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Os poles da Hypercar, LMP2 e LMGTE AM (Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter) |
Conforme as atividades foram passando, o sentimento de uma grande prova em Sarthe só aumentou. As três classes apresentaram um boa dose de expectativa de que possamos presenciar uma edição histórica que tem tudo para fazer jus ao Centenário de uma das corridas mais importantes do mundo, ou melhor que isso, uma das jóias da Tríplice Coroa, que tem sido tão aclamada nos últimos anos.
A batalha que se avizinha entre Toyota e Ferrari dá um tom muito animador para todos os espectadores e telespectadores mundo afora, que espera por um embate entra elas - e outras mais - desde que os regulamentos foram anunciados alguns anos já visando a disputa da prova Centenária.
Apesar da Ferrari ter apresentado uma velocidade impressionante para a obtenção da pole, é sabido que os problemas podem aparecer a qualquer instante - afinal de contas, a própria Ferrari teve alguns nas primeiras etapas. Isso se aplica também a Toyota, mas esta ainda pode se dar ao luxo de abusar um pouco de seus carros para tentar buscar mais uma vitória em Le Mans. Mas do mesmo modo que a Ferrari, eles sofreram com problemas em Portimão com um de seus dois carros. Mas ainda assim, são os grandes favoritos para vencerem - e Pascal Vasselon já aceitou isso desde os dias da pesagem.
Mais alguém poderia incomodar as duas fabricantes? O BOP ajudou e aproximou as equipes e mesmo que Ferrari e Toyota estejam mais pesadas que os demais (24 e 37 kg, respectivamente), o desempenho das demais ainda não chega a ser próximo. Porém, isso não pode privá-los de uma dose de sorte já que a parte crítica da prova que é da madrugada em diante, pode reservar boas surpresas. Portanto, para Porsche, Cadillac Peugeot - que vem enfrentando vários problemas - e até mesmo os Glickenhaus e Vanwall - que tem tido um desempenho bem abaixo, já que não tem a parte híbrida - a chance pode vir exatamente das reviravoltas que este tipo de prova costuma ter.
A LMP2, que fará a sua última valsa em Le Mans, poderá nos brindar com mais uma visceral edição. Não dá para apontar nenhum favorito disparado, mesmo que ainda tenhamos na equipe da JOTA Sport um pequeno favoritismo. Mesmo assim não podemos descartar equipes como o Team WRT, Idec Sport, United Autosport, Alpine (estas duas últimas não foram ao Hyperpole, mas ainda sim tem a experiência ao lado deles que deverá ajudá-los na recuperação). Um detalhe interessante é que normalmente os quatro primeiros costumam ficar bem alinhados por um bom tempo, indo para a decisão nas horas finais.
A classe final, a LMGTE AM, não é por menos: vimos uma Corvette ascender a pole de forma espetacular após treinos livres onde ficaram abaixo, mas, ironicamente, o acidente na primeira sessão acabou sendo crucial para esta melhor, já que uma série de peças foram trocadas e talvez tenham influenciado bastante na melhoria.
Foi uma grande surpresa ver a Corvette na pole, assim como a segunda posição da Aston Martin que também não parecia forte nos treinos livres.
As equipes que tem carros Ferrari e que pareciam fortes, tiveram na AF Corse o seu melhor ao ficar na terceira posição e daí para baixo o contingente italiano ganhou força. Porém, é na corrida que as coisas devem ser diferentes assim como para a Porsche que não teve uma boa qualificação, mas que sabemos que conseguem escalar bem o pelotão.
Estas 24 Horas de Le Mans tem tudo para se tornar um grande clássico da história das provas de Endurance, exatamente por tudo que permeia esta edição.
E claro, para melhorar isso, é sabido que Le Mans costuma escolher os seus.
E isto é uma das fascinantes místicas desta Centenária prova.