terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Foto 305: Jody Scheckter e Andrea De Cesaris da Fórmula-1 moderna



 
Uma dupla rápida, mas que pode render alguns prejuízos (ou lucros) para a Lotus neste 2014
(Foto: Lotus F1 Team)
Ao longo destes anos, mais precisamente destes três últimos, dois pilotos me vieram à mente quando via as confusões causadas por Romain Grosjean e Pastor Maldonado: Jody Scheckter e Andrea De Cesaris eram pilotos velozes, muitos velozes, mas ambos tiveram a marca dos acidentes (espetaculares) em suas carreiras.
Sobre Jody Scheckter não é preciso procurar muito. Basta uma pequena lida em sua biografia que tem aos montes espalhadas pela internet que ele foi um estreante dos mais velozes quando a McLaren lhe deu a primeira oportunidade em 1972, no GP dos EUA. O pódio lhe escapou por pouco exatamente por ter rodado e a nona colocação acabou como um consolo para ele. Mas Jody ficou conhecido pra valer em 1973 após o enrosco com Emerson Fittipaldi durante a disputa do GP da França, quando Scheckter estava liderando e fechou uma tentativa de ultrapassagem de Emerson ocasionando o incidente que eliminaria os dois da corrida mais tarde. Para completar, na corrida seguinte, o famoso acidente na reta dos boxes de Silverstone durante o GP da Grã-Bretanha quando ele rodou e ficou atravessado e uma leva de pilotos não conseguiu desviar, acarretando um engavetamento e a interrupção da prova. Jody ficou de fora de quatro corridas (Holanda, Alemanha, Áustria e Itália) voltando apenas no Canadá, onde se envolveu em outro acidente agora com Cevert. A sua ida para a Tyrrell em 1974 acabou sendo um belo divisor de águas na sua carreira e o amadurecimento numa equipe que estava órfã de Jackie Stewart e do seu sucessor natural, François Cevert, foi visto ao longo daquele ano quando ele chegou a discutir o título mundial contra Emerson e Clay Regazzoni.

Já Andrea De Cesaris era mais um daqueles pilotos ultra-velozes do final da década de 70 que almejava chegar à F1. O apoio gordo da Marlboro, facilitado pelo fato de seu pai ser representante da marca na Itália, viabilizou a sua estréia na categoria já em 1980 quando substituiu Vittorio Brambilla na Alfa Romeo nas duas corridas finais, no Canadá e EUA. De Cesaris voltaria à Alfa Romeo em 1982, depois de uma passagem não muito animadora pela McLaren, lugar onde conseguiu o recorde (negativo) de destruir 22 chassis ao decorrer da temporada. Por sorte a
Scheckter e seus acidentes com Emerson (acima) e em Silverstone
Marlboro arcou com gastos do seu piloto, mas Ron Dennis acabou por convidá-lo a se retirar da equipe ao final do ano. Foi aí que a alcunha de “De Crasheris” ganhou notoriedade e seria reforçado pelos anos seguintes devido o seu alto número de acidentes. Mas De Cesaris era rápido e isso ninguém podia negar. A sua pole em Long Beach, o pódio em Mônaco, as primeiras voltas seguras e velozes, desafiando pilotos como Prost e Tambay, em Spa-Francorchamps e mais a melhor volta nessa corrida – todas em 1983 –, foram notas importantes para que seus críticos vissem que o italiano era rápido e, com um pouco de paciência, ele poderia fazer boas apresentações. Uma pena que nem sempre ele sabia onde estava o seu limite e na maioria das vezes, ou quase, a sua corrida terminava no muro.
Mas, Grosjean e Maldonado lembram estes dois pilotos do passado? A meu ver sim. Grosjean seria um “novo Scheckter”, assim como Maldonado um “novo De Cesaris”. Sobre o venezuelano, há tempos, para ser mais preciso, quando foi confirmada a sua estréia pela Williams em 2011, que muitas pessoas faziam essa associação. De fato elas tinham razão: um forte apoio financeiro, velozes, mas extremamente estabanados. Se bem que o seu primeiro ano foi mais brando, com poucos acidentes, mas 2012 ele esteve envolvido em vários
De Cesaris destruindo tudo na Holanda 1981 (acima) e depois
na Áustria, em 1985
incidentes e acidentes principalmente após a sua primeira vitória conquistada no GP da Espanha. Certamente aquela conquista em Barcelona garantiu a ele uma sobrevida na Williams. O dinheiro da PDVSA também ajudou (e muito) nos gastos que o rápido venezuelano deu a equipe de Frank Williams.
Romain teve a sua primeira aparição na F1 ainda em 2009 pela Renault, altura em que disputava a GP2 e foi escalado para substituir Nelsinho Piquet na segunda parte da temporada. Apesar de seu notável talento na categoria de acesso, Grosjean foi jogado na fogueira e suas atuações foram bem pífias e um acidente ainda no início do GP da Bélgica, acabaria por complicar ainda mais uma possível chance de continuar para 2010. Ele voltaria em 2012 pela Lotus e alternaria ótimas atuações com acidentes, sendo que o da largada do GP da Bélgica (mais uma vez) tenha sido o pingo d’água para que a FIA lhe desse um gancho de uma prova, o que de certa forma mudou bastante o seu jeito em 2013 tornando-se em um dos destaques da temporada.
A Lotus está bem servida com eles? De certa forma, sim. São dois pilotos rápidos, mas que ainda podem cometer certos excessos principalmente vindos de Maldonado. Vale lembrar que ele teve uma péssima temporada em 2013 pela Williams e somando isso a lavada que tomou de Bottas, é de se esperar que agarre essa oportunidade para tentar reviver alguns dos bons momentos que teve em 2012, principalmente nas classificações. Grosjean também está numa fase interessante da sua vida: casou-se ano passado, já é pai – assim como seu parceiro Maldonado – e começará a temporada como líder de uma equipe que perdeu gente como Eric Boullier – que foi para a McLaren –, Kimi Raikkonen – que se mudou para a Ferrari – e uma série de técnicos que se espalharam por algumas equipes da F1. O seu amadurecimento nos GPs do ano passado foi animador e sem dúvida é algo que mantém a esperança dentro do time de Enstone.
Já para a Lotus, que tem enfrentado uma série crise financeira que parece nunca ter fim, o que importa mesmo é que todo pessimismo em volta dessa dupla se transforme em pontos e os prejuízos materiais sejam os menores possíveis.
Talvez o famoso mantra da Ferrari de “traga as crianças para casa” seja de grande valia para eles neste 2014.

O que esperar dessa dupla? Acredito que o grande embate entre Grosjean e Maldonado aconteça nas classificações e se o carro for bom, serão figurinhas fáceis nas Q3. Isso também trará certo divertimento para as corridas com os dois se metendo no meio dos favoritos e embaralhando um pouco as coisas. Nas corridas coloco mais fé na regularidade de Romain. Pastor é veloz nos treinos, mas na provas, onde que de fato vale, ele não consegue repetir o êxito.
Mas de toda a forma será interessante – e divertido – acompanhar a Lotus e seus dois pilotos.

Foto 304: Escalando

Não dá para identificar quem estava tentando escalar a bancada alta de Daytona, na edição de 1971 das 24 Horas, segunda etapa do Campeonato Mundial de Marcas, mas pode ser tanto um de seus dois pilotos - Dr. Helmut Marko/ Rudi Lins - como também um fiscal ou mecânico da Porsche.
Marko e Lins conduziram este Porsche #3 917K da equipe Martini & Rossi Racing Team durante 462 voltas da 688 realizadas. Eles abandonaram devido um acidente. O outro Porsche da Martini, conduzido por Vic Elford/ Gijs Van Lennep, já havia abandonado a prova também  por acidente.
A corrida foi vencida por Pedro Rodriguez/ Jackie Oliver no Porsche #2 917K da J.W.Automotive Engineering, seguido pelas Ferraris 512M de Ronnie Bucknum / Tony Adamowicz (North American Racing Team) e Mark Donohue/ David Hobbs (Penske-White Racing)

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Foto 303: Graham, 85 anos




E o homem que venceu as três grandes corridas do último século (GP de Mônaco [1963, 64, 65, 68 e 69], 500 Milhas de Indianápolis [1966] e 24 Horas de Le Mans [1972]), denominada como "Tríplice Aliança", completaria hoje 85 anos.
Talvez seja um recorde que dificilmente será batido devido a série de cláusulas contratuais que impedem os pilotos (em especial os de F1) de disputarem as outras corridas, como a Indy 500 e 24 Horas de Le Mans.
O único piloto que está em atividade e que pode tentar essa sorte, é Juan Pablo Montoya que venceu a Indy 500 em 2000 e depois o GP de Mônaco em 2003.

Foto 302: Preferência

Brooks e Moss em Nurburgring, 1958: vitória para Tony, após a desistência de Stirling por problemas elétricos em seu Vanwall
(Foto: beatlesandhuxley.com)
"Eu nunca tive tantas oportunidades de treinos como eu queria, porque se eu fosse mais rápido do que ele (Stirling Moss), a equipe o deixava sair novamente. Ele podia querer meu chassi e o motor dele, ou vice-versa, o que significava mais trabalho para os mecânicos. Para David Yorke, chefe da equipe, fazia sentido manter o número dois por alguns décimos mais lento. Stirling tinha a certeza de que ele teria sempre o melhor carro. Se não tivesse, ele misturaria tudo! Dito isso, sempre fomos os melhores amigos e ainda somos."
As palavras são de Tony Brooks, que foi companheiro de Stirling Moss e Stewart Lewis-Evans na temporada de 1958 na Vanwall, ano que a equipe de Tony Vandervell tornou-se a primeira campeã de construtores da F1 e por muito pouco não fez de Moss o primeiro campeão inglês da categoria, primazia qual que ficou por conta de outro inglês, Mike Hawthorn, que estava na Ferrari.
Como acontece nos dias de hoje, a vida de Brooks não foi tão fácil e mesmo que estivesse no "fim de semana dele", certamente Moss teria algum porém para freá-lo. Portanto ele precisaria da ausência de Stirling para conseguir algo de interessante, como aconteceu em sua três vitórias naquela temporada (Spa, Nurburgring e Monza) onde Moss abandonou por problemas mecânicos. Caso contrário, a história para o simpático piloto inglês poderia ter sido amarga.
E certamente você pensava que a moda de "tratamento vip" era exclusividade dos Sennas, Schumachers e Alonsos da vida. Isso vem de muito, mas muito tempo...

*A fala de Tony Brooks foi retirada da Revista "F1 Racing" de 2008, da sua edição de Nº12

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Vídeo: Stock Car, Interlagos 1994

Uma das jóias dos irmãos Neri na sua conta no Youtube: a primeira bateria da nona etapa da Stock Car em Interlagos vencida por Djalma Fogaça.
Divirtam-se!

Foto 301: Um ponto

A classificação de Kimi Raikkonen para o GP de Mônaco de 2007 tinha sido desastrosa: uma batida nos "esses" da Piscina havia danificado a suspensão dianteira direita, o que deixo-o de fora do Q3 conquistando apenas a 16ª colocação.
A Mclaren com o seu duo Alonso-Hamilton dominou a prova sem qualquer tipo de problema ou incomodo, mas Raikkonen, se beneficiando da estratégia da Ferrari e de algumas desistências a sua frente, conseguiu um oitavo lugar que lhe garantiu um ponto.
Ao final da temporada, naquela magistral prova em Interlagos, aquele esforço em Monte Carlo teria ainda mais valor.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Foto 300: 500cc, Silverstone 1983

A linha de frente das 500cc em Silverstone, 1983. De baixo para cima: Kenny Roberts (Marlboro Agostini-Yamaha YZR500), Freddie Spencer (HRC-Honda NS500), Randy Mamola (HB Suzuki RG500), Eddie Lawson (Marlboro Agostini-Yamaha YZR500), Marc Fontan (Gauloises Sonauto-Yamaha YZR500), Takazumi Katayama (HRC-Honda NS500), Ron Haslam (Honda UK HRC-Honda NS500) e Jack Middelburg (Femis-Honda RS500) partindo para a segunda largada do GP da Grã-Bretanha das 500cc.
A prova foi interrompida na sexta volta, numa altura em que Kenny Roberts, Randy Mamola e Freddie Spencer se revezavam na liderança da corrida, quando Peter Huber e Norman Brown se colidiram na curva Stowe. A força do impacto foi tamanha que os capacetes de desprenderam da cabeça dos pilotos e as motos ficaram totalmente destruídas. Huber e Brown morreram no local.
A prova foi retomada e a vitória acabou ficando com Kenny Roberts, seguido por Freddie Spencer e Randy Mamola.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...