Mostrando postagens com marcador Brabham. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brabham. Mostrar todas as postagens

sábado, 23 de julho de 2016

Volta Rápida, 7 anos

E hoje o blog chega ao seu sétimo ano de existência, e sempre nesta data comemorativa sempre penso que o blog foi além do que eu imaginava.
Claro que teve épocas bem melhores por estas bandas, mas de um ano para cá dei uma boa diminuída nas postagens. Por outro lado, sempre tenho o que me orgulhar pelo trabalho feito nestas temporadas de F1 e do WEC, especialmente na época das 24 Horas de Le Mans, que são escritas com certo esmero. Em contrapartida, preciso retomar as sequências de postagens aqui para dar ao blog uma melhor visibilidade.
Este ano também é importante: em março completou 20 anos que comecei a anotar tudo que podia sobre as corridas em cadernos, tal exercício que foi até 2009 no exato momento em que este blog foi criado.
No geral, o que resta mesmo é agradecer a presença de vocês por aqui mesmo que seja de forma rápida.
Para este que vos escreve, resta apenas a missão de recolocar este espaço novamente nos trilhos.
Sobre a foto, Carlos Reutemann em Mônaco 1976 com a sua Brabham.

domingo, 15 de maio de 2016

Elio De Angelis, 30 anos atrás...




E neste 15 de maio completa 30 anos do desaparecimento de Elio De Angelis, que faleceu durante os testes em Paul Ricard quando estava ao volante do Brabham.
Antes disso, o “Príncipe Negro” – apelido que foi dado pelo fato de ter pilotado carros negros por maior parte da sua carreira na F1 – fez uma análise daquele início de temporada e do carro que todos entendiam como revolucionário: o Brabham BT55.
O texto que será reproduzido aqui foi publicado pela Revista Quatro Rodas em junho de 1986, onde contem a análise de De Angelis que também foi publicada por outras revistas especializadas de diversos países. 

A última corrida
Elio De Angelis
(1958-1986)

“Não vai demorar muito... e venceremos! E espero que seja esse o tema de minha próxima conversa com vocês.”
Foi com essa expectativa que o italiano Elio De Angelis encerrou sua primeira coluna redigida para dezoito países, entre as quais Quatro Rodas, no dia 2 de maio. E em nome de uma primeira grande vitória para a Brabham foi ao circuito de Paul Ricard, na França, testar novos pneus e escolher os melhores compostos para a corrida que seria disputada no Bélgica no fim do mês.
Dia 14 de maio. Nos testes, De Angelis fez a tomada da curva La Verrerie depois de passar pela reta dos boxes a 270Km/h. De repente, o carro voou e caiu a 80 metros de distância, nas lâminas de metal dos guard rails, incendiando-se. De Angelis teve traumatismo cervical, craniano e torácico. Não resistiria aos ferimentos. Morreu no dia 15.
Dez dias antes de morrer, ele tinha feito uma análise do revolucionário Brabham BT55, de 82 centímetros de altura. Estava a um tempo decepcionado e esperançoso, como escreveu:
“Para um carro tido como o grande ganhador de 86, as dificuldades poderiam desestimular o seu criador, Gordon Murray. Mas ele não desistiu e transmite para nós a visão de que será recompensado no futuro. A pessoas podem pensar que os bons resultados estão demorando demais, mas eles logo virão.
Depois do GP do Brasil, passamos uma semana no Rio tentando resolver os problemas do carro. Era revoltante saber que, apesar da enorme força dos motores BMW, os éramos 40Km/h mais lentos que os outros carros nas pequenas retas, embora fôssemos mais velozes nas longas. E, nas saídas de curvas de baixa velocidade, a retomada de ritmo era lenta. Não sei o que ocorria, mas a potência aparecia de repente e era difícil controlar a rotação das rodas. Será que haveria, também, problemas na suspensão? Cheguei a pensar nisso, e o Gordon até planejou uma nova distribuição de peso, para fircarmos mais próximos do limite do limite mínimo de 540 quilos.
Tudo isso veríamos depois nos treinos para os GPs de San Marino e de Mônaco. Com uma certeza:
A última prova de De Angelis foi em Mônaco, quando
abandonou com problemas no turbo
segundo projeções dos computadores, poderíamos ganhar 1 segundo e meio em cada volta, por causa da maior competitividade que nossos motores teriam a partir do GP de Mônaco.
Infelizmente, não terminei as provas na Espanha, em San Marino e em Mônaco.
Em Jerez (13/4), fiquei atrás da Tyrrell de Philipe Streiff, que esparramava nuvens de óleo no meu visor. Tornou-se muito difícil enxergar e houve até  momento em que joguei Senna para fora da pista. Foi bom que logo a seguir a caixa de câmbio quebrasse, porque eu temia um acidente.
Em San Marino (27/4), enfrentei alguns problemas com a embreagem. Mas estava andando bem. Depois de quinze voltas, troquei os pneus. Depois de mais cinco, a caixa de câmbio me tirou novamente da corrida. Mas não perdi a motivação. Para a prova em Mônaco (11/5), vamos tentar solucionar todos os problemas.
O BT55 é um carro excitante, um carro pioneiro. Não vai demorar a vencermos. Espero que este seja o tema de minha próxima conversa com vocês.”

OBS: em Mônaco, Elio De Angelis parou na 38ª volta, com problemas no turbo. Quatro dias depois, morreria na França, aos 28 anos. Não se pode atribuir o acidente a uma falha humana. O que se sabe é que o Brabham perdeu o aerofólio traseiro e, por isso, a aderência. De Angelis disputou 108 GPs, alcançou duas vitórias (Áustria 1982 e San Marino 1985) e teve como característica a regularidade: em 43 dessas provas, chegou entre os seis primeiros.
 
O que restou do Brabham BT55 de Elio
Teve poucas pessoas no momento do acidente de De Angelis. Ao que aparenta, dois mecânicos da Benetton estavam no local e presenciaram o exato instante que o Brabham passou sobre um depressão do circuito francês, forçando a quebra da asa traseira e assim a decolagem, fazendo com que o carro voasse para além do guard rail.
O fogo logo tomou conta do carro e mesmo os esforços de Nigel Mansell, Alan Jones e Alain Prost, não foram suficientes para tentar retirar o piloto italiano do carro e para piorar, a demora na chegada de alguém para tentar apagar o fogo e mais a equipe médica, foi cerca de 50, 55 minutos.
Após estes acontecimentos, a FISA tomou medidas para que os testes tivessem o mínimo de segurança para a sua realização. E como aconteceria anos depois, o trecho do circuito é quem pagou o pato: os carros passaram a evitar a curva La Verrerie, entrando praticamente no meio da gigantesca reta Mistral.      

sábado, 4 de abril de 2015

Foto 496: E 35 anos depois...


Nelson Piquet pela Brabham em 1980 e Nelson Piquet Jr. em 2015. Separados por trinta e cinco anos a primeira vitória do pai na Fórmula-1 e do filho na Fórmula-E, ambas nas ruas de Long Beach.
Podem colocar uma rua ou avenida por lá com o sobrenome Piquet. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Foto 397: Nelson

"Vamo logo com essa merda aí? Tá pra começar, porra!" É apenas uma das inúmeras coisas que dá para pensar nesta foto de Nelson Piquet já no cockpit de sua Brabham BT49 de 1982.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Foto 340: Brabham e Piquet



Certa vez alguém comparou Jack Brabham e Nelson Piquet. Não apenas pelo fato deles terem sido tri-campeões do mundo, ou até mesmo pelo fato de terem sido campeões pela Brabham. Mas o modo dos dois levarem o automobilismo de competição, aquele puro sem qualquer tipo de oba-oba, onde os carros eram tão brutos e selvagens quanto um cavalo e eles procurando o máximo para domá-los. Ou seja, aquele automobilismo das antigas, onde o piloto tinha um olho na pista e outro para a garota do lado de fora. Época em que as perguntas inteligentes eram respondidas de forma correta e com brilhantes, enquanto que as idiotas tinham respostas sarcasticamente históricas. Isso, sem contar, que os dois sobrenomes foram de fácil relação nos início dos anos 80 e perdura até hoje. Impossível não lembrar de Piquet e não mencionar Brabham em uma conversa.
Começaram cedo a se envolver com os carros, se iniciando ainda na adolescência; foram campeões nos seus respectivos países e rapidamente ganharam a Europa para mais tarde conquistar os seus títulos mundiais na Fórmula-1. Turrões, de forte opinião e com humor negro, se destacaram não apenas pela pilotagem precisa, mas também por serem ótimos acertadores de carros. Também formaram parcerias piloto-projestista que lhe renderam bons frutos – Jack Brabham e Ron Tauranac, além de serem sócios na equipe Brabham, ergueram a equipe até o primeiro título mundial em 1966, para depois torná-la uma das maiores da categoria. Coincidentemente, após dez anos da aposentadoria de “Black Jack” (apelido que foi lhe dado devido ao seu humor negro), Nelson Piquet e Gordon Murray, exatamente na equipe Brabham, reeditaram essa parceria que rendeu ao piloto brasileiro seus dois primeiros títulos mundiais.
Tentaram também a sorte nas 500 Milhas de Indianápolis algumas vezes, mas sem obter sucesso. A coincidência entre eles continua quando olhamos para a prole: cada um tem três filhos que estão envolvidos com automobilismo. Geoff correu nos anos 80 nos EUA onde fez carreira na Indy e na IMSA enquanto que Gary e David Brabham chegaram à F1, mas sem obter sucesso. Pelo lado de Nelson Piquet, ele teve a oportunidade de pavimentar o caminho de Nelsinho à categoria máxima até a metade dos anos 2000. Geraldo Piquet é piloto da Fórmula Truck e agora Pedro Piquet, que começou neste ano a trilhar a sua história no mundo dos monopostos, é o mais novo do clã a tentar chegar à F1.  Nelson Piquet é um fã confesso de Jack Brabham, a quem ele admira pelo fato de ter conquistado um mundial de pilotos pilotando o próprio carro, feito que dificilmente será igualado nesta F1 de hoje. E vale lembrar que o velho Jack foi quem indicou Nelson a Bob Sparshot no final dos anos 70, para que ele contratasse o piloto brasileiro para a sua equipe BS. Certamente Brabham deve ter ficado feliz quando viu Piquet vencendo dois mundiais na equipe que levava o seu nome.
Jack morreu. Chegou ao fim da vida de 88 anos ontem na sua casa em Gold Coast, na Austrália numa altura em que a terceira geração dos Brabham começa a ganhar destaque no automobilismo mundial com a presença de Matthew – filho de Geoff – que está a ganhar destaque na Indy Lights enquanto que Sam – filho de David – está iniciando suas atividades na F-Ford na Grã-Bretanha.
E para aquele cara que sobreviveu a uma das épocas mais cruéis do automobilismo, onde pilotar era como “fumar um charuto cubano numa banheira cheia de gasolina” – frase de Graham Hill – e conseguiu chegar a um título mundial pilotando o seu próprio carro, aqui fica o nosso respeito e admiração.  

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Vídeo: A volta de Elio De Angelis em Monza, 1984

Elio De Angelis extraindo tudo e mais um pouco da sua Lotus 97T durante a classificação para o GP da Itália de 1984 - e no vídeo nota-se como era veloz a curva de Lesmo. Ele largou em terceiro e abandonou na 14ª volta por problemas no câmbio. A vitória foi de Niki Lauda.
E hoje faz 28 anos que Elio De Angelis faleceu na pista de Paul Ricard quando testava sua Brabham BT 55 "Skate".

sábado, 8 de março de 2014

Foto 309: Martini Racing Team








Iniciando pela Porsche, passando por Tecno e Brabham na F1, seguindo com a Lancia nos Rallies e endurance e depois terminando com a Alfa Romeo no DTM e ITC dos anos 90.
A Martini, que completou em 2013 150 anos de existência, confirmou a sua parceria com a Williams voltando a estampar no carro inglês as suas cores após quase vinte anos.
Além de ter deixado o FW36 mais bonito, foi impossível não lembrar do Brabham BT44 dos "Carlos" - José Carlos Pace e Carlos Reutemann - na metade dos anos 70. E foi nessa que tive uma idéia bem interessante na quinta passada...

Seria uma justa homenagem ao Moco...

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Vídeo: Patrick Nève e a Brabham BT45 nas ruas de Birmingham, 1976

O vídeo mostra algumas passagens do piloto belga Patrick Nève, a bordo da Brabham BT45, nas ruas da cidade de Birmingham, Inglaterra. Este evento promocional tinham o intuito de mostrar que a segunda maior cidade da Inglaterra poderia receber uma corrida de carros.
A primeira tentativa para isto aconteceu nos idos de 1966, quando uma série de reuniões foram feitas na Câmara Municipal da cidade. A idéia ressurgiu em 1972 com Stirling Moss recebendo a permissão para realizar uma corrida por aquelas bandas.
Nem em 1972, muito menos após o passeio de Nève: o evento só foi realizado em 1986 com o nome de Birmingham Superprix que contava com  os carros da extinta F3000 e provas suporte, como o BTCC e F-Ford 1600. A primeira prova, que fora realizada debaixo de dilúvio de proporções bíblicas, foi vencida por Luis Pérez-Sala.
A prova teve mais outras quatro edições, tendo como vencedores Stefano Modena (1987), Roberto Pupo Moreno (1988), Jean Alesi (1989) e Eric Van De Poele (1990).

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Crash: Ricardo Patrese, Osterreichring 1982

Por um momento até pensei que fosse no mesmo ponto em que Andrea De Cesaris havia capotado várias vezes a sua Ligier na edição de 1985, mas o local em que aconteceu este acidente de Ricardo Patrese, durante o GP austríaco de 1982, é outro. Mas o desfecho poderia ter sido igual e... fatídico, já que uma mulher estava fora do cercado e com um pouco mais de velocidade do Brabham poderia ter pego ela e talvez, até mesmo, catapultado em direção a cerca.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Foto 281: Cosworth

(Foto: UK Racing History/ Facebook)
Jim Clark, Colin Chapman e Keith Duckworth. As expressões dos três não era nada animadora naquela primeira prova do motor Ford Cosworth DFV acoplado no Lotus 49, mas as desconfianças foram dissipadas com a ótima apresentação de Clark que acabou por vencer o GP da Holanda e dar à fábrica fundada por Mike Costin e Keith Duckworth a primeira vitória na categoria.
Porém o motor ainda não estava totalmente "afinado", como ficou visto após o abandono prematuro de Graham Hill na 11ª volta. Os problemas de juventude deste motor privaram a Lotus de conquistar o título daquele ano, que acabou por ficar com o Brabham Repco de Denny Hulme.
Devidamente acertado, o Cosworth dominou as ações a partir de 1968.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Foto 266: Martini

Dos Porsches do Mundial de Marcas aos Lancias do Mundial de Rally e dos F1 aos Alfa Romeo da DTM/ITC. Essa será a exposição da Martini que completa 150 anos de existência neste 2013, fará uma exposição com os carros que levaram a marca da famosa bebida desde 1968.
Vídeos que mostrarão essa história do Martini Racing Team e mais os inúmeros carros que ostentaram as cores da Martini, como Porsche, Brabham, Tecno, Lancia, Lotus, Alfa Romeo e outros, estarão nesta exposição.
O evento acontecerá entre os dias 9 de novembro à 26 de janeiro de 2014 no Museo Dell'automobile di Torino, que fica em Turim exatamente onde a fábrica da Martini foi fundada por Alessandro Martini, Luigi Rossi e Teofilo Sola. A marca passou a chamar-se Martini, Sola & Cia., mas em 1879 a família sola vendeu a sua parte na empresa e desde então a Martini adotou a nomenclatura Martini & Rossi.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Le génie Nelson Piquet - Parte final

Parte 2: Le Génie Nelson Piquet

Piquet vira o jogo e leva o bi-campeonato


O otimismo apresentado por Piquet nas duas últimas corridas ao dizer que ainda seria campeão, mesmo estando em desvantagem frente a horda francesa, começou a fazer sentido quando Patrese cravou a pole em Monza para a disputa do GP da Itália e isso foi um balde de água fria nos “tiffosi” que esperavam uma dobradinha de seus pilotos naquele treino. Tambay salvou a honra da Ferrari ao ficar em segundo com Arnoux em terceiro e Piquet em quarto. Prost fez apenas o quinto tempo – dois segundos pior que a pole de Patrese – e De Cesaris fechou os seis melhores. A largada foi perfeita para a Brabham, que teve Patrese segurando a dianteira e Piquet pulando de quarto para segundo e para completar, Prost saiu mal e virou a primeira curva em sétimo. Um início promissor para equipe de Bernie Ecclestone, que sofreria um revés com a perda de Patrese já na terceira volta devido uma quebra do motor BMW – que já incomodava a equipe. Piquet assumiu a liderança e tratou de abrir vantagem sobre Arnoux, tanto que quando ele foi para o seu
pit-stop, acabou voltando ainda em primeiro e assegurando a sua segunda vitória na temporada. Arnoux ficou em segundo, seguido por Arnoux, Cheever, Tambay, De Angelis – que marcara os seus primeiros pontos no ano – e Warwick em sexto, mostrando a boa forma do carro da Toleman projetado por Rry Byrne. Alain Prost, o líder do campeonato, havia optado por uma corrida burocrática afim de poupar o motor e tentar chegar nos pontos. Mas de nada disso valeu: o motor Renault pifou na volta 26. Um desaire que não estava nos planos da fábrica francesa. Alain viu a sua diferença para o segundo colocado despencar para dois pontos em relação à Arnoux (51x49); Piquet retomou o terceiro lugar ao subir para 46 pontos; Tambay o quarto com 40; Rosberg e Watson continuavam estáticos em quinto e sexto respectivamente com a mesma pontuação.
Com o cancelamento do GP de Nova Iorque, o GP da Europa entrou para completar o calendário daquele ano. A pista de Brands Hatch, que já havia acomodado a Race Of Champions no mês de abril e que revezava com Silverstone o direito de realizar o GP da Grã-Bretanha, foi palco da 14ª etapa daquela temporada. Uma oportunidade de ouro para os teams ingleses, já que o circuito era utilizado por elas para realizarem seus testes. E isso ficou claro quando a pole foi para a... Lotus, com De Angelis marcado a sua primeira pole-position na F1. Um desempenho animador para uma equipe que correu no pelotão intermediário por quase toda a temporada, devido o péssimo desempenho do 93T. Patrese ficou com a segunda colocação, seguido por Mansell – confirmando a melhora da Lotus – e Piquet em quarto. A quinta e sexta posições foram conquistadas por Arnoux e Tambay, com o duo da Renault, Cheever e Prost,
fechando em sétimo e oitavo respectivamente. Um grid dos sonhos para a Brabham e Piquet.
A corrida teve um duelo visceral entre Patrese e De Angelis – o piloto da Brabham conseguira a ponta após a largada - pela liderança, que acabaria num acidente entre os dois quando Elio tentou uma ultrapassagem e acabou batendo com Patrese. Piquet passou por eles e assumiu a liderança. Ricardo retornou para a corrida, terminando em sétimo e De Angelis abandonando a prova duas voltas depois com o motor estourado. Prost escalou o pelotão até chegar à segunda posição se beneficiando com os problemas de Mansell e Patrese e com a ajuda de Cheever, que teve que lhe entregar a terceira colocação devido a ordens de equipe. René Arnoux, em corrida bem discreta, enfrentou problemas com a sua Ferrari e via as suas chances de título diminuir após ele ir para os boxes e voltar em 11º. Ele acabaria a prova em nono. Outro que acabou por se dar mal foi Tambay: ele era o terceiro – há nove voltas do fim – quando os freios da Ferrari falharam e ele passou reto, vindo a bater de frente. Fim de corrida e de suas chances no mundial. Nelson Piquet venceu a prova em Brands Hatch, seguido por Prost, Mansell – em mais uma bela corrida do britânico –, De Cesaris e as duas Tolemans de Warwick e Bruno Giacomelli fechando os seis primeiros. O campeonato acabou ficando embolado para a última prova, em Kyalami: Prost viu a sua folga de 14 pontos para Piquet cair para apenas 2 (57x55); Arnoux aparecia em terceiro com remotas chances de vencer o mundial somando 49 pontos; fora da briga, Tambay era o quarto com 40; Rosberg o quinto com 25 e Watson o sexto com 22.
(Foto: Sutton Images)
A matemática para que um dos três chegassem ao titulo:

Alain Prost
1 – Precisaria apenas chegar à frente de Piquet.
2 – Caso Piquet chegasse em segundo, ele deveria terminar em terceiro. Assim os dois empatariam em 61 pontos e ele ganharia o campeonato por ter conseguido mais vitórias.
3 – Qualquer outro resultado em que ambos ficassem abaixo da terceira posição, o título seria de Prost.

Nelson Piquet
1 – Somente a vitória interessava ao brasileiro. Conseguindo isso, não importava a posição que chegasse Prost.
2 – Terminando em segundo, Alain teria que fechar de quarto para baixo.
3 – Terminando em terceiro, Prost não poderia chegar além da sexta posição.
4 – Terminando em quarto e Alain não pontuando, o campeonato já seria dele.

René Arnoux
1 – Vencer e torcer para que Piquet chegasse de quinto para baixo e Prost nem pontuar.
2 – Vencer e torcer para que nenhum dos seus dois rivais pontuasse.

Em 15 de outubro a F1 iniciava a sua última corrida da 34ª Temporada da sua história e estava prestes a presenciar o primeiro piloto campeão do mundo a bordo de um carro com motor Turbo. Todo desenvolvimento técnico iniciado pela Renault ainda na metade dos anos 70, quando ela trouxe esta novidade para a F1 em 1977, seriam jogada naquela tarde em Kyalami durante o GP da África do Sul. Mas os oponentes não seriam dos mais fáceis, como a própria fábrica francesa havia constado durante toda a temporada: a Ferrari esteve forte em quase todas as corridas e era um adversário a ser respeitado e do outro lado a arracada sensacional da Brabham com Nelson Piquet ao volante, saindo de um moribundo quarto lugar na classificação para ficar a dois pontos de Prost. A batalha estava prestes a começar.
Alheio a tudo isso, Tambay marcou a pole com Piquet em segundo. A terceira posição ficou a cargo de Patrese, com Arnoux em quarto, Prost em quinto e Rosberg, estreando o motor Honda no novo Williams FW09, em sexto. Um grid de largada perfeito para Piquet. Quando a luz verde se apagou, Nelson conseguiu sair melhor que Tambay e virou a primeira curva na liderança e Patrese também aproveitou a
ocasião para deixar a Ferrari do francês para trás. Mais atrás, Arnoux caía algumas posições e Prost continuava em quinto, mas atrás de De Cesaris que fizera uma ótima largada pulando de nono para quarto.
Arnoux deu adeus as suas remotas chances de título quando o motor Ferrari apresentou problemas na 9ª volta. Nesta altura Piquet liderava com certa folga e Patrese tratava de atrasar ao máximo Prost. A sorte sorriu para Piquet quando Alain foi para os boxes na volta 35 e acabou abandonando a prova após problemas no Turbo. O título mundial já estava praticamente garantido, mas ainda faltava terminar a prova e Nelson abrandou o ritmo permitindo que Patrese, De Cesaris e Lauda o ultrapassassem. O quarto lugar que agora era ocupado pelo piloto brasileiro já lhe dava o título, mas uma falha no motor TAG Porsche do McLaren de Lauda tirou o austríaco de combate e permitiu que Piquet subisse e terminasse em terceiro para garantir, de vez, o seu segundo título mundial. Patrese venceu a sua primeira corrida no ano – tornando-se o oitavo vencedor daquela temporada – De Cesaris foi o segundo, Warwick quarto em mais outra boa apresentação com a Toleman; Rosberg o quinto e Cheever fechando em sexto.
A pontuação final do campeonato fechou com Piquet dois pontos à frente de Prost (59x57); Arnoux em terceiro com 49; Tambay em quarto com 40; Rosberg quinto com 27 e Watson sexto com 22.



A maestria de Piquet e a controvérsia com relação ao seu título


Quem visse o campeonato mundial até a altura do GP da Holanda certamente diria que Piquet e Brabham estariam fora da batalha pelo campeonato. A baixa produtividade da trinca formada por Piquet/Brabham/BMW havia sido totalmente baixa frente a grande forma que os franceses apresentaram desde a corrida de Long Beach. A Renault, com Alain Prost, sempre esteve bem. Foram poucas as falhas – em especial os dois primeiros GPs do ano – e durante boa parte da temporada Prost não teve do que se queixar. Do outro lado a Ferrari, com o duo de franceses formado por Arnoux e Tambay, fez bem o papel que lhes foram confiados e o número de poles e as vitórias conseguidas durante o ano, mostraram o quanto que o trabalho realizado por Harvey Posthlewaite e Mauro Forghieri foi positivo na construção dos modelos 126C2 e 126C3.
Mas Gordon Murray guardou bem a evolução do seu ótimo – e belo – BT52 para a hora certeira: as melhorias introduzidas a partir do GP da Holanda deu à Piquet a chance de brigar pau a pau contra os seus adversários e manobra de Prost para cima dele naquela corrida, pode ser interpretada como o primeiro ataque de desespero já que a tendência de um carro daquele naipe melhorar a cada GP é bem maior. Portanto, uma vitória de Alain naquela prova holandesa seria vital para as suas pretensões ao título. Mas aí houve a batida, a saída de Piquet, o seu abandono... e os temores de da curva crescente que a Brabham já apresentava, foi visto perfeitamente por todos nos GPs da Itália e Europa com Piquet pilotando de forma brilhante e irretocável para desespero da imprensa francesa, que já cravava o título para um dos seus pilotos. Kyalami acabou por ser o balde d’àgua final no sonho francês com os abandonos de Arnoux e Prost. 
Para a Renault o sonho de conquistar o título mundial, ou melhor, ser a primeira a ganhar com motor turbo, acabou gerando uma crise que definhou a equipe até os seus últimos dias da temporada de 1985, quando ela saiu de cena. Foi um forte pancada que foi agravada ainda mais com a perda do mundial de construtores para a Ferrari. Mas a Renault ainda chiou bastante com relação a conquista da Brabham, acusando a equipe de Bernie Ecclestone de ter usado gasolina ilegal naquela época, em especial na fase final do campeonato. Na época nada foi comprovado, mas demorou alguns anos até descobrirem que a equipe inglesa tinha usado o tal combustível e que este fora desenvolvido por cientistas alemães em Peenemunde. Aí já era tarde... e a Renault teria que esperar por mais nove anos para ver um motor da sua fábrica vencer o mundial de F1 (1992 com a Williams) e outros vinte e dois para que a sua equipe vencesse o campeonato.
Para Nelson Piquet, ele esperou por mais quatro anos até chegar ao tri-campeonato após – mais – uma guerra, desta vez dentro da própria equipe. E para a Brabham as glórias foram ficando para trás e com o pouco tempo de Bernie Ecclestone em cuidar da equipe, frente ao seu trabalho com a FOCA, a equipe ficou largada e após um período que ficara de fora da F1 (1988), a equipe retornou em 1989 para encerrar de vez as suas atividades em 1992.

Parte 1: Le Génie Nelson Piquet

Parte 2: Le Génie Nelson Piquet

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...