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domingo, 1 de maio de 2022

4 Horas de Goiânia: De primeira, deu Ligier

Uma grande estréia para o Ligier JS P320 em Goiânia
(Foto: Gaetano Di Mauro/ Instagram)

Foi um início promissor para um campeonato do qual esperamos muito. O Império Endurance Brasil teve um começo bem interessante no Autódromo Ayrton Senna, onde foi realizada a sua abertura com as 4 Horas de Goiânia. Apesar de imaginar uma batalha com uma vitória de um dos AJR ou até mesmo do Sigma G4, acabou que as coisas saíssem bem para um carro que até uma semana atrás não estava em terras brasileiras: O Ligier JS P320 Nissan acabou por vencer a primeira prova deste campeonato logo numa situação onde ninguém esperava tal resultado. Mas claro, não foi tão fácil.

É importante dizer que foi uma corrida que estava, inicialmente, nas mãos do Sigma #12 de Aldo Piedade/ Beto Ribeiro e de outros AJR de números #1 (Emilio Padron, Fernando Ohashi, Fernando Fortes e Henrique Assunção), #35 (Pedro Queirolo/ David Muffato) e #444 (Vicente Orige/ Gustavo Kyrila). Por outro lado, não podia ignorar o bom ritmo do Ligier #117 de Gaetano Di Mauro/ Guilherme Botura que não deixava os ponteiros se distanciarem. Era um bom início, diga-se, com estes cinco carros andando próximos desde a primeira hora. 

Conforme a corrida foi avançando, tráfego aparecendo e as paradas de box sendo feitas, este grupo automaticamente se dissolveu, mas por outro lado o forte calor começou a fazer suas vítimas. Foi o caso do AJR #35 de Queirolo/ Muffato que estavam em ótima disputa com o Sigma #12 quando o motor acabou pifando e deixando a dupla pelo caminho. Outros dois AJR que também tinham chances de vencer, tiveram seus problemas: o #1, que também estava em batalha contra o Sigma #12, apresentou problemas nos freios e ficou de fora; enquanto que o #444 precisou ficar nos boxes por algumas voltas por conta de vibrações, devido a um furo de pneu. 

Mas, e o Sigma? A máquina campeã das Mil Milhas Brasileiras deste ano estava em grande forma e com um ritmo para lá de satisfatório: fosse com Piedade, fosse com Ribeiro, o carro respondia da melhor forma possível e com boa velocidade a ponto de ter anotado a melhor volta da corrida (1'17"885). Apesar de estarem bem, houve sustos como o toque no BMW M4 GT3 #17 de Átila Abreu/ Leo Sanchez e mais adiante, um problema na suspensão traseira onde viram que um parafuso estava frouxo e não podia ser apertado. A Equipe FTR ainda levou outro Sigma com número #02 e que foi pilotado por Erik Mayrink / Hugo Cibien / Tiel Andrade/ Marcelo Vianna, mas estes tiveram um toque com um dos Mercedes da categoria GT4 e acabou danificando bastante a lateral esquerda da asa traseira e daí em diante os problemas se intensificaram até seu abandono. Tiel Andrade deve voltar na próxima etapa do campeonato que será realizado em Interlagos em maio, já com o novo Tubarão IX que é feito em parceria com a Sigma. 

Mas o Sigma #12, que estava até então intocável na liderança e parecia caminhar para uma vitória inédita na categoria, acabou apresentando problemas no cubo da roda dianteira esquerda que acabou se soltando quando faltava 50 minutos para o final. Para piorar, com a batida no asfalto após perder a roda, acabou danificando o radiador e automaticamente tirando-os a chance de vencer esta prova. Foi mais um azar para a equipe FTR, que teve boas chances em Interlagos e Curitiba em 2021 e acabou ficando pelo caminho. 

Dessa forma, a chance para o novo Ligier, que apresentou um ritmo muito bom e andando na mesma balada de protótipos mais rodados, apareceu e não foi desperdiçado por Di Mauro/ Botura que levaram essa primeira conquista para o protótipo francês logo na sua primeira aparição na competição. O AJR #444 de Orige/ Kyrila conseguiu recuperar-se a ponto de ficar em segundo, mas com duas voltas de atraso para o Ligier. Para o Ginetta G58, que tanto sofreu com problemas nos últimos anos, estes foi um inicio de temporada bem melhor ao se aproveitar dos problemas que iam à frente e conquistar um ótimo terceiro lugar com a família Ebrahim no comando (Wagner, Pedro, Fábio). 


Na GT3, vitória para Negrão e Gomes

(Foto: @alexandresnegrão/ Instagram)

Essa era outra classe que se desenhava bem interessante desde os treinos, com os carros andando por boa parte no mesmo segundo. E foi uma disputa bem interessante entre os Mercedes AMG GT3, com a conquista ficando para o Mercedes #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes após duelarem contra o Mercedes #63 de Sergio Ribas/ Guilherme Ribas - que lideram a prova e acabaram abandonando- e depois na parte final contra o Mercedes #50 de Maurizio Billi/ Marco Billi/ Max Wilson, que terminaram na segunda posição. A terceira posição ficou para o Porsche 911 GT3R #55 de Ricardo Mauricio/ Marcel Visconde/ Marçal Muller, que venceu a disputa contra o Mercedes #8 de Julio Campos/ Guilherme Figueroa - que apresentaram problemas. O Mercedes #3 de Guilherme Salas/ Alexandre Auler também tiveram boas chances de vitória ao lideraram parte da prova, mas acabaram perdendo tempo e ficando duas voltas atrás, fechando em quarto na classe.

Alguns dos favoritos acabaram sendo prejudicados por incidentes: O McLaren 720S GT3 de Allan Khodair/ Marcelo Hahn levaram um toque logo no inicio da prova e danificou o semi-eixo, fazendo com que fossem aos boxes e perdessem, ao todo, 20 voltas para o líder da classe GT3 e 30 para o líder da geral. Um final de semana bem complicado para eles que chegaram de última hora para essa prova e já enfrentaram problemas eletrônicos e de acerto desde os treinos. 

A segunda baixa ficou para os atuais campeões da classe GT3 Cacá Bueno/ Ricardo Baptista que acabaram se enroscando com o AJR #80 de Rafael Suzuki / Alexandre Finardi / Márcio Mauro e abandonaram quando tinham 56 voltas completadas. 

Essa classe ainda viu a estréia do BMW M4 GT3 conduzido por Atila Abreu/ Leo Sanchez que, assim como o Ligier, chegou há poucos dias aqui no Brasil e foi direto para a prova de Goiânia. Mas problemas eletrônicos acabaram atrasando bastante o andamento. 


GT4 e as demais classes

(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)


Na GT4 a vitória ficou para o Mustang GT4 #22 de Flávio Abrunhoza / Cássio Homem de Mello / André Moraes Jr/ Gustavo Conde que enfrentaram problemas no cabeçote e por muito pouco não voltaram para São Paulo, já que o conserto da peça era praticamente irreversível. A presença do patrocinador da equipe Liqui Molly acabou salvando o final de semana ao conseguir um produto que conseguisse vedar o local. Dessa forma o quarteto foi para a corrida e completou sem maiores
problemas, sendo recompensados com uma bela vitória. A segunda posição ficou para o Mercedes AMG GT4 #31 de Renan Guerra / Marco Pisani / Leandro Ferrari/ Vinicius Vale e a terceira posição para um dos novos Porsche 718 Cayman GT4 com Danilo Dirani / Jacques Quartiero conduzindo o #21. 


Na classe P2, que estava esvaziada nessa etapa, contou com apenas o Grand Am #18 de Fernando Poeta / Cláudio Ricci. Na também esvaziada P2 Light - que teve três competidores - a vitória ficou para o MRX #34 de Ricardo Haag / Mário Marcondes, seguido pelo outro MRX #7 de Aldoir Sette / Guga Ghizzo e em terceiro o Ferrari 458 GT3 #155 de Tom Filho / Ricardo Mendes - que acabaram sendo integrados a classe P2 Light, apesar de estarem na classe GT3 Light. 

A próxima etapa será as 4 Horas de Interlagos, no dia 21 de maio. 

domingo, 2 de agosto de 2020

4 Horas de Interlagos – Uma grande prova de abertura do Endurance Brasil

A vitória do AJR #5 da MC Tubarão na abertura do Endurance Brasil em Interlagos
(Foto: Endurance Brasil)


A retomada de corridas no autódromo de Interlagos não podia ter sido melhor: a abertura do Endurance Brasil nos reservou uma grande prova nesta que foi a primeira da categoria em 2020.

Uma das coisas que precisamos falar é sobre o poder do AJR: o carro desenvolvido pela família Moro e que é usado por seis equipes mostrou que está em franca ascensão no cenário do endurance brasileiro e neste final de semana, em Interlagos, nos deu um pouco do que esperar para este certame do campeonato. Os tempos de volta alcançados desde os treinos livres foram os mais velozes, principalmente o tempo marcado pelo AJR #11 de Emilio Padron/ Vitor Genz que chegaram marcar 1’26’’869 no quarto treino livre. Mas por ser um treino extra-oficial, a marca não foi considerada como recorde oficial. Porém, na qualificação, Vitor Genz cravou a marca de 1’27’’140 que lhe rendeu, enfim, o recorde oficial. Para a pole, no combinado dos tempos, ficou para o AJR #113 de Pedro Queirolo/ David Muffato. O tempo de volta dos AJR levaram muitos a comparar com as marcas alcançadas pelos LMP2, quando estes passaram por aqui em 2014 quando aconteceu as 6 Horas de São Paulo: naquela ocasião, o tempo da pole foi feito pelo Ligier JS P2 da G-Drive com a marca de 1’24’’463 foi 2’’406 melhor que o tempo não oficial alcançado pelo AJR #11 no quarto treino livre. Uma incrível marca que mostra muito bem a evolução deste protótipo.

Sobre a corrida, esta se manteve bem normal até o inicio da última hora de prova: o AJR #113 de Pedro Queirolo/ David Muffato pareciam absolutos, tamanho o domínio que conseguiram nas horas anteriores ao manter-se na liderança com alguma folga sobre os AJR#175 (Henrique Assunção/ Anderson Toso/ Carlos Kray) e AJR #5 (Tiel Andrade/ Julio Martini/ Nelson Ângelo Piquet). Mas na abertura da última hora, as coisas mudaram de figura: Muffato assumiu o comando do #113 e Nelson Piquet – que substituiu Paulo Sousa, que teve problemas musculares na sexta – pegou o AJR #5 e passou a caçar David Muffato. Por mais de quarenta minutos Muffato e Piquet duelaram pela liderança, mas nunca sem se esquecer de dobrar os retardatários com cuidado. E foi em duas dessas situações onde houve trocas de posições entre eles, quando Muffato ficou encaixotado num protótipo MRX e Piquet conseguiu assumir a liderança indo para o Laranjinha e algumas voltas depois foi a vez de Piquet ficar preso no tráfego da reta dos boxes e ser ultrapassado por Muffato. Uma disputa insana onde David conseguia se defender usando a asa móvel nas retas e Piquet encostava no miolo do circuito, mas sem ter tempo para conseguir armar o bote para assumir a liderança. Faltando em torno de quinze minutos para o fim da corrida, quando iam dobrar o Mercedes AMG GT4 #15 de Leonardo Sanches/ Átila Abreu, Muffato seguiu por fora e Piquet por dentro, mantendo o Mercedes de Átila no meio. Quando chegaram na freada do final da reta oposta, Nelsinho conseguiu se impor e levar a liderança. Daí pra frente foi um passeio de Piquet, que passou a fazer voltas bem mais velozes que David Muffato para garantir sua primeira vitória no Endurance Brasil e também a primeira da MC Tubarão em dois anos.

Na GT3, a disputa parecia estar reservada ao Mercedes AMG GT3 #9 da família Negrão, mas problemas de saúde com Xandy Negrão fez com que chamassem para seu lugar André Negrão que fez dupla com Xandinho. Desse modo surgiu um pequeno problema, dificultaria bastante o andamento da dupla: como são pilotos de categoria ouro, seria adicionado a cada parada de box 1 minuto, o que deixaria os primos Xandinho/ André com chance reduzidas nesta classe. Mesmo assim, ainda conseguiram fazer um bom papel ao liderarem por três horas esta classe, mas por conta das punições ficaram em segundo. A vitória da classe ficou para o Porsche 911 GT3 R #55 de Marcel Visconde/ Ricardo Mauricio, logo na estreia do carro da Stuttgart Motorsport. Na GT3 Light a vitória ficou para o Ferrari 458 #155 de Ricardo Mendes/ Tom Filho e a segunda colocação para o Aston Martin Vantage de Sergio Ribas/ Guilherme Ribas  

Na P2 foi mais uma questão de sobrevivência do que qualquer coisa. A vitória ficou para o MRX #44 pilotado por Ruben Ghisleni/ Hardy Kohl/ Lucas que teve problemas algumas voltas após a largada. Foram levados ao box, perderam algumas voltas e retornaram para a corrida, onde não apresentaram mais problemas. Seu grande rival certamente era o Sigma P2 #12 de Jindra Kraucher/ Ney Faustini, que também tiveram problemas e logo na volta de apresentação quando ficaram parados no grid e a exemplo do #44 também voltou à pista e acabou fechando em segundo na classe.
Na P3 a vitória ficou para o MRX #7 de Aldoir Sette/ Marcelo Campagnolo que fizeram boa parte da corrida com a asa traseira quebrada. A segunda posição ficou para o MRX #75 de Henrique Assunção/ Emilio Padron/ Fernando Ohashi/Fernando Fortes e a terceira para o Spyder #73 Jose Vilella/ Leonardo Yoshi.

Na GT4 os Mercedes AMG GT4 dominaram as ações ocupando as três primeiras posições da classe, com a vitória ficando para Alexandre Auler/ Guilherme Salas, a segunda posição ficando para Leonardo Sanches/ Átila Abreu e a terceira para  Andre Moraes Jr/ Ricardo Rodrigues/ Cassio Homem de Mello/ Kreis Jr. O Mclaren 570S GT4, pilotada por Flavio Abrunhoza/ Leandro Ferrari, terminou na quarta colocação nessa que foi a corrida de estreia do carro nas provas aqui no Brasil. Para os Ginetta GT4 não foi uma grande jornada: o melhor deles, o #57 de Felipe Tozzo/ Renan Guerra, terminou com 15 voltas de desvantagem na quinta posição. Na GT4 Light, vitória de Junior Victorette/ Marcelo Karam com Audi RS.

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

  (Foto: Adam Gawliczek)  Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada...