sexta-feira, 16 de junho de 2017

85a 24 Horas de Le Mans: Uma volta canhão e alguns desencontros

Foi uma volta de outro planeta, se assim podemos dizer sobre a marca conquistada por Kamui Kobayashi em Sarthe quando o segundo classificatório estava a caminhar. Foi algo sublime ver o Toyota TS050 HYBRID voar pelo fabuloso circuito francês para atingir tal marca de 3'14"791. É daqueles momentos especiais do motorsport.
Porém a confusão que tomou conta das redes sociais devido aos comentários, repouso sobre o recorde estabelecido: em que situação este recorde de Kobayashi se encaixava? Para este que vos escreve, a marca feita pelo simpático japonês estava na segunda colocação das melhores já feitas em Sarthe, perdendo apenas para a que foi feita em 1971 por Pedro Rodriguez com o Porsche 917 LH da J.W Engineering com a marca de 3'13"9. Kobayashi superaria apenas o tempo feito por Hans Stuck em 1985 com o Porsche 962C que foi de 3'14"843.
Mas por aqui temos o hábito de vermos apenas o tempo de volta como recorde e foi aí que me perdi: numa rápida olhada nas estatísticas ficou claro que a volta de Kobayashi, em média horária, era a mais veloz da história de Le Mans ao superar a média de Stuck feita em 1985. Na ocasião, o alemão fez 251.815km/h e hoje Kobayashi fez a volta em 251.888 de média. A terceira marca é de Pedro Rodriguez em 1971 com 250.069km/h.
Quando Neel Jani cravou a pole para a Porsche em 2015 na casa de 3'16, já havia deixado o duo ACO/FIA de olhos arregalados, imagino que agora os cabelos devam ter ficado em pé. Com uma regulares ainda mais fina, o tempo de volta podia ter caído hoje. Mas isso para o próximo ano. Agora, o de melhor volta em corrida, pode cair também neste fim de semana.
O tempo alcançado hoje pelos japoneses mostra o quanto que a engenharia automobilistica tem evoluído mesmo que haja intervenções, nas pistas ou nos carros para que as velocidades caiam, os engenheiros estarão prontos para responder e os pilotos rápidos para realizarem obras primas como foi o caso de Kobayashi em Sarthe.
E nós agradecemos

85a 24 Horas de Le Mans: Pole recorde para a Toyota

Com uma volta espetacular, obtida ainda no segundo classificatório, deu a Toyota a oportunidade de largar da posição de honra para esta 85a edição das 24 Horas de Le Mans. Kamui Kobayashi, em posse do Toyota TS050 Hybrid #7, pulverizou o recorde de volta em Sarthe com o tempo de 3'14"791 com uma média de 251.888km/h, relegando para segundo lugar a marca feita por Hans Stuck com o Porsche 962C em 1985 que teve a média de 251.815km/h. Em termos de tempo de volta, a marca de Kobayashi é a segunda no quesito perdendo, apenas, para o tempo feito por Pedro Rodriguez em 1971 (3'13"9) quando a pista francesa ainda não era recortada pelas chicanes. O outro Toyota de #8 aparece em segundo, com incríveis 2.3 segundos de atraso para o #7. Um trabalho espetacular até aqui da fábrica japonesa em Sarthe. Em seguida aparecem os outros dois Porsche 919 Hybrid, com o #1 ficando a frente. A diferença entre o #1 da Porsche e o #8 da Toyota é de apenas um décimo. Na quinta posição, o terceiro Toyota #9 que também aparece com tempo próximo do Porsche #2, com cerca de meio segundo de desvantagem. Em sexto aparece o solitário carro da ByKolles na LMP1 particular, com mais de nove segundos de atraso.
Na LMP2 a disputa deve ser bem apertada, como é de costume nesta categoria. A pole foi conquistada pelo #26 da G-Drive com a marca de 3'25"352. Em segundo aparece o #25 da Manor e em terceiro o #38 da equipe do Jackie Chan.
A LMGTE-PRO teve na Aston Martin a dona da pole nesta classe, onde os duelos mais viscerais acontecem do inicio ao fim. O #97 da equipe inglesa cravou a pole com o tempo de 3'50"837. Em segundo aparece o Ferrari #51 da AF Corse e em terceiro o outro Aston Martin #95. Os seis primeiros ficaram no mesmo segundo, mostrando tal equilíbrio. 
E na LMGTE-AM, pole para o Corvette #50 da Larbre Competition com o tempo de 3'52"543. A segunda posição vai para o #98 da Aston Martin e a terceira para o Ferrari #62 da Scuderia Corsa.
Os tempos para obtenção das poles em cada classe foi abaixo das marcas feitas em anos anteriores

terça-feira, 13 de junho de 2017

Foto 630: Riccardo


Riccardo Paletti com o March 812/ BMW da equipe March Onyx, durante a etapa de Pau, a sétima válida para o Campeonato Europeu de F2 de 1981. O piloto italiano abandonou na volta 47 com problemas no motor.
Hoje completa 35 anos da morte do piloto italiano na largada para o GP do Canadá de 1982.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

GP do Canadá: Território de Hamilton

Foi uma vitória incontestável de Hamilton  em Montreal. Num lugar onde ele se sente bem e casa perfeitamente com seu estilo bruto de pilotagem, seria quase certeira uma conquista dele em Montreal. Mas havia algumas dúvidas no ar, exatamente após a sua apresentação apagada em Monte Carlo duas semanas atrás e essas foram começando a dissipar - se com uma pole arrancada a fórceps, conseguindo neutralizar uma dominante Ferrari até ali. A emoção em receber a réplica do capacete usado por Ayrton Senna em 1987, foi o ponto alto para uma atuação que acabara de levá-lo ao empate de pole com o brasileiro  (65) e certamente foi uma injeção de ânimo para uma batalha que se avistava no domingo tendo Vettel ao seu lado na primeira fila.
Mas a coisas foram facilitadas com uma má largada do piloto alemão, que ainda teve a asa dianteira danificada por conta de um toque com Max Verstappen na largada. E tudo ficaria ainda mais fácil para Hamilton, quando Vettel precisou trocar o bico após a saída do SC, despencando para último.
Lewis fez o que se espera dele em Montreal: pilotou de forma segura e não teve nenhum incomodo durante as 70 voltas que ele liderou em toda a sua totalidade, marcando, assim, o seu quarto Grande Chelem na carreira.
Foi sua sexta vitória num território que ele conhece bem e que pôde mostrar do que era capaz há exatos dez anos, quando venceu brilhantemente seu primeiro GP de F1 naquele local.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Foto 629: Revista Speed, cinco anos atrás

Todas as edições da Revista Speed
Há exatos cinco anos a Revista Speed foi ao ar, contando um pouco da história de Frank Williams e de sua simpática e querida equipe.
Ao todo, foram onze edições - contando a partir da desta mesma edição, que foi denominada como #0 - e procuramos abordar as principais categorias e provas do motorsport, como a F1, Indycar, WEC, WTCC,  WRC, Paris-Dakar, 24 Horas de Daytona, 24 Horas de Le Mans... Isso sem contar com o conteúdo voltado para a história do automobilismo, que teve uma importância imensa para que aquela revista.
Passados cinco anos, não posso deixar de agradecer a oportunidade que me foi confiada, quando o Diego Trindade me fez o convite para integrar o núcleo da Speed, que já contava com uma galera boa como Paulo Alexandre Teixeira, Bruno Mendonça, Daniel Machado, Ron Groo, Patricia Sayuri, Rafael Ligeiro e outros tantos que participaram no decorrer daquelas edições.
Enfim, se ainda querem dar uma olhadela nas revistas, deixarei o link do blog que armazena todas as edições.
Divirtam-se!

Revista Speed: http://speedrevista.wordpress.com/

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Indy 500 2017: A epopéia alonsiana em Indianápolis

Durante estes últimos dias, o sentimento de um resgate de tempos românticos do automobilismo esteve bem aflorado. De uma época onde pilotos do velho continente atravessavam o Atlântico para desafiar os melhores da Indycar e, em outras oportunidades, os grandes dos EUA iam para a Europa desafiar os sensacionais pilotos daquele local em pistas como a de Sarthe. Foi assim que Lotus e Jim Clark escreveram seus nomes no Brickyard e também Graham Hill, cravando a sua marca no mais famoso oval do mundo. Também temos de lembrar a odisséia da Ford em Le Mans ao desafiar e vencer a Ferrari naquela década. A.J.Foyt, um dos maiores do automobilismo americano e também mundial, foi para Sarthe e na sua primeira tentativa deixou seu nome entre os melhores daquele tempo ao vencer a edição de 1967. Foram tempos onde as trocas de experiências entre os dois mundos do motorsport enriqueceram tanto o conhecimento das duas praças, quanto o folclore quer que seja da F1, Indycar e Mundial de Marcas. Destas três citadas, o Endurance ainda tem esta alma de ver grandes pilotos destes dois mundos disputando palmo a palmo vitórias. A presença de Fernando Alonso nesta 101ª Edição das 500 Milhas de Indianápolis recuperou, ainda que momentaneamente, este sentimento de vermos os grandes nomes da F1 desafiar os melhores da Indycar exatamente no território onde o orgulho das corridas norte-americanas aflora que é a Indy 500.

O desempenho

Foram bons dias com um Alonso focado em aprender os macetes do fabuloso oval e isso transformou o seu Rookie Test num grande evento, a ponto de elevar a audiência de um simples teste para a casa de 2 milhões de espectadores. Para um povo que gosta de celebrar cifras altissimas, seja qual for o campo, essa marca deve ter sido bem recebida. O decorrer dos dias foram ainda mais frutíferos, com uma série de matérias televisivas, textos mostrando a carreira do piloto espanhol e mais as expectativas de como seria o desempenho dele por lá. Os treinos livres mostraram como Fernando estava mais a vontade em Indianapolis, com boas velocidades e um avanço gradual no seu desempenho e na classificação o seu quinto lugar foi pra lá de festejado, mostrando que estava praticamente no encalço dos melhores da Indycar. Mas, ainda tínhamos a corrida. E essa, sem dúvida, era a prova final se realmente o espanhol estava no mesmo nível dos demais.
Apesar de uma largada conservadora, despencando de quinto para nono, Alonso se aprumou após as primeiras voltas e começou a escalar o pelotão até assumir a liderança, causando enorme frisson. E assim foi até a volta 179, com um Fernando Alonso em boa forma e desafiando pilotos com muito mais experiência de Indianapolis como Tony Kanaan, Helio Castroneves, Ryan Hunter-Reay e outros. O seu velho azar deu as cartas faltando 21 voltas para o término, numa altura onde ele começava a subir no pelotão e tentar o sexto posto contra Ed Jones, quando o motor Honda estourou na reta principal. Ao descer do carro, Alonso foi envolvido por uma multidão de reporteres e fotografos tentando uma declaração do grande piloto após a sua ótima exibição na Indy 500. O público ficou de pé para aplaudir o espanhol, que deixara de lado o GP de Mônaco para disputar a clássica americana. Afinal de contas, não é todo ano que algum piloto da F1 se dispõe para tal aventura em outra categoria.
A sua descontração na coletiva de imprensa, ao pegar uma caixinha de leite e bebê-la, arrancou boas gargalhadas de quem estava presente. Foi uma versão de um Alonso mais leve divertido, se descontraindo com pilotos como Tony Kanaan, que lhe arrancaram boas risadas que não viamos há tempos. Era um outro clima. Um outro Alonso.
Foi bem legal.

Um serviço ao motorsport 

A ida de Alonso para a Indy 500 também ajudou a angariar novos fãs para a tradicional prova. Pessoas que sabiam da prova, mas que não tinham muita paciência para assistir, devido à duração desta ou até mesmo por preconceito. Sabemos que o público da Fórmula 1, em sua maioria, tem apenas olhos para a categoria europeia e não abre exceçāo para outra. A presença de Fernando no outro lado do Atlântico ajudou, e muito, começar a mudar este pensamento arcaico herdado ainda dos tempos que Bernie Ecclestone comandava a F1 e procurava tirar da frente qualquer outra categoria que "ousasse" tomar o lugar da sua jóia. No decorrer desta prova, vimos as pessoas descobrindo um novo mundo onde o automobilismo é vivido a pleno e os pilotos podem se descontrair entre eles e também com os fãs. Fotos e vídeos de Alonso em momento zoeira com alguns pilotos da Indycar deixaram muita gente de boca aberta. Afinal aquele cara ranzinza da F1 parece que havia sumido do mapa, mas na verdade a convivência numa outra praça muito mais suave que aquela panela de pressão que tão bem conhecemos, fez surgir um piloto muito mais descontraído. As pessoas que assistiram a Indy 500 pela primeira vez, uma parte delas, saíram maravilhadas com o que viram mesmo após o abandono de Alonso. Mesmo se Alonso não volte em 2018, a semente para novos adeptos da Indycar podem ter aparecido nem que seja, apenas, para assistir a Indy 500. A sacada genial de Zak Brown em levar Fernando Alonso para a Indy 500 deste ano, foi bom para todos os lados. Talvez o prêmio de melhor estreante para Alonso - que causou certa polêmica, sendo que a maioria apoia que o prêmio deveria ir para Ed Jones, que fechou em terceiro - nem tenha sido apenas por conta de seu belo desempenho no Brickyard, mas também por ter ajudado a elevar o nome da prova a  níveis que há tempos não acontecia. Um outro Alonso - Sabemos dos perrengues que o espanhol tem enfrentado na F1 nos últimos anos, especialmente de 2015 para cá com os inúmeros problemas da Honda. Estes últimos dias foram dos mais proveitosos na terra do Tio Sam e fizeram - no se soltar mais e curtir o ambiente mais amistoso que é o da Indy. Agora se isso vai servir para enfrentar o restante da temporada, só Deus sabe. Um possível retorno à Indianápolis até chegou a ser descartada, mas pareceu voltar atrás nesta decisão. Porém, dependerá bastante de onde ele vai estar no próximo ano. Se ainda estiver pela Mclaren, a chance será grande - se bem que dependerá,  também,  em que condição eles estarão no campeonato - e se for por outra equipe, ficará impossível e o retorno à pista americana ficará mais para frente. De toda forma, as portas estão abertas para ele. Tanto para a disputa da Indy 500, quanto para o campeonato inteiro.

Sobre esta aventura na Indy 500 

Foram dias mágicos estes, onde acabei imaginando como foram aqueles dias da década de 60 onde Brabham, Clark, Hill, Stewart e outros foram tentar a glória na maior corrida de monopostos do mundo. Fernando Alonso resgatou um sentimento perdido no tempo,  onde contratos e proibições tiraram a chance de um grande da F1 tentar brilhar na Indy 500. Independente se ele tenha aceitado o desafio por estar numa condição nada favorável na categoria, onde dificilmente voltará a conquistar algo, o que valeu mesmo foi a coragem e o instinto de ir buscar uma marca que ficou adormecida nas últimas décadas que é de conquistar a Tríplice Coroa do automobilismo, feito alcançado apenas por Graham Hill - atualmente apenas Juan Pablo Montoya é quem tem a tal chance de alcançar esta marca, caso vença em Le Mans na classe principal. Apesar das críticas de colegas por ele ter deixado o GP de Mônaco de lado, a verdade é que ele ganhou bastante pontos por ter feito a escolha que tornou-se a mais correta. Após esta experiência produtiva, Alonso já aprendeu bastante os macetes do mais famoso oval do mundo. Não importa se seja ano que vem ou mais para frente, ele estará lá novamente para tentar vencer a grande prova. E a comunidade automobilistica agradece.

domingo, 28 de maio de 2017

Indy 500 2017: O fabuloso Sato

Indy 500 não decepciona. Nunca mesmo. São raras as vezes onde o final foi simples, onde o final não foi apoteótico, emocionante mesmo.
Como manda o figurino, o desfecho desta edição 101 da mítica prova americana não deixou devendo em nada e coroou Takuma Sato como o mais novo vencedor no Brickyard. Havia uma dívida daquele local com o piloto japonês desde 2012 quando este arriscou tudo na última volta e tentou passar Dario Franchitti na curva 1. O desfecho foi o carro do japonês, na época correndo pela equipe do A.J Foyt, indo para o muro. Um ato que gerou críticas e piadas, mas que na verdade acabou sendo um momento de coragem. Afinal de contas, outra oportunidade daquela apareceria para o simpático japonês?
Indianápolis parece guardar o momento certo para aqueles que a pista "rejeitou". Foi assim, por exemplo, quando Al Unser Jr. acertou o muro em 1989 em plena disputa com Emerson Fittipaldi. Em 1992 ele venceria a prova por um bico contra um surpreendente Scott Goodyear.
Takuma passou três quartos da prova vagueando entre os líderes e no meio do pelotão, esperando o momento certo de ir ao ataque. E a oportunidade apareceu nas últimas cinquenta voltas, quando saiu da nona posição e passou por Alonso e Kanaan. Escalou o pelotão com decisão e foi batalhar a liderança contra um brilhante Max Chilton que estava em boas condições de vitória. Talvez não fosse o momento de Max, uma vez que ele foi tragado por Sato, Hélio e Ed Jones após a relargada.
O duelo contra Hélio nas últimas voltas abrilhantou e valorizou ainda mais a conquista de Takuma, uma vez que mostrou uma frieza e destreza do piloto japonês num momento único e decisivo. A sua ultrapassagem sobre Hélio e mais as investidas do brasileiro tentando retomar a liderança, mostrou bem a experiência adquirida por ele nestes últimos anos.
Foi um dia mágico - mais um - em Indianápolis ao vermos a conquista do primeiro japonês numa Indy 500. E daqui alguns anos, quando verem o rosto de Takuma Sato gravado no troféu Borg Warner, vai aguçar a curiosidade em saber como aquele japonês chegou a vitória.
E vão encontrar uma grande história! Certamente!

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Foto 628: A outra Indianápolis

Situado na região de Brownburg, em Indiana, o Indianapolis Raceway Park - que atualmente chama-se Lucas Oil Raceway - foi idealizado por Tom Binford, Frank Dickie, Rodger Ward (bicampeão das 500 Milhas de Indianapolis nos anos de 1959 e 1962) e Howard Fieber com cada um investindo cerca de cinco mil dólares. A construção incluiria, inicialmente, uma pista mista, mas isto não foi possível por conta de problemas econômicos encontrados pelos investidores. Nisso, com ajuda da NHRA (National Hot Rod Association), foi construido uma pista de quarto de milha que ficou pronta em 1960 e no mesmo ano tendo a primeira competição da categoria. Atualmente é a principal prova da NHRA, com provas eliminatórias sendo feitas na segunda feira e a principal sendo realizada, anualmente, no Dia do Trabalho. 
Os demais circuitos foram feitos no decorrer dos anos 60, sendo o oval de 0.686 milhas (1.104km) e o misto de 2,5 milhas (4 km) onde se encontra a reta de provas da NHRA. 
Estes dois circuitos receberam provas da Indycar e Nascar no decorrer das dácadas, sendo que o misto reservou a Mario Andretti a oportunidade deste vencer a sua primeira prova com um Indycar em 1965. Foi a primeira vez que a categoria correu em circuito misto.
O complexo do Indianapolis Raceway Park realiza provas na noite anterior a eventos como a Indy 500 e Brickyard 400.
Na foto, Mario Andretti com o Ford Fairlane durante a Yankee 300 de 1967 onde foi segundo após grande duelo contra Parnelli Jones. 

segunda-feira, 15 de maio de 2017

GP da Espanha: A melhor estratégia

Além do duelo entre Hamilton e Vettel ter sido o grande destaque, outra coisa que é de se destacar com louvor é a oitava posição de Pascal Wehrlein conquistada com uma sofrível Sauber após fazer dois longos stints com os macios (33) e médios (32).
É de total conhecimento de boa parte que acompanha a categoria que Wehrlein conhece bem estes pneus da Pirelli, afinal ele esteve presente em boa parte dos testes que foram realizado no decorrer de 2016 com a Mercedes e isso, certamente, é um grande trunfo para ele e equipe.
Também é de se destacar o trabalho que vem sendo feito por Ruth Buscombe, que até o ano passado era estrategista da Haas, e que desde o início deste ano está trabalhando nas estratégias da equipe suiça e com boas idéias para ambos os pilotos. E desta vez, com Pascal, conseguiu salvar os primeiros pontos do time em 2017.

domingo, 14 de maio de 2017

GP da Espanha: O esperado duelo

Fazia um bom tempo que os fãs destes dois pilotos e, também, os da F1, esperavam por este embate. Em outros anos, enquanto um tinha o melhor equipamento o outro não estava em condições de enfrentar, exatamente por conta do carro não permitir tal possibilidade.
O dia de hoje em Barcelona foi uma amostra do que veremos em outras oportunidades neste mundial, onde Sebastian Vettel e Lewis Hamilton se entregaram a uma batalha interessante regida pela melhor conservação dos pneus. E nisso, com uma Mercedes que parece estar começando a entender o funcionamento destes compostos no seu carro, a tendência é que desafiem cada vez mais a Ferrari nestas provas que vão seguir.
Se o início da corrida pareceu pender para o lado de Vettel, a parte final foi de um Hamilton pilotando como nos velhos tempos.
Sebastian esteve num dos seus melhores dias. Ainda sim, para mim, foi uma de suas melhores apresentações do tetracampeão, partindo para cima dos adversários sem nenhum pudor. A sua ultrapassagem sobre um cambaleante Bottas, que tentava como podia se equilibrar em pneus já gastos, certamente entrará para os melhores momentos da categoria no ano e da década. E que tal a batalha entre ele e Hamilton, quando este último saía dos boxes e racharam a primeira curva quase que "misturando as tintas"? Sebastian levou a melhor naquele momento. Mas ainda tinha mais...
Lewis passou a prova conversando o que podia ser feito para recuperar a posição perdida para Vettel, ainda na largada. Compassivamente e enfrentando alguns problemas de superaquecimento nos pneus - ou seria um blefe? -, que variavam de volta a volta, Hamilton e sua equipe continuavam a traçar as idéias para um possível ataque final. A troca de pneus de Lewis após a saída do virtual safety car, foi decisiva.
A volta veloz que imprimiu após seu pit stop, foi importante para encostar e tentar pegar um Vettel desprevenido recém saído dos boxes. Foi brilhante o duelo deles nas curvas a seguir, com Sebastian ganhando o duelo momentaneamente. O tráfego pesado que eles pegaram logo a seguir também foi vital para que não se desgarrassem - porém, mesmo antes de encontrar os retardatários, Hamilton conseguia acompanhar o ritmo de Vettel que usava naquela parte final pneus médios, contra os macios de Hamilton. O melhor desempenho da Ferrari com este composto é conhecido desdes os testes lá mesmo em Barcelona, mas a surpresa foi a rapidez da Mercedes com os macios e também a boa conservação destes por Lewis, que possibilitou a chegada do inglês e também a manobra que resultou na ultrapassagem que ele faria sobre Vettel no final da reta dos boxes. Só restou ao inglês abrir uma boa vantagem e levar o Mercedes a conquista do GP espanhol.
Para nosso deleite, ainda mais numa pista onde aconteceram tantas provas sonolentas, a corrida de hoje foi uma jóia após aquele modorrento GP em Sochi.
E talvez assim será até o fim, com Vettel se esbarrando em Hamilton em algumas corridas e provas extremamente chatas como a de Sochi.
Uma mescla interessante que se desenha desde Melbourne e que começou a surtir efeito agora em Barcelona.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Foto 627: Luigi Fagioli, Lasarte 1934

A vitória de Luigi Fagioli no GP da Espanha de 1934 com o Mercedes W25A, no circuito de Lasarte. A conquista do piloto italiano chegou após um duelo contra o seu companheiro de Mercedes Rudolf Caracciola.

A pista de Lasarte, de 17,749Km, teve a sua inauguração nos anos 10 sediando provas de moto. A partir de 1923 passou a receber, também, provas de carros ao sediar o GP de San Sebastian naquele ano - com vitória de Albert Guyot com um Rolland-Pilain. Outras seis edições deste GP foram realizadas nos anos de 1924, 25, 27, 28, 29 e 30.

Em 1926 a pista espanhola sediou o GP da Europa, que foi vencido por Jules Goux com um Bugatti  T39A. No mesmo ano o GP da Espanha foi realizado por lá, com a vitória ficando para Bartolomeo Constantini com um Bugatti T35C. O GP espanhol ainda teve outras quatro edições: 1927, 33, 34 e 35.
Com o início da Guerra Civil Espanhola em 1936, as corridas foram interrompidas e após o término desta não retornaram mais. Desde 1964 o traçado passou a receber etapas do Mundial de Ciclismo.

Luigi Fagioli foi um dos ótimos pilotos daquela década de 1930, mas também um dos mais temperamentais principalmente quando estava face a face com desafeto Rudolf Caracciola. A rivalidade entre os dois teve início já na Mercedes, onde em algumas oportunidades o italiano estava em melhor posição e recebia ordens para deixar Caracciola passar. Um dos casos mais conhecidos é do GP de Eifelrennen de 1934 - numa prova que Caracciola não estava presente por não estar bem fisicamente - quando Alfred Neubauer pediu para que ele deixasse Manfred Von Brauschitsch assumir a liderança. Apesar de ter sido a contragosto, Fagioli acatou o pedido, mas entrou em séria discussão com Alfred assim que foi trocar os pneus e a situação piorou de vez quando Neubauer voltou a intervir por conta de Luigi estar pressionando Manfred na luta pela primeira posição. Luigi foi aos boxes e acabou encostando o carro na grama assim que retornou. 

Com Rudolf Caracciola o caso mais sério se deu na prova de AVUS realizada em 1937, quando ele entrou nos boxes da Mercedes - na ocasião, Fagioli fazia parte do plantel da Auto Union - e partiu para uma discussão severa com Rudolf onde ele acabou jogando um martelo, que era utilizado durante as trocas de pneus, em direção ao piloto da Mercedes e que por muito pouco não acertou Caracciola. Para Fagioli, Rudolf havia fechado ele em algumas ocasiões da primeira bateria - e isso era apenas os reflexos de outra situação da prova anterior realizada em Trípoli, onde Caracciola teria fechado o italiano em várias oportunidades. 

Luigi Fagioli, que ainda participaria da Fórmula-1 nos anos 50 e venceria o GP da França de 1951 em parceria com Juan Manuel Fangio - ainda que tenha sido a contragosto, quando ele entregou o carro para o argentino na volta 24 -, nesta que lhe rendeu o recorde de piloto mais velho a vencer um GP de F1 - algo que deve perdurar para sempre. 


quarta-feira, 10 de maio de 2017

Foto 626: Indy 500, 1927

Um Duesenberg de mil e quinhentos dólares e uma vitória na mão. Mais ou menos assim é que podemos contar um pouco da vitória de George Sounders nas 500 Milhas de Indianápolis de 1927.
George Sounders havia adquirido um Duesenberg por 1.500 dólares e segundo relatos da época, ese carro havia sido usado por Peter De Paolo na conquista deste na Indy 500 de 1925. Mas Sounders sempre negou esse fato.
O grid de largada contava com o vencedor da edição anterior Franck Lockhart (Miller) largadando da pole e dominando de forma incontestável a prova por 110 voltas. Porém, na passagem 119, a sorte lhe abandonou quando problemas no eixo traseiro forçou o americano a abandonar e abdicar da chance de vencer pela segunda vez a Indy 500.
A liderança foi tomada por George Sounders, que havia largado da 22ª posição, e que agora, na sua primeira aparição no Brickyard, estava a comandar a prova. Ao final, Sounders se sagraria vencedor da Indy 500, com Earl Devore em segundo e Tony Gullota em terceiro. Outro Rookie dessa prova era Wilbur Shaw, que mais tarde conquistaria três vitórias na Indy 500 e seria, também, um dos pilares para a reformulação e retomada da prova no complexo de Indianápolis após a 2ª Guerra Mundial.
George Sounders participou da edição de 1928, sendo esta a sua última aparição em Indianápolis. Na ocasião ele terminou em terceiro. Sounders faleceu em 28 de Julho de 1976, aos 75 anos.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Foto 625: Gilles Villeneuve, 35 anos atrás

Para uns, um herói. Para outros, apenas um batedor de carros. Outros enxergavam nele um arrojo acima da média. Uma parcela dos mais exigentes, apenas viam nele um cara desastrado.

Os adjetivos para definir quem foi Gilles Villeneuve, são infindáveis. Cada terá uma visão diferente para com aquele que conseguiu até mesmo imortalizar um número na F1 - o #27 - a ponto de colocarem este algarismo num patamar onde apenas pilotos velozes e destemidos é que poderiam ostentá-lo - para os Tiffosi, Jean Alesi, que usou este número na sua estadia na Ferrari de 1991 até 1995, fez jus a "alma" que este número acabou "incorporando" após aquele fatídico 8 de maio de 1982, quando Gilles perdeu a vida durante os treinos para o GP da Bélgica, em Zolder.

Gilles talvez tenha sido o último piloto a sintetizar aquilo que o público mais romântico - ou como costumamos dizer nos dias de hoje petrolhead - gostava de ver num piloto: o amor empregado na pilotagem. Não importasse em que situação fosse ou que aconteceria logo em seguida, o mais importante era ver os lances e duelos que entrariam para a história do esporte. E nisso Villeneuve era bom, muito bom por sinal. Seu famoso duelo contra René Arnoux em Dijon pela segunda posição do GP francês de 1979, é o exemplo máximo do que os torcedores mais apaixonados esperam. Suas disputas ferrenhas contra Alain Jones também marcaram uma época, onde as decisões eram tomadas com lances memoráveis. Os seus acidentes eram causados tanto pelo seu arrojo excessivo, como também por problemas mecânicos, mas o que acabava transparecendo quando se vê vídeos destes lances, é que o público acaba aceitando aquilo como parte de um show.
 
Villeneuve passou a ser a estrela principal em cada corrida que a F1 realizasse. Como bem falou Patrick Tambay - amigo muito próximo de Gilles -, "as pessoas passaram a esperar o impossível de Villeneuve a cada corrida". Ver uma prova de F1 entre os anos de 77 e 82 passou a ser como ir a um show de mágica onde Villeneuve, a qualquer momento, poderia tirar uma manobra ou uma vitória da cartola. Mais ou menos assim é que deviam ser aqueles tempos com o franco-canadense na pista.
Ter corrido pela Ferrari talvez tenha ajudado muito na criação deste mito que tornou-se Gilles Villeneuve. Enzo Ferrari acabou adotando Gilles como um filho, a ponto de compará-lo a outros ases do passado como Tazio Nuvolari e Guy Moll, pilotos lendários que estiveram a serviço de Enzo quando este era chefe da equipe oficial e semi oficial da Alfa Romeo nos anos 30. A coragem de Villeneuve e a paixão que empregava a cada pilotagem, deixava o velho italiano ainda mais encantado, mesmo que excesso de arrojo de seu protegido terminasse em prejuízo para ele.
 
O grande canadense gerou uma paixão que perdura até os dias de hoje e mesmo que não tenha sido campeão, seu nome quase que sempre acaba figurando em listas de melhores de todos os tempos da categoria.

A verdade mesmo é que a coragem e a paixão que Villeneuve colocava a cada prova, ainda gera uma enorme fantasia do que ele poderia ter alcançado na F1.

De toda forma, apesar de ter partido naquela tarde do dia 8 de maio, Gilles conquistou o respeito e eternidade no coração dos petrolheads, os verdadeiros amantes das corridas.

Como bem disse Nigel Roebuck certa vez, "o que fica na mente não são os campeonatos num todo, mas sim os grandes lances que fizeram parte dele". E a cada vídeo que vemos de Gilles, até mesmo para aqueles que não viram ele correr - como é o meu caso - a certeza que fica é que o fabuloso canadense veio apenas para marcar uma época e partir rapidamente.

E hoje faz 35 anos que o espetacular canadense se foi.

Salut, Gilles!

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...