domingo, 24 de julho de 2016

GP da Hungria: World Championship of Punishments

Sabemos bem que a pista húngara não é das melhores para exaltar as qualidades dos pilotos, que podem, através disso, proporcionar um melhor espetáculo para aqueles que assistem. Foram poucas as provas que marcaram época, ou até mesmo lances: a famosa ultrapassagem de Piquet sobre Senna na primeira edição, em 1986; a recuperação, acompanhada de grande ultrapassagem sobre Senna, de Mansell em 1989; as voltas hipnóticas de Michael Schumacher para superar e vencer as Mclarens em 1998; a caótica e marcante edição de 2006, numa das raras vezes em que a chuva deu as caras e nos brindou com pilotagens de mestre de Alonso e Michael Schumacher e ainda contando com a primeira vitória de Button; o entrevero de Alonso e Hamilton em 2007 e a genial vitória de Ricciardo em 2014, é alguns dos momentos que ainda salvam estes trinta anos de existência de Hungaroring. Mas, infelizmente, a natureza de um circuito que era pra ser um dos mais modernos da F1 na época de sua entrada do calendário, acabou sendo um kartódromo em tamanho família que precisa de condições climáticas variáveis para que proporcione momentos de maior emoção. Fora isso, é uma pista interessante apenas no videogame.
A questão deste fim de semana na Hungria repousa exclusivamente na atuação dos comissários desportivos que não tiveram uma jornada das melhores. Pegando do sábado, quando Rosberg ignorou as bandeiras amarelas no finalzinho do Q3 - devido uma rodada de Alonso - e passou para conquistar uma polêmica pole. Teoricamente, deveria perder a pole, mas sabe lá qual foi o argumento que ele e a Mercedes usaram para conseguir convencer os comissários - quando vi o vídeo, Rosberg tirou o pé assim que viu a sinalização, logo após a chicane, e quando virou para a esquerda, a sinalização não estava mais lá, o que fez o alemão ter pouco tempo de desaceleração. É algo bem discutível.
Não bastasse isso, ainda tivemos uma caça para com aqueles que passassem na faixa branca da área de escape. Isso fez com que Daniil Kvyat soltasse o verbo contra essa regra, ao afirmar - e com razão - que era melhor arrancar o asfalto e voltar com a grama e brita. Durante a corrida foi normal vermos que Verstappen, Vettel e Alonso, recebessem chamadas por conta de ultrapassarem os limites da pista. Outro fato que acabou acontecendo foi a punição dada a Jenson Button, quando este recebeu algumas informações via rádio fazendo com que a FIA entendesse que aquilo fosse orientações da Mclaren para com seu piloto. O pobre Button já estava se arrastando com vários problemas em seu carro, e o Drive Through não alterou em nada sua corrida que já estava prejudicada. O lance onde a Mercedes pareceu orientar Hamilton no momento que este perdia terreno para Rosberg e Ricciardo, não teve nenhum tipo de ação por conta dos comissários o que mostra o quanto que estão confusos.
A verdade é que este fim de semana apenas deixou mais latente toda uma situação que acompanhamos já a algum tempo, que é o excesso de punições - em condições até mesmo descabíveis - e a falta de uso delas em algumas condições.
Portanto, o fato de ter uma equipe dominante, que ganha quase todas as provas do ano ou corridas sem nenhum tipo de emoção, são apenas detalhes que acontecem na F1 a tempos. Mas as confusões causadas pelos comissários da categoria, acabam sendo o grande câncer da categoria no momento.

sábado, 23 de julho de 2016

WEC: Resumo da classificação para as 6 Horas de Nurburgring

E aí fica um breve resumo do que aconteceu de melhor na classificação que definiu o grid de largada para as 6 Horas de Nurburgring.
De se destacar a grande performance da Audi, que cravou a primeira fila com seus gêmeos R18 tendo o #7 a ficar com a pole.
Na LMGTE-PRO, depois do massacre apresentado pela Ford e Ferrari para com os demais em Sarthe, foi apresentado durante a semana o BOP para tentar nivelar as coisas naquela categoria. A aparente vantagem conquistada pela Aston Martin - que ficou bem longe da disputa pela vitória em Le Mans - nessa equalização, parece ter surtido efeito: o carro #95 da Aston Martin conseguiu a primeira pole do ano, fazendo bom uso da estratégia - uma vez que a pista estava entre molhada e úmida, e que depois secaria - para superar os Ford GT.
A prova terá início às 8:00 da manhã, horário de Brasília.


LMP
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LMGTE
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Volta Rápida, 7 anos

E hoje o blog chega ao seu sétimo ano de existência, e sempre nesta data comemorativa sempre penso que o blog foi além do que eu imaginava.
Claro que teve épocas bem melhores por estas bandas, mas de um ano para cá dei uma boa diminuída nas postagens. Por outro lado, sempre tenho o que me orgulhar pelo trabalho feito nestas temporadas de F1 e do WEC, especialmente na época das 24 Horas de Le Mans, que são escritas com certo esmero. Em contrapartida, preciso retomar as sequências de postagens aqui para dar ao blog uma melhor visibilidade.
Este ano também é importante: em março completou 20 anos que comecei a anotar tudo que podia sobre as corridas em cadernos, tal exercício que foi até 2009 no exato momento em que este blog foi criado.
No geral, o que resta mesmo é agradecer a presença de vocês por aqui mesmo que seja de forma rápida.
Para este que vos escreve, resta apenas a missão de recolocar este espaço novamente nos trilhos.
Sobre a foto, Carlos Reutemann em Mônaco 1976 com a sua Brabham.

domingo, 17 de julho de 2016

Foto 585: Reims, 1938

Manfred von Brauchitsch e sua Mercedes W154 durante o GP da França, disputado em Reims, prova que acabou vencendo.
Foi a corrida que a Mercedes conseguiu aproveitar-se integralmente da sua superioridade mecânica e técnica, uma vez que a Auto Union, que estreava seu Type D, não estava em melhor forma e sem um piloto de grande classe naquela ocasião - além de perder Bernd Rosemeyer num acidente fatal em janeiro daquele ano, Hans Stuck tinha saído da equipe -, entregou três carros para Rudolf Hasse, Hans Miller e Christian Kautz, que não foram páreo para o poderoso trio da Mercedes.
Completaram o pódio, Rudolf Caracciola e Hermann Lang, formando, assim, a trinca da Mercedes na prova.
Para a Auto Union, restou recontratar Stuck e trazer para a sua fileira Tazio Nuvolari, que sofria há tempos na Alfa Romeo.

Foto 584: Bianchi

O grande dia de Jules Bianchi e da Marussia na Fórmula-1, quando conseguiram a nona posição no GP de Mônaco de 2014 marcando, assim, os primeiros pontos dele e da equipe na categoria.
Hoje completa um ano da morte do jovem francês, após uma luta de nove meses em coma profundo devido as lesões cerebrais do acidente em Suzuka, no GP do Japão de 2014.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Foto 583: O grande duelo até aqui



Para quem acompanha o mundial desde a pré-temporada, sabe que a esperança maior para mudar um pouco as ações durante as provas era depositada especialmente sobre a Ferrari, devido ao grande desempenho oferecido nos testes. Mas como bem sabemos, os testes tendem a ser mentirosos, mas até a prova da China a Ferrari parecia muito forte e próxima da Mercedes o que nos levava a crer que as evoluções que cada time levasse para as provas seguintes, seriam como movimentos de peças num jogo de xadrez. Mas para a maior surpresa, ou nem tanto assim, o fator Red Bull, que andou apagado em 2015, ressurgiu bem já na prova da China. E de lá para cá, tem sido uma pedra enorme no sapato da Ferrari e também um pedrisco que vira e mexe incomoda a Mercedes. Como bem falou Luca Di Montezemolo ano passado, a boa fase que a Ferrari passava naquele momento era mais fruto da queda de rendimento da Red Bull e Williams, do que de um salto enorme de qualidade. De certa forma eles melhoraram, mas talvez não tanto assim como imaginassem.    
Foram os mais variados problemas do time até aqui e claro que os mais graves repousam estritamente as falhas no câmbio e também nas estratégias, que tiraram especialmente de Sebastian Vettel, a possibilidade de vencer algumas etapas que poderiam deixá-lo em melhores condições de tentar se aproveitar da fase complicada que Mercedes tem enfrentado com a guerra entre seus dois pilotos. Mas outro ponto importante é que o SF16-H tem perdido terreno para o RB12 da Red Bull de forma progressiva. Porém, assim como o carro italiano, os austríacos também tem tido os seus altos e baixos nessa ascensão como vimos bem em Baku e Montreal, o que ajudou bastante a manter a Ferrari em segundo no Mundial de Construtores até aqui. Desde a prova da China é que temos observado bem este duelo pelo segundo escalão: a segunda posição de Ricciardo no grid, mais a sua inicial apresentação, andando no mesmo ritmo das Mercedes (até o furo no pneu que o jogou para o fundo do pelotão) e a terceira posição de Kvyat, mostrou a real evolução de um carro que parecia não estar tão próximo assim da Mercedes e Ferrari nas etapas iniciais. Para a Ferrari, o real confronto com a Red Bull se deu em Barcelona quando o duo da Mercedes resolveu resolverem as diferenças ainda nos primeiros quilômetros de prova e se auto eliminando, deixando caminho aberto para uma luta de gigantes entre ferraristas e rubro taurinos. Apesar das estratégias de box terem jogado os reais pretendentes a vitória – Vettel e Ricciardo – para terceiro e quarto, respectivamente, Verstappen e Raikkonen se encontraram com reais chances de conquistar aquela prova. E foi um momento propício para que observássemos como as coisas poderiam acontecer dali em diante: com um carro com muito mais carga aerodinâmica, dava a Max a vantagem de se defender dos ataques de Raikkonen quando ambos chagassem a grande reta aproveitando integralmente da melhor eficiência do RB12 nos dois últimos trechos mais sinuosos da pista espanhola. Não era muito difícil ver que o jovem holandês conseguia estilingar bem da saída da chicane para ingressar na reta feito um raio e quando Raikkonen conseguia alcança-lo, já estava em cima da zona de frenagem. Nem mesmo o uso da asa móvel ajudava. Para Ricciardo era o inverso: se ele conseguia aproximar-se de Vettel nos trechos já citados, no decorrer da grande reta Sebastian conseguia abrir bem a diferença. Mesmo assim, Daniel ainda conseguiu arriscar-se no seu melhor que é “mergulhar por dentro e seja o que Deus quiser”. A prova espanhola é um bom resumo para se ver em que pé estão as duas equipes.
Mônaco foi outra demonstração clara de como a Red Bull está bem: Ricciardo não apenas conquistou uma pole sensacional, como também esteve em grande forma naquele dia no Principado ao desafiar de forma imponente a Mercedes de Lewis Hamilton. Não fosse o erro grotesco da equipe na sua última parada de box, certamente teria vencido, e até com certa folga. Para mostrar o quanto que este carro rubro taurino é bom em condições que precisam de altas cargas aerodinâmicas, Max Verstappen estava se redimindo do seu erro na classificação ao fazer uma exibição de gala e abrir caminho na estreita pista com ousadas ultrapassagens, até achar o guard-rail no Cassino. Para a Ferrari, sobrou a quarta posição de Vettel numa prova bem apagada do time que ainda seria eclipsada pela Force India de Sergio Perez, que terminou logo a sua frente.
Arrivabene jogou na mesa que veríamos uma outra Ferrari à partir de Montreal, e ele não mentiu: uma corrida tão fantástica de Vettel que merecia de fato a vitória, mas a estratégia mal feita pelos italianos acabou deixando o alemão na segunda posição num momento que ele tinha um carro superior a Hamilton. Para Red Bull, que já esperava algumas dificuldades por conta da natureza da pista da Ilha de Notre Dame, o que restou a comemorar foi a ótima performance de Max Verstappen frente ao assédio nas voltas finais de Nico Rosberg. Em Baku, as coisas pareciam pender para a Red Bull, principalmente após a ótima segunda colocação de Ricciardo no grid, mas na corrida foi a Ferrari, com Vettel, que deu as cartas e terminou em segundo.
A prova austríaca foi um pouco mais equilibrada, mas com ligeira vantagem para a Ferrari. O problema no pneu de Vettel, num momento que ele se preparava para tentar uma estratégia diferente e surpreender a Mercedes, deu à Red Bull a chance de chegar ao pódio e que foi agraciado após o entrevero dos dois Mercedes na volta final, dando à Max a chance de chegar em segundo, logo a frente de Raikkonen que o pressionava fortemente.
Neste duelo particular entre os dois times, talvez a maior lavada tenha sido vista exatamente nesta prova de Silverstone, quando a Ferrari não se encontrou bem desde os treinos e a Red Bull, representada pela figura de seu “golden boy” Max Verstappen, conseguiu desafiar a Mercedes de Rosberg de forma forte e viril com direito a uma ultrapassagem de mestre do jovem holandês sobre Nico na saída do complexo das rápidas Maggots, Becketts e Chapel. E este desempenho apagado da Ferrari, traduzido num até muito bom quarto lugar de Raikkonen e num péssimo nono lugar de Vettel, está gerando um desconforto na Rossa que forçou até Sergio Marchionne a realizar uma reunião de urgência com equipes técnicas da equipe. E as coisas precisam ser fortes e incisivas, uma vez que Hungria e Hockenheim, a primeira vista, favorecem os carros da Red Bull.
Não tivesse a presença da Mercedes na disputa, a batalha pelo título mundial seria extremamente apertada entre estes dois times.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Foto 582: Australian Tourist Trophy

Stirling Moss e sua Maserati 300S durante alguma inspeção no fim de semana da 1ª Australian Tourist Trophy em 1956, em Albert Park

O Australian Tourist Trophy teve a sua primeira edição em 1956 em Albert Park (não se sabe se era usado o atual traçado que a F1 corre atualmente) e teve como vencedor Stirling Moss, ao volante de Maserati 300S.

Foram disputadas ao todo 25 edições da ATT, com interrupções - consideráveis, até - em 1957; 1969-74; 1980-2006; 2013; todas para carros Sport e GT. O maior vencedor desta prova é Frank Matich, que conseguiu suas quatro conquistas ainda nos anos 60 (64, 66, 67 e 68). Além de Moss, apenas outros dois estrangeiros é que venceram esta prova: o dinamarquês Allan Simonsen - falecido durante as 24 Horas de Le Mans de 2014 - conquistou um Bi-Campeonato quando a prova foi retomada a partir de 2009. Naquele ano, pilotando uma Ferrari 430 no circuito de Sandown Park, ele venceu em dupla com o australiano Tim Leahey. Em 2010 repetiu o feito pilotando uma Ferrari 430 GT novamente em Sandown Park, mas desta vez dividindo o volante com o australiano Nick O'Halloran. Na edição do ano passado, disputado nos circuitos de Phillip Island e Eastern Creek, a conquista foi do alemão Christopher Mies com um Audi R8 Ultra.

A partir de 2017 a ATT passa a ganhar uma maior visibilidade internacional, uma que passará a premiar os vencedores das 12 Horas de Bathurst.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Vídeo: Para descontrair

Deve ter rolado (certamente) dias antes do fim de semana para o GP da Grã-Bretanha. Mika Hakkinen, David Coulthard, Jenson Button, Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne, as três gerações de pilotos da Mclaren, se divertindo no kart.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

GP da Grã Bretanha: O fator Verstappen



Se a corrida estiver monótona, chame o Max que ele resolve. Mais ou menos assim, é que devem pensar os fãs da Fórmula-1 quando as coisas vão de mal a pior nas etapas. E não tem sido diferente quando o pequeno prodígio resolve aparecer: uma ultrapassagem estonteante sobre Nico Rosberg na curva que antecede a Hanghar Straight foi sem dúvida o grande momento da prova de ontem, isso sem contar a inúmeras voltas onde ele soube segurar bem o assédio de Rosberg, que tentava como podia recuperar a segunda colocação. As coisas só se resolveram quando Nico conseguiu ultrapassar o jovem holandês no final da mesma reta, aproveitando-se bem da asa móvel e também do fato de Max estar com os pneus traseiros bem desgastados. Mas sem dúvida foi uma bela apresentação de Verstappen, que acabaria coroado com a segunda posição devido a punição de dez segundos de Rosberg.
Nada mal até para um garoto que era visto com (muita) desconfiança por conta de sua pouca idade e que agora já é um dos top drivers a categoria.
Não é à toa que a audiência na Holanda tenha triplicado desde a sua chegada na F1. E a tendência é que aumente ainda mais.

domingo, 10 de julho de 2016

GP da Grã-Bretanha: Agora são quatro pontos

Ainda muito se falava e se fala da motivação de Hamilton com relação a sua estadia na F1. Eu sou um daqueles que criticam bastante o piloto inglês pela forma que ele conduz as coisas, não se concentrando como se deve para o seu dever na categoria. Um bom exemplo disso foi quando ele ficou perguntado o que deveria fazer com alguns botões para achar a regulagem do carro durante o GP da Europa, em Baku. Acredito que um piloto do seu naipe, da altura que se encontra, de campeão reinante, tem o dever de focar no trabalho e procurar ser o melhor, esquecendo um pouco das badalações que a vida lhe proporciona. 
Mas temos que dizer, também, que quando resolve se concentrar em algo, Lewis volta a ser aquele piloto dos velhos tempos de Mclaren. Foi assim em Monte Carlo, depois batendo rodas e vencendo Nico na largada em Montreal; do mesmo modo no Red Bull Ring semana passada, indo à caça de Rosberg e agora, neste fim de semana irretocável que ele teve em Silverstone.
Acredito que Hamilton tenha acendido a luz interna após aquele acidente com Rosberg após a largada do GP da Espanha. Ali a sua atitude já foi bem mais diferente que do que nas outras provas ao ir ao ataque de Nico sem nenhuma trégua. Ele sabia bem que caso Rosberg conseguisse uma quinta vitória consecutiva, as coisas poderiam entornar. E aí veio o acidente, os dois de fora, enfim... Mas o seu foco nas provas seguintes, descontando apenas no Azerbaijão, deixa bem claro que agora é a sua vez de tomar as rédeas do mundial  tentar domar um até então intocável Rosberg e partir para o seu quarto título, o que seria o terceiro consecutivo, aproveitando de modo integral a grande vantagem que a Mercedes proporcionou a ele e Nico de 2014 até este exato momento.
Para o azar de Rosberg, a prova é num território que Lewis conhece tão bem e que domina como poucos, que é em Hungaroring.
Será uma prova interessante para os dois principais contendores do momento.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

GP da Áustria: Ruim para a Mercedes. Melhor para o campeonato



Sem dúvida foi uma última volta de arrancar os suspiros para os fãs. Se a corrida foi apenas boa, se vermos as variáveis que ela nos apresentava por conta das opções de escolhas de pneus, a última passagem compensou a espera. Mas esta foi muito mais pela péssima saída da primeira curva de Nico Rosberg, do que pela bravura de um aparentemente combalido Lewis Hamilton naquele momento.
Mas aquele entrevero era quase bem evitável: para quem tinha uma vantagem de quase um carro e meio para Lewis até a subida para a primeira curva, devia muito bem tomar todos os cuidados para não passar do ponto e atacar as zebras “assassinas” do circuito austríaco, mas Rosberg não teve este cuidado e quando não tracionou suficientemente na saída daquele ponto, pôde ver o Mercedes de Hamilton crescer no retrovisor de desaparecer por frações de segundo, até reaparecer do seu lado esquerdo para tentar uma manobra de ultrapassagem, que se conseguisse, teria sido o grande lance do ano até aqui. Mas na ânsia de tentar se defender – o que estava totalmente certo – o piloto alemão acabou deixando o carro rolar além do que podia e acertar o Mercedes de seu companheiro. Precisamos ser justo que, ao mesmo tempo em que Nico deixava o carro escorregar para tentar fechar o máximo possível de espaço, Lewis também esterçava para definir a manobra. O resultado foi a pancada no carro de Hamilton, que saiu para a área de escape e que ainda passaria pela grama. Rosberg continuou, mas a asa dianteira se desfez por conta do toque e com isso as suas chances de vencer foram para o ralo.
O duelo entre os dois principais contendores da categoria, que já vem se arrastando desde 2014, é mais um capítulo de uma série de rusgas que se iniciaram ainda no distante GP de Mônaco de dois anos atrás, quando Hamilton acusou Rosberg de ter parado o carro na descida da Mirabeau prejudicando, assim, a volta que poderia lhe dar a pole. Foram inúmeras discussões e esbarrões de ambos até este 2016, incluindo, também, a já famosa batida deles logo após a largada do GP da Espanha. Com a política – certeira – da Mercedes em deixar o pau comer a solta na pista, apenas indicando que tentem não se bater e prejudicar o time, é louvável após algumas temporadas onde eles procuraram garantir os resultados ao não permitir o ataque um ao outro, mas com Toto Wolf sinalizando uma possível volta do jogo de equipe, pode deixar ainda mais tensa as coisas. Será bem difícil imaginar um dos dois obedecendo as ordens nesta altura do campeonato, uma vez que a diferença entre eles é de apenas 11 pontos. Restará apenas a Mercedes tentar resolver tudo na conversa – e se precisar, de uns puxões de orelha.
O bom mesmo é que o duelo entre eles de forma tão visceral, pode contribuir bastante para a chegada de um Sebastian Vettel para a disputa, o que deixará as coisas mais tensas na equipe prateada e animadas para um mundial que ainda parece ter destino certo. Mas se tiver mais um contendor para a grande disputa, deixará as coisas interessantes.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Foto 581: Trator

Bem provável que seja alguma banda ali dos arredores do simpático autódromo de Zeltweg, que receberá a F1 neste fim de semana.
A cena de um trator no paddock de uma refinada e entojada F1 atual, não deixa de ser insólita.
Esses locais não deveriam desaparecer jamais do cenário da categoria.
A foto é de Adam Cooper.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Foto 580: Mil Milhas 1966

Um dos dois Alpine durante as Mil Milhas de 1966. Dois estiveram naquela prova, destinadas a Bird Clemente/ Carol Figueiredo (#46) e Luiz Pereira Bueno/ Luiz Fernando Terra Smith (#47).
As Mil Milhas de 1966 é conhecida por ser uma das mais dramáticas da história do automobilismo nacional, quando a quatro voltas do fim o Malzoni DKW #7 de Emerson Fittipaldi/ Jan Balder apresentou problemas em um dos cilindros forçando Jan - que estava ao volante no momento - a parar nos boxes para reparos, meio que a contragosto do piloto que havia assumido a responsabilidade de tentar levar o carro daquele modo até o fim. Era um desafio e tanto, já que a carretera Corvette Chevrolet #18 de Eduardo Celidonio/ Camilo Christófaro, com Eduardo ao volante e já sabendo dos problemas do Malzoni #7, estava a voar naqueles estágios finais em Interlagos.
Mesmo com a parada para a troca de velas, Balder voltou a pista e ainda teria uma chance quando o Corvette parou nos boxes para um reabastecimento. O suspense para saber que levaria aquela edição aumentou ainda mais quando a carretera não pegou na primeira vez e nem na segunda... indo apenas funcionar na terceira tentativa, conseguindo sair dos boxes poucos metros à frente do Malzoni #7 de Balder. Foi o suficiente para Eduardo Celidonio e Camilo Christófaro conseguirem uma das mais épicas vitórias que Interlagos já presenciou. E foi também a última vitória de uma carretera, encerrando uma era de ouro para estes carros.

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...