domingo, 18 de abril de 2021

GP da Emilia Romagna - Contra-ataque rubro-taurino

 

(Foto: Red Bull/ Twitter)


Sabemos quanto que este duelo entre Hamilton e Max é esperado. Tivemos algumas amostras disso, principalmente na corrida da Hungria de 2019 onde a Mercedes colocou a equipe Rubro-taurina num beco sem saída e teve em Lewis o grande vitorioso. A prova de abertura deste campeonato foi o momento em que a Red Bull aparecia melhor, mas mais uma vez a Mercedes fez a estratégia e deixou a equipe austríaca e situação de precisar resolver na pista. Max até conseguiu, mas a malandragem de Hamilton na famosa curva quatro tirou do holandês a chance de iniciar o campeonato no lugar mais alto do pódio.

Desta vez, em Ímola, para a realização do GP da Emilia Romagna, a Mercedes mostrou uma certa evolução e isso deu uma boa impressão de que o duelo entre os dois principais postulantes seria ainda mais acirrado. O que diferencia as coisas em Ímola, foi a largada precisa de Verstappen que não apenas serviu para redimir-se do erro do sábado, como também foi importante para assumir a liderança logo de cara e bater rodas com Hamilton.

A precisão de Max na pista molhada e aproveitando -se do fato de Hamilton ainda tentar achar aderência necessária, foi importante para ele construir uma vantagem que oscilou entre 5.5 e 4.5, mas com a chegada dos retardatários essa diferença passou a oscilar ainda mais. Com a pista criando um trilho, começou a ficar claro que Hamilton parecia ter mais carro que Max e a diferença passou a cair e aí que morou o erro do inglês voltas depois de fazer o pit-stop quando errou na Tosa ao tentar colocar uma volta em Russell, exatamente quando procurava tirar diferença para Max.

A grande sorte de Lewis, aliado a sua habilidade em sair da brita e voltar para a pista, foi de logo em seguida acontecer o forte acidente entre Bottas e Russell na Tamburello. Isso ocasionou a bandeira vermelha para a limpeza da pista e deu ao inglês a oportunidade de voltar ao jogo.

Enquanto que Verstappen abria grande vantagem com a retomada da prova, foi a vez Norris brilhar ao tomar a segunda posição de Charles Leclerc e ficar ali até quando faltava quatro voltas para o final. Foi o momento em Hamilton, formidavelmente recuperando -se da nona posição, chegou ao segundo lugar após duelar o jovem conterrâneo.

Foi uma grande corrida de Max, assim como a forte recuperação de Hamilton e o talento cada vez mais vistoso de Lando, num pódio onde os três saíram sorrindo e de onde poderemos ter cada vez mais rostos diferentes naquele local.

Um impressionante Max

A cada corrida que passa fica mais claro que Verstappen tem deixado de lado algumas de suas impaciência e procurado ficar exclusivamente na sua condução. Essa corrida foi a prova clara disso ao realizar uma largada dos Deuses e sair de terceiro para primeiro na freada para a Tamburello, jogando duro contra Hamilton que procurou vender caríssimo a posição.
Infelizmente o erro de Lewis nos privou de uma boa batalha entre os dois, mas isso não deve demorar a acontecer - e talvez aconteça com mais frequência a nesta temporada.

Lewis errou, assumiu, teve sorte e competência

É difícil ver o melhor piloto do lote errar e quando erra, é algo impressionante. Pelo menos nessa corrida Lewis teve dois erros: o primeiro na largada, quando tentou intimidar Max na freada para a Tamburello e acabou não funcionando e por muito pouco não danifica a asa dianteira - onde chegou perder uma pequena aleta do lado esquerdo - e depois na sua tentativa de tentar alcançar Vertappen e errar na Tosa, ao sair do trilho seco para a parte molhada quando estava para por volta em Russell.

Sua sorte após o acidente de Bottas e Russell em ter dado a bandeira vermelha lhe deu a oportunidade de sair em nono e recuperar-se fortemente para chegar em segundo e ainda garantir a melhor volta, que lhe garantiu a liderança do Mundial por 1 ponto sobre Max.

Mas ficou claro que o desempenho do Mercedes em pista seca era bem melhor e isso daria ao heptacampeão a chance de buscar a vitória.

Sobre a corrida

Excetuando os dois principais pilotos das duas equipes, Perez e Bottas foram bem abaixo. Iniciando pelo finlandês, este passou todo o momento da corrida tomando calor de Lance Stroll e no momento do acidente estava disputando com Russell. A manobra que ocasionou a batida é questionável, mas Valtteri fez uma leve movimentação de defesa e George, no reflexo, jogou um pouco mais além do asfalto indo pegar a grama molhada. Foi um momento bastante critico, exatamente para dois personagens que tem suas carreiras ligadas a possibilidade de continuar ou chegar a Mercedes.

Perez fez uma classificação espetacular ao ficar em segundo, mas na corrida foi bem sofrível. Teve os problemas no volante, que foi trocado, mas a impressão que ficou, por conta de seus erros, foi de tentar pilotar no mesmo nível de Max e isso é difícil para um piloto que sempre teve a pilotagem cadenciada como é o do mexicano. Tanto os erros quanto a ultrapassagem sobre Vettel, passaram essa impressão de ir além do que lhe é costumeiro.

A Ferrari foi bem com seus dois pilotos e fica claro a impressão que se Carlos Sainz não tivesse errado tanto, poderia até mesmo buscado o pódio. Isso esteve nas mãos de Leclerc, mas perdeu a segunda posição para Norris na relargada e mais tarde para Lewis, fechando em quarto. McLaren apareceu bem mais uma vez e com Norris, que conseguiu um belo terceiro lugar; Ricciardo ficou em sexto, mas longe de ter um grande desempenho como o de Lando. Lance Stroll foi mais uma vez o homem da Aston Martin com bom desempenho entre os dez, sempre dentro das possibilidades do carro; para Vettel restou mais uma tarde de azar, onde foi punido por não ter os pneus montados há cinco minutos antes da largada, mesmo tendo saído dos boxes e depois abandonaria por problemas mecânicos.

Gasly sofreu com o uso dos pneus de chuva extrema e isso o atrasou demais e quando optou pelos intermediários, já havia caído na classificação. Ainda salvou uma oitava posição; Yuki Tsunoda até que realizou uma boa corrida, mas errou após a relargada e ficou em 13o. A Alfa Romeo salvou alguns pontos com a mina posição de Raikkonen, enquanto que Giovinazzi fechou em 14o. A Alpine não teve uma boa jornada, apesar de Ocon ter ficado entre os dez primeiros no grid. Ele e Alonso estiveram próximos por toda corrida e o espanhol ficou logo atrás de Esteban, que conseguiu um ponto com o décimo lugar. Para a Williams foi um final de semana que se desenhava até bom, mas que terminou da pior forma possível com seus dois carros destruídos - primeiramente com o enrosco entre Lattifi e Mazepin e depois entre Russell e Bottas - onde era bem possível que George ficasse com alguns pontos nessa prova. Sobre a Haas, seus dois pilotos competem internamente apenas. Mick chegou anos luz a frente do errático Mazepin - uma vez que o filho de Michael também errou ao bater na saída de box quando aquecia os pneus.

O GP da Emilia Romagna, que iniciou com pista molhada, foi bem melhor do que era imaginado e nos deu uma importante visão do que pode ser neste campeonato, onde a Red Bull e Mercedes serão as postulantes ao título, mas com coadjuvantes que podem muito bem desequilibrar a balança. 

sábado, 10 de abril de 2021

F1 Battles: Carlos Reutemann vs Mario Andretti - Zandvoort 1980


A bela disputa entre Carlos Reutemann e Mario Andretti pela quarta posição no GP da Holanda de 1980, então 11a etapa daquele mundial.

Enquanto que os dois veteranos - e ex-companheiros de Lotus - batalhavam por aquela posição, Nelson Piquet liderava o GP para conquistar uma importante vitória que o deixou com dois pontos de desvantagem para Alan Jones, que terminou em 11o nesta prova. Jones somava 47 pontos contra 45 de Piquet. A segunda posição do GP ficou para René Arnoux e a terceira para Jacques Laffite.
Sobre a batalha da quarta posição Reutemann levou a melhor e ficou com a posição, enquanto que Mario abandonou na volta 70 por pane seca.

Foto 909: Juan Manuel Fangio, GP de Berlim 1954

 


Uma festa para o campeão. As Mercedes W196 lideradas por Karl Kling, Juan Manuel Fangio e Hans Hermann durante o I Grosser Preis von Berlin, realizado em 19 de setembro de 1954 em AVUS.

Esta prova foi organizada para comemorar a conquista de Juan Manuel Fangio naquele ano de 1954 e contou com a participação de 14 participantes ao todo. Além dos três Mercedes, ainda teve três Gordini T16 para Jean Behra, André Pilette e Fred Wacker. A Maserati levou dois 250F oficiais para Stirling Moss e Sergio Mantovani, mas a marca ainda teve outros dois carros de modo particular: Louis Rosier inscreveu um 250F em seu nome e Harry Schell um antigo A6GCM também em seu nome. A equipe de Louis Rosier inscreveu uma Ferrari 625 para Robert Manzon, mas este nem chegou a participar da corrida após apresentar problemas pouco antes da largada. Um Ferrari 500 foi inscrito pela Ecurie Francorchamps e pilotada por Jacques Swaters. A lista de inscritos ainda contou com duas participações particulares: Helmut Nierdermayr pilotou um Klenk Meteor, enquanto que Rudolf Krause usou um BMW Eingebau.

Para a corrida, com 60 voltas programadas, apenas 11 carros estiveram presentes – Moss, Mantovani e Krause nem treinaram – e o número de participantes cairia ainda para 10 quando Robert Manzon não alinhou na oitava posição. Juan Manuel Fangio, que fez a pole com 1.3 segundos de vantagem sobre Hans Hermann, liderou o corrido por um bom tempo e sempre comboiado pelos outros dois Mercedes. Faltando  poucas voltas para o fim, o argentino diminuiria a velocidade e deixaria Karl Kling assumir a liderança para vencer por uma margem de cinco décimos sobre Fangio, com Hermann em terceiro fechando a trinca da equipe Mercedes. O piloto argentino teria abdicado da vitória seguido comando vindo dos boxes para que Kling vencesse.

Na foto em destaque no post ainda pode-se ver a presença de um outro carro, que trata-se do Gordini de Jean Behra que conseguiu acompanhar o ritmo dos Mercedes pelas primeiras voltas, mas que acabaria por ter o motor quebrado - justamente pelo grande esforço em acompanhar os carros alemães - e abandonar na volta 14. 

Ainda sobre Fangio, o argentino acabou recebendo um volante feito por um artesão local e que está em seu Museu na cidade de Balcarce.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Foto 908: Jim Clark, GP da Holanda 1965

 


Jim Clark com Lotus 33 Climax durante o GP da Holanda de 1965. Foi o GP onde Colin Chapman teve uma briga com os policiais locais, tendo dado um soco em um deles pouco antes do início da corrida. Colin foi levado para a delegacia, onde ficou preso por dois dias.
Este foi o GP onde a Honda, com Richie Ginther, desafiou o Lotus de Jim Clark e o BRM de Graham Hill nas voltas iniciais com um bom ritmo. O bom desempenho do Honda RA272 tinha sido visto já em Silverstone semana antes com o mesmo Ginther, e a repetição em Zandvoort durou algumas voltas mais do que foi no GP britânico.
Richie Ginther ficou por duas voltas na liderança até ser ultrapassado por Graham Hill e Jim Clark. Mais tarde, na volta 6, foi a vez de Clark assumir a liderança para não mais perdê-la e conquistar a sua quinta vitória no ano, naquele que foi o sexto GP da temporada.
Hoje completa 53 anos da morte de Jim Clark, que aconteceu durante uma prova de Fórmula 2 em Hockenheim. 

terça-feira, 6 de abril de 2021

Foto 907: Hermann Lang, Trípoli 1939

 


(Foto: Daimler Benz)

Hermann Lang a caminho da vitória no GP de Trípoli de 1939 com o icônico Mercedes Benz W165, cujo carro que foi construído em poucos meses especificamente para esta prova. Rudolf Caracciola, como modelo idêntico ao de Lang, e Emilio Villoresi com Alfa Romeo 158 completaram o pódio.

Lang venceu por três vezes este GP de Trípoli e forma consecutiva, ao vencer de 1937 até 1939. A sua primeira vitória naquele circuito marcou dois fatos curiosos: a primeira foi logo após a conquista, quando estava voltando da premiação e foi abordado por uma pessoa que o beijou várias vezes. Mais tarde soube -se que esta pessoa é a que havia ganhado na loteria - os resultados da prova eram válidos pela loteria também. O outro fato se deu mais tarde quando houve a festa de gala que acontecia tradicionalmente para congratular o vencedor do evento. Tanto Hermann, quanto sua esposa Lydia, não tinham roupas adequadas - e nem dinheiro para comprá-las - para a situação e se trancaram no quarto do hotel, atrasando a ida para a festa - é de se destacar que Hermann Lang não tinha a mesma fama de um Caracciola, Manfred Von Brauchitsch ou Hans Stuck, sendo que o piloto estava despontando para ao automobilismo naquele momento, tendo saído da posição de mecânico para piloto da equipe já em 1935. Alfred Neubauer, o grande chefe da equipe Mercedes, acabou por convencê-los a ir para a festa onde Hermann seria premiado pela conquista.

Hoje Hermann Lang completaria 112 anos hoje.


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Foto 906: Michael Schumacher, Interlagos 1992

 

(Foto: Professional Sport)


Michael Schumacher gastando a borracha do Benetton Ford na freada para o S do Senna, durante o GP do Brasil de 1992. Logo atrás Jean Alesi que terminou em quarto, mas durante a prova teve um enrosco com o Benetton de Martin Brundle na volta 31 que acabou forçando o abandono do inglês logo em seguida.
O piloto alemão travou uma boa disputa com Ayrton Senna pela terceira posição durante as primeiras 13 voltas, quando o brasileiro abandonou a corrida para selar um final de semana desastroso da McLaren que estreava no novo MP4/7 que ainda tinha uma série de problemas - tanto que Gerhard Berger teve problemas já no grid de largada, o que obrigou o austríaco sair do fundo e abandonar na volta 4. A McLaren levou sete carros para este GP, sendo três deles a versão B do MP4/6.
Michael Schumacher fechou em terceiro com uma volta de atraso para a dupla da Williams, que teve em Nigel Mansell o vencedor e Ricardo Patrese em segundo.
O GP do Brasil de 1992 completa exatos 29 anos hoje.

domingo, 4 de abril de 2021

Foto 905: Richard Attwood, Mônaco 1968

 


Richard Attwood com o BRM P126 durante o GP de Mônaco de 1968. Essa corrida foi a primeira após as tragédias que abateram sobre a Lotus com as perdas de Jim Clark em Hockenheim e Mike Spence em Indianápolis, num intervalo de um mês e a equipe de Colin Chapman levou o novo Lotus 49B que usava uma pequena asa traseira em forma de cunha para Graham Hill e Jackie Oliver.
Outros ficaram de fora desta etapa por diversos motivos: Jackie Stewart não esteve neste GP por conta do pulso machucado e Johnny Servoz-Gavin o substituiu na Matra; a Ferrari não se fez presente por considerar que a segurança na pista de Monte Carlo não ser a ideal, afinal as lembranças da morte de Lorenzo Bandini um ano antes eram bem vivas; Richard Attwood foi chamado pela BRM que havia perdido Mike Spence e em seguida Chris Irwin, que substituiria Spence, mas que sofreu acidente nos 1000km de Nurburgring onde teve sérios ferimentos na cabeça. Lucien Bianchi foi escalado pela Cooper para o lugar de Brian Redman que estava nos 1000km de Spa-Francorchamps.
O traçado de Monte Carlo sofreu modificação especialmente na chicane do Porto, onde aconteceu o acidente que vitimou Bandini e a prova foi encurtada em vinte voltas. A corrida acabou por ser uma prova de resistência onde apenas cinco carros acabaram terminando. Os destaques foram para Servoz-Gavin que qualificou-se em segundo e assumiu a liderança para ficar ali até a terceira volta, quando teve problemas na transmissão. Graham Hill chegou a sua quinta e última vitória em Monte Carlo, estabelecendo um recorde que duraria por 25 anos. Lucien Bianchi terminou em terceiro, marcando seu único pódio na categoria.
Richard Attwood foi o segundo e com boas chances de vitória, ao terminar em segundo e apenas dois segundos de atraso para Hill. Attwood ainda fez a melhor marca da prova, com o tempo de 1'28"1 na última volta.
Hoje Richard Attwood completa 81 anos.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...