Lewis comemorando a sua 22ª vitória na F1 e a primeira pela Mercedes: ele também igualou a marca de Fangio, que venceu corridas nas sete primeiras temporadas na categoria. (Foto: Reprodução) |
Por incrível que pareça, a prova da Hungria foi de certa
forma agradável. Não que tivesse tido uma luta direta entre os contendores, mas
ao menos tivemos mais ultrapassagens do que a edição de 2012, onde só houve
quatro ultrapassagens. A adoção de uma área para o uso do DRS deu uma ajuda
nesse quesito, mas alguns fatores foram importantes para que tivéssemos uma
prova desse molde naquele kartódromo gigante, que está no calendário desde 1986
e que terá a sua presença estendida até 2021 como foi confirmado neste final de
semana. Os húngaros tem dinheiro de sobra e a nossa paciência será testada até
o início da próxima década. Fazer o quê!
Voltando para a corrida, a presença de Romain Grosjean nas
três primeiras colocações foi animadora. Além de estar sempre num bom ritmo,
tirando proveito do bom desempenho do Lotus em altas temperaturas, ele conseguiu
acompanhar bem o passo de Sebastian Vettel que ia em segundo e isso nos deu a
impressão que o afoito francês – que agora é papai – pudesse tentar uma manobra
ousada que pudesse desalojar o tri-campeão da vice liderança da prova. Isso não
aconteceu, mas ele tentou de todas as formas e isso pôde ser visto após a
primeira parada dos ponteiros quando Vettel voltou atrás de Button e Grosjean
estava no seu encalço. Foram voltas agonizantes para Sebastian, que tinha que
tentar ultrapassar rapidamente Jenson, para que Lewis não abrisse grande
vantagem, se preocupar com as investidas – e uma possível tresloucada – de
Romain. E as coisas pareciam ter se complicado quando o seu engenheiro Rocky
lhe disse que o carro estava com níveis de super aquecimento acima do normal,
devido o tempo que passou encaixotado no câmbio da McLaren. Vettel tirou o pé,
deixando com que Grosjean o pressionasse e até a aproximação de Alonso pôde ser
vista. Voltas mais tarde o piloto alemão conseguira a ultrapassagem sobre
Button e Romain, para não perder tempo, acabou tocando rodas com o inglês e
cortando a chicane. Nenhum dano para os carros, mas ao final da corrida vinte
segundos foram acrescidos no tempo do francês. O pior ainda viria com uma
punição tosca por parte dos comissários, quando estes entenderam que Grosjean
havia usado a parte de fora da curva quatro para ganhar a quinta posição de
Massa. Um triste erro dos comissários que lhe deram um Drive & Through por
causa disso, arruinando um possível pódio para o mais novo papai da praça.
Lewis Hamilton e a Mercedes foram quem souberam melhor
guardar o segredo para a prova. A expectativa para ver em que volta o carro
prateado cairia de rendimento, foi logo anulada quando o inglês entrou nos
boxes na volta oito, surpreendendo a todos já que o seu ritmo naquele momento
era bom e ele já levava 1.5 segundos de vantagem sobre Vettel. Essa antecipação
da Mercedes em chamá-lo foi importante, pois serviu para riscar o possível
desgaste dos pneus que fatalmente o jogaria para trás. Mas o decorrer da prova
foi ainda mais importante, com Lewis andando bem e parecendo não ter tanta
preocupação em preservar os pneus, apesar dos pedidos da equipe via rádio para
tomasse cuidado com os compostos traseiros. O forte calor era ameaça com
relação aos pneus, mas ajudou o carro alemão – uma vez que Nico Rosberg não
teve uma grande tarde em Hungaroring – que a exemplo da Lotus, consegue render
bem nesse cenário. Foi a 22ª vitória de Lewis que igualou um recorde que
pertencia unicamente a Juan Manuel Fangio, que é de ter vencido corridas nas
sete primeiras temporadas completas. Ao menos a separação número 6352438272 da
ex-namorada Nicole, parece não ter afetado assim a sua vida como em outras
ocasiões. A noitada da mansão da Playboy foi revitalizante.
Sebastian Vettel, para mim, era o grande favorito nessa
corrida, mas o encontro com Button após a sua primeira parada o fez perder um
grande tempo e mesmo depois que se livrou do inglês, a diferença de 15 segundos
para Hamilton já era algo complicado para se tirar, e isso ficou claro no
decorrer do certame. O duelo com Raikkonen nas voltas finais foi outro ponto
alto dessa prova, com o finlandês a se defender dos ataques do alemão de forma
limpa. Talvez pelo problema de superaquecimento que apareceu na primeira parte
da corrida, acabou privando-o de tentar ser mais veemente nas investidas. Sobre
Raikkonen, este foi um pecado ter largado apenas em sexto. Tivesse saído em
terceiro, como foi o caso de Grosjean, talvez pudesse ter discutido a vitória
contra Lewis e Sebastian com a opção de tentar parar apenas duas vezes contra
três dos dois oponentes, e isso ficou claro no fim da prova com a sua segunda
posição.
A Ferrari não teve uma boa jornada na pista húngara. Apesar
de ter um bom ritmo de corrida, Alonso e Massa ficaram quase que estáticos nas
posições que largaram (5º e 7º). A única oportunidade que tiveram foi na
largada, com Fernando ficando encaixotado nos carros de Vettel, Grosjean e
Rosberg, sem conseguir avançar nenhuma posição, enquanto que Felipe brigou
contra Rosberg e Raikkonen após a curva 4 quando acabou tendo um toque com o
piloto alemão no que danificou a sua asa dianteira. Vale lembrar que a Ferrari
teve um desempenho pífio na prova de Mônaco com seus dois pilotos fazendo uma
corrida bem apagada. Talvez a sequência de pistas de média e alta velocidade
possa ajudar o time italiano.
A Fórmula-1 entrará num recesso que terá fim somente no fim
de semana do dia 23, 24 e 25 de agosto, quando será realizada a 11ª etapa em
Spa-Francorchamps. Até lá os trabalhos estarão proibidos nas fábricas, mas vale
lembrar que as grandes evoluções nos carros de 2012 aconteceram exatamente após
este retorno.
Será a última cartada.
Resultado Final –
Grande Prêmio da Hungria
Circuito de
Hungaroring – 70 Voltas
10ª Etapa – 28/07/2013
1: Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - 70 voltas em 1h42min29s445
2: Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 10s9
3: Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 12s4
4: Mark Webber (AUS/Red Bull) – 18s0
5: Fernando Alonso (ESP/Ferrari) – 31s4
6: Romain Grosjean (FRA/Lotus) – 32s2
7: Jenson Button (ING/McLaren) – 53s8
8: Felipe Massa (BRA/Ferrari) – 56s4
9: Sergio Perez (MEX/McLaren) – a 1 volta
10: Pastor Maldonado (VEN/Williams - a 1 volta
11: Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - a 1 volta
12: Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso) - a 1 volta
13: Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso) - a 1 volta
14: Giedo van der Garde (HOL/Caterham) – a 2 voltas
15: Charles Pic (FRA/Caterham) - a 2 voltas
16: Jules Bianchi (FRA/Marussia) - a 3 voltas
17: Max Chilton (ING/Marussia) - a 3 voltas
2: Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) – 10s9
3: Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 12s4
4: Mark Webber (AUS/Red Bull) – 18s0
5: Fernando Alonso (ESP/Ferrari) – 31s4
6: Romain Grosjean (FRA/Lotus) – 32s2
7: Jenson Button (ING/McLaren) – 53s8
8: Felipe Massa (BRA/Ferrari) – 56s4
9: Sergio Perez (MEX/McLaren) – a 1 volta
10: Pastor Maldonado (VEN/Williams - a 1 volta
11: Nico Hulkenberg (ALE/Sauber) - a 1 volta
12: Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso) - a 1 volta
13: Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso) - a 1 volta
14: Giedo van der Garde (HOL/Caterham) – a 2 voltas
15: Charles Pic (FRA/Caterham) - a 2 voltas
16: Jules Bianchi (FRA/Marussia) - a 3 voltas
17: Max Chilton (ING/Marussia) - a 3 voltas
Não completaram
Paul Di Resta (ESC/Force India)
Nico Rosberg (ALE/Mercedes)
Valtteri Bottas (FIN/Williams)
Esteban Gutierrez (MEX/Sauber)
Adrian Sutil (ALE/Force India)
Paul Di Resta (ESC/Force India)
Nico Rosberg (ALE/Mercedes)
Valtteri Bottas (FIN/Williams)
Esteban Gutierrez (MEX/Sauber)
Adrian Sutil (ALE/Force India)