terça-feira, 1 de junho de 2021

Foto 953: Jo Gartner, Procar BMW M1, Mônaco 1980

 


Uma das jovens promessas do automobilismo austríaco em ação. Na foto, Jo Gartner no comando do BMW M1 durante a etapa de Mônaco do Procar BMW M1 de 1980. Gartner não terminou.

Jo Gartner acabou sendo chamado por Helmut Marko para substituir o austríaco Markus Höttinger, que morreu na etapa de Hockenheim da Fórmula-2 naquele ano de 1980. Gartner pilotou para a equipe de Marko naquele conquistando uma quarta colocação em Donington e ficando em sexto na etapa final em Ímola. Ao todo, Gartner marcou 16 pontos e terminou em 13º no campoenato que foi vencido por Nelson Piquet. 

O piloto austríaco ficou de 1980 até 1983 na Fórmula-2 onde conseguiu apenas uma vitória na etapa de Pau, quando herdou o primeiro lugar após a desqualificação de Alain Ferté. Gartner chegou a Fórmula-1 em 1984 pela Osella e ali ele disputou oito GPs e seu melhor resultado foi no GP da Itália, quando terminou em quinto. Mas seus dois pontos não foram computados já que ele estava pilotando os egundo carro da Osella - a equipe italiana havia inscrito apenas um carro que foi compartilhado entre Gartner e Piercarlo Ghinzani durante a temporada e com a entrada de mais um carro apenas naquela etapa da Itália, os pontos de Gartner não entraram para a estatística da temporada de 1984.

Gartner seguiu para o endurance onde estava a florescer como um dos melhores pilotos da disciplina, e com um pouco mais de experiência poderia muito bem a ser um dos mestres das provas de resistência. Sua conquista nas 12 Horas de Sebring de 1986, fazendo trio com Bob Akin e Joachim Hans Stuck, só confirmava as suas qualidades - algo que tinha sido bem visto na sua participação nas 24 Horas de Le Mans de 1985 ao ficar em quarto com o Porsche que ele dividiu com David Hobbs e Guy Edwards.

Hoje completa 35 anos que a promissora carreira de Jo Gartner foi interrompida quando o Porsche 962C da Kremer Racing bateu no guard rail da reta Mulsanne e saindo para fora da pista e desintegrando-se após capotar, bater nas árvores, num poste telefônico e depois iniciar um incêndio. Gartner tinha 32 anos. 

Foto 952: Martin Brundle, Silverstone 1991

 

Martin Brundle à frente do Sauber Mercedes de Karl Wendlinger/ Michael Schumacher
em Silverstone 1991

A carreira de Martin Brundle é muito mais associada a sua passagem na Fórmula-1 do que qualquer outra categoria, mas o piloto inglês, neste intervalo na categoria, teve seus momentos de brilhantismo no mundo dos Sportscar. Ele venceu o World Sportscar Championship de 1988 pela Jaguar com o comando de seu velho conhecido Tom Walkinshaw, que já havia lhe dado oportunidades no Campeonato Europeu de Carros de Turismo em 1983. Naquele mesmo ano, Brundle ainda juntaria ao seu futuro título mundial a vitória nas 24 de Daytona válida pela IMSA e passariam-se mais dois anos até que ele conseguisse pela Jaguar, pilotando o modelo XJR-12 com John Nielsen e Price Cobb, a vitória nas 24 Horas de Le Mans de 1990

Em 1991 Brundle estava a serviço da Brabham na Fórmula-1 quando foi chamado pela Jaguar para disputar as três primeiras etapas do Mundial de Sportscar (WSC) pela Jaguar. Na prova de abertura, para a disputa dos 430km de Suzuka (Fuji Film Cup), Brundle dividiu o comando do XJR-14 com Teo Fabi, mas abandonaram a prova com 4 voltas após uma pane elétrica. Nos 430Km de Monza (Trofeo Fillippo Caracciolo) ele estava inscrito nos dois Jaguares que foram pilotados por Derek Warwick (#3) e Teo Fabi (#4). Nesta etapa ele venceu em dupla com Warwick e ficou em segundo com Fabi, mas por conta das regras da época, onde o piloto que andasse em dois carros na mesma etapa não marcaria pontos, o inglês saiu zerado desta etapa italiana. A próxima corrida eram os 430Km de Silverstone (Trofeu Castrol BRDC Empire).

Para essa etapa ele foi inscrito novamente nos dois carros, tanto que ele acabou marcando a pole com o #4 que também era de Teo Fabi, mas na corrida ele acabou largando com o #3 de Derek Warwick e foi com este carro onde ele enfrentou problemas e teve que fazer uma prova de recuperação, onde o próprio Brundle destaca como a melhor de sua carreira. 

Os problemas começaram poucos metros após a largada, quando a terceira marcha do Jaguar #3 não entrava mais. Para piorar, logo na segunda volta, o cabo do acelerador também quebrou e isso obrigou o campeão de 1988 a ir prematuramente aos boxes para reparos que duraram cerca de seis voltas. Com o #3 problemático, a Jaguar acabou colocando Warwick no carro de Teo Fabi - o que causaria a não pontuação do britânico naquela etapa após uma série de idas e vindas nas divulgações do resultado final, a ponto da Jaguar entrar até mesmo com recurso para reaver os pontos de Warwick e que acabou dando em nada. 

Com o carro arrumado, Martin Brundle partiu para uma grande prova de recuperação: "Depois disso, saí e dirigi loucamente, passando carros à esquerda, à direita e ao centro." relembra Brundle, que ficaria ainda mais furioso quando viu que todo seu esforço após uma hora e meia andando no limite o levara apenas ao 14º lugar. Nesta tentativa de recuperação, Brundle estabeleceu o recorde para a categoria em Silverstone com a marca de 1'29''372 - o ritmo de Martin foi tão impressionante que das suas 79 voltas apenas quatro foram mais lentas que o mais veloz estabelecido por um carro não Jaguar (Michael Schumacher, com o Sauber C291 Mercedes Benz, fez a marca em 1'33''798). 

Martin Brundle conseguiu escalar o pelotão e fechar em terceiro, com quatro voltas de desvantagem para seus companheiros Teo Fabi/ Derek Warwick que venceram de ponta a ponta, e com três de atraso para a jovem dupla da Sauber Mercedes formada por Karl Wendlinger/ Michael Schumacher. Outro fato que impressionou foi que Brundle não esperava fazer toda a prova, que teve uma duração de 2 horas e 12 minutos, no comando do carro. Ele relembra o fato: "Terminei em terceiro, mas não bebi no carro porque não esperava dirigir mais do que 45 minutos e estava exausto.". Isso acabou lhe rendendo uma pergunta durante a conferência de imprensa, quando lhe perguntaram sobre o "quanto tinha sido dificil pilotar por toda corrida?", e de imediato, o homem que ainda era um aspirante e que em dentro de poucos meses mudaria para a Fórmula-1, Michael Schumacher, virou impressionado e completou a pergunta para Brundle "Você pilotou a corrida inteira?", o que arrancou risos de Martin Brundle. 

O piloto inglês não pilotou mais naquele campeonato do World Sportscar e o seu lugar foi ocupado por David Brabham para o resto do mundial a partir da etapa de Nurburgring. Brundle voltou-se para o Mundial de Fórmula-1, onde salvou dois pontos com Brabham em Suzuka. 

Hoje Martin Brundle completa 62 anos.

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Foto 951: Andrea De Cesaris, Monte Carlo 1994

 


O veterano Andrea De Cesaris com o Jordan 194 Hart durante o final de semana do GP de Mônaco de 1994. Ele acabaria por garantir um ótimo quarto lugar. 

De Cesaris substituiu Eddie Irvine na equipe Jordan por duas corridas naquela ocasião após o irlandês pegar um gancho de três provas (no GP do Pacifico Aguri Suzuki foi o substituto) por ter sido considerado culpado no acidente que envolveu ele, Jos Verstappen e Martin Brundle no GP do Brasil. O italiano apareceu no fatidico GP de San Marino e qualificou em 21º e abandonou na volta 50. 

Em Mônaco ele o 14º tempo, ficando a frente de Rubens Barrichello que retornava ao cockpit do Jordan após a sua ausência em Ímola. Alguns pilotos que iam a sua frente tiveram os mais variados problemas e acabaram abandonando e/ou caíssem na classificação e isso permitiu que o italiano chegasse ao quarto lugar voltasse a marcar depois de quase um ano e meio - a última vez tinha sido no GP do Japão de 1992, quando ele também terminou em quarto com a Tyrrell. 

Andrea De Cesaris acabou indo para a Sauber em substituição ao convalescente Karl Wendlinger, que se acidentara em Mônaco. O italiano ficou na equipe do GP do Canadá até o GP da Europa, em Jerez, e neste período ele salvou um ponto no GP da França e abandonou nas demais. Foi a última aparição do folclórico italiano na Fórmula-1. 

Hoje De Cesaris completaria 62 anos. 

Vídeo: Gilles Villeneuve, GP de Mônaco 1981

 


A então sexta etapa do Mundial de Fórmula-1 de 1981, onde Gilles Villeneuve aproveitou-se do acidente de Nelson Piquet e dos problemas de motor que Alan Jones enfrenta em seu Williams - com direito a uma parada de box para fazer um breve reabastecimento, uma vez que o Cosworth apresenta algumas falhas e os leva a acreditar que o problema podia ser uma possivel pane seca. Mas isso não foi suficiente para aplacar um impressionante Gilles Villeneuve que passou a andar ainda mais forte para atacar Jones na reta de largada e assumir a liderança, para delírio da torcida que o já incentivava algumas voltas antes. 

Foi a primeira conquista de Gilles em Mônaco - e em solo europeu -, assim como a primeira do turbocomprimido da Ferrari na categoria. 

Uma tarde magnifica para um dos pilotos mais populares da Fórmula-1.

Abaixo o resumo do que foi aquela prova, realizada há exatos 40 anos.


domingo, 30 de maio de 2021

105ª Indy 500 - Para a eternidade

O novo integrante do quarteto: Helio chega ao seu quarto triunfo em Indianápolis e se iguala a A.J. Foyt, Al Unser e Rick Mears com quatro vitórias na Indy 500
(Foto: Indycar NBC/ Twitter)

Não dá para negar que havia uma chance.  A atmosfera daquela pista centenária chega ser palpável até mesmo para que assiste a quilômetros de distância. É um local que não cansamos de falar que "parece ter vida própria ao escolher seus vencedores". O Indianápolis Motor Speedway sempre nos proporciona o melhor do motorsport, misturando drama, suspense e emoção em doses cavalares a ponto de deixar os espectadores quase que sem respirar nas voltas finais.

Foi quase impossível não ficar impressionado com o espetáculo que Hélio Castroneves e Alex Palou nos proporcionou nesta 105ª edição das 500 Milhas de Indianápolis. Dois extremos da competição, duas gerações bem diferentes onde o jovem espanhol, que desponta desde 2020 como uma das grandes promessas da categoria, buscando seu lugar ao sol contra um veterano de guerra, de tantas vitórias e que estava tentando entrar de vez para a história do Brickyard há mais de uma década. Aquelas vinte e poucas voltas para o final foram um bailar dramático para saber quem daria o derradeiro passo e vencer a clássica americana.
Era uma briga de gato e rato onde ninguém mais parecia se intrometer, onde estes dois pilotos esperavam apenas o momento certo para dar a cartada final.

A ultrapassagem de Hélio Castroneves na abertura da penúltima volta ainda reservava alguma emoção para aqueles quilômetros finais, pois Alex ainda tinha velocidade de sobra para tentar uma reação na entrada da volta final. Como um bom suspense, numa prova onde quase não se viu os conhecidos tráfegos, este apareceu na volta final para aumentar ainda mais o drama. Para aqueles que acompanham a mais tempo a Indy 500 ou para quem assistiu as antigas edições, a lembrança de Al Unser Jr se atrapalhando no tráfego e permitindo a chegada de Emerson Fittipaldi, que naquelas voltas finais parecia nocauteado, era algo a considerar. Mas desta vez as coisas foram diferentes: Hélio não apenas soube lidar bem com essa situação, como usou o vácuo de seu algoz de 2014, Ryan Hunter Reay, para abrir um pouco mais a vantagem sobre Palou para vencer e entrar de vez para a história com a sua quarta conquista. O que parecia até então um eterno trio de pilotos a vencer por 4 vezes em Indianápolis, formado por A.J.Foyt, Al Unser Snr e Rick Mears, estabelecido há exatos 30 anos, agora passa a ser um quarteto com a chegada de Hélio Castroneves.

Hélio contra os garotos
Hélio Castroneves e Alex Palou: um duelo de gerações em Indianápolis
(Foto: Meyer Shank/ Twitter)

Era de se esperar que os veteranos de Indianápolis tivessem um desafio acirrado vindo da nova geração que está prestes a tomar de assalto a categoria. Tínhamos a esperança de ver Scott Dixon, Tony Kanaan, Hélio Castroneves batalharem contra o furor juvenil de Colton Herta, Alex Palou, Rinus Veekay e Pato O'Ward e isso seria sem dúvida o grande atrativo, mas as quedas de Dixon e Kanaan por conta de problemas de reabastecimento e estratégia, deixaram essa disputa pendendo mais para os novatos. Apesar de uma breve intromissão de Hunter Reay e Conor Daly, Hélio passou toda prova ladeado pelos jovens leões que pareciam famintos em tomar o controle da situação. Mas aos poucos alguns destes foram ficando para trás, como Veekay e Herta, deixando a missão de tomar o terreno por conta de Palou e O'Ward. Hélio usou de toda sua experiência para dobrar estes jovens destemidos que deram um belo suadouro no velho de guerra, mas como Castroneves conhece bem cada centímetro daquela pista - e com lições em derrotas anteriores - o veterano soube muito bem trabalhar para conter toda essa onda jovem e conquistar uma magnífica vitória, onde a experiência sobrepôs a fogosidade juvenil.
Porém, verdade seja dita: a categoria será destes garotos pelos próximos anos, mas estes senhores ainda tem muita lenha para queimar.


Uma vitória para lavar a alma


(Foto: Indycar NBC/ Twitter)

Foi muito bom rever Hélio Castroneves vencer e escalar os alambrados de Indianápolis pela quarta vez, tendo feito isso pela primeira vez há vinte anos. Desde a sua saída da Penske é que se imaginava o que poderia ser da sua carreira sem ter por perto uma equipe de ponta para lhe dar toda condição de buscar vitórias e títulos. Mas a abertura de sua temporada com a vitória nas 24 Horas de Daytona, e com uma pilotagem exuberante, ainda mostrava que o velho de guerra tinha muito o que fazer por aqui. E a conquista de hoje em Indianápolis, só confirma que ele ainda está em forma para buscar ainda mais vitórias e títulos do alto de seus 46 anos.

Para aqueles que julgaram e/ou ainda julgam o piloto brasileiro por não ter conquistado um título na categoria, apesar de ter números respeitáveis, a sua quarta conquista em Indianápolis fala por si só. O reconhecimento de rivais, ex-companheiros de equipe, mecânicos, chefes de equipes, de lendas como Mario Andretti - que o recebeu com um carinhoso beijo na cabeça assim que o encontrou, numa das mais belas cenas desta edição - mostra o tamanho que é conquistar uma vitória em Indianápolis, que sobrepõe qualquer que seja uma conquista de título no campeonato - apesar da importância que também tenha. 

Foi uma tarde mágica que há tempos não tínhamos, reunindo uma imensidão de fatores que nos fizeram trancar a respiração nas voltas finais e soltar o ar com um alivio acompanhado por um sorriso e lágrimas nos olhos. Para nós que amamos esse esporte que por muitas vezes é tão cruel, são estes momentos que nos fazem lembrar do quanto é belo e especial. O automobilismo, o motorsport em sua essência, sempre entrega tudo isso que vivenciamos hoje. É mais uma edição de Indy 500 que tivemos a oportunidade de testemunhar a história, uma grande história, acontecer diante de nossos olhos e o fato de ter um brasileiro ali, só nos orgulha ainda mais. 

Para o Grande André Ribeiro que nos deixou semana passada e que era um grande especialista em circuitos ovais, é uma grande homenagem. 

E que venha a quinta vitória. 

Parabéns, Hélio!

Foto 950: Bill Vukovich, Indy 500 1955

 


Um dos últimos registros de um dos melhores pilotos que já passaram por Indianápolis. Na foto, Bill Vukovich durante a Indy 500 de 1955 com o seu Kurtis Kraft 500 Offenhauser. Ele era o atual duplo vencedor da Indy 500, já que havia ganho em 1953 e 1954, mas as coisas não sairiam da melhor forma naquela tarde de 30 de maio. 

A 39ª edição das 500 Milhas de Indianápolis, realizada em 30 de maio de 1955, contou com seus habituais 33 participantes. Desses 33 pilotos, 20 usavam modelos Kurtis Kraft enquanto que os demais usavam modelos Kuzma (4), Silnes (1), Trevis (2), Epperly (1), Phillips (1), Schroeder (1), Pawl (1), Stevens (1) e Pankratz (1) e todos usavam motores Offenhauser. Para Frank Kurtis, projetista dos chassi Kurtis, era uma oportunidade de se consolidar de vez como o melhor chassi em Indianápolis uma vez que tinham ganho quatro das últimas cinco edições – estava empatado em vitórias com a Duesenberg (4) e a duas de alcançar os chassi Miller que contabilizavam seis conquistas.

A qualificação em Indianápolis

O Pole Day em Indianápolis foi prejudicado pelos ventos fortes e isso forçou todos a tentarem arriscar as suas voltas na parte da tarde, esperando uma melhora nas condições do tempo – que também trazia ameaça da chuva. Porém, quando não era esperado nenhum carro tentando a pole, Jerry Hoyt levou seu Stevens Offenhauser da equipe de Jim Robbins para a pista e cravou a marca de 140.045 mph que lhe garantira a pole provisória. Apesar da tentativa de alguns para fazer suas voltas ainda naquele dia, como os casos de Tony Bettenhausen, Sam Hanks e Pat O’Connor, os fortes ventos atrapalharam suas voltas e mais ninguém tentou voltas. Dessa forma Jerry Hoyt, que não fora avisado do acordo de que as tentativas seriam feitas à tarde, acabou ficando na pole. As demais colocações foram definidas nos demais dias (15, 21 e 22 de maio). Por conta de uma falha no volante ao final dos treinos do dia 15, Manny Ayulo sofreu forte acidente e veio falecer no dia seguinte.

Uma trágica Indy 500

As primeiras 26 voltas daquela Indy 500 foram de tirar o fôlego, devido a grande batalha que se entregaram Jack McGrath e Bill Vukovich – este último atrás de sua terceira vitória consecutiva na grande prova. Neste período, McGrath liderou seis voltas e Vukovich as outras vinte, mas nunca sem ganhar grande distância de Jack. O duelo terminou na volta 27 quando Bill passou a distanciar-se mais devido a sua melhor velocidade e também por conta dos problemas que McGrath vinha enfrentando, ao deixar bastante fumaça por um bom par de voltas.

A prova teve um período tranquilo sem registrar acidentes, mas na 56ª passagem deseronlou o caos quando Rodger Ward bateu e capotou seu carro na entrada da reta oposta. No mesmo instante, Al Keller tentou desviar do carro Ward fechando a passagem  e acertando o carro de Johnny Boyd que acabou também vindo para linha de dentro exatamente no momento que Bill Vukovich estava para colocar uma volta neles. Neste momento em que o carro de Boy atravessou, Vukovich tentou escapar pelo lado externo quando acabou acertando o carro de Johnny e levantando voo e caindo do lado de fora da pista, vindo a capotar algumas vezes num estacionamento que ficava ao lado. O carro de Bill caiu com as quatro rodas para o alto e acabou incendiando. O grande bicampeão e favorito a uma terceira conquista em Indianápolis, morreu no local exatamente quando liderava a prova. A sua morte foi anunciada nos altos falantes do circuito. Edi Elisian ainda tentou salvar seu amigo ao parar o carro na grama e atravessar a pista, mas nada pode fazer. Bill Vukovich tinha 36 anos e era um dos pilotos mais populares e queridos do automobilismo norte americano.

Antes da tragédia, McGrath havia abandonado por conta de problemas no magneto e agora a batalha pela vitória em Indianapolis passava para as mãos de Jimmy Bryan e Bob Sweikert que se revezaram na dianteira da prova entre as voltas 57 e 88, quando Bryan teve problemas na bomba de combustível e abandonou a prova. Bob ficou na liderança da volta 89 até a 132 quando foi aos boxes. Neste instante, a liderança passou a ser de Art Cross que ficou até a volta 156 quando passou  apresentar problemas – que o levaria abandonar na volta 168 – e foi ultrapassado por Don Freeland, que nem teve muito tempo para apreciar a dianteira da prova já que na passagem 160 foi ultrapassado por Bob Sweikert.

Bob liderou a prova sem maiores sustos, vindo a conquistar a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis. A segunda posição ficou para Tony Bettenhausen – que havia largado em segundo e nas primeiras voltas tentou acompanhar o ritmo de Vukovich e McGrath sem sucesso – e a terceira para Jimmy Davies.

Foi a última edição das 500 Milhas de Indianápolis organizada pela AAA (American Automobile Association), que estava à frente da organização da prova desde a sua primeira edição em 1911. A partir de 1956 a prova ficou a cargo da USAC (United States Auto Club).

Hoje completa 66 anos da morte de Bill Vukovich e também desta edição da Indy 500.

sábado, 29 de maio de 2021

Foto 949: Al Unser, Indy 500 1971

 



A segunda das quatro... Al Unser Snr. com o Colt Ford durante o mês de maio da Indy 500 de 1971.

Esta edição, a 55a da história das 500 Milhas de Indianápolis, teve a pole de Peter Revson como a mais veloz da história até então com a marca de 178,696 milhas por hora (287,6 km / h). Mas Peter Revson não teve muita chance de aproveitar a dianteira, já que Mark Donohue assumiu a liderança e mostrava um ritmo muito bom quando seu McLaren Offenhauser, de propriedade de Roger Penske, abandonou na volta 66 com problemas de câmbio. Al Unser assumiu a liderança, dando a ele a oportunidade de defender sua vitória do ano anterior, mas antes disso ele precisou duelar contra Joe Leonard. Porém, este último saiu de cena na volta 123 com problemas de câmbio, deixando Al Unser com mais tranquilidade na liderança. Mas Al Unser ainda passaria por dois sustos, onde pilotos se acidentaram próximo a ele: David Hobbs e Rick Ruther se envolveram num acidente na volta 111 após o carro de Hobbs ter estourado o motor na entrada da reta principal. O outro aconteceu na volta 167 quando Mike Mosley perdeu uma roda e bateu na curva quatro, ricocheteando e indo para a parte interna. Bobby Unser tentou desviar e também bateu no muro externo. Tudo isso aconteceu pouco tempo depois que Al Unser passou pelo local.

O piloto americano venceu a sua segunda Indy 500 de modo consecutivo, tornando-se o primeiro desde Bill Vukovich a conquistar este feito (Vukovich venceu em 1953 e 1954). Para Al Unser ainda tem uma outra importante marca, ao ser o único piloto a vencer a grande prova no dia de seu aniversário.

Essa edição também é lembrada pelo quase desastre que foi a queda da plataforma onde se encontrava os fotógrafos na entrada dos boxes, quando o Pace Car (Dodge Challenger) pilotado por Eldon Palmer, um revendedor local, perdeu o controle e acertou o local onde estavam os fotógrafos. O acidente não vitimou ninguém, mas 29 pessoas ficaram feridas sendo duas com mais gravidade. Consta que Palmer teria treinado a entrada dos boxes com um cone laranja, onde ele deveria frear, mas teriam retirado no dia da prova e deixado Eldon sem o ponto de referência e assim ocasionado o acidente. Por conta disso, a partir de 1972, apenas pilotos e/ou ex-pilotos é que poderiam pilotar o Pace Car.

Enquanto que Al Unser completa 82 anos hoje, aquela Indy 500 que o coroou pela segunda vez vencedor, completa 50 anos.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...