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quinta-feira, 17 de março de 2022

73º Campeonato Mundial de Fórmula-1: Abrindo uma nova era

(Foto: The Race)

É dificil nos situarmos das coisas após dias de testes em Barcelona e Sakhir. As armadilhas causadas pelos testes sempre nos deixam numa expectativa altíssima de como serão as coisas quando as luzes vermelhas se apagarem. Para esta nova fase da Fórmula-1, com carros tão belos e complexos para que pilotos e equipes consigam achar o ponto certo, a imaginação de que tenhamos provas "caóticas", onde o status quo seja abalado ou até mesmo mudado, nos deixa num êxtase absurdo. E com o passar das horas, isso aumenta ainda mais e quando o primeiro carro romper o silêncio para o primeiro treino livre em Sakhir, talvez as unhas já tenham sido devoradas e nem sobre para a corrida de domingo. 

Mesmo sabendo dessas armadilhas, ainda tentamos adivinhar como serão as coisas: uma Red Bull e Ferrari fortes, demonstrando um bom ritmo e com os carros bem alinhados que podem dar a seus pilotos a chance de abrirem o mundial com reais chances de vitória; a Mercedes não pode ser descartada jamais, mesmo que ainda precise resolver os problemas com o já famoso porpoising, que tem afetado e muitos carros - mas com alguns já resolvendo quase que por inteiro, como é o caso de Red Bull e Ferrari -; a Mclaren que teve um bom início de testes, mas os problemas nos freios atrasaram um pouco o cronograma. 

O meio do pelotão, mais uma vez, promete ter grandes batalhas, mas desta vez, caso o gap seja diminuído para o pelotão dianteiro, as coisas tendem a ser interessantes: Aston Martin apresentou bom pace, dando uma pequena esperança de que os dias para Lance Stroll e Sebastian Vettel sejam bem melhores; ao mesmo nivel, a Alpha Tauri deve figurar por ali assim como tem sido nos últimos anos; e essas equipes podem ter muito tem a companhia da Haas que iniciou o ano da forma mais atribulada possível com a saída de Nikita Mazepin e, consequentemente, do patrocínio da Uralkali para chamar de volta o velho conhecido da casa Kevin Magnussen, que já estava se acertando nos EUA correndo na IMSA e que faria parte do programa Hypercar da Peugeot no WEC. Apesar dos problemas que tiveram nos testes, o carro se mostrou veloz, mas é claro que isso tem de ser visto durante as atividades oficiais. 

Para Alpine, Alfa Romeo e Williams, resta o sinal de alerta. Apesar de terem tido seus brilharecos em alguns dos seis dias de testes, os problemas também se fizeram presentes e isso atrapalhou bastante a evolução destes times. Talvez a Alfa Romeo é quem tenha um motivo para abrir um sorriso amarelo ao menos, já que, aparentemente, em voltas lançadas seu carro aparece ter bom rendimento. E isso para circuitos de ruas e autódromos travados, pode ser uma boa caso consiga largar em boas posições. 

De todo modo, são apenas devaneios causados por seis dias de testes onde as equipes tiveram tempo para testarem todos os componentes, estratégias, programas e outras situações. O real teste acontecerá nesta primeira etapa em Sakhir, onde teremos a ideia concreta das forças em cada "grupo" - mesmo que isso ainda possa ter suas mudanças pelas próximas etapas, uma vez que com carros totalmente novos as mudanças de forças pode acontecer de uma etapa para outra, ainda mais com carros que podem andar próximos um dos outros sem ter o grave problema da turbulência. 

Ao final das 57 voltas programadas para este GP do Bahrein, teremos uma parte de nossas dúvidas respondidas. Ou ainda mais embaralhadas... 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

89ª 24 Horas de Le Mans: Sabor agridoce e domínio ferrarista

 

(Foto: Team WRT/ Twitter)

Tinha um ar de expectativa em torno da LMP2 para esta edição que era bem plausível: as temidas falhas nos Hypercars e mais a proximidade no desempenho entre essas duas classes - já vistas nas provas anteriores - abriram uma possibilidade de que um carro oriundo da segunda classe pudesse ascender para um inédita vitória - o que seria a glória para os LMP2. Mas conforme as horas foram se passando e a resistência dos carros da nova classe foram aguentando bem - e com bom ritmo - a expectativa de uma zebra vinda do segundo escalão foi minguando. 

De toda forma, essa classe tinha um atrativo e tanto: uma batalha impressionante entre JOTA Sport, United Autosport e G-Drive era esperada por toda toda a prova, mas as coisas foram bem diferentes: a precisão e velocidade de Antonio Felix Da Costa ao volnate do Oreca #38 da JOTA Sport chamou atenção desde os treinos e na corrida, em seu primeiro stint, deixou o carro na dianteira da classe e em terceiro na geral. Um resultado impressionante, mesmo que tenha se beneficiado do enrosco entre o Toyota #8 e o Glickenhaus #708, mas após ele entregar o comando para Anthony Davidson as coisas degringolaram quando o inglês escapou na primeira curva ao se assustar com a saída de Andrew Haryanto com o Porsche #18 da Absolute Racing. Além de ficar encalhado, ainda teve um furo no filtro de óleo, o que necessitou de troca e isso significava que estavam fora de combate. 

A United Autosport era outra que aparecia com grande favoritismo com três carros, em especial o #22 pilotado por Filipe Albuquerque/ Phil Hanson/ Fabio Scherer, mas desde os treinos - principalmente para este trio - as coisas deram errado: na qualificação para a Hiperpole Albuquerque ficou encaixotado em um retardatário e classificou-se apenas em 12º na classe enquanto os outros dois carros (#23 e #32) passaram. Na corrida o #22chegou figurar entre os primeiros e parecia estava no páreo pela vitória quando um problema no alternador veio para tirar deles a oportunidade de conseguir um bom resultado. Antes disso, o #23 também estava com boas chances tendo batalhado contra o #28 da JOTA Sport pela liderança, mas acabou sendo acertado pelo gêmeo #32 que passou reto na primeira perna da Dunlop. O #32 abandonou e o #23 continuou, mas sem chances de lutar pela vitória ao terminar em quarto.

A G-Drive #26 com seu Aurus 01 esteve bem entre os primeiros, mas sorte mudou quando Franco Colapinto enroscou com o Richard Mille #1 de Sophia Flöersch nas proximidades das Porsche Curve e atrasou bem o andamento para o trio. Mais tarde foi a vez Roman Rusinov acertar a traseira do #49 da High Class - que era pilotado por Jan Magnussen no momento - na parte da Indianapolis. 

Com uma precisão digna de veteranos, o estreante Team WRT pegou a liderança e a segunda posição a partir da sétima hora de prova e não largou mais. Com os carros #31 e #41 se alternando na liderança conforme as paradas de box eram feitas, a tradicional equipe belga de tantas vitórias nos GTs - sempre em parceria com a Audi - comandou bem as ações e nas horas finais seus dois carros chegaram a batalhar pela liderança da classe, com a vantagem ficando para o #41 do trio Louis Delètraz/ Robert Kubica/ Ye Yifei. Mas como num roteiro de filme - e que a Toyota conhece tão bem - o #41, com Yifei ao volante - parou logo após a ponte Dunlop com uma falha no sensor do acelerador e deixou caminho aberto para o #31 do trio Robin Frijns/ Ferdinand von Habsburg/ Charles Milesi vencer por apenas sete décimos sobre o #28 da JOTA Sport que pressionou naquela derradeira volta - o que causou um tremendo calafrio quando o #31 quase acertou o responsável pela quadriculada na reta de chegada quando tentava abrir caminho entre os carros lentos. 

Numa desmembração da LMP2, foi criada a LMP2 PRO-AM e nela a vitória ficou para o #21 da DragonSpeed pilotado por Henrik Hedman/ Ben Hanley/ Juan Pablo Montoya.

AF Corse absoluta nas duas classes de GTs

(Foto: AF Corse/ Twitter)

Apesar de uma classe tão esvaziada como a LMGTE-PRO, esperava-se uma boa batalha pela vitória. O BOP feito que tirou um pouco da velocidade e da capacidade do tanque que foi reduzido em três litros dos Ferrari 488 GTE Evo da AF Corse para a quinta-feira, não surtiu efeito para a corrida. A equipe italiana esteve forte desde as primeiras horas, primeiro com o #52 que batalhou contra o Corvette #64 nas horas iniciais e depois com o #51, que assumiu a liderança para não largar mais - tendo apenas algumas situações onde as paradas de box davam chances para o gemeo #52 e o Corvette #63 assumirem a liderança - mas ao final o trio formado por James Calado/ Alessandro Pierguidi/ Côme Ledorgar acabaram por vencer. O #52 de Sam Bird/ Miguel Molina/ Daniel Serra estiveram bem - principalmente quando estes dois últimos assumiam o comando - , mas problemas mecânicos - especialmente na suspensão traseira - acabaram tirando deles a oportunidade de formar uma dobradinha com o #51. Ainda teve alguns contratempos quando Sam Bird esteve no comando, quando, por exemplo, rodou quando tentava dobrar um dos Ferrari da LMGTE-AM e na 18ª hora acabou tendo o pneu dianteiro direito estourado que fez o carro despencar de vez na classificação e terminar na 37ª posição na geral. 

A Corvette teve seus problemas desde o test day com a troca de todo trem de força de um dos carros e nos treinos as coisas não pareciam promissoras. Foi realizado na sexta um BOP onde os carros americanos tiveram um diminuição no peso e a diminuição em 1 litro do tanque. O inicio foi promissor com o #64 disputando ferrenhamente contra o #52 da AF Corse, mas algumas horas depois enfretaria problemas mecânicos crônicos que deixaram apenas o #63 a batalhar contra as Ferrari e os Porsche. Os problemas e contratempos que apareceram pelo caminho do #52 ajudaram o Corvette #63 a concentrar-se exclusivamente em tentar alcançar o #51, mas isso não foi possível e o trio formado por Jordan Taylor/ Nick Catsburg/ Antonio Garcia conquistou um respeitável segundo lugar já que o futuro da marca americana para esta edição parecia sombria. 

A Porsche ficou em terceira nesta classe com o #92 do trio Michael Christensen/ Kévin Estre/ Neel Jani salvando a honra da marca alemã de quem se espera muito para esta edição. Foi um catastrófica a participação da Porsche nesta edição, principalmente na LMGTE-AM onde seus carros estiveram bem nos treinos e Hiperpole, mas falharam pelos mais diversos motivos durante a corrida. Uma edição para esquecer de uma das marcas que tão bem conhecem aqueles quilômetros de Sarthe. 

Na LMGTE-AM foi a repetição do domínio da AF Corse através do seu Ferrari #83 do trio Niklas Nielsen/ François Perrodo/ Alessio Rovanpera que tiveram um pouco mais de trabalho devido a ótima performance do Aston Martin Vantage #33 da TF Sport pilotado por Felipe Fraga/ Ben Keating/ Dylan Pereira que chegaram a liderar a classe por algumas horas, mas o incidente na parte da noite, quando escaparam na primeira chicane e bateram de leve na barreira de pneus, ocasionando o estouro de um dos pneus, atrasou bastante o andamento deste trio que tinha um grande favoritismo - neste mesmo momento, um pouco antes deles, a batida do Porsche #56 do Team Project 1 tirou este carro de linha e que também era um dos favoritos. Mesmo recuperando-se, o Aston Martin #33 não conseguiu alcançar o Ferrari #83 ao ficar uma volta atrás. A terceira posição ficou para o Ferrari #80 da Iron Lynx pilotado por Matteo Cressoni/ Callum Ilott/ Rino Mastronardi. Essa classe passou mais da metade da corrida sem modificações dos três primeiros. 

Nesta classe é onde tivemos o maior susto dessa edição quando o Aston Martin Vantage #98 de Marcos Gomes - que ele dividia com Paul Dalla Lan e Nick Thiim - teve um pneu estourado na freada que levaria para a reta que antecede a Indianapolis e bateu forte na barreira de pneus. Apesar da demora do piloto brasileiro em sair do carro - claramente zonzo pela tremenda pancada - ele saiu e foi prontamente atendido pelos médicos e levado para o hospital do circuito onde nada foi constatado e ele foi liberado em seguida.

 

(Foto: AF Corse/ Twitter)

domingo, 22 de agosto de 2021

89ª 24 Horas de Le Mans: Final



Com uma última hora apenas para "trazer as crianças para casa", terminou a 89ª edição das 24 Horas de Le Mans com mais vitória para a coleção da Toyota que já soma quatro vitórias consecutivas e, também, abrindo a nova era dos Hypercars em Sarthe - que terá em breve os LMDh para medir forças. O Team WRT teve um gosto agridoce neste final: vence na LMP2 logo na sua primeira aparição, mas perde a chance de uma dobradinha quando líder #41 fica pelo caminho nos S da Dunlop com problemas e a vitória fica para o #31; e a AF Corse dominou nas duas classes de GT e venceu com autoridade seus adversários.

Esta última postagem é apenas para agradecer a todos que passaram aqui e leram um pouco sobre esta magnifica prova do endurance mundial. 

É sempre bom testemunhar e ajudar a documentar, pelo menos com um pouco, sobre uma prova dessa magnitude. 

A resenha final sobre essa sairá em breve.

Obrigado a todos!

Abaixo os vencedores de cada classe


 Os Vencedores


HYPERCAR: #7 Toyota GR010 Hybrid (Mike Conway/ Kamui Kobayashi/ Jose Maria Lopez)

LMP2: #31 Team WRT Oreca 07 - Gibson (Robin Frijns/ Ferdinand Habsburg/ Charles Milesi)

LMGTE PRO: #51 AF Corse - Ferrari 488 GTE Evo (Alessandro Pierguidi/ James Calado/ Côme Ledogar)

LMGTE-AM: #83 AF Corse - Ferrari 488 GTE Evo (François Perrodo/ Nicolas Nielsen/ Alessio Rovera) 

89ª 24 Horas de Le Mans: 23ª Hora

 

O Glickenhaus #709, que ocupa a quarta posição no Hypercar, e o #29 do Racing Team Nederland
que está em 13º na LMP2 e em 3º na LMP2 PRO-AM

Houve uma pequena oportunidade de duelo pela liderança na LMP2 quando o #41 do Team WRT saiu logo a frente do seu gêmeo #31 num dos pit-stops. Eles chegaram batalhar até metade da Hunaudiéres até que o #41 conseguiu abrir vantagem e sustentar a primeira posição. A terceira colocação na classe é o #28 da JOTA Sport. 

O #21 da Dragonspeed apresentou problemas e acabou indo para os boxes, onde se encontra até o momento. 

O Porsche #91 escapou forte nas chicanes Ford e destruiu toda seção traseira do carro. 

Nas demais classes as 3 primeiras posições de cada uma delas se mantem as mesmas e com boa distância do líder para o segundo, o que significa que apenas grandes problemas é que pode tirar dos líderes a vitória nessa edição. 

Estamos a um hora para o final das 24 Horas de Le Mans.

89ª 24 Horas de Le Mans: 22ª Hora

 

O #41 do Team WRT que se encontra em segundo na LMP2

A única grande ocorrência desta 21ª hora ficou por conta do Ferrari #85 da Iron Dames que escapou no final dos S da Dunlop bem na frente de um dos Toyotas e de outros carros que vinha a seguir, mas conseguiram controlar o carro e voltar para a prova a salvo.

Neste momento começam as movimentações nos boxes para as penúltimas paradas de box e também de troca de turnos. As três primeiras posições em cada classe se mantem inalteradas em relação a última hora. 

Como novidade, é a chegada do Glickenhaus #709 ao quinto lugar na geral após ter passado toda a prova em recuperação após o enrosco da largada. 

Faltam duas horas para o término da prova. 

89ª 24 Horas de Le Mans: 21ª Hora

 

O Aston Martin #777 da D'Station Racing ocupa a sexta posição na LMGTE-AM

Esta 21ª hora foi das mais tranquilas. Todas as classes mantiveram os três primeiros das horas anteriores. Na LMGTE-PRO, onde havia a esperança de alguma disputa pela liderança, a diferença entre o #51 da AF Corse e o Corvette #63 subiu para os 41 segundos. Talvez haja algum duelo entre os dois Porsches da GT Team pelo terceiro lugar - já que na hora anterior eles já se confrontaram. 

Nos Hypercar a Toyota comanda com tranquilidade, com o #7 na liderança e o #8 em segundo. A Alpine está em terceiro com o #36. A Glickenhaus tem o #708 em quarto e o #709 em sétimo na geral, tentando alcançar os dois carros da WRT que vão a sua frente. 

O Team WRT está da mesma forma que a Toyota, ao liderar a LMP2 com toda tranquilidade: o #31 tem mais de 1 minuto sobre o seu companheiro #41 e em terceiro aparece o JOTA Sport #28.

Na LMGTE-AM a liderança neste momento pertence ao Aston Martin #33 e ele leva uma boa diferença sobre o #83 da AF Corse que está em segundo. A terceira posição é do #80 da Iron Lynx. 

89ª 24 Horas de Le Mans: 20ª Hora

 

O Corvette #63 está em segundo na LMGTE-PRO

Esta 20ª hora foi inciada com uma forte escapada do #29 do Racing Team Nederland na Tertre Rouge e que por muito pouco não foi acertado por um dos carros da JOTA Sport. Azar também para o #82 da Risi Competizione que foi para os boxes com o motor fumaçando. A LMP2 continua com a liderança confortável do Team WRT , com #31 liderando o #41. O #28 da JOTA Sport é o terceiro. 

Nos Hypercar a Toyota continua na frente com o #7 - que chegou escapar a entrada dos boxes quando vina para sua habitual parada - e o #8 em segundo. O Alpine #36 está em terceiro com quatro voltas de atraso. 

Na LMGTE-PRO o #51 da AF Corse continua na liderança com uma diferença estabilizada de 19 segundos sobre o Corvette #63. A terceira posição é do Porsche #92.

Na LMGTE-AM a trinca de sempre: o #83 da AF Corse na liderança, o #33 da TF Sport na segunda colocação e o #80 da Iron Lynx em terceiro.

89ª 24 Horas de Le Mans: 19ª Hora

 


As fotos do amanhecer em Le Mans são sempre as melhores... Existe uma pequena esperança de batalha na LMGTE-PRO, onde o Corvette #63 está com 19 segundos de atraso para o líder #51 - que foi aos boxes para reparos, mas sem perder a liderança. Enquanto que na mesma classe, os Porsche da GT Team estavam próximos de entrar numa disputa pela terceira posição. 

Na LMGTE-AM, que ainda tem as três primeiras posições sem alterações, houve dois contratempos para para participantes dessa classe: o #88 da Dempsey-Proton Racing teve mais uma vez o pneu furado e o #71 da Inception Racing ficou encalhado na brita da Dunlop após escapar. 

As demais posições nas outras classes não tiveram mudanças. 

89ª 24 Horas de Le Mans: 17ª Hora

 

O Ferrari #80 da Iron Lynx que ocupa a 3ª posição na LMGTE-AM

A única novidade desta 17ª hora foi o retorno da batalha entre o #65 da Panis Racing vs o #28 da JOTA Sport, mas desta vem com o #65 ocupando o terceiro posto. O #28 da JOTA Sport, que tinha desta vez Tom Blonqvist ao volante, chegou vencer a disputa, mas acabou sendo ultrapassado novamente por Will Stevens mais adiante. Os dois carros (#31 e #41) continuam na liderança da LMP2.

O Porsche #72 da Hub Auto Racing, então pilotado por Dries Vanthoor, acabou escapando e estacionando na Dunlop e abandonando em seguida. Na LMGTE-PRO a liderança segue para o #51 da AF Corse, assim como a segunda posição para #63 da Corvette e o terceiro para o #92 da Porsche. 

Nos Hypercar a novidade foi que a Alpine perdeu o terceiro lugar para o Glickenhaus #708 de Olivier Pla e agora terá um belo desafio para recuperar este posto com André Negrão ao volante. As duas posições continuam para o #7 e #8 da Toyota.

Na LMGTE-AM liderança para o #83 da AF Corse, com o #33 da TF Sport em segundo e o #80 da Iron Lynx na terceira posição. Essa classe é única que não sofreu mudança nas últimas horas nas três primeiras posições.

89ª 24 Horas de Le Mans: 16ª Hora

 


Com uma prova tão tranquila até aqui, a batalha de pelo terceiro lugar na LMP2 entre o #28 da JOTA Sport (pilotado por Sean Gelael) contra o #65 da Panis Racing (pilotado por Will Stevens) foi a grande atração em Sarthe assim que amanheceu. Por uma bom par de voltas eles estiveram numa batalha de gato e rato na busca pelo terceiro lugar, onde Sean Gelael conseguiu sobreviver a pressão exercida por Stevens e sustentar a terceira posição na classe. A liderança e segunda posição ainda está sob o controle do Team WRT com #31 na liderança e o #41 em segundo. 

As coisas continuam inalteradas nos Hypercar com a Toyota ficando com as duas primeiras posições (#7 e #8) e Alpine em terceiro. A Glickenhaus continua com a quarta posição para #708 e a sétima posição na geral para o #709. 

Posições inalteradas na LMGTE-PRO, que ainda tem o #51 da AF Corse em primeiro, o #63 da Corvette em segundo e o Porsche #92 em terceiro. 

Da mesma forma segue a LMGTE-PRO, que tem sempre o Ferrari #83 da AF Corse em primeiro, o Aston Martin #33 da TF Sport em segundo e o Ferrari #80 da Iron Lynx em terceiro. 

89ª 24 Horas de Le Mans: 14ª Hora

 

O Glickenhaus #708 em trabalho de box: ocupa a quarta posição nos Hypercar

O único momento mais complicado desta 14ª hora reomonta ao #71 da Inception Racing que teve o pneu dianteiro esquerdo mal colocado e caiu logo após deixar os pits. Ben Barnicoat completou toda volta em três pneus. A liderança na classe LMGTE-AM segue com o Ferrari #83 da AF Corse, seguido pelo Aston Martin #33 da TF Sport e pelo Ferrari #80 da Iron Lynx. 

Na LMP2 o #82 da Risi Competizione foi para os boxe foram feitos reparos e depois devolvido para prova e agora se encontra na 16ª posição. As duas primeiras posições seguem nas mãos do Team WRT com o #31 liderando e o #41 em segundo. A terceira posição é do #65 da Panis Racing. O #22 da United Autosport foi recolhido para os boxes para resolver problemas no alternador.

Nos Hypercar a liderança e segunda posições são dos Toyota #7 e #8, com o Alpine #36 na terceira posição com 3 voltas de atraso. O Glickenhaus #708 é o quarto - e tem neste momento Pipo Derani ao volante - e o #709 em oitavo.

A liderança da LMGTE-PRO é do Ferrari #51 da AF Corse, a segunda posição para o Corvette #63 e a terceira para o Porsche #92.

sábado, 21 de agosto de 2021

89ª 24 Horas de Le Mans: 12ª Hora

 

O Ferrari #51 da AF Corse que lidera na classe LMGTE-PRO

Chegamos a metade dessa edição das 24 Horas de Le Mans e com uma das horas mais tranquilas até aqui. Exceto pela escapada e rodada do #70 da Real Team Racing na Tertre Rouge que acabou sendo apenas um grande susto. 

A liderança nos Hypercar ainda está nas mãos da Toyota, sempre com #7 na liderança e o #8 em segundo. O Alpine #36 está em terceiro com três voltas de atraso. O Glickenhaus #708 é o quarto e o #709 o 10º na geral.

Na LMP2 nenhuma mudança entre os três primeiros: o Team WRT segue na frente com o #31 liderando e o #41 em segundo, enquanto o #22 da United Autosport é o terceiro. 

Após algumas horas da Ferrari estar liderando a LMGTE-PRO apenas com #51 da AF Corse na frente, agora a equipe italiana passa ter novamente a dobradinha com o #52 ocupando a segunda posição. A terceira posição é do Corvette #63. 

 Na LMGTE-AM a liderança segue com o Ferrari #83 da AF Corse, com o Aston Martin #33 na segunda posição e o Ferrari #80 da Iron Lynx em terceiro. 

89ª 24 Horas de Le Mans: 11ª Hora

 

O Porsche #46 da Team Project 1 que ocupa a 15ª posição na LMGTE-AM

Essa 11ª hora não foi das melhores para a Weathertech Racing, que vinha bem na LMGTE-PRO ocupando a sexta colocação e algumas oportunidades até ficando entre os três primeiros. Cooper Macneil perdeu o controle do Porsche #79 nas últimas chicanes e acabou batendo na barreira de pneus. Ele conseguiu levar o carro aos boxes, mas este foi recolhido pela equipe com bastante avaria. 

Nesta classe da LMGTE-PRO as três primeiras posições se mantem inalteradas: o #51 da AF Corse lidera, com o Corvette #63 em segundo e o Porsche #92 em terceiro - este acabaria por ser ultrapassado pelo Ferrari #52 logo depois. 

Nos Hypercar também não houveram mudanças: a Toyota se mantem com os dois carros na liderança, sempre com o #7 a liderar o #8 enquanto que o Alpine #36 é o terceiro. 

Na LMP2 o Team WRT continua a dar as cartas com #31 liderando o gêmeo #41. O #22 da United Autosport vem em terceiro com mais de 53 segundos de atraso. 

Na LMGTE-AM a liderança segue nas mãos do Ferrari #83 da AF Corse e ele tem agora o Aston Martin #33 na segunda posição e o Ferrari #80 da Iron Lynx em terceiro.

89ª 24 Horas de Le Mans: 10ª Hora

 

O Alpine #36 é o terceiro na geral e no Hypercar

Sem dúvida alguma o melhor momento desta décima ora foi a batalha entre o Alpine #36 de Nicolas Lapierre vs o Glickenhaus #708 de Olivier Pla, com os dois franceses disputando ferrenhamente a terceira posição da classe Hypercar. Melhor para Lapierre que usou bem o vácuo do Glickenhaus e voltou para a terceira posição que ocupou nas primeiras horas de corrida. A Toyota segue inabalável com o #7 na dianteira e o #8 em segundo. 

A única mudança na LMP2 foi a subida do #65 da Panis Racing para terceiro. A duas primeiras posições pertencem ao Team WRT com o #31 liderando e o #41 em segundo.

Na LMGTE-PRO a AF Corse continua líder com #51 e o Corvette #63 em segundo, com 4 segundos de desvantagem. A terceira posição é do Porsche #92. 

Na LMGTE-AM algum dos participantes tiveram problemas: o #66 da JMW ficou parado um pouco adiante da saída de box e acabou sendo retirado de trator. Um pouco depois foi a vez do #57 da Kessel Racing que vinha em terceiro já a algumas horas, e ficou parado na Tertre Rouge com o carro a soltar bastante fumaça vindo a causar uma slow zone. A liderança é do Ferrari #83 da AF Corse, seguido pelo Ferrari #80 da Iron Lynx e pelo Aston Martin #33 da TF Sport. 

89ª 24 Horas de Le Mans: 9ª Hora

 

O Porsche #79 da Weathertech que ocupa a sexta posição na LMGTE-PRO 

Esta nona hora não teve nenhuma grande mudança nas quatro classes. O Toyota #7 teve uma pequena alternância de liderança com o seu gêmeo #8 e agora ele lidera com mais de 1 minuto e 30 de vantagem. O Glickenhaus 708 trocou de comando, com Derani passando para Olivier Pla e o francês continua na terceira posição da classe e também da geral - o outro Glickenhaus 709 vem apenas em 11º. O Alpine #36 vem em quarto na classe e quinto na geral com Lapierre ao volante. 

A LMP2 continua com os dois WRT #31 e #41 nas duas primeiras posições da classe - o #31 chegou figurar na terceira posição da geral por um tempo. A terceira posição ainda é do #22 da United Autosport. O #29 do Racing Team Nederland acabou ficando na brita da Dunlop curve ao final da hora, forçando uma slow zone no local.

A AF Corse continua forte e firme na liderança da LMGTE-PRO com #51 e sempre com o Corvette #63 em segundo com apenas 4 segundos de desvantagem. A terceira posição é do Porsche #92. 

A mesma AF Corse continua na liderança da LMGTE-AM com #83, seguido pelo #80 da Iron Lynx e pelo Aston Martin #33 da TF Sport. As posições entre estes três tem se alternado por conta das paradas de box. 

89ª 24 Horas de Le Mans: 6ª Hora

 


O que tem trazido bastante animação para esta edição das 24 Horas de Le Mans tem a sido a chuva, independentemente se seja fraca ou não. Com um pouco de chuva que caiu no circuito francês nesta sexta hora, foi o suficiente para desencadear o caos - e todos com carros da LMP2.

Primeiramente com a saída do #24 da PR1 Motorsport Mathiassen no final da Mulsanne, e que foi logo recolocado na pista; o Ferrari #27 da Inception acabou batendo lateralmente no Ferrari #52 da AF Corse quando estava prestes a tomar uma volta na penúltima chicane; com a pista já molhada, o #29 do Team Nederland rodou e ficou encalhado na brita. 

Dai em diante as coisas pioraram quando houve um enrosco entre o #26 da G-Drive de Franco Colapinto quando este fechou cedo demais no #1 da Richard Mille de Sophia Floersch, fazendo com que ambos rodassem. Franco voltou com o carro danificado, enquanto que Sophia não conseguiu voltar e acabou tendo seu carro acertado pelo #74 da Racing Team India Eurasia. O carro de Sophia, que é compartilhado com Tata Calderon e Beitske Visser, foi retirado da pista por um trator. No mesmo momento do enrosco próximo a Porsche Curve, houve um acidente entre os dois carros da United Autosport quando o #32 saiu direto pela Dunlop e acertou o #23 na outra perna do S. Um duplo problema para uma das favoritas na classe LMP2. 

A liderança da LMP2 pertence ao #41 do Team WRT, seguido pelo inabalável #22 da United Autosport e pelo #31 do Team WRT. 

No Hypercar, nenhuma novidade: a Toyota continua líder com #7 com o #8 vinte e dois segundos atrás e em terceiro aparece o Alpine #36. O Glinckenhaus é o 708 é o quarto na geral com duas voltas de atraso para a Toyota e o outro Glickenhaus #709 aparece em 11º.

Teve uma boa batalha entre o Ferrari #52 contra o Porsche #92 pela segunda posição, até que o carro alemão acabasse rodando na primeira chicane e deixando o terceiro lugar para o Corvette #63. A primeira posição pertence ao Ferrari #51. 

Na LMGTE-AM não houve mudanças: a Aston Martin #33 está na liderança, seguido pelo Ferrari #83 da AF Corse e pelo Ferrari #57 da Kessel Racing.

89ª 24 Horas de Le Mans: 4ª Hora

 


A tranquilidade desta edição das 24 Horas de Le Mans foi quebrada com o forte acidente de Marcos Gomes que estava ao volante do Aston Martin #98. Na freada para a primeira perna antes de ingressar na Indiannapolis, o carro do piloto brasileiro saiu desgovernado e foi direto para a barreira de pneus após algumas rodadas na brita. O piloto foi resgatado após alguns minutos e, logicamente, saindo bem zonzo da pancada. Ele, junto de Nick Thiim e Paul Dalla Lana, ocupavam a segunda posição na LMGTE-AM que tinha como líder o outro Aston Martin #33 da TF Sport. Neste momento a liderança é do Ferrari #57 da Kessel Racing, seguido pelo Ferrari #47 da Cetilar e pelo Ferrari #83 da AF Corse. 

Na Hypercar a liderança ainda é da Toyota com o #7, seguido pelo #8 que está 17 segundos atrás e em terceiro aparece o Alpine. O Glickenhaus aparece em nono com o 708 e em 13º com o 709. 

Na LMP2 a liderança voltou para as mãos da JOTA Sport, mas agora com o #28 no comando. O #23 da United Autosport é o segundo com mais de 40 segundos de atraso e em terceiro vem o #65 da Panis Racing. Alguns carros dessa classe, como o #1 da Richard Mille e o #25 da G-Drive, aproveitaram o momento de SC para fazer alguns reparos nos respectivos carros. 

Na LMGTE-PRO a Ferrari tem a liderança do #51 da AF Corse, com o Corvette #63 em segundo e o #92 da Porsche em terceiro. 

Algumas posições podem mudar nos próximos minutos por conta da janela de pit-stops.

89ª 24 Horas de Le Mans: 3ª Hora

 


Terceira hora de prova e as coisas não foram nada bem para JOTA Sport ao final dela; após um stint impressionante de Antonio Felix Da Costa, com o português mantendo-se bem na liderança, o comando do carro #38 passou para Anthony Davidson que foi parar na brita da primeira curva após - provavelmente - se assustar com a saída de pista do Porsche #18 que tinha Andrew Haryanto ao volante. O antigo líder da LMP2 foi resgatado, mas está caindo na classificação. A liderança desta classe é do G-Drive #26, com o #29 da Racing Team Nederland em segundo e o outro carro da JOTA, o #28, em terceiro. 

A liderança na geral da Hypercar pertence ainda ao Toyota #7 que tem oito segundos de vantagem sobre o gêmeo #8. A terceira posição é do Alpine #36 que tem mais de um minuto de atraso. 

Na LMGTE-PRO a Ferrari continua a comandar, agora com #52 na dianteira e o 351 em segundo. A terceira posição é do Porsche #79 .

Na LMGTE-AM a liderança continua com o Aston Martin #33 com o outro Aston Martin #98 - com Marcos Gomes ao volante - em segundo e o Ferrari #47 da Cetilar em terceiro. 

A chuva caiu de forma moderada entre a reta dos boxes até o início da Tertre Rouge, causando algumas escapadas como foi o caso do #84 da Association SRT41 que rodou e bateu fraco na barreira de pneus da Dunlop. 

89ª 24 Horas de Le Mans: 2ª Hora

 


 Após uma primeira hora tão movimentada por conta da pista molhada, que ocasionou alguns incidentes até mesmo com os favoritos de cada classe, essa segunda hora em Le Mans foi bem tranquila. 

Essa tranquilidade pode ser vista com a liderança isolada do Toyota #7 que continua solitário, mas o seu gêmeo #8 recuperou-se do incidente da largada e agora está em segundo com mais de 30 segundos de atraso. O Alpine #36 consegue subir para segundo, mas isso é por conta das paradas de box e agora ocupa o terceiro lugar. O Glinckenhaus 708 ocupa o nono lugar na geral e o 708 o 14º lugar. 

Na LMP2 a liderança continua com o #38 da JOTA Sport seguido pelo G-Drive #26 em segundo e o #29 do Racing Team Nederland em terceiro. A exemplo dos Hypercar, também teve uma maior tranquilidade nesta hora. 

A LMGTE-PRO teve suas batalhas pela liderança, chegando a ser uma disputa tripla pela liderança com o Ferrari #52 acossando e conseguindo mais adiante a liderança do Corvette #64. O carro americano ainda seria superado pela Porsche #79. Com as paradas de box, a liderança passou para o Ferrari #52 - que tem neste momento Daniel Serra ao volante - com o outro Ferrari #51 da AF Corse em segundo e o Porsche #79 da Weathertech em terceiro. Os três estão separados por menos de dez segundos. 

Na LMGTE-AM a Ferrari #83 da AF Corse é o primeiro, seguido pelo Aston Martin #33 da TF Sport - com Felipe Fraga ao volante agora - e em terceiro o Ferrari #388 da Rinaldi Racing em terceiro.  

domingo, 1 de agosto de 2021

GP da Hungria - Dimanche Bleu

 


Hungaroring é mais odiada que amada e isso é fácil de entender por conta de sua natureza travada, onde os carros seguem um ao outro sem oferecer grandes chances de ultrapassagens e transformam as corridas em modorrentas procissões. Ok, isso mudou um pouco desde a adoção do DRS, mas mesmo assim é uma das pistas - excetuando as de rua - onde quem larga nas primeiras filas - principalmente das duas primeiras - tem uma chance de alcançar o lugar mais alto do pódio. Mas existem as suas exceções uma vez outra nesta pista localizada em Budapeste. 

O que se viu na tarde húngara foram lances memoráveis de uma temporada que tem sido a mais interessante desde 2012. O enorme erro de Valteri Bottas desencadeou uma situação que até então parecia estar marcada para mais uma batalha entre Hamilton e Verstappen, desta vez com o inglês liderando o pelotão com uma largada convincente. Ma a pista molhada foi traiçoeira para Bottas que logo acertou a traseira de Lando Norris, que levaria as duas Red Bull mais a frente causando um strike que deixou apenas Max Verstappen para contar a história no GP, mas de uma forma manca já que as badgeboards fora destruídas no contato com Lando. Um pouco mais atrás, como reflexo do enrosco, Stroll acabou tirando ele e Charles Leclerc da contenda. Ou seja: apenas na primeira curva, cinco carros de fora. 

A aparição da bandeira vermelha deu um tom ainda mais impressionante: com a Mercedes optando em não trocar os pneus intermediários de Hamilton, enquanto que o restante do grid foi aos boxes quando estavam a caminho do grid, proporcionou a bizarra cena de Lewis largando sozinho. O heptacampeão liderou apenas a primeira volta para em seguida ir aos boxes e trocar para os médios e voltar... em último, enquanto que a prova era liderada por... Esteban Ocon! O GP húngaro parecia ter embaralhado as cartas e entregado uma partida fenomenal pelas voltas seguintes. 


Atuações de primeira classe e uma mágica vitória dos Le Blues



A tarde em Hungaroring foi das mais agradáveis. Ela nos proporcionou situações das mais interessantes, onde uma boa parte do grid foi posta para mostrar do que poderiam fazer num carro de corrida. 

O duo da Williams aproveitou bem do caos para chegar aos pontos, um fato que não acontecia desde o GP da Itália de 2018 quando Stroll e Sergey Sirotkin ficam com a nona e décima posições. Lattifi marcou seus primeiros ponto ao terminar em oitavo e certamente guardará este momento, assim como em ver seu nome na terceira posição por algumas voltas. George Russell conseguiu seus primeiros pontos pela Williams com o nono lugar, algo que ele vinha perseguindo há tempos e que veio, com direito a se emocionar durante uma entrevista. 

Max Verstappen pouco pode fazer com um carro tão avariado, mas podemos dizer que ainda teve uma boa dose de sorte em dois lances pelo menos: por não ter tido a roda dianteira direita arrancada na batida de Lando Norris e depois por ter o pneu do lado esquerdo furado na feroz disputa que teve com Mick Schumacher - que esteve brilhantemente nas disputas contra carros muito mais rápidos que o seu naquelas primeiras voltas, mostrando uma maturidade impressionante. Certamente o prejuízo para o agora vice-líder seria ainda maior. 

Para uma corrida tão cheia de armadilhas no inicio, Yuki Tsunoda esteve muito bem ao livrar-se de toda aquela bagunça da primeira curva e durante a prova ele foi consistente e sempre próximo de Pierre Gasly, que travou boas disputas com Verstappen e Hamilton nas voltas iniciais. Para o francês, sobrou o ponto da melhor volta do GP alcançada na última volta e mais os nove da sexta posição. 

Fernando Alonso escapou de todo aquele entrevero e isso foi importante para o que viria mais a frente no GP. O seu encontro com Lewis Hamilton, que buscava ainda a vitória, após ter trocado dos duros para os médios naquelas últimas vinte voltas, nos proporcionou uma pilotagem de primeira qualidade vinda de dois mega campeões e velhos rivais de guerra. Foram de oito a dez volta com Hamilton tentando de todas as formas superar Alonso, mas o veterano espanhol sempre com uma pilotagem defensiva e limpa bloqueou todas as investidas do heptacampeão. Com aquela carga total de pressão, ficou impossível para Fernando segurar Lewis até que ele cometeu um erro na freada da primeira curva e deu a chance de Hamilton pegar o quarto lugar. Mas atuação de Alonso foi importante para proteger a futura conquista de Ocon e Alpine. 

A batalha contra Fernando Alonso foi o seu ponto alto na corrida, mas não da para ignorar a grande pilotagem de Hamilton. O erro da Mercedes - apesar de Toto dizer que de qualquer jeito Lewis cairia no pelotão, parando antes da relargada ou não - lhe custou uma fácil vitória em Hungaroring, mas garantiu uma corrida bem interessante: primeiramente ele ficou preso atrás de Gasly por um bom tempo e a troca dos médios para os duros foi uma escolha correta, tanto que ele ganhou as posições de Gasly e de um manco Verstappen para depois iniciar a sua escalada até chegar ao quinto lugar e ficar atrás de Carlos
Sainz por um bom tempo. A troca pelos médios nas vinte voltas finais nos deu a bela disputa com Alonso que o fez perder um bom par de voltas. Quando livrou-se do espanhol, ele teve que alcançar e ultrapassar Sainz para subir ao terceiro posto. Ele terminaria próximo de Ocon e Vettel, mostrando que se não tivesse perdido tanto tempo com Alonso, poderia ter partido para uma intensa disputa pela vitória com estes dois. E ainda terminaria esgotado, uma vez que a água havia acabado.

Talvez de todos estes, Carlos Sainz é o que menos tenha aparecido, mas teve uma prova constante entre os primeiros. O pódio estava quase no seu alcance, mas o ritmo de Hamilton, mais o desgaste dos pneus duros de sua Ferrari, impossibilitaram que ele chegasse ao terceiro lugar. 

Ocon e Vettel foram outros dois que nos presenteou com uma memorável disputa, não tão intensa quando a de Alonso vs Hamilton, mas como um jogo de xadrez com os dois se marcando constantemente. Desde quando eles apareceram em segundo e terceiro e depois em primeiro e segundo, Ocon e Vettel fizeram uma prova de gato e rato, distanciando aos poucos dos demais para continuarem uma disputa particular. Vettel ainda tentou algumas investidas contra o jovem francês, que soube se defender bem, mas em seguida Esteban voltou ao controle da situação e administrou uma vantagem que não foi muito além de 1,5 segundos. Para Vettel foi a repetição da ótima posição já alcançada no Azerbaijão este ano, mas a tensão em ficar sem o segundo lugar ainda ronda, uma vez que, segundo a FIA, não tinha 1 litro regulamentar de combustivel - tinha em torno de 300ml. Já Otto Szafnauer disse que havia 1,74 litros no tanque, o que é suficiente para a medição. Inicialmente Vettel tinha sido desqualificado, mas a Aston Martin conseguiu um recurso para impedir isso e o carro seguirá para a França para avaliação.

Ocon mostrou uma grande frieza, digna dos grandes campeões para manter-se na liderança e caminhar para uma inédita vitória para ele e a Alpine, alcançando uma conquista de piloto e equipe francesa que não vinha desde Olivier Panis e Ligier no distante GP de Mônaco de 1996 que, por coincidência, também foi uma corrida bastante atribulada - para completar a efeméride, este GP de Mônaco foi também a última vez onde além da vitória ter sido de piloto e equipe francesa, a melhor volta também ficou para um piloto francês com Jean Alesi cravando a marca na ocasião. Desta vez, foi a vez de Pierre Gasly fazer a melhor volta no GP húngaro. 

São situações como esta da Hungria onde a oportunidade de uma história tão bacana pode ser feita. Num campeonato tão imprevisível como este, pode ser que ainda tenhamos outra chance de vermos algo do tipo. 


As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...