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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Grandes Atuações: Gilles Villeneuve, Jarama 1981


Qualquer vitória que se conquiste na F1 é sempre festejavel. Não importa como, se foi ou não difícil ou até mesmo de pura sorte, mas sempre terá sua importância. Agora, se for conquistada de um modo adverso e principalmente, se o piloto tiver uma participação ativa, superando as deficiências do carro, a vitória é mais fabulosa ainda. Assim foi a conquista de Gilles Villeneuve na 7ª etapa do campeonato de 1981 disputado na Espanha, no circuito de Jarama.

O ano de 1980 foi complicado para a Ferrari (marcara apenas 6 pontos com Villeneuve em todo campeonato) e para o ano de 81 deixara a cargo do Dr. Harvey Postlethwaite a construção do modelo 126CK, mas este era um trabalho a longo prazo já que o ano alvo da equipe era o de 1982. O 126CK não era tão rápido e apesar de ter uma potência absurdamente poderosa de seu V6 turbo, o chassi não conseguia aproveitar toda essa vantagem. Por isso Villeneuve e Pironi tinham que se virar contra carros menos potentes, porém espertos, de Williams, Mclaren, Lotus e Brabham todos usuários dos Ford-Cosworth.

As 5 primeiras etapas daquele campeonato tiveram 3 vitórias das Williams de Jones e Reutemann e 2 da Brabham de Piquet. A sexta etapa, o GP de Mônaco, tinha sido vencida por Villeneuve. O GP da Espanha foi disputado no travado circuito de Jarama próximo a Madrid. A pole ficou com Jacques Laffite (Ligier JS17- Matra), mas na largada este caiu para 11º enquanto Jones e Reutemann assumiam as duas primeiras

Mas Jones acabou errando e caiu para a 16ª posição e Villeneuve assumiu a primeira posição com Reutemann à pressioná-lo.
posições. E Villeneuve? Bom, este fez a sétima colocação nos treinos e na corrida colocou em pratica sua "largada-foguete" pulando para a terceira posição após a largada. Na segunda volta Reutemann foi ultrapassado por Gilles, mas este ao assumir a segunda posição verificou que Jones estava longe e aumentava cada vez mais a distância. A conquista do primeiro lugar parecia pouco provável.

O canadense começou a ter problemas na sua Ferrari, que inicialmente era com o acelerador e depois os pneus também estavam desgastados. Os seus perseguidores ficaram mais próximos. Com Reutemann na segunda posição e mais tarde Laffite, que se recuperava da má largada, ultrapassara o piloto da Willliams e agora era o novo segundo colocado da prova e estava colado no câmbio de Villeneuve. John Watson (Mclaren MP4-1-Ford) também ultrapassa Reutemann e entra na brincadeira assumindo o terceiro posto. Villeneuve tinha dificuldades extremas no miolo do circuito, porém, na reta, aproveitava a potência do motor turbo para aumentar a diferença para os demais e isso eliminava o risco de Laffite conseguir o vácuo. Assim foi o resto da prova, com os outros atacando e Villeneuve fazendo milagres para defender a sua posição. Gilles venceu a corrida com uma diferença de 1,24 segundos para Elio de Angelis (Lotus 87-Ford) que chegou na quinta posição, o que mostra o quanto foi fabulosa essa corrida e atuação de Villeneuve. Foi a última vitória de Villeneuve naquela temporada e também da sua carreira. A Espanha também sediou seu último GP e os espanhóis voltariam a ver corridas da categoria somente em 1986 no novo circuito construído em Jerez. A Ferrari voltou ao pódio somente na corrida do Canadá, onde Gilles terminou em 3º após outra grande exibição.

O GP da Espanha daquele ano acabou por ser considerada como uma das melhores da década, mas é Reutemann quem definiu melhor aquela corrida: "Isso não foi uma corrida, foi um show".
E ele estava certo!

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...