terça-feira, 29 de novembro de 2011

Foto 47: A volta do campeão de gelo

Uma comemoração tímida, mas suada. A foto em questão neste post foi tirada por este que vos escreve em 2007, na corrida que consagrou Kimi Raikkonen como o mais novo campeão da F1, naquele momento. Eu trabalhei nos boxes naquele fim de semana, mas precisamente no posto de sinalização e direção de provas, mais conhecido por nós comissários de pista como PSDP, e digo que tirei esta foto, e outras mais, a base de cotoveladas e espremido no meio de uma multidão que queria um instantâneo daquele momento. E digo que, como reles bandeirinha, nem deveria estar ali no meio da imprensa tirando fotos porque somos “proibidos” de fotografar durante todo o evento. Coloco entre parênteses porque sempre conseguimos tirar umas fotinhas às escondidas, sem que ninguém perceba.
A foto em si é apenas uma deixa para falar um pouco do Kimi, que voltará ano que vem para a F1 pela ex-Renault Lotus que se chamará apenas Lotus em 2012. Confesso que fiquei surpreso, mas no meio de tanta fumaça feita desde o ano passado sobre a sua volta uma hora o fogo tinha que aparecer. A sua incursão nos Ralis e, rapidamente no mundo da NASCAR, não foi tão satisfatória assim e creio que ele volta para F1 como um garoto rebelde que saiu da casa dos pais e quebrou a cara no mundo lá fora. Como ele voltará ano que vem? Não sei, mas torço para que não seja uma chicane ambulante, ou onde todos queiram tirar uma casquinha como fazem com o Schumacher hoje. Para o marketing da F1, é uma volta louvável, pois a categoria contará com 6 campeões mundiais na ativa. Algo inédito na categoria. Por outro lado a presença do Ice Man impede que pilotos mais jovens, sedentos por oportunidades, cheguem à F1. Petrov, Senna e Grosjean, se estapearam num leilão para ver quem dá mais para ser o segundo piloto do time. No meu ver, Petrov sai com vantagem e não apenas pela grana (que é gorda), mas pelo fato de ter feito um bom trabalho neste ano – dentro da suas possibilidades – numa altura que a equipe ficou sem sua referencia maior que é o Kubica. Grosjean, caso perca, acredito que ainda ficará como “piloto de testes” e Bruno, apesar do trabalho decente que fez nestes oito GPs em que esteve na equipe, não o vejo muito forte por lá. Tenho a impressão que a sua popularidade lá dentro não anda tão em alta quanto foi em Spa e Monza, apesar de possuir um apoio financeiro muito forte também.
Independentemente de qual seja os seus resultados, que o regresso de Kimi Mathias Raikkonen seja, pelo menos, satisfatório. 

FOTO: Arquivo Pessoal

Foto 46: Um grande dia para todos nós

 Foto: Cibele Pereira
 Foto: Alexandre Antunes
 Foto: Artur Penteado Teixeira

Como a maioria que me conhece, ou me segue pelo twitter e facebook, sabe que não trabalhei este ano no GP do Brasil de Fórmula-1. É o terceiro ano consecutivo em que fico de fora, ou melhor, toda a equipe da qual faço parte desde 2002 Speed Fever, está sem trabalhar na corrida. Mas digo-lhes, que mesmo de longe, fiquei feliz para caramba com as voltas que Nelson Piquet deu a bordo da Brabham BT-49C do seu primeiro mundial de pilotos, conquistada 30 anos atrás numa prova de resistência que foi aquela de Caesar’s Palace. E claro, deu um pontinha de vontade de estar lá, pelo menos naquelas voltas, para ver este momento histórico assim como no ano passado, quando o Emerson Fittipaldi andou com a sua Lotus 72 JPS momentos antes da largada. E ao contrário daquela eterna picuinha entre Sennistas e Piquetistas, que foi muito alimentada pela imprensa, eu gosto do estilo despojado do Nelson Piquet. Sua irreverência, malandragem, esperteza, criatividade, contribuíram muito para o folclore da F1 dos anos 80, época que considero um das melhores da categoria.
As suas voltas em Interlagos no domingo passado foram demais, e ainda teve o adendo dele ter corrido empunhado uma bandeira do Vasco da Gama – seu time de coração – para provocar, em especial, os corintianos. E este gesto gerou vaias das arquibancadas e que alguns classificaram de falta de respeito com o momento. Sim, se formos observar pela homenagem que foi feita, realmente faltaram com respeito com aquele momento mágico. Mas o Nelsão não estava nem aí para o que havia acontecido, ou que estava para acontecer. Ele curtiu como um garoto que pilotava pela primeira vez um F1 e isso se pode ver assim que ele desceu do carro: um sorriso largo e constante. E como ele definiu bem, após uma pergunta da Mariana Becker se ele havia chorado, “tenho que chorar por coisas ruins, e sorrir das boas”. Ele sabe o que diz.
Voltando a minha vidinha daquele domingo, de frente às migalhas que a Globo jogava na TV, abri a internet do celular e vi duas fotos dos meus amigos, que lá estavam trabalhando como comissários de pista, especialmente dedicada para mim: da Cibele Pereira “Para você Paulo Abreu, com todo meu carinho” e do Alexandre Antunes “Em homenagem ao Sr. Paulo Abreu”. Na segunda-feira, outra foto, mandada pelo grande Artur Teixeira, estava encabeçando a minha lista de e-mails. Todas estas três fotos eram do Nelsão passando em cada local onde eles trabalharam neste fim de semana passado. Fiquei feliz pela lembrança, mas não chorei. Segui a dica do Nelsão, claro.
E aqui vos agradeço, mais uma vez! De coração!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

GP do Brasil - Corrida - 19ª Etapa

Desde que Interlagos passou a ser umas das últimas três provas do calendário da F1, fato que acontece desde 2004, esta foi a corrida mais sem graça. A do ano passado pode também entrar neste rol, mas como foi a penúltima prova do campeonato, ganhou certo interesse por ter a possibilidade de encerrar o mundial. Dessa vez a chuva, tão prometida 15 dias antes da corrida, caiu em forma de garoa, bem fina e super passageira em alguns pontos do circuito que mal deram para umedecer o asfalto. E a garoa começou a cair quando Piquet estava na sua histórica volta com a Brabham BT49C de 81, em comemoração aos 30 anos do seu primeiro título. Não atrapalhou o tricampeão e muito menos os pilotos, que quando foram para a instalação do grid a pista estava tinindo de tão seca.
A corrida em si não foi nada interessante. Uma disputa ali, outra acolá, serviu apenas dizer que havia uma competição. Para dizer até havia algo em disputa que era o de honroso vice-campeão, ou seja, campeão do resto entre Button e Alonso. E foi exatamente daí que saiu os dois únicos grandes duelos: se Alonso foi brilhante ao passar Button, por fora, na entrada do Laranjinha pela disputa do terceiro lugar, Jenson deu o troco mais tarde quando Alonso já tinha colocado os pneus duros e vinha perdendo rendimento, ultrapassando o espanhol no final da reta oposta. Outra disputa legal foi entre Sutil e Rosberg que trocaram duas vezes de posições (sem piadinhas, claro) quando disputavam a sétima posição, com vantagem para Adrian que venceu o duelo. Hamilton e Massa também estavam numa perseguição de gato e rato, quando o câmbio do Mclaren deixou Lewis na mão. O entrevero mais comentado da tarde foi entre Bruno e Schumacher, quando o sobrinho de Ayrton acabou acertando a roda traseira esquerda do alemão na descida do “S”. Antes disso já haviam batido rodas na freada para a entrada do “S”. Senna tomou uma punição por ter sido considerado culpado e mais tarde um problema na asa, proveniente ao toque com Michael, arruinou de vez a sua prova. Aliás foi um dia apagado dos brasileiros, mostrando bem como foi o ano deles na F1: Massa fechou em quinto, mas em momento algum teve fôlego para chegar ao pelotão da frente; Bruno teve o enrosco com o Schumacher e foi 18º e Barrichello, na sua possível última prova na F1, fez um bom trabalho nos treinos, mas a largada foi péssima caindo de 12º para vigésimo. Lutou como pode e encerrou a corrida na 14ª posição.
Já sobre o jogo de equipe (ou não) da Red Bull, digo que foi certo, porém deveriam ter sido mais discretos. Acusar um problema de câmbio durante a prova é normal, mas o problema é que quando foi ver os tempos de Vettel, não tinha nada de especial: ele perdia cerca de 2,3.4 5 décimos para Webber, e em outras situações ele conseguia ser mais rápido, por muito pouco, mas conseguia. Foi uma palhaçada total por parte dos rubros taurinos que arranjaram uma vitória para Webber, num ano que o piloto australiano não foi nem sombra do que apresentou nas duas últimas temporadas. A Ferrari esperneou após a prova sobre o acontecido, mas vale dizer que o campeonato já estava liquidado, ao contrário dela que mata a chances de um piloto em detrimento a outro antes mesmo das coisas se resolverem naturalmente. Claro que Webber tinha chances de ser vice, mas dependia totalmente de uma combinação de resultados (Alonso tinha que ser quarto e Button nono), que naquele momento não estava acontecendo. Para a Red Bull, faltou um pouco de traquejo. Talvez um atraso de box durante uma das trocas de pneus em Vettel, poderia “camuflar” de modo mais “decente” a entrega para Webber. Mas repito: o campeonato já estava decidido e por aí entendo que é válido o jogo de equipe.
Enfim, o campeonato acabou. Foi bom? Para mim, sim. Respeito a opinião daqueles que acham que o mundial foi ruim e o espetáculo foi prejudicado pelo fato da FIA introduzir algumas ajudinhas para facilitar a ultrapassagem durantes as corridas. Pneus esfarelantes, asa móvel, KERS, acabou, no fundo sendo importantes, apesar de achar que deixaram as coisas mais artificiais. Mas se estão lá, paciência. Não adianta chorar querendo que câmbio manual volte e a eletrônica nos carros de F1 desapareça que não vai acontecer, nem a pau. Escrevo isso porque tenho amigos que gostariam que voltassem aqueles tempos em que o piloto era o diferencial. Concordo com eles, gostaria que fosse assim, mas desde a revolução eletrônica que a Williams fez no início dos anos 90, a F1 ficou dependente disso e qualquer categoria top atualmente, tem eletrônica embarcada nos carros. A F1 em si diminuiu bastante nos últimos anos e creio que só o fato de eliminar o controle de tração e de largada, já foi uma benção.
 A largada foi tranquila, com as duas Red Bulls intocáveis em primeiro e segundo. Alonso saiu bem, mais uma vez, e já apertava Button na freada do esse
 Button esteve em grande forma em Interlagos, apesar do baixo rendimento dos pneus macios no seu Mclaren. Hamilton esteve apagado e quando estava prestes a passar Massa, o câmbio o deixou à pé
 Um grande trabalho, só que ao contrário: nem para apertar a porca do pneu os mecânicos da Virgin prestaram e glock já perdeu o pneu na saída de box. Mico.
 Um bom duelo: Rosberg e Sutil travaram boa disputa pela sétima colocação por duas voltas. Adrian levou melhor.
Para os que esperaram por anos uma disputa entre Schumacher e Senna, ela aconteceu em Interlagos e justamente no esse do tio famoso. O saldo foi um pneu furado para Schumacher e uma punição para Bruno, que mais trade teve um problema na asa dianteira por causa do toque no alemão

Resultado Final
Grande Prêmio do Brasil  
Interlagos - 19ª Etapa
71 voltas - 27/11/2011

1: Mark Webber (AUS/Red Bull) - 71 voltas em 1h32min17s434
2: Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - a 16s983
3: Jenson Button (ING/McLaren) - a 27.638
4: Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 35s048
5: Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 1h06min733s
6: Adrian Sutil (ALE/Force India) - a uma volta
7: Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - a uma volta
8: Paul di Resta (ESC/Force India) - a uma volta
9: Kamui Kobayashi (JAP/Sauber) - a uma volta
10: Vitaly Petrov (RUS/Renault) - a uma volta
11: Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso) - a uma volta
12: Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso) - a uma volta
13: Sergio Perez (MEX/Sauber) - a uma volta
14: Rubens Barrichello (BRA/Williams) - a uma volta
15: Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - a uma volta
16: Heikki Kovalainen (FIN/Lotus) - a duas voltas
17: Bruno Senna (BRA/Renault) - a duas voltas
18: Jarno Trulli (ITA/Lotus) - a duas voltas
19: Jerome d'Ambrosio (BEL/Virgin) - a três voltas
20: Daniel Ricciardo (AUS/Hispania) - a três voltas

Abandonaram:
Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania) - Volta 61
Lewis Hamilton (ING/McLaren) - Volta 46
Pastor Maldonado (VEN/Williams) - Volta 26
Timo Glock (ALE/Virgin) - Volta 21

FOTOS: ITV.COM

sábado, 26 de novembro de 2011

GP do Brasil - Classificação - 19ª Etapa

Das duas grandes expectativas para este treino em Interlagos, apenas um se confirmou: a pole de Vettel. A segunda era a chuva, que por algum momento pareceu que chegaria a tempo de bagunçar um treino classificatório que, de início, parecia ter tudo para ser um dos mais disputados no ano. Mas Sebastian parece gostar de brincar com seus rivais: deixou a Webber ser o mais rápido no primeiro treino livre de ontem; viu a Mclaren deitar e rolar ontem com a dobradinha Hamilton-Button no segundo treino livre e hoje pela manhã, no terceiro, foi o mais rápido com Jenson em segundo, colado cerca a cerca de 81 milésimos. Por mais que indicasse uma disputa acirrada, Sebastian acabou com graça no Q3 quando enfiou um volta em 1’12’’2 para depois acabar com qualquer esperança dos concorrentes ao baixar para impressionantes 1’11’’9. Webber aparece em segundo, com Button em terceiro e Hamilton em quarto. Alonso, com a sua habitual virtuosidade frente a um carro médio como o da Ferrari, arrancou um quinto lugar no braço. Rosberg levou sua Mercedes para a sexta posição, com Massa em sétimo. Outro destaque dos bons em Interlagos é a performance elogiável de Sutil que esteve bem em todos os treinos livres e nas 3 partes do classificatório, ficando sempre à frente de Di Resta. Ele sairá em oitavo, seguido por Bruno Senna que fez um Q2 primoroso ao colocar sua Renault na casa dos dez primeiros sendo que não tinha feito um trabalho tão bom em nenhum dos treinos anteriores. Isso lhe valeu um empate nos confrontos contra Petrov, que sairá em 15º, nos treinos classificatórios em 4x4. Schumi abortou a sua volta e ficou em décimo. Barrichello fez um bom trabalho nos limites da sua Williams, e fechou em 12º.
A pole de Vettel foi a 15ª nesta temporada desbancando o velho recorde de Mansell, estabelecido em 92 com 14. É também a 30ª pole de Sebastian na F1, que está na sua quarta temporada e meia na F1.
Essa chuva que ficou no quase, pode dar o ar da graça amanhã durante a corrida o que embaralharia toda a estratégia das equipes e isso tornaria a prova de amanhã interessante, porque, em condições normais, esqueçam: Vettel ganhará com facilidade.

GRID DE LARGADA PARA O GRANDE PRÊMIO DO BRASIL - 19ª ETAPA


1. Sebastian Vettel (Red Bull Renault): 1min11s918
2. Mark Webber (Red Bull Renault): 1min12s099
3. Jenson Button (McLaren Mercedes): 1min12s283
4. Lewis Hamilton (McLaren Mercedes): 1min12s480
5. Fernando Alonso (Ferrari): 1min12s591
6. Nico Rosberg (Mercedes GP): 1min13s050
7. Felipe Massa (Ferrari): 1min13s068
8. Adrian Sutil (Force India Mercedes): 1min13s298
9. Bruno Senna (Lotus Renault GP): 1min13s761
10. Michael Schumacher (Mercedes GP): sem tempo no Q3
11. Paul di Resta (Force India Mercedes): 1min13s584
12. Rubens Barrichello (Williams Cosworth): 1min13s801
13. Jaime Alguersuari (Toro Rosso Ferrari): 1min13s804
14. Sebastien Buemi (Toro Rosso Ferrari): 1min13s919
15. Vitaly Petrov (Lotus Renault GP): 1min14s053
16. Kamui Kobayashi (Sauber Ferrari): 1min14s129
17. Sergio Perez (Sauber Ferrari): 1min14s182
18. Pastor Maldonado (Williams Cosworth): 1min14s625
19. Heikki Kovalainen (Team Lotus Renault): 1min15s068
20. Jarno Trulli (Team Lotus Renault): 1min15s358
21. Vitantonio Liuzzi (Hispania Cosworth): 1min16s631
22. Daniel Ricciardo (Hispania Cosworth): 1min16s890
23. Jerome d'Ambrosio (Virgin Cosworth): 1min17s019
24. Timo Glock (Virgin Cosworth): 1min17s060

FOTO: GETTY IMAGES

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

F1 Battles: Nelson Piquet vs Nigel Mansell, GP de San Marino 1988

Agora em lados opostos, após duas temporadas nada amistosas, Piquet (Lotus-Honda Turbo) trava um curto - mas muito bom -  duelo com Mansell que compensa a deficiência técnica da sua Williams-Judd no braço. Uma batalha das boas que foi vencida pelo Nelsão que terminou em terceiro, uma volta atrás da Mclarens. Nigel abandonou na volta 42 com problemas elétricos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Vídeo: GP do Brasil, 1982

Um vídeo para relembrar como foi o GP do Brasil disputado em Jacarepaguá, em 21 de março de 1982. A prova foi vencida por Alain Prost após a desclassificação de Nelson Piquet (Brabham) e Keke Rosberg (Williams) por estarem abaixo do peso limite. Essa corrida marcou, também, a despedida de Carlos Reutemann (Williams) da F1. Ele abandonou a prova após um acidente com René Arnoux (Renault) e Elio De Angelis (Lotus) na 21ª volta.

Imprudência ou suicídio?

Hoje pela manhã vi o acidente na prova de GTs que aconteceu neste final de semana como pré-liminar da F3 e WTCC em Macau. Digo que, por muita, mas muita sorte, não aconteceu uma nova tragédia quando o Porsche foi acertado em cheio, na parte frontal, por uma Lamborghini. Por sorte, o piloto nada sofreu e saiu andando.
Esse ano de 2011 pode ser considerado como um dos mais negros do esporte desde os acontecimentos de 1994, mas hoje, creio eu, os acidentes que aconteceram foi mais por irresponsabilidade de outros pilotos do que por falta total de segurança dos carros. Tudo bem que podem aparecer alguns e dizer que, caso os carros fossem mais seguros, nada disso teria acontecido. Mas também posso lhes afirmar que se os pilotos que vieram causar estes acidentes tivessem uma pouco mais de disciplina, talvez as coisas fossem diferentes.
Desde ao acidente fatal de Sondermann até este último quase fatídico de Macau, observei que os pilotos que participaram destas batidas estavam em manobras de ultrapassagem, ou porque não respeitaram alguma sinalização dos comissários de pista. No caso do Gustavo, na Copa Montana, um piloto entrou por dentro e o tocou quando faziam à curva do Café. Sondermann foi lançado contra o safe-barrier e quando voltou seu carro ficou atravessado e em seguida outro veio e deu-lhe na lateral, no pior acidente que pode ter no automobilismo: a pancada em T. Mais ou menos assim foi acidente que matou Guido Falaschi na Turismo Carretera em Balcarce (Argentina) no último dia 14. Seu carro escapou após um toque com outro concorrente, bateu na barreira de pneus e quando voltou, foi pego em cheio por outro carro que vinha a toda velocidade. Enquanto que Sondermann foi vítima de imprudência de um concorrente que tentou ultrapassar por dentro num local onde não tinha mais espaço, Falaschi teve o azar do piloto que bateu não ter respeitado as bandeiras amarelas, num momento que o carro de Guido já estava parado no meio da pista, com a poeira alta e que todos os pilotos, por instinto, já deveriam estar lentos para não ocasionar um acidente grave. O pior é que todos ainda estavam de cano cheio naquele instante e passaram alucinados pelo carro de Falaschi. A Copa Montana, hoje, a meu ver, é categoria mais perigosa do automobilismo nacional por conta de alguns pilotos que mal tem experiência com carros mais potentes e já pegam de cara um V8 com cerca de 350cv de força bruta, e por isso acaba dando besteira como quase deu na etapa de Brasília, quando um carro atravessou e outro deu na frente quase causando outra desgraça.
O acidente que ceifou a vida de Paulo Kunze durante a disputa do Stock Paulista, uma das categorias do Campeonato Paulista de Velocidade no Asfalto, também foi ocasionada por um toque de outro concorrente que fez o Ômega de Kunze capotar e voar para fora da pista na reta oposta de Interlagos. Passados três meses assistimos à morte de Dan Wheldon, na última etapa da Indy em Las Vegas, num circuito ultra-rápido e curto onde os organizadores enfiaram 34 carros de rodas expostas que acabou dando no que deu, após 12 voltas com um grupo de 20 carros rodando lado a lado.
Já sobre o acidente de Macau, é de estranhar o porquê da maioria dos pilotos que vieram após os acidentes do Ford GT e do Porsche não tiraram o pé. Estava liso o local? Não tinham sinalização adequada, tanto para pista escorregadia quanto para os acidentes? Eu fiquei impressionado com a maluquice destes pilotos e pelo tempo que se deu até acertarem o Porsche, é claro que havia sinalização naquele ponto que aparenta ser uma curva cega.
A intenção não é caçar as bruxas, mas sim alertar que tem uma leva de pilotos que está beirando o suicídio ao continuar acelerando forte quando tem um acidente logo à frente. Alguns podem achar que isso é fatalidade, mas eu começo achar que é mais imprudência do que um mero acaso. Se for assim, está mais do que na hora das entidades automobilísticas entrarem em ação e fazer com que os pilotos voltem para as escolinhas e reaprendam tudo sobre sinalização e conduta desportiva antes de dividir uma curva, porque do jeito que está à tendência é que piore.

4 Horas de Interlagos - Solidariedade e vitória para Queirolo e Muffato

  Enfim, a vitória de Pedro Queirolo/ David Muffato (Foto: Paulo Abreu) Em Goiânia, quando o Império Endurance Brasil abriu a temporada 2024...