terça-feira, 26 de junho de 2012

Foto 94: Matra no dilúvio de Brands Hatch

A Matra de Brabham/ Beltoise prestes à mergulhar na Paddock Bend
(Foto: Divulgação)
A beleza da Matra-Simca MS650 de Jack Brabham e Jean Pierre Beltoise em alguma fase dos 1000Km de Brands Hatch, válido pelo Mundial de Marcas de 1970. 
A dupla completou a prova na terceira posição do Grupo P 3.0, ficando em 12º no geral. A vitória, na classificação geral, ficou com Pedro Rodriguez/ Leo Kinnunen com um Porsche 917K da J.W.Automotive Engineering. Aliás a Porsche dominou três das quatro classes que estavam na prova: além da vitória na classe principal, a S 5.0, a turma de Stuttgart garantiu o primeiro lugar na classe P3.0 com o modelo 908/2 pilotado por Lennep/ Laine; e foi primeiro na classe S 2.0 com o modelo 910 conduzido por L'Amie/ Reid. Na outra classe, a P 2.0, a vitória foi de Birrell/ Mylius com um Gropa CMC Ford.

Vídeo: GP de Mônaco, 1972

Vídeo da magistral vitória de Jean Pierre Beltoise no meio do dilúvio que assolou Monte Carlo durante o GP. As imagens não são de grande qualidade, mas dá para percerber que a prova foi disputada numa condição igual, ou pior, aquela de 1984.
Registro raro e aqui fica o link do texto que escrevi sobre a sua vitória, na altura que completara exatos 40 daquela conquista.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

GP da Europa: Não era para ser, mas foi

Alonso quebrou a sequência de sete vencedores diferentes e
conquistou sua segunda vitória no ano, numa das belas
provas da sua carreira.
(Foto: Getty Images)
Eu não tive a sorte de ver a corrida deste fim de semana. Estava à trabalho num evento da Mini Cooper e da BMW em uma fazenda do interior de São Paulo, mas estive a par dos acontecimentos em Valência. Sabia que Vettel havia feito uma pole com sobras - algo anormal para esta temporada de resultados apertados - e que ele dividiria a primeira fila com Hamilton. Logo atrás dos dois, uma segunda fila tensa com Maldonado e Grosjean que classifiquei de "bomba relógio" assim que pus vistas na lista de largada. O que me surpreendeu foi Alonso ter ficado fora do Q3, uma vez que a Ferrari tinha conseguido um belo desempenho em Mônaco e ao correr numa pista citadina, onde não há grandes retas, era de se esperar que ele se colocasse entre os seis primeiros. Enfim, Vettel era o grande favorito seguido de perto por Hamilton e Grosjean. Não botava fé em Maldonado dessa vez, mas ele estaria no páreo por um lugar no pódio. Alonso? Este eu acreditava que teria uma tarde que suaria o macacão para conseguir, ao menos, uma boa colocação para não perder Vettel e Hamilton de vista no mundial. 
Para não dizer que não vi nada desta corrida no domingo, tive a sorte de um dos carros de test drive da BMW estar perto e uma alma bondosa ligar a TV do interior luxuoso do carro alemão para ver as voltas finais. Peguei exatamente no momento em que a corrida estava em sua volta final, em bandeira amarela, em consequência do enrosco de Hamilton com Maldonado que lutavam freneticamente pela terceira colocação. Mas antes disso, dando uma olhadelas rápidas no twitter, sabia que Vettel estava abrindo uma diferença descomunal para os restante dos concorrentes que chegava a ser de mais de um segundo por volta. Só lembro de ter fechado o celular e pensado "Já era, essa é do Sebastian e ninguém tasca!". Bom, o automobilismo, em especial esta temporada da F1, anda um tanto surpreendente e de cara quando vi que Fernando era o líder naquela volta final soltei um "Puta que pariu, mas como pode?". Sim, fiquei surpreso, mas fui ler o que aconteceu e hoje cedo tive a chance de ver o compacto da prova. Alonso guiou muito e teve sorte também. Uma bela largada, estratégia bem feita ganhando três colocações no primeiro pit-stop, uma série de ultrapassagens ousadas, Safety Car e uma bela dose de sorte que o ajudou bastante quando Vettel teve uma rara falha hidráulica no motor Renault e isso deixou o espanhol na primeira posição. Mais tarde foi a vez de Grosjean, que vinha em segundo, ter o mesmo problema. Fernando estava tranquilo na primeira posição e caminhou forte para uma vitória inimaginável até então. 
Esta corrida de Valência, para mim, por enquanto, é a corrida chave do mundial. Dependendo de como as coisas chegaram na última etapa, os acontecimentos desta oitava etapa poderá refletir para os contendores que desistiram nesta corrida. Vettel tinha uma vitória no bolso, afinal como ele vinha pilotando era de esperar que abrisse uma bela vantagem sobre Grosjean - e mais tarde Alonso - e sumiria da frente. Ele saiu zerado nesta prova e agora se vê 26 pontos atrás de Alonso. Nada alarmante, afinal uma vitória num má jornada do espanhol a diferença poderá cair para 1 ponto. Hamilton poderia ter ficado na quarta colocação, mas bateu rodas com Maldonado e acabou na barreira de pneus. Jogou 12 pontos fora, que o colocaria com 100, onze a menos que Fernando, mas agora encontra-se com os mesmos 88 de quando chegou em Valência e está 23 pontos atrás. Webber foi outro que saiu lucrando bem nesta prova ao sair de uma 19ª para chegar em 4º. Doze pontos que vieram a calhar e o australiano é o novo vice líder da temporada com 91 pontos. Ou seja, que deveria ter saído bem de Valência acabou por se dar mal. 
Mas o F2012 tem muito o que melhorar. Só o espiríto de luta, e sorte de Alonso, não basta.
A largada em Valência: Vettel já abre vantagem sobre Hamilton
(Foto: EFE)
Grosjean tinha uma boa chance de vitória em Valência, mas o motor Renault
abriu o bico deixando o franco-suiço à pé.
(Foto: Reuters)


Vettel era o grande favorito para esta prova, mas a falha hidráulica o privou de
uma vitória quase certa no GP da Europa.
(Foto: AP)

Massa até que vinha bem, brigando por colocações intermediárias e atacando seus
oponentes, até que um toque com Kobayashi arruinou su prova. Fechou em 16º.
(Foto: AFP)

Webber fez uma bela prova de recuperação e saiu de décimo nono para uma
quarta colocação neste GP. É o novo vice-líder do mundial.
(Foto: AFP)

Pódio de respeito: Dez títulos mundiais
(Foto: AP)

Resultado Final
 Grande Prêmio da Europa
 Circuito de rua de Valência
 57 voltas 8º Etapa
 24/06/2012

1 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari)
2 - Kimi Raikkonen (FIN/Lotus)
3 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes)
4 - Mark Webber (AUS/Red Bull)
5 - Nico Hulkenberg (ALE/Force India)
6- Nico Rosberg (ALE/Mercedes)
7 - Paul Di Resta (ESC/Force India)
8 - Jenson Button (ING/McLaren)
9 - Sergio Pérez (MEX/Sauber)
10 - Bruno Senna (BRA/Williams)
11 - Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso)
*12 - Pastor Maldonado (VEN/Williams)
13 - Vitaly Petrov (RUS/Caterham)
14 - Heikki Kovalainen (FIN/Caterham)
15 - Charles Pic (FRA/Marussia)
16 - Felipe Massa (BRA/Ferrari)
17 - Pedro de la Rosa (ESP/Hispania)
18 - Narain Karthikeyan (IND/Hispania)
 
Não completaram
Lewis Hamilton (ING/McLaren)
Romain Grosjean (FRA/Lotus)
Sebastian Vettel (ALE/Red Bull)
Kamui Kobayashi (JAP/Sauber)
Jean-Éric Vergne (FRA/Toro Rosso)
* Punido com a perda de duas posições por causa do acidente com Hamilton.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

F1 Battles: Jarier vs Depailler vs Andretti vs Jones – GP de Long Beach 1979

Enquanto que Gilles Villeneuve e Jody Scheckter caminhavam rumo a uma dobradinha para a Ferrari em Long Beach, quarta etapa do Mundial daquele ano, Jean Pierre Jarier se defendia como podia dos ataques de Patrick Depailler e Mario Andretti na briga pelo terceiro lugar. Alan Jones juntou-se a eles voltas depois, e que acabaria por passar todos e ficar em terceiro. Mario ficou em quarto, Depailler em quinto. Jarier despencou para sexto, ficando com uma volta de atraso para Gilles que venceu a prova.

Foto 93: Vitória e Sangue

Final de semana de sentimentos distintos para Jochen Rindt em Zandvoort, no GP da Holanda de 1970: enquanto ele abria caminho para uma vitória sólida e até então sem problemas no Lotus 72, seu amigo Piers Courage perdia a vida no pavoroso acidente que se deu na 22ª volta daquele GP.
Foi a segunda vitória de Rindt naquela temporada. Outras três viriam em seguida - França, Grã-Bretanha e Alemanha. Jochen morreu em Monza, quando já havia decidido aposentar-se ao final daquele ano. 
Ganhou o título Post-Mortem.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Foto 92: O foguete da Opel

Fritz von Opel e seu foguete, em AVUS 1928: Fritz foi o vencedor da prova
inaugural daquele circuito, em 1921.

Fritz von Opel e sua cria, o Opel Rak-2 impulsionado por um foguete em AVUS no ano de 1928. Naquela ocasião Fritz alcançou 196,4 Km/h, com o carro saíndo de 0 à 100 Km/h em oito segundos.
O recorde de velocidade terrestre, na época, era de Ray Keech que fez a marca em abril daquele ano ao alcançar 336 Km/h com o White Triplex que usava dois motores de avião Liberty de 13,4 litros.
O Rak-2 foi um dos primeiros carros a utilizar asas.  

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vídeo: A Fórmula 1 pelas lentes espanholas em 1972

Foi produzida pela TV espanhola em 1972, ano do primeiro título de Emerson Fittipaldi na F1. O vídeo, dividido em oito partes, mostra a parte técnica, humana e competitiva da categoria com ótimas imagens daquela temporada em circuitos como Nurburgring, Brands Hatch e Jarama.


Foto 91: Pinheiros

Independentemente onde foi tirada essa foto, no velho Osterreichring ou em Nurburgring, o que pode-se dizer é que ela é de uma beleza infindável. E para completar, Ronnie Peterson com a sua Lotus 72 em 1973

domingo, 17 de junho de 2012

24 Horas de Le Mans: Um passeio da Audi e mais uma vitória no bolso



O esquadrão da Audi: 11ª vitória em Sarthe
(Foto: Divulgação)
Para quem acompanha automobilismo com certa regularidade, não era muito difícil prever uma vitória da Audi em Sarthe. Não era necessário ser uma mãe Dinah da vida ou algum Robério de Ogum para sacar que a fábrica de Ingolstadt levaria a sua 11ª vitória nas 24 Horas de Le Mans. Sem a Peugeot, que se retirou das competições no início do ano por questões financeiras, a conquista da Audi nessa prova e no Mundial de Endurance já é cantada há tempos, mas vale lembrar que mesmo correndo “sozinha” a Toyota esteve surpreendentemente próxima dos carros alemães desde os treinos. Ou seja: qualquer descuido poderia ser traduzido numa derrota vergonhosa para dois carros zero quilômetro que estavam estreando na temporada. E Audi teve duas aulas de como não menosprezar o adversário em 2010 e 2011.
Mas isso não aconteceu claro. Dr. Wolfgang Ulrich comandou mais uma conquista da Audi com mãos de ferro, mantendo seus pilotos atentos sempre. As cinco primeiras horas de prova é que foram, na verdade, as mais intensas tendo a Audi a compania da Toyota, que esteve no encalço dos quatro carros alemães por todo esse tempo. Porém os acidentes, com curto espaço de tempo, limaram os japoneses da corrida: primeiro foi Anthony Davidson que acabou sendo abalroado por uma Ferrari na freada do fim da Mulsanne, e acabou decolando seu Toyota #8 e chocando-se, com violência, contra a barreira de pneus. Apesar de ter saído relativamente bem do acidente, foi constatado, mais tarde, que ele quebrara duas vértebras. Meia hora depois, exatamente após a saída do safety car, Kazuki Nakajima resolveu jogar para fora da pista o Delta Wing, Isso lhe custou avarias no Toyota #7 que, apesar de terem sido brevemente reparadas, forçou o abandono horas mais tarde. Para o Delta Wing-Nissan, a prova terminou exatamente após este acidente causado por Kazuki e a cena de esforço de Satoshi Motoyama para recolocar o carro de volta à corrida, já virou um dos marcos dessa 80ª Edição das 24 Horas de Le Mans, mostrando bem como é o espírito dessa corrida. Mais tarde a Toyota mandou que Nakajima fosse pedir desculpas à Nissan pelo acidente.
Apesar de a corrida ter se decidido nestes dois lances infelizes para a Toyota, a Audi enfrentou alguns contratempos: antes que Davidson voasse com seu carro, o Audi #3 bateu de frente na curva Posche e Romain Dumas, que estava ao volante, desceu do carro e arrancou todos os pedaços soltos e voltou para a corrida com um dos pneus tortos. Recolheu para os boxes, arrumou as avarias e voltou para a corrida com um bom número de voltas de atraso para os dois Lolas da Rebellion. Apesar do esforço do trio formado por Dumas/ Duval/ Gené, que descontaram voltas e mais voltas entre a noite e o dia, o erro de Marc Gené quando estavam já na quarta posição, o relegaram para o quinto posto. Desse modo uma possível quadra da Audi foi desfeita.
Outros dois Audis também sofreram algum tipo de incidente: Fässler rodou com o #1 no meio da madrugada, entregando a liderança de bandeja para o trio formado pelos senhores Mcnish/ Capello/ Kristensen. Este último, por exemplo, vem seguindo a sua nona vitória desde o ano passado quando Mcnish a desperdiçou muito cedo naquele pavoroso acidente na primeira hora de corrida. Dessa vez o escocês botou tudo a perder ao bater, sem grandes danos, na curva Indianápolis. Alan é um baita piloto de endurance, veloz, mas tem nele uma impaciência que, quando vem, coloca todo um trabalho no lixo. Fora todos estes contratempos, a Audi esteve absoluta em Sarthe e o trio formado por Lotterer/ Fässler/ Tréluyer levou o bi-campeonato da prova.
Para se destacar nessa corrida previsível, o desempenho sólido da Rebellion Racing que teve um dos seus carros na quarta posição com o trio Heidfeld/ Prost/ Jani e o experiente Pedro Lamy que conduziu o Corvete, versão 2011, da Larbre Competition a uma vitória espetacular na classe LMGTE-AM, mostrando que ainda é uma dos bons pilotos de Endurance do mundo.
Essa vitória da Audi é histórica, por sinal: é a primeira de um carro híbrido, tecnologia que já está sendo preparada por outras grandes fábricas como Mazda, Lotus, Porsche para o ano de 2014. Talvez, quem sabe, mais outras montadoras não resolvam investir no Endurance e desafiar o poderio da Audi, que conquistou a sua 11ª vitória em 13 participações. Uma aula de competência e tecnologia.
A edição de número 80 das 24 Horas de Le Mans se foi. Não pude acompanhá-la como fiz ano passado, mas tive a oportunidade de ler os pedaços dela via twitter e de ótimos blogs como do Rodrigo Mattar e do Paulo Alexandre Teixeira.
E como disse no twitter, quando a prova estava a poucos minutos do fim, a saudade começava a bater. E que venha logo 2013!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Vídeo: Volta OnBoard no Audi R18 e-tron quattro em Sarthe

E está rolando os primeiros treinos para as 24 Horas de Le Mans acontecerá neste fim de semana próximo. E aí fica uma volta OnBoard do treino de hoje com Marcel Fassler, no Audi R18 e-tron quattro #1.

Foto 90: Paletti

Um lugar onde sentia-se feliz: Paletti prestes a testar o Osella FA1B
(Foto: Divulgação)

“Não tenho muitos amigos, praticar esportes é uma maneira de me aproximar das pessoas. Competi de esqui e vim para o automobilismo. É um mundo estranho, mas quando estou no cockpit, tudo parece bonito, me sinto feliz.” (Riccardo Paletti)

Riccardo morreu num momento em que estava mais feliz: tinha conseguido classificar-se para o grid do GP do Canadá, o que seria a sua segunda corrida; sua mãe estava presente naquele final de semana e Mike Earle, dono da equipe Onyx de F2, que mais tarde levaria a mesma para a F1 no final dos anos 80, tinha um March e já estava em negociações com Paletti para que corresse para ele ainda naquele ano de 1982. Mas o sonho se desfez em poucos metros. Gianna perdeu seu filho e Mike Earle um amigo.
Paletti morreu às vésperas de completar 24 anos.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Vídeo: A F1 em Monsanto Parque, 1959

Fardos de feno, sacos de areia, traçado montado em um belo local e... corrida. A Fórmula-1 visitando Portugal pela segunda vez na história, desta vez nas ruas de Monsanto Parque. Stirling Moss, com a sua Cooper, venceu a prova.

GP do Canadá - Corrida - 7ª Etapa



Lewis não vencia desde o GP de Abu Dhabi do ano passado.
Agora ele é o sétimo vencedor do ano e líder isolado do mundial.
(Foto: AP)
Esqueça das últimas 60 voltas. Aquelas onde Hamilton, Alonso e Vettel, na maioria delas, ficaram medindo os passos um do outro com diferenças mínimas no cronômetro. Não que tenha sido chato, ao contrário: foi interessante porque nenhum deles conseguiu abrir uma vantagem maior que quatro segundos, e por isso este trio manteve-se vivo o suficiente para tentar a vitória em Montreal. Lewis parecia o mais tranqüilo: tinha uma diferença de quase três segundos para Alonso na passagem número 51, mas ele foi para os boxes trocar os pneus, não que estes estivessem desgastados, mas arriscar ficar com eles para as últimas voltas poderia por em risco uma vitória quase certa. Fernando e Vettel ficaram na pista, um marcando o outro. Se ele for aos boxes, também irei. Tinha uma diferença de sete pontos em jogo naquele momento. Mas, e os pneus dos dois? Agüentaria até o final? Alonso havia feito a sua troca para macios na volta 19 e Vettel, para o mesmo composto, na volta 16. E os dois, até aquele momento, tinham um bom desempenho com aquele jogo de pneus. Era impressionante, pois Montreal tem uma fama de consumir muito os pneus e freios. Quem deu mostras de que aqueles pneus eram resistentes, foi Felipe Massa que os trocou na volta 14 e estava em quinto naquela parte final de corrida, com um ritmo satisfatório. Ou seja, a Ferrari tinha dado o pulo do gato até aquele momento. Mas Felipe perdeu rendimento faltando doze voltas para o fim e derrepente, despencou de quinto para oitavo num piscar de olhos. Os pneus macios tinham ido para o ralo e agora ele precisava fazer uma parada urgente, faltando dez voltas para o término. Um sinal que a Ferrari não quis captar e apostou que não aconteceria o mesmo com Alonso. O problema é que Hamilton estava com menos de dez segundos de desvantagem para Fernando, e seus tempos de voltas rodavam em torno de um segundo a um segundo e meio. A vitória para o inglês era possível.
Com o ritmo de Alonso e Vettel despencando, Hamilton passou pelo alemão faltando seis voltas, momento em que Sebastian aproveitou para ir aos boxes, e Lewis apertou o passo e duelou com Alonso por meia volta até conseguir efetuar a ultrapassagem na reta após o hairpin. McLaren na frente, enfim, e Lewis abriu caminho para a sua primeira vitória no ano. Fernando ainda tentou tourear o seu Ferrari nas últimas quatro voltas, mas os pneus, altamente desgastados, não tinham a mínima aderência e isso permitiu a aproximação rápida de Grosjean e Pérez que o ultrapassaram com facilidade. Vettel, que havia feito sua parada a seis voltas do fim, estava destruindo a volta mais rápida em cada passagem e pôde, também, passar Alonso com tranquilidade na freada para o grampo. Foram dez voltas finais de cortar a respiração.
A Ferrari sobrepujou o fato de aquela pista detonar pneus, acreditando que os macios resistiriam até o final. Não é à toa que Massa, na sexta, chegou a dizer que era possível fazer a prova inteira com apenas uma parada de box. Por um momento isso até pareceu possível, pois Alonso diminuiu o ritmo para poupar borracha, apertando a velocidade em alguns momentos para não distanciar-se totalmente de Hamilton. Apesar de Alonso dizer que eles correram para vencer, o erro em Montreal foi totalmente do time, incluindo o próprio, que apostou em algo suicida. A entrada de Massa nos boxes, faltando dez voltas para o fim com os pneus em frangalhos, foi uma mensagem bem clara ao time. Talvez a vitória tenha escapado por pura soberba.
Por outro lado não tem como não elogiar a corrida que Hamilton fez no Canadá. Teve paciência durante os duelos e efetuou-os bem na reta onde era permitido o uso do DRS, e aparentemente, conseguiu poupar bem os pneus. Se a McLaren errou feio com ele em outras provas, esta beirou a perfeição dando ao inglês a chance de tornar-se o sétimo vencedor diferente em sete corridas. Grosjean e Pérez subiram ao pódio com performances elogiáveis na tarde, com o francês a andar bem durante toda a corrida entre os dez e Pérez poupando pneus, que é a sua especialidade, por mais de 40 voltas.
Massa apresentou um início de corrida forte, atacando Rosberg em todas as curvas, mas após efetuar a ultrapassagem e estar na caça de Webber, rodou na saída da primeira curva, despencando de quinto para 12º. Apesar de ter mostrado uma boa velocidade e de estar ocupando a quinta posição a dez voltas do fim, os pneus não agüentaram mais o forçou a para nos boxes, jogando-o para décimo. Mas para quem estava penando no meio do pelotão a duas corridas atrás, essa recuperação mostrada já em Mônaco, já é um lucro e tanto. Bruno foi mal. Passou toda a prova disputando posições entre a 15ª e 17ª e sofreu um bocado com os pneus, principalmente os traseiros e fechou em décimo sétimo. Button foi outro que andou muito mal por lá e acabou em 16º.
Mais uma vez Montreal nos presenteou com uma maravilhosa corrida, precisamente as últimas 10 voltas, e deu à Hamilton a oportunidade de vencer em um local que é especial para ele. Foi lá, em 2007, que vencera a sua primeira corrida. E dessa vez ele venceu mais uma vez, tornando-se o sétimo vencedor diferente e a liderança do campeonato no bolso. Valência é a próxima parada. Pista chata, diga-se, mas que pode dar uma chance a Ferrari de tentar mais uma vitória por tratar-se de um circuito de rua de baixa para média velocidade. E os vermelhos não são bons de reta. Isso pode ajudar.
A largada foi tranquila, com Vettel a sustentar a liderança, que foi tomada por Hamilton na 15ª passagem
(Foto: Reuters)

(Foto: Reuters)

Massa fez uma boa largada e estava em quinto, alcançando Webber quando rodou. Recuperou-se,
chegou andar em quinto e fechou em décimo no final.
(Foto: Reuters)

Vettel teve uma chance de vencer, mas trocou de pneus tarde num momento em que
Hamilton já estava longe. Ao menos ficou à frente de Alonso no final.
(Foto: Getty Images)

Alonso foi o grande perdedor da tarde ao apostar numa tática que parecia certa, há dez
voltas do fim. Mas os pneus não aguentaram e ele despencou de primeiro para
quinto em cinco voltas.
(Foto: Charles Coates/LAT)


Grande Prêmio do Canadá
Circuito Gilles Villeneuve – Montreal
70 voltas – 7ª Etapa – 10/6/2012

1: Lewis Hamilton (ING/McLaren) - 1h32min29s586
2: Romain Grosjean (FRA/Lotus) - a 2s513
3: Sergio Pérez (MEX/Sauber) - a 5s260
4: Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - a 7s295
5: Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 13s411
6: Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - a 13s842
7: Mark Webber (AUS/Red Bull) - a 15s085
8: Kimi Raikkonen (FIN/Lotus) - a 15s567
9: Kamui Kobayashi (JAP/Sauber) - a 24s432
10: Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 25s272
11: Paul Di Resta (ESC/Force India) - a 37s693
12: Nico Hulkenberg (ALE/Force India) - a 46s236
13: Pastor Maldonado (VEN/Williams) - a 47s052
14: Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso) - 1min04s475
15: Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso) - a uma volta
16: Jenson Button (ING/McLaren) - a uma volta
17: Bruno Senna (BRA/Williams) - a uma volta
18: Heikki Kovalainen (FIN/Caterham) - a uma volta
19: Vitaly Petrov (RUS/Caterham) - a uma volta
20: Charles Pic (FRA/Marussia) - a duas voltas

Não completaram:
Timo Glock (ALE/Marussia) - a 13 voltas/problema mecânico
Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - a 36 voltas/problema na asa móvel
Pedro de la Rosa (ESP/Hispania) - a 45 voltas/problema mecânico
Narain Karthikeyan (IND/Hispania) - a 47 voltas/problema mecânico


4 Horas de Interlagos - Solidariedade e vitória para Queirolo e Muffato

  Enfim, a vitória de Pedro Queirolo/ David Muffato (Foto: Paulo Abreu) Em Goiânia, quando o Império Endurance Brasil abriu a temporada 2024...