sexta-feira, 28 de maio de 2021

Foto 946: Eddie Sachs, Indy 500 1963



Um sorridente Eddie Sachs a brincar com o pneu que soltou de seu carro durante a Indy 500 de 1963, após ele rodar e bater no muro da curva 3 na volta 189. Este acidente era resultado de uma grande polêmica naquele momento da prova.

Essa edição de 1963 é mais conhecida pela primeira incursão da Lotus na grande prova, quando Colin Chapman levou dois Lotus para Jim Clark e Dan Gurney desafiarem os grandes Roadsters. A batalha entre Parnelli Jones e Jim Clark foi o ponto alto e começou a intensificar quando o americano partiu para conquistar a pole como uma questão de honra, em não deixar que os "forasteiros" tomassem a posição.

A corrida trasncorreu da melhor forma possível, sem grandes sustos. A se destacar a grande disputa entre Parnelli Jones e Jim Hurtubise pela liderança por um bom número de voltas, até que este último tivesse problemas com vazamento de óleo e abandonasse na volta 102. Um pouco antes disse, na volta 80, uma leve fumaça acompanhada de vazamento de óleo do carro de Parnelli Jones também foi avistado. 

A prova ganhava em emoção com a chegada de Jim Clark à segunda posição, com o escocês iniciando aproximar-se de Jones. O americano conseguiu manter-se à frente mesmo com as paradas de box quando a prova estava em bandeira amarela devido alguns acidentes. Porém, um destes acidentes, o de Eddie Sachs na volta 189 após ter rodado na curva 3 e batido, acabou gerando a grande polêmica - o próprio Sachs havia rodado dez voltas antes no mesmo local. 

O ponto a ser levantado girava em torno do vazamento do carro de Parnelli Jones que aumentava consistentemente, sendo relatado na volta 180. O então comissário chefe Harlan Fengler chegou cogitar mostrar a bandeira preta para Parnelli. O período onde a prova ficou sob amarela por conta do acidente de Sachs, viu uma grande discussão entre Fengler A.C Agajanian, então chefe de equipe de Parnelli Jones, e Colin Chapman: enquanto que Agajanian pressionava e argumentava para que a bandeira preta não fosse mostrada, colocando seu ponto de vista de que vários outros carros também tiveram grandes vazamentos durante a prova e nada foi feito, Colin agitava do outro lado pressionando veementemente para que a bandeira fosse mostrada para Jones. A decisão de Fengler seguiu o caminho para que não fosse mostrada nenhuma bandeira. Isso gerou bastante controvérsia, onde muitos acreditam que se fosse um outro piloto não americano no lugar de Jones com o carro vazando óleo, muito provavelmente teriam desqualificado. 

A corrida foi retomada e Parnelli Jones partiu para vencer a sua única Indy 500, com Jim Clark em 
segundo e A.J.Foyt em terceiro. Mas a discussão não ficou reservada a pista apenas: num almoço no dia seguinte, Eddie Sachs levantou essa questão de que o vazamento do carro de Parnelli Jones é que havia ocasionado a suas rodadas e acidente. Parnelli Jones relembra esse episódio: “No dia seguinte, antes do banquete, fomos a um almoço Autolite no antigo Holiday Inn do outro lado da rua do Speedway”, lembra Parnelli. “Sachs veio e disse que queria me dar os parabéns pela vitória, mas disse que eles deveriam ter me dado a bandeira preta. Eu disse: 'Deixe-me dizer uma coisa, Eddie. Em primeiro lugar, a pista estava oleosa o dia todo e acho que você girou porque sua roda estava solta. 'Não, eu girei no seu óleo', disse ele.


“Eu disse: 'Não, você não fez isso, Eddie. A pista estava oleosa o dia todo por causa de um monte de carros, não só o meu. Eu disse algo como 'Acho que você é um mentiroso'. E ele disse o mesmo de volta para mim e começamos a discutir. Eu disse: 'Eu devia te dar um soco na boca'. E ele disse: 'Vá em frente'. Então eu o dei  o soco.


“Eddie era um cara tão legal e a parte engraçada sobre isso é que ele tinha sangue saindo da boca e uma bandeira preta na mão e um cara tirou uma foto disso. Eddie não apareceu no banquete naquela noite, mas uma foto dele saiu no jornal no dia seguinte. ”

A melhor parte disso é que mesmo com toda essa rusga por parte deles, o acontecido não afetou a amizade deles: “Eddie era o Muhammed Ali das corridas.” Parnelli comenta. “Quando você colocava Sachs no microfone, não conseguia tirá-lo. Mas ele era bom para corridas e nós superamos nossa discussão e nos tornamos amigos novamente depois disso. ”

Eddie Sachs era um dos pilotos mais populares da Indycar naquele tempo e também um dos mais divertidos, levando a alcunha de "Clown Prince for Auto Racing" (algo como Principe Palhaço das Corridas de Carro). Em Indianápolis era um dos mais competitivos também, como bem mostra as suas poles de 1960 e 1961, onde nesta última esteve próximo de vencer. Mas preferiu fazer a sua parada de box na volta 197 quando percebeu que o pneu traseiro direito podia estourar. Com a parada a liderança e vitória acabou indo para as mãos de A.J.Foyt, que coletava, assim, a primeira de suas quatro Indy 500. Sachs foi questionado sobre a parada de box, já que estava tão próximo de vencer e a sua resposta foi "Prefiro terminar em segundo do que morrer!"

Infelizmente, na edição de 1964, Eddie não teve essa sorte ao ser acolhido pelo carro em chamas de Dave McDonald logo no início da Indy 500. Os dois pilotos acabaram morrendo pouco tempo depois. 

Hoje Eddie Sachs completaria 94 anos.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Foto 945: Piers Courage, Watkins Glen 1968

 


O veloz Piers Courage com o BRM P126 da equipe de Reg Parnell durante o GP dos EUA em Watkins Glen, 11ª e penúltima etapa do Mundial de Fórmula-1 de 1968. O piloto inglês abandonou na volta 93 com problemas na suspensão. 

Essa prova marcou a estréia de Mario Andretti na categoria e de imediato marcando a pole pela Lotus, mas problemas com o bico e mais tarde com a embreagem o tiraram da corrida na 32ª volta. Bobby Unser, então vencedor vigente da Indy 500 daquele ano, também participou da prova com um BRM P138 oficial e abandonou com 35 voltas de corrida com motor quebrado. Assim como Mario, foi também a sua estréia na categoria, mas tornou-se na sua única aparição na Fórmula-1. O outro estadunidense na prova, Dan Gurney, foi o quarto pilotando um McLaren. A prova foi vencida por Jackie Stewart, com Graham Hill em segundo e John Surtees em terceiro. 

Aquele ano de 1968 foi a primeira temporada completa de Piers Courage na Fórmula-1, tendo estreado em 1966 com a Lotus na Alemanha e depois fazendo outras duas provas pela equipe de Reg Parnell em 1967 na África do Sul e Mônaco - nestas três tentativas ele abandonou e ainda teve uma não qualificação para o GP britânico de 1967. Em 1968, ainda pela equipe de Reg Parnell, ele teve dois bons resultados no GP da França (6º) e na Itália (4º). 

Foi na equipe de Frank Williams onde ele teve seus dois melhores resultados ao ficar em segundo nos GPs de Mônaco e Estados Unidos em 1969. E ainda teve dois quinto lugares nos GPs da Grã-Bretanha e GP da Itália, fechando aquele mundial com 16 pontos. 

Infelizmente a promissora carreira foi tragicamente interrompida no acidente em Zandvoort, durante o GP da Holanda de 1970, que lhe custou a vida quando estava a serviço de Frank Williams, pilotando um De Tomaso. 

Hoje Piers Courage completaria 79 anos.

Foto 944: Pierre-Henri Raphanel, Mônaco 1989

 


Pierre-Henri Raphanel com a sua Coloni FC188B com a qual ele classificou-se para o GP de Mônaco de 1989, nesta que foi a sua única corrida na Fórmula-1.

Raphanel estreou na categoria no GP da Austrália de 1988 pela Larousse, mas não conseguindo a qualificação. Esse calvário continuou quando ele mudou-se para a Coloni em 1989, mas em Mônaco ele conseguiu avançar nas pré-qualificações e ter a oportunidade de tentar qualificar-se para o GP em Monte Carlo. Mas antes disso, houve um pequeno problema relacionado a dinheiro: um de seus patrocinadores não havia pagado e seu empréstimo bancário tinha acabado, o que quase o levou a não participar deste GP. Raphanel relembra: "Meu patrocinador não pagou e um empréstimo bancário tinha acabado: Enrico Bertaggia estava lá esperando para entrar no carro. Mas na manhã da pré-qualificação, Enzo Coloni me disse que eu estaria pilotando. Ele sabia que eu tinha vencido a corrida de Fórmula 3 em Mônaco 1985 e tinha obtido bons resultados em circuitos de rua.".

Enzo Coloni acabou garantindo e cumprindo a promessa e Raphanel teve a oportunidade de ficar em terceiro na pré-qualificação e subir para o qualificação, onde tentaria um lugar entre os 26 pilotos. Apesar de ter alguns contratempos na qualificação, Henri conseguiu um bom 18º lugar no grid - a frente de gente muito boa e experiente como Nelson Piquet, Eddie Cheever, René Arnoux, por exemplo - mas a sua corrida não foi muito longe, terminando na 19ª volta com o câmbio quebrado. Raphanel ficou na Coloni até a prova da Hungria, mudando-se para a Rial no GP da Bélgica e ficando por lá até a Austrália, sem conseguir mais nenhuma qualificação. 

A carreira de Raphanel foi um pouco melhor nos carros esporte e protótipos. Falando especialmente nas 24 Horas de Le Mans, ele teve 14 participações com três bons resultados na geral: foi terceiro em 1987 com um Courage C20 da Primagaz Competition, ao lado de Yves Courage e Hervé Regout; ficou em segundo em 1992 pilotando um Toyota TS010 da Team Tom's junto de Masanori Sekiya e Kenny Acheson; e ficou em segundo em 1997 com o McLaren F1 GTR da Gulf Team Davidoff/ GTC Racing pilotando com Jean Marc Gounon e Marc Olofsson - eles venceram na classe GT1.

Hoje Pierre-Henri Raphanel completa 60 anos.

Foto 943: Robin Widdows, Le Mans 1969

 


O britânico Robin Widdows com o Matra MS 630/650 durante as 24 Horas de Le Mans de 1969. Ele compartilhou o carro com Nanni Galli, tendo largado em 18º e terminado em 7º com 42 voltas de atraso para a dupla do Ford GT40 #6 de Jacky Ickx e Jackie Oliver, que venceu aquela edição.

Falando em Ford GT40, essa foi a última vitória da marca oval com seu lendário carro, numa das melhores chegadas quando Ickx passou o Porsche 908 pilotado por Hans Hermann (que dividiu com o Gérard Larousse) para vencer por míseros 120 metros. A história vocês pode ler aqui, onde é falado sobre a saga do Porsche 917 até a sua primeira vitória em Le Mans.

Além dessa participação em Le Mans, que foi a única em sua carreira, Robin Widdows esteve correndo pela Matra nas 6 Horas de Watkins Glen onde dividiu o carro com Jean Guichet. Eles abandonaram com problemas na embreagem, enquanto que o outro Matra, conduzido por Pedro Rodriguez e Johnny Servoz-Gavin, terminou em quarto. 

Robin Widdows ainda teve uma participação na Fórmula-1 quando pilotou um Cooper no GP da Grã-Bretanha de 1968. Ele abandonou na volta 34 com problemas de ignição. 

Outro detalhe interessante sobre a carreira de Robin Widdows foi a sua participação em dois Jogos Olímpicos de Inverno em 1964 (Insbruck, Áustria) e 1968  (Grenoble, França) pela equipe britânica de bobsleigh. Aqui fica uma lista de alguns pilotos que chegaram a competir em Jogos Olímpicos.

Robin Widdows completa 79 anos hoje.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Foto 942: Silvio Moser, Clermont-Ferrand 1970

 

(Foto: Motorsport Images)

Uma tentativa frustrada... Silvio Moser com o Bellasi F1 70 durante os treinos para o GP da França de 1970, realizado em Clermont-Ferrand. Era a sexta etapa do Mundial. Moser não qualificou-se para este GP, seguindo os exemplos de Alex Soler-Roig e Peter Lovely.

Essa não qualificação de Silvio Moser com o Bellasi na Fórmula-1 foi apenas mais um entre tantas tentivas. O carro desenvolvido por Vittorio Bellasi a pedido do próprio Moser, que não podia mais alinhar seu Brabham BT24 nas provas devido a nova regra de uso de chassi monocoque mais tanque de combustíveis flexíveis. Problemas financeiros e o baixo desempenho do carro, não ajudaram muito na incursão de Moser na Fórmula-1, salvo as duas únicas classificações: largou em 24º e abandonou com treze voltas após o motor superaquecer e a outra qualificação se deu no GP da Itália de 1971, quando saiu em 22º e abandonou após cinco voltas com a suspensão quebrada. Foram seis tentativas de qualificar-se, falhando em quatro.

Moser ainda pilotou o Bellasi em provas de Fórmula-2 na Colômbia e depois utilizou o carro no GP da Argentina de 1971, prova que não contou pontos para a Fórmula-1. Nesta prova em Buenos Aires, realizada em duas baterias, ele terminou em 11º na primeira abandonou na segunda. 

O piloto suíço foi um dos bons em categorias menores, especialmente nas Fórmulas 2 e 3, onde ele acabaria por voltar após o fracasso com a Bellasi. 

Hoje completa 47 anos da morte de Silvio Moser, que ocorreu devido a ferimentos num acidente durante os 1000km de Monza de 1974.

Foto 941: Sam Posey, Indy 500 1972

 


A tradicional foto de Indianápolis... Sam Posey com o Eagle Offenhauser da equipe Champ Carr Incorporation com o qual correu a Indy 500 de 1972. Ele largou em sétimo e terminou em quinto, nesta que foi a única participação na grande prova. 

Esta edição de 1972 - a 56ª da história - foi vencida por Mark Donohue e deu a Roger Penske a primeira conquista em Indianápolis, inciando uma grande história que renderia mais 17 conquistas para o Capitão. Mas essa prova teve o dominio quase que absoluto de Gary Betenhausen, então companheiro de Donohue na Penske, ao liderar 138 voltas - porém, problemas na ignição o deixaram de fora na volta 176. Com o abandono de Betenhausen, a prova passou para as mãos de Jerry Grant e quando parecia que ele teria a chance de vencer, foi aos boxes para fazer a troca de pneus e reabastecimento, mas a parada foi feita no box destinado a Bobby Unser - então seu companheiro de equipe e que havia abandonado na volta 31 - e isso lhe valeu uma desqualificação. O caminho ficou aberto para Donohue assumir a primeira posição na volta 188 e liderar para a sua única vitória na Indy 500.   

A Indy 500 de 1972 ainda tem algumas curiosidades: Bobby Unser quebrou o recorde do circuito durante a obtenção da pole, com a média de 195.940 mph (315,3 km/h). A média foi 17,244 mph (27,8 km/h) mais rápido que a marca alcançada por Peter Revson em 1971; um sistema de luzes chamado "Electro-Pacer Light" foi usado pela primeira vez para auxiliar o pilotos, indicando que deveriam diminuir a velocidade e caso de acidentes - era um período em que a USAC não usava o Pace-Car e esse sistema lembra um pouco o que é usado hoje em provas de Endurance, como o "Full Course Yellow" ou o "Virtual Safety Car"; Jim Nabors iniciava em 1972 a sua tradicional presença para cantar a igualmente tradicional "Back Home Again Indiana". Ele foi chamado de última hora por Tony Hulman para cantar o tema e mesmo com pouco tempo para ensaiar - ou nem chegou ensaiar - Jim desempenhou bem o papel que ele ficou responsável até 2014, com raras exceções. 

Sobre Posey, este não voltou mais como piloto a Indianápolis, mas assumiu o posto de comentarista e repórter a partir de 1974, ficando até 1995. Ele também trabalhou em coberturas das Olimpiadas de Inverno de 1984 (Sarajevo) e de 1988 (Calgary) - e claro, Posey foi um dos ótimos pilotos a passar na Trans-Am, USAC Indycar e teve duas participações na Fórmula-1 nos GPs dos EUA de 1971 e 1972 pilotando pela Surtees.

Sam Posey completa 77 anos hoje.

terça-feira, 25 de maio de 2021

Foto 940: Tony Southgate, Jaguar XJR-9 1988

 

"Vamos vencer mais uma?" Tom Walkinshaw e Tony Southgate (de óculos) em Jerez 1988


Tony Southgate foi um dos melhores projetistas de sua geração e apesar de não ter tido nenhum carro que chegasse a ser campeão do mundo na Fórmula-1, ele teve a sua contribuição com boas criações como o Shadow DN5 e DN5B de 1975 e 1976; o imponente Arrows A2 de 1979, que procurava usar ao máximo o efeito solo - apesar de ter sido um grande fracasso; e o BRM P160 de 1971 que teve variações até o ano de 1974 e deu a equipe inglesa suas últimas vitórias com Peter Gethin (Monza 1971) e Jean Pierre Beltoise (Monte Carlo 1972). Mas foi com a Jaguar, no World SportsCar que Tony alcançou seus melhores resultados ao projetar uma das maravilhas do motorsport que foi a série Jaguar XJR. 

Recebendo carta branca de Tom Walkinshaw, então chefe da TWR que era a equipe oficial da Jaguar, Tony projetou o modelo XJR-8 que deu a Raul Boesel a oportunidade de vencer o Mundial de 1987. Em 1988, com uma evolução do XJR-8, o Jaguar XJR-9 teve a sua estréia nas 24 Horas de Daytona daquele ano e venceu de imediato com o treino formado por Raul Boesel/ Martin Brundle/ John Nielsen - e este foi a unica vitória do time no campeonato da IMSA daquele ano. No Mundial de Carros Esporte, Martin Brundle foi quem levou o titulo no campeonato de pilotos e a Jaguar mantendo o título na tabela de Marcas, assim como acontecera em 1987. Ainda sobre 1988, a Jaguar venceu 24 Horas de Le Mans com Jan Lammers/ Johnny Dumfries/ Andy Wallace, fato que não acontecia desde 1957.

Um dos fatos mais curiosos que aconteceu naquele ano de 1988 não remonta as competições, mas sim a
um teste particular feito por Jackie Stewart. O tricampeão da Fórmula-1 vinha testando alguns carros de corrida já há algum tempo e naquele ano ele foi convidado a sentir a potência dos 700cv do Jaguar V12 instalado no XJR-9. Mas a falta de conhecimento do carro por parte do piloto escocês, subestimando o poder de fogo do Jaguar XJR-9, fez com que Jackie destruísse o carro numa das curvas do circuito de Silverstone. Tony relembra: “Muita gente dirigiu o carro e fez o teste”, continua Southgate. '[Stewart] pilotou um deles e veio aqui [para Silverstone]. Ele não estava familiarizado com o Grupo C e, claro, demorou algum tempo a aquecer os pneus porque não tínhamos aquecedores de pneus. Você tem um pouco de potência - 600 ou 700cv - e embora houvesse muita downforce, você ainda tem que aquecer os pneus e acho que ele tentou acelerar muito cedo." 

Jackie Stewart Também falou sobre: "Eu deixei o carro escapar saindo de uma curva relativamente lenta. Eu estava pilotando o carro com cerca de 750 cavalos de potência. O carro começou a escorregar um pouco na traseira - bastante normal para um carro de corrida e um piloto de corrida. O pneu traseiro foi para a parte suja ... sem qualquer aviso, o carro passou de uma sobreviragem suave e progressiva para mudar repentinamente de direção e seguir o caminho que as rodas dianteiras estavam apontando.

'De repente, eu me deparei com o carro saindo pela grama e de repente batendo forte contra o muro. Para dizer o mínimo, constrangedor. Porque aqui eu ganhei este carro maravilhoso de Tom Walkinshaw e Sir John Egan da Jaguar (então Presidente da marca) para testar e falar sobre ele. Esta equipe o preparou imaculadamente, trouxeram e fizeram tudo o que podiam por mim e aqui eu realmente cometi um erro." 

Segundo Southgate, o carro não pôde ser aproveitado mais para as competições devido a grandes rachaduras encontradas no cockpit. Este acabou virando um showcar.

Um outro detalhe da grande carreira de Tony Southgate, é que ele é o único até aqui a conquistar a Tríplice Coroa do motorsport como projetista: ele trabalhou no Eagle Offenhauser de 1968 que levou Bobby Unser a conquista da Indy 500; quatro anos depois foi a vez de Jean Pierre Beltoise vencer em Mônaco com o BRM P160. A vitória nas 24 Horas de Le Mans veio em 1988. 

Hoje Tony Southgate completa 81 anos. 

4 Horas de Interlagos - Solidariedade e vitória para Queirolo e Muffato

  Enfim, a vitória de Pedro Queirolo/ David Muffato (Foto: Paulo Abreu) Em Goiânia, quando o Império Endurance Brasil abriu a temporada 2024...