domingo, 4 de abril de 2021

Foto 905: Richard Attwood, Mônaco 1968

 


Richard Attwood com o BRM P126 durante o GP de Mônaco de 1968. Essa corrida foi a primeira após as tragédias que abateram sobre a Lotus com as perdas de Jim Clark em Hockenheim e Mike Spence em Indianápolis, num intervalo de um mês e a equipe de Colin Chapman levou o novo Lotus 49B que usava uma pequena asa traseira em forma de cunha para Graham Hill e Jackie Oliver.
Outros ficaram de fora desta etapa por diversos motivos: Jackie Stewart não esteve neste GP por conta do pulso machucado e Johnny Servoz-Gavin o substituiu na Matra; a Ferrari não se fez presente por considerar que a segurança na pista de Monte Carlo não ser a ideal, afinal as lembranças da morte de Lorenzo Bandini um ano antes eram bem vivas; Richard Attwood foi chamado pela BRM que havia perdido Mike Spence e em seguida Chris Irwin, que substituiria Spence, mas que sofreu acidente nos 1000km de Nurburgring onde teve sérios ferimentos na cabeça. Lucien Bianchi foi escalado pela Cooper para o lugar de Brian Redman que estava nos 1000km de Spa-Francorchamps.
O traçado de Monte Carlo sofreu modificação especialmente na chicane do Porto, onde aconteceu o acidente que vitimou Bandini e a prova foi encurtada em vinte voltas. A corrida acabou por ser uma prova de resistência onde apenas cinco carros acabaram terminando. Os destaques foram para Servoz-Gavin que qualificou-se em segundo e assumiu a liderança para ficar ali até a terceira volta, quando teve problemas na transmissão. Graham Hill chegou a sua quinta e última vitória em Monte Carlo, estabelecendo um recorde que duraria por 25 anos. Lucien Bianchi terminou em terceiro, marcando seu único pódio na categoria.
Richard Attwood foi o segundo e com boas chances de vitória, ao terminar em segundo e apenas dois segundos de atraso para Hill. Attwood ainda fez a melhor marca da prova, com o tempo de 1'28"1 na última volta.
Hoje Richard Attwood completa 81 anos.

domingo, 28 de março de 2021

GP do Bahrein - Um real Dogfight

Lewis Hamilton e Max Verstappen foram os grandes nomes deste GP barenita
(Foto: FIA/Twitter)

Aquele período curto dos testes de pré-temporada lá em Sakhir nos dava um cenário bem diferente e ao mesmo tempo complexo: enquanto víamos uma Red Bull parecer andar sobre trilhos e tendo o acompanhamento da irmã Alpha Tauri com bom ritmo, a Mercedes parecia perdida e isso refletia em sua cliente mais próxima que é a Aston Martin. Um carro nervoso, com uma suspensão que não dava aos pilotos a oportunidade de usar os pneus de forma integral e mais uma temperatura elevada, dava a entender que a Mercedes teria um final de semana mais complicado do que poderia parecer já na etapa de abertura ali mesmo no circuito barenita. 

Passados 15 dias a sensação de ver a Mercedes em dificuldades foi amaciada para esta etapa e pudemos ver muito bem quando os treinos iniciaram, mesmo que Max Verstappen tenha doutrinado os treinos livres e classificação com ritmo muito bom e isso indicava que a Red Bull era sim a favorita a vencer em Sakhir. Mas treinos são treinos e corridas são corridas. Apesar daquele gap de distância entre Red Bull e Mercedes ter beirado os oito décimos, como indicavam após os testes, pareceu cair para meio segundo nos treinos livres e na classificação Hamilton ficou três décimos de Verstappen, que realizara uma volta excelente para cravar a sua quarta pole na carreira. 

Mas é na corrida que as coisas importam de verdade e nem sempre os treinos livres conseguem dar a real diretriz do que pode acontecer. Verstappen largou bem e foi seguido por Hamilton, mas o inglês não deixou que a diferença entre eles chegassem aos dois segundos e isso foi primordial para que a Mercedes chamasse seu piloto para o pit-stop e lhe desse um jogo de pneus duros e conseguisse andar mais veloz que Max, que acabou esticando a seu stint com os médios e quando resolveu parar nos boxes caiu para segundo. Lewis se manteria na liderança até a 29 volta, quando foi aos boxes pela última vez e colocou novamente um jogo de pneus duros e como da outra vez, passou a diminuir a diferença para Max que faria seu pit-stop na 40ª volta colocando, também, pneus mais duros. Tendo um pneu 11 voltas mais novos, a chance de Max era nítida e a espera era pra quando ele poderia chegar e passar por Lewis que chegou a escapar na curva 10 e perder um segundo para Verstappen que aproveitou-se muito bem para efetuar a ultrapassagem na curva quatro em bela manobra por fora, mas ele acabou espalhando e levando vantagem na manobra feita na curva quatro e precisou devolver a posição mais adiante. Como a prova teve uma volta a menos devido o segundo procedimento de largada após o Red Bull de Sergio Perez ter ficado parado na pista após uma pane, a corrida desceu de 57 para 56, Max não teve mais tempo para tentar reaproximar de Lewis que acabou vencendo na abertura do mundial sua 96ª prova. 

Por mais que a corrida tenha tido um vencedor que todo mundo conhece e já está cansado de ver, não pode-se dizer que foi uma conquista fácil. Como bem disse, as coisas poderiam se desenhar mais desastrosas pelo que foi visto nos testes e depois diminuído nos treinos para depois na corrida, as duas equipes andarem bem próximas. As estratégias dos pneus foram o toque no meio dessa batalha de nervos que foi a prova do Bahrein, onde a Red Bull foi a grande derrotada num final de semana que podia ter sido perfeito com Max Verstappen dominando todas as ações. Lewis Hamilton efetuou de forma correta toda a estratégia e isso foi fundamental para que a Mercedes chegasse ao grande trunfo nessa prova e isso dá uma moral e tanto. As reclamações de Max logo após a bandeirada, onde ele disse que preferia ter tomado os cinco segundos, já que poderia ter ampliado a vantagem acima dos cinco segundos até rapidamente, mostram que a Red Bull poderia ter saído com a vitória mesmo tendo sido encurralada pela equipe alemã na estratégia. Neste momento acredito que tenham o melhor conjunto, mas não podem vacilar com uma Mercedes que pode - e deve - recuperar-se ainda mais nas próximas etapas. 

Portanto, não foi nenhum exagero quando Toto Wolff disse que as coisas seria uma "verdadeira briga de cães" quando os treinos livres terminaram na sexta-feira. 

Embolados

A largada para o GP do Bahrein
(Foto: Fórmula-1/ Twitter)

O meio do pelotão é algo que tem chamado atenção e isso faz um bom par de temporadas, mas desta vez a briga parece mais visceral que o normal. Alpha Tauri apareceu e muito bem desde os treinos, mas os problemas na asa dianteira do carro de Pierre Gasly acabaram minando as chances da equipe conseguir um bom resultado. Porém, o estreante e aguerrido Yuki Tsunoda conseguiu dois pontos para a equipe. A Ferrari também esteve em boa prova com Charles Leclerc e Carlos Sainz que já haviam largado entre os dez primeiros, travando bons duelos com Alpine, Aston Martin e Mclaren, conseguindo marcar pontos com os dois pilotos. Mclaren foi outra que esteve muito bem desde os treinos, especialmente com Lando Norris que usou bem seu tempo de casa para dominar o seu novo companheiro de equipe Daniel Ricciardo. Foi um inicio bem animador para Mclaren ao marcar pontos com seu dois pilotos. Alfa Romeo chegou a flertar com os pontos nesta primeira etapa, o que pode considerar até mesmo um avanço se olharmos para 2020 e a dificuldade dos dois pilotos. Alpine teve um bom presságio com a nona colocação de Fernando Alonso e até que as primeiras voltas do espanhol foram boas, principalmente em se envolvendo em duelos com Vettel e Sainz, mas problemas no carro logo após a primeira parada de box e depois detritos na entrada de ar dos freios, fez com que Alonso perdesse rendimento e abandonasse quando já estava fora da casa dos pontos. Esteban Ocon, que saiu da 16ª posição não conseguiu ir além da 13ª colocação - talvez o toque que levou de Sebastian Vettel na freada para a primeira curva tenha atrasado bastante o francês. 

Sobre Vettel, tinha uma grande expectativa em torno de sua estréia pela também re-estreante Aston Martin, mas as coisas não foram as melhores para ele: uma classificação complicada que o deixou o deixou de fora do Q2 e ainda teve o desrespeito com as bandeiras amarelas que deu a ele uma punição de cinco posições no grid e ainda três pontos na carteira que acabaram convertendo em cinco no domingo por conta do incidente com Ocon. Stroll conseguiu salvar o final de semana da equipe ao terminar em décimo, perdendo a nona posição para Tsunoda nas últimas voltas, mas com bom ritmo e andando frequentemente entre os dez primeiros. Já Williams e Haas continuam seu calvário, mas com uma melhora sensivel da equipe inglesa que pode, neste momento, se vangloriar em não ter ficado nas últimas posições. Para a Haas a nova dupla foi bem problemática: Nikita Mazepin já escapou logo após a largada no lado oposto onde teve o terrível acidente de Romain Grosjean ano passado, mas sem grandes consequencias desta vez. Já Mick Schumacher acabou rodando na curva quatro, mas prosseguindo para fechar em 16º.

A categoria volta no dia 18 de abril para a realização do GP da Emilia Romagna em Ímola.

quarta-feira, 24 de março de 2021

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Foto 904: Jean Behra, GP da França 1959



O sempre valente Jean Behra com a Ferrari Dino 246 num dos trechos do circuito de Reims que recebeu o GP da França de 1959, então quarta etapa do Mundial de Fórmula-1 daquele ano. 

Era o ano de estréia de Behra na Ferrari após passagens por Gordini, Maserati e BRM e sempre com boas prestações, mas aquela passagem pela Ferrari tornaria-se um grande desaire na carreira do piloto francês. Em Mônaco teve problemas no motor, abandonando na 24ª volta; terminou em quinto na Holanda, marcando seus dois únicos pontos pela Scuderia de Enzo Ferrari. 

As coisas começaram complicar para Jean em solo francês, começando pelas 24 Horas de Le Mans, quando dividiu o comando da Ferrari 250 TR com Dan Gurney. O problemas iniciaram com o famoso chefe de equipe Romolo Tavoni, quando este ordenou com que as rotações do motor Ferrari ficasse na casa dos 7500 RPM, o que contrariou bastante Jean Behra que largaria na pole após Gurney efetivar a posição em 4'03''3, formando a trinca da Ferrari nas três primeiras posições. 

A dupla formada por Behra/ Gurney vinha com boas chances na corrida tendo liderado um bom par de voltas, mas problemas nos faróis obrigaram a ida deles aos boxes para reparos e isso fez com que perdessem a liderança para o Aston Martin DBR1/300 de Roy Salvadori/ Carroll Shelby. Behra/ Gurney voltaram em segundo após os reparos, mas na décima hora de prova, já no meio da madrugada, o motor do Ferrari de Behra/ Gurney, com o francês ao volante, acabou quebrando quando ocupava a quarta posição. 

A derradeira prova de Behra pela Ferrari se deu em Reims, onde a equipe italiana despontava como grande favorita devido a potência do seu V6. Apesar da prova ter tido seu momento complicado, exatamente no gancho Thillois, onde o asfalto estava por se soltar e isso causou até mesmo cortes no rosto de Masten Gregory devido aos pedaços da pista, a corrida foi dominada amplamente por Tony Brooks com a Ferrari e foi seguido pelo seu companheiro Phil Hill. Behra estava em terceiro quando o motor do Ferrari estourou na volta 31. 

Os acontecimentos de Le Mans e Reims foram inflados durante um jantar, onde Behra e Tavoni entraram em forte discussão e que foi encerrado com o francês dando um soco no italiano. Com situação insustentável, Jean Behra acabou sendo demitido da Scuderia. Behra acabou por morrer em agosto daquele ano após um acidente na bancada de tijolos do circuito de AVUS, quando disputava uma prova para carros sport com um Porsche RSK. 

Para não dizer que sua passagem pela Ferrari foi um desastre, Behra venceu uma prova extra-campeonato em Aintree.

Jean Behra completaria hoje 100 anos. 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

59ª 24 Horas de Daytona - Blog Volta Rápida

 Desta vez os comentários sobre esta 59ª Edição das 24 Horas de Daytona se dá no canal do Volta Rápida no Youtube. 

Espero que gostem!


domingo, 10 de janeiro de 2021

Foto 903: Ignazio Giunti, 1000km de Nurburgring 1970

 


A estrela italiana em ascensão, Ignazio Giunti, ao volante do Ferrari 512 S Spyder - que dividiu com Arturo Merzario - durante os 1000km de Nurburgring de 1970. A corrida foi curta para o duo, já que problemas na injeção de combustível forçou o abandono na segunda volta.

Giunti era uma das esperanças italianas no automobilismo naquele início de década, tendo conquistado sucessos desde 1968 quando terminou em segundo na Targa Florio e ficou em quarto nas 24 Horas de Le Mans, nestas duas pilotando pela Alfa Romeo em dupla com Nanni Galli. De imediato foi recrutado pela Ferrari, onde revezou com Clay Regazzoni na Fórmula 1 e ainda continuou a pilotar nas provas de Endurance pela equipe italiana que lhe deu a oportunidade de vencer as 12 Horas de Sebring de 1970 em trio com Nino Vacarella e Mario Andretti.

Hoje completa exatos 50 anos da sua terrível morte, após bater seu Ferrari 312PB na traseira do Matra de Jean Pierre Beltoise em plena reta dos boxes do circuito durante a realização dos 1000km de Buenos Aires de 1971, num momento em que o francês tentava empurrar o carro para os boxes. 

Giunti tinha 29 anos. 

Foto 902: 6 Horas de Daytona 1972

 


Belíssima foto do pelotão para as 6 Horas de Daytona de 1972, então segunda etapa do Mundial de Marcas. Na foto: #2: Ferrari 312 PB - Andretti/Ickx, #4: Ferrari 312PB - Regazzoni/Redman, #6: Ferrari 312 PB - Schenken/Peterson, #12: Lola T 280 - Wisell/Bonnier e o #32: Abarth 2000 SP - Arturio Merzario/Alex Soler-Roig.
A prova foi reduzida das tradicionais 24 Horas para apenas 6 por precaução da FIA em questão da durabilidade dos carros - alguns apontam, também, o fator da crise do petróleo que viria agravar a partir de 1973 - e isso foi estendido para algumas provas do calendário do Mundial, exceto as 24 Horas de Le Mans e também as 12 Horas de Sebring - os promotores desta prova se opuseram a sugestão da FIA e mantiveram a durabilidade da prova. Outras informações também levam que a Ferrari teria opinado sobre a duração das provas ao colocar em questão o seu motor, que talvez não aguentasse todo o percurso de uma corrida de 24 Horas.
A corrida foi vencida por Mario Andretti/ Jacky Ickx - que enfrentaram problemas num dos cilindros, tanto que fecharam a prova com apenas 11 -, a segunda posição ficou para Ronnie Peterson/ Tim Schenken - que também enfrentaram problemas com a embreagem - e a terceira posição para o Alfa Romeo T33/3 de Vic Elford/ Helmuth Marko.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...