Vettel e o belo trófeu no pódio do GP canadense: foi brilhante durante as 70 voltas e agora tem uma bela folga de 36 pontos sobre o segundo colocado, Fernando Alonso. (Foto: EFE) |
Após um treino classificatório realizado em condições
difíceis no sábado, onde a chuva deu o ar da graça na Ilha de Notre Dame, o
domingo amanheceu com sol e algumas nuvens que eram de longe ameaçadoras.
Portando a corrida no circuito Gilles Villeneuve fora realizada com piso seco,
mas com aquele sol a pergunta que começava a ser levantada era como seria o
comportamento dos Red Bulls e Mercedes que reconhecidamente são verdadeiros
monstros comedores de pneus, mas que haviam dominado as ações durante a
classificação aproveitando bem o fato da chuva. Será que agüentariam o ritmo? A
Ferrari e a Lotus estariam no páreo pela vitória, mesmo largando mais atrás?
As questões foram dissipadas com a largada segura e ritmo
alucinante de Vettel durante as 70 voltas no circuito canadense. Lewis não teve
muito que discutir com Sebastian e apenas tentou acompanhar o ritmo do alemão,
mas aos poucos a imagem do Red Bull foi desaparecendo da sua visão para apenas
encontrá-lo estacionado no parque fechado após a corrida e ainda com uma
Ferrari entre eles: Fernando Alonso acordou da sua corrida tosca no Principado,
onde estava mais dormindo no ponto do que correndo – talvez se lembrando da
noitada com a russa – para realizar em Montreal uma ótima prova, travando bons
duelos com Bottas, Rosberg, Webber e principalmente com Lewis, com quem teve
uma disputa visceral contra o seu ex-parceiro de McLaren exatamente num local
onde ele viu do que o piloto inglês era capaz há seis anos. Mas dessa vez, em
lados opostos, Alonso conseguiu pressionar Hamilton e ganhar a segunda
colocação quase que na marra. Um duelo limpo e emocionante por parte dos dois.
Felipe Massa fez uma boa corrida de recuperação ao escalar o
pelotão com velocidade e se aproveitando bem do uso do DRS nas duas retas para
chegar à casa dos pontos. Seus duelos com Sutil e Raikkonen, onde ele garantiu
a oitava posição no final da prova, foram os seus grandes momentos nesta prova.
Infelizmente, para Valteri Bottas, a sua corrida não foi como talvez ele e a
Williams esperasse, mas o seu desempenho mágico nos treinos ao levar o
problemático FW35 ao terceiro lugar é de louvar, mostrando o que este jovem
finlandês pode fazer no futuro. Kimi Raikkonen não teve uma das melhores tardes
este ano por causa do fraco desempenho da sua Lotus, mas ao menos conseguiu um
recorde – o que para ele tanto faz, tanto fez – que foi de igualar o recorde de
24 corridas na casa dos pontos, estabelecido por Michael Schumacher entre 2002
e 2003. Vergne fez um trabalho ao andar constantemente entre os dez primeiros e
mais uma vez chegar à frente do seu companheiro de Toro Rosso Daniel Ricciardo.
Outro que também fez uma boa corrida foi Paul Di Resta que conseguiu se
agüentar na pista por 53 voltas com os pneus médios com que havia largado,
fazendo o mais longo stint do ano com estes pneus de farinha da Pirelli. Isso
mostra que com um bom acerto, talvez consiga elevar a vida útil dessa borracha.
A temperatura na Ilha de Notre Dame não estava tão alta –
24° graus ambiente e 31° graus no asfalto na maior parte da corrida – e isso
talvez tenha ajudado um pouco o desempenho de Red Bull e Mercedes. No caso de
Vettel, é uma situação à parte, uma vez que ele não aparentou ter nenhum
problema de pneus, exceto um toque em um dos muros do circuito – que não foi no
famoso “Muro dos Campeões” – e uma escapada na entrada para a primeira curva. Lewis
apresentou um bom ritmo, mas caiu no final da prova possibilitando a
aproximação e ultrapassagem de Alonso. Webber e Rosberg também aparentaram
desgaste, mas nada absurdo. Essa temperatura baixa talvez tenha influenciado no
desempenho de Ferrari e Lotus, mas os italianos estiveram bem melhor com
Fernando aumentando a velocidade conforme passava as voltas e Felipe travando
bons duelos nas posições intermediárias, enquanto que a Lotus penava com
Raikkonen pelas últimas posições pontuáveis e com Grosjean, que até fez uma boa
corrida – nos mesmos moldes de Paul Di Resta – mas teve que trocar mais uma vez
de pneus pero do fim da corrida. Acreditava numa prova mais acirrada devido o
alto desgaste dos pneus naquela pista, que foi muito comum nos últimos anos, e
que acabou sendo este o destaque para mim. A baixa temperatura do asfalto
contribuiu para isso.
Vettel sai de Montreal com uma folga de 36 pontos sobre
Alonso, que agora é o novo vice-líder do mundial, mas a pista de Silverstone
aparenta ser mais favorável aos Ferraris por causa da curvas mais velozes. Mas
o fator tempo pode jogar a favor dos rubro-taurinos e flechas de prata, uma vez
que a temperatura por aquelas bandas da Inglaterra costuma ser instável.
Infelizmente a corrida canadense terminou de modo trágico
com a morte de um fiscal de pista, que trabalhava no resgate do carro de
Sebastian Gutierrez. Mark Robinson foi atropelado, quando estava ajudando no equilíbrio
do carro quando tropeçou e caiu, pelo guincho que levava o Sauber. Ele foi
atendido e levado para o hospital, onde acabou por morrer horas depois. Mark
era um fiscal experiente, com dez anos de trabalho naquela função. Tinha 38
anos.
Resultado Final
Grande Prêmio do Canadá - Circuito Gilles Villeneuve
Montreal - 70 Voltas
7ª Etapa - 9/6/2013
1 - Sebastian Vettel (ALE/RBR) - 1h32m09s143
2 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1m26s504 - a 14s408
3 - Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - a 15s942
4 - Mark Webber (AUS/RBR) - 1m26s208 - a 25s731
5 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m26s008 - a 1m09s725
6 - Jean-Eric Vergne (FRA/STR) - 1m26s543 - a 1 volta
7 - Paul di Resta (ESC/Force India) - a 1 volta
8 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m30s354 - a 1 volta
9 - Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) - a 1 volta
10 - Adrian Sutil (ALE/Force India) - a 1 volta
11 - Sergio Pérez (MEX/McLaren) - a 1 volta
12 - Jenson Button (ING/McLaren) - a 1 volta
13 - Romain Grosjean (FRA/Lotus) - a 1 volta
14 - Valtteri Bottas (FIN/Williams) - a 1 volta
15 - Daniel Ricciardo (AUS/STR) - a 2 voltas
16 - Pastor Maldonado (VEN/Williams) - a 2 voltas
17 - Jules Bianchi (FRA/Marussia) - a 2 voltas
18 - Charles Pic (FRA/Caterham) - a 2 voltas
19 - Max Chilton (ING/Marussia) - a 3 voltas
20 - Esteban Gutiérrez (MEX/Sauber) - a 7 voltas
Melhor volta: Mark Webber (RBR) - 1m16s182 - na volta 69
Não completaram:
Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - na volta 46
Giedo van der Garde (HOL/Caterham) - na volta 44