tocada a até receber a quadriculada.
A prova de Abu Dhabi foi boa de certa forma. A tensão que tomou durante todo o GP, com a expectativa de uma recuperação assombrosa de Vettel – que aconteceu – mas entremeada de armadilhas por estar partindo do fundo e mais Fernando Alonso, que partiu pra cima de seus adversários em ultrapassagens arriscadas, deu uma animada numa corrida fadada a ser sonolenta. A entrada do Safety Car por duas vezes, devido os acidentes de Rosberg e Karthikeyan e Perez com Grosjean e Webber, também foi providencial para dar a corrida o interesse que teve. De longe, foi a melhor corrida naquele local insosso.
Se Kimi foi o mais festejado do dia, Vettel foi o homem da corrida. Largou dos boxes, teve uma avaria, pequena, na asa dianteira que foi discutida se trocariam ou não e na primeira parada de box, a trocaram; cravou voltas velozes, duelou com Grosjean e por certo momento, teve hipóteses de vencer em Yas Marina. Mas teve que parar uma segunda vez e o duelo com Button, pela quarta colocação, o atrasou bastante. Mesmo assim, ele foi brilhante numa tarde de grandes pilotagens dele, Kimi e Alonso.
Os prejuízos que poderiam ser desastrosos para Sebastian Vettel depois da sua penalização no sábado, forçando-o largar dos boxes, foram minimizados com uma pilotagem vistosa e que serviu para calar a boca dos críticos. Ele saiu de Abu Dhabi com dez pontos de vantagem sobre Alonso, que mais uma vez foi lutador, nunca deixando cair a guarda e fazendo ultrapassagens arriscadas como em Webber e mais tarde em Maldonado. Salvou uma segunda colocação que lhe dá um respiro para a corrida de Austin, prova que será uma verdadeira incógnita e onde Vettel pode sagrar-se, pela terceira vez consecutiva, Tri-campeão do mundo.

sábado, 3 de novembro de 2012

GP de Abu-Dhabi - Classificação - 18ª Etapa

Dominante: sexta pole de Lewis no ano e favorito disparado para vencer em Yas Marina
(Foto: Getty Images)
Hamilton esteve imparável no anoitcer em Yas Marina. Dominou de forma tranquila, e precisa, os três estágios do classificatório e passa a ser o favorito disparado numa corrida que tende a ser tensa desde o início. Webber sairá ao seu lado, mas dependerá de uma largada sensacional para tentar, ao menos, atrasar o piloto da Mclaren amanhã. Afinal, se virar a primeira curva na frente, dificilmente alguém o alcançará.
Por outro lado as atenções não estarão voltadas para a primeira fila, mas sim para a terceira e a 24º posição: Alonso conseguiu a sétima posição no grid, o que já estava um tanto complicado para ele, pois teria que passar por Button, Raikkonen e Maldonado para tentar chegar próximo de Vettel no fim. Mas um problema no sistema de combustível - ou seria um erro de cálculo? - no RB8 de Sebastian Vettel, o forçou a parar no final do Q3 e voltar à pé para os boxes. Carro recolhido e uma série de especulações - como problema de câmbio e no alternador do motor Renault - foram ditos, até que a notícia do combustível foi anunciado após quatro horas de espera - momento em que Herbie Blash e Charlie Whiting saíram para jantar. Vettel partirá da última colocação e uma corrida que estava fadada a ser sonolenta, passou a ganhar ares de tensão.
Olhando friamente o grid, não há como indicar um domínio absoluto de Hamilton nessa corrida. Ele esteve perto de vencê-la em 2009, mas abandonou; 2010 chegou na cola de Vettel e ano passado venceu com tranquilidade. Portanto é de esperar que ele suma na frente. Webber também deverá fazer uma corrida solitária em segundo, mas tem que tomar todo cuidado com Maldonado que sairá em terceiro após a punição de Vettel. Raikkonen ficará na espreita e Button terá um Alonso que, certamente, fará uma largada agressiva, como tem sido seu costume nas últimas provas. Vettel deverá partir dos boxes, o que miniminiza as chances de encontrar HRTs e Marussias pela frente logo ao virar da primeira curva, o que poderia causar algum acidente. Tendo duas zonas de DRS e um carro veloz, ele conseguirá chegar na zona de pontos amanhã. Mas por outro lado será uma corrida de paciência para o atual Bi-campeão.

Vettel e o RB8 no final do Q3: 150ml custaram a terceira colocação no grid.
Partirá de 24º.
(Foto: Getty Images)
Grid de Largada para o Grande Prêmio de Abu-Dhabi - 18ª Etapa

1. Lewis Hamilton (GBR) - McLaren-Mercedes - 1min40s630
2. Mark Webber (AUS) - Red Bull-Renault - 1min40s978
3. Pastor Maldonado (VEN) - Williams-Renault - 1min41s226
4. Kimi Raikkonen (FIN) - Lotus-Renault - 1min41s260
5. Jenson Button (GBR) - McLaren-Mercedes - 1min41s290
6. Fernando Alonso (ESP) - Ferrari - 1min41s582
7. Nico Rosberg (ALE) - Mercedes - 1min41s603
8. Felipe Massa (BRA) - Ferrari - 1min41s723
9. Romain Grosjean (FRA) - Lotus-Renault - 1min41s778
10. Nico Hulkenberg (ALE) - Force India-Mercedes - 1min42s019
11. Sergio Pérez (MEX) - Sauber-Ferrari - 1min42s084
12. Paul di Resta (GBR) - Force India- Mercedes - 1min42s218
13. Michael Schumacher (ALE) - Mercedes - 1min42s289
14. Bruno Senna (BRA) - Williams-Renault - 1min42s330
15. Kamui Kobayashi (JAP) - Sauber-Ferrari - 1min42s606
16. Daniel Ricciardo (AUS) - Toro Rosso-Ferrari - 1min42s765
17. Jean-Éric Vergne (FRA) - Toro Rosso-Ferrari - 1min44s058
18. Heikki Kovalainen (FIN) - Caterham-Renault - 1min45s280
19. Charles Pic (FRA) - Marussia-Cosworth - 1min45s426
20. Timo Glock (ALE) - Marussia-Cosworth - 1min45s480
21. Vitaly Petrov (RUS) - Caterham-Renault - 1min45s489
22. Pedro de la Rosa (ESP) - HRT-Cosworth - 1min45s766
23. Narain Karthikeyan (IND) - HRT-Cosworth - 1min46s382
*24. Sebastian Vettel (ALE) - Red Bull-Renault - 1min41s073
*Punido pela FIA por ter menos de um litro de gasolina no tanque.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Foto 124: Ricardo Rodriguez, 50 anos atrás

(Foto: carlosghys.com)

(Foto: Divulgação)

Pedro e Ricardo Rodriguez
(Foto: Motorsport Retro)
Numa época de senhores, ele se destacou rapidamente e para muitos ele chegaria ao topo em breve. Ricardo Rodriguez tinha uma carreira meteórica: havia começado a pilotar aos 14 anos com motos; aos 15 já pilotava carros Sport, estreando com Riverside a bordo de Porsche Spyder RS e depois viria a ganhar o Tourist Trophy em Nassau. Um ano antes tentou uma vaga nas 24 Horas de Le Mans, que foi prontamente recusada - talvez pela sua pouca idade (14 anos). Não desistiu e em 1959 ele debutou na corrida dividindo um OSCA com seu irmão mais velho, Pedro. Eles não completaram a corrida, mas Ricardo voltou em 1960 e foi ao pódio (2º) depois de dividir o volante do Ferrari 250 TR da equipe NART com André Pilette.
A Ferrari lhe confiou um carro para o GP da Itália de 1961 e rapidamente se colocou na primeira fila, ao lado de Wolfgang Von Trips. A prova que viria a ser fatídica, devida a morte de Von Trips, foi também um cartão de visitas do jovem mexicano que duelou por muitas voltas com Phil Hill e Richie Ginther - seus companheiros de Ferrari - pela liderança da prova. Infelizmente um problema o tirou da prova.
Mas ele continou na Ferrari para 1962 pilotando na F1 e Mundial de Sports Car: venceu a Targa Florio com os belgas Oliver Gendebien e Willy Mairesse. Na F1, marou seus primeiros pontos ao chegar em quarto no GP da Bélgica e foi sexto na Alemanha.
Na corrida extra-oficial que foi disputada no México, na pista de Mixhuca Magdalena, a Ferrari não enviou sua equipe, mas autorizou que Ricardo corresse. O jovem mexicano, então com 20 anos, assinou um contrato para disputar aquela corrida pela equipe de Rob Walker, que utilizava os Lotus. Infelizmente o jovem mexicando nem chegou a disputar a corrida em sua cidade natal: a suspensão do Lotus quebrou na rápida Peraltada e seu carro foi de encontro ao muro, matando-o instantaneamente.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Foto 123: Parceria

(Foto: Dale Kistemaker)
Williams e Renault em um momento de 1984, provavelmente em Mônaco, durante os treinos. As duas viriam a firmar uma parceria sólida nos anos 90, que resultou em 9 títulos naquela década.
A foto é do sempre genial Dale Kistemaker.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Foto 122: Piquet, 25 anos atrás

O terceiro de Piquet: derrotando Williams e Mansell
(Foto: Sutton Images)
E num dia como hoje, Mansell foi para a barreira de pneus e deixou o caminho livre para Nelson Piquet vencer o seu terceiro Mundial de Pilotos na F1 em Suzuka. Piquet disputou a prova após largar em quinto, mas abandonara na volta 46 por causa do motor Honda Turbo que viera a estourar.
Mas nada disso importava: Tri-campeonato no bolso, o primeiro de um piloto brasileiro na F1, e mais uma de suas célebres frases foi destilada ao ser perguntado para quem ele dedicaria o título: “Dedico este título para Nelson Piquet”. Simples e direto. Boa Nelson!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Foto 121: Zandvoort

Chris Amon e Jacky Ickx, durante o chuvoso GP da Holanda de 1968. Ickx terminou em quarto e Amon, que largou da pole, em sexto.
Jackie Stewart venceu a prova com a sua Matra MS10, seguido por Jean Pierre Beltoise e Pedro Rodriguez. 

GP da Índia: A quarta consecutiva


Punho cerrado, a quarta vitória consecutiva: o Tri de Vettel mais nítido
(Foto: Divulgação)
Se havia alguma batalha esperada para esta prova indiana, certamente era reservada do terceiro posto para trás. Não acreditava nenhum pouco que alguém se intrometesse na possível dobradinha dos carros da Red Bull. Vettel foi bem numa largada onde ele se defendeu de um possível ataque de seu companheiro, e ao virar da primeira curva não sofreu o incomodo de mais ninguém. Por outro lado é de se elogiar a largada agressiva de Alonso, que conseguiu livrar-se das Mclarens ainda no início da corrida e isso o ajudou muito para que não tivesse maiores problemas durante o resto do certame.
Apesar dos problemas que os Red Bulls enfrentaram, com Webber ficando sem o KERS por boa parte da corrida e Vettel tendo um problema no assoalho, que não afetou sua pilotagem no fim, ficou ainda mais claro que será complicado alguém conseguir segui-los nesta reta final de campeonato. Gostei do ritmo da McLaren no final da corrida, onde seus dois pilotos fizeram ótimas voltas que culminou na melhor feita por Button. Mas por outro lado foi uma pena que isso não tenha acontecido desde o começo da prova, pois teria sido interessante o duelo com Alonso e Webber e porque não, com Vettel mais à frente. Fernando também foi um brigador constante, como é de sua natureza. Conseguiu rodar voltas iguais aos dos líderes e em alguns momentos, até mais veloz, mas ele sabia que não seria possível alcançá-los e o problema no KERS de Mark foi providencial e o ajudou a minimizar o possível estrago que desenhava desde a formação do grid. Ele sai com treze pontos de desvantagem para Vettel. Sinceramente, foi um baita lucro.
Com uma pista que pouco consome pneus, a única coisa eficaz foi o DRS na longa reta do circuito de Buddh. Levar pneus macios e duros para lá não é uma boa, já que visam um bom número de ultrapassagens na corrida. E o mais engraçado é que o erro foi cometido duas vezes, já que em 2011 levaram os mesmos compostos e a corrida foi chata ao extremo. Este ano foi um pouco melhor, com alguns duelos nas posições intermediárias, mas nada que fosse tão animador no geral. Talvez pneus macios e super macios para o ano que vem, possam, quem sabe, dar uma melhorada nesta corrida que se apóia basicamente na asa móvel para promover as ultrapassagens.
Vettel dominou como quis a corrida e mostrou mais uma vez, junto de Webber, que o RB 08 está num nível parecido com o de 2011. Abrem uma grande vantagem e controlam a diferença sem forçar tanto o ritmo, o que ajuda a conservar os pneus e o equipamento. Mas ainda sim a confiabilidade mecânica é o calcanhar de Aquiles do RB 08, como ficou visto em Buddh. Pelo menos o problema com Vettel não foi tão crítico, pois ele tinha mais de dez segundos de vantagem para Alonso quando o problema apareceu faltando menos de dez voltas para o fim.
Fora estes problemas eles partem como favoritos para a corrida de Abu-Dhabi na próxima semana, lugar que Vettel dominou nos últimos anos e de onde poderá sair com uma mão na taça.


Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...