domingo, 12 de abril de 2020

Foto 863: Obrigado, Stirling Moss



Nos últimos meses tenho ficado imerso na Formula-1 dos anos 50, escrevendo sobre os GPs daquela época especialmente de 1952 até o momento presente que falo sobre o campeonato de 1954 onde a categoria sofreu uma mudança de regulamento para voltar a atrair as fabricas e dar uma maior potência aos carros, dos quais as criticas nos últimos dois anos tinham sido que eram carros lentos e sem grande desafio aos pilotos.
Exatamente neste período onde a categoria adotou os regulamentos de Fórmula-2  e a Ferrari junto de Alberto Ascari praticamente dizimaram a concorrência, foi onde as equipes inglesas e seus pilotos apareceram com força para compor o grid e automaticamente dar à então jovem Fórmula-1 condições de ainda se sustentar num momento que poderia muito bem ter desaparecido como mais uma idéia fracassada de se fazer um Campeonato Mundial.  Pessoas como os donos de equipe Tony Vandervell, Charles Cooper e os pilotos Mike Hawthorn e Stirling Moss foram importantes para esta caminhada iniciada já timidamente em 1951, quando a única equipe britânica que parecia ter algum futuro era a BRM – que mais tarde perceberia que perdeu parte do bonde, vindo conquistar algo de relevante nos anos 60.
Destes nomes citados, Hawthorn e Moss foram os homens que deram o ponta pé inicial para os sucessos britânicos na Fórmula-1: enquanto que Mike já havia se juntado a uma equipe de ponta já em 1953 – pela Ferrari, embora que em 1952 tinha já feito boas apresentações com o Cooper Bristol – Moss ainda passou 1953 ao comando dos Cooper sem grandes chances de conseguir um bom resultado, mas sempre se destacando por ser o melhor do resto em algumas provas. As coisas mudariam em 1954 quando seu pai adquiriu um dos novos Maserati 250F e o jovem Stirling pôde, enfim, mostrar a sua finesse ao volante de um Fórmula-1 e confirmar o seu talento que já bem visto nos carros Sport. Foi um importante passo para o jovem inglês que já na próxima temporada teria um desafio dos grandes, entreameado com igual oportunidade: pilotar pela Mercedes em 1955 era uma grande chance de estar próximo a possibilidade de vencer o campeonato mundial, porém tinha que  Uma gama de oportunidades para um jovem de 25 anos que rapidamente seria inserido entre os grandes da categoria.
Após vitória em Aintree 1955
enfrentar o então campeão Juan Manuel Fangio que já estava na caminhada para aumentar seus números de títulos na Fórmula-1.
Moss teve uma adaptação rápida ao Mercedes W196 naquele ano de 1955 e já estava no encalço de Fangio. Conseguiu três pódios, sendo que um deles foi da sua primeira vitória na categoria quando conquistou o GP da Grã Bretanha disputado em Aintree, porém com uma dose de polêmica sendo que alguns defenderam que a conquista acabou sendo facilitada pela Mercedes que pedira a Fangio para que não atacasse Moss nas voltas finais. Independente que tenha havido ou não um interferência da Mercedes naquele resultado, o importante é que um piloto britânico tinha conquistado o seu GP local pela primeira vez na história. O campeonato de 1955 foi encurtado após o desastre de Le Mans, que levou França, Alemanha, Espanha e Suíça a cancelarem seus GPs. Ainda naquele ano de 1955, agora  
Mille Miglia 1955
no World Sportscar Championship, Moss esteve em grande forma ao vencer com autoridade as provas em que estava no comando da Mercedes 300 SL: venceu a Mille Miglia junto com Dennis Jenkinson (que para muitos foi a grande exibição da carreira de Moss), chegando 37 minutos à frente de Juan Manuel Fangio; liderou a trinca de Mercedes no fatídico Tourist Trophy disputado em Dundrod, ao dividir o carro com John Fitch e voltou a ganhar na Targa Florio, quando dividiu o carro com Peter Collins. Em Le Mans, ele estava na liderança quando aconteceu a grande tragédia. Enquanto que na Fórmula 1 Moss não foi páreo para Fangio, a sua desforra foi no mundial de carros sport onde o britânico sempre esteve em grande forma frente ao seu amigo e rival argentino.
Após este período breve de sucesso no comando da Mercedes, que se retirara ao final de 1955, os próximos anos para Moss foram de firmação como um dos grandes da categoria, porém sempre ficando no quase: em 1956 desafiou Fangio quando este estava a serviço da Ferrari e por muito pouco não levou o mundial, não fosse Peter Collins ceder seu carro à Fangio para que este conseguisse chegar em segundo e marcasse os pontos necessários para que vencesse o mundial. Foi vice de Fangio em 1957 numa temporada onde o argentino estava no seu auge com a sua sensacional Maserati 250F, mas talvez o campeonato de 1958 tenha sido o mais doloroso: foi a primeira temporada onde os dois principais pilotos britânicos tinha as reais chances de conquistar o titulo mundial: Moss com Vanwall VW5 e Mike Hawthorn com a Ferrari 246 F1 num grande duelo durante as dez etapas daquele mundial – exceto Indy 500. Stirling venceu quatro corridas, enquanto que Hawthorn ganhou apenas uma, mas a melhor regularidade de Mike nas corridas foi importante para que ele chegasse ao único título dele na categoria, porém teve outro ponto a ser destacado: no GP de Portugal, disputado nas ruas de Boa Vista, Hawthorn foi um dos pilotos que rodaram nas primeiras voltas devido a forte chuva que caiu no traçado citadino. Na manobra de tentativa de voltar à pista, ele teria feito um pequeno trecho na contramão o que ia contra o regulamento e com o protesto vindo de outros pilotos, os comissários prontamente desqualificaram Mike da corrida da qual ele havia terminado em segundo e feito a melhor volta da prova, o que lhe daria sete pontos (seis do segundo lugar e um pela melhor volta). Moss soube do acontecido e foi até os comissários lhes falar o que de fato havia acontecido de que Hawthorn tinha andado na contramão, mas tinha feito isso por sobre a calçada o que não colocava os pilotos em perigo. Os comissários levaram isso em conta e acabaram por devolver Mike ao segundo lugar da corrida, assim como seus sete pontos. Ironicamente, Stirling acabaria por perder o campeonato para Hawthorn em Casablanca, na realização do GP do Marrocos, onde ele venceu e Mike foi o segundo conseguindo a conquista por 1 ponto. Apesar de perder um campeonato parecia bem encaminhado, ao ato de esportividade de Moss é um dos momentos de grandeza da história do motorsport onde ele podia muito bem ter guardado a informação para si e que lhe seria de grande valia para o futuro, mas preferiu dar o seu ponto de vista e relatar o certo para corrigir uma injustiça com seu amigo de longa data.
Ainda sobre 1958, Moss falou sobre uma mudança de atitude que poderia lhe ajudar a ser um campeão futuramente, uma vez que Mike Hawthorn, um grande “bon vivant”, levava uma vida bem desregrada: “Minha atitude mudou após 1958, pois realmente acreditei que deveria mudar para me tornar um campeão. Sentia que tinha capacidade, mas não conseguia vencer. Então pensei: Mike Hawthorn bebe e anda por aí, faz tudo que eu gostaria de fazer e ainda assim eu tenho sido reprimido por não fazê-lo. Danem-se os bons hábitos, agora eu vou aproveitar a vida.” Essa mudança de postura trouxe um Stirling Moss ainda humano para as corridas, deixando de lado a visão de bom moço que colecionara na década passada, mas o resultado esperado, o de campeão do mundo, jamais apareceu mesmo que ele fosse reconhecido como talvez o melhor piloto do grid pelos próximos anos. Das temporadas de 1959 a 1961 Moss foi terceiro em todas elas, mas a de maior destaque, sem dúvida, foi quando desafiou a Ferrari em 1961 numa temporada que a equipe italiana estava anos luz a frente das demais após ter iniciado o projeto do regulamento para motores 1500cc bem antes que as demais, e que entraria em vigor naquela temporada. Deveria ser um massacre Ferrarista nos mesmos moldes que fizeram ainda na já distante época do biênio 1952/53, mas Stirling Moss estava lá para importunar os pilotos da esquadra italiana e em duas oportunidades os venceu com um talento espetacular de entrar para história da categoria ao conquistar as corridas de Mônaco e Nurburgring. Apesar de não ter conquistado o título, que ficara para o americano Phil Hill, todos sabiam que Moss era um piloto a se olhar com mais atenção se caso ele voltasse a ter um carro competitivo em mãos. Infelizmente o acidente em Goodwood durante o “X Glover Trophy” em 1962, disputado num domingo de páscoa, acabou por dar fim a carreira de Moss. Ele ainda tentou voltar, mas abandonou de vez a competição em seguida. Certa vez ele comentou sobre o retorno precoce, onde ainda estava se recuperando do acidente: “Agora analisando os eventos passados, posso perceber que provavelmente retornei às pistas dois anos antes do que deveria. Foi uma estupidez, mas a razão por que voltei foi que a imprensa toda semana ficava me perguntando ‘Você vai participar das competições, vai voltar a pilotar?’. Eu, naturalmente, ficava me dizendo ‘Sim, ai meu Deus, eu vou, eu quero voltar’ “. “O problema é que não contávamos com pessoas ao nosso lado como o Professor Sid Watkins. Se tivéssemos gente assim como ele no automobilismo, tenho certeza que os teria escutado. Mas não havia ninguém para ouvir, exceto a mim mesmo”.  Era o ponto final numa das carreiras mais brilhantes do automobilismo.
Mesmo afastado das competições, Moss se fez presente nos mais variados festivais de carros e históricos e até mesmo teve a oportunidade de tirar uma casquinha de dois Formula-1 mais modernos: em 1975 pilotou em Donington Park o Tyrrell 006 de 1973, que levou Jackie Stewart ao tricampeonato mundial e descreveu a experiência como “Fantástica!” e também a facilidade em pilotar um carro dotado de asas e pneus largos. Oito anos se passarão e ele voltou ao volante de um F1, agora do recente campeão Brabham BT52 BMW Turbo com o qual Nelson Piquet arrebatou aquele mundial. Na ocasião Moss usou a versão Indy do circuito de Brands Hatch e contou um pouco do acontecido na sua autobiografia: “Os caras ficaram um pouco chocados (com os equipamentos de segurança)”, “Mas eu lhes disse que aquela era a forma com a qual eu estava acostumado a pilotar e não iria mudar àquela altura da vida. Somente eu e Jack Brabham tínhamos autorização da FISA (antiga CSI e então braço esportivo da FIA) para andar num F1 daquele jeito”. E a sensação de andar num modelo turbocomprimido? “Até você achar o limite ele é fácil de guiar, porque aqueles pneus largos proporcionam muita aderência. Mas a potência é inacreditável. Quando se chega a 8 mil rpm, parece que o carro vai entrar em órbita”.
Apesar de hoje o principal nome do motorsport britânico ser o de Lewis Hamilton, há muito que o se agradecer a este senhor que nos deixou hoje aos 90 anos neste domingo de páscoa. Por muito tempo Stirling Moss foi o homem que deu aos ingleses a oportunidade de se chegar a um titulo mundial que acabou passando muito perto disso e ficando para seu conterrâneo Mike Hawthorn, mas ele prosseguiu atrás de seu desejo até que o acidente em GoodWood  - exatamente numa época de páscoa – colocasse um ponto final nessa vontade. Mas Stirling viveu a pleno a sua vida aproveitando tudo de bom que o motorsport pôde lhe dar.
Talvez ele e tantos outros ingleses que alinharam em grandes prêmios nos anos 50 não tenham percebido a contribuição para sobrevivência da categoria naquele período. Não apenas os ingleses, mas os amantes do automobilismo, em especial da Fórmula-1, tem muito que agradecer Sir Stirling Moss. 


*Algumas falas de Stirling Moss destacadas em negrito foram retiradas da revista "Formula 1 50 Anos Dourados - III"

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Foto 862: Carlos Reutemann, GP da Argentina 1995


Carlos Reutemann tirando aquela casquinha do Ferrari 412-T1 antes do GP da Argentina de 1995, que marcou o retorno da Fórmula-1 ao circuito de Óscar Galvez.
Além de algumas voltas que o herói local fez no mítico circuito, foi também uma deixa para alguns representantes das equipe fazerem referência a uma das grandes polêmicas da década de 80, quando o argentino ignorou a ordem da Williams para que ele deixasse seu companheiro de equipe e então campeão reinante Alan Jones assumir a liderança do GP do Brasil de 1981. Uma vez ignorado a ordem, Reutemann passou para vencer com Jones em segundo e Ricardo Patrese (Arrows) em terceiro, dando a Williams uma dobradinha bem amarga e que desencadearia uma animosidade entre os dois parceiros.
O fato foi relembrado no muro do pit-lane do circuito argentino naquela ocasião, com Neil Oatley, então engenheiro da Mclaren, segurando a placa que se tornou icônica com as iniciais de Reutemann e Jones.
Sobre aquele retorno do GP da Argentina ao calendário, vitória ficou para Damon Hill (Williams) seguido por Jean Alesi (Ferrari) e Michael Schumacher (Benetton).
Hoje completa 25 anos deste GP da Argentina.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Foto 861: Jim Clark, GP da Alemanha 1965


O sempre espetacular Jim Clark com o seu Lotus 33 Climax, aqui durante o histórico GP da Alemanha de 1965 em Nurburgring.
Foi um final de semana fabuloso para o piloto escocês, começando pela qualificação onde aniquilou a marca de 1964 feita por John Surtees em quinze segundos: enquanto que John assinalara 8'38"400 com a Ferrari, Clark baixou para incríveis 8'22"700. Já na corrida, o escocês não deu chances aos rivais, anotando um "Grand Chelem" (Pole, Melhor Volta, todas voltas lideradas e vitória), chegando quinze segundos a frente de Graham Hill (BRM) e vinte um de Dan Gurney (Brabham Climax). Foi a sua sexta vitória na temporada, a quinta consecutiva, que serviu para lhe assegurar o segundo título mundial. E ainda faltavam mais três corridas para o fim do campeonato...
No final, Clark chegou a 54 pontos (14 a mais que Graham Hill) e assinalou seis vitórias, seis poles, seis melhores voltas e seis pódios. E ainda, de quebra, levou para casa a conquista na lendária 500 Milhas de Indianápolis daquele ano, sempre junto a Lotus. Um ano para lá de especial para Clark, Lotus e Colin Chapman, naquela que foi uma das melhores simbioses entre piloto/ carro/ equipe da história da Fórmula 1 e Motorsport.
Hoje completa 53 anos da morte do  legítimo "Flying Scotsman".

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Foto 860: Hermann Lang, Nurburgring 1954


Hermann Lang com o Mercedes W196 num dos estágios do GP da Alemanha de 1954, realizado em Nurburgring. Na ocasião, o veterano piloto largou em 11o e abandonou a prova na décima volta após problemas.
Lang estava no comando de uma dos três Mercedes W196 com rodas descobertas que a equipe alemã levou para Nurburgring após o fracasso em Silverstone, onde foi derrotada após uma série de problemas de Juan Manuel Fangio e Karl Kling que não conseguiam enxergar as bordas de ataque das curvas devido a largura da carroceria que cobria os pneus. Para a etapa da Alemanha, Rudolf Uhlenhaut e sua equipe de engenheiros resolveram este problema com um carro de rodas descobertas e este foi entregue a Fangio, Kling e Lang. O quarto W196, este com a carroceria que havia sido usada em Reims e Silverstone, ficou a cargo de Hans Hermann.
A corrida foi dominada amplamente pela Mercedes, especialmente por Fangio e Kling que foram os únicos a liderarem a corrida. Fangio venceu, seguido por Jose Froilan Gonzalez e Mike Hawthorn - que dividiram o Ferrari - e por Maurice Trintignant, também com Ferrari. Kling terminou em quarto, enquanto que Lang e Hermann abandonaram.
Hoje Hermann Lang completaria 111 anos.

sábado, 4 de abril de 2020

Foto 859: Richard Attwood e Graham Hill, 1000km de Nurburgring 1965


Aquela cervejinha... Richard Attwood e Graham Hill naquele momento relax no final de semana dos 1000Km de Nurburgring de 1965, então terceira etapa do World Sportscar Championship.
Richard dividiu o Ford GT40 #10 da Ford Advanced Vehicles com John Whitmore. Largaram na sexta colocação e abandonaram na volta 34 por problemas no motor. Já Graham Hill dividiu o comando de uma Ferrari 275 P2 da Maranello Concessionaries com Jackie Stewart. O duo britânico largou em segundo e abandonaram na volta 9 por problemas elétricos.
A vitória ficou para o Ferrari 330 P2 da SEFAC Ferrari pilotado por John Surtees e Ludovico Scarfiotti.
Hoje Richard Attwood completa 80 anos.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Foto 858: Tazio Nuvolari, GP da Alemanha 1937


O grande Tazio Nuvolari com o Alfa Romeo 12C-36 da Scuderia Ferrari durante um dos estágios do GP da Alemanha de 1937, disputado em 25 de julho. O italiano fechou em quarto, atrás de Bernd Rosemeyer, Manfred Von Brauschitsch e do vencedor Rudolf Caracciola.
Este GP foi desastroso para a Auto Union que enfrentou problemas e/ ou acidentes com quatro dos cinco carros que largaram. O pior deles foi onde envolveu Ernest Von Delius, que estava a avançar o pelotão quando tentou ultrapassar Richard Seaman (Mercedes) na reta e acabou tocando rodas com o carro do inglês. Delius foi para fora da pista, indo direto para a estrada que ladeia a grande reta onde o acidente aconteceu - Seaman também se machucou após bater num poste. Delius foi retirado e levado ao hospital onde passou a noite, mas não resistiu a uma trombose que o levou a morte no dia seguinte.
Ernest Von Delius tinha 25 anos.

terça-feira, 31 de março de 2020

Foto 857: GP de Mônaco, 1965

Daquelas imagens sensacionais. O antigo túnel de Monte Carlo durante a edição do GP de Mônaco de 1965.
Na ocasião a corrida foi dominada por Graham Hill com BRM, que fez o Hat Trick ao conquistar a Pole, Melhor Volta e Vitória. Na segunda colocação apareceu Lorenzo Bandini com a Ferrari, com Jackie Stewart (BRM) em terceiro - neste que foi o primeiro pódio do piloto escocês na Fórmula 1.
A vitória de Hill consistiu na sua terceira conquista consecutiva no Principado.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Foto 856: Keke Rosberg, GP de Québec 1977


Até o muro servia para ganhar tempo. Na foto, Keke Rosberg indo além dos limites da pista e dando aquela beliscada no muro com o Chevron B39  da equipe Fred Opert Racing durante o GP de Québec válido pelo campeonato da F-Atlantic de 1977. Neste que foi o último GP da temporada - de um total de sete e mais o GP de Trois Rivières que não contou pontos para o campeonato - Keke largou em segundo e terminou em 12o, com quatro voltas de atraso para o vencedor Gilles Villeneuve.
Keke venceu a etapa de Westwood e terminou na quarta colocação do campeonato com 82 pontos. Gilles Villeneuve foi o campeão com 114 pontos e três vitórias.

Foto 855: Piquet e Emerson, Long Beach 1980


Um momento para lá de histórico. Talvez um enredo de filme não fosse tão preciso quanto aquele desfecho do GP de Long Beach de 1980, onde o velho saudou o novo numa troca de guarda que fez o automobilismo brasileiro retomar o fôlego que parecia se esvair nos últimos anos.
A vitória de Nelson Piquet, a primeira dele na Fórmula 1, foi o início de uma caminhada que daria as credenciais ao jovem carioca para que pudesse enfrentar a sua primeira batalha por um título, que acabaria não vindo naquele 1980 - que ficou para Alan Jones com a Williams -, mas que viria de forma brilhante doze meses depois. Para Emerson Fittipaldi, o homem que havia mostrado para os brasileiros o caminhos das pedras na Fórmula 1, foi sua última alegria e também da sua equipe Fittipaldi ao terminar em terceiro - a segunda colocação foi de Ricardo Patrese. O gesto de levantar o braço de Nelson naquele pódio foi icônico, exatamente por tudo que aconteceria nos anos seguintes devido a aposentadoria de Emerson na categoria e pelo sucesso que esperava Nelson. Apesar de um momento feliz para a história dos pilotos brasileiros, aquele dia em Long Beach marcou a carreira de um dos pilotos mais populares da categoria nos anos 70: Clay Regazzoni sofreu um acidente que o deixou paraplégico, forçando sua retirada da Fórmula 1 de forma melancólica.
Enquanto que para Nelson Piquet foi o  início de uma saga que lhe traria três títulos mundiais pelos próximos anos, para Emerson foi o último suspiro, tendo que reencontrar o sucesso exatamente lá nos EUA alguns anos depois, desafiando os grandes da IndyCar... E vencendo.
Hoje completa 40 anos deste grande dia em Long Beach.

sábado, 28 de março de 2020

Foto 854: Nurburgring 1952


Os Mercedes 300SL Spyder na linha de frente em Nurburgring. Na foto, Karl Kling #24 puxa o pelotão seguido por Hermann Lang #21, Fritz Riess #22.
A corrida teve um total de 11 participantes, com a Mercedes alinhando quatro 300SL Spyder que ficaram sob os cuidados de Karl Kling, Hermann Lang, Frietz Riess e Theo Helfich. A Gordini entrou com um T15S oficial para Robert Manzon, enquanto que o restante dos inscritos foi de forma particular: Varnö Hollming alinhou um Jaguar XK120; Robert Nelleman foi com um Allard J2; Jean Lucas inscreveu um Ferrari 212, enquanto que Piero Carini seguiu o exemplo ao correr com um Ferrari 340 America; Alfred Hitchings foi de Healey Silverstone; e Jean Blanc inscreveu um Talbot Lago T26GS.
A prova foi dominada amplamente pela Mercedes, que colocou seus quatro carros nas quatro primeiras posições, com a vitória ficando para o veterano Hermann Lang com 1.9 segundos de vantagem sobre Kling. A terceira posição ficou para Fritz Riess, com Theo Helfich em quarto. Alfred Hitchings terminou em quinto, com o Healey Silverstone.
O Grosser Jubilaumspreis von Nurburgring foi realizado em 3 de agosto de 1952 para comemorar os 25 anos da inauguração do circuito de Nurburgring. Na mesma data foi realizado o GP da Alemanha, então sexta etapa do Mundial de Fórmula 1, que contou com a vitória de Alberto Ascari que também serviu para coroa-lo campeão do mundo daquela temporada.

quinta-feira, 26 de março de 2020

Foto 853: Elio de Angelis, GP da Itália 1985

(Foto: Grand Prix Internacional)

O duo negro. Elio De Angelis liderando Ayrton Senna durante o GP da Itália de 1985. Naquele GP o italiano terminou em sexto, enquanto o piloto brasileiro fechou em terceiro numa corrida vencida por Alain Prost com Mclaren.
O ano de 1985 foi o último de Elio De Angelis pela Lotus, numa temporada que ele foi derrotado no duelo do grid (13x3); teve uma vitória (San Marino); conseguiu três pódios; uma pole (Canadá); e marcou 33 pontos - chegando na casa dos pontos nas sete primeiras corridas - fechando o campeonato na quinta posição.
Após cinco temporadas de serviços a Lotus, De Angelis partiu para a Brabham em 1986.
O piloto italiano completaria hoje 62 anos.

Foto 852: Martin Donnelly, Mônaco 1990


Martin Donnelly contornando a Lowes, durante o GP de Mônaco de 1990.
Na ocasião o piloto irlandês conseguiu uma boa qualificação, ao colocar o Lotus na 11a posição enquanto que Derek Warwick ficou em 13o. Infelizmente a corrida para Donnelly não durou muito, já que abandonou na volta 6 por problemas de câmbio quando ocupava a décima posição. Porém o duelo entre Donnelly e Warwick nas classificações em 1990 foi bem equilibrado: até a prova de Estoril Warwick vencia por 7x6, até que veio o infeliz GP da Espanha.
Martin Donnelly completa hoje 56 anos.


Foto 851: Didier Pironi, GP da Grã-Bretanha 1980



Didier Pironi com o seu Ligier JS11 no final de semana do GP da Grã-Bretanha em Brands Hatch, então oitava etapa do campeonato de 1980.
Foi uma etapa que podia muito bem ter sido totalmente da Ligier, que fechou a primeira fila com Pironi na pole e Jacques Laffite em segundo. O inicio tinha sido muito promissor com Didier liderando bem a as primeiras 18 voltas, mas um furo num dos pneus acabou por atrasar o então líder obrigando-o a ir aos boxes. A liderança passou para Laffite, que ficaria da 19ª passagem até a 30ª quando abandonou após estouro do pneu. Alan Jones assumiu a liderança até passar para vencer o GP britânico, enquanto que Pironi fez uma excepcional prova de recuperação até abandonar quando estava em quinto – mais uma vez por conta de problemas nos pneus. Mais trade descobriram que os furos nos pneus eram provenientes de problemas nos aros.
Hoje Didier Pironi completaria 68 anos.

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...